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CONTROLE DE QUALIDADE E
PÓS-COLHEITA DE
PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
AULA 4
Prof. Ricardo Scheffer de Andrade Silva
CONVERSA INICIAL
Vamos estudar a ocorrência de desordens fisiológicas e patológicas que podem afetar a
qualidade, a vida útil e a aparência dos produtos hortícolas na pós-colheita. Desordens fisiológicas
são alterações não infecciosas que surgem como resultado de condições de cultivo, manuseio
inadequado ou estresses ambientais. Já as desordens patológicas são causadas por agentes
patogênicos, como fungos, bactérias e vírus.
As desordens fisiológicas podem ocorrer em decorrência de fatores como temperatura,
umidade, luz, composição nutricional e armazenamento inadequado. Exemplos comuns incluem
escurecimento enzimático, amadurecimento acelerado, manchas, murcha e perda de firmeza. Essas
desordens podem acarretar perdas significativas de qualidade e valor comercial dos produtos.
Por outro lado, as desordens patológicas são causadas por microrganismos que invadem os
produtos hortícolas durante a pós-colheita. Esses patógenos podem se proliferar em condições de
umidade, temperatura e nutrientes favoráveis. Os sintomas das desordens patológicas variam de
acordo com o agente causal, mas podem incluir podridões, manchas, mofos e odor desagradável. O
controle das desordens patológicas abarca práticas de higiene, controle de temperatura e umidade,
uso de tratamentos pós-colheita e aplicação de agentes antifúngicos ou antimicrobianos.
É essencial adotar medidas adequadas para prevenir e controlar as desordens fisiológicas e
patológicas na pós-colheita de produtos hortícolas. Esse processo inclui uso de técnicas de colheita
adequadas, manuseio cuidadoso dos produtos, controle de temperatura e umidade durante o
armazenamento, embalagens adequadas e higienização dos equipamentos e instalações. Além
disso, a aplicação de tratamentos pós-colheita, como lavagem, desinfecção e uso de agentes de
controle biológico, pode ser uma estratégia eficaz para minimizar a incidência de desordens e
prolongar a vida útil dos produtos.
Conhecer as desordens fisiológicas e patológicas mais comuns na pós-colheita de produtos
hortícolas é fundamental para garantir a qualidade e a segurança dos alimentos. O monitoramento
constante, a identificação precoce de sintomas e a aplicação de medidas corretivas adequadas são
medidas essenciais para minimizar perdas e assegurar a satisfação dos consumidores. Além disso,
o avanço da pesquisa nessa área contribui para o desenvolvimento de técnicas de manejo mais
eficientes e sustentáveis, buscando a redução das desordens e a melhoria da qualidade dos produtos
hortícolas na pós-colheita.
TEMA 1 – DESORDENS FISIOLÓGICAS
As desordens fisiológicas podem afetar os produtos hortícolas de várias maneiras. As plantas
hortícolas são suscetíveis a uma série de fatores de estresse, incluindo condições ambientais
adversas, práticas culturais inadequadas e doenças. Esses fatores podem causar desordens
fisiológicas que afetam a aparência, o sabor, a textura e a qualidade geral dos produtos hortícolas.
1.1 FATORES CAUSAIS
Os tecidos das plantas hortícolas podem ser sensíveis a vários fatores causais, que por sua vez
podem provocar desordens fisiológicas. Vejamos alguns dos fatores causais comuns que afetam a
sensibilidade dos tecidos vegetais:
Temperatura: as plantas hortícolas apresentam faixas de temperatura ótimas para o
crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Temperaturas extremas, tanto altas quanto
baixas, podem causar danos aos tecidos. O estresse térmico excessivo pode provocar
amarelecimento, murcha, queimaduras ou congelamento dos tecidos vegetais.
Umidade: a umidade excessiva ou a falta de umidade adequada podem afetar a sensibilidade
dos tecidos. O excesso de umidade pode causar apodrecimento, mofos e doenças fúngicas
nos tecidos vegetais. Por outro lado, a falta de umidade pode resultar em murcha e
desidratação dos tecidos.
Luz: a intensidade e a qualidade da luz também podem afetar os tecidos vegetais. Luz intensa e
excessiva pode causar queimaduras, descoloração e danos fotossintéticos. Além disso, a
exposição a certos comprimentos de onda de luz pode afetar o desenvolvimento e a
pigmentação dos tecidos, resultando em desordens fisiológicas.
Nutrientes: a disponibilidade inadequada de nutrientes essenciais pode afetar a sensibilidade
dos tecidos vegetais. Deficiências nutricionais, como falta de cálcio, magnésio ou ferro, podem
levar a desordens fisiológicas, como podridão apical, clorose ou necrose.
Estresse hídrico: a falta de água ou o excesso de irrigação podem afetar a sensibilidade dos
tecidos vegetais. A escassez de água pode provocar desidratação, murcha e morte dos tecidos,
enquanto o excesso de água pode causar encharcamento, apodrecimento radicular e falta de
oxigênio nos tecidos.
Doenças e pragas: infestações de insetos, bem como doenças fúngicas, bacterianas ou virais,
podem causar danos diretos aos tecidos vegetais. Tais patógenos podem causar manchas,
necrose, deformações e deterioração geral dos tecidos.
É importante ressaltar que a sensibilidade dos tecidos vegetais pode variar entre diferentes
espécies hortícolas, e até mesmo entre variedades dentro da mesma espécie. Além disso, fatores
como estágio de desenvolvimento, resistência genética e condições de cultivo também podem
influenciar a sensibilidade dos tecidos a diferentes causas de estresse.
1.2 PRINCIPAIS SINTOMAS
Os sintomas de estresse e desordens fisiológicas em produtos hortícolas podem variar
dependendo da causa específica e da planta em questão. Estes são alguns dos principais sintomas
que podem ser observados:
Descoloração: uma mudança na cor normal dos tecidos vegetais pode ser um sinal de estresse.
Isso pode incluir amarelamento, avermelhamento, clorose (folhas amareladas) ou necrose
(morte dos tecidos com uma coloração marrom ou preta).
Murcha: quando as plantas sofrem estresse hídrico ou estresse térmico excessivo, elas podem
murchar, pela perda de água dos tecidos. Isso resulta em uma aparência murcha e flácida das
folhas e partes aéreas da planta.
Queima de folhas: temperaturas extremas, especialmente calor intenso, podem causar danos
nas folhas, resultando em margens secas, enrugadas ou queimadas. Esse sintoma é
comumente conhecido como "queima de folhas" ou "margens queimadas".
Rachaduras nos frutos: estresse hídrico, especialmente quando há flutuações de umidade, o
que pode levar a rachaduras ou rachaduras nos frutos. Isso ocorre porque o estresse faz com
que a pele do fruto se expanda rapidamente, resultando em fissuras ou rupturas.
Enrugamento: a falta de água em quantidade adequada ou a exposição a condições de baixa
umidade podem fazer com que os tecidos vegetais encolham e enruguem. Isso é comumente
observado nas folhas, que perdem a sua turgidez normal e apresentam uma aparência
enrugada.
Podridão ou apodrecimento: infecções fúngicas ou bacterianas podem levar ao apodrecimento
dos tecidos vegetais. Isso resulta em manchas molhadas, moles e descoloridas em frutos,
folhas ou caules.
Alterações na textura: algumas desordens fisiológicas podem afetar a textura dos produtos
hortícolas. Por exemplo, o amolecimento excessivo ou a perda de firmeza dos frutos podem ser
sinais de estresse pós-colheita ou amadurecimento inadequado.
Crescimento anormal: em algumas situações de estresse, as plantas podem exibir crescimento
anormal. Isso pode incluir alongamento excessivo dos caules, encurtamento dos entrenós,
encurvamento ou envergadura dos órgãos vegetais.
É importante observar que esses sintomas podem ser causados por uma variedade de fatores.
Nem todos os sintomas indicam necessariamente estresse ou desordens fisiológicas. A
identificação correta da causa subjacente é fundamental para tomar medidas adequadas de manejo
e controle.
TEMA 2 – FATORES NUTRICIONAIS
As desordens fisiológicas são distúrbios não infecciosos que afetam a aparência, a qualidade e
o valor comercial de produtos hortícolas.Essas desordens podem ser causadas por deficiências ou
excesso de nutrientes, bem como por condições climáticas adversas. Compreender os fatores
nutricionais e climáticos envolvidos nessas desordens é fundamental para implementar estratégias
de manejo adequadas e minimizar perdas na produção de alimentos hortícolas.
Sobre os fatores nutricionais, diversos estudos têm demonstrado que desequilíbrios nutricionais
podem desencadear desordens fisiológicas em produtos hortícolas. Deficiências de nutrientes
essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, podem resultar em distúrbios de crescimento,
amadurecimento acelerado, manchas e deformações nos tecidos vegetais. Além disso, o cálcio e o
magnésio desempenham papéis cruciais na manutenção da integridade celular e na prevenção de
desordens, como podridão apical e queima de bordas em frutos e hortaliças.
2.1 PAPEL DO CÁLCIO (CA)
O cálcio desempenha um papel fundamental nas plantas hortícolas, sendo essencial para o
crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Vejamos alguns dos principais papéis do cálcio nas
plantas:
Integridade estrutural: o cálcio é necessário para a formação e a estabilidade das paredes
celulares nas plantas. Ele ajuda a fortalecer as estruturas celulares, contribuindo para a
resistência e rigidez dos tecidos vegetais.
Regulação da permeabilidade da membrana: o cálcio desempenha um papel importante na
regulação da permeabilidade da membrana celular. Ele controla o movimento de íons através
das membranas celulares, o que é essencial para o equilíbrio eletrolítico e o funcionamento
adequado das células.
Ativação enzimática: o cálcio atua como cofator para várias enzimas envolvidas em processos
metabólicos nas plantas. Ele participa da ativação de enzimas responsáveis pela síntese de
carboidratos, pelo metabolismo de lipídios e pela síntese de proteínas.
Divisão celular e crescimento: o cálcio desempenha um papel fundamental na regulação da
divisão celular e no crescimento das plantas. Ele influencia a atividade de enzimas envolvidas
na divisão celular e na formação de novos tecidos.
Regulação do transporte de nutrientes: o cálcio desempenha um papel importante na regulação
do transporte de nutrientes nas plantas. Ele afeta a absorção e a distribuição de outros
nutrientes, como o nitrogênio e o potássio, contribuindo para um equilíbrio adequado de
nutrientes nas plantas.
Resistência a doenças e estresses: o cálcio está associado à resistência das plantas a doenças
e estresses bióticos e abióticos. Fortalece as paredes celulares, reduzindo a penetração de
patógenos e conferindo maior resistência a danos mecânicos e estresses ambientais, como
estresse hídrico e temperatura extrema.
Qualidade dos frutos: o cálcio desempenha um papel crucial na qualidade dos frutos hortícolas.
Ele contribui para a firmeza e textura dos frutos, prevenindo a ocorrência de distúrbios
fisiológicos, como a podridão apical em tomates e pimentões.
Deficiência de cálcio: pode acarretar desordens fisiológicas, como distúrbios de crescimento,
deformidades dos frutos e maior suscetibilidade a doenças. Portanto, garantir níveis
adequados de cálcio no solo e na nutrição das plantas é essencial para promover um
crescimento saudável, buscando a produção de produtos hortícolas de alta qualidade.
2.2 OUTROS NUTRIENTES
Os fatores nutricionais desempenham um papel crucial na saúde e no desenvolvimento das
plantas hortícolas. Deficiências ou excessos de nutrientes podem levar a desordens fisiológicas que
afetam a aparência, o crescimento e a produção dos produtos hortícolas.
Macronutrientes:
Nitrogênio (N): deficiência de nitrogênio pode causar clorose das folhas, resultando em
amarelamento e crescimento retardado.
Fósforo (P): falta de fósforo pode produzir raízes fracas, desenvolvimento inadequado dos
frutos e maturação tardia.
Potássio (K): deficiência de potássio pode resultar em necrose marginal das folhas, frutos
pequenos e redução na qualidade dos produtos.
Micronutrientes:
Ferro (Fe): deficiência de ferro causa clorose das folhas, começando nas folhas mais jovens, o
que leva a uma diminuição na produção fotossintética.
Zinco (Zn): a falta de zinco pode resultar clorose interveinal das folhas, afetando o crescimento
e o desenvolvimento geral das plantas.
Além dos macro e micronutrientes, outros fatores interferem diretamente na absorção e na ação,
estando relacionados com o balanço de nutrientes disponíveis para os produtos hortícolas. São eles:
pH do solo: o pH inadequado do solo pode afetar a disponibilidade de nutrientes para as
plantas. Por exemplo, em solos ácidos, a disponibilidade de nutrientes como cálcio, magnésio e
molibdênio pode ser reduzida, provocando desordens fisiológicas.
Excesso de nutrientes: além das deficiências, o excesso de nutrientes também pode causar
problemas. O excesso de nitrogênio, por exemplo, pode provocar crescimento vegetativo
excessivo, folhas escuras e frutos de menor qualidade.
Relações entre nutrientes: o desequilíbrio das relações entre os nutrientes pode afetar a
absorção e o uso adequado de outros nutrientes. Por exemplo, altos níveis de nitrogênio podem
reduzir a absorção de potássio pelas plantas, levando a desordens fisiológicas.
Portanto, é importante realizar análises de solo e análise foliar, monitorar a nutrição das plantas
e aplicar fertilizantes de forma adequada para evitar deficiências ou excessos nutricionais. Um
manejo nutricional adequado é essencial para promover o crescimento saudável das plantas,
minimizar desordens fisiológicas e obter produtos hortícolas de alta qualidade.
2.3 DESORDENS FISIOLÓGICAS DECORRENTES DE FATORES NUTRICIONAIS
Muitas desordens fisiológicas que veremos posteriormente se repetem ou se apresentam de
forma muito semelhante em diferentes grupos de produtos hortícolas. Portanto, é importante
observar como essas desordens se expressam, para garantir o seu entendimento e a sua
identificação em campo.
2.3.1 Maçãs
As maçãs estão sujeitas a várias desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou climáticos.
Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas em maçãs:
Podridão amarga: causada pela deficiência de cálcio nas maçãs. Manifesta-se como manchas
escuras e amolecidas na polpa da fruta. A falta de cálcio pode resultar de uma absorção
inadequada do solo ou de um desequilíbrio nutricional na planta.
Distúrbios da polpa: vários distúrbios podem ocorrer na polpa das maçãs por conta de
deficiências nutricionais. Por exemplo, a polpa farinácea é causada por uma deficiência de
boro, acarretando textura granulada e farinhenta na polpa da fruta.
Escurecimento interno: em algumas variedades de maçãs, o escurecimento interno pode
ocorrer por conta de deficiências de nutrientes, especialmente boro e cálcio. Esse cenário leva
ao desenvolvimento de manchas escuras na polpa da fruta, o que pode reduzir a sua qualidade.
É importante observar que essas desordens podem ser influenciadas por uma combinação de
fatores nutricionais e climáticos. A adoção de práticas de manejo adequadas, como a aplicação
equilibrada de fertilizantes, a irrigação adequada e o controle do ambiente de armazenamento, pode
ajudar a minimizar a ocorrência dessas desordens e a manter a qualidade das maçãs.
2.3.2 Frutos cítricos
Os frutos cítricos estão sujeitos a várias desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Aqui estão algumas das desordens mais comuns observadas em frutos cítricos:
Clorose foliar: desordem causada pela deficiência de nutrientes, especialmente ferro e
manganês. Ela se manifesta como amarelecimento das folhas, geralmente começando nas
partes mais novas. Pode afetar o desenvolvimento e a qualidade dos frutos.
Pitting: é uma desordem caracterizada por pequenas depressões na casca dos frutos cítricos.
Pode ser causada por deficiência de cálcio, desequilíbrios nutricionais ou estresse hídrico. O
pitting pode afetar a aparência e a qualidade dos frutos.
Casca rugosa: a casca rugosa é umadesordem que afeta a aparência dos frutos cítricos. Ela
pode ser causada por desequilíbrios nutricionais, como deficiência de potássio, ou por
condições climáticas adversas, como temperaturas extremas.
Falta de suco: desordem em que os frutos cítricos não apresentam a quantidade adequada de
suco. Esse fator pode ser influenciado por fatores nutricionais, como deficiências de nutrientes
essenciais, e também por condições climáticas desfavoráveis, como estresse hídrico.
É importante adotar práticas de manejo adequadas para minimizar a ocorrência dessas
desordens em frutos cítricos. Por exemplo, garantir nutrição equilibrada, monitorar e corrigir
deficiências nutricionais, garantir irrigação adequada e implementar medidas de controle de doenças
e pragas. Além disso, o manejo do clima e a escolha de variedades resistentes também podem
desempenhar um papel importante na prevenção de desordens em frutos cítricos.
2.3.3 Mangas
As mangas também podem apresentar desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas em mangas:
Mancha preta: desordem fisiológica caracterizada por manchas escuras e deprimidas na casca
dos frutos. Pode ser causada por deficiências nutricionais, como deficiência de cálcio e boro, e
também por condições climáticas adversas, como umidade excessiva.
Amarelecimento irregular: desordem em que áreas da casca dos frutos ficam amareladas de
maneira desigual. Isso pode ser causado por desequilíbrios nutricionais, como deficiências de
ferro e manganês, ou por estresse hídrico.
Podridão floral: A podridão floral é uma desordem em que os frutos não se desenvolvem
adequadamente e apodrecem na flor. Isso pode ser influenciado por deficiências nutricionais,
como deficiência de boro, bem como por condições climáticas desfavoráveis durante a
floração.
Deficiências nutricionais: a falta de nutrientes essenciais pode levar a várias desordens nas
mangas. Por exemplo, a deficiência de ferro pode causar clorose nas folhas, enquanto a
deficiência de potássio pode resultar em manchas amareladas e redução da qualidade dos
frutos.
Problemas de frutificação: fatores nutricionais e climáticos podem afetar a frutificação das
mangas. A falta de nutrientes essenciais, como nitrogênio e fósforo, pode provocar uma
frutificação deficiente. Além disso, condições climáticas adversas durante a floração, como
temperaturas muito baixas ou altas, podem afetar a formação adequada dos frutos.
É importante garantir nutrição balanceada às mangas, monitorar e corrigir deficiências
nutricionais, além de adotar práticas de manejo adequadas para minimizar a ocorrência dessas
desordens. O controle de doenças e pragas, juntamente com a manutenção de um ambiente
adequado, é crucial para garantir o crescimento saudável e a qualidade dos frutos de manga.
2.3.4 Abacates
Os abacates também podem sofrer desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Aqui estão algumas das desordens mais comuns observadas em abacates:
Deficiências nutricionais: a falta de nutrientes essenciais pode provocar desordens em
abacates. Por exemplo, a deficiência de nitrogênio pode levar a crescimento lento e folhas
pálidas, enquanto a deficiência de cálcio pode levar ao desenvolvimento de manchas necróticas
na casca e na polpa dos frutos.
Clorose foliar: a clorose foliar é uma desordem caracterizada pelo amarelecimento das folhas,
geralmente começando nas partes mais novas. Pode ser causada por deficiências de
nutrientes, como ferro, manganês ou zinco. A clorose foliar pode afetar o crescimento e a
produção dos abacateiros.
Queda prematura de frutos: a queda prematura de frutos pode ocorrer por conta de deficiências
nutricionais, estresse hídrico, problemas de polinização, doenças ou condições climáticas
adversas. Esse cenário leva à perda de frutos antes de sua maturação completa.
Manchas fisiológicas: algumas manchas fisiológicas podem ocorrer em abacates por
desequilíbrios nutricionais ou condições climáticas. Por exemplo, manchas escuras ou marrom-
claras na polpa podem ser causadas por deficiência de cobre, enquanto manchas escuras na
casca podem resultar de estresse hídrico ou temperaturas extremas.
Murcha e queima das folhas: condições climáticas extremas, como ventos fortes, temperaturas
muito altas ou baixas, podem causar murcha e queima das folhas dos abacateiros. Além disso,
deficiências nutricionais, como falta de potássio, podem aumentar a suscetibilidade das
plantas a esse tipo de desordem.
É importante fornecer uma nutrição equilibrada aos abacateiros, monitorar e corrigir deficiências
nutricionais, além de adotar práticas de manejo adequadas para minimizar a ocorrência dessas
desordens. O manejo adequado da irrigação, o controle de doenças e pragas, bem como a proteção
contra condições climáticas extremas, são essenciais para promover o crescimento saudável e a
produção de abacates de qualidade. Além disso, a escolha de variedades adaptadas ao clima local e
a implementação de práticas de cultivo adequadas, como o uso de cobertura morta e a aplicação de
técnicas de poda, podem ajudar a minimizar o impacto das desordens nutricionais e climáticas nos
abacates.
2.3.5 Tomates
Os tomates também podem ser afetados por desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas nos tomates:
Deficiências nutricionais: a falta de nutrientes essenciais pode provocar várias desordens nos
tomateiros. Por exemplo, a deficiência de nitrogênio pode resultar em crescimento lento e
folhas amareladas, enquanto a deficiência de cálcio pode causar o apodrecimento da
extremidade floral (blossom-end rot) nos frutos.
Manchas fisiológicas: desequilíbrios nutricionais e condições climáticas adversas podem levar
ao desenvolvimento de manchas fisiológicas nos tomates. Por exemplo, a deficiência de
magnésio pode causar manchas amarelas nas folhas e nos frutos, enquanto a exposição direta
ao sol pode resultar em manchas brancas ou amareladas na casca.
Necrose apical (apical blossom-end rot): essa desordem é caracterizada pela formação de
manchas escuras e necróticas na extremidade do fruto, oposta ao pedúnculo. A necrose apical
é frequentemente causada por deficiência de cálcio ou irregularidades na absorção e
distribuição desse nutriente.
Desenvolvimento incompleto do fruto: fatores nutricionais inadequados, ou ainda condições
climáticas desfavoráveis, como altas temperaturas ou baixa umidade, podem interferir no
desenvolvimento completo do fruto. Isso pode resultar em frutos pequenos, deformados ou
com baixa qualidade.
TEMA 3 – FATORES CLIMÁTICOS
Os fatores climáticos, incluindo temperatura, umidade, luz e estresse hídrico, desempenham um
papel significativo no desenvolvimento de desordens fisiológicas em produtos hortícolas. A
exposição a temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas, pode resultar em danos celulares,
perda de firmeza e alterações no metabolismo dos vegetais. A umidade excessiva pode favorecer o
crescimento de patógenos e causar apodrecimento, enquanto a falta de umidade pode acarretar
murcha e desidratação dos tecidos vegetais. Além disso, a intensidade e a qualidade da luz podem
influenciar o crescimento, o desenvolvimento e a pigmentação dos produtos hortícolas.
3.1 TEMPERATURA
A temperatura desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na saúde dos produtos
hortícolas. Flutuações extremas de temperatura podem causar estresse e desordens fisiológicas nas
plantas, afetando o seu crescimento, a produção e a qualidade dos frutos.
3.1.1 Insolação
A insolação em produtos hortícolas é um problema que ocorre devido à exposição direta e
prolongada das plantas a altas temperaturas, considerando ainda a intensidade de luz solar. Isso
pode provocar danos nos tecidos das plantas, resultando em desordens fisiológicas. Vejamos
algumas informações sobre a insolação em produtos hortícolas:
Causas: a insolação ocorrequando as plantas são expostas a altas temperaturas e a radiação
solar intensa, especialmente durante os períodos de pico de calor. As altas temperaturas
aumentam a taxa de transpiração das plantas, acarretando perda excessiva de água. A
exposição prolongada ao sol também pode causar danos diretos às células das folhas e frutos.
Sintomas: os sintomas da insolação variam dependendo do tipo de planta, mas geralmente
incluem murchas das folhas, descoloração, manchas necróticas, queima das folhas e frutos e
deformações. Os tecidos afetados podem ficar desidratados e apresentar danos irreversíveis.
Plantas suscetíveis: algumas plantas são mais suscetíveis à insolação do que outras. Plantas
com folhas finas e delicadas, como alface, espinafre e ervas, são mais propensas a sofrer
danos pela exposição direta ao sol. Frutas delicadas, como morangos e framboesas, também
são vulneráveis à insolação.
3.1.2 Tratamentos com uso de calor
O tratamento com uso de calor é uma técnica que pode ser aplicada em produtos hortícolas
para diversos fins, como desinfestação, pós-colheita e processamento. Vejamos alguns tratamentos
com uso de calor comumente utilizados em produtos hortícolas:
Tratamento térmico para desinfestação: técnica utilizada para eliminar pragas e patógenos
presentes nos produtos hortícolas. Consiste em expor os produtos a temperaturas elevadas por
um determinado período. O objetivo é destruir ou inativar microrganismos indesejados sem
causar danos significativos aos produtos. Isso pode ser feito por meio de vapor de água quente,
água quente imersão ou ar quente.
Tratamento térmico para pós-colheita: usado para prolongar a vida útil dos produtos hortícolas,
reduzir a taxa de deterioração e controlar doenças. Envolve a exposição dos produtos a
temperaturas elevadas por um curto período. Isso pode ser realizado por meio de tratamento
de água quente, imersão em água quente, vapor ou ar quente. Abarca técnicas como
branqueamento, escaldamento, cozimento, esterilização e enlatamento.
Pasteurização: processo de tratamento térmico utilizado para reduzir a carga microbiana e
aumentar a segurança dos produtos hortícolas. Consiste no aquecimento dos produtos a
temperaturas moderadas por um período específico. Ajuda a destruir microrganismos
patogênicos e reduzir a deterioração microbiológica, prolongando a vida útil dos produtos.
É importante ressaltar que cada produto hortícola tem suas próprias exigências e limitações
quanto ao tratamento térmico. Portanto, é fundamental seguir as recomendações específicas para
cada cultivo e utilizar as temperaturas e tempos adequados para garantir a eficácia do tratamento e
preservar a qualidade dos produtos.
3.1.3 Congelamento e super-resfriamento
O congelamento e o super-resfriamento podem afetar os produtos hortícolas, causando estresse
e desordens fisiológicas. Vejamos alguns efeitos desses processos em produtos hortícolas:
Formação de cristais de gelo: durante o congelamento, a água presente nos tecidos das plantas
se transforma em cristais de gelo. A formação desses cristais pode causar danos físicos às
células, levando à ruptura das membranas celulares e resultando em perda de estrutura e
função celular. Isso pode produzir textura desagradável, alteração na cor e desintegração dos
tecidos dos produtos hortícolas, como perda de crocância e aparência murcha.
Perda de qualidade nutricional: o congelamento e o super-resfriamento podem afetar a
qualidade nutricional dos produtos hortícolas. Alguns nutrientes, como a vitamina C e algumas
vitaminas do complexo B, são sensíveis ao calor e podem ser degradados durante o processo
de congelamento. Além disso, a formação de cristais de gelo pode levar à perda de sucos
celulares, resultando em perda de sabor, textura e nutrientes.
Desidratação: o congelamento e o super-resfriamento podem levar à desidratação dos produtos
hortícolas, devido à sublimação, que é a transição direta do gelo para o vapor de água sem
passar pelo estado líquido. A desidratação pode resultar na perda de água e,
consequentemente, em produtos murchos e enrugados.
Para minimizar os efeitos negativos do congelamento e do super-resfriamento em produtos
hortícolas, é importante adotar técnicas adequadas de armazenamento e descongelamento.
Elas incluem: uso de embalagens adequadas para evitar a formação de cristais de gelo, rápida
descongelação em condições controladas, e armazenamento adequado em temperaturas
adequadas, para evitar o super-resfriamento. Além disso, alguns produtos hortícolas podem se
beneficiar de processos como o branqueamento antes do congelamento, para inativar enzimas
que podem afetar a qualidade durante o armazenamento.
3.1.4 Mecanismos de respostas
Os produtos hortícolas apresentam mecanismos de resposta ao abaixamento da temperatura,
de modo a sobreviver e minimizar os danos causados pelo estresse do frio. Esses mecanismos
podem variar entre diferentes espécies e cultivares. Vejamos alguns dos principais mecanismos de
resposta ao abaixamento da temperatura em produtos hortícolas:
Acúmulo de solutos compatíveis: em resposta ao abaixamento da temperatura, as células dos
tecidos vegetais podem aumentar a concentração de solutos compatíveis, como açúcares e
aminoácidos, em seus citoplasmas. Esses solutos ajudam a reduzir o ponto de congelamento
da água e, assim, protegem as células contra danos causados pelo gelo.
Produção de proteínas de resposta ao estresse: o abaixamento da temperatura pode induzir a
produção de proteínas de resposta ao estresse, como as proteínas de resposta ao frio (PRFs).
Tais proteínas apresentam várias funções, incluindo a estabilização das membranas celulares e
a proteção de enzimas e proteínas estruturais contra danos causados pelo frio.
Ativação de enzimas antioxidantes: o estresse pelo frio pode levar a uma produção aumentada
de espécies reativas de oxigênio (EROs), que são prejudiciais às células vegetais. Para
combater os danos causados pelas EROs, as plantas ativam enzimas antioxidantes, como a
superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT) e a peroxidase (POD), que ajudam a neutralizar
as EROs e a proteger as células contra danos oxidativos.
Regulação do metabolismo lipídico: o abaixamento da temperatura afeta o metabolismo
lipídico nas membranas celulares. As plantas podem ajustar a composição de seus lipídios,
aumentando a proporção de lipídios insaturados em relação aos saturados. Isso ajuda a manter
a fluidez das membranas durante o estresse do frio e a evitar danos causados pelo
congelamento.
Regulação do crescimento e desenvolvimento: em resposta ao abaixamento da temperatura, as
plantas podem retardar ou interromper temporariamente o seu crescimento e desenvolvimento.
Isso ocorre por meio da regulação de hormônios vegetais, como auxinas e giberelinas, que
controlam processos como a elongação celular e a divisão celular. A redução do crescimento
ajuda a minimizar os danos causados pelo frio, permitindo que a planta redirecione os seus
recursos para mecanismos de proteção e sobrevivência.
Esses mecanismos de resposta ao abaixamento da temperatura são estratégias adaptativas das
plantas para lidar com o estresse frio. No entanto, a sua eficácia pode variar entre diferentes
espécies e cultivares. Além disso, a capacidade das plantas de tolerar temperaturas baixas depende
de fatores como estágio de desenvolvimento, duração do estresse e capacidade de aclimatação.
3.1.5 Desordens pelo frio (chilling)
As desordens pelo frio, também conhecidas como chilling injury, são problemas fisiológicos que
ocorrem em produtos hortícolas quando expostos a temperaturas baixas, mas acima do ponto de
congelamento. Tais desordens podem afetar a aparência, a qualidade e a vida útil dos produtos.
Vejamos algumas das desordens mais comuns pelo frio em produtos hortícolas:
Escurecimento da casca: algumas frutas, como maçãs e peras, podem apresentar
escurecimento da casca quando expostas a temperaturas de armazenamento frias. Issoresulta
em manchas escuras, geralmente na região da casca exposta ao frio. O escurecimento da
casca pode afetar a aparência do produto e reduzir a sua aceitação no mercado.
Lesões de frio: lesões de frio são lesões visíveis que ocorrem em frutas e vegetais após
exposição prolongada a temperaturas baixas. Incluem sintomas como manchas escuras, áreas
moles, rachaduras e descoloração. Alguns exemplos de produtos hortícolas suscetíveis a
lesões de frio são tomates, pimentões e abóboras.
Desintegração celular: o frio pode levar à desintegração das células vegetais, resultando em
textura macia, colapso celular e deterioração dos tecidos. Isso pode ser observado em
produtos como alface, espinafre e outras folhas verdes. Nesses casos, o frio causa perda da
estrutura celular e aparência murcha.
Alterações de sabor e aroma: a exposição ao frio pode afetar o sabor e o aroma dos produtos
hortícolas. Alguns exemplos incluem a perda de sabor doce em frutas, como melão e melancia,
e a redução do aroma característico, em ervas e especiarias.
Desenvolvimento desigual: o frio pode levar a um desenvolvimento desigual de produtos
hortícolas. Algumas partes do produto amadurecem mais rápido do que outras, o que pode
resultar em problemas de qualidade, como frutas com polpa mole e pouco sabor.
Escurecimento e deterioração enzimática: alguns produtos hortícolas são suscetíveis ao
escurecimento enzimático quando submetidos a resfriamento. Enzimas como a
polifenoloxidase podem ficar ativas em temperaturas de resfriamento, causando escurecimento
indesejado em frutas e vegetais, o que pode afetar a aparência e a qualidade do produto.
Desidratação: o resfriamento pode causar desidratação nos produtos hortícolas, especialmente
se a umidade relativa do ambiente de armazenamento for baixa. A desidratação pode resultar
em murchamento, perda de peso e alterações na textura dos produtos.
Sensibilidade varietal: a sensibilidade ao resfriamento varia entre diferentes variedades de
produtos hortícolas. Algumas variedades podem ser mais resistentes a baixas temperaturas,
enquanto outras são mais suscetíveis a danos por frio e desordens fisiológicas relacionadas.
É importante ressaltar que a sensibilidade ao frio varia entre diferentes espécies e cultivares de
produtos hortícolas. Além disso, fatores como duração do armazenamento, taxa de resfriamento e
exposição prévia a condições quentes ou estresses podem influenciar a gravidade e a ocorrência das
desordens pelo frio. O controle adequado da temperatura de armazenamento, o uso de embalagens
isolantes e o gerenciamento cuidadoso das condições de pós-colheita podem ajudar a minimizar os
efeitos negativos do frio e a preservar a qualidade dos produtos.
3.1.6 Meios de controle da desordem por frio
O controle da desordem pelo frio em produtos hortícolas envolve a implementação de medidas
adequadas durante o armazenamento e o transporte, para minimizar os efeitos negativos do estresse
pelo frio. Vejamos alguns meios de controle que podem ser adotados:
Seleção de cultivares resistente: optar por cultivares de produtos hortícolas que sejam menos
suscetíveis à desordem pelo frio pode ser uma estratégia eficaz. Algumas variedades são
naturalmente mais tolerantes ao frio do que outras. Escolher as mais adequadas pode reduzir
os riscos de danos.
Controle da temperatura: manter as temperaturas de armazenamento dentro das faixas
adequadas para cada tipo de produto é essencial. Verifique as recomendações específicas para
cada produto hortícola, pois as temperaturas ideais podem variar. Evite temperaturas muito
baixas, pois isso pode causar danos por frio.
Monitoramento da umidade relativa: a umidade relativa adequada também desempenha um
papel importante no controle da desordem pelo frio. É recomendável manter a umidade relativa
em níveis adequados para cada produto, pois a baixa umidade pode levar à desidratação,
enquanto a alta umidade pode favorecer o crescimento de fungos.
Tempo de armazenamento: o tempo de armazenamento é um fator crítico para evitar a
desordem pelo frio. Produtos hortícolas apresentam limites de tempo específicos para
armazenamento em temperaturas frias antes que a desordem se desenvolva. É importante
monitorar o tempo de armazenamento e garantir que os produtos sejam utilizados ou
comercializados antes que atinjam esses limites.
Manuseio adequado: cuidados no manuseio dos produtos hortícolas também são importantes
para evitar danos causados pelo frio. Minimize quedas e impactos durante o transporte e
manuseie com cuidado para evitar lesões físicas que possam agravar a desordem pelo frio.
Tratamentos pré e pós-colheita: alguns produtos hortícolas podem se beneficiar de tratamentos
pré e pós-colheita para melhorar a tolerância ao frio. Isso pode incluir tratamentos com
substâncias anti-desidratantes, ceras ou revestimentos que ajudam a reduzir a perda de
umidade e proteger os tecidos durante o armazenamento.
Monitoramento regular: acompanhar de perto os produtos hortícolas durante o armazenamento
é fundamental para identificar qualquer sinal de desordem pelo frio o mais cedo possível. Isso
permite tomar medidas corretivas imediatas, como ajustar a temperatura, umidade ou tempo
de armazenamento, para evitar danos adicionais.
É importante lembrar que as medidas de controle podem variar dependendo do tipo de produto
hortícola e de suas características específicas. Consultar recomendações técnicas e especialistas na
área é fundamental para implementar as práticas adequadas de controle da desordem pelo frio em
cada caso.
3.2 DESORDENS FISIOLÓGICAS DECORRENTES DE FATORES NUTRICIONAIS E/OU
CLIMÁTICOS
Muitas desordens fisiológicas se repetem ou se apresentam de forma semelhante em diferentes
grupos de produtos hortícolas. Portanto, é importante observar como essas desordens se
expressam, para facilitar o seu entendimento e identificação no campo.
3.2.1 Maçãs
As maçãs estão sujeitas a várias desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou climáticos.
Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas em maçãs:
Queimadura de sol: desordem causada pela exposição excessiva ao sol. As áreas expostas da
fruta ficam com uma coloração bronzeada ou marrom. Pode acontecer quando as maçãs estão
expostas a altas temperaturas, especialmente quando há falta de cobertura foliar adequada.
Rachaduras: flutuações no suprimento de água podem levar ao desenvolvimento de rachaduras
nas maçãs. Isso geralmente ocorre quando há uma alternância entre períodos de seca e chuva
excessiva. As rachaduras podem ocorrer tanto na casca quanto na polpa da fruta.
Escaldadura: desordem causada pelo estresse térmico, mais comum em maçãs armazenadas
por longos períodos. A casca das maçãs afetadas desenvolve manchas escuras e enrugadas,
resultando em aparência desagradável.
Manchas de água: quando as maçãs são expostas a chuvas prolongadas, podem desenvolver
manchas de água na superfície da casca. Essas manchas não afetam a qualidade interna da
fruta, mas podem diminuir a sua atratividade visual.
Escurecimento interno: em algumas variedades de maçãs, o escurecimento interno pode
ocorrer por conta da deficiência de nutrientes, especialmente boro e cálcio. Isso resulta em
manchas escuras na polpa da fruta, o que pode reduzir a sua qualidade.
É importante observar que essas desordens podem ser influenciadas por uma combinação de
fatores nutricionais e climáticos. A adoção de práticas de manejo adequadas, como a aplicação
equilibrada de fertilizantes, a irrigação adequada e o controle do ambiente de armazenamento, pode
ajudar a minimizar a ocorrência dessas desordens e manter a qualidade das maçãs.
3.2.2 Frutos cítricos
Os frutos cítricos estão sujeitos a várias desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas em frutos cítricos:
Rachaduras na casca: flutuações no suprimento de água podem resultar em rachaduras na
casca dos frutos cítricos. Isso geralmenteocorre quando há alternância entre períodos de seca
e chuva excessiva. As rachaduras podem afetar a aparência e a durabilidade dos frutos.
Pitting: desordem caracterizada por pequenas depressões na casca dos frutos cítricos. Pode
ser causada por deficiência de cálcio, desequilíbrios nutricionais ou estresse hídrico. O pitting
pode afetar a aparência e a qualidade dos frutos.
Casca rugosa: desordem que afeta a aparência dos frutos cítricos. Pode ser causada por
desequilíbrios nutricionais, como deficiência de potássio, ou por condições climáticas
adversas, como temperaturas extremas.
Falta de suco: desordem em que os frutos cítricos não apresentam a quantidade adequada de
suco. Pode ser influenciada por fatores nutricionais, como deficiências de nutrientes
essenciais, e por condições climáticas desfavoráveis, como estresse hídrico.
É importante adotar práticas de manejo adequadas para minimizar a ocorrência dessas
desordens em frutos cítricos. Isso inclui fornecer nutrição equilibrada, monitorar e corrigir
deficiências nutricionais, garantir irrigação adequada e implementar medidas de controle de doenças
e pragas. Além disso, o manejo do clima e a escolha de variedades resistentes também podem
desempenhar um papel importante na prevenção de desordens em frutos cítricos.
3.2.3 Mangas
As mangas também podem apresentar desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Aqui estão algumas das desordens mais comuns observadas em mangas:
Mancha preta: desordem fisiológica caracterizada por manchas escuras e deprimidas na casca
dos frutos. Pode ser causada por condições climáticas adversas, como umidade excessiva.
Rachaduras: flutuações no suprimento de água podem levar ao desenvolvimento de rachaduras
na casca das mangas. Isso geralmente ocorre quando há alternância entre períodos de seca e
chuva excessiva. As rachaduras podem afetar a aparência e a qualidade dos frutos.
Amarelecimento irregular: desordem em que as áreas da casca dos frutos ficam amareladas de
maneira desigual. Isso pode ser causado por desequilíbrios nutricionais, como deficiências de
ferro e manganês, ou por estresse hídrico.
Podridão floral: desordem em que os frutos não se desenvolvem adequadamente e apodrecem
na flor. Isso pode ser influenciado por deficiências nutricionais, como deficiência de boro, bem
como por condições climáticas desfavoráveis durante a floração.
Problemas de frutificação: fatores nutricionais e climáticos podem afetar a frutificação das
mangas. A falta de nutrientes essenciais, como nitrogênio e fósforo, pode resultar em
frutificação deficiente. Além disso, condições climáticas adversas durante a floração, como
temperaturas muito baixas ou altas, podem afetar a formação adequada dos frutos.
É importante fornecer uma nutrição balanceada às mangas, monitorar e corrigir deficiências
nutricionais, além de adotar práticas de manejo adequadas para minimizar a ocorrência dessas
desordens. O controle de doenças e pragas, juntamente com a manutenção de um ambiente
adequado, também é crucial para garantir o crescimento saudável e a qualidade dos frutos de
manga.
3.2.4 Abacates
Os abacates também podem apresentar desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas em abacates:
Escaldadura do sol: ocorre quando os frutos são expostos a altas temperaturas e luz solar
intensa. Pode resultar em manchas escuras e enrugadas na casca do abacate. A cobertura
foliar adequada e a proteção contra a luz solar direta podem ajudar a prevenir essa desordem.
Rachaduras: rachaduras na casca dos abacates podem ocorrer por conta de flutuações no
suprimento de água, especialmente quando há alternância entre períodos de seca e chuva
excessiva. As rachaduras podem afetar a aparência e a qualidade dos frutos, além de abrir
caminho para infecções fúngicas.
Queda prematura de frutos: pode ocorrer por conta de deficiências nutricionais, estresse
hídrico, problemas de polinização, doenças ou condições climáticas adversas. Acarreta a perda
de frutos antes de sua maturação completa.
Manchas fisiológicas: algumas manchas fisiológicas podem ocorrer em abacates por conta de
desequilíbrios nutricionais ou condições climáticas. Por exemplo, manchas escuras ou marrom-
claras na polpa podem ser causadas por deficiência de cobre, enquanto manchas escuras na
casca podem ser resultados de estresse hídrico ou temperaturas extremas.
Murcha e queima das folhas: condições climáticas extremas, como ventos fortes, temperaturas
muito altas ou baixas, podem causar murcha e queima das folhas dos abacateiros. Além disso,
deficiências nutricionais, como falta de potássio, podem aumentar a suscetibilidade das
plantas a esse tipo de desordem.
É importante fornecer uma nutrição equilibrada aos abacateiros, monitorar e corrigir deficiências
nutricionais, além de adotar práticas de manejo adequadas para minimizar a ocorrência dessas
desordens. O manejo adequado da irrigação, o controle de doenças e pragas, bem como a proteção
contra condições climáticas extremas são medidas essenciais para promover o crescimento
saudável e a produção de abacates de qualidade. Além disso, a escolha de variedades adaptadas ao
clima local e a implementação de práticas de cultivo adequadas, como o uso de cobertura morta e a
aplicação de técnicas de poda, podem ajudar a minimizar o impacto das desordens nutricionais e
climáticas nos abacates.
3.2.5 Batatas
As batatas também podem ser afetadas por desordens decorrentes de fatores nutricionais e/ou
climáticos. Vejamos algumas das desordens mais comuns observadas em batatas:
Murcha das plantas: condições climáticas adversas, como altas temperaturas e falta de água,
podem causar a murcha das plantas de batata. A falta de um suprimento adequado de água
prejudica o desenvolvimento das plantas e pode acarretar perda de produção.
Podridão dos tubérculos: condições climáticas úmidas e excesso de umidade no solo podem
favorecer o desenvolvimento de doenças fúngicas, como a podridão dos tubérculos. Esse
cenário acarreta deterioração dos tubérculos, afetando a sua qualidade e armazenabilidade.
Rachaduras na casca: flutuações no suprimento de água, como alternância entre períodos de
seca e chuva excessiva, podem causar rachaduras na casca das batatas. Isso geralmente
ocorre quando há um rápido crescimento dos tubérculos, de modo que a casca não consegue
acompanhá-lo, resultando em rachaduras.
Defeitos de forma e tamanho: fatores nutricionais inadequados e condições climáticas
adversas podem afetar o desenvolvimento adequado das batatas, levando a deformações,
tamanhos irregulares ou tubérculos muito pequenos.
A escolha de variedades de batata adaptadas às condições climáticas da região também é
importante. Algumas variedades são mais resistentes a condições de calor, seca ou umidade, de
modo que podem ser mais adequadas para enfrentar desafios climáticos específicos.
3.2.6 Recomendações gerais
É recomendado realizar análises de solo regulares para avaliar os níveis de nutrientes e ajustar a
adubação de acordo com as necessidades da planta. A aplicação de fertilizantes orgânicos ou
minerais específicos para abacates pode ajudar a corrigir deficiências nutricionais e melhorar a
saúde das plantas. Além disso, é importante manter um sistema de irrigação adequado, fornecendo
água suficiente e evitando excessos que possam levar a problemas de drenagem e desenvolvimento
de doenças.
O monitoramento regular das condições climáticas e a adoção de medidas preventivas, como o
uso de sombreamento ou cobertura protetora durante períodos de altas temperaturas, podem ajudar
a minimizar os efeitos adversos do clima. A observação atenta dos sintomas e o diagnóstico precoce
de desordens nutricionais e climáticas são fundamentais para tomar medidas corretivas e evitar
maiores danos.
Em resumo, o manejo adequado dos fatores nutricionais e climáticos é essencial para prevenir
desordens em produtos hortícolas.Ao fornecer uma nutrição equilibrada, garantir a irrigação
adequada, proteger as plantas contra condições climáticas extremas e realizar um monitoramento
regular, os produtores de frutas e hortaliças podem minimizar as desordens e promover crescimento
saudável e produção de qualidade.
3.3 UMIDADE
O estresse por déficit hídrico, também conhecido como estresse hídrico ou seca, ocorre quando
as plantas não recebem água suficiente para as suas necessidades. Isso pode acarretar uma série de
sintomas em produtos hortícolas.
3.3.1 Sintomas por déficit hídrico
Vejamos alguns dos sintomas comuns de estresse por déficit hídrico em produtos hortícolas:
Murchamento: um dos sintomas mais visíveis de estresse hídrico. As plantas começam a
perder turgor, resultando em folhas, caules e partes aéreas murchas e flácidas. Esse sintoma
ocorre como uma estratégia de conservação de água, em que as plantas reduzem a perda de
água através da transpiração.
Redução do crescimento: o estresse hídrico afeta o crescimento das plantas, resultando em
crescimento mais lento ou em paralisação completa. As plantas podem apresentar um
tamanho menor em relação às plantas saudáveis, com menor desenvolvimento de folhas,
caules e raízes.
Desenvolvimento irregular: sob estresse hídrico, o desenvolvimento das plantas pode se tornar
irregular. Isso significa que algumas partes da planta podem crescer mais do que outras,
resultando em crescimento desigual e assimetria no desenvolvimento de folhas, flores e frutos.
Amarelecimento e queda de folhas: as folhas de plantas sob estresse hídrico podem apresentar
amarelecimento, murcha e queda prematura. Isso ocorre porque as plantas priorizam a
sobrevivência das partes essenciais, como caules e raízes, e então redirecionam os recursos
disponíveis para essas partes, abandonando as folhas.
Alterações na cor e textura dos frutos: O estresse hídrico pode afetar a qualidade dos frutos em
produtos hortícolas. Os frutos podem apresentar alterações na cor, textura e sabor. Eles podem
amadurecer de forma desigual, apresentar tamanho reduzido, textura mais firme ou
desenvolver desordens fisiológicas, como rachaduras e deformações.
Redução da produção: o estresse hídrico pode provocar uma redução significativa na produção
de produtos hortícolas. Isso ocorre porque as plantas desviam recursos limitados para a
sobrevivência, em vez de alocá-los para a formação de flores e frutos. A baixa disponibilidade
de água afeta a formação adequada dos órgãos reprodutivos, resultando em menor
rendimento.
É importante notar que os sintomas de estresse por déficit hídrico podem variar dependendo da
espécie, do estágio de crescimento e do nível de estresse hídrico. Além disso, algumas plantas
apresentam mecanismos de adaptação ao estresse hídrico, como fechamento dos estômatos para
reduzir a perda de água. No entanto, se o estresse hídrico persistir por um longo período, mesmo as
plantas adaptadas podem sofrer danos significativos.
3.3.2 Fatores de influência
Vários fatores podem influenciar a umidade e a sensibilidade ao estresse hídrico em plantas.
Alguns desses fatores incluem:
Tipo de planta: diferentes espécies de plantas apresentam diferentes requisitos de umidade e
níveis de sensibilidade ao estresse hídrico. Algumas plantas são naturalmente mais adaptadas
a condições de seca, com mecanismos de resistência próprios, enquanto outras são mais
sensíveis e requerem condições de umidade adequada.
Estágio de crescimento: o estágio de crescimento das plantas pode afetar a sua sensibilidade
ao estresse hídrico. Por exemplo, plantas jovens e em crescimento ativo geralmente são mais
sensíveis à falta de água do que plantas adultas e maduras. Durante estágios críticos, como o
florescimento e a frutificação, as plantas podem ser especialmente sensíveis ao estresse
hídrico.
Sistema radicular: o desenvolvimento e a eficiência do sistema radicular de uma planta têm um
papel importante em sua capacidade de absorver água do solo. Plantas com sistemas
radiculares bem desenvolvidos e profundos apresentam maior capacidade de buscar água em
camadas mais profundas do solo, sendo mais adaptadas a condições de seca.
Condições climáticas: condições climáticas, como temperatura e umidade relativa do ar, podem
afetar a evaporação da água das plantas e a taxa de transpiração. Em climas quentes e secos,
as plantas perdem água mais rapidamente, de modo que podem estar mais sujeitas ao
estresse hídrico. A disponibilidade de água no solo e a ocorrência de chuvas também são
fatores climáticos importantes que influenciam a umidade e a sensibilidade ao estresse hídrico.
Disponibilidade de água no solo: a quantidade e a disponibilidade de água no solo
desempenham um papel fundamental na umidade das plantas e em sua sensibilidade ao
estresse hídrico. Solos bem drenados, com boa capacidade de retenção de água, são ideais
para fornecer umidade adequada às plantas. A frequência e a quantidade de irrigação também
afetam a disponibilidade de água no solo.
É importante considerar esses fatores ao planejar o manejo hídrico de plantas hortícolas, a fim
de garantir umidade adequada e minimizar os efeitos negativos do estresse hídrico.
3.3.3 Redução da perda d’água
A redução da perda de água é um mecanismo crucial para que as plantas lidem com condições
de estresse hídrico, evitando danos causados pela falta de água. As plantas utilizam várias
estratégias para reduzir a perda de água, incluindo:
Fechamento dos estômatos: os estômatos são pequenas aberturas presentes nas folhas das
plantas, que regulam a troca de gases e a perda de água através da transpiração. Em condições
de estresse hídrico, as plantas podem fechar os estômatos para reduzir a perda de água por
transpiração. O fechamento dos estômatos é controlado por sinais químicos e hormonais que
indicam a falta de água.
Espessamento da cutícula: a cutícula é uma camada cerosa presente na superfície das folhas e
dos caules das plantas. Ela atua como barreira contra a perda de água. Em condições de
estresse hídrico, as plantas podem produzir uma cutícula mais espessa ou cerosa para reduzir
a evaporação da água.
Redução da área foliar: em resposta ao estresse hídrico, as plantas podem reduzir a área foliar
total, seja através da perda de folhas ou do encolhimento das folhas existentes. Isso reduz a
superfície exposta à transpiração e, consequentemente, a perda de água.
Acúmulo de solutos: algumas plantas têm a capacidade de acumular solutos, como açúcares e
aminoácidos, em suas células sob estresse hídrico. Esses solutos ajudam a manter o equilíbrio
osmótico dentro das células, reduzindo a perda de água por osmose.
Desenvolvimento de raízes mais profundas: em busca de água, as plantas podem desenvolver
raízes mais profundas para acessar camadas de solo que ainda retêm umidade. As raízes mais
profundas permitem que as plantas tenham acesso a água, mesmo em condições de superfície
seca.
Modificação do ciclo de crescimento: sob estresse hídrico, as plantas podem entrar em um
estado de dormência ou reduzir o ritmo de crescimento. A redução no crescimento diminui a
demanda por água e ajuda a conservar a umidade existente nas plantas.
Esses mecanismos ajudam as plantas a reduzir a perda de água e a lidar com condições de
estresse hídrico. No entanto, é importante ressaltar que diferentes espécies e variedades de plantas
apresentam diferentes capacidades de adaptação ao estresse hídrico. Além disso, a eficiência
desses mecanismos pode variar dependendo das condições ambientais e do nível de estresse
hídrico a que as plantas estão expostas.
3.4 COMPOSIÇÃO DE GASES NA ATMOSFERA
3.4.1 Concentração de oxigênio
A concentração de oxigênio pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de
desordens fisiológicas em produtos hortícolas. Vejamos algumas desordens que podem ser
influenciadas pela concentração de oxigênio:
Manchas escuras (scald): algumas frutas, como maçãs e peras, são propensas a desenvolvermanchas escuras, conhecidas como scald, quando armazenadas em atmosferas com baixa
concentração de oxigênio. Essa desordem é caracterizada por manchas escuras e enegrecidas
na superfície da fruta, que podem afetar a aparência e a qualidade do produto.
Fermentação anaeróbica: em condições de baixa concentração de oxigênio, as células vegetais
podem passar da respiração aeróbica para a fermentação anaeróbica. Isso resulta na produção
de compostos indesejáveis, como etanol e ácidos orgânicos, que podem causar alterações no
sabor, odor e textura dos produtos hortícolas.
Colapso interno: certas hortaliças de folhas verdes, como alface e espinafre, podem
desenvolver um distúrbio conhecido como "colapso interno" em condições de baixa
concentração de oxigênio. Isso ocorre devido à ruptura das células e tecidos vegetais,
resultando em áreas afundadas e murchas nas folhas.
Escurecimento de tecidos: alguns produtos hortícolas, como batatas e bananas, são
suscetíveis ao escurecimento de tecidos quando expostos a baixas concentrações de oxigênio.
Isso ocorre devido ao aumento da atividade de enzimas oxidativas, resultando em
escurecimento da cor e deterioração da qualidade do produto.
É importante destacar que a concentração de oxigênio ideal pode variar para diferentes produtos
hortícolas, pois cada um apresenta requisitos específicos. O controle adequado da atmosfera de
armazenamento e transporte dos produtos, por meio de técnicas como a modificação atmosférica
controlada (MAC) e a atmosfera modificada (AM), pode ajudar a evitar ou minimizar o impacto das
desordens fisiológicas relacionadas à concentração de oxigênio.
3.4.2 Concentração de dióxido de carbono
A concentração de dióxido de carbono (CO2) também pode influenciar o desenvolvimento de
desordens fisiológicas em produtos hortícolas. Vejamos algumas desordens que podem ser afetadas
pela concentração de CO2:
Queimadura de CO2: a queimadura de CO2 é uma desordem comum em produtos hortícolas,
especialmente em verduras de folhas verdes, como alface e espinafre. Ocorre quando as
plantas são expostas a altas concentrações de CO2 por um longo período. Os sintomas incluem
manchas necróticas (marrom escuro a preto) nas bordas das folhas, resultantes de danos nas
células vegetais.
Retardo no amadurecimento: o CO2, em concentrações elevadas, pode retardar o
amadurecimento de frutas e vegetais, reduzindo a produção de etileno, um hormônio que
promove o amadurecimento. Esse quadro pode resultar em produtos hortícolas com menor
qualidade sensorial e vida útil prolongada.
Sabor e aroma alterados: altas concentrações de CO2 podem afetar o sabor e o aroma de
certos produtos hortícolas. Pode haver diminuição na intensidade de sabores e aromas,
resultando em produtos com menor qualidade sensorial.
Crescimento prejudicado: em concentrações muito altas, o CO2 pode afetar o crescimento e o
desenvolvimento das plantas, resultando em menor produção de biomassa e tamanho reduzido
dos produtos hortícolas.
Respiração anaeróbica: em concentrações elevadas de CO2, as plantas podem passar da
respiração aeróbica para a respiração anaeróbica, resultando na produção de compostos
indesejáveis, como álcoois e ácidos orgânicos. Isso pode levar a alterações no sabor, odor e
textura dos produtos hortícolas.
É importante ressaltar que a tolerância ao CO2 varia entre diferentes produtos hortícolas. Alguns
são mais sensíveis a altas concentrações de CO2, enquanto outros podem tolerar níveis mais
elevados por períodos curtos. O controle adequado da concentração de CO2 durante o
armazenamento, o transporte e a comercialização dos produtos hortícolas são essenciais para evitar
ou minimizar o impacto de desordens fisiológicas relacionadas à concentração de CO2.
3.4.3 Etileno
A concentração de etileno é um fator importante que pode afetar o desenvolvimento de
desordens fisiológicas em produtos hortícolas. O etileno é um hormônio vegetal gasoso que
desempenha um papel crucial no amadurecimento e na senescência de frutas e vegetais. No entanto,
altas concentrações de etileno podem levar ao surgimento de várias desordens. Vejamos algumas
delas:
Amadurecimento acelerado: altas concentrações de etileno podem acelerar o processo de
amadurecimento em muitos produtos hortícolas, como bananas, tomates e maçãs. Isso pode
resultar em frutas que amadurecem mais rapidamente do que o desejado, acarretando vida útil
reduzida e perda de qualidade.
Senescência precoce: o etileno pode acelerar o processo de senescência em produtos
hortícolas, levando a envelhecimento e deterioração mais rápidos. Isso pode resultar em perda
de firmeza, textura murcha e aparência desagradável dos produtos.
Desordens de coloração: altas concentrações de etileno podem causar desordens na coloração
de frutas e vegetais. Por exemplo, em bananas, o etileno em excesso pode levar ao surgimento
de manchas escuras ou descoloração da casca.
Sabor e aroma alterados: o etileno em excesso pode afetar o sabor e o aroma dos produtos
hortícolas. Pode resultar em sabores e aromas indesejáveis, como adstringência, amargor ou
odor forte.
É importante controlar a exposição dos produtos hortícolas ao etileno, para evitar ou minimizar
essas desordens fisiológicas. Isso pode ser feito com armazenamento adequado, separando
produtos que produzem etileno (como bananas) daqueles que são sensíveis a ele (como alface),
evitando assim a exposição a fontes externas de etileno, como gases de escape de veículos e
produtos de combustão. O uso de absorvedores de etileno também pode ser uma estratégia eficaz
para reduzir a concentração de etileno no ambiente de armazenamento.
TEMA 4 – DESORDENS PATOLÓGICAS
Desordens patológicas são alterações que ocorrem em produtos hortícolas, por conta da
infecção por agentes patogênicos, como fungos, bactérias, vírus e nematoides. Essas desordens
podem ocorrer durante o cultivo, a colheita, o armazenamento ou o transporte dos produtos,
resultando em perdas significativas de qualidade e valor comercial.
4.1 PRINCIPAIS SINTOMAS
As desordens patológicas podem se manifestar de diferentes formas, dependendo do agente
patogênico envolvido. Algumas das desordens patológicas mais comuns em produtos hortícolas
incluem:
Podridões: causadas principalmente por fungos, resultam na deterioração dos tecidos, levando
à formação de manchas, textura mole, odor desagradável e perda de firmeza. Exemplos
comuns incluem a podridão parda em maçãs, a podridão mole em tomates e a podridão
cinzenta em uvas.
Manchas foliares e frutíferas: causadas por diferentes patógenos, como bactérias e fungos,
resultam na formação de manchas escuras ou descoloridas em folhas, caules e frutos. Essas
manchas podem afetar a aparência e a qualidade dos produtos hortícolas, reduzindo a sua vida
útil.
Murcha vascular: causada principalmente por fungos e nematoides que infectam os vasos
condutores das plantas. Resulta em bloqueio do fluxo de água e nutrientes, levando à murcha e
ao declínio das plantas. Exemplos incluem a murcha de Fusarium em tomates e a murcha de
Verticillium em batatas.
Enrugamento e deformação de frutos: podem ser causados por vírus, resultando em
deformações, enrugamentos e diminuição do tamanho dos frutos. Essas desordens podem
comprometer a qualidade e o valor comercial dos produtos.
O controle das desordens patológicas em produtos hortícolas envolve a implementação de
práticas de manejo integrado de doenças, como a utilização de sementes e mudas certificadas, a
rotação de culturas, o manejo adequado da irrigação, além de controle de insetos vetores, aplicação
de fungicidas e bactericidas e remoção e destruição de plantas doentes.
É importante ressaltar a importância da adoção de boas práticas agrícolas e de medidas
preventivas para minimizar o impacto das desordens patológicas em produtos hortícolas, garantindo
assim a produção de alimentos seguros e de alta qualidade.
4.1.1 Desordens patológicas
Cancro cítrico: doença bacteriana que causa lesõesnecróticas na casca dos frutos cítricos.
Embora seja uma doença causada principalmente por bactérias, fatores nutricionais e
climáticos podem influenciar a suscetibilidade das plantas ao cancro cítrico.
Manchas de greening: o greening dos citros é uma doença causada por uma bactéria
transmitida por insetos, mas a nutrição inadequada pode aumentar a suscetibilidade das
plantas ao greening. Os frutos afetados exibem manchas amareladas e deformações, além de
sabor amargo.
Antracnose: doença fúngica comum em mangas, maçãs, citros, fruta de caroço e muitas outras,
que pode ser agravada por condições climáticas úmidas. Causa manchas escuras e afundadas
na casca dos frutos, podendo se espalhar para a polpa. A deficiência de cálcio e o excesso de
umidade podem aumentar a suscetibilidade da manga à antracnose.
Murcha bacteriana: doença causada por bactérias. A mais comum é a do gênero Ralstonia, que
pode afetar, por exemplo, os tomateiros. Condições climáticas favoráveis, como alta umidade e
temperaturas quentes, podem contribuir para a disseminação da doença.
4.2 MECANISMOS DE RESPOSTAS
O estresse causado pelo ataque de patógenos é uma resposta complexa desencadeada pelas
plantas quando são infectadas por agentes patogênicos, como bactérias, fungos, vírus ou
nematoides. Durante o ataque, os patógenos liberam substâncias chamadas elicitores, que são
reconhecidas pelas plantas como sinais de perigo, desencadeando uma resposta de defesa. Aqui
está um resumo do estresse causado pelo ataque de patógenos e dos elicitores das respostas de
defesa:
Reconhecimento do patógeno: as plantas apresentam sistemas de reconhecimento que
detectam a presença de patógenos. Isso ocorre por meio de receptores de superfície ou
receptores intracelulares que reconhecem padrões moleculares associados a patógenos
(PAMPs) ou efetores secretados pelos patógenos. Essa detecção desencadeia uma cascata de
sinalização que inicia a resposta de defesa.
Resposta de defesa precoce: a planta ativa mecanismos de defesa precoce para impedir a
invasão e a propagação dos patógenos. Isso inclui a produção de compostos antimicrobianos,
como fitoalexinas, que apresentam propriedades antimicrobianas e ajudam a limitar a
disseminação do patógeno.
Resposta de defesa tardia: à medida que o patógeno avança e tenta colonizar as células
vegetais, a planta responde com uma resposta de defesa mais intensa. Isso envolve a ativação
de genes de defesa específicos, além da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e da
ativação de células de defesa, como células parenquimatosas, células do sistema vascular e
células do parênquima lacunoso.
Ativação do sistema de resistência adquirida: em alguns casos, as plantas podem desenvolver
resistência adquirida. A exposição prévia a patógenos ou elicitores induz uma resposta de
defesa mais rápida e eficiente em ataques subsequentes. Isso envolve ativação de genes de
resistência e síntese de fitoalexinas, reforçando o sistema de sinalização de defesa.
Elicitores de respostas de defesa: os elicitores são substâncias, liberadas pelos patógenos, que
estimulam a resposta de defesa das plantas. Abarcam componentes do patógeno, como
PAMPs (Padrões Moleculares Associados a Patógenos), e efetores, bem como substâncias
liberadas durante a interação planta-patógeno, como polissacarídeos microbianos ou produtos
do metabolismo do patógeno. Os elicitores ativam receptores de plantas e desencadeiam a
cascata de sinalização que resulta na resposta de defesa.
O estresse causado pelo ataque de patógenos e os elicitores das respostas de defesa
desempenham um papel crucial na proteção das plantas contra infecções. Compreender esses
mecanismos é essencial para o desenvolvimento de estratégias de controle de doenças e o
melhoramento genético de plantas resistentes a patógenos.
4.3 TIPOS DE RESPOSTAS
As plantas têm a capacidade de responder ao estresse causado pelo ataque de patógenos de
diferentes maneiras. Essas respostas podem variar dependendo do tipo de patógeno, da interação
específica planta-patógeno e das características genéticas da planta. Vejamos alguns dos tipos mais
comuns de respostas do vegetal ao estresse causado por ataques de patógenos:
Resposta de defesa precoce: após o reconhecimento do patógeno, as plantas ativam uma
resposta de defesa precoce. Isso inclui a produção de compostos antimicrobianos, como
fitoalexinas, que são substâncias tóxicas aos patógenos. Além disso, as plantas podem
fortalecer a parede celular, produzir enzimas de degradação de patógenos e induzir a morte
celular programada (apoptose), com a finalidade de limitar a disseminação do patógeno.
Produção de espécies reativas de oxigênio (ROS): as plantas podem gerar espécies reativas de
oxigênio, como o peróxido de hidrogênio (H2O2), como parte da resposta de defesa. As ROS
desempenham um papel importante na sinalização e no combate aos patógenos. No entanto,
um acúmulo excessivo de ROS pode causar danos às células vegetais.
Ativação de genes de resistência: as plantas apresentam genes de resistência que são ativados
em resposta ao ataque de patógenos. Esses genes codificam proteínas de resistência que
desempenham um papel na detecção e na resposta aos patógenos. A ativação desses genes
de resistência resulta na produção de proteínas envolvidas na defesa contra patógenos, como
proteínas de ligação a patógenos, proteínas de sinalização e proteínas de degradação de
patógenos.
Síntese de fitoalexinas: as fitoalexinas são compostos antimicrobianos produzidos pelas
plantas em resposta ao ataque de patógenos. Essas substâncias podem ser produzidas em
locais específicos de infecção. Elas apresentam propriedades tóxicas para os patógenos,
ajudando a limitar a sua disseminação.
Reações de hipersensibilidade: em certos casos, as plantas podem exibir uma resposta de
hipersensibilidade, que envolve a morte programada de células nas áreas afetadas pelo
patógeno. Essa resposta visa limitar a disseminação do patógeno, isolando-o em um local
específico e evitando a propagação da infecção.
Essas são apenas algumas das respostas comuns das plantas ao estresse causado pelo ataque
de patógenos. As respostas variam de acordo com o tipo de patógeno, a planta hospedeira e a
interação específica entre a planta e o patógeno. O estudo dessas respostas é essencial para
entender os mecanismos de defesa das plantas e desenvolver estratégias mais eficazes para o
controle de doenças.
TEMA 5 – CONTROLE DAS DESORDENS FISIOLÓGICAS E
PATOLÓGICAS
5.1 CONTROLE DAS DESORDENS FISIOLÓGICAS
Para evitar desordens fisiológicas em produtos hortícolas, é importante adotar práticas
adequadas de manejo e armazenamento. Vejamos algumas medidas que podem ajudar a prevenir
essas desordens:
Condições de crescimento ideais: fornecer aos cultivos condições ideais de crescimento, como
solo bem drenado, nutrição balanceada e manejo adequado de irrigação. Isso promove o
desenvolvimento saudável das plantas e reduz a ocorrência de desordens fisiológicas.
Manejo do clima: monitorar e controlar as condições climáticas, como temperatura, umidade e
luminosidade, para evitar extremos que possam causar estresse nas plantas. O uso de técnicas
de proteção, como estufas ou sistemas de irrigação por nebulização, pode ajudar a manter as
condições ambientais adequadas.
Nutrição equilibrada: é essencial fornecer os nutrientes necessários às plantas por meio de
adubação adequada e balanceada. Isso inclui o fornecimento de macro e micronutrientes
essenciais, garantindo que as plantas tenham acesso a todos os elementos necessários para
um crescimento saudável.
Colheita e manuseio adequados: realizar a colheita no estágio de maturação adequado e
manusear os produtos com cuidado para evitar danos físicos. Ferimentos ou impactos podem
levar ao desenvolvimento de desordens fisiológicas.
Armazenamento e transporte adequados: armazenar e transportar os produtos hortícolas em
condições corretas, controlando a temperatura,umidade e ventilação. Isso ajudará a preservar
a qualidade e reduzirá o risco de ocorrência de desordens fisiológicas durante o
armazenamento e a distribuição.
É importante ressaltar que cada cultivo tem as suas particularidades, sendo fundamental
conhecer as necessidades específicas de cada espécie para implementar medidas adequadas de
prevenção. O monitoramento regular das plantas e a observação de sintomas iniciais de desordens
fisiológicas também são práticas essenciais para intervir rapidamente e adotar medidas corretivas,
quando necessário.
5.2 CONTROLE DAS DESORDENS PATOLÓGICAS
A prevenção de desordens patológicas na pós-colheita de produtos hortícolas é essencial para
garantir a sua qualidade e prolongar a sua vida útil. Vejamos algumas medidas que podem ser
adotadas para evitar desordens patológicas nessa fase:
Manipulação adequada: durante a manipulação pós-colheita, é importante evitar danos físicos
aos produtos, pois ferimentos e lesões podem fornecer pontos de entrada para patógenos. É
importante treinar a equipe de manipulação para manusear os produtos com cuidado,
utilizando técnicas adequadas, como o uso de equipamentos apropriados, evitando a queda ou
o atrito excessivo.
Limpeza e desinfecção: manter uma área de processamento limpa e desinfetada é crucial para
evitar a contaminação por patógenos. Isso inclui limpar regularmente superfícies de trabalho,
equipamentos e utensílios, bem como desinfetar adequadamente as áreas de processamento.
Armazenamento adequado: o armazenamento adequado dos produtos hortícolas é essencial
para evitar o desenvolvimento de doenças. As condições de armazenamento, como
temperatura, umidade e ventilação, devem ser controladas de acordo com as necessidades
específicas de cada produto. Manter uma atmosfera controlada e monitorar regularmente as
condições de armazenamento pode ajudar a prevenir o crescimento de patógenos.
Classificação e seleção: realizar uma classificação rigorosa dos produtos hortícolas antes do
armazenamento pode ajudar a identificar e remover os produtos danificados, infectados ou em
estágio avançado de maturação. Isso ajuda a evitar a propagação de doenças para outros
produtos durante o armazenamento.
Tratamentos pós-colheita: alguns produtos hortícolas podem se beneficiar de tratamentos pós-
colheita, como a aplicação de ceras ou produtos antimicrobianos, que ajudam a retardar o
desenvolvimento de doenças. Esses tratamentos devem ser realizados de acordo com as
recomendações específicas para cada produto e patógeno.
É importante lembrar que a prevenção de desordens patológicas na pós-colheita é um esforço
contínuo, de modo que requer monitoramento constante, práticas de higiene adequadas, além da
adoção de medidas de controle específicas para cada tipo de produto. O envolvimento de
profissionais especializados em pós-colheita e a atualização constante das boas práticas de manejo
são fundamentais para minimizar os riscos de desordens patológicas e garantir a qualidade dos
produtos hortícolas após a colheita.
FINALIZANDO
Recapitulando, as desordens fisiológicas e patológicas em produtos hortícolas representam um
desafio significativo na cadeia de produção de alimentos. Essas alterações podem comprometer a
qualidade, a vida útil e o valor comercial dos produtos, resultando em perdas econômicas
consideráveis para os produtores e afetando a segurança alimentar. Para minimizar os efeitos
dessas desordens, é essencial adotar uma abordagem integrada, com estratégias preventivas e de
controle, desde o cultivo até o armazenamento e o transporte dos produtos.
A implementação de boas práticas agrícolas, como o uso de sementes de qualidade, a rotação
de culturas e o manejo adequado da irrigação e fertilização, é fundamental na prevenção de
desordens fisiológicas e patológicas. A seleção de variedades resistentes a doenças e estresses
ambientais também desempenha um papel importante na redução da suscetibilidade das plantas a
essas desordens.
No entanto, mesmo com medidas preventivas, podem ocorrer desordens fisiológicas e
patológicas. Nesses casos, estratégias de controle no pré e pós-colheita são essenciais. O uso
adequado de fungicidas e bactericidas, a aplicação de tratamentos pós-colheita, como lavagem,
sanitização e aplicação de revestimentos comestíveis, podem retardar o desenvolvimento dessas
desordens e prolongar a vida útil dos produtos hortícolas.
Além disso, a consideração de condições adequadas de armazenamento e transporte é crucial
para minimizar os efeitos das desordens fisiológicas e patológicas. A refrigeração adequada, a
manutenção de atmosferas controladas e a manipulação cuidadosa dos produtos durante o
transporte podem reduzir o estresse e prevenir o surgimento de desordens.
Portanto, o controle das desordens fisiológicas e patológicas em produtos hortícolas requer uma
abordagem holística, com medidas preventivas, estratégias de controle e condições adequadas de
armazenamento e transporte. A adoção dessas práticas contribui para a produção de alimentos de
qualidade, seguros e com maior valor comercial, beneficiando tanto os produtores quanto os
consumidores. É fundamental investir em pesquisas e inovações nessa área, a fim de aprimorar as
estratégias de manejo e garantir uma produção sustentável de produtos hortícolas no futuro.

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