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Bloco APS I - Resumo

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Bloco APS
Letícia Fernandes
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Sistema de Saúde Suplementar 
A saúde começa a ser pensada de forma sistemática com a organização de grupos de 
trabalhadores assalariados nos EUA, visando proteção mutua contra o risco de adoecimento dentro 
do processo de industrialização (século XIX). Parte dos salários era recolhida e caso houvesse 
necessidade os trabalhadores eram atendidos por um medico contratado. Essa era uma forma de 
“pré-pagamento”. Com a depressão de 30, a falta de capacidade de pagamento dos desempregados 
os detentores do capital montaram estratégias para FIDELIZAR os clientes e a procuraram subsidio 
estatal para as despesas. 
No Brasil, esse processo se deu no começo do século XX. Era recolhida uma parte do salário 
para as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) que atendiam despesas das viúvas e o funeral 
do trabalhador falecido. Haviam CAP de diversos grupos profissionais que posteriormente se tornara 
Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP), focando na aposentadoria e saúde era assistida se 
sobrasse verba. 
CAP ––– IAP 
Diferenças entre CAP e IAP 
• CAP: categorias profissionais de maior prestigio, que ganhavam melhor, gozavam de melhor 
condições de atendimento. Dentro de alguns IAP haviam esquemas privativos de atendimento 
para grupos de trabalhadores privilegiados 
• A assistência Patronal (atual GEAP) e a Caixa de Assistência dos Funcionários d Banco do Brasil 
(CASSI) são exemplos de esquema assistencial pré-pago, surgidos em 1940, e hoje 
denominados AUTOGESTAÇAO. 
Expansão do Capitalismo Industrial Brasileiro 
 1950: crescimento de mercado dos produtos e serviços. A indústria farmacêutica e de 
equipamentos médico-hospitalares galgou um novo contingente de consumo direto e indireto. 
Surgem empresas voltadas a assistência médica de trabalhadores fora dos institutos oficiais. Os donos 
eram médicos do trabalho que já atuavam nos IAP e passaram a organizar empresas de Medicina de 
Grupo. Essas empresas não tinham capital para cobrir serviços hospitalares, mas em 1964 o governo 
cria uma política de expansão de rede de assistência dando incentivo aos prestadores de serviços 
privados. 
 Ameaça a equidade: o pré-pagamento no Brasil se deu no seio da expansão econômica da 
base industrial. Nos EUA, esse pré-pagamento foi uma medida de superação da crise econômica 
porque usou esse capital ser gasto em uma assistência hospitalar já existente. No Brasil, foi vetor para 
uma construção incipiente segmentando a demanda segundo capacidade de pagamento. 
 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Mudança no trabalho médico 
 Relacional: houve uma alteração da tradicional dinâmica de atividade liberala utonoma, 
prestada por profissionais individuais, para um modelo onde as empresas de medicina de grupo 
ocupavam o espaço de intermediários entre o paciente (cliente) e o médico (prestador de serviços). 
 A medicina de grupo potencializa em 1967 o surgimento da primeira COOPERATIVA de 
trabalho médico (gera trabalho que não produz mercadoria) do mundo: UNIMED Santos e a base dos 
seus clientes também eram trabalhadores 
Crise econômica brasileira e crescimento dos planos de saúde 
 A crise do fornecimento de petróleo de 1970 e a flexibilização na regulação do trânsito de 
capitais financeiros mediados por novas tecnologias de informação permitiu continuo crescimento do 
setor saúde. Em 1980, a hiperinflação e o desemprego, motivou os sindicatos a mediarem 
contratações coletivas de planos de saúde estimulando o crescimento dessas empresas em níveis 
superiores ao do conjunto da economia. 
 O capital financeiro vinculado às seguradoras avançou e consolidou os SEGURO-SAÚDE a 
partir dos anos 80. 
 Antes haviam impeditivos legais do Decreto de Lei de 73 de 1966 que dizia: os seguros devem 
garantir livre escolha do médico e do hospital por pagamento em dinheiro o que encareceria o preço 
dos seguros. Em 1989, os seguros passaram a ser regulados pela Superintendencia de Seguros 
Privados do Ministério da Fazenda, ofertando planos similares aos de Medicina de Grupo e 
Cooperativas 
Seguros de Saúde 
 Não podem ter seus próprios ambulatórios e/ou hospitais e são obrigadas a reembolsas os 
segurados pelos sinistros decorrentes do adoecimento, porem tais valores chegam a ser irrisórios 
quando comparados aos valores efetivamente pagos aos prestadores. 
Modalidades 
Há 4 grupos na saúde suplementar: 
• Auto-gestão -> CASSI 
• Seguro-saúde -> UNIMED 
• Medicina de grupo -> AMIL 
• Cooperativas -> UNIMED 
São modalidades empresariais do mercado de planos que vinculam por meio do pagamento de 
serviços realizados: médico, hospitais, unidades de diagnostico e terapia. 
Importante lembrar que a AUTOGESTÃO é um segmento não comercial, visto que são planos de 
cooperações (Banco do Brasil, Petrobras, etc). 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Pela Lei, todos devem ofertar o mesmo ROL de serviços, mas a diferença está na presença ou não 
de prestadores de “prestígio”. 
Segundo a Associaçao de Medicina de Grupo e a Federaçao das Cooperativas Médicas (UNIMEDs) 
em 1989 o numero de clientes era de 15 milhões de beneficiários (a população brasileira era de 148 
milhões de pessoas, ou seja, cerca de 10% da população brasileira tinha recurso para contratar esses 
serviços o que demonstra uma grande desigualdade social) 
O SUS foi institucionalizado no início de 1990 não deteve da dinâmica do comercio de planos e 
seguros de saúde no Brasil, pelo contrário, o peso político e financeiro dessas empresas cresceu por 
influência de organizações controladas a partir das economias centrais, pela ideia de mescla 
público/privado, assim o Banco Mundial, o FMI e a OCDE contribuíram para o trânsito de livre capital 
financeiro e abertura de mercado de prestação de serviços em um pais periférico e desigual como o 
Brasil. 
Em 1990, no Brasil se expandia o comercio de modalidades de pré-pagamento por serviços de 
assistência à saúde, mas concomitantemente surgia na imprensa denúncias de negação de 
atendimentos de alto risco, idosos, pessoas HIV positivo, levando entidades de consumidores e 
profissionais de saúde a reivindicarem a regulamentação do setor. 
Ao mesmo tempo “operadores de mercado” discutiam os marcos regulatórios setoriais que 
garantissem a segurança do capital investido nas áreas abertas a privatização de empresas públicas 
propostas e financiadas pelo governo. 
Lei 9.656 
• Regulamenta as empresas de planos e seguros de saúde 
• Amplia a intervenção governamental (antes restrita aos subsídios financeiros) para o âmbito 
da normalização das garantidas assistenciais 
• A partir da Lei as empresas de planos e seguros de saúde são obrigados a observar a 
abrangência dos procedimentos que constam nos contratos e as regras de elegibilidade, 
prazos de carência e ressarcir atendimentos de clientes de planos e seguros de saúde 
assistidos na rede SUS 
• Punição para a negação de coberturas a portadores de doenças e lesões preexistentes e vedam 
limites para a utilização de determinados serviços ou procedimentos assistenciais na 
perspectiva de um Estado regulador, mas não necessariamente provedor. 
ANVISA e ANS 
 Agencias com autonomia administrativa que exercem função regulatória com eficiência 
normativa e independência política sob formato de autarquias. 
 Competências da ANS: 
• Detalhamento de cobertura obrigatória (rol de procedimetnos que devem ser oferecidos) 
• Elegibilidade e carências relacionados a doenças pré-existentes 
• Configuração empresarial de mercado (autorizar novas empresas) 
• Dimensões da rede de serviços 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• Acompanhamento e ajuste dos preços 
• Contratos e punições 
• Fiscalização da qualidade 
Inicia sua atuação em 200 com um viés de controle focado no nível de capitalização e no regime 
de entrada e saída das empresas no mercado de operadoras de plano e seguros de saúde,resultando 
em um processo pouco efetivo de regulação da assistência à saúde dos clientes dos planos. A ênfase 
no monitoramento econômico-financeiro furada relação com as peculiaridades do processo de 
estruturação da própria ANS. 
A ANS encontrou um setor estruturado, em crescimento e com fortes ligações com o mercado 
financeiro. 
A esfera da ANS é dentro do Ministério da Saúde (1973), mas com precária interlocução com o 
SUS quase restrita ao ressarcimento de despesas geradas por clientes de planos e seguros de saúde 
por hospitais da rede pública. 
Conta com instrumentos legais e administrativos para promover a defesa do interesse público na 
assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações 
com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento de ações de saúde no país. 
O marco regulatório da ANS trouxe segurança aos clientes e legitimidade as empresas que passam 
a ser reconhecidas como de caráter suplementar ao SUS, agregando qualificação positiva ao 
patrimônio de empresas que operam segundo uma logica diversa a integralidade do SUS. 
As diversas modalidades, com todas as suas diferentes trajetórias, são chamadas de OPERADORAS 
DE PLANO DE SAÚDE. 
No Brasil, a participação do orçamento publico no total de gastos em saúde permanece 
EQUIVALENTE, em termos proporcionais, à dos EUA, pais desprovido de sistema público de saúde de 
acesso universal e que, diante de um período de retração na atividade econômica, expande a 
participação do Estado em políticas compensatórias conjunturais de assistência em ambiente de 
renovada crise de custo/efetividade no setor saúde. 
A falta de iniciativa de investimento oportuno para a solução da crise atual de SUB 
FINANCIAMENTO do SUS, abre caminho para a previsível crise futura de custo/efetividade 
relacionado com a expansão da oferta de planos e seguros de saúde para novos grupos populacionais 
de cidadãos/consumidores incorporados ao processo econômico. 
Crescimento dos planos, aumento da crise 
 Com a ascensão dos brasileiros a classes superiores de renda, a demanda por planos privados 
aumentos. Porém, as reclamações sobre dificuldades para atendimentos, antes praticamente restritas 
ao SUS, se estenderam às empresas de planos e seguros. 
 O preço dos planos, a abrangência das coberturas e o subfinanciamento do SUS geram 
tensões permanentes para usuários, profissionais de saúde, gestores públicos e empresários. O Brasil 
segue necessitando de regulação do governo sobre o mercado de planos de saúde e seguros e melhor 
compreensão do SUS para pensar em um sistema de saúde universal ou segmentado. 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
 Ter dimensões privadas em um sistema que se pretende público e universal gera uma tensão 
em razão de serviços que são contratados apenas pelas instituições públicas, por empresas de planos 
e seguros de saúde, ou ainda que mantem vínculos com financiadores públicos e privados. 
Assistência Médica Suplementar 
 5,9% dos usuários de planos são servidores públicos estaduais e municipais. 
 Planos e seguros são estratificados segundo o status social/ocupacional dos empregados nas 
empresas e diferenciam-se pela abrangência das redes assistenciais, qualidade e prestigio dos 
prestadores de serviços e valor de remuneração desses prestadores. 
 “Todo brasileiro utiliza o SUS” – absolutamente verdadeira. Utilizamos também a ANVISA 
 
 
Dinâmica de transmissão e distribuição de 
doenças e Vigilância em Saúde com ênfase em 
Vigilância Epidemiológica 
Introdução 
A Vigilância em Saúde é um conjunto de ações que visa a prevenção, controle e eliminação de 
doenças transmissíveis e não transmissíveis. O objetivo principal em saúde é proteger a saúde da 
população, promovendo ações de prevenção e controle de doenças e agravos; 
 Há quatros tipos: 
• Ambiental 
• Saúde do trabalhador 
• Sanitária 
• Epidemiológica 
Vigilância em Saúde Ambiental 
 É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e detecção de qualquer mudança 
nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com 
a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais 
relacionados as doenças ou outros agravos à saúde. 
 
 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Vigilância em Saúde do Trabalhador 
 Consiste num conjunto de ações que visam promoção da saúde, prevenção da 
morbimortalidade e redução de risco e vulnerabilidade na população trabalhadora e, que devem ser 
realizadas de forma continua e sistemática, visando a detecção, conhecimento, pesquisa e analise dos 
fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes 
de trabalho. 
Vigilância Sanitária 
 Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos 
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da promoção e circulação de bens e da 
prestação de serviços de interesse da saúde. Ex: medicamentos, alimentos. 
Vigilância Epidemiológica 
 Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de 
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com 
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. Ex: 
pandemia do COVID-19. 
 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
A Vigilância Epidemiológica pode ser realizada de forma ativa ou passiva. Na vigilância 
ativa, os profissionais de saúde buscam ativamente identificar casos de doenças e notificar as 
autoridades de saúde. Ex: investigar todos os contatos do paciente com TB. 
Já na vigilância passiva, os profissionais de saúde notificam os casos que surgem 
naturalmente em sua pratica clínica. Ex: Eu e a Larissinha notificando o caso de Dengue. 
Doenças de Notificação Compulsória 
 É a comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais 
de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, e população em 
geral, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde 
pública, descritos nas portarias e resoluções especificas, podendo ser imediata ou semanal, de 
acordo com o agravo. Realizado pelo SINAN -> Essencial para o trabalho da Vigilância Epidemiológica 
para obter os dados. 
 NOTIFICAÇÃO: a notificação dos agravos é a principal fonte alimentadora do SINAN (Sistema 
de Informação de Agravos de Notificação), que tem o objetivo de fornecer informações para analise 
de perfil de morbidade e contribuir para a tomada de decisões. 
Notificação de casos e sistemas de informação em saúde: 
• A notificação de casos é uma das principais ações da vigilância epidemiológica 
• Os profissionais de saúde devem notificar as autoridades sobre casos suspeitos ou 
confirmados de doenças de notificação compulsória, conforme determinado pela legislação 
sanitária 
• Para isso, existem sistemas de informação em saúde que permitem a coleta, analise e 
compartilhamento de dados sobre a ocorrência de doenças 
• Podendo ser imediata (24 horas – dependendo da gravidade ou transmissão) ou semanal 
Critérios de seleção para doenças de notificação: 
• Magnitude: avalia a quantidade de pessoas acometidas 
• Potencial de disseminação: avalia a capacidade de disseminação da doença 
• Transcendência: avalia a gravidade, relevância social e econômica de doença 
• Vulnerabilidade: avalia a capacidade de prevenção e controle 
• Compromissos internacionais: avalia o cumprimento de metas continentais ou até mundiais 
• Regulamento sanitário internacional: acordos previstos pelos governos 
• Epidemias, surtos ou agravos inusitados 
Doenças que NÃO precisam de Notificação Compulsória: pneumonia, doença de chagas crônica, 
malformações congênitas e neoplasias. 
Mnemônico para lembrar das Doenças de Notificação (BESTEIRA):• B (bichos loucos): peste, raiva, peçonhentos, toxoplasmose 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• E (endêmicas no Brasil): Chagas aguda, Hanseníase, Leishmaniose, Acidentes e doenças de 
trabalho, óbito materno, violência 
• S (síndrome febril): dengue, chicungunha, Zika, Malária, Leptospirose, Febre tifoide, Maculosa, 
Hemorrágica. 
• T (terrorismo): Antraz, Botulismo 
• E (exógenas): agrotóxicas, metais pesados, gases tóxicos 
• I (internacionais): VIPS (varíola, influenza, pólio, Sars, Febre amarela) 
• R (risco à saúde pública) 
• A (anticorpos): TB, hepatite, tétano, rotavírus, coqueluche, sarampo. Exceto: caxumba 
• S (começam com SI): sífilis, SIDA, Sd do corrimento uretral masculino 
 
Cadeia de transmissão e medidas de controle 
 A cadeia de transmissão é o processo que leva a transmissão de uma doença de uma pessoa 
para outra. Para interromper a cadeia de transmissão, é necessário identificar os diferentes estágios e 
implementar medidas de controle adequadas em cada um deles. 
 Essas medidas podem incluir isolamento de pacientes, tratamento de pessoas infectadas, 
vacinação, medidas de higiene e saneamento básico. 
Surtos e Epidemias 
 São ocorrências de doenças que afetam um grande numero de pessoas em um determinado 
período e região. A vigilância epidemiológica e fundamental para a detecção precoce e controle 
dessas situações, permitindo a adoção de medidas de contenção e prevenção. 
 
 
Transição Epidemiológica, Demográfica e 
Nutricional 
Introdução 
• Epidemiológica: frequência de doenças e mortalidade. Ex: dengue é mais comum no Brasil 
• Demográfica: perfil da população – idade, fecundidade, natalidade, etc 
• Nutricional: hábitos de consumo dietético e de atividade física. Ex: Nestle há anos atras 
incentivou o uso de formulas ao invés de estimular a amamentação, e isso reflete nos hábitos 
nutricionais da população. Periodo pós revolução industrial começou a ter alimentos 
conservados para durarem mais, mas isso leva a danos 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Para compreender o processo de mudança pelo qual passou o perfil de morbimortalidade 
(estrutura capaz de mudar o ritmo de crescimento populacional, afetando a composição etária e levar 
a um aumento da população idosa, favorecendo o surgimento de DCNT) da população brasileira no 
último século (fruto das transformações sociais e econômicas com impacto no perfil de adoecimento 
da população) e estarmos preparados para o constante processo de modificação que sempre 
acompanha a população de maneira variável. 
Processo de transição demográfica 
 Se inicia com a queda nas taxas de fecundidade e natalidade e assim o progressivo aumento 
na proporção de idosos (consequente a diminuição das taxas de mortalidade), favorecendo o 
aumento de DCNT. 
 Tomou folego com a Revolução Industrial que contou com desdobramentos educacionais, 
científicos e tecnológicos, produzindo dois efeitos sobre a população: 
• Reduziu as taxas de mortalidade, em geral, e a mortalidade infantil aumentando a esperança 
de vida da população 
• Redução das taxas de fecundidade também caem, provocando a diminuição do tamanho das 
famílias. 
Fenômeno típico do século XX com ganho inequívoco do aumento da expectativa de vida média 
da população mundial que dobrou, havendo redução pela metade das taxas de fecundidade, 
inicialmente ocorre queda de mortalidade, produzindo ganho de vidas humanas em todas as idades, 
podendo ou não alterar a estrutura etária da população. O fator decisivo para que a população 
envelheça e a queda da fecundidade que diminui o contingente populacional nas faixas etárias mais 
idosas. 
Fases da transição demográfica: 
• 1ª fase pré-industrial ou primitiva: equilíbrio entre as taxas de mortalidade e natalidade 
(ambas elevadas) 
• 2ª fase intermediaria 1: taxas de natalidades permanecem altas, enquanto decrescem as taxas 
de mortalidade (há crescimento populacional – explosão populacional) 
• 3ª fase intermediaria 2: a natalidade diminui em ritmo mais acelerado que a mortalidade 
(envelhecimento populacional) 
• 4ª fase moderna ou pós-transição: tendencia a estabilidade populacional, ou seja, os valores 
de fecundidade aproximam-se dos níveis de reposição (aumento a esperança de vida) 
• 5ª fase: mortalidade superará a natalidade (alto custo de criar filhos) o que pode levar a 
crescimento negativo (mais idosos que jovens e dificuldade de suprir a demanda dos idosos). 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
 
 
• 1ª fase: acelerado crescimento demográfico em função do declínio da mortalidade e da 
manutenção da fecundidade em um patamar alto até a 2ª metade da década de 1960 
• 2ª fase: a fecundidade começa a declinar e o ritmo de crescimento da população inicia a 
desaceleração 
Atualmente, no Brasil, a taxa de fecundidade está em queda. Uma das importantes justificativas 
para tal é a mudança do perfil do publico feminino perante a sociedade, passando do papel 
predominante de mãe/esposa ao de parte da classe trabalhadora. 
Processo de transição nutricional 
 Houve diminuição expressiva da desnutrição e aumento de pessoas com excesso de peso 
(sobrepeso e obesidade). 
 Os determinantes são o estilo de vida sedentário e o consumo de dietas inadequadas. A 
obesidade não é mais um problema de países desenvolvidos, passando a afetar cada vez mais os 
grupos populacionais menos favorecidos. 
 A “nova” população afetada pela obesidade passa a demandar intervenções e apoio 
governamental para a implementação de ações claras para a promoção de saúde física, controle de 
peso e ingestão de alimentos saudáveis. 
Processo epidemiológico 
 Dialoga com o perfil de mortalidade (número de mortos) e morbidade (convivência com a 
doença) por adoecimento (doenças e condições em saúde). O aumento dos traumas decorrentes das 
causas externas – violências, acidentes e envenenamentos – são também fatores responsáveis pelo 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
cenário de mudanças na Epidemiologia Médica no Brasil. Ex: paciente que sofreu AVC precisará de 
prevenção terciaria ou Jovens que são imprudentes. 
• 1ª estagio: pragas e fomes, com pessoas moreendo de doenças infecto-contagiosas 
• 2ª estagio: pessoas morrem menos de pandemias, de fome/desnutrição e menos de doenças 
infecto-contagiosas (o avanço social, acesso a comida e higiene melhora a mortalidade) 
• 3ª estagio: mais mortes por DCNT provocadas pelo homem 
• 4ª estagio: declínio das doenças cardiovasculares e ressurgimento de doença 
No Brasil, não tem ocorrido nem como nos países industrializados, tampouco como nos latinos. 
Houve superposição de etapas com predomínio de doenças infecciosas e crônicas. Seguimos lidando 
com dengue, cólera, malária, hanseníase e leishmanioses como também envelhecimento rápido da 
população brasileira, demandando serviços médicos e sociais intensos. Então, vive-se uma realidade 
de ainda não servos plenamente capazes de controlar doenças transmissíveis e reduzir mortalidade 
infantil, tampouco aplicar estratégias para prevenção e tratamento das doenças crônicas (levando a 
perda da autonomia e da qualidade de vida). 
Compreender a mortalidade por causas é o indicador que melhor caracteriza a transição 
epidemiológica. 
• 1ª estagio: pragas e fome, com pessoas morrendo de doenças infecto-contagiosa 
• 2ª estagio: pessoas morrem menos de pandemias, de fome/desnutrição e menos de 
doenças-infecto contagiosas (o avanço social, acesso a comida e higiene melhora a 
mortalidade) 
• 3ª estagio: mais mortes por DCNT provocadas pelo homem 
• 4ª estagio: declínio das doenças cardiovasculares e ressurgimento de doenças infecto 
contagiosas 
• 5ª estagio: longevidade paradoxal, com tecnologia evoluindo tanto que as pessoas vão 
continuar sobrevivendo sem inserção clara na sociedade (termo capacitista) 
Tripla carga de adoecimento: infecções – doenças crônicas – causas externas 
 
Processo de transição 
 Na primeira metadedo século XX, as doenças infecciosas eram as causas mias frequentes de 
morte, apenas a partir de 1960 as DCNT e agravos não transmissíveis (DANTs) passaram a assumir 
esse papel com progressões de crescimento das doenças cardiovasculares, pulmonares, neoplasias e 
DM2. 
 As DANTs respondem pelas maiores taxas de morbimortalidade e por cerca de 70% dos gastos 
assistenciais com saúde no Brasil (e a tendencia é piorar). 
Estratégias 
 Estão sendo desenvolvidas enquanto prioridades no SUS. Sendo realizada vigilância 
epidemiológica das DANTs e de seus fatores de risco, fundamentais para a implementação de politicas 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
publicas que as previnam e controlem. Ex: paciente com DM necessita fazer vários exames para 
controlar a DM, ao invés de deixar evoluir a doença e virar retinopatia (que gastara muito mais). 
Diálogo entre transições 
 A transição demográfica tem impacto direto na transição epidemiológica, viso que as 
mudanças de faixa etária refletem os padrões de adoecimento da população (que de fato modificam 
com a idade). 
 Em um país jovem geralmente tem-se moléstias infecto-contagiosas com modelo de resolução 
dual cura-morte. Em um país mais velho, deve-se aprender a controlar as doenças dos idosos (padrão 
geralmente mais crônico na perspectiva do modelo compensação/não compensação – incluindo 
maior disfunção, dependência e quedas). 
Metas 
• Reduzir taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT em 2%/ano 
• Reduzir obesidade em crianças, adolescentes e adultos 
• Reduzir consumo nocivo de álcool 
• Aumentar prevalência de atividade física 
• Aumentar consumo de frutas e hortaliças 
• Reduzir consumo de sal e tabaco 
• Aumentar cobertura de MMG em mulher de 50-69 anos 
• Aumentar cobertura de preventivo em mulheres de 25-64 anos 
• Tratar 100% das mulheres com diagnostico de lesão precursora 
Mudanças socioculturais 
 As mudanças etárias na população são principalmente a redução das taxas de mortalidade, 
mortalidade infantil, aumento da expectativa de vida e redução da taxa de fecundidade, o que leva a 
um estreitamento da base da pirâmide etária. 
 No Brasil, temos problemas adicionais porque temos um aumento significativo de doenças 
infectocontagiosas, ao mesmo tempo que também há um aumento das DCNT e elevação das mortes 
por causas externas. 
 
 
 
 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Aspectos biológicos e Fisiologia do envelhecimento 
Definição 
 Envelhecer é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não 
patológico, de deterioração a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo menos 
capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte. 
 
Senescência 
 É o processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos -> algo 
natural 
Senilidade 
 Condição de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode 
ocasionar uma condição patológica que requeira assistência. -> agravado pela doença. 
 
Erros que devem ser evitados 
• Considerar que todas as alterações que ocorrem a pessoa idosa sejam decorrentes de seu 
envelhecimento natural 
• Tratar o envelhecimento natural como doença 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• Importante capacitar os profissionais de saúde na APS 
• Usar instrumentos adequados para avaliação dos idoso 
• Fortalecimento dos serviços/rede 
Envelhecimento saudável 
 É um processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o 
bem-estar em idade avançada -> independência e autonomia 
 Temos que contribuir para que, apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas 
possam redescobrir possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. 
Avaliação Global da pessoa idosa na APS 
• Ter ênfase na funcionalidade do idoso 
• A presença de declínio funcional pode sugerir a presença de doenças ou alterações ainda não 
diagnosticadas 
• É por meio dessa avaliação que se pode fazer um balanço entre as perdas e os recursos 
disponíveis para sua compensação. 
• Direciona a atenção para o idoso, com problemas complexos, de forma mais ampla, dando 
ênfase ao seu estado funcional e a sua qualidade de vida 
• É desenvolvido por uma equipe multiprofissional 
• Tem por objetivo quantificar as capacidades e os problemas de saúde, psicossociais e 
funcionais do idoso de forma a estabelecer um planejamento terapêutico a longo prazo e o 
gerenciamento dos recursos necessários. 
• Idoso independente -> parcialmente dependente -> totalmente dependente 
Avaliação das atividades de vida diária – AVD 
• Básicas (ABVD) -> autocuidado do dia a dia do idoso e se há necessidade de cuidador ou 
não 
• Instrumentais (AIVD) -> vida comunitária independente – capacidade de morar sozinho, 
utilizar transportes, manipular os medicamentos 
• Avançadas (AAVD) -> sociais, produtivas e de laser 
Doença única x Efeito cascata 
 O conceito de doença única, onde um único problema pode explicar por explicar todos os 
sinais e sintomas, não se aplica às pessoas idosas, pois esses costumam apresentar uma somatória de 
sinais e sintomas, resultado de várias doenças concomitantes, onde a insuficiência de um sistema 
pode levar à insuficiência de outro, o que costuma ser denominado “efeito cascata”. 
Composição corporal 
• Toda a celularidade diminui, reduzindo a função dos órgãos, continuamente 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• A musculatura vai diminuindo, especialmente as fibras do tipo II, de contração rápida, como 
as encontradas nas mãos 
• Diminuição da densidade corpórea, tecido mineral óssea, massa celular 
• Diminuição da altura em aproximadamente 1 cm por década (encurtamento dos discos 
vertebrais, enrijecimento das articulações, cifose dorsal, arqueamento dos membros 
• Acumulo de gordura e redução da massa magra – obesidade sarcopenica 
• Aumento do tecido gorduroso (distribuição centrípeta) 
• Redução do peso dos órgãos 
• Perda muscular acelerada. Essa redução ocorre tanto em numero quanto no volume das fibras 
(especialmente no musculo esquelético) 
• A atividade física, independentemente da idade, aumenta a força e a velocidade muscular, 
além de prevenir perda óssea, quedas, hospitalizações e melhorar a função articular 
 
Acuidade visual 
• O processo natural de envelhecimento associa-se a uma redução da acuidade visual as 
alterações fisiológicas das lentes oculares, déficit do campo visual e doenças da retina 
• Realizar busca ativa: perguntar se tem dificuldade de ler, assistir TV, dirigir ou executar 
atividades da vida cotidiana 
Acuidade auditiva 
• Cerca de 1/3 dos idosos referem declínio na acuidade auditiva 
• A prebisacusia: perda progressiva da capacidade de diferenciar os sons de alta frequência -> 
olhar se há rolha de cerume 
• Teste do sussurro 
Incontinência urinaria 
• Cerca de 30% dos idosos costumam apresentar e nem sempre referem na avaliação clinica ou 
por vergonha ou por acharem isso normal no processo de envelhecimento 
• Muitas das causas são reversíveis – delírio, restrição de mobilidade, retenção urinaria, infecção 
e efeito do medicamento 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
 
 
Avaliação cognitiva 
• A avaliação cognitiva deve fazer parte da avaliação clínica, pois auxilia na identificação das 
principais alterações na saúde mental das pessoas idosas 
• A perda de memoria recente e habilidade de cálculo são indicadores sensíveis de redução 
dessas funções 
• Mini Exame do Estado Mental (MEEM): é o teste mais utilizado para avaliar a função cognitiva 
por ser rápido, de fácil aplicação, não requerendo material especifico. Não serve para 
diagnostico, mas serve para indicar que funções devem ser melhor investigadas. É um teste 
de rastreio 
• Teste do relógio (complemento): teste valido e confiável para rastrear pessoas com lesões 
cerebraisBloco APS I – Leticia Fernandes 
Depressão 
• É um dos transtornos psiquiátricos mais comuns entre as pessoas idosas e a sua presença 
necessita ser avaliada. 
• As mulheres apresentam prevalência maiores. Piora a qualidade do sono. Com aumento nos 
idosos institucionalizados 
• A presença de depressão entre as pessoas idosas tem impacto negativo em sua vida. As 
pessoas idosas com depressão tendem a apresentar maior comprometimento físico, social e 
funcional. 
Avaliação da mobilidade 
• A grande propensão da pessoa idosa à instabilidade postural e à alteração da marcha aumenta 
o risco de queda e, por essa razão, equilíbrio e marcha devem ser sempre avaliados. 
• As alterações na mobilidade e quedas podem ocorrer por disfunções motoras, de 
sensopercepção, equilíbrio ou déficit cognitivo. 
• Quedas: é comum uma certa hesitação no andar, menor balanço dos braços e passos menores. 
A base de sustentação se amplia e o centro de gravidade corporal tende a se adiantar, em 
busca de maior equilíbrio 
• O grande problema dos distúrbios da marcha é a queda 
 
 
Fragilidade e Síndrome da imobilização em 
vulneráveis 
Definição 
• É um conjunto de alterações previsíveis e progressivas dos processos biológicos ao longo da 
vida. 
• Homoestenose: é o estreitamento da homeostase. Envelhecer é normal. Nenhuma doença 
deve ser atribuída ao envelhecimento. O envelhecimento não é uniforme e o grupo dos idosos 
não é homogêneo. 
• Com o passar dos anos aumenta a massa adiposa e como consequência aumenta da meia-
vida das drogas que são lipofílicas (aumento do volume de distribuição aumentado, ou seja, 
drogas lipofílicas, como Diazepam e fluoxetina permanecem mais tempo no corpo). 
• No idoso, há aumento da massa adiposa e diminuição da massa magra e diminuição da água 
corporal (desidratação crônica) 
Pele do idoso 
• Perda de fibras elásticas e colágenas, tornando-se uma pele menos resistente 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• Maior risco de formação de bolhas, destacamento da epiderme. Há diminuição das glândulas 
sebáceas/sudoríparas favorecendo a xerose cutânea (causa comum de prurido) 
• Perda do coxim adiposo, do tecido celular subcutâneo (maior risco de perda de calor e 
hipotermia) 
• Diminuição da sensibilidade tátil 
• As alterações mais comuns são: dermatites (de dobras de pele e amoniacal devido a fraldas) e 
as ulceras por pressão que ocorrem em resposta à compressão de vasos sanguíneos e 
isquemia tecidual de inicio após 2h de pressão superior a 32 mmHg. Inicia com hiperemia fixa, 
mas se não corrigir o desencadeante pode chegar à lesão necrótica de planos profundos com 
exposição óssea 
• Os 3 fatores mais importantes relacionados ao aparecimento de ulceras são: perda da 
mobilidade, estado nutricional precário e pele fragilizada 
• Os locais mais comuns de lesão são as proeminências ósseas (sacro, calcâneo, occipício, 
cotovelos e joelhos). Tratar envolve hidratar, facilitar a granulação, absorver exsudato e 
debridar necrose 
 
Musculatura 
• Redução do volume das fibras musculares 
• Risco de quedas com fraturas 
• Redução das fibras musculares do tipo II (responsáveis pela contração rápida – presente nas 
mãos) – idosos ficam com as mãos contraídas/fechadas 
• Repouso prolongada leva a catabolismo, com balanço de nitrogênio, cálcio e fosforo, levando 
a hipoproteinemia 
• O acamado perda 10-15% de força muscular/semana (músculos mais acometidos: quadríceps, 
flexores da coluna e plantares 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Ossos 
• Diminuição da massa mineral óssea (osso cortical e trabecular dos corpos vertebrais) 
• Maior risco de fraturas osteoporóticas (fêmur proximal, úmero e vertebras) 
Sistema cardiovascular 
• Tendencia a hipertrofia do VE 
• Pode haver perda de células no nó sinusal, gerando possíveis bradiarritmias 
• Diminuição da resposta aos beta-agonista (o idoso é cronicamente beta-bloqueado) 
• Possível quarta bulha no idoso (fisiológica) 
• Aumento da rigidez das paredes arteriais com perda de elasticidade -> aumentando a PA 
• Idosos fazem hipotensão postural por conta dos reflexos dos barorreceptores. Aferir a PA do 
idoso deitado, depois de 3 minutos aferir sentado ou em pé e perceber se hove queda PAS > 
20 ou PAD > 10 mmHg 
Sistema nervoso 
• Alterações comuns: redução do volume cerebral por atrofia cortical e subcortical (mais 
proeminente na região frontal e temporal) 
• Desmielinização da bainha de mielina dos axônios da substancia branca 
• Mudança no padrão de sono do idoso (fragmentado e superficial) 
• Redução da memória episódica e do domínio cognitivo/funções 
• Pode ocorrer agitação, irritabilidade, desorientação temporoespacial, diminuição da 
concentração, depressão 
Gastrointestinal 
• Falta de apetite/inapetência (decorrente da inatividade, trânsito lento e metabolismo basal 
lento) 
• Constipação ou impactação fecal associada a desidratação e falta de movimento 
Respiratório 
• Diminuição do volume expiratório formado (VEF1) 
• Reflexo da tosse diminuído, assim a broncopneumonia é uma complicação frequente e grande 
causa de internação 
• Movimentação do diafragma diminuída 
Fragilidade 
• É uma síndrome geriátrica que acarreta alto risco de declínio funcional e incapacidade 
• Pode culminar com: dependência, institucionalização, quedas, lesões, doenças agudas, 
aumento da mortalidade 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• O conceito de fragilidade ajuda a identificar idosos com alto risco de complicações, perda de 
funcionalidade, dependência, hospitalização, quedas, doenças agudas e mortalidade 
• Idosos frágeis são um grupo com necessidade especial de atenção dentro do SUS, 
demandando cuidados de longo prazo 
Diagnostico de Fragilidade 
• Ter pelos menos 3 dos 5 critérios: 
o Fraqueza 
o Perda de peso (inapetência) 
o Atividades reduzidas 
o Diminuição da velocidade de marcha 
o Exaustão 
• Questionário SARC-F -> avalia circunferência da panturrilha com < 29 cm 
• Um paciente com múltiplas comorbidades também não é necessariamente frágil, pois pode 
manter suas reservas funcionais preservadas 
• Outro paciente caquético pode se aproximar da fragilidade e muitas vezes cursar com perda 
de força e exaustão que o leve a entrar na espiral da fragilidade, porem a diferença está 
justamente na causa 
• SOF (study od osteoporotic fractures) 
• Questionário FRAIL (fadiga, resistência, deambulação, doenças, perda de peso e fragilidade) 
• Não existem critérios laboratoriais para fragilidade 
Modelo biomédico 
• Diagnosticar e tratar doenças – é precário nesses cenários, visto que a assistência de um idoso 
frágil é mais complexa e multiprofissional 
Sarcopenia 
• Ponto de partida para DINAPENIA (perda de desempenho ou força muscular) 
• Pode ocorrer por carga genética, estilo de vida, nível educacional e prejuízo cognitivo 
• Principal causa é a desnutrição 
Intervenções propostas 
• Atividade física 
• Suplementação alimentar 
• Seguimento ambulatorial regular 
• Compreender medicações que possam intervir no ciclo da fragilidade 
 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Cuidados paliativos 
• Uma vez a fragilidade estabelecida e falha em intervenções, os preceitos dos cuidados 
paliativos devem ser utilizados, já que a reversão do quadro não se mostra mais possível 
• Preservar conforto e dignidade 
 
 
Síndrome de imobilização 
• Formada por sinais e sintomas resultantes da limitação ou perda de todos os movimentos 
articulares, resultando em mudança postural o que compromete gravemente a funcionalidade, 
culminando em fragilidade ou incapacidade 
• O que define melhor é a presença de deficiência cognitiva moderada a grave associada a 
contraturas 
• Quando um paciente se torna acamada, sofre de imobilidade e seu organismo começa a 
padecer de um processo de degeneração que afeta todos os sistemas 
• Paciente que sofre de imobilidade estáem estado de vulnerabilidade elevado 
• Critérios de imobilidade: déficit cognitivo, ulceras por pressão, contraturas, disfagia, 
incontinências e afasia 
• É um estado super grave e super avançado de fragilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Ética Médica 
Preâmbulo 
 I – O presente Código de Ética Médica contem as normas que devem ser seguidas pelos 
médicos no exercício de sua profissão, inclusiva nas atividades relativas a ensino, pesquisa e 
administração de serviços de saúde, bem como em quaisquer outras que utilizem o conhecimento 
advindo do estudo da medicina. 
 VI – Este Código de Ética Médica é composto de 26 princípios fundamentais do exercício da 
medicina, 11 normas diceológicas, 117 normas deontológicas e quatro disposições gerais. 
Capitulo 1 – Princípios Fundamentais 
 II – O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em beneficio da qual devera 
agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. 
 III – Para exercer a medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter boas condições 
de trabalho e ser remunerado de forma justa. 
 V – Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do 
progresso cientifico em beneficio do paciente e da sociedade 
 VI – O medico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício, 
mesmo depois da morte. Jamais utilizará seus conhecimentos para causae sofrimento físico ou moral, 
para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativas contra sua dignidade e 
integridade. 
 XXI – No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de 
consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e 
cientificamente reconhecidas. 
 XXII – Nas situações clinicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção 
todos os cuidados paliativos apropriados. 
Capitulo 2 – Direitos dos médicos 
 I – Exercer a medicina sem ser discriminado por questão de religião, etnia, cor, sexo, orientação 
sexual, nacionalidade, idade, condição social, opinião política, deficiência ou de qualquer outa 
natureza. 
 IV – Recusar-se a exercer sua profissão em instituição publica ou privada onde as condições 
de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a 
dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará com justificativa e maior brevidade sua decisão ao 
diretor técnico, ao CRM de sua jurisdição e à Comissão de `tica da instituição, quando houver. 
 IX – Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos 
ditames de sua consciência. 
 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Capitulo 3 – Responsabilidade profissional 
É vedado ao médico: 
• Deixar de comparecer a plantão em horário preestabelecido ou abandona-lo sem a presença 
de substituo, salvo por justo impedimento. 
• Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de 
seu numero de registo no CRM, bem como assinar em branco folhas de receituários, 
atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos. 
• Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarece-lo 
sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. 
Capitulo 4 – Direitos humanos 
• Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa 
ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limita-lo. 
Capitulo 5 – Relação com pacientes e familiares 
É vedado ao médico: 
• Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre 
a execução de praticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de 
morte. 
• Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência ou 
emergência quando não houver outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo. 
• Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. 
Capitulo 6 – Doação de órgãos e transplantes 
É vedado ao médico: 
• Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais 
para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante. 
Capitulo 7 – Relação entre médicos 
É vedado ao médico: 
• Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente determinados por outro médico, 
mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível 
beneficio para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao medico responsável. 
• Deixar de encaminhar o paciente que foi lhe enviado para procedimento especializado de 
volta ao médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe as devidas informações sobre o 
ocorrido no período em que por ele se responsabilizou. 
Capitulo 8 – Remuneração profissional 
É vedado ao médico: 
• O exercício mercantilista da medicina 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, indústria farmacêutica, óptica 
ou de qualquer organização destinada à fabricação, manipulação, promoção ou 
comercialização de produtos de prescrição médica, qualquer que seja sua natureza. 
Capitulo 9 – Sigilo profissional 
É vedado ao médico: 
• Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde que estes 
tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, salvo 
quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. 
Capitulo 10 – Documentos médicos 
É vedado ao médico: 
• Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja 
tendencioso ou que não corresponda à verdade. 
• Usar formulários institucionais para atestar, prescrever e solicitar exames ou procedimentos 
fora da instituição a que pertençam tais formulários. 
• Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando 
houver indícios de morte violenta. 
• Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo 
profissional quando sob sua responsabilidade. 
• Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. 
• Negar ao paciente ou, na sua impossibilidade, a seu representante legal, acesso ao prontuário, 
deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações 
necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a 
terceiros. 
Capitulo 11 – Auditoria e Perícia Médica 
É vedado ao médico: 
• Assinar laudos periciais, auditorias ou de verificação médico-legal caso não tenha realizado 
pessoalmente o exame 
• Ser perito ou auditor o próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com 
a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha 
atuado. 
Capitulo 12 – Ensino e Pesquisa Médica 
É vedado ao médico: 
• Participar de qualquer tipo de experiencia envolvendo seres humanos com fins bélicos, 
políticos, étnicos, eugênicos ou outros que atendem contra a dignidade humana. 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o TCLE para realização de pesquisa 
envolvendo seres humanos, após as devidas explicações sobre a natureza e as consequências 
da pesquisa. 
• Publicar em seu nome trabalho cientifico do qual não tenha participado 
Capitulo 13 – Publicidade Médica 
É vedado ao médico: 
• Divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de 
conteúdo inverídico 
• Anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação paraa qual não esteja qualificado e registrado no CRM 
Capitulo 14 – Disposições Gerais 
É vedado ao médico: 
• O médico portador de doença incapacitante para o exercício profissional, apurada pelo CRM 
em procedimento administrativo com perícia médica, terá seu registro suspendo enquanto 
perdurar sua incapacidade. 
• Os médicos que cometerem faltas graves previstas e cuja continuidades do exercício 
profissional constitua risco de danos irreparáveis ao paciente ou à sociedade poderão ter o 
exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo especifico. 
 
 
 
Sistema Único de Saúde 
História do SUS 
 Inicialmente, a instituição que se dedicava ao atendimento de saúde gratuita no Brasil eram 
as Santas Casas. A primeira organização foi instalada em Santos, em 1543. Em 1904, ocorreu a Revolta 
da Vacina, resultado da insatisfação população com o governo do Presidente Rodrigo Alves. 
 Em seguida, nos anos 1920, foram instauradas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs) 
– normalmente eram organizadas pelas empresas e pelos empregados e tinham como função 
organizar o sistema previdenciário. 
 Em 1930, as CAPs se transformaram em Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs) – os 
institutos passam a atender os trabalhadores de determinadas profissionais e não mais às empresas. 
 Em 1941, foi realizada a primeira Conferencia Nacional de Saúde que visava discutir a defesa 
sanitária, assistência social, proteção da maternidade, infância e adolescência. 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
 Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde. O Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS) foi criado em 1966 e englobava todos os empregados de carteira assinada e ofertava 
assistência médica, a partir do atendimento em hospitais e ambulatórios. 
 Em 1977, foi criado o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social 
(INAMPS), que destinava a todos aqueles que contribuíam para ela, isto é, aos trabalhadores de 
carteira assinada. 
 Obs: as pessoas que não se encaixam na categoria exigida tinham de buscar o sistema privado 
ou mesmo instituições como as Santas Casas de Misericórdia e os hospitais universitários, que 
realizam atendimento gratuito, mas o número destas instituições, no entanto, era muito pequeno 
para a demanda. 
 A Oitava Conferencia Nacional de Saúde, realizada em 1986, considerada um marco histórico, 
consagra os princípios preconizados pelo Movimento da Reforma Sanitária. 
 Em 1987, é implementado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) 
Sistema Único de Saúde 
 Foi criado em 1988, por meio da Constituição Federal. Em 1990, a lei n 8080/1990 “Lei orgânica 
da saúde” detalhe o funcionamento do SUS. 
 A Constituição de 1988 define três grandes referenciais para o SUS brasileiro: 
• Um conceito ampliado de saúde 
• A saúde como direito do cidadão e dever do estado 
• A instituição de um SUS 
Todos os brasileiros, de alguma forma, utilizam o SUS, pois ele não se resume a atendimento 
clinico e/ou hospitalar. É usado como modelo de referencia internacional por conta de seu alcance e 
multiplicidade de serviços de saúde. 
• Controle da qualidade da água potável 
• Fiscalização de alimentos pela Vigilância Sanitária 
• Regras e vendas de medicamentos genéricos 
• Campanhas de vacinação 
• Doação de sangue, órgãos ou leite materno 
Sistema: conjunto de órgãos e instituições, das três esferas de governo, que se integram com o 
objetivo de prestar assistência à saúde para a população de forma integral. 
Único: só existe ele. Mesma forma de organização e funcionamento em todo território nacional. 
Saúde: deixa de ser ausência de doença e passa a abranger os fatores determinantes e 
condicionantes à saúde (renda, atividade física, meio ambiente, saneamento básico, etc) 
O artigo da Lei 8080/1990 diz: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
Princípios Doutrinários do SUS 
• Universalidade: é a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer 
cidadão. 
• Integralidade: conjunto de ações e serviços de saúde em todos os níveis de complexidade 
do sistema. 
• Equidade: todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades. 
O SUS é integral, igualitário e universal, ou seja, não faz, e nem deve fazer qualquer distinção 
entre os usuários. Inclusive, estrangeiros que estiverem no Brasil e por algum motivo precisarem de 
assistência de saúde, podem utilizar de toda rede do SUS gratuitamente. 
Princípios Organizacionais (ou Diretrizes) 
• Regionalização e Hierarquização: o acesso da população deve se dar através dos serviços 
de nível primário de atenção que devem estar qualificados para atender e resolver os 
principais problemas que demandam os serviços de saúde. Os demais deverão ser 
referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. A rede de serviços, 
organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior dos 
problemas de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância 
epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de 
atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade 
• Resolubilidade: é a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando 
surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja 
capacitado para enfrenta-lo e resolve-lo até o nível da sua competência. 
• Descentralização: é entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às 
ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da ideia de que quanto 
mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. 
• Participação da comunidade: é a garantia constitucional de que a população, através de 
suas entidades representativas participará do processo de formulação das políticas de saúde 
e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Essa 
participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação paritária dos usuários, 
governo, profissionais de saúde e prestadores de saúde. Outra forma de participação são as 
Conferencias de Saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. 
• Completariedade do setor privado: a Constituição definiu que, quando por insuficiência do 
setor público, for necessário a contratação de serviços privados. 
Gestão do SUS 
 O modelo de gestão do SUS é descentralizado, ou seja, o Governo Federal (união), Estados e 
Municípios dividem a responsabilidade de forma integrada, garantindo atendimento de saúde 
gratuito a qualquer cidadão, através da parceria entre os três poderes. 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
 O SUS é financiado com os impostos, ou seja, com recursos próprios da Uniao, Estado e 
Município e de outras fontes suplementares de financiamento, todos devidamente contemplados no 
orçamento da seguridade social. 
 A Lei Orgânica de Saúde n 8080/90, elaborada para regulamentar o SUS foi criado na 
Constituiçao Federal de 1988 e pela Lei n 8142/90 que dispõe sobre a participação da comunidade 
(Conselhos de Saúde) na gestão do SUS e sobre as transferenciais intergovernamentais de recursos 
financeiros à área da saúde. 
 De acordo com a Constituição Federal, os municípios são obrigados a destinar 15% do que 
arrecadam em ações de saúde. Para os governos estaduais, esse percentual é de 12%. 
 Já o Governo Federal tem um calculo um pouco mais complexo, tem que contabilizar o que 
foi gasto no ano anterior, mais a variação nominal do PIB. Então essa variação é somada ao que se 
gastou no ano anterior para se definir qual o valor da aplicação mínima naquele ano.a) Na esfera Federal: Ministério da saúde, o gestor nacional do SUS, incumbido de formular, 
normatizar, fiscalizar, monitorar e avaliar políticas e ações de saúde. Atua articulado ao 
Conselho Nacional de Saúde. Integram sua estrutura: Funasa, ANS, INCA, ANVISA, FIOCRUZ 
b) Na esfera Estadual: Secretaria Estadual de Saúde (SES) participando da formulação de 
políticas e ações de saúde. Deve, articulado ao conselho estadual, prestar apoio aos 
municípios. Participa da Comissão Intergestores Bipartide (CIB) objetivando aprovar a 
implementar o plano estadual de saúde. 
c) Na esfera Municipal: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) responsável por planejar, 
organizar, controlar, avaliar e executar políticas e ações de saúde, articulada ao conselho 
municipal e esfera estadual objetivando aprovar e implementar o plano municipal de saúde. 
Os objetivos do SUS são: 
• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes de saúde 
• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômicos e social, 
as condições indispensáveis ao pleno exercício da saúde 
• A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da 
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. 
Outros agentes da estrutura do SUS: 
• Conselhos de Saúde: atuantes nas três esferas de governo em caráter permanente ou 
deliberativo. Compostos por representantes do governo, prestadores de serviços, 
profissionais de saúde e usuários 
• Comissão Intergestores Tripartite (CIT): foro para que gestores federais, estaduais e 
municipais negociam e compactuem no que se refere a aspectos operacionais do SUS 
• Comissão Intergestores BIpartide (CIB): foro para que gestores estaduais e municipais 
negociem e compactuem no que se refere a aspectos operacionais do SUS 
• Conselho Nacional de Secretário de Saúde (Conass): representa estes estaduais e do Distrito 
Federal na CIT 
Bloco APS I – Leticia Fernandes 
• Conselho Nacional de Secretarias Municipais de saúde (Conasems): representa estes 
municipais na CIT 
• Conselhos de Secretarias Municipais de saúde (Cosems): devem representar os entes 
municipais em âmbito estadual para tratar de assuntos ligados à saúde, desde que 
institucionalmente vinculados ao Consasems. 
A porta de entrada do usuário no SUS é na UBS, popularmente conhecida como Posto de saúde. 
A UBS é de responsabilidade de gerenciamento do município, ou seja, de cada prefeitura. Para facilitar 
o acesso do usuário, o município mapeia a área de atuação de cada UBS por bairro ou região. 
Atenção Primaria 
 É constituída pelas: UBS, ACS, ESF e NASF 
Atenção Secundária 
 É formada pelos serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade 
tecnológica intermediaria entre a atenção primaria e a terciaria, historicamente interpretada como 
procedimentos de media complexidade. 
 Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico e 
atendimento de urgência e emergência. 
Atenção Terciaria 
 Ou alta complexidade, designa o conjunto de terapias e procedimentos de elevada 
especialização. Organiza também procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo, como 
oncologia, cardiologia, transplantes, dialise, etc. 
Vigilância Sanitária 
 É um conjunto de medidas que tem como objetivo elaborar, controlar e fiscalizar o 
cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário. Estas medidas se aplicam a medicamentos 
e correspondentes, cosméticos, alimentos, saneantes e equipamentos e serviços de assistência à 
saúde. 
 Trata-se de uma atividade multidisciplinar que regulamenta e controla a fabricação, produto, 
transporte, armazenagem, distribuição e comercialização de produto e a prestação de serviços de 
interesse da Saúde Pública. 
 Instrumentos legais, como notificações e multas, são usados para punir e reprimir praticas que 
coloquem em risco à saúde dos cidadãos. 
Assistência Farmacêutica 
 Atua na formulação de políticas, diretrizes e metas para as áreas e temas estratégicos 
necessários para a implementação da Politica Nacional de Saúde, principalmente na regulação, 
distribuição e controle sociais de medicamentos oferecidos pelo SUS. 
 
 
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Imunização 
 O Brasil é um dos países que oferece maior numero de vacinas em sua rede pública, ao todo 
estão disponíveis 42 tipos de imunobiológicos e 25 vacinas que atendem a população em todas as 
faixas etárias. 
Medicamentos estratégicos 
 São utilizados para o tratamento de doenças de notificação compulsório, ou seja, aquelas cujo 
controle e tratamento possuem protocolos e normas estabelecidas. 
 
 
Processo Saúde Doença 
Processo Saúde-Doença 
 Expressão usada para fazer referencia a todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença 
de um indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas e são consequências dos 
mesmos fatores. 
 De acordo com esse conceito, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um 
processo complexo que envolve diversos fatores 
 Possui importância para: (1) conhecimento importante para instruir ações que visem modificar 
o curso natural das doenças; (2) para detectar as doenças em fase mais inicial de sua história e tornar 
o tratamento mais eficaz; (3) conhecer a gravidade da doença para estabelecer prioridades para 
programas de saúde pública. 
Saúde 
• OMS 1946: Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como 
ausência de doença ou enfermidade. 
• Constituição Federal Brasileira 1988: resultante das condições de alimentação, habitação, 
educação, renda, meio ambiente, trabalho, lazer, acesso e posse de terra dos serviços de 
saúde. 
Doença x Adoecimento 
• Doença: construção teórica com base em observações objetivas que tentam explicar o 
problema, é um conjunto de sinais e sintomas específicos que afeta um ser vivo, alterando o 
seu estado normal de saúde. 
• Adoecimento: é a experiencia pessoa e subjetiva de quem está doente, e é diferente para 
cada individuo 
Modelo Magico-Religioso 
• Doença como ação de forças alheias, por causa de desagrado aos deuses, uma maldição 
 
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Modelo Holístico 
• Proporção justa ou adequada entre saúde e doença. A causa do desequilíbrio estava 
relacionada ao ambiente físico, tais como: os astros, clima, insetos 
• Medicina Hindu: baseia-se na teoria de que a doença resulta de um desequilíbrio da força da 
vida do corpo (prana) 
• Medicina Chinesa: baseia-se na filosofia de que a doença resulta de fluxo improprio da força 
vital (qi) -> uso de ervas medicinas e a acupuntura para preservar e restaurar o qi 
Modelo Empírico-Racional 
• Hipocrates estabeleceu a relação homem-meio com o desenvolvimento de sua teoria dos 
Humores (4 fluidos): sangue, fleuma, bile amarela e bile negra. 
• Saúde como equilíbrio dos humores e doença como resultante do desequilíbrio deles 
Idade Média: idade das trevas, retrocesso 
• Cristianismo: doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé 
• Ideias sobre contagio: peste negra 
Renascimento: transição praticas esotéricas – pe 
 
 
 
 
6777nsamento cientifico 
• Condução do pensamento de forma ordenada, partindo do simples ao mais complexo 
• Não se deve aceitar como verdade nada que não possa ser identificado como tal 
Modelo Biomédico 
• Foco na explicação das doenças 
• Relação doença x situações ambientais: a causa das doenças num fator externo ao organismo, 
tendo o homem como receptáculo da doença 
• Teórica mecanista: homem como corpo-maquina; o médico como mecânico; e a doença, 
como defeito da máquina. 
Modelo Unicausal 
• Durante o século XVIII, os estudos se voltam para a compreensão do corpo humano e das 
alterações anatômicas decorrentes da doença, centrando-se no desvelamento de seus sinais 
e sintomas 
• Fim do séculoXIX: revolução pausteriana com o microscópio e os descobrimentos de 
microrganismos causadores de doença 
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• Bactéria = causa; Intervenção = eliminação da bactéria 
Modelo Multicausal 
• Inicio do século XX, quando o modelo Unicausal para a ser insuficiente para explicar as novas 
questões de saúde que surgem com o desenvolvimento cientifico e econômico, abrindo 
espaço para o modelo multicausal. 
• Tríade ecológica: Hospedeiro, agente e ambiente 
Modelo Processual 
• As interrelações entre o agente, a pessoa suscetível e o meio ambiente que afetam o processo 
global e o desenvolvimento da doença deste as primeiras forças que criam o estímulo para o 
processo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do homem a esse estímulo, 
até às alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. 
Modelo Sistêmico 
• Processo saúde-doença como processo sistêmico 
• O sistema sendo um conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança 
no estado de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos. 
História Natural das Doenças 
 Desenvolvimento do processo saúde-doença é dividido em dois momentos sequenciais: pré-
patogenico e patogênico 
 
• 1 fase período epidemiológico: interesse dirigido para as relações hospedeiro-ambiente e 
interesse na transmissibilidade 
• 2 fase período patogênico: interesse no ser vivo acometido por determinada doença e suas 
modificações 
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Prevenção 
 Ação antecipada, tendo por objetivo interceptar ou anular a evolução de uma doença na 
comunidade ou no indivíduo. Identifica riscos, atua sobre eles, mas não considera de alçada a 
gênese desses riscos. 
 
Prevenção Primária 
 Promoção da saúde. Atinge a população como um todo, dirigida a ação sobre determinantes. 
Exemplos: moradia adequada, escolas, alimentação adequada, educação 
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 Proteção especifica: imunizações, higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, controle 
de vetores. 
Prevenção Secundária 
 Diagnóstico precoce: inquérito para descoberta de casos na comunidade; exames periódicos 
para detecção precoce de casos; isolamento para evitar propagação de doença; tratamento para 
evitar a progressão da doença. 
 
Prevenção Terciaria 
 Reabilitação – impedir a incapacidade total através da fisioterapia e terapia ocupacional. 
Prevenção Quaternária 
 Não relacionada ao risco de doenças, mas ao risco por excesso de intervenções, de 
medicalização desnecessária. Conjunto de medidas para evitar intervenções desnecessárias e 
diminuir efeitos adversos dos tratamentos. 
Prevenção Quinquenária 
 Compreende o profissional de saúde como um elemento dinâmico ao longo dos níveis de 
prevenção. Trata-se da prevenção de Burnout do profissional de saúde: estado de complexa 
exaustão física e/ou emocional causado pelas exigências do trabalho. 
Prevenção Primordial 
 Procura evitar a instalação de fatores de risco, os quais ainda não fariam parte da população, 
como medidas de higiene, espaços verdes nas cidades, redução da poluição. 
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Rastreamento na APS 
Definição 
 Aplicação de testes ou procedimentos biomédicos em pessoas assintomáticas, de grupos 
populacionais definidos, com o proposito de dividi-las em dois subgrupos: aquelas que podem 
vir a ser beneficiadas pela intervenção diagnóstico e terapêutica precoce, e aquelas que não. 
Sensibilidade 
 Capacidade de um exame ser positivo quando testado entre pessoas previamente doentes. 
Sensibilidade de 90% significa que 10% dos casos serão falsos negativos. E grande sensibilidade 
detecta o maior número possível de indivíduos com a patologia. 
Especificidade 
 Capacidade de um exame ser negativo quando testado em pessoas previamente sadias. 
Especificidade de 90% significa que 10% dos casos serão falso-positivos. Grande especificidade 
exclui dos resultados positivos as pessoas saudáveis. 
Rastreamento 
Oportunístico Organizado 
Solicitação de exames de forma não 
sistemática, durante uma consulta por 
demanda do paciente. 
Exames solicitados de maneira sistemática, 
para uma população de risco, dentro de um 
programa estruturado. 
 
 
 
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Diagnóstico como Prevenção Secundária 
Precoce Oportuno 
Reconhecimento pelo paciente ou pelo 
profissional de saúde de sinais e sintomas de 
uma doença, a fim de facilitar o diagnóstico 
antes de um agravamento. 
Diagnosticar uma doença no momento certo 
para o paciente em particular, em 
circunstancias especiais. 
Abordagem centrada na pessoa; Relação 
médico-paciente ao longo do tempo; 
Tomada de decisões baseadas em benefícios 
x danos 
 
Estratégias Preventivas 
• Prevenção redutiva: diminuir risco e exposições 
• Prevenção aditiva: introdução de fator de proteção 
• Estratégia de alto risco: grupo restrito e selecionado 
• Estratégia de abordagem populacional: toda a população 
Tabagismo 
 
 O rastreamento do tabagismo deve ser feito em todos os pacientes, incluindo gestante e em 
todas as consultas. 
 O beneficio da detecção e do tratamento precoce com o rastreamento deve ser maior do que 
se a condição fosse tratada no momento habitual do diagnóstico. Os exames que detectam a 
condição clinica no estágio assintomática devem estar disponíveis, aceitáveis e confiáveis. O 
rastreamento deve ser um processo continuo e sistemático. 
 
 
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Dislipidemia e Risco Cardiovascular 
 Combinação de informações de anamnese, exame físico e exames laboratoriais para investigar 
múltiplos fatores de RCV. Classifica o paciente em relação às chances de ele sofrer um AVC ou IAM 
nos próximos 10 anos. Todo paciente com DM é alto risco. 
Hipertensão 
 Fator de risco cardiovascular relacionado a AVC e DRC. Rastrear em maiores de 18 anos a cada 
dois anos. 
 PA >140/90 confirmada em pelo menos 3 ocasiões distintas espaçadas em > 1 semana casa. 
Se foi utilizado MAPA ou MRPA, o diagnóstico de HAS é estabelecido com base no resultado da média 
da PA. 
Diabetes 
 Fator de risco cardiovasculares que pode levar a cegueira, amputação dos membros, DRC e 
DCV. Rastreamento NÃO reduz risco de LOA ou morte em 10 anos. Rastreamento é justificado pela 
possibilidade de redução na velocidade de progressão da doença. 
 É recomendado o rastreamento para todos os indivíduos com 45 anos ou mais, mesmo sem 
fatores de risco, e para indivíduos com sobrepeso/obesidade que tenham pelo menos um fator de 
risco adicional para DM2. 
 
 A repetição deve ser considerada em intervalos de, no mínimo, três anos. E em adultos com 
exames normais, porem mais de um fator de risco para DM2, deve ser considerado repetir o 
rastreamento laboratorial em intervalo não superior a 12 meses. 
Alcoolismo 
 Associado a uma serie de doenças, acidentes, incapacidades, violência e problemas de ordem 
social e familiar. Todos os pacientes adultos, incluindo gestante. Escala de AUDIT 
Obesidade 
 É um fator de RCV modificável que pode prevenir seus pacientes de desenvolverem DVC e 
AVC. É fator de risco para DM e HAS. 
 Encaminhamento para ambulatório de Cirurgia Bariatrica: IMC > 50; IMC 40-49 com 
comorbidades e sem sucesso no tratamento clinico por 2 anos realizados na atenção primaria; IMC 
35-39 com alguma comorbidade 
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Câncer de Colo Uterino 
 Quarto mais prevalente entre as mulheres brasileiras. Tem grande potencial de prevenção e 
cura. Realizado pelo método citopatologico. Inicio da coleta aos 25 anos para mulheres que já tiveram 
ou tem atividade sexual até os 64 anos. 
 
 
 
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Câncer de Mama 
 É o câncer mais frequente e de maior mortalidade entre as mulheres. Alto potencial de cura 
nos estágios iniciais. Para mulheres que estão no grupo de alto riscopara câncer de mama (história 
familiar em parentes de primeiro grau) considerar indicar mamografia anual a partir dos 40 anos. 
 Todas as mulheres 50-69, com exames a cada dois anos. Auto-exame não é recomendado. 
 Sinais e sintomas: retração da pele e do mamilo; secreção aquosa ou sanguinolenta (descarga 
papilar); vermelhidão da pele; nódulos palpáveis nas axilas e/ou pescoço. 
• BIRADS 0: inconclusiva, complementar com USG 
• BIRADS 1 ou 2: achados benignos – seguimento de rotina 
• BIRADS 3: provável benigno, seguimento semestral por 1 ano, anual por 2 anos. Se normal, 
seguimento de rotina. 
• BIRADS 4: solicitar biopsia e encaminhar 
• BIRADS 5: alta chance de malignidade – solicitar biopsia e encaminhar 
• BIRADS 6: diagnostico de malignidade 
Câncer de Cólon e Reto 
 Quanto mais cedo diagnostico, maior a sobrevida. Pode ser detectado por lesões benignas 
(pólipos) adenomatosos que demoram 10-15 anos para evoluírem para câncer, sendo possível 
prevenir ao se retirar os pólipos. 
 Todos os pacientes entre 50-75 anos: teste altamente sensível de sangue oculto nas fezes a 
cada 2 anos e Sigmoidoscopia a cada 5 anos ou 10 anos com um dos testes de sangue oculto nas 
fezes anualmente. 
 Se > 40 anos e 2 ou mais parentes de primeiro grau com câncer de colorretal em qualquer 
idade, solicite colonoscopia a cada 5 anos até os 75 anos. 
Até 80% dos testes de pesquisa de sangue oculto nas fezes podem ser falso-positivos: 
hemorroidas, diverticulose, doença inflamatória intestinal. Para minimizar falso-positivos: coletar 3 
amostras e realizar preparo: abster-se por 72h de anti-inflamatórios (ibuprofeno, diclofenaco, AAS 
etc.), carne vermelha, ovos, banana, espinafre, antiácidos, antidiarreicos, vitamina C). 
Câncer de Próstata 
 Rastreamento usando toque retal e/ou dosagem serica de PSA. Não há evidencias robustas 
de que os benefícios do rastreio de rotina se sobreponham aos riscos

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