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Prática Processual Civil
RESPOSTA: A – Sim, pois o enunciado remete ao reconhecimento da exigibilidade da obrigação de fazer e entregar a coisa, conforme o artigo 515 do código processo Civil.
B- A ação de execução é um processo que tramita perante o poder judiciário, visando ao cumprimento da obrigação, promovida pelo credor de um direito, que exige do devedor o cumprimento forçado do que foi, anteriormente, definido por lei, contrato ou decisão judicial e não foi cumprido voluntariamente, de arco com o artigo 515 do CPC. A ação deve ser fundado em um título de obrigação certa, liquida e exigível de acordo com o artigo 783 do CPC. Enfatizando que é preciso o reconhecimento da exigibilidade da obrigação.
Prática Processual em Direito do Consumidor 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DA CIDADE_____.
 
 
MARCO AURÉLIO, (estado civil), (naturalidade), (profissão), portadora da identidade n°, CPF n°, residente e domiciliada na Rua (nome da rua, bairro, número e CEP), (cidade e RJ), vem, por meio de seu advogado, ao final firmado (procuração anexa), perante este juízo, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face de Empresa EMIRATES, pessoa jurídica de direito privado (ou público), CNPJ nº, com endereço comercial na Rua (nome completo da rua, número, bairro, CEP), (Cidade e Estado), na pessoa de seu representante legal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA
In casu, a parte autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme consta da declaração de hipossuficiência em anexo.
Ademais, há previsão no artigo 5°, XXXIV, LXXIV e LXXVII, CF/88 e artigos 98 e 99, CPC/15, consoante inteligência do parágrafo único, do artigo 2° da Lei n.° 7510/86, estabelecem normas para a concessão da assistência judiciária aos legalmente necessitados, recepcionadas por todas as Constituições que lhe sucederam, em seu artigo 4°, §1°, somado ao artigo 1° da Lei n.° 7115, de 29 de agosto de 1983, que dispõe sobre a prova documental nos casos que indica, autorizam a concessão do benefício da gratuidade judiciária frente à mera alegação de necessidade, que goza de presunção – juris tantum – de veracidade, milita em seu favor a presunção de veracidade da declaração de pobreza por ela firmada.
Pelo exposto, com base na garantia jurídica que a lei oferece, postula a Parte Autora a concessão do benefício da justiça gratuita, em todos os seus termos, a fim que sejam isentos de quaisquer ônus decorrentes do presente feito.
DOS FATOS
Marco Aurélio, sairia do estado Rio de Janeiro até aos Emirados Árabes para participar de um congresso jurídico onde seria homenageado pelos integrantes da comitiva do Brasil, bem como receber um prêmio na importância de R$ 500.000,00.
Contudo, adquiriu da empresa EMIRATES uma passagem aérea para chegar ao destino da homenagem com dois dias de antecedência.
Acontece que, Por falhas da companhia aérea, o voo foi cancelado. Após mais de 6 horas no aeroporto sem qualquer assistência, a companhia área encaminhou Marco Aurélio a um hotel.
Ora, Douto Magistrado, os horários contratados pelo consumidor com intuito de usufruir dos serviços de uma companhia aérea são previamente pactuados a fim de satisfazer os horários e compromissos daquele que contrata.
Pois bem, devida essa falha na prestação do serviço, o autor não só perdeu a uma viagem que já estava marcada com antecedência, Como seu embarque se deu com 48 horas de atraso, chegado aos Emirados Árabes, sem possibilidade de ser homenageado, sendo substituído por Gilmar Mendes, segundo lugar na lista de homenageados, bem como perdeu o prêmio de R$ 500.000,00.
Diante do quadro fático ora narrado, é notório que os préstimos ofertados pela Ré foram extremamente deficitários, ocasionando, sem sombra de dúvidas, danos ao Autor. Tal proceder gerou sentimentos de desconforto, constrangimento, aborrecimento e humilhação decorrentes dos atrasos nos voos.  
Portanto, ao analisar o caso em tela, é clara a falha na prestação de serviço por parte da requerida frente ao descaso com o consumidor, que não viu outra alternativa a não ser ingressar com a presente demanda judicial.
DIREITO
A priori, compete firmar sobre a competência de admissibilidade do Juizado Especial Cível para a presente demanda, senão vejamos a Lei 9.099/95:
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I – As causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário-mínimo;
(…)
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:
 I – do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
(…)
Ressoa evidentemente, a eleição deste Juízo para promover a oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade neste vertente litígio.
DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O art. 2º do Código de Defesa do Consumidor estabelece que “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” e o art. 3º complementa: 
“É fornecedor toda pessoa física ou jurídica pública ou privada, nacional ou estrangeira, (.), montagem, criação, construção, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.”
Da inversão do ônus da prova
Estabelece o art. 6º da Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, a inversão do ônus da prova em favor do consumidor:
“Art. 6º – São direitos básicos do consumidor:
(…)
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;”
DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO TRANSPORTADOR
Primeiramente, merece destaque a responsabilidade civil por parte da empresa Ré no presente caso, uma vez que, pela atividade que exerce, esta deve arcar com os danos sofridos pelos seus consumidores, independente de dolo ou culpa, quando forem situações inerentes ao seu serviço. É o que se aduz da leitura do art. 734 do Código Civil, sem prejuízo da regra estampada no Código de Defesa do Consumidor., vejamos:
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
Fundamentando, ainda, o que fora supracitado, dispõe o Código de Defesa do Consumidor:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Assim, verifica-se no presente caso, que o fato está devidamente comprovado nos autos com os bilhetes eletrônicos do voo original, bem como a configuração de defeitos relativos à prestação de serviços por parte da empresa aérea, no que tange ao transporte dos passageiros.
A partir do momento que a empresa falha no transporte dos passageiros, atrasando o voo perdeu a possibilidade de ser homenageado, sendo substituído por Gilmar Mendes, segundo lugar na lista de homenageados, bem como perdeu o prêmio de R$ 500.000,00.
Ou seja, a ré deve se responsabilizar pelo constrangimento experimentado pela consumidora. Isso se dá pelo fato de que o cliente, ao viajar pela empresa, espera chegar e partir nos horários previstos, além de usufruir da empresa um serviço que ela realmente tenha capacidade de ofertar e não se desgastar além do esperado com a viagem, o que não ocorreu com o autor.
Ressalta-se, por tanto, a Teoria Do Risco Da Atividade, conforme disposição supracitada do CDC, em que o fornecedor responde independentemente de culpa por qualquer dano causado ao consumidor, pois, por esta teoria,este deve assumir o dano em razão da atividade que realiza, como ensina Cavalieri:
“Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a teoria do risco do negócio. Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigado a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa.”
Destaca-se, ainda, o importante ensinamento do doutrinador Nelson Nery e recente decisão da Ministra NANCY ANDRIGHI do STJ em julgamento do RECURSO ESPECIAL Nº 1.796.716 – MG (2018/0166098-4):
“A norma estabelece a responsabilidade objetiva como sendo o sistema geral da responsabilidade do CDC. Assim, toda indenização derivada de relação de consumo, sujeita-se ao regime da responsabilidade objetiva, salvo quando o Código expressamente disponha em contrário. Há responsabilidade objetiva do fornecedor pelos danos causados ao consumidor, independentemente      da investigação de culpa.”
DIREITO DO CONSUMIDOR E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS. CANCELAMENTO DE VOO DOMÉSTICO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO
Ação de compensação de danos morais, tendo em vista falha na prestação de serviços aéreos, decorrentes de cancelamento de voo doméstico. Ação ajuizada em 03/12/2015. Recurso especial concluso ao gabinete em 17/07/2018. Julgamento: CPC/2015.
O propósito recursal é definir se a companhia aérea recorrida deve ser condenada a compensar os danos morais supostamente sofridos pelo recorrente, em razão de cancelamento de voo doméstico.
Na específica hipótese de atraso ou cancelamento de voo operado por companhia aérea, não se vislumbra que o dano moral possa ser presumido em decorrência da mera demora e eventual desconforto, aflição e transtornos suportados pelo passageiro. Isso porque vários outros fatores devem ser considerados a fim de que se possa investigar acerca da real ocorrência do dano moral, exigindo-se, por conseguinte, a prova, por parte do passageiro, da lesão extrapatrimonial sofrida.
 Sem dúvida, as circunstâncias que envolvem o caso concreto servirá de baliza para a possível comprovação e a consequente constatação da ocorrência do dano moral. A exemplo, pode-se citar particularidades a serem observadas: i) a averiguação acerca do tempo que se levou para a solução do problema, isto é, a real duração do atraso; ii) se a companhia aérea ofertou alternativas para melhor atender aos passageiros; iii)  se foram prestadas a tempo e modo informações claras e precisas por parte da companhia aérea a fim de amenizar os desconfortos inerentes à ocasião; iv) se foi oferecido suporte material (alimentação, hospedagem, etc.) quando o atraso for considerável; v) se o passageiro, devido ao atraso da aeronave, acabou por perder compromisso inadiável no destino, dentre outros.
Na hipótese, não foi invocado nenhum fato extraordinário que tenha ofendido o âmago da personalidade do recorrente. Via de consequência, não há como se falar em abalo moral indenizável.
Recurso especial conhecido e não provido, com majoração de honorários.
Por fim, o subjetivismo não é importante quando tratamos de questões sobre relação de consumo, uma vez que não faz parte dos critérios determinantes no momento de se condenar à reparação do dano, já que não interessa se houve ou não a pretensão de lesar, sendo suficiente apenas a existência do prejuízo e, por isso, o causador é obrigado a repará-lo.
DO DANO MORAL
A obrigatoriedade de reparar o dano moral está consagrada na Constituição Federal, precisamente em seu art.5°, onde a todo cidadão “assegurado o direito de resposta, proporcionalmente ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou imagem” (inciso V) e pelo seu inciso X, onde “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
Como anteriormente disposto, pode-se verificar a obrigação da Ré em reparar pelos danos sofridos pelo autor, uma vez que o prejuízo moral sofrido por esta se deu em virtude da comprovada conduta ilícita praticada pela requerida.
Fundamentando o direito incontroverso objeto desta lide, cita-se o art. 186 e art. 187 do Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Em conjunto com as disposições supracitadas, temos o art. 927 do mesmo código em que se verifica a responsabilidade de indenizar, por parte da Ré, por estes atos ilícitos praticados, qual seja:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
De acordo com as disposições normativas acima, a Ré, no presente caso, tem o dever de indenizar os danos morais sofridos pelo autor, uma vez que, sem justificativa plausível (mediante análise de outros casos) atrasou o voo inicial,
Portanto, falhou na prestação de serviços, favorecendo para o abalo íntimo sofrido pela parte requerente.
Em consonância com todos os argumentos acima, cita-se o brilhante Dr. Araken de Assis, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que, em um de seus artigos, inicia dessa forma para, posteriormente, expor seu pensamento:
“Nos últimos tempos, controverte-se a indenização pecuniária do dano moral. Averbam-se tais indenizações como uma fonte de enriquecimento sem causa e a própria constatação desta espécie de dano, em inúmeros ilícitos, como uma trava perniciosa à vida em sociedade. […]
Com tais preposições, honestamente, não posso concordar. Em geral, elas provêm de contumazes contraventores de regras de conduta e de litigantes contumazes, interessados em minimizar os efeitos dos seus reiterados atos ilícitos. Ao contrário do que se alega, é imperioso, na sociedade de massas, inculcar respeito máximo à pessoa humana, frequentemente negligenciada, e a indenização do dano moral, quando se verificar ilícito e dano desta natureza, constitui um instrumento valioso para alcançar tal objetivo”.
Nesse sentido, em casos semelhantes, tem se manifestado a jurisprudência pátria pelo cabimento dos danos morais:
TRANSPORTE AÉREO. CANCELAMENTO E ATRASO DE VOO. DANOS MORAIS. JUROS MORATÓRIOS. Verificada falha na prestação do serviço e ausente qualquer excludente de responsabilidade, deve ser mantida a sentença pela procedência do pedido por danos morais. Tratando-se de responsabilidade contratual, a incidência dos juros moratórios é desde a citação. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70049126691, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Bayard Ney de Freitas Barcellos, Julgado em 15/08/2012)
Desconstrói, então, a justificativa das empresas de se recusarem a pagar indenizações de cunho moral, impondo, em seguida, a importância desse tipo de compensação, tanto como forma de reparar danos de foro íntimo experimentados pelos que são lesados, como também um meio de compelir os contraventores a não minimizar seus reiterados atos ilícitos praticados.
DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Tem-se como entendimento pacífico dos Tribunais e pela própria legislação que, diante de ato ilícito, cabe reparação por danos morais, tendo como tal toda atitude que vá de encontro a um direito previsto em lei e/ou se dê contra o bom costume e a boa-fé. Além disso, destaca-se este entendimento quanto ao caráter da supracitada indenização: PUNITIVO E PEDAGÓGICO.
Os juízes, desembargadores e ministros tem entendido que se faz necessário, no momento da valoração, a observação quanto à atitude da parte Ré, no que tange à possibilidade de reiterarna conduta ilícita e tornar-se algo contumaz, devendo ser punida pelo feito, além, claro, da compensação pelo abalo sofrido pela vítima, com o intuito de “educar” a empresa, sendo este o caráter PEDAGÓGICO.
Não obstante, há de se observar também o caráter PUNITIVO que se dá com o objetivo de punir a parte Ré pela conduta ilícita praticada, cominando o pagamento de uma quantia para que esta tenha prejuízo pela atitude tomada.
Casando-se os dois critérios supracitados, temos que a medida em que se busca que a Ré sinta o prejuízo pela atitude ilícita tomada, isso faz com que esta não reitere na conduta para não arcar com novas dívidas semelhantes, aumentando e melhorando seu dever de cuidado para com os consumidores.
Ademais, diante da disparidade do poder econômico existente entre os litigantes, e tendo em vista o gravame produzido à honra do requerente, mister se faz que o quantum indenizatório corresponda a uma cifra cujo montante seja capaz de trazer o devido apenamento à empresa aérea requerida e de persuadi-la a nunca mais deixar que ocorram tamanhos desmandos.
Assim, seguindo estes requisitos para a valoração da indenização, assegurar-se-á os direitos dos indivíduos de natureza subjetiva, como a honra, respeitando-se seus sentimentos, além de manter os bons costumes e boa-fé nas relações civis e consumeristas.
Cita-se, então, jurisprudências e votos que tratam do quantum indenizatório nas situações de prática de ilícito que acarretam prejuízos morais:
“No que refere ao valor arbitrado na sentença, cuja parte apelante considerou exorbitante, cabe elucidar que diante da ausência de critérios   legais reestabelecidos, cabe ao julgador, atender nessa fixação, circunstâncias relativas à posição social e econômica das partes, a repercussão social da ofensa, o aspecto punitivo- retributivo da medida, dentre outras.
O montante não pode ser irrisório a ponto de menosprezar as consequências sofridas pelo lesado, nem exagerado, dando margem a um exacerbamento punitivo.
Frisa a jurisprudência que a responsabilização por danos morais, também possui um cunho preventivo e pedagógico, a fim de desestimular o ofensor em práticas semelhantes, não buscando de forma alguma enriquecer o pobre, muito menos miserabilista o rico.
Sobre o tema fixação do dano moral prevalece o entendimento de que, na falta de um critério norteador, deve se ter em conta um critério de razoabilidade, a fim de evitar quantias irrisórias ou exageradas, levando-se em consideração as peculiaridades de cada caso (REsp.  nº 73.366-SP, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira).”
“Quanto ao valor fixado para a indenização pelo dano moral, a orientação jurisprudencial tem sido no sentido de que o juiz, valendo-se de sua experiência e bom senso, deve sopesar as peculiaridades de cada caso, de forma que a condenação cumpra a função punitiva e pedagógica, compensando-se o sofrimento do indivíduo sem, contudo, permitir o seu enriquecimento sem causa”. (TRF -2ª REGIÃO; AC: 2001.51.01.023374-1;    UF: RJ; Orgão Julgador: QUINTA TURMA  ESPECIALIZADA; Relator JUIZ ANTÔNIO CRUZ NETTO).” (grifos nossos)
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requerer à V. Exc.:
A citação da Ré para que compareça à Audiência de Conciliação, sob pena de revelia e consequente condenação;
Se inexistir acordo, seja designada Audiência de Instrução e Julgamento, intimando-se a ré para se quiser, oferecer contestação;
Seja julgada pela TOTAL PROCEDÊNCIA do pedido aqui formulado, ensejando o pagamento de indenização por danos morais e materiais pela falha na prestação de serviços da Ré ao (informar todo o abalo sofrido, além dos prejuízos de cunho material, com a discriminação dos valores pagos a mais) e o caráter PUNITIVO e PEDAGÓGICO quanto ao arbitramento do valor da indenização, em importância pecuniária a ser arbitrada por Vossa Excelência, devidamente atualizada com correção monetária e juros de mora desde a data do evento danoso (Súmula 54 do STJ), ambos até a data do efetivo pagamento.;
Requer a aplicação das regras esculpidas no Código de Defesa do Consumidor, com a inversão do ônus da prova (art. 6º, VI) e a responsabilização objetiva da Ré.
Condenação da requerida no pagamento de honorários advocatícios, sugerindo-se o percentual de 20% e custas processuais com base no art. 20, §4º do CPC, em caso de recurso.
A juntada de documentos novos a qualquer tempo, de acordo com o art. 397 do Código de Processo Civil.
Dá-se à causa o valor de R$ xxxxxxx (valor por extenso).
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Cidade, Data
(Assinatura e OAB do Advogado)
Prática Processual Administrativa 
ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO SETOR DE LICITAÇÕES DA PREFEITURA MUNICIPAL DE_______ ESTADO ________.
PRESENCIAL Nº / CONCORRÊNCIA Nº
Processo Licitatório n° 001-23/2021
 
TRANSPORTES GERAIS LTDA, pessoa jurídica de direito privado ,inscrita no CNPJ sob o n° xxxxxxxx, com sede na Rua…, nº…, Bairro…, Piracicaba /SP, representada neste ato por seu representante legal o Sr. FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, Empresário, portador da Carteira de Identidade RG nºxxxxxxxx Órgão Expedidor/UF e CPF nºxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua________, nº_____, Bairro________, nesta cidade de xxxxxxxxx CEP xxxxxxxxxx através de sua advogada infra-assinada e constituída pela procuração em anexo, com endereço eletrônico xxxxxxxxxxxx, apresentar, apresentar
IMPUGNAÇÃO AO EDITAL
Da Licitação modalidade de concorrência em epígrafe, com fundamento no Artigo 41, § 2º da Lei nº 8.666/1993, pelos motivos de fato e de direito que adiante passa a expor:
DA TEMPESTIVIDADE
Primeiramente, cumpre ressaltar que a presente impugnação é tempestiva, tendo em vista que o aviso do edital foi publicado no dia xxxxxxx uma vez que o edital estipula o prazo de 30 dias úteis antecedentes à data fixada para recebimento das propostas de habilitação.
Desta forma, o prazo encerrar-se-á no dia 16/06/2023., sendo, portanto, tempestiva a presente peça. 
 
DO OBJETO DA LICITAÇÃO
A Licitação modalidade de concorrência em referência tem por objeto a contratação se tratava de realização de serviços de transportes de diversos materiais por todo o Brasil, como dito anteriormente; o rol de clausulas do certame determinava que o interessado apresentasse um atestado de capacidade técnica de transporte de carga emitido por outra empresa pública Federal; em outro item determinava que toda a frota do participante tivesse apenas 2 anos de uso, ou seja, que todos os caminhões tivessem sido fabricados até o ano de 2019.
 
DOS FATOS
A subscrevente tem interesse em participar do processo licitatório supramencionado.
Ao adquirir o Edital verificou irregularidades quanto as condições para participação na licitação
O procedimento de licitação, sob a modalidade de concorrência, foi devidamente publicado, contudo com possíveis irregularidades no Edital de Licitação nº 001-23/2021, elaborado pela empresa pública Federal WYW.
Tendo em vista que Objeto da contratação se tratava de realização de serviços de transportes de diversos materiais por todo o Brasil, como dito anteriormente; o rol de clausulas do certame determinava que o interessado apresentasse um atestado de capacidade técnica de transporte de carga emitido por outra empresa pública Federal; em outro item determinava que toda a frota do participante tivesse apenas 2 anos de uso, ou seja, que todos os caminhões tivessem sido fabricados até o ano de 2019. 
Assim, pretendesse realizar a impugnação em duas clausulas da licitação, por entender que tais clausulas são restritivas de direito. Ademais, a inclusão dessa exigência no decorrer da licitação pode constituir ônus financeiro e operacional desarrazoado para as empresas competidoras.
 
DO DIREITO
É notório que há discriminação no processo licitatório de nº001-23/2021, visto que a exigência estabelecidas são o rol de clausulas do certame determinava que o interessado apresentasse um atestado de capacidade técnica de transporte de carga emitido por outra empresa pública Federal; em outro item determinava que toda a frota do participantetivesse apenas 2 anos de uso, prejudica empresas pretendentes da licitação.
Nesse sentido a Lei n° 8.666/93 é clara ao impedir que ocorra qualquer tipo de discriminação não autorizada pela norma licitatória, ou seja, quando ela for tão específica que APENAS UMA OU ALGUMAS POUCAS EMPRESAS POSSAM PRETENDER A LICITAÇÃO, estaremos diante de flagrante cerceamento da isonomia e competitividade entre as empresas licitantes; vejamos: 
Art. 30: A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
§ 5: É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
Desta feita, basta uma simples leitura da norma posta para verificar que a forma e modo da rede prévia exigida no presente edital, restringe de forma grave o universo de possíveis competidores, não atendendo a isonomia ampla e irrestrita, indicando a ocorrência de parcialidade, com vistas a socorrer algumas empresas licitantes, possivelmente da região. Se o instrumento convocatório ora ventilado não for imediatamente retificado no tocante ao exigido, a empresa vencedora do certame certamente será uma ofertante local escolhida, consubstanciando-se, assim, uma patente e irrefutável ilegalidade no procedimento, caracterizando, então, o direcionamento do Edital a uma determinada empresa, impedindo a competividade, a isonomia e a legalidade/reserva legal, TODOS, princípios resguardados pela constituição federal e legislação licitatória.
Enfatizando assim, que a  Lei de Licitações 8666/93 estabelece que toda licitação pública deve garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, isto é, deve assegurar a todos igualdade de condições para que possam comprovar que atendem às exigências do poder público, estando aptos a fornecer o bem, prestar o serviço ou realizar a obra. A lei ainda proíbe que, nos atos de convocação, haja cláusulas ou condições que possam comprometer, restringir ou frustrar o caráter competitivo do certame.
Inclusive são por estas razões que, no intuito de coibir abusos na discricionariedade dos agentes públicos, o legislador pátrio fez constar no bojo da lei licitatória, mais precisamente no Art. 3°, § 1°, inciso I, in verbis:
 "É vedado aos agentes públicos: admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato (...).
Desta forma o Estado deve dispensar o mesmo tratamento aos seus administrados, sem estabelecer entre eles quaisquer preferências ou privilégios. Como ensina José dos Santos Carvalho Filho, a igualdade “significa que todos os interessados em contratar com a Administração devem competir em igualdade de condições, sem que a nenhum se ofereça vantagem não extensiva a outro.”
No mesmo sentido, aduz Maria Sylvia Zanella di Pietro:
O princípio da igualdade constitui um dos alicerces da licitação, na medida em que esta visa, não apenas permitir à Administração a escolha da melhor proposta, como também assegurar igualdade de direitos a todos os interessados em contratar. Esse princípio, que hoje está expresso no artigo 37, XXI, da Constituição, veda o estabelecimento de condições que impliquem preferências em favor de determinados em detrimento dos demais.
Deste modo, fica claro, que o Edital n°001-23/2021 deve ser retificado e trata-se de um poder-dever do administrador público responsável, que deve excluir o rol de clausulas do certame determinava que o interessado apresentasse um atestado de capacidade técnica de transporte de carga emitido por outra empresa pública Federal; em outro item determinava que toda a frota do participante tivesse apenas 2 anos de uso, por violar normas e princípios licitatórios e constitucionais.
DOS PEDIDOS
 
Diante do exposto, requer-se:
O conhecimento e acolhimento Impugnação e seu total acolhimento, sendo julgada procedente para então ser “retificado, anulado, nulo modificado (o rol de clausulas do certame determinava que o interessado apresentasse um atestado de capacidade técnica de transporte de carga emitido por outra empresa pública Federal; em outro item determinava que toda a frota do participante tivesse apenas 2 anos de uso) o edital de Licitação n°001-23/2021;
A determinação da republicação do Edital, com a alteração pleiteada, assim como seja reaberto o prazo inicialmente previsto.
Termos em que,
Pede Deferimento.
CIDADE, DIA, MÊS, ANO
ADVOGADO
OAB Nº
Prática Processual Penal 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 02ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE VITÓRIA/ ESPIRITO SANTO
PROCESSO: (…….)
 				MATHEUS, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio de seu advogado infra assinado conforme procuração anexa (anexo 01), apresentar perante Vossa Excelência
RESPOSTA A ACUSAÇÃO	
 				Nos termos do art. 396-A do Código de Processo Penal, inconformado pela denúncia oferecida pelo Douto Representante do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, pelos fatos e fundamentos que seguem:
DOS FATOS
 				Consta nos autos da denúncia que o ora acusado, no dia 31 de Dezembro de 2019, se envolveu em uma discussão na saída de um evento, onde desferiu uma garrafa de vidro na cabeça da vítima, ocasião essa em que se encontrava embriagado.
 				Diante do exposto pelo nobre representante do Ministério Público do Estado do Espírito Santo apresentou denúncia em face do ora acusado pelos crimes de lesão corporal (Art. 129, § 1º, inciso I do Código Penal).
 				Contudo, Excelência, a realidade fática da dinâmica dos fatos apurados é bem diversa da exposta na denúncia, como a seguir passará a ser demonstrado.
DA REALIDADE DOS FATOS
 				No dia 31 de dezembro de 2019, estava em um evento acompanhado de amigos, fazendo consumo apenas de água tônica pois sabia que possuía intolerância a álcool, em determinado momento, solicitou água tônica ao funcionário do bar, que, erroneamente, entregou ao acusado um drink “gin tônica”, que é feito com uma dose de gin misturada com água tônica, o acusado com sede, deu um grande gole na bebida, vindo a ficar completamente embriagado, em razão da intolerância ao álcool. Sentindo-se mal, resolveu deixar o local dos fatos, o acusado foi surpreendido com a presença da vítima, com quem já discutira em diversas oportunidades em jogos de futebol. 
 				A Vítima, ao verificar a situação de completa embriaguez de seu rival, começa a rir, momento em que o Acusado usou a garrafa de refrigerante, de vidro, que estava em suas mãos, para desferir um golpe na cabeça da Vítima, na data dos fatos, o Acusado realizou exame de alcoolemia e atendimento médico, que constatou que ele se encontrava completamente embriagado em razão da ingestão de bebida alcóolica (gin) e sua intolerância, bem como, que era inteiramente incapaz de determinar-se sobre o caráter ilícito do fato. O nome do funcionário do bar que teria lhe atendido (Carlos) e dos seus amigos José e Antônio, que teriam presenciado os fatos. Confirmou, que desferiu o golpe de garrafa na cabeça da Vítima, que deixou o loca sangrando. 
 				Ora, excelência, está claro que o ora acusado foi vítima de um erro do funcionário do bar, pois jamais iria consumir álcool sabendo de sua intolerância, tanto que após o incidente realizou exames e procurou atendimento médico
- O acusado não sabia que a bebida ingerida continha álcool, pois quando recebeu bebeu de uma só vez por estar com sede, e jamais teria bebido se soubesse que estava ingerindo bebida alcoólica;
- O acusado, confiou no funcionário do bar e no momento em que percebeu estar passando mal resolveu deixar o local.
 				Ou seja, Excelência, o ora acusado não tinha nenhuma intenção de embriagar-se, se assimtivesse agido, certamente não teria saído do local, pois seus amigos estavam consumindo álcool, e não teria procurado assistência médica, e em seu entendimento, confiou no funcionário do bar, jamais desconfiando que pudesse estar consumindo álcool.
 				Vale ressaltar que a vítima deixou de realizar o exame de corpo de delito, e também não possui sequer o BAM (Boletim de Atendimento Médico), não sabendo se de fato foi realizado deixando essa informação em dúvida.
 				Destaque-se, ainda, Excelência, que o ora acusado possui uma condenação pela prática da infração prevista no Art. 42 da lei no 3.688/41 do ano anterior aos fatos, que nada tem a ver com esse caso, portanto, não deveria ao menos ter sido mencionada. Acreditou que estava ingerindo água tônica, e que nada de errado havia em sua conduta, acreditando na boa fé do funcionário do bar, não acreditando que ele iria se confundir com o pedido.
 				
DO DIREITO
 				A respeitável denúncia não merece prosperar, pois o acusado ingeriu bebidas alcoólica por erro, causa esta de excludente de culpabilidade, conforme prescreve os artigos 397, II, do CPP e o art. 28, § 1º, do CP:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
Art. 28, § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
 				De acordo com o Art. 158 do CPP, quando a infração penal deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. 
Art. 58 Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
 				A denúncia somente foi acompanhada de imagens da câmera de segurança do local onde os fatos teriam ocorrido e da Folha de Antecedentes Criminais. Ademais, foi informado que a vítima não compareceu ao IML para realização do exame de corpo de delito, já que estava com dor de cabeça. Também não há informações sobre a realização ou juntada do Boletim de Atendimento Médico. 
 
 				Dessa forma, o Ministério Público imputou um crime de lesão corporal qualificada, infração essa que deixa vestígios, com base apenas nas declarações do ofendido, sem o indispensável exame de corpo de delito. 
 
De acordo com o Art. 564, inciso III, alínea b, do CPP
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167
 				Ocorrerá nulidade quando faltar formalidade legal, sendo uma dessas formalidades o exame de corpo de delito nos crimes que deixem vestígios. 
DA ATIPICIDADE DA CONDUTA REALIZADA PELO ACUSADO
 				O acusado foi denunciado por ter incidido nas penas previstas no art. Art. 129, § 1º, inciso I, do CP, baseado apenas no depoimento da vítima e em imagens de segurança do local do evento, sem quaisquer outras provas que acusem de maneira delitiva o réu.
				
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dia
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
 				Excelência, conforme já exposto, o ora acusado não realizou a conduta criminosa de maneira dolosa não agiu dentro de sua normalidade por consequência de uma embriaguez involuntária. 
 			 O acusado foi vítima de um erro e contra sua vontade, ficando evidente a existência da excludente de ilicitude por embriaguez acidental, uma vez que, de forma involuntária, por força maior e por intermédio de terceiros o agente ingeriu bebida alcoólica.
 				Neste sentido, segue abaixo o entendimento do doutrinador Guilherme de Souza Nucci e do Tibunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul:
“Embriaguez decorrente de força maior é a que se origina de eventos não controláveis pelo agente, tal como a pessoa que, submetida a um trote acadêmico violento, é amarrada e obrigada a ingerir, à força, substância entorpecente. Ambas, no fundo, são hipóteses fortuitas ou acidentais. Essa causa dá margem a uma excludente de culpabilidade se, por conta dessa ingestão forçada ou fortuita, o agente acaba praticando um injusto.”(NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: 13ºed. Vol.1. – Rio de Janeiro: Editora Forense, 2017. Pág. 621).
E M E N T A – APELAÇÃO CRIMINAL ACUSATÓRIA – DESACATO – REFORMA DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA – VIABILIDADE – RECURSO PROVIDO. 1.Apenas a embriaguez acidental (involuntária) completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, é capaz de excluir a imputabilidade do agente e, consequentemente, a sua culpabilidade, nos termos do art. 28, § 1º, do Código Penal. 2.O ônus da prova quanto estado de embriaguez completa acidental, pressuposto para isenção de pena, nos termos do referido dispositivo legal, é de incumbência defensiva, nos termos do art. 156 do Código de Processo Penal, já que se trata de fato impeditivo da pretensão acusatória contida na denúncia. 3.Havendo provas sobre a materialidade e autoria dos fatos delituosos, deve ser mantida a condenação, nos termos da sentença.(TJ-MS - APL: 00042323820168120017 MS 0004232-38.2016.8.12.0017, Relator: Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques, Data de Julgamento: 28/08/2017, 2ª Câmara 
 				Excelência, o réu não pode ser culpado desta conduta supracitada, uma vez que, o acusado foi vítima de uma embriaguez involuntária proveniente de um erro, o que exclui a culpabilidade do fato.
Assim estabelece o art. 397, III, do Código de Processo Penal:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto, requer:
1- Que seja declarada a absolvição sumária do ora acusado, nos termos do art. 397, lll, do código de processo penal.
2- Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, requer a oitiva das testemunhas, na continuidade da Instrução Criminal.
Termos que,
Pede e aguarda deferimento.
Vitória, 28 de novembro de 2022
(Advogado)
(Oab)

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