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A normalização brasileira para o dimensionamento de alvenaria estrutural

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WWW.REVISTA.ANICER.COM.BR I REVISTA DA ANICER I 1 
 31 De Março De 2020 
Por Emil Sanchez
O desenvolvimento, a concepção de novos 
procedimentos e os modelos mais sofisticados 
de análise das estruturas em Engenharia Civil 
estão a se desenvolver de forma acelerada. As 
publicações técnicas, revistas especializadas, 
seminários, colóquios, congressos etc., são 
veículos de suma importância para o 
intercâmbio de conhecimentos e, em conjunto 
com Internet, que por sua vez coroa esse elo de 
informações, permitem o espraiamento mais 
rápido e efetivo dos resultados de pesquisas e 
dados de práticas construtivas. 
Em tempos idos as normas estadunidenses 
eram adotadas como um documento 
determinante para o dimensionamento de 
Alvenaria Estrutural, devido a inexistência de 
algo similar no Brasil. As edificações em 
Alvenaria Estrutural, especialmente no Estado 
de São Paulo, eram erguidas numa escalada 
A NORMALIZAÇÃO BRASILEIRA PARA O 
DIMENSIONAMENTO DE ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
Engenharia 
 
2 I REVISTA DA ANICER I WWW.REVISTA.ANICER.COM.BR 
crescente e a carência de uma norma 
brasileira era premente. O Ibracon – Instituto 
Brasileiro do Concreto, promoveu um evento no 
qual o meio técnico brasileiro se manifestou de 
forma incisiva com a apresentação de diversos 
estudos sobre Alvenaria Estrutural. 
Em 30/11/1989, organizada pelo ABNT/CB-002 
Construção Civil, foi publicada a NBR 10837:1989 
Cálculo de alvenaria estrutural de blocos 
vazados de concreto – Procedimento. Essa 
norma era uma síntese, com diversas 
adaptações, da norma do ACI – American 
Concrete Institute e a sua filosofia de 
dimensionamento fundamentava-se em 
tensões admissíveis, com aplicação exclusiva 
às paredes de blocos vazados de concreto. 
Com todas as críticas que se possa fazer a esse 
regulamento, não se pode ignorar o seu 
relevante mérito que possibilitou a adequação 
da prática quotidiana fundamentada nos 
conhecimentos alicerçados sobre esse sistema 
construtivo entre os engenheiros de obra ou 
calculistas, pois ainda havia grande carência 
de textos nacionais sobre o assunto. 
Na década de 1990, desenvolveu-se de 
maneira acelerada a execução de paredes 
estruturais de blocos cerâmicos, entretanto, a 
CEF – Caixa Econômica Federal, impunha 
restrições ao uso desse material porque não 
havia respaldo da normalização para o 
dimensionamento estrutural com a utilização 
de blocos cerâmicos. A Anicer, recém criada, 
interveio e recomendou que se fizessem 
avaliações sobre a adequação da aplicação 
da NBR 10837:1989 aos blocos cerâmicos. 
Missão essa que ficou ao encargo de vários 
profissionais atuantes nessa área, que 
documentaram com pareceres a 
plausibilidade de se ajustar as prescrições 
relativas aos blocos de concreto à utilização de 
blocos cerâmicos. Esse, dentre outros, foi um 
dos motivos da proliferação das construções 
em Alvenaria Estrutural, pois vislumbrando o 
grande mercado que se anunciava, as 
cerâmicas rapidamente se adequaram para 
produzir blocos de melhor qualidade e maior 
resistência. 
As engrenagens do Mercado se moveram e as 
pesquisas nas universidades nacionais se 
desenvolveram em ritmo crescente, com 
publicações de artigos e livros, mostrando que 
a normalização nacional carecia de 
atualização e abrangência. 
A normalização europeia consubstanciada em 
normas tais como o Eurocode 6 – Design of 
masonry structures – Part 1-1: General rules for 
reinforced and unreinforced masonry 
structures, cuja filosofia de dimensionamento 
se fundamenta em Estados Limites Últimos, 
serviu como base para a atualização da norma 
brasileira, daí foram elaboradas, de modo 
completamente diferente do que consta no 
Eurocode 6, duas normas em função do tipo de 
bloco: NBR 15812-1: Alvenaria estrutural – Blocos 
cerâmicos – Parte 1: Projetos e Parte 2: Execução 
e controle de obras, NBR 15961-1: Alvenaria 
estrutural – Blocos de concreto – Parte 1: Projeto 
e Parte 2: Execução. Cisma sem explicação 
convincente para qualquer técnico ou leigo. 
Atualmente, está em processo de consulta 
pública uma nova norma, elaborada pela 
Comissão de Estudo de Alvenaria Estrutural 
(CE-002:123.010) do Comitê Brasileiro da 
Construção Civil (ABNT/CB-002), em conjunto 
com o Comitê Brasileiro de Cerâmica Vermelha 
(ABNT/CB-179), dividida em três partes: 
• ABNT NBR 16868-1 Alvenaria estrutural – 
Parte 1: Projeto. 
 
WWW.REVISTA.ANICER.COM.BR I REVISTA DA ANICER I 3 
• ABNT NBR 16868-2 Alvenaria estrutural – 
Parte 2: Execução e controle de obras. 
• ABNT NBR 16868-3 Alvenaria estrutural – 
Parte 3: Métodos de ensaio. 
A atuação da Anicer, CEF, Ibracon, dentre 
outras instituições, fez com que em cerca de 30 
anos o Brasil alcançasse um bom padrão de 
qualidade em construções de Alvenaria 
Estrutural, sendo hoje o país que se destaca 
pelas pesquisas nesse sistema construtivo.

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