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1. Resuma a trajetória histórica da Orientação Profissional. É a partir da Revolução industrial que a seleção e a escolha profissional passam a ter relevância uma vez que prevalece a ideia do homem certo no lugar certo, visando maior produtividade. Orientação Profissional tem suas origens na Europa no início do século XX, com a criação do Centro de Orientação Profissional de Munique, 1902. A finalidade da Orientação Profissional era o de detectar, na indústria, trabalhadores inaptos para a realização de determinadas tarefas, evitando acidentes de trabalho. Contudo, o marco oficial de início da Orientação Profissional está entre os anos de 1907 e 1909, com a criação do primeiro Centro de Orientação Profissional norte-americano, o Vocational Bureau of Boston, e a publicação do livro Choosing a Vocation (Escolhendo uma vocação), ambos sob responsabilidade de Frank Parsons. (SPARTA, 2003) Foi mérito de Parsons o acréscimo à Orientação Profissional de ideias da Psicologia e da Pedagogia e a preocupação com a escolha profissional dos jovens de seu país. Em seu livro, Parsons definia três passos a serem seguidos durante o processo de Orientação Profissional: 1) a análise das características do indivíduo; 2) a análise das características das ocupações; 3) e o cruzamento destas informações. Desta forma, a Orientação Profissional baseava-se na promoção do autoconhecimento e no fornecimento de informação profissional. (SPARTA, 2003) Nas décadas de 1920 e 1930, a Psicologia Diferencial e a Psicometria passaram a influenciar a prática da Orientação Profissional, devido ao grande desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial. A Orientação Profissional passou a ser um processo diretivo, em que o orientador fazia o diagnósticos e prognósticos do orientando e, com base nesses procedimentos, indicava profissões ou ocupações apropriadas. (SPARTA, 2003) Orientação profissional iniciou-se no ano de 1902, na Europa com o intuito de orientar os trabalhos para evitarem possíveis acidentes de trabalho. Parsons desenvolveu a ideologia de Orientação profissional para os jovens com abordagem Psicológica e Pedagógica. Buscava o autoconhecimento e a junção com a informação e perfil profissional. 2. Quais as diferenças dos termos Orientação Vocacional e Orientação Profissional? Apresentamos dois termos que são utilizados para nomear processos de facilitação a escolha profissional, denominados: orientação vocacional e outro denominado orientação profissional. As duas denominações contemplam em si os mesmos propósitos, mas com significados e destaques diferentes. Para os profissionais que trabalham com este serviço as diferenças entre as duas denominações são conceituais, pois, enquanto a orientação vocacional se conecta mais com o conceito de vocação/chamado e poderia ter uma conotação de predestinação, a orientação profissional volta-se para a busca das aptidões, mas sem deixar de fora o contexto profissional e cultural. Atualmente, a orientação profissional é considerado um conceito mais assertivo e amplo, que contempla a realidade externa da escolha, sem deixar de lado o mundo subjetivo de desejos e expectativas do sujeito. (Lago, 2017) Orientação vocacional é voltado para o âmbito da vocação, como uma “predestinação” do sujeito em determinada área. Entretanto, a orientação profissional visa orientar possíveis aspectos do indivíduo em determinado meio para busca de aptidões, levando em conta aspectos culturais, sociais e profissionais. 3. Destaque as principais características da teoria do Traço e Fator de Frank Parsons na orientação profissional. A Teoria do Traço e Fator dá início à área da orientação profissional, sugerindo um procedimento racional e objetivo para a escolha, pressupondo: a) Os indivíduos diferenciam-se entre si em termos de habilidades físicas, aptidões, interesses e características pessoais; b) As ocupações também se diferenciam entre si, cada uma exigindo, para um desempenho produtivo, que o profissional apresente aptidões, interesses e características pessoais requeridas pela profissão; c) É possível conduzir à compatibilização ideal dessa dupla ordem de fatores através de um processo racional de escolha. (Ferretti, 1988, p. 18) Através de um processo coerente de escolha levando em conta o desempenho, aptidões, habilidades físicas, interesses e características pessoais. Características principais da Teoria Traço e Fator Acredita-se que as aptidões, os interesses e os traços de personalidade são inatos; A concepção de escolha aproxima-se do modelo médico que “radiografa” o sujeito, analisa os dados coletados e os sintomas, realiza um diagnóstico e, por fim, propõe um prognóstico. O orientando não decide, mas aceita ou não o conselho do profissional. Os instrumentos utilizados, em geral, mensuram as aptidões, testam os interesses e descrevem a “personalidade” do indivíduo. O interesse profissional é definido como “atração, preferência, gosto, sentimento de satisfação por determinado tipo de atividade. De acordo com essa concepção, os interesses tendem a se estabilizar a partir do fim da adolescência e mantêm-se durante o período da “maturidade”. 4. Destaque as principais características da teoria da estratégia clínica de Rodolfo Bohoslavsky. A teoria psicodinâmica busca explicar como os indivíduos constituem sua personalidade e como se aproximam das profissões. Tem a Psicanálise como fundamentação, buscando compreender o desenvolvimento afetivo sexual, principalmente na primeira infância, para entender o desenvolvimento das aptidões, interesses e características de personalidade.Busca-se compreender a relação da personalidade e a escolha profissional, por exemplo: 1. A pessoa independente poderá procurar um emprego no comércio ou em profissões onde possa exercer liderança e iniciativa; 2. Pessoas agressivas podem escolher profissões altamente competitivas; 3. Uma pessoa que tenha um superego severo pode sentir-se insatisfeita nas suas ocupações. A estratégia clínica compreende o conhecimento, a investigação, a compreensão e a modificação do comportamento humano, podendo acontecer tanto no âmbito psicossocial (individual), quanto no sociodinâmico (grupal), como também nos âmbitos institucional e/ou comunitário. Afastando-se assim, da modalidade estatística. (Bohoslavsky, 2015, p. 6-7), A abordagem clínica, traz um formato dinâmico com relação à concepção de escolha, visto que, coloca o sujeito que escolhe, numa posição ativa. Essa abordagem dá ênfase às potencialidades do sujeito para enfrentar os desafias oriundos do processo de orientação vocacional. Portanto, a tarefa primordial do orientador profissional é a de orientar e esclarecer, colocando-se numa posição de auxiliar no processo de escolha. Explica como os indivíduos constroem a personalidade e como isso irá aproximá-los da profissão. A abordagem dá ênfase na potencialidade do indivíduo levando em conta desafios do processo de orientação. Inseri no centro do processo a pessoa que escolhe e seu potencial transformador da sociedade. Procura favorecer não só a tomada de consciência do conflito presente na escolha, como também, aborda as sobre determinações (sociais, econômicas e culturais) que a envolvem. Concebe o trabalho como importante elo entre o mundo intrapsíquico do indivíduo e o contexto social. A orientação profissional clínica almeja a construção de uma identidade vocacional, a possibilidade de uma escolha, o estabelecimento saudável da pessoa com seu papel sociolaboral e o projeto de vida, de forma autônoma e contínua. A estratégia clínica, não tem a finalidade de indicar uma carreira. Ela busca compreender todo o fenômeno que ocorre no processo decisório. (Moura, 2014), 5. Destaque as principais características da teoria tipológica de John Holland. De acordo com John Holland os interesses vocacionais são uma expressão da personalidade, e indivíduos dedicados a uma mesma ocupação possuem personalidades similares. Destacaque indivíduos de personalidades semelhantes criam ambientes físicos e interpessoais característicos que podem ser categorizados através da tipologia a seguir: As personalidades e os ambientes de nossa cultura podem ser de seis tipos: realista (R), investigativo (I), artístico (A), social (S), empreendedor (E) e convencional (C). Cada tipo de ambiente tem um modo peculiar de resolver suas questões no âmbito das relações sociais, apresentando estilos de interação interpessoal e estratégias preferidas de solução de problemas. Holland (1997) dedicou-se a descrever ambientes ocupacionais e definiu as características críticas destes ambientes em termos dos tipos de personalidades que os habitavam. A chance de sucesso de um indivíduo eleva-se na medida em que o ambiente de trabalho for pautado por normas ditadas por pessoas que compartilham dos seus valores. E a avaliação de interesses pode identificar estes ambientes, de modo a maximizar as suas chances de ser aceito e alcançar status no contexto da atividade profissional Levando em conta o ambiente do trabalho e a personalidade vocacional, podendo ser realista, investigativo, artístico, social empreendedor e convencional . 6. Destaque as principais características da teoria desenvolvimentista de Donald Super. A Teoria Desenvolvimentista surge a partir de 1950, como alternativa à abordagem dos Traços e Fatores. Critica-se a ideia de “momento da escolha”, passando-se a defender a concepção de desenvolvimento vocacional. Nesta concepção, o indivíduo possui um ciclo de vida, e a questão profissional perpassa-o como um todo: indivíduos desenvolvem-se vocacionalmente, este processo dura a vida toda. Donald Super (1976) acredita que “as ocupações exigem, para o seu exercício, que o indivíduo tenha certas características. Isto permite certa variedade de indivíduos para cada ocupação”. A tese fundamental desta teoria é que “ os indivíduos que procuram papéis profissionais tendem a traduzir em termos ocupacionais a imagem que têm de si mesmos, e que a sua escolha profissional é uma tentativa de atualizar essa imagem, embora em alguns indivíduos a escolha possa se constituir, ao que parece, uma tentativa de antes atualizar a imagem ideal que a imagem real que tem de si mesmo” (PELLEETIER, NOISEUX E BUJOLD, 1977, p. 40). De acordo com Super, o desenvolvimento vocacional se dá por meio de estágios denominados: crescimento, exploração, estabelecimento, manutenção e descompromisso. Crescimento - do nascimento aos 13-14 anos - Exploração - dos 14 aos 24 anos - Estabelecimento - dos 24 aos 44 anos - Manutenção - dos 44 aos 64 anos - Descompromisso - após os 64 anos A nomeação de cada estágio relaciona-se para a principal tarefa do estádio de vida. Para Super estes estádios não são sempre lineares, visto que, a pessoa pode voltar a um estágio anterior do desenvolvimento. Assim, os estágios podem ser cíclicos. Esta situação - voltar a um estágio anterior, que Super chama de reciclagem, não tem uma conotação negativa. É um processo inerente ao desenvolvimento vocacional. 7. Destaque as principais características da Abordagem Sócio Histórica na orientação profissional. A Teoria Sócio Cognitiva do desenvolvimento de carreira fundamenta-se em alguns pressupostos da Teoria Sócio Cognitiva de Albert Bandura. (LENT; BROWN; HACKETT,1994) Dentre os determinantes teóricos incorporados, destacam-se que o homem baseia-se no pensamento autorreferente para a regulação da sua motivação e comportamento, mais especificamente na auto eficácia e nas expectativas de resultado. Os significados atribuídos pelo indivíduo aos vários aspetos da sua vida são mais importantes e poderosos do que a “realidade”, tal como ela possa estar objetivamente organizada. O pensamento autorreferente (o que pensamos sobre nós próprios) orienta o comportamento e a motivação humana PRESSUPOSTOS da Teoria Social Cognitiva. (BANDURA, 1986, 1997) Os significados atribuídos pelo indivíduo aos vários aspetos da sua vida são mais importantes e poderosos do que a “realidade”, tal como ela possa estar objetivamente organizada. O pensamento autorreferente (o que pensamos sobre nós próprios) orienta o comportamento e a motivação humana PRESSUPOSTOS da Teoria Social Cognitiva. (BANDURA, 1986, 1997) Definição de Auto eficácia Auto eficácia refere-se às crenças que a pessoa tem acerca da sua capacidade para realizar as ações requeridas para alcançar determinados tipos de desempenhos (Bandura, 1997) É específica de cada domínio comportamental; Gera confiança face à utilização futura de uma competência; Não é um traço psicológico estável; Pode ser intencionalmente fortalecida pelos outros e pelo próprio sujeito. A auto eficácia é útil para prever o desempenho futuro em vários domínios do funcionamento humano. (Bandura, 1986, 1997) Expectativas de Resultados “As expectativas de resultado dizem respeito às consequências antecipadas face a esforços comportamentais”. (Lent, Hackett & Brown,1999, p.300) Tipos de Expectativas de Resultados Positivas: servem como incentivos Negativas: atuam como desencorajadoras de determinado comportamento. Antecipação de Resultados Físicos (experiências sensoriais de prazer ou de desconforto físico) Sociais (aprovação, reconhecimento) Auto avaliativos (auto satisfação, orgulho). (Bandura,1986;1997) Fontes de expetativas de resultados Os indivíduos antecipam a probabilidade de obtenção de determinados resultados... “recordando os resultados obtidos em ações passadas (por exemplo, o estudo permitiu ter boas notas e sentimentos de auto aprovação); observando as consequências experienciadas por outros (modelagem/modelação); tendo em conta a opinião de terceiros face às contingências de reforço”. (Lent, Brown & Hackett, 1994, p.102) .