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SOPROS CARDÍACOS Satomi Fujihara Universidade Federal do Pará Disciplina de Habilidades Médicas III Propedêutica Física do Precórdio Regiões de ausculta: Precórdio Regiões infra-claviculares Axila esquerda Epigástrio Vasos do pescoço Face posterior do tórax Propedêutica Física do Precórdio Focos de ausculta: Foco mitral Foco tricúspide Foco pulmonar Foco aórtico Foco aórtico acessório Propedêutica Física do Precórdio Focos de ausculta: Propedêutica Física do Precórdio Outras áreas de ausculta: Borda esternal esquerda Borda esternal direita Endoápex ou mesocárdio: entre foco Tricúspide e Mitral Propedêutica Física do Precórdio Posição do paciente: Decúbito dorsal Decúbito lateral esquerdo: ruflar diastólico da estenose mitral, B3 e B4 mais audível Sentado ou em pé com ligeira flexão do tronco: sopro insuficiência aórtica ou bulhas hipofonéticas Respiração normal – apnéia expiratória e inspiratória Propedêutica Física do Precórdio Posição do paciente: A: Sentado B: Decúbito dorsal C: Decúbito lateral esquerdo D: Em pé A B C Ausculta normal do precórdio █ █ █ █ █ █ B1 B1 B1 B2 B2 B2 tum tum tum ta ta ta Sístole ventricular Diástole ventricular { { { Sístole ventricular Sístole ventricular { { Diástole ventricular Tons e ritmos fundamental do coração 11 PRIMEIRA BULHA GRAVE – LONGA – PROFUNDA MARCA O INICIO DA SISTOLE VENTRICULAR MAIS INTENSA NA PONTA QUE NA BASE DO CORAÇÃO FORMADA POR 5 ELEMENTOS FÔNICOS 14 ELEMENTOS FÔNICOS DA PRIMEIRA BULHA QUARTA BULHA RUIDO MUSCULAR DA CONTRAÇÃO VENTRICULAR RUIDO PRODUZIDO PELO FECHAMENTO MITRAL E TRICÚSPIDE RUIDO DE ABERTURA DA VALVULA AÓRTICA E PULMONAR CLICK EJEÇÃO AÓRTICO E PULMONAR 15 SEGUNDA BULHA AGUDA – BREVE – SUPERFICIAL MAIS INTENSA NA BASE QUE NA PONTA DO CORAÇÃO MARCA O FINAL DA SISTOLE VENTRICULAR FORMADA POR 2 ELEMENTOS FONICOS: ELEMENTO AÓRTICO ELEMENTO PULMONAR 16 Propedêutica Física do Precórdio Sopros: Sopro é a percepção auditiva, na região precordial ou nas suas imediações sobre os vasos, de uma sensação acústica, semelhante àquela obtida quando se deixa sair o ar pela boca. Sopros Cardίacos Fisiogênese Teoria do movimento turbulento Circulação sanguínea normal Turbilhões Velocidade crítica sopro frêmito 20 Propedêutica Física do Precórdio Mecanismo de produção: Aumento da velocidade do sangue Formação de redemoinhos – passagem de sangue através de uma zona estreitada/dilatada Impacto do jato de sangue Diminuição da viscosidade Na maioria das alterações cardiovasculares há associação de dois ou mais dos mecanismos expostos. Propedêutica Física do Precórdio As principais características dos sopros: 1- Localização/Sede 2- Tempo no ciclo cardíaco Holossistólicos ou holodiastólicos Merossistólicos ou merodiastólicos: Protossistólicos, mesossistólicos ou telessistólicos Protodiastólicos, mesodiastólicos ou telediastólicos TEMPO NO CICLO CARDÍACO Configuração █llllllllllllllllllllllllllllllllllllllll█ HOLO █ llllllllllllllll █ MERO █ llllllll█ █llllll █ TEMPO Sistólicos █lllllllllllllllllll█______________ █ Diastólicos llllllll█ █lllllllllllllllllllllllllllllllll█ Sistodiastólicos █lllllllllllllll █lllllll █ Contínuos █lllllllllllllllllll█lllllllllllllllllllllllllllll█ █ llllllllll█llllllllll █ Duração holossistólico █llllllllllllllllllllllllllllll█______________ █ holodiastólico llllllllll█ █lllllllllllllllllllllllllllllllllllllll█ merossistólico protossistólico █llllll █ mesossistólico █ llllllllllllllll █ telessistólico █ llllll█ (pré-diastolico) merodiastólico protodiastólico █ █lllllliiii █ mesodiastólico █ █ llllllllllllll █ telediastólico █ █ lllllll█ (pré-sistolico) Propedêutica Física do Precórdio As principais características dos sopros: 3- Irradiação: Depende Intensidade do sopro Direção da corrente sg 4- Intensidade: Fraca – média e forte: +/ ++/ +++/ ++++ Propedêutica Física do Precórdio As principais características dos sopros: 5- Tonalidade: agudos (insuficiências) ou graves (estenoses) 6- Caráter e timbre: sopros rudes ou ásperos – estenose Ao e pulmonar; aspirativo – sopro diastólico da insuf Ao; caráter suave nos sopros fisiológicos e funcionais Propedêutica Física do Precórdio As principais características dos sopros: 7- Natureza: Existem 2 tipos fundamentais de sopros: os de ejeção e os de regurgitação. Ejeção: sangue segue o sentido normal da corrente Regurgitação: sangue circula no sentido contrário Propedêutica Física do Precórdio As principais características dos sopros: 7- Natureza: Podem ser sistólico ou diastólico Ejeção sistólico: estenoses das valvas aórtica e pulmonar Ejeção diastólico: estenoses das valvas mitral e tricúspide Regurgitação sistólico: insuficiências das valvas mitral e tricúspide Regurgitação diastólico: insuficiência das valvas aórtica e pulmonar Propedêutica Física do Precórdio Classificação dos sopros: Fisiológicos Patológicos: Funcionais Orgânicos Classificação dos sopros: Fisiológicos: ausência de lesões anatômicas do aparelho cardiovascular e de alterações da dinâmica circulatória Sopros sistólico pulmonar - 50% das crianças – 15% dos adolescente - Diminui com a inspiração e aumenta com exercício - Fluxo artéria pulmonar e diâmetro > Ao Sopro cardiopulmonar – mesossistólico ou diastólico - foco mitral -adolescentes magros Sopro venoso – sopro contínuo - supraclaviculares Sopro musical de Still Inocente 75-85% escolares Mesossistólico- borda esternal esquerda / mesocárdio criança e desaparece na adolescência Diminuir em pé/ hand grip Sopro musical de Still Propedêutica Física do Precórdio Classificação dos sopros: Patológicos: sopros originados no aparelho cardiovascular por aumento da velocidade do sangue, alterações funcionais ou alterações anatômicas Sopros funcionais: dependentes do aumento do fluxo e os originados nas alterações funcionais dos aparelhos orovalvares Sopros orgânicos: alterações anatômicas dos aparelhos orovalvares Propedêutica Física do Precórdio Classificação dos sopros: Sopros funcionais: Sopros na anemia Sopros no hipertiroidismo Sopros da gravidez Sopros de Graham Steel: hipertensão pulmonar –dilatação anel valva pulmonar Sopros de Graham Steel Hipertensão pulmonar Dilatação da válvula pulmonar Sopro diastólico Propedêutica Física do Precórdio Classificação dos sopros: Sopros orgânicos: Barreira ao livre trânsito do fluxo sanguíneo Refluxo de sangue Comunicação anormal entre as cavidades cardíacas Sopros sistólicos Sopros sistólicosde ejeção Aórticos Pulmonares Sopros sistólicos de regurgitação Valvas AV insuficientes – IM, IT Defeito não valvar - CIV 39 Sopros sistólicos de ejeção Considerações EAo, valva irregular, hiperfluxo, ectasia de grande vaso Características (base) BI B2 █ llllllllllllllllllllllll █ 40 Sopros sistólicos de ejeção Estenose Aórtica Orgânica Valvar Sede: 2º EIC D Caract: rude, intenso, jato de vapor Tempo: sistólico Duração: mesosistólico Configuração: crescendo e decrescendo Propagação: art. cervicais., 3º EIC E, bordo esternal E e ponta do coração Clic de ejeção TRUM RRUU TA TUM RRUU (não calcificada) (calcificada) BI B2 █ llllllllllllllllllllllll █ Estenose Aórtica Sopros sistólicos de ejeção Estenose Pulmonar Orgânica Sede: 2º EIC E Caract: rude, intenso, jato de vapor Tempo: sistólico Duração: mesosistólico Configuração: crescendo e decrescendo Propagação: para cima e para E. Clic de ejeção Há atraso de P2 (B2 A2 P2) Trum rru tra BI B2 (A P) █ llllllllllllllllllllllll █ █ Estenose pulmonar Sopros sistólicos de ejeção Coarctação da Aorta Sede: região interescapulovertebral E, bordo esternal E e ponta Caract: suave, média intensidade Tempo: sistólico Duração: meso e telesistólico Abdominal: região de epigástrio e umbilical Sinais periféricos exuberantes Coarctação da aorta Sopros sistólicos de ejeção aórtico por hiperfluxo Insuficiência Aórtica Sopros sistólicos de ejeção pulmonar por hiperfluxo CIA (comunicação interatrial) Sede: Foco pulmonar Desdobramento amplo e fixo de B2 CIA Sopros sistólicos de regurgitação Considerações IM, IT, CIV Características (ponta) BI B2 █lllllllllllllllllllllllllllllllll█ 54 Sopros sistólicos de regurgitação Insuficiência Mitral (regurgitação mitral) Sede: Foco mitral Tempo: sistólico Duração: holossistólico Altura: agudo Configuração: faixa Timbre: jato de vapor Propagação: axila esq. e dorso – Sopro circular de Miguel Couto Posição: decúbito lateral E Obs: B3 Rivero Carvalho-: não aumenta com a inspiração BI B2 █lllllllllllllllllllllllllllllllll█ Insuficiência Mitral -Regurgitação Insuficiência tricúspide (regurgitação tricúspide): Sede: foco tricúspide Tempo: sistólico Duração: holossistólico Irradia-se para mesocárdio e foco mitral Caract: semelhantes a insuficiência mitral Sopros sistólicos de regurgitação Obs: Manobra de Rivero-Carvalho +: aumenta com inspiração profunda e diminui com manobra de Valsava Maioria das vezes de origem reumática BI B2 █lllllllllllllllllllllllllllllllll█ Insuficiência tricúspide- regurgitação Sopros sistólicos de regurgitação Comunicação Interventricular - CIV Sede: 3º, 4º, 5º EIC E Tempo: sistólico Duração: holossistólico Altura: agudo Configuração: faixa Timbre: jato de vapor Propagação: Horizontalmente D e E Rivero Carvalho - BI B2 █lllllllllllllllllllllllllllllllll█ CIV Propedêutica Física do Precórdio Classificação dos sopros: Associação de mais de uma lesão: Evolução da doença reumática – ocorrência de dupla lesão numa mesma valva (estenose e insuficiência), dando origem a duplo sopro Sistólico ou diastólico conforme predominância de estenose ou insuficiência Sopros diastólicos Sopros de refluxo artério-ventricular (Insuficiência da VAo e VP) █ █lllllllllllll █ Sopros de fluxo através de valva incompletamente aberta (Estenoses das valvas A-V) █ █ llllllllllllllllllllllllllllll█ Sopros diastólicos de refluxo Sede: Ao / Ao acessório Tempo: diastólico Duração: proto e meso ou holodiastólico Configuração: decrescendo Propagação: ponta Altura: agudo Timbre: aspirativo Posição: sentado (tronco p/ frente), apnéia pós-expiratória Insuficiência Aórtica orgânica Sopro proto e mesodiastólico ou holodiastólico Localizado no foco aórtico ou Ao acessório Suave, de pequena e média intensidade, de carárter aspirativo Gravidade: duração do sopro e não com a intensidade 66 Sopro sistólico de hiperfluxo Nos casos graves, ausculta-se também um sopro sistólico, de ejeção, causado pelo hiperfluxo de sangue pela valva aórtica. B3 Sinais periféricos devido o da P diferencial Pulso radial amplo e célere Dança das Artérias: pulsações amplas e visíveis das carótidas Insuficiência Aórtica orgânica Insuficiência aórtica- refluxo Propedêutica Física do Precórdio Insuficiência pulmonar Sede: foco pulmonar Tempo: diástole Duração: proto/ mesodiastólico Característica: Suave, aspirativo, intensidade média Propagação: 3º e 4º EIE Insuficiência pulmonar Raro Não é acompanhado de frêmito Aumenta de intensidade com manobra de Muller Contrário Valsalva Sopros diastólicos de refluxo Insuficiência Pulmonar funcional Sopro de Graham Steel Causado por HAP Dilatação da artéria pulmonar Pode não variar com inspiração Hiperfonese P2 P2 Graham Steel Sopros diastólicos de fluxo Estenose Mitral Orgânica Sede: Foco Mitral Tempo: diástole Duração: Meso/ telediastólico Altura: grave Timbre: ruflar Propagação: axila / mesocárdio Posição: decúbito lateral E O reforço pré-sistólico diz respeito ao impulso dado pelo sangue durante a sístole atrial. 73 Reforço pré-sistólico B1 hiperfonética Estalido de abertura da VM B2 hiperfonética e desdobrada Rivero Carvalho – B1 B2 EA B1 █ █ llllllllllllllllllllllllllllll█ Tác Trá rrufu Estenose mitral- fluxo Propedêutica Física do Precórdio Estenose tricúspide semelhante EM Sede: Foco Tricúspide Tempo: diástole Altura: grave Timbre: ruflar Propagação: restrito ao foco Propedêutica Física do Precórdio Estenose tricúspide semelhante EM Porém: Rivero Carvalho +: ↑ com a inspiração profunda Frêmito diastólico Hiperfonese de B1 e EA (menos frequente) B1 B2 EA B1 █ █ llllllllllllllllllllllllllllll█ B1 B2 EA B1 █ █ llllllllllllllllllllllllllllll█ ET EM Rivero-Carvalho + Rivero-Carvalho - B1 : enchimento ventricular lento- válvulas afastadas no momento da sistole Estenose tricúspide- fluxo Sopro de Austin-Flint Insuficiência Aórtica Severa Fluxo regurgitante fecha parcialmente o folheto anterior da VM na diástole Sopro igual EM (porém sem hiperfonese de B1 e EA) Diag ECO B1 B2 B1 █ █ llllllllllllllllllllllllllllll█ B1 B2 EA B1 █ █ llllllllllllllllllllllllllllll█ Austin Flint EM Sopro igual EM porém não tem hiperfonese B1 e EA Sopro de Austin Flint Sopros contínuos Não tem nenhuma pausa Apenas períodos de exacerbação (pp sístole) PCA RUÍDOS VENOSOS ESTENOSES ARTERIAIS Sopros Contínuos Persistência do Canal Arterial Ao AP Canal arterial: conduto que conecta artéria pulmonarà aorta durante a vida fetal (fecha nas primeiras 24 horas após o nascimento). PCA: permanece aberto- sangue da aorta artéria pulmonar. Sopros Contínuos Persistência do Canal Arterial Sede: 1º e 2º EIE (Foco Pulmonar) Tempo/ duração: contínuo Altura: grave Timbre: em maquinaria Irradiação: restrito ao foco (se pouco intenso) ou 3º EIE, junto ao esterno, às vezes ponta e região interescapular (se mais intenso) Configuração: em crescendo e decrescendo Ao AP Ao AP Frêmito contínuo Hipertensão Pulmonar cianose Bulhas mascaradas pelo sopro Persistência do Canal Arterial Ruído venoso jugular (rumor venoso) Tempo: contínuo (sistodiastólico) Tonalidade: grave Sede: base do pescoço e na porção superior do tórax, acima da clavícula direita (na inserção do esternocleidomastóideo). Mais audível posição sentada Desaparece: deitado, compressão nível da jugular direita ou rotação do pescoço. Ruído venoso jugular (rumor venoso) Origem: turbilhonamento sanguíneo no ponto de encontro da jugular interna com tronco braquiocefálico. Diag diferencial: PCA, audível nas proximidades da área pulmonar, com irradiação até o local onde é percebido o rumor venoso. Não indica alterações dos vasos ou coração. Google
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