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Livro Texto - Unidade I (1)

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Autora: Profa. Sueli Aparecida Martins Barberio 
Colaboradores: Profa. Silmara Maria Machado
 Prof. Nonato Assis de Miranda
Metodologia e Prática 
do Ensino da História 
e Geografia
Professor conteudista: Sueli Aparecida Martins Barberio 
Nascida em Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, possui em sua formação o Magistério e a graduação em 
Comunicação Social com especialização em Relações Públicas, Jornalismo, Publicidade e Propaganda pela 
UNAERP  –  Universidade de Ribeirão Preto/ São Paulo. Também é graduada em Pedagogia pela FAFIL – Faculdade 
de Filosofia Ciências e Letras Dr. Carlos Queirós de Santa Cruz do Rio Pardo e possui especialização em Educação 
a Distância pela UNIP  –  Universidade Paulista, em São Paulo. Possui experiência profissional como diretora de 
comunicação no jornal A Folha e na Rádio Difusora de Santa Cruz do Rio Pardo; professora, coordenadora pedagógica, 
diretora de escola e analista educacional no SESI – Serviço Social da Indústria/São Paulo; professora no Magistério na 
rede estadual de ensino/São Paulo; professora no Ensino Superior na Instituição de Ensino Moura Lacerda em Ribeirão 
Preto/São Paulo; supervisora de ensino na Secretaria Municipal de Educação em Santa Cruz do Rio Pardo/São Paulo; 
presidente do Conselho Municipal de Educação em Jardinópolis/São Paulo; Atualmente, atua como professora na 
UNIP – Universidade Paulista em São Paulo. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B234m Barberio, Sueli Aparecida Martins.
Metodologia e prática do ensino da história e geografia / Sueli 
Aparecida Martins Barberio. - São Paulo: Editora Sol, 2023.
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Educação. 2. História. 3. Geografia. I. Título.
CDU 372.891
U518.52 – 23
Profa. Sandra Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Cristina Zordan
Sumário
Metodologia e Prática do Ensino da História e Geografia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 FORMANDO O ALUNO CIDADÃO .............................................................................................................. 11
1.1 A construção da identidade ............................................................................................................. 11
1.2 A relação do homem com a terra .................................................................................................. 12
1.3 A relação de trabalho e de poder ................................................................................................... 13
1.4 A relação com a diversidade cultural ........................................................................................... 13
2 ENSINANDO HISTÓRIA .................................................................................................................................. 14
2.1 Por que ensinar História .................................................................................................................... 15
2.2 Particularidades da História ............................................................................................................. 15
2.3 A História da História e suas diferentes visões ........................................................................ 16
2.4 Objetivos gerais no ensino de História ........................................................................................ 20
2.5 Os conteúdos e sua importância no ensino de História ....................................................... 20
3 O SABER HISTÓRICO NA SALA DE AULA ................................................................................................ 22
3.1 Habilidades e competências no ensino de História ................................................................ 22
3.2 Sugestão de atividades para o Ensino Fundamental ............................................................. 23
4 PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO EM HISTÓRIA ...................................................................................... 46
4.1 Os quatro pilares da educação mundial ..................................................................................... 47
4.2 O planejamento no ensino de História ........................................................................................ 48
4.3 Avaliação do ensino de História ..................................................................................................... 50
Unidade II
5 GEOGRAFIA E O ESPAÇO VIVIDO ............................................................................................................... 59
5.1 O indivíduo como parte integrante da construção do lugar em que vive ................... 59
5.2 As relações do homem com a natureza e com o espaço ..................................................... 60
5.3 Cartografia na escola .......................................................................................................................... 62
6 ENSINANDO GEOGRAFIA ............................................................................................................................. 64
6.1 Por que ensinar Geografia ................................................................................................................ 65
6.2 Particularidades da Geografia ......................................................................................................... 66
6.3 A Geografia e suas diferentes visões ............................................................................................ 67
6.4 Objetivos gerais do ensino de Geografia .................................................................................... 69
6.5 Os conteúdos no ensino de Geografia ......................................................................................... 70
6.6 O SABER GEOGRÁFICO NA SALA DE AULA ................................................................................ 76
6.6.1 Sugestão de atividades ......................................................................................................................... 77
6.7 AVALIAÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA ..................................................................................... 97
Unidade III
7 O ENSINO DE HISTÓRIA E DE GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL DE ACORDO COM A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) .......105
7.1 O que é a Base NacionalComum Curricular (BNCC) ...........................................................105
7.2 A área de Ciências Humanas .........................................................................................................106
7.2.1 A área de Ciências Humanas nos anos iniciais do Ensino Fundamental .......................107
8 COMPONENTE CURRICULAR ....................................................................................................................108
8.1 Componente curricular de História ............................................................................................108
8.1.1 A História na prática ............................................................................................................................114
8.1.2 Sugestão de atividades .......................................................................................................................121
8.2 Componente curricular de Geografia ........................................................................................124
8.2.1 A Geografia na prática ........................................................................................................................131
8.2.2 Sugestão de atividades ...................................................................................................................... 135
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Metodologia e Prática do Ensino da História e Geografia tem como objetivos gerais o 
desenvolvimento das competências básicas de:
• adquirir a capacidade de articular o ensino e a pesquisa na produção do conhecimento e na 
prática educativa;
• ter compromisso com uma ética de atuação profissional e com a organização da vida em sociedade;
• dominar princípios técnicos e metodológicos das diferentes áreas de conhecimento que se constituam 
objetos de sua prática pedagógica;
• compreender o processo de construção do conhecimento nas pessoas inseridas em seu contexto 
social e cultural;
• compreender a avaliação como um processo e não como um momento previsto em calendário; 
• considerando as especificidades de cada área do conhecimento, espera-se, ainda, que os alunos 
desenvolvam as seguintes habilidades:
— capacidade de elaborar, executar e avaliar planos de ação pedagógica que explicitem o processo 
de planejamento desenvolvido em cada área do conhecimento, em especial da História e 
da Geografia;
— saber incorporar, às ações pedagógicas, a diversidade cultural, étnica, sexual e religiosa de 
nosso povo, abordagens, procedimentos e instrumentos para aplicação em práticas educativas;
— aptidão para articular resultados de investigação científica com a prática escolar, visando ao 
seu ressignificado;
— competência para desenvolver metodologias e materiais pedagógicos adequados às diferentes 
práticas educativas.
Este livro-texto é estruturado por unidade.
Inicialmente, refere-se ao componente curricular de História e aborda os conteúdos conceituais, 
procedimentais e atitudinais a serem desenvolvidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
Em seguida, refere-se ao componente curricular de Geografia e abordam os conteúdos conceituais, 
procedimentais e atitudinais a serem desenvolvidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
E, para concluir, o ensino de História e de Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental de 
acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
8
INTRODUÇÃO
Reflitamos um pouco sobre o ensino da História.
O que é História? Como ensinar o aluno a pensar historicamente? Como selecionar os conteúdos 
para o ensino de História? Como permitir ao aluno uma reflexão sobre sua historicidade como agente 
histórico dentro das condições em que vive e como produtor de seu próprio conhecimento? Como 
captar os interesses da história vivida pelo aluno e relacioná-la no tempo e no espaço?
Todas essas questões fundamentais para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem 
de História nos anos iniciais de escolarização preocupam a todos nós, educadores. 
Comecemos então nosso diálogo, refletindo sobre o que é História.
A História é fruto da produção cultural do homem na sua interação com o meio físico, social e 
político. Essa interação da pessoa humana no seu mundo implica uma concepção política e consciente 
diante das transformações pelas quais passaram as sociedades humanas, pois a transformação e a 
permanência constituem a essência da História. Nada permanece igual e é através do tempo que 
a mudança é percebida, ditada pela relação de força, de poder ou de domínio que direciona os conflitos das 
sociedades. 
Nesta perspectiva, para que a escola forme pessoas atuantes e participantes da sociedade, é 
fundamental que os alunos conheçam e entendam os processos de produção do conhecimento histórico 
como prática social, que deve estar vinculado à vivência do aluno. 
Desta forma, estudar História não exige o conhecimento da humanidade em todos os tempos, mas 
a capacidade de reflexão sobre qualquer momento da História a partir do cotidiano do aluno e suas 
relações com as questões sociais.
Mas como motivar a curiosidade do aluno instigando-o a sentir-se parte fundamental da História? 
A relacionar o ontem ao agora? A incendiar o desejo da descoberta, a busca da resposta e a sua vontade 
de transformação?
Mantendo esse mesmo viés, pensemos agora sobre o ensino da Geografia. Cabe à Geografia 
levar a compreender o espaço produzido pela sociedade na qual vivemos hoje, suas desigualdades e 
contradições, as relações de produção que nela se desenvolvem e a apropriação que esta sociedade 
faz da natureza. É nestes termos que a Geografia hoje se coloca e que seu ensino adquire menção 
fundamental no currículo, ao buscar desenvolver nos alunos uma postura crítica diante da realidade. 
O ensino de Geografia deve estar comprometido com o homem e com a sociedade, pois assim poderá 
contribuir para a sua transformação.
O caminho mais significativo para explicar a produção do espaço em todas as suas dimensões foi 
o processo de industrialização e, por essa razão, é tomado como fio condutor dos temas sugeridos 
no Ensino Fundamental, tendo sempre como pano de fundo a relação sociedade/natureza, mediada 
9
pelo processo de trabalho. Nesse sentido, o ensino de Geografia enfatiza a produção do espaço nas 
circunstâncias do mundo atual, considerando as múltiplas experiências dessa construção. 
Dessa concepção emerge a necessidade de se entender o aqui e o agora, o imediato e o vivenciado, 
ponto de partida e de referência para a compreensão da realidade. Entender o aqui e o agora significa 
entendê-los simultaneamente com o Brasil e com o mundo. Por isso a compreensão da realidade requer 
um processo de ir e vir no espaço, do próximo ao distante e vice-versa, num processo contínuo em que 
ambos se expliquem. Assim, não é possível abordar a realidade delimitando-a em círculos concêntricos, 
pois o particular e o geral se juntam constantemente.
A escola deve propor um ensino de Geografia centrado, não exclusivamente nas diferentes relações 
entre a cidade e o campo, mas também em suas dimensões sociais, culturais e ambientais, considerando 
o papel do trabalho, da tecnologia, da informação, da comunicação e do transporte. O ensino deve 
ser organizado partindo da realidade próxima dos alunos, para que possam observar, comparar e 
compreender as relações de interdependência e de determinação que existem entre o mundo urbano, 
rural e outros espaços estudados, explorando formas de registros próprias desta área de conhecimento, 
como a cartografia.
11
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Unidade I
1 FORMANDO O ALUNO CIDADÃO
Na sociedade contemporânea, frente às modificações desencadeadas pelo avanço tecnológico, pela 
globalização e pelas questões sociais decorrentes, faz-se necessária uma nova forma de organização 
curricular nas escolas, objetivando formar seres humanos capazes de exercerem sua plena cidadania. 
Neste contexto, o ensino de História deve comprometer-se coma construção de uma proposta 
que reflita sobre a vivência cotidiana das pessoas e busque capacitá-las para a solução de problemas 
inerentes à sua prática social, tornando significativa a aprendizagem dos conteúdos.
Tomando como referencial o aluno como sujeito concreto e cidadão, os conteúdos significativos 
assumem um lugar próprio no currículo, pois propõem a diversidade como um espaço de multiculturalismo, 
estabelecendo relações entre a cultura local e o âmbito pluralista e de transformação. Desta forma, 
a escola constitui-se como um espaço de convivência por meio da ação participativa e de respeito à 
diversidade cultural, articulando os conteúdos que possibilitem o desenvolvimento da aprendizagem 
nas diversas etapas de formação do educando.
Nos PCN, encontramos que o ensino de História possui objetivos específicos e aponta como um dos 
mais importantes aquele que se refere à construção da identidade. Para tanto, é fundamental que o 
professor trabalhe com as noções históricas, vinculando a identidade do aluno às identidades sociais e 
coletivas, destacando as que se compõem como nacionais, identificadas com a Constituição e a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação.
Nesta perspectiva, para que os alunos desenvolvam a habilidade de estabelecer relações do 
conhecimento e adquiram competência para discussões e transformações de situações sociais 
vivenciadas, torna-se necessário o desenvolvimento de temas significativos como: a construção da 
identidade, a relação do homem com a terra, a relação de trabalho e de poder e a relação com a 
diversidade cultural.
1.1 A construção da identidade
O ensino de História deve partir da construção da identidade do sujeito como membro de uma 
família e suas diferentes histórias, expandindo para as problemáticas locais nas quais as escolas e os 
alunos estão inseridos, de forma a propiciar a articulação dessa realidade próxima às questões regionais, 
nacionais e mundiais. 
12
Unidade I
A história familiar é construída evocando lembranças passadas, comemorações e tradições culturais. 
Nas tradições e costumes familiares, os alunos vão adquirindo consciência de quem são, a que grupo 
pertencem, que costumes os diferenciam e quais os tornam semelhantes.
O estudo da história da família só tem significado quando é possível situá-la no conjunto de outras 
famílias, próximas ou distantes. Nesta relação de próximo e passado, a natureza das relações sociais vão 
sendo entendidas e assimiladas. A noção de passado é formada gradativamente por meio das vivências 
das crianças, dos familiares e do grupo. 
O estudo da sua própria história, de seu grupo e de seu local tem a finalidade de ampliar a capacidade 
de observação do mundo vivido e compreender de forma mais clara e significativa as relações sociais, 
econômicas e culturais de seu tempo. Desta forma, a criança passa a fazer uso da pesquisa, da entrevista 
e do relato oral e a incorporá-los como metodologia do conhecimento histórico.
A diversidade passa a ser vivenciada pelo espaço fornecido pela escola, pois ultrapassa as relações de 
âmbito familiar, promovendo a interação com outros elementos do grupo.
As relações de tempo e espaço, semelhança e diferença, mudança e permanência devem ser bem 
desenvolvidas junto aos alunos para que haja a compreensão da História como um processo dinâmico. 
O educando constrói essas noções a partir da realidade cotidiana, observando a vida em sua casa, 
seu bairro e sua escola, e progressivamente, vai diversificando para os contextos sociais mais amplos, 
percebendo assim a historicidade de sua vida pessoal e coletiva.
 Lembrete
Para que haja a compreensão da História como um processo dinâmico, 
o educando constrói as noções de relações de tempo e espaço, semelhança 
e diferença, mudança e permanência a partir da realidade cotidiana, 
observando a vida em sua casa, seu bairro e sua escola.
1.2 A relação do homem com a terra
O uso que o homem faz da terra, a sua apropriação, os movimentos pela sua posse, o modo de 
trabalho e conflitos registrados pela História propiciam discussões que envolvem aspectos ligados 
à cidadania.
A discussão sobre a trajetória dos povos e das sociedades, articulada ao estudo de como se efetuou 
o domínio da terra, exerce um importante papel para a dignificação das inter-relações entre as pessoas, 
numa abordagem voltada para questões sociais que tenham como referencial possibilidades para 
transformações da realidade.
Outro campo de estudo e análise é a ocupação do espaço da terra pelo homem, diante de sua 
ação devastadora e predatória, causando problemas de desequilíbrio populacional, inclusive quanto à 
13
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
ocupação de terras indígenas, bem como problemas de urbanização relacionados à moradia e marcados 
pelo comprometimento da ecologia ambiental.
Esse conteúdo significativo tem como finalidade estudar, pesquisar e refletir diante da 
problematização produzida pela ocupação do homem e pelo uso da terra em seus diversos enfoques 
político, econômico e cultural.
1.3 A relação de trabalho e de poder
A relação de trabalho e de poder em seus aspectos políticos, sociais e culturais, pontua uma 
perspectiva de abordagem das atividades humanas em diversas culturas e momentos, propiciando 
amplas alternativas de pesquisa e análise do cotidiano do sujeito e suas relações de trabalho.
As várias dimensões da vida relacionam-se com o trabalho, iniciando com a necessidade de 
sobrevivência, destacando-se também pelas culturas e representações sociopolíticas, atingindo os 
limites de relações de poder. Portanto, a História do trabalho torna-se significativa para compreender as 
relações de produção vinculadas em diferentes períodos e que caracterizam mudanças econômicas em 
diversas organizações políticas.
A produção humana pontua um significado especial nas várias gerações de trabalhadores e nas 
contradições sociais, permeando diversas relações nos contextos de exploração, conflito, poder e 
resistência.
Nesta perspectiva, a reflexão e a problematização sobre o trabalho possibilitam a criação do diálogo 
com a realidade social na busca da ação para a transformação.
1.4 A relação com a diversidade cultural
A pesquisa é de fundamental importância diante da diversidade cultural e das diversas formas de 
interpretação da vivência pelo aluno em seu grupo local. Ianni (1983, p.121) enfatiza esta questão:
A sociedade em seu conjunto deve transformar-se em uma gigantesca 
escola [...] O importante é que os homens vão adquirindo cada dia mais 
consciência da necessidade de sua incorporação à sociedade e, ao mesmo 
tempo, de sua importância como motores da mesma [...].
O momento de globalização que vivenciamos neste século XXI nos deslumbra com um processo de 
constantes mudanças que exige transformação de concepções a respeito dos elementos que compõem 
essa sociedade. 
Entretanto, não podemos deixar de lado as questões locais e regionais e a participação social do 
homem como cidadão que busca desenvolver melhores condições de vida e trabalho, que reclama a 
proteção e a preservação do meio ambiente, superando fronteiras e atingindo o caráter universal na 
defesa dos direitos humanos. 
14
Unidade I
A diversidade, as diferenças, os antagonismos de classes e etnias, religiões e culturas, modos de vida 
e trabalho, modificam-se e reafirmam-se pelos reflexos e tendências impostos pela multiculturalidade, 
que promove a sua transformação para que surjam outras formas culturais.
Neste contexto é que o processo de globalização mundial provoca transformações marcantes pelos 
grupos sociais locais. 
2 ENSINANDO HISTÓRIA 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), o ensino e a aprendizagem de História 
envolvem uma distinção básica entre o saber histórico e o saber histórico escolar.
Considera-se saber histórico o conhecimento produzido no campo das pesquisas dos historiadores 
e especialistas; e saber histórico escolar, o conhecimento produzido no espaço escolar pormeio da 
articulação das informações veiculadas pela população e por meios de comunicação com as representações 
sociais constituídas pela vivência dos alunos e professores. Esta relação compreende, de modo geral, três 
conceitos fundamentais: o de fato histórico, o de sujeito histórico e o de tempo histórico.
Os fatos históricos estão relacionados aos eventos políticos, às festas cívicas e às ações de heróis 
nacionais. Podem ser entendidos como ações humanas significativas, realizadas pelos homens e pelas 
coletividades, que envolvem diferentes níveis da vida em sociedade, como rituais religiosos, formas de 
desenho, criações artísticas, comportamentos das pessoas, técnicas de produção, atos políticos. 
Os sujeitos históricos são os agentes de ação social que se tornam significativos para estudos 
históricos, sendo eles indivíduos, grupos ou classes sociais.
O tempo histórico, considerado em toda sua complexidade, pode ser entendido como tempo 
cronológico (calendários e datas), tempo biológico (crescimento, envelhecimento), tempo psicológico 
interno (ideia de sucessão, de mudança), tempo cronológico e astronômico, construído pelos povos 
conforme suas culturas (sucessão de dias e noites, de meses e séculos).
Desta forma, os conceitos de fato histórico, sujeito histórico e tempo histórico refletem distintas 
concepções de História e de como ela é estruturada e constituída. Orientam na definição dos fatos que 
serão investigados, dos sujeitos ativos e das noções de tempo histórico que serão trabalhadas.
 Lembrete
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), considera-se 
saber histórico escolar o conhecimento produzido no espaço escolar por 
meio da articulação das informações veiculadas pela população e por meios 
de comunicação, com as representações sociais constituídas pela vivência 
dos alunos e professores. 
15
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
2.1 Por que ensinar História
Durante toda a História da espécie, a biologia e a cultura trabalharam juntas para que a vida humana 
se mostrasse solidária e unida, mas o agito do viver moderno alterou essa tentativa. Superar essa 
alteração é um dos objetivos do ensino de História. 
Não é difícil compreender por que esse trabalho é hoje mais essencial do que há trinta ou quarenta 
anos. A segunda metade do século XX foi pródiga em terríveis abalos sociais que fortaleceram o 
individualismo e reconfiguraram o modo como vivemos. O campo, com suas relações sempre próximas, 
foi trocado pelo anonimato das cidades onde vigora o “cada um por si”. As mulheres saíram de casa para 
o trabalho e a natureza da vizinhança solidária quase desapareceu. Desmanchou-se uma ligação quase 
compulsória com a religião, que conferia ao sacerdote o posto do conselheiro sempre acessível. A rua, 
antigo ponto de construção de brincadeiras e amizades, depressa se transformou em cenário de medo 
e perigo. As famílias se encolheram e, em lugar de reuniões ruidosas, onde sempre se aprendia a prática 
da solidariedade, têm-se agora pequenos núcleos de pai, mãe e filho sempre apressados, cada vez mais 
distantes. Agora quase não existe a “família” nuclear, substituída por uma família de quase estranhos. 
A vida profissional tornou-se bem mais competitiva, os encontros são marcados pela ansiedade, e 
as amizades, interesseiras. O celular e o computador também contribuíram para isso, pois se ampliaram 
os contatos, reduziram sua intensidade e sua qualidade. As redes sociais, que geravam conselhos e 
experiências, amparo e solidariedade, se desfizeram, restando para a escola e para os educadores vencer 
essa desconexão que a cada dia mais nos isola e nos faz esquecer de que é essencial ensinar a conviver 
e a compartilhar. O bom ensino de História não é a única saída, mas é uma saída.
A qualidade no ensino de História não consiste apenas em situar acontecimentos históricos e 
localizá-los em uma multiplicidade de tempos, mas compreender que as histórias pessoais são partes 
integrantes de histórias coletivas e que conhecer modos de vida de diferentes grupos em diversos tempos 
e espaços, e reconhecer semelhanças e diferenças é a melhor maneira de respeitá-los. É importante que 
se ensine História para que os alunos possam questionar a realidade, identificando seus problemas 
e descobrindo formas político-institucionais que possam ajudar a resolvê-los. Aprender História é 
importante para que se valorize o patrimônio sociocultural e o direito de cidadania como condição de 
fortalecimento da liberdade de expressão e da democracia, único sistema capaz de manter o respeito às 
diferenças e a luta contra as desigualdades.
2.2 Particularidades da História
Existe concordância entre os historiadores quanto à época do começo das noções históricas: 
desde o início dos tempos, quando os primatas descobriram os ciclos da Lua, do dia e da noite, 
os fenômenos físicos, as alterações da natureza. Também quanto à sua formação como disciplina 
escolar: no século XIX, incluída na Filosofia, como disciplina de Filosofia da História, da qual se 
desliga no início do século XX, para se tornar ciência, com seus próprios métodos de investigação, 
a exemplo das demais disciplinas, as denominadas ciências humanas.
 
16
Unidade I
O aluno pode e deve organizar o próprio conhecimento, por meio de estudos e experiências, 
individuais ou grupais, deve ser instigado a pesquisar, encontrar informações, depoimentos, gravuras, 
músicas, charges e documentos. O papel do professor, portanto, consiste em mediar esse processo de 
construção do conhecimento de História do aluno.
Várias pesquisas apontam para a ênfase ainda dada em ensinar nas aulas de História os nomes de 
“heróis”, datas comemorativas e fatos históricos, muitas vezes de forma descontextualizada, como se 
fossem produtos de ações individualizadas. O ensino de História fundamentado na ênfase de “heróis” e 
datas comemorativas não é atual. Essa metodologia surgiu desde a Proclamação da República, quando 
da necessidade de construção de uma identidade para o nosso povo, e foi idealizada sob a ótica dos 
governantes e da classe dominante. Esse ensino tem se mostrado ineficiente, pois seus conhecimentos 
não têm significado para os nossos alunos com realidades, valores, pensamentos e histórias de vidas 
diferentes, ou seja, não têm atingido o objetivo de promover o desenvolvimento crítico e a participação 
social nos alunos.
Segundo Nemi e Martins (1996, p. 20), “as circunstâncias históricas são apresentadas como se fossem 
obras de algumas pessoas e não como ação de construção e desconstrução coletivas”.
O ensino de História não tem dado ênfase ao ser humano ou aos povos como agentes do processo 
histórico; além disso, apresenta os fatos como se não existissem conflitos e contradições.
Os autores Nemi e Martins (1996, p. 24) sugerem que as aulas de História devem possibilitar a 
interpretação das diferentes visões que se têm do Brasil para que o aluno faça a sua própria leitura. É 
necessário, portanto, que o aluno compreenda o momento histórico em que vive, e, para atingir esse 
objetivo, é importante disponibilizar situações em que o aluno possa analisar e interpretar os processos 
de transformação das relações entre os homens e destes com a natureza.
Bittencourt (2009, p. 84) explica que antes da influência dos pressupostos da Psicologia cognitiva, 
a História era ensinada por métodos de memorização. Ela também aborda (à página 99) a preocupação 
atual de muitas propostas para um ensino de História significativo para as novas gerações, “público 
escolar” com ritmos diversos de aprendizagem, com ações de intenso consumismo e expectativas 
utilitárias acentuadas. Contudo, Bittencourt (2004, p. 113) reconhece a necessidade de se trabalhar 
com festas comemorativas no ensino de História do Brasil, ressaltando que foram introduzidos outros 
representantes da sociedade brasileira que devem ser festejados, sobretudo em suas respectivas datas, 
como o Dia do Índio (a ser comemorado todo dia 19 de abril)e o Dia da Consciência Negra (a ser 
comemorado todo dia 20 de novembro). Índios e negros reconhecidos, hoje, como constituintes de 
nossa etnia brasileira.
2.3 A História da História e suas diferentes visões 
A História tradicional, fortemente influenciada pelo positivismo, destaca-se pela busca de fatos 
passados, isolados, situados no tempo linear, contínuo e sem rupturas. Seu historiador era um estudioso 
imparcial, neutro, que desvinculava os acontecimentos do contexto, a fim de preservar o caráter preciso 
e rigoroso, objetivo da ciência da época. Sua tarefa era recolher os dados colhidos dos documentos 
17
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
escritos reconhecidos como tal, proceder a uma análise minuciosa, livre de interpretações, para chegar 
a uma verdade universal.
A História se caracterizava, então, como relato de fatos isolados, grandes acontecimentos, grandes 
heróis, grandes dinastias com seus grandes impérios e altas personalidades. Tudo era muito regular, não 
sobrando espaço para conflitos e participação popular, parecendo que nada ocorria fora do que era 
definido pela sociedade dominante no poder. Era essa a História que a sociedade brasileira aceitou, e a 
escola desenvolveu por várias décadas.
Outra História, produzindo uma renovação historiográfica, em contraposição ao positivismo, foi 
iniciada no final do século XIX e metade do século XX, influenciada pelas ideias de Karl Marx que, 
checando os idealismos e as estruturas liberais da época, acabou por abalar as convicções estabelecidas 
na sociedade para as classes sociais e para o povo.
Segundo Marx, há muitos conflitos gerados pelas forças produtivas (os patrões e donos das indústrias) 
e as relações de produção (os empregados e sua força de trabalho) do mundo capitalista e da sociedade 
industrializada. O antagonismo gerado pelos conflitos e/ou oposições entre patrões e empregados 
(termos dialéticos complementares) gera a “luta de classes” que, por sua vez, provoca transformações 
sociais, modificando as relações do trabalho. O resultado é uma nova sociedade baseada no socialismo.
Consequentemente, cada pessoa passa a ser sujeito e objeto da História e os fatos históricos 
deixam de ser vistos isoladamente e passam a representar, de forma mais concreta, o coletivo e o 
social, abrangendo os acontecimentos políticos, econômicos, sociais, antropológicos etc., que agora são 
interpretados do ponto de vista da economia, numa temporalidade em que presente e passado se unem 
para se tornarem um todo. Com a produção de novos desafios e maneiras novas de explicar o mundo, 
gera-se um novo paradigma a influenciar a sociedade, as relações, as nossas vidas, a educação etc. 
A historiografia registra a constituição da História crítica.
Sob esse olhar, as pessoas e todos os eventos situados no tempo e no espaço passam a ser vistos 
de modo contextualizado e não isoladamente, como até então. Tudo e todos passam a ser vistos como 
“fazedores” da História ao mesmo tempo em que se tornam seus objetos de estudo. Nesse contexto 
total da sociedade, o fato histórico chega à sua essência (o pensamento concreto), isto é, pode ser visto 
e explicado empiricamente.
A renovação da historiografia chega ao Brasil somente no final dos anos de 1960 e na década de 
1970, com o desenvolvimento dos cursos de pós-graduação. Somente aí, os trabalhos acadêmicos, em 
suas teses e dissertações, passaram a criticar a produção do conhecimento histórico, fundamentado 
no positivismo, substituindo seus pressupostos pelas ideias marxistas. Somente mais tarde essa 
transformação passaria a orientar os livros didáticos.
As transformações ocorridas no campo dos estudos aos poucos acabam por interferir no inconsciente 
coletivo, que também passa a ver tudo com outros olhos. No entanto, a quebra de paradigmas, se rápida 
para alguns com mais acesso às informações e com maior acessibilidade cultural, é lenta para a maioria 
de menor cultura que vive, portanto, um processo mais lento de transformações.
18
Unidade I
Diante disso, podemos fazer a seguinte ponderação: encaramos os desafios do mundo com 
“teorias” construídas, enquanto vivemos e pensamos num processo contínuo que tem início desde 
o nascimento.
Este é o início da nossa história vivida, constituída de imagens e argumentos tão fortes e significativos 
de nossa bagagem cultural mesmo antes de irmos à escola. Estas concepções que marcam a nossa 
existência são as âncoras para as informações históricas que serão desenvolvidas nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental, por isso dizemos que a História pode contribuir para a compreensão das vivências 
culturais do passado que até hoje nos influenciam.
Os autores César Coll e Ana Teberosky (2008, p. 7) argumentam que a História nos torna possível a 
análise das ações humanas significativas, ocorridas no tempo e no espaço. Acrescida da contribuição 
das ciências, podemos conhecer como essas ações ocorreram, por que ocorreram e ainda entendermos 
as relações de poder presentes nos acontecimentos históricos.
As possibilidades de uma análise cada vez mais precisa, apesar da distância entre os fatos, foram 
sensivelmente ampliadas com outras fontes de conhecimento, além dos documentos antigos escritos. 
Hoje, além desses documentos, dos sítios arqueológicos, a História também nos chega pelas 
fotografias, jornais, revistas, depoimentos e testemunhos orais. Mesmo que estes testemunhos possam 
vir impregnados de percepções subjetivas, os pesquisadores atuais avaliam como significativa a força 
dessas percepções para explicar antagonismos ou posições arraigadas que provocam na História 
continuidades, descontinuidades e rupturas nos modos de relacionamento entre as pessoas e entre as 
pessoas e os produtos culturais: economia, política, educação, cultura, valores, trabalho, afetividade, 
definidos hoje como conteúdos da nossa sobrevivência.
Para continuar a História da História e compreender a disciplina como relação entre as ações das 
pessoas e o espaço imediato e distante, devemos notar que, enquanto o Brasil vivia a Ditadura Militar, 
outros países vizinhos e também da Europa estavam sendo controlados por regimes fortes e autoritários. 
Parecia que o vento do autoritarismo soprava sobre as milhares de cabeças que habitavam os países em 
questão. Porém, isto é uma explicação que se aproxima do senso comum..
Do ponto de vista científico, havia razões políticas fundadas na soberania nacional, que 
atravessava um período marcado por instabilidades locais e receios internacionais pela invasão de 
ideologias indesejadas.
A proposta atual para as aulas de História para crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental 
propõe a compreensão da realidade e o levantamento de possibilidades de mudanças a serem realizadas 
pelo homem com o objetivo de ampliar suas experiências coletivas. Aqui, deverá entrar a ética das 
relações, buscando a compreensão solidária e conciliadora dos diferentes pontos de vista.
A reinterpretação do passado contribui para que o aluno compreenda a origem social e histórica 
dos conflitos de seu país e do mundo em que vive, devendo partir do seu espaço vivido, acumulado 
conforme seu desenvolvimento e recursos mentais.
19
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Fotos de familiares e relatos de pessoas do bairro também podem ser utilizados para enriquecer as 
aulas de História, com o objetivo de trazer mais informações aos alunos sobre sua própria vida. Isto 
também desperta o interesse em conhecer os grupos com os quais convive em sua comunidade e o 
desejo de atuar junto.
2.3.12.3.1 Linha do tempo da História no contexto educacional brasileiro
1549 - Os jesuítas chegam ao Brasil e fundam as primeiras escolas elementares brasileiras. Os textos 
históricos bíblicos eram usados apenas com o intuito de ensinar a ler e escrever. 
1837 - O Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, inclui a disciplina como obrigatória. Nesse ano também 
é fundado o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,que defende uma visão nacionalista. 
1870 - Com a diminuição da influência política da Igreja sobre as questões de Estado, os temas que 
têm como base as ideias bíblicas são abolidos do currículo. 
1920 - Escolas abertas por operários anarquistas tentam implantar a ótica das lutas sociais para 
entender a História. Mas elas são reprimidas e fechadas durante o governo de Arthur Bernardes, alguns 
anos depois. 
1934 - É criado o primeiro curso superior de História, na USP. A academia nasce com uma visão 
tradicionalista, reforçando a sucessão de fatos como a linha mestra. 
1957 - Delgado Carvalho publica a obra Introdução Metodológica aos Estudos Sociais, que serve de 
base para o processo de esvaziamento da História como disciplina autônoma. 
1971 - A História e a Geografia deixam de existir separadamente. No lugar delas é criada a disciplina 
de Estudos Sociais e, ao mesmo tempo, a licenciatura na área. 
1976 - O Ministério da Educação determina que, para dar aulas de Estudos Sociais, os professores 
precisam ser formados na área, fechando-se assim as portas para os graduados em História. 
1986 - A Secretaria de Educação do Município de São Paulo propõe o ensino por eixos temáticos. A 
proposta não é efetivada, mas vira uma referência na elaboração dos PCN, anos depois. 
1997 - Abolição de Estudos Sociais dos currículos escolares. História e Geografia voltam a aparecer 
separadamente. Especialistas começam a pensar novamente sobre as atuais especificidades de cada 
uma das disciplinas.
1998 - Com a publicação dos PCN, são definidos os objetivos da área. Entre eles está o de formar 
indivíduos de modo que eles se sintam parte da construção do processo histórico. 
2003 - O Conselho Nacional da Educação determina que a História e a cultura afro-brasileira 
sejam abordadas em todas as escolas, o que mostra uma iniciativa oficial para desvincular o ensino da 
visão eurocêntrica.
20
Unidade I
2.4 Objetivos gerais no ensino de História
Não se ensina História no Ensino Fundamental apenas por ser uma disciplina do currículo escolar e 
também não se ensina História porque professores dessa disciplina só podem ensinar História. Em outras 
palavras, o ensino da História no Ensino Fundamental se fundamenta em objetivos claros que, se não 
concretizados, abrem insuperável lacuna na formação dos estudantes.
É por esse motivo que esses objetivos devem, não apenas ser bem conhecidos pelos professores, mas 
devem, sobretudo, constituir sua meta. Os objetivos devem estar presentes em todas as atividades e 
justificar toda a avaliação de aprendizagem essencial ao ensino.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais determinam como objetivos gerais do ensino de História no 
Ensino Fundamental que os alunos sejam capazes de:
• identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços;
• localizar acontecimentos no tempo: presente e passado;
• conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais em diversos tempos e espaços;
• reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas;
• questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas e refletindo sobre algumas de 
suas possíveis soluções;
• utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo a ler 
diferentes registros;
• valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade;
• reconhecer algumas relações sociais, econômicas, políticas e culturais;
• identificar as ascendências e descendências das pessoas;
• identificar as relações de poder;
• utilizar diferentes fontes de informação para leituras críticas;
• valorizar as ações coletivas.
2.5 Os conteúdos e sua importância no ensino de História
Um substantivo é “significativo” quando conduz pensamentos e se apresenta em nossas intenções, 
mesmo que nos esqueçamos de pronunciá-lo. Em educação, o substantivo mais frequente é conteúdo. 
Conteúdo na escola é o meio para que o aluno desenvolva sua capacidade, exercite sua competência e 
coloque em prática as habilidades que aprendeu. 
21
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
É também pela expressão dos conteúdos que se manifestam as diferentes inteligências dos alunos, 
colaboradores e professores e, sem conteúdo, a escola não pode construir bens culturais, sociais e 
econômicos para que possamos evoluir e usufruir. 
Para que a aprendizagem dos alunos de História seja significativa, os conteúdos devem ser analisados 
e apresentados de modo a estruturarem uma rede de significações. Conteúdo, portanto, não é informação 
que se acumula, mas ferramenta com a qual se aprende a aprender e, por saber aprender, conseguir 
se transformar. Portanto, o substantivo conteúdo possui vários sentidos e é importante diferenciá-
lo. Os conteúdos podem ser classificados em três grupos: conteúdos conceituais, procedimentais e 
atitudinais.
Os conteúdos conceituais envolvem a abordagem de conceitos, fatos, teorias, hipóteses e princípios 
e se referem à construção ativa e dinâmica das capacidades intelectuais para que os alunos possam 
operar símbolos, signos, ideias, imagens que representam a realidade. Experimente pensar qualquer coisa 
e estará buscando conteúdo. Sem conteúdos conceituais não existe pensamento e as ideias morrem, 
não existe meio de buscar lembranças na memória, visto que qualquer lembrança é sempre conteúdo 
conceitual. 
A maneira como os livros apresentam os títulos e os conteúdos podem ser muito diversificados. 
Temas como “As relações sociais e a natureza”, “As relações do trabalho”, “História das representações 
e das relações de poder” e “Cidadania e cultura no mundo contemporâneo” representam conteúdos 
conceituais e também os “eixos” temáticos, isto é, são os polos centrais em torno dos quais diversos 
capítulos precisam se alinhar.
Dessa forma, temas como “Os primeiros agrupamentos humanos no território brasileiro”, “Natureza 
e povos indígenas” e muitos outros surgem como aspectos particulares de um todo geral que são os 
eixos temáticos e devem caracterizar a ação pedagógica do professor.
Esses eixos aparecem como verdadeiros nós de uma rede e, portanto, integram a História com outras 
disciplinas curriculares. 
Contudo, a imprescindível necessidade de conteúdos conceituais não apaga a importância dos 
conteúdos procedimentais. 
Em História, os conteúdos procedimentais correspondem aos modos de buscar e aplicar, organizar 
e comunicar os conteúdos conceituais. Os primeiros não se isolam dos segundos e de nada adianta um 
saber se o conhecimento o isola de sua ação. Assim, a observação, a experimentação, a comparação, 
a elaboração de hipóteses, o debate oral, o estabelecimento de relações entre fatos ou fenômenos e 
ideias, a leitura, a produção e a interpretação de textos são “ferramentas” que solidificam a verdadeira 
aprendizagem. Também a elaboração e roteiros, a pesquisa bibliográfica ou de campo, as mensagens 
ilustradas pelo desenho, fotos, gráficos e tabelas, o confronto entre suposições e a proposição de solução 
para os desafios caracterizam a diversidade de competências ou procedimentos que dão sentido e corpo 
aos conceitos apreendidos. 
22
Unidade I
A realização de um procedimento adequado garante a interpretação da aprendizagem de um 
conteúdo conceitual. O uso de conteúdos procedimentais é fundamental em todo processo de ensino, 
pois permite incluir conhecimentos (conteúdos conceituais) e vivenciar esse saber, comparando-o, 
analisando-o, descrevendo-o e, assim, explorando múltiplas habilidades. 
Os conteúdos atitudinais referem-se às normas, valores e virtudes que são atitudes que devem 
apresentar- se e permear todo conhecimento escolar. A não compreensão de atitudes, valores e normas 
como conteúdos escolares pode levar os alunos a atitudes pouco aceitáveis.
Dessa forma, concluímos que os conteúdos conceituais são necessários para poder concretizar conteúdos 
procedimentais e estes dois grupos de conteúdos são imprescindíveis para poder materializar atitudes 
de forma eficaz.Saiba mais
Você já leu algo de César Coll? Ele propôs um agrupamento de “novos 
conteúdos” conceituais, procedimentais e atitudinais, e que correspondem às 
seguintes questões: o que devemos saber, como devemos fazer e como 
devemos ser.
Leia sobre esse assunto no livro:
COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.
3 O SABER HISTÓRICO NA SALA DE AULA
Para o desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas aos temas significativos no 
ensino de História: construção da identidade, relação do homem com a terra, relação de trabalho e de 
poder e relação com a diversidade cultural, apresentamos sugestões de atividades de acordo com os 
objetivos específicos para cada ano de escolaridade e a fundamentação teórica dos conteúdos.
Para começar, vamos esclarecer o que são habilidades e competências.
3.1 Habilidades e competências no ensino de História 
Você sabe o que é “formiga”? Se sua resposta é afirmativa e você pode garantir que a pergunta se 
refere a um inseto conhecido por quase todos, você mostrou competência para compreender palavras 
em sua língua. O uso dessa competência linguística, entretanto, exigiu várias habilidades, como 
compreender, comparar, interpretar, responder verbalmente, responder por escrito etc.
Dessa forma, competência é uma habilidade de ordem geral, enquanto habilidade é uma competência 
de ordem particular, específica (Macedo, 1999). Competência, portanto, é a capacidade de mobilizarmos nossos 
“equipamentos” mentais para encontrar saídas quando estas parecem ausentes. É a maneira como 
23
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
articulamos nossas habilidades para alcançar um objetivo, para superar um desafio, vencer um obstáculo. 
Dessa maneira, ajudar os alunos em História a conquistar competências e usar habilidades não é nada 
diferente de ajudar alunos em outra disciplina. As competências e habilidades que se requerem para ler 
um texto não são as mesmas necessárias para se fazer um cálculo, mas não importa se esse texto é de 
Ciências ou de Literatura, de aventuras ou de História. É sempre importante que os professores ajudem 
seus alunos em diferentes competências, graduando seu padrão de dificuldade conforme a idade e ano 
de escolaridade em que o aluno se encontra. 
Por isso, nas aulas de História, tome como referência o quadro a seguir: 
Quadro 1
Competências básicas aos alunos dos anos 
iniciais do Ensino Fundamental
Ferramentas e meios para levar os alunos 
ao domínio dessas competências
Dominar linguagens, portanto, saber ler, 
compreender e interpretar textos, fotos, mapas, 
diagramas, gráficos, charges etc
Explorar leituras e desenvolver todos os passos da 
compreensão histórica significativa na interpretação 
de um texto
Compreender e interpretar fenômenos 
e, assim, mostrar-se capaz de interligar as 
disciplinas escolares entre si e de conectar o 
conteúdo aprendido com a realidade
Perceber a distinção entre fatos históricos, 
informações de crenças e preconceitos, interligando 
o fato histórico com fenômenos de outras 
disciplinas; conectar o aprendido com a realidade 
atual, o passado e as perspectivas de futuro
Solucionar problemas, identificando 
informações corretas sobre o fenômeno 
histórico estudado para interpretar o fato e 
tomar decisão pertinente
Perceber nos textos as informações corretas, 
separando teorias de hipóteses buscando identificar 
problemas, relacionar culturas e épocas, refletindo 
sobre as perspectivas de solução
Construir argumentação e, portanto, 
assumir pontos de vista, defendendo-os com 
argumentos sólidos e embasados, pautados nos 
conhecimentos adquiridos
Saber argumentar é encontrar pensamentos e 
raciocínios para se chegar a uma conclusão e, dessa 
forma, perceber as múltiplas interpretações possíveis 
em qualquer informação de natureza histórica
Raciocinar sobre os fatos apreendidos e 
elaborar propostas para resolver uma situação
Atribuir significação ao que aprendeu, mostrando-se 
capaz de formular propostas para resolver a situação 
do presente, com base em alternativas encontradas 
no passado
Essas competências, conforme o nível de conhecimento do aluno, envolvem a aprendizagem e a 
utilização de múltiplas habilidades como, por exemplo, descrever, reconhecer, analisar, comparar, 
relacionar, classificar, deduzir, interpretar, propor soluções, avaliar, compreender e muitas outras.
3.2 Sugestão de atividades para o Ensino Fundamental
Primeiro ano
Ao término do primeiro ano letivo, os alunos deverão ter alcançado os seguintes objetivos específicos:
• conhecer a história individual, registrando e comparando com os fatos contados por outros 
alunos;
24
Unidade I
• pesquisar e comparar as relações entre as histórias das pessoas e das famílias, usando fontes orais, 
escritas e de imagem;
• conhecer e relacionar as normas e regras de convívio nos grupos dos quais fazem parte, como 
na família, na escola, no bairro etc.;
• identificar as formas de convívio social, hábitos e costumes, festejos e comemorações, antigas 
ou atuais; 
• conhecer e valorizar o patrimônio cultural assegurando sua preservação;
• relacionar lugares e tempos vividos no cotidiano com rotina, medições e marcadores de tempo 
cronológico.
Atividade 1 – A criança cresce e aprende
Desenvolvimento
O professor solicita que os alunos levem à escola materiais como: fotos em diferentes fases de 
crescimento e em diversas ocasiões sociais (batizado, aniversário, reuniões com a família); fotos dos 
familiares mais próximos: pai, mãe, irmãos, avós, identificados com o nome; peças de roupas ou 
brinquedos que já não usam mais, com informações como: de quem ganhou, quando, em que momento 
foram mais usados.
Com esses materiais, realizar ações como:
• observar as suas fotos e a dos colegas e apontar as mudanças ocorridas com o tempo;
• relatar também outras mudanças, além da aparência;
• registrar a altura e o peso e, após alguns meses, repetir esse procedimento;
• comparar a altura e o peso dos alunos: quem é o mais alto, quem é o mais baixo, quem pesa mais, 
quem pesa menos, quem tem a mesma altura ou o mesmo peso;
• registrar o que observou com a roupa ou o brinquedo que não usa mais;
• relatar sobre a história do seu nome: quem escolheu e porque; como recebeu o sobrenome;
• localizar no calendário o mês e o dia do seu aniversário e também de alguns colegas;
• analisar e descobrir quem é o mais velho, o mais novo, quem faz aniversário na mesma data, quem 
faz aniversário em um determinado mês.
25
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Ao finalizar a atividade, o professor questiona:
• seu corpo, seu modo de ser e de agir mudam com o tempo?
• o que você descobriu sobre a história do seu nome?
Fundamentação 
Esta atividade aborda a percepção de mudanças e permanências na vida do aluno. Os conteúdos 
trabalhados voltam-se para o aluno como indivíduo que possui um passado e que continuamente cresce 
e aprende coisas novas.
Num primeiro momento, é trabalhada a questão do crescimento físico e as mudanças psicológicas que 
ocorrem nessa fase e que o aluno observa em si mesmo e nos outros, como também as transformações 
que ocorrem nos adultos, que passam a envelhecer.
Num segundo momento, é trabalhada a história do nome do aluno. Todos nós temos nome e 
sobrenome, que muitas vezes são determinados antes do nosso nascimento por nossos pais, avós ou 
responsáveis. As motivações da escolha do nome, o significado dele, as origens étnicas e históricas do 
sobrenome, nos remetem a um passado anterior ao nosso nascimento. A descoberta desses aspectos é 
fascinante para os alunos e torna-se um ponto de partida para o aprofundamento da compreensão de 
si mesmos, como sujeitos que se constituem ao longo do tempo.
Ao trabalhar esse conteúdo, o professor estará:
• estimulando o aluno a conhecer a história individual, registrando-a e comparando-a com os fatos 
narrados pelos outros alunos;
• mediando seu aprimoramento da capacidade de relacionarlugares e tempos vividos no cotidiano 
com rotina, medições e tempo cronológico;
• possibilitando a percepção de que o aluno se constitui como um sujeito histórico, inserido 
num determinado tempo e numa determinada organização social, mas com ligações com seus 
ancestrais. 
Roda de conversa
Apresentar fotos de uma mesma pessoa em diferentes momentos da vida: infância, juventude, vida 
adulta e iniciar a conversa a partir da comparação entre essas fotografias. Estimulá-los a falarem sobre 
o que sabem e pensam a respeito do processo de crescimento e de contínua aprendizagem. O objetivo 
da roda de conversa é o de investigar o que os alunos já dominam do conteúdo, de modo que o 
professor possa acompanhar a aprendizagem e avaliar adequadamente o que aprenderam para preparar 
as atividades subsequentes. 
26
Unidade I
 Saiba mais
Para entender melhor o conteúdo estudado, assista aos filmes a seguir.
A ERA do gelo III. Direção: Carlos Saldanha; Mike Thurmeier. EUA, 
2009. 94 min.
PROCURANDO Nemo. Direção: Andrew Stanton; Lee Unkrich. Australia; 
EUA, 2003. 100 min.
Atividade 2 – A História da família
Desenvolvimento
O professor exibe o filme “Tainá, uma aventura na Amazônia” e, após, direciona os alunos para as 
seguintes ações:
• comparar as diferenças existentes entre a família do filme e as que conhece;
• observar e descrever as diferenças entre o ambiente em que Tainá vive e o seu;
• desenhar a família e explicar para os colegas quem são as pessoas;
• escrever o nome dos familiares: avós maternos, paternos, da mãe, do pai, dos irmãos;
• organizar um roteiro de perguntas para entrevistar as pessoas da família: em que cidade nasceu? 
Como era essa cidade? Do que brincava quando era criança? Quais as brincadeiras preferidas? 
O que gostava de comer? O que fazia aos domingos? Como eram as festas de que participava? 
Que tipos de roupa usava? Quais eram os costumes da família?
• organizar uma lista com: brincadeiras preferidas dos familiares, comidas preferidas, roupas 
que usavam;
• organizar uma exposição com: fotos antigas de familiares, roupa antiga usada por uma pessoa da 
família, um brinquedo da infância, acessórios (chapéus, calçados, colares, brincos etc.);
• observar fotos da mesma família em momentos diferentes e assinalar as mudanças que ocorreram 
com o tempo;
• organizar uma tabela comparando as famílias de alguns alunos da turma com os seguintes itens: 
nome do aluno, número de irmãos, profissão do pai, profissão da mãe, total de pessoas na família.
27
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Fundamentação
Esta atividade aborda as mudanças que ocorrem na família dentro do espaço doméstico. Levando-se 
em conta as estruturas familiares diferentes, o professor trabalha a noção de diversidade social. O foco 
desta atividade são as abordagens das inúmeras composições familiares conhecidas pelos alunos, desde 
o modelo tradicional até outras realidades como: mães e pais solteiros, crianças que vivem com os avós, 
filhos adotivos, enteados etc.
Num primeiro momento, o aluno deve ampliar sua noção de família, entendendo-a como um grupo 
de pessoas dentro do qual alguns de seus membros se encontram na dependência de outros, aos quais 
se ligam por laço consanguíneo ou por adoção.
Nesse sentido, cabe ao aluno pesquisar e comparar as relações entre as histórias das pessoas e das 
famílias, usando fontes orais, escritas e imagens.
Em seguida, o aluno deve aprofundar a compreensão acerca de sua própria estrutura familiar. 
É importante que estude a estrutura de sua família após ter observado outras, de modo a superar possíveis 
situações de preconceito em relação àquelas que sejam divergentes do padrão tradicional, como são 
os casos de famílias monoparentais ou com dependentes por adoção, por exemplo. Na compreensão 
de sua própria unidade familiar, devemos esperar que o aluno seja capaz de identificar semelhanças e 
diferenças, além de poder comparar sua estrutura familiar com as de outros alunos da mesma idade. 
Numa etapa seguinte, o aluno desenvolve e amplia sua compreensão no que diz respeito às mudanças 
e permanências na composição e dinâmica. Essas mudanças podem incluir as de ordem biológica, como 
o crescimento ou o envelhecimento dos membros de uma família, a sucessão de gerações, mudanças de 
residência ou modificação de hábitos e costumes. 
Assim, o aluno será capaz de identificar diferentes tipos de alterações que ocorrem em sua própria 
família e, ao mesmo tempo, observar também as permanências que lhe consentem compreender melhor 
sua identidade pessoal e do grupo familiar. Como a percepção e a avaliação das mudanças que ocorrem no 
interior da própria família envolvem uma compreensão da passagem do tempo e das vivências pessoais, 
enfatizamos aqui o desenvolvimento da capacidade de relacionar lugares e tempos vividos no cotidiano 
com rotina, medições e marcadores de tempo cronológico para aprender noções de tempo vivido.
Roda de conversa
Como a família representa a principal via de acesso ao mundo nos primeiros anos de vida 
da maioria das pessoas, as crianças muitas vezes acabam percebendo a estrutura de seu grupo 
familiar como algo natural e, portanto, imutável. Ao trabalharmos com as capacidades de pesquisa 
e comparação da história das famílias e de aprendizagem de noções de tempo vivido, visamos à 
ampliação dessa compreensão inicial, problematizando o senso comum e historicizando a noção de 
família como algo que se transforma e se constitui no tempo, com todo cuidado para não ferir o 
conceito familiar do aluno.
28
Unidade I
O ponto de partida para a roda de conversa é a apresentação do vídeo Tainá, uma aventura na 
Amazônia. A personagem Tainá é órfã e vive com o avô. Ao longo da apresentação do vídeo, o professor 
destaca a diversidade social que existe, além das famílias ali representadas, que servem de ponto de 
partida para que os próprios alunos levantem exemplos de diversos tipos de família, colocando assim em 
evidência que o modelo tradicional é apenas um dentre inúmeras possibilidades de estrutura familiar. 
Após esse debate inicial, os alunos fazem uma reflexão sobre os desdobramentos temporais da 
estrutura familiar, como por exemplo, se conhecem situações em que a família aumentou com o 
nascimento de um bebê e o que pensam sobre essa experiência.
Em seguida, converse sobre outras possibilidades de modificações na família com o passar do tempo, 
como o crescimento das crianças, o envelhecimento dos adultos. Estimule-os ainda a imaginar como 
era a vida em família décadas atrás. Explique que elas eram mais numerosas, as possibilidades de estudo 
e trabalho fora do lar eram mais escassas para as mulheres, o que implicava uma dinâmica familiar 
diferente das famílias em geral em relação às da atualidade.
 Saiba mais
Aprofunde seus conhecimentos com as obras a seguir.
ALBERGARIA, L. Álbum de família. São Paulo: SM, 2007.
O bisavô e a bisavó da personagem Manuela contam que as mulheres 
usavam chapéu quando saíam para passear e as pessoas do interior tinham o 
hábito de sentar na varanda e ficar contando e ouvindo histórias até bem tarde.
SHELDON, A. Agora sou o irmão mais velho. Tradução: Vinícius Figueira. 
São Paulo: Artmed, 2009.
Neste livro você vai descobrir fatos interessantes da vida do menino Pedro 
quando nasce sua irmãzinha. No começo parece difícil, mas com o tempo ele 
percebe a importância de uma família maior e de ser o irmão mais velho.
Atividade 3 – Eu e a escola
Desenvolvimento
O professor apresenta uma história em quadrinhos sobre uma situação em sala de aula e, após, faz 
os seguintes questionamentos:
• Na sala de aula onde você estuda existem regras?
• Para cada lugar e para cada situação existem regras?
29
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
• Solicite que os alunos em grupo troquem ideias sobre:
— O que podemos e o que não podemos fazer na sala de aula?
— O que podemos e o que não podemos fazer na escola?
— O que posso e o que não posso fazerem casa?
Em seguida, o professor direciona ações como:
• registrar as regras que devemos seguir em casa, na sala de aula e na escola para ter um bom 
convívio com as pessoas;
• identificar outros diferentes ambientes que frequenta, como a igreja, o supermercado, o clube, a 
praia, a rua, a padaria, as lojas, e registrar as regras que devem ser seguidas nesses locais;
• organizar um painel ilustrado com as regras que devem ser obedecidas em diferentes locais;
• observar fotos antigas de escola, de alunos em sala de aula e comparar as semelhanças e diferenças, 
como as crianças se vestiam, como se vestem hoje, e registrar;
• fazer uma entrevista com uma pessoa da família sobre a escola em que estudava utilizando 
questionamentos como: que tipos de tarefas realizava na escola; como se vestia para ir à escola; 
como era o recreio; do que brincava; que festividades eram realizadas; como era o lanche; como 
era o professor; como era a roupa do professor;
• organizar as respostas das entrevistas, relacionar as semelhantes e as diferentes;
• organizar um texto coletivo relatando o que mudou da escola antiga para a escola atual;
• pesquisar sobre a História da escola em que você estuda, por meio da coleta de fotografias, convites 
de formatura, trabalhos de ex-alunos, festividades, entrevistas com ex-alunos e ex-funcionários;
• montar uma exposição sobre a história da escola utilizando o material coletado.
Fundamentação
Nesta atividade, o estudo partirá do espaço da sala de aula, representado pelo ambiente físico (carteiras, 
quadro, janelas etc.) e social (a relação entre colegas e entre o professor e alunos), estendendo-se para outros 
espaços do ambiente escolar, como o pátio, a quadra, os banheiros, os corredores, a cantina, entre outros. 
Nesse sentido, espera-se que o aluno desenvolva a capacidade de conhecer os diferentes espaços 
pelos quais circula, em particular a sala de aula e a escola. Analisado o espaço, ele deverá perceber as 
mudanças temporais em sua relação pessoal e social com o ambiente escolar: a cada ano ele avança 
uma série, pode haver mudança de sala de aula, novos professores, novos colegas.
30
Unidade I
Em primeiro lugar, o aluno deve desenvolver sua capacidade de se expressar em relação à escola em 
que estuda, reconhecendo-a e se deslocando em diferentes espaços. 
É importante que o aluno compreenda o sentido da educação escolar, saiba reconhecer o que pertence 
ou não a esse ambiente e desenvolva mais familiaridade com esse meio com o apoio do professor 
e dos colegas. 
Em segundo lugar, devemos ter em vista que a realidade do espaço escolar no Brasil é bastante 
heterogênea. Há escolas públicas e particulares, escolas laicas e confessionais, escolas da zona urbana 
e da zona rural, escolas de diferentes regiões. As diferenças se entrelaçam com fatores culturais, que 
ora são causas e ora são efeitos dessas mesmas diferenças. O importante é ajudá-los a perceber que 
a realidade escolar é ampla e diversificada, e que todos nós somos sujeitos na construção e melhoria 
desse espaço.
Em terceiro lugar, é preciso levar em consideração que a escola é uma realidade dinâmica, está em 
contínua transformação ao longo do tempo. Uma mesma escola pode sofrer mudanças na sua estrutura 
física (salas de aula, carteiras, biblioteca, quadras etc.), no quadro de pessoal (professores, funcionários, 
direção etc.) ou nas concepções pedagógicas adotadas (pedagogia tradicional, tecnicista, construtivista 
etc.). Diferentes escolas, no presente, podem ter aspectos que as definam como mais avançadas, outras 
como mais conservadoras, apegadas a práticas pedagógicas do passado.
A educação se transforma continuamente, uma vez que se articula com uma realidade social 
que não para de mudar. Não se pode esperar de um aluno, entre cinco e sete anos de idade, uma 
capacidade de abstração que dê conta de um entendimento global dessas mudanças, mas a percepção 
delas em aspectos da realidade escolar se constitui em um primeiro passo para uma compreensão da 
escola numa perspectiva histórica. Essa percepção é fundamental para que o aluno possa desenvolver 
a capacidade de conhecer e relacionar as normas e regras de convívio na sala de aula, na escola e em 
outros locais. 
Roda de conversa
O ponto de partida para a roda de conversa é uma história em quadrinhos que apresente uma 
situação de normas na sala de aula. Explorar com os alunos os elementos que caracterizam esse espaço 
específico, bem como as atitudes dos personagens. Perguntar aos alunos quais mudanças observaram 
em si mesmos, tanto em conhecimentos quanto em hábitos, habilidades e valores, desde o início do ano 
até o presente. Questione o que os alunos pensam sobre a escola e o propósito de estudarem nela.
Faça uma brincadeira com os alunos: recite “Na minha escola tem...”. O aluno seguinte deverá recitar 
a mesma frase e acrescentar um objeto ou uma pessoa. Por exemplo: “Na minha escola tem carteira 
e professor”. A cada vez o número de objetos e/ou pessoas aumenta e o aluno deve recitar todos na 
sequência correta ou sai da brincadeira. Ganha o jogo o último que conseguir recitar todos os objetos e/
ou pessoas sem alterar a sequência correta.
31
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Para finalizar, apresente ao grupo os seguintes questionamentos:
• Quais regras e normas devem ser seguidas nos diferentes lugares?
• Qual a importância das normas e regras para vivermos em grupo?
• Como a escola também mudou ao longo do tempo?
 Saiba mais
Para saber mais, consulte as obras a seguir.
ROSAS, A. Bibi vai para a escola. São Paulo: Scipione, 2005.
Conheça a história de Bibi que, no primeiro dia de aula, descobriu como 
o ambiente escolar pode ser agradável e divertido.
ROCHA, R. A escola do Marcelo. 2. ed. São Paulo: Salamandra, 2012b.
O livro mostra como as atividades escolares nos incentivam a elaborar 
nossas próprias ideias e desenvolver o raciocínio e a criatividade.
Atividade 4 – Eu e a comunidade
Desenvolvimento
O professor faz a leitura do texto abaixo: 
 Destaque
A rua é como um rio. Por ela a vida passa, pulsa, explode em movimento. A rua 
leva as pessoas como um rio leva seus peixes. Elas vão e vêm para o trabalho, compras, 
encontros, e voltam para suas casas.
Pelas ruas tudo passa em enxurrada. Barulhos, cores, movimento. Mas rua não é casa. 
Rua é lugar de passagem. Rua é rio aberto.
Todo homem, mulher, criança, adolescente, precisa de uma casa para morar com as 
pessoas que ama. Um lugar onde possam guardar as pequenas e grandes tristezas, as 
alegrias, as esperanças e onde, no final do dia, possam dormir e sonhar ao abrigo.
Fonte: Murray (1991, p. 15).
32
Unidade I
Em seguida, os alunos realizam ações como: 
• observar imagens diversas de pessoas e assinalar aquelas que não deveriam estar na rua;
• registrar o que é ou não é adequado fazer na rua;
• observar fotos (antigas e novas) da rua onde está localizada a escola e registrar: como era essa rua 
antes da escola ser construída; o que mudou ao redor da escola; o que foi preservado; 
• pesquisar sobre a data da fundação da escola e o nome do primeiro diretor;
• pesquisar sobre a origem do nome da escola e investigar quem foi e o que fez a pessoa 
homenageada;
• coletar e registrar informações sobre o bairro onde mora: nome, a origem do nome, tempo que 
mora no bairro, principal mudança observada nesse tempo;
• entrevistar antigos moradores da cidade: como era a cidade, as construções que ainda permanecem, 
o valor histórico dessas construções, como, onde e de que brincavam as crianças; principais 
comemorações ou festividades;
• comparar os dados coletados anteriormente com a cidade que você conhece hoje.
Fundamentação
Nesta atividade, trabalha-se a percepção da rua, do bairro e da cidade como espaços onde se 
estendem as relações sociais vivenciadas em casa e na escola e onde se verificam diferentes modos de 
vida (hábitos e costumes, moradia, vestuário e utensílios, festas e tradições religiosas etc.).Além da família e da escola, os alunos se relacionam com vizinhos, amigos, prestadores de serviços etc. 
Essa comunidade pode englobar todo o planeta, uma vez que os atuais meios de comunicação nos permitem 
ter acesso imediato a notícias e contatos pessoais. No entanto, se nos limitarmos ao espaço próximo 
do aluno, podemos considerar a rua e o bairro como o meio social com o qual o aluno e seus familiares 
interagem regularmente. O professor deve conscientizar o aluno sobre os prós e contras encontrados nas 
ruas, como espaço de socialização, bem como local de marginalidade, e estimular o aluno a buscar sua 
autonomia intelectual e emocional com equilíbrio. Nesse sentido, a atividade trabalha questões como 
as referências espaciais e históricas da rua e do bairro, mas alerta também para o descaso com crianças 
de rua e menores abandonados.
A palavra “cidade” remonta à antiguidade clássica e, embora a noção antiga (entendida como o 
conjunto de pessoas) seja diferente da moderna (enfatiza as construções) é importante trabalhá-la, 
pois desenvolve o conceito de cidadania. Os grandes centros urbanos tiveram grande impulso nos 
séculos XVIII e XIX na Europa e no início do século XX no Brasil, em virtude do crescimento acelerado da 
33
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
indústria. Atualmente a atividade industrial continua sendo importante, mas o setor de serviços cresceu 
consideravelmente, ampliando o número de mão de obra. Se por um lado a cidade tem seus atrativos, 
por outro tem também seus problemas como poluição, violência, trânsito etc.
No entanto, o que registra a História do povo é o patrimônio cultural presente nas cidades.
Roda de conversa
O ponto de partida para a roda de conversa é a leitura do texto de Roseana Murray, que servirá 
como elemento motivador para as discussões sobre o que é a rua, quais suas características, limites e 
possibilidades. É necessário que o professor atue como mediador para que os alunos sejam capazes de 
compreender o limite entre a liberdade da rua e os riscos que ela oferece.
Explorar com os alunos o registro das pesquisas realizadas sobre o bairro, a cidade e as transformações 
que podem ocorrer com o passar do tempo. Refletir sobre os documentos históricos como possibilidade 
de se preservar a História e a memória de um povo e dos acontecimentos de uma época. 
 Saiba mais
Amplie seus conhecimentos lendo as obras a seguir.
ROCHA, R. O bairro do Marcelo. São Paulo: Salamandra, 2012a.
Este livro apresenta a vida do personagem Marcelo, sua família, seus 
amigos, colegas da escola e toda a turma da rua.
LLEWELLYN, C.; GORDON, M. Tome cuidado na rua. São Paulo: 
Scipione, 2007.
Este livro traz exemplos de regras simples que podem evitar acidentes 
muito graves.
Atividade 5 – Festas e comemorações
Desenvolvimento
O professor faz a leitura do texto a seguir:
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Unidade I
 Destaque
Nas casas coletivas, os telhados das cozinhas ficavam coloridos pelas bacias de 
tomates que as italianas punham para secar ao sol e depois amassavam para o molho da 
macarronada dos domingos. Nesse dia, recebiam parentes, tocavam bandolim e acordeão, 
dançavam músicas alegres, cantavam, bebiam vinho e falavam com estardalhaço, todos 
ao mesmo tempo. [...] Eu era feliz ali, tinha amigos e liberdade. [...] Atravessávamos ruas 
de terra, avenidas movimentadas e terrenos baldios cheios de pássaros. [...] Naquela época o 
rio Tietê não era poluído como hoje. [...] Voltávamos para casa com peixinhos prateados, 
minúsculos, brilhantes, que ficavam escondidos das mães em vasilhas com água no 
quintal, alimentados com farelo de pão enquanto sobrevivessem. [...] Voltei algumas 
vezes ao Brás para visitar os amigos, meus avós, meus tios e primos que continuaram lá 
por mais alguns anos. Mas já não era a mesma coisa.
Fonte: Dadam (2004).
Após a leitura do texto, o professor propõe ações como:
• conversar com os colegas sobre as mudanças que aconteceram nessa comunidade com o 
passar do tempo;
• registrar os hábitos e costumes das pessoas dessa comunidade;
• registrar o que acontecia aos domingos nessa comunidade;
• falar sobre o que você e sua família costumam fazer aos domingos;
• observar imagens antigas e novas do rio Tietê e comparar o que mudou no comportamento das 
pessoas em relação ao rio;
• pesquisar no bairro e na cidade as festividades que existem;
• falar sobre alguma comemoração festiva que sua família participa;
• pesquisar junto aos seus avós sobre as comemorações que participavam; coletar fotos, objetos, 
trajes usados por eles e fazer um mural;
• pesquisar sobre as festas típicas da sua região e comentar com seus colegas;
• pesquisar e registrar sobre as comemorações festejadas na sua escola e compará-las com as 
festas atuais.
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METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA
Fundamentação
No estudo da relação com a comunidade, esta atividade trabalha as questões de pluralidade cultural. 
E trabalhar tais questões na escola significa caminhar para um reconhecimento e para uma valorização 
das diferenças culturais, especialmente das minorias étnicas e sociais. Nesse sentido, a escola assume 
um papel fundamental, enfatizando o respeito às diferenças culturais, sem abrir mão do aprendizado 
de informações, valores e atitudes que definem a identidade nacional brasileira.
O aluno estudará alguns aspectos dos costumes regionais em situações de festas e tradições, partindo 
do pressuposto de que conhecer o outro, com seus hábitos, crenças, gostos e valores, é o primeiro passo 
para a valorização e respeito mútuos. A partir desse trabalho, o aluno será capaz de identificar as 
formas de convívio social, hábitos, festejos e comemorações, antigos ou atuais. A compreensão dessas 
informações, articulada às vivências do cotidiano, contribuirá para que o aluno seja capaz de conhecer, 
valorizar e preservar o patrimônio material existente na rua (bancos de praça, parques, brinquedos em 
praças públicas, telefone público, quiosques, painéis informativos, pontos de ônibus etc.) e o patrimônio 
cultural de sua comunidade, assegurando sua preservação (tradições, modo de fazer, costumes etc.).
Roda de conversa
O ponto de partida para a roda de conversa é a leitura do texto de Dráuzio Varella, pois se refere aos 
costumes do povo de uma região, ao rio Tietê quando passa pela cidade de São Paulo e a relação das 
pessoas com o meio ambiente. Enfatiza também as tradições, os hábitos e costumes do cotidiano 
das pessoas em outros tempos e outros locais.
O professor solicita que o aluno exponha oralmente sobre as festividades que costuma participar, 
quais são as características em relação aos trajes, às comidas servidas, o ritual e quais as suas 
preferências. 
Refletir como as festividades são realizadas por diferentes etnias, evidenciando as que estão presentes 
na sala conforme as origens e tradições dos alunos. 
O professor deve ampliar a conversa deixando que os alunos falem o que sabem a respeito das 
origens dos familiares, pois nosso país é formado por povos com diferentes etnias, e essa diversidade 
cultural oferece contribuições em todas as áreas. 
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Unidade I
 Saiba mais
Consulte a obra a seguir e aprenda mais.
SANTA ROSA, N. S. Usos e costumes. São Paulo: Moderna, 2001.
O livro relata como os nossos usos e costumes foram criados e 
desenvolvidos a partir dos costumes dos indígenas, dos portugueses, dos 
africanos e de todos os imigrantes que vieram para o Brasil.
Acesse também o site a seguir.
Disponível em: https://bit.ly/3EfaWng. Acesso em: 16 fev. 2023.
De forma breve o Menino Maluquinho, personagem criado pelo 
cartunista Ziraldo, mostra como é a festa junina.
Segundo ano
Ao término do segundo ano letivo, os alunos deverão ter alcançado os seguintes objetivos específicos:
• reconhecer processos de transformação e permanência na própria família e no grupo social 
em que vive;
• observar, conhecer e registrar a História do bairro usando as diferentes fontes históricas (escritas, 
orais,

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