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Wagner Sanchez Administração de tecnologia da informação Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189) Sanchez, Wagner Administração de tecnologia da informação / Wagner Sanchez. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2021. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-65-5536-653-2 (ePub/2021) e-ISBN 978-65-5536-654-9 (PDF/2021) 1. Gestão de tecnologia da informação 2. Serviços de tecnologia : Gestão 3. Governança de tecnologia da informação 4. Itil I. Título. II. Série. 21-1281t CDD – 658.4038 BISAC BUS000000 BUS098000 Índice para catálogo sistemático 1. Gestão de tecnologia da informação 658.4038 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . ADMINISTRAÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Wagner Sanchez M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Dolores Crisci Manzano (dolores.cmanzano@sp.senac.br) Administrativo grupoedsadministrativo@sp.senac.br Comercial comercial@editorasenacsp.com.br Acompanhamento Pedagógico Mônica Rodrigues dos Santos Designer Educacional Patrícia Pinheiro de Sant’Ana Revisão Técnica Orlando Tuzzolo Junior Preparação e Revisão de Texto Daniele Lippert Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Stephanie dos Reis Baldin Ilustrações Stephanie dos Reis Baldin Imagens Adobe Stock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.livrariasenac.com.br © Editora Senac São Paulo, 2021 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Sumário Capítulo 1 Visão geral de administração de TI, 7 1 Compreender o histórico de gestão de TI, 9 2 Definição de serviços e processos, 13 3 Conceito de gerenciamento de serviços; habilidades e recursos; ciclo de vida; processos e operações, 19 Considerações finais, 22 Referências, 23 Capítulo 2 Itil – Estratégia de serviços: conceitos, 25 1 Os conceitos e objetivos do Itil, 26 2 A descrição dos processos do Itil, 28 3 A estratégia de serviços, 35 Considerações finais, 39 Referências, 40 Capítulo 3 Itil – Desenho de serviço: conceitos e processos, 41 1 A descrição dos processos do Itil com relação ao desenho de serviço, 42 2 Gerenciamento de disponibilidade, 48 3 Continuidade e nível de serviço, 51 Considerações finais, 54 Referências, 55 Capítulo 4 Itil – Transição de serviço: conceitos e processos, 57 1 A descrição dos processos do Itil com relação à transição de serviço, 58 2 Compreender os processos de gerenciamento de mudança, 60 3 Gerenciamento de ativos, 66 4 Gerenciamento de liberação de implantação, 68 5 Gerenciamento de conhecimento, 69 Considerações finais, 73 Referências, 74 Capítulo 5 Itil – Operação de serviço: conceitos, processos e funções, 75 1 A descrição dos processos do Itil com relação à operação de serviço, 76 2 Processo de gerenciamento de eventos, 78 3 Gerenciamento de incidentes, 81 4 Gerenciamento de problemas, 84 5 Gerenciamento de solicitações e acesso, 86 6 A função da central de serviços, do suporte técnico, das aplicações e das operações de TI, 87 Considerações finais, 89 Referências, 89 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 6 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Capítulo 6 Itil – Melhoria de serviço, 91 1 A descrição dos processos do Itil com relação à melhoria de serviço, 92 Considerações finais, 102 Referências, 103 Capítulo 7 Governança corporativa e a governança em TI, 105 1 O conceito de governança corporativa, 105 2 A integração com a governança em TI, 111 3 Identificar os fatores motivadores da governança de TI, 114 Considerações finais, 118 Referências, 119 Capítulo 8 Modelo de governança de TI, 121 1 Desenvolvendo um modelo genérico de governança de TI, 123 Considerações finais, 133 Referências, 134 Sobre o autor, 137 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Visão geral de administração de TI Nos últimos anos, as empresas estão passando por fortes transfor- mações, sendo obrigadas a se reinventar para sobreviver em um merca- do altamente exigente e competitivo. As evoluções tecnológicas estão impulsionando as transformações corporativas e propiciando respostas nunca antes conseguidas. Com isso, novas organizações estão surgindo, já com modelos digitais na administração de tecnologia da informação. Por outro lado, as empresas já estabelecidas há algum tempo pre- cisam transformar suas gestões para que possam concorrer em igual- dade com as empresas digitais. Essa transformação deve ser urgente e profunda caso as empresas conhecidas como tradicionais queiram permanecer no mercado. 8 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Nesse contexto, a gestão da tecnologia da informação tem ganha- do cada vez mais destaque, pois é um dos caminhos para a sobre- vivência corporativa, tornando as gestões mais eficientes e eficazes e trazendo, assim, ganhos significativos de competitividade nesse mercado altamente concorrido em que estamos vivendo atualmente (FERNANDES; ABREU, 2014). Neste capítulo, exploraremos o conceito de infraestruturade tecnolo- gia da informação e a abrangência da administração de TI nas organiza- ções. Refletiremos, também, sobre como a quarta revolução industrial está impulsionando o surgimento e a transformação das gestões. Colaborando com essa linha, Kevin Kelly (2012) ressalta que a tecno- logia tem um processo histórico único, que parece nos levar a um vetor de desenvolvimento quase autônomo. A ideia de Kelly (2012) é que, pro- vavelmente, em algum ponto da história, os sistemas computacionais, máquinas e ideias se tornarão tão complexos, com ciclos de interação e retroalimentação, que acabarão desenvolvendo certa dose de indepen- dência e passarão a exercer sua própria autonomia. Confira o exemplo de uma startup da empresa X (anteriormente cha- mada Google X), marca pertencente à holding Alphabet, da Google: seu desafio é entregar alimentos e produtos com o auxílio de drones. Foi desenvolvido um aplicativo chamado Project Wings, que já está sendo testado na Austrália. Para aumentar a amplitude do protótipo, a empre- sa X fechou parcerias com duas empresas australianas, uma rede de restaurantes de comida mexicana, chamada Guzman y Gomez, e uma rede de farmácias, chamada Chemist Warehouse. A ideia é que, a partir de um aplicativo, os consumidores australianos recebam comida mexicana e remédios de forma rápida e eficiente, por meio do uso de drones controlados por um complexo e inteligente siste- ma gerenciador de frotas de veículos voadores não tripulados. 9Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Esse é um exemplo de como esse momento atual, pautado por fu- sões de tecnologias emergentes e pelo aparecimento de novas tecno- logias, pode acelerar o surgimento de soluções inovadoras e novos mo- delos suportados por gestão de tecnologia. Até bem pouco tempo atrás, seria impossível pensar em uma so- lução de entregas com drones. Hoje, já temos tecnologias suficientes para que uma ideia como essa possa sair do papel — imagine o que ainda está por vir! 1 Compreender o histórico de gestão de TI Olhando para a história da gestão da tecnologia da informação, po- demos fazer um recorte e iniciar apreciando os acontecimentos a partir dos anos 1980, com a popularização dos computadores, que, por sua vez, impulsionou a globalização, o que nos fez perceber um aumento significativo nas transações comerciais entre os países. Figura 1 — Computador pessoal XT, da IBM, em 1988 Fonte: Wikimedia Commons. 10 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Vale ressaltar que, antes dessa explosão na quantidade de informa- ções produzidas pelas empresas, já se encontravam sistemas de ges- tão de TI implantados, mas com diversas limitações operacionais em função da pouca disponibilidade de tecnologias. O avanço na proliferação de computadores rompeu esses obstácu- los e possibilitou que a manipulação do volume de dados gerado fosse aumentada significativamente, com mais eficiência e segurança. Além disso, os computadores possibilitaram a redução no número de pessoas necessárias para manipulá-los e, consequentemente, grande melhoria na eficiência e no tempo de resposta das decisões dos executi- vos. Com isso, verificou-se nas empresas a diminuição de custos dire- tos com pessoal, o que as tornou muito mais competitivas e fez seus lucros subirem. Os mercados foram ampliados, pequenas empresas se tornaram multinacionais, o custo de produção diminuiu e o consumo aumentou, e, em razão disso, a gestão de TI começou a se tornar altamente rele- vante nas tomadas de decisões. A partir dos anos 1990, a internet surgiu, trazendo evolução e rele- vância para a administração da tecnologia. A informação não era mais local, e sim global; tudo começava a ser compartilhado e a velocidade nas tomadas de decisão ficou cada dia mais rápida e decisiva. Um pas- so errado já poderia comprometer uma organização inteira. O cenário econômico começou a se reinventar, a dependência pe- las redes de comunicação começou a se intensificar e um protagonista surgiu com força dentro das organizações: os sistemas de gestão inte- grados. Com esses sistemas, as empresas puderam integrar e controlar suas diversas atividades e operações ao redor do mundo. Então, outros sistemas foram criados e conferiram ainda mais im- portância à gestão de TI, como o e-commerce, com transações entre 11Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. empresas, entre empresas e consumidores e até entre consumidores. Dessa forma, as relações comerciais se aceleraram, o que obrigou as empresas a se tornarem ainda mais eficientes no que diz respeito a ma- nipulação, armazenamento e extração das informações. Aliados a esses destaques, observamos que os processos logísticos se tornaram decisivos para a sobrevivência das empresas, que preci- saram investir fortemente em soluções computacionais que controlas- sem toda a cadeia de produção, venda e entrega. E, mais recentemente, tivemos a explosão das redes sociais: todos nós estamos conectados por algum tipo de rede social, o que abriu ou- tras oportunidades de obtenção de insights para as empresas. Com acesso aos hábitos, preferências e comportamento das pessoas, é pos- sível ter uma visão preditiva para o lançamento de novos produtos e serviços. Entregar um produto ou serviço alinhado às preferências do consu- midor, no momento certo, está sendo o grande diferencial para as orga- nizações atualmente, e essa tendência deve crescer nos próximos anos. Todo esse universo de informações e dados, nos mais diversos for- matos, está ampliando a importância de uma gestão eficaz da tecnolo- gia da informação, pois sem ela não é possível obter o conhecimento necessário para as tomadas de decisões. Kelly (2017), em seu livro Inevitável, descreve as 12 macrotendências que mudarão nosso mundo, além de pautar as tecnologias emergentes que impactarão as organizações e, como consequência, a gestão de TI dentro das empresas. O autor descreve, ainda, um futuro com alto índice de conexões entre as pessoas, no qual o ser humano será capaz de demonstrar seu potencial e produzir o que só ele pode produzir — aquilo que não pode ser desempenhado por máquinas ou sistemas computacionais inteligentes. 12 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .As empresas, portanto, estão buscando incansavelmente a tão so- nhada transformação digital, a fim de sobreviver neste momento em que a informação rápida e objetiva pode fazer toda a diferença em uma tomada de decisão. A transformação digital pode ser compreendida como um processo contínuo, com os objetivos de implementar a maior quantidade possível de tecnologias exponenciais viáveis financeira e estrategicamente, re- mover tecnologias obsoletas, desburocratizar processos e implementar metodologiaságeis de desenvolvimento de projetos, trocando a hierar- quia pela rede e proporcionando ao cliente novas experiências digitais e encantadoras (KELLY, 2017). O desafio para uma transformação digital de sucesso está em ana- lisar e entender como o trabalho, o comportamento das pessoas e a dinâmica de mercado estão mudando com o uso de novas tecnologias, metodologias e mentalidades. A transformação digital não pode ser encarada simplesmente com a implementação de tecnologias exponenciais; ela deve reinventar o mo- delo de negócio da empresa. Mas vale ressaltar que, em muitos casos, é mais fácil criar uma empresa digital do que transformar uma empresa tradicional em digital. As empresas que já nasceram digitais estão crescendo de forma extraordinária, pois são ágeis e dominam os conceitos dinâmicos de gestão. Como exemplos podemos citar a Uber, a Netflix, o Waze, o Facebook, o Instagram, o Airbnb, a Tesla, entre outras. Para o conceito ficar ainda mais claro, vejamos este exemplo com- parativo: de um lado, temos a rede Hoteleira Marriott, que foi fundada em 1927, nos Estados Unidos: está presente em mais de 110 países, com mais de 1 milhão de quartos e valendo 17.8 bilhões de dólares; do outro lado, temos o Airbnb, fundado em 2008: está presente em 191 13Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. países, conta com mais de 3 milhões de quartos e seu valor de mercado é de 30 bilhões de dólares. Além da diferença entre os valores de mercado e a quantidade de quartos ofertados entre uma empresa jovem e outra mais antiga, te- mos um outro comparativo bastante interessante que nos faz refle- tir sobre os novos modelos de negócio: imagine o esforço financeiro necessário a essas empresas se as altas administrações de ambas resolvessem dobrar de faturamento em três anos. Provavelmente o Airbnb seria mais bem sucedido nessa função. Com essa reflexão, é possível entender como os modelos digitais são disruptivos e ágeis no que se refere à melhoria da experiência di- gital, aumentando a fidelidade, as vendas, os ganhos, a produção e a retenção de clientes. Segundo Fernandes e Abreu (2014), ter uma gestão de TI eficiente é condição para a sobrevivência da grande maioria das organizações atualmente, uma vez que reduz custos, melhora a produtividade, integra parceiros da rede de fornecimento, diferencia ofertas e simplifica a ges- tão com o uso das tecnologias exponenciais. 2 Definição de serviços e processos 2.1 Serviços Diversas empresas no mundo perceberam que apenas oferecer bons produtos não garante o sucesso: o pós-venda pode ser decisivo para al- cançar a plena satisfação do cliente. Infelizmente, outras empresas não investem sua atenção nos clientes após a aquisição de serviços, pois imaginam que basta simplesmente vender. 14 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .São os serviços agregados aos produtos que criarão a melhor experi- ência comercial e de pós-venda, e esse conceito vale tanto para situações de fornecimento entre empresas diferentes quanto para condições de for- necimento interno de serviços (FERNANDES; ABREU, 2014). Serviço é o meio para entregar soluções aos clientes. Em geral, é reconhecido como um trabalho executado por alguém para entregar um resultado que atenda a expectativa de um cliente, gerando valor a ele. Um serviço pode ou não estar atrelado a um produto (equipamento, software). É importante observar que os serviços se iniciam muito antes do momento derradeiro da comercialização com o cliente. Os serviços con- templam os momentos da identificação das necessidades dos clientes, da concepção de soluções para sanar essas necessidades, da produ- ção, da entrega e da monitoração constante dos resultados alcançados, com o objetivo de aprimoramento da solução ofertada. Uma solução para um cliente é composta pelo conjunto produto + serviço, resultante de uma cadeia de interações que começa no primei- ro fornecedor da matéria-prima, equipamento e/ou recurso humano produtivo e termina na percepção da qualidade da solução pelo cliente. A maior parte das empresas já percebeu as proporções do impacto dos serviços sobre os seus resultados estratégicos, táticos e operacionais. Gigantes como a Xerox e a IBM reposicionaram os seus negócios para o foco em soluções baseadas em serviços, ficando em segundo plano o desenvolvimento de produtos isolados. Elas compreenderam que a experiência do cliente vai muito além do momento de abrir a caixa de um equipamento e admirá-lo. O dia seguinte da instalação do produto para uso traz consigo um considerável número de possibilidades de se ter uma experiência ruim, a qual pode destruir o resultado de anos de projeto técnico do produto, 15Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. implicando amargo prejuízo com a falta de retorno sobre o investimen- to. Ou, então, uma experiência fantástica que fidelize o cliente. Serviços são realizados por pessoas que cumprem passos específi- cos em determinada sequência, aplicando técnicas e ferramentas, com o objetivo de alcançar um resultado observado por meio de métricas de qualidade, que possibilitam apontar a eficiência, eficácia e efetividade do que se faz. PARA SABER MAIS • Eficiência: quando um objetivo é realizado da melhor forma possí- vel, utilizando na medida certa os recursos necessários e gerando, assim, o menor custo possível. Podemos afirmar que a eficiência busca sempre o melhor custo-benefício de uma operação. • Eficácia: quando um objetivo é realizado visando entregar o melhor resultado possível sem se preocupar em otimizar recursos, ou seja, fazer o que deve ser feito com a maior qualidade possível, custe o que custar. • Efetividade: é a habilidade de ser eficiente e eficaz ao mesmo tempo, ou seja, de atingir os objetivos definidos no prazo e custo pré-estabelecidos e ainda conseguir apresentar um resultado alta- mente satisfatório. 2.2 Processos Aumentar a eficiência operacional, cortar custos, aumentar a produ- tividade e entregar excelência aos clientes são apenas alguns dos bene- fícios que a otimização de processos traz para as empresas. Em um mundo conectado, com culturas e estruturas organizacio- nais distintas, além de tecnologias que surgem de forma exponencial, é importante utilizarmos técnicas de documentação de processo que 16 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .sejam universais, ou seja, interpretadas sem grandes dificuldades por qualquer profissional de mercado que precise entender um processo. Um processo é um conjunto de atividades executadas em determi- nada sequência, para atingir um ou mais objetivos definidos. Essas ati- vidades consomem recursos (entradas) e entregam resultados (saídas) que podem ser produtos, serviços, informação etc.Um ponto importante a ser ressaltado é que os processos se rela- cionam, ou seja, a saída de um processo pode ser a entrada de outro. Por isso, a falha em um processo pode impactar o resultado de vários outros. Processos podem estar relacionados com a execução de rotinas ou com projetos. No caso de rotinas, aplicam sempre as mesmas ativida- des, utilizam sempre os mesmos recursos, têm os resultados da sua execução previstos e não têm prazo para deixar de ser executados. Já os processos relativos às atividades de um projeto empregam recursos específicos em atividades não repetitivas, com a finalidade de entregar um produto final exclusivo. Segundo Fernandes e Abreu (2014), os processos podem ser descri- tos a partir dos seguintes elementos: • objetivo final de entrega do processo; • atividades na sequência: ações de transformação, que processa- rão entradas, gerando saídas sempre diferentes das entradas; • controles: indicadores de desempenho que são calculados sobre a atividade; • responsáveis: profissionais ou máquinas responsáveis pela exe- cução da tarefa. Os autores complementam que podem ser inseridos mais três itens em processos mais complexos: 17Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • entradas: artefatos (documentos e produtos) gerados em ativida- des outras e que são utilizados na execução da atividade; • saídas: artefatos gerados pela atividade de transformação do processo; • ferramentas: sistemas de informação ou máquinas aplicadas pelo ator na execução da atividade. Um processo deve ser entendido como um sistema aberto, ou seja, todos os itens que o compõem geram influência mútua sobre os re- sultados dos trabalhos. Aquilo que acontece fora do processo também influencia o comportamento, desde que os eventos externos tenham comunicação com o processo analisado. A modelagem de processos é a aplicação de padrões e métodos de representação das atividades ligadas a um trabalho, com a finalidade de mostrar a realidade das operações da empresa. Por meio da modelagem de processos, é possível separar as ativida- des que somam valor para o cliente daquelas que se encontram no rol da burocracia excessiva ou redundância, proporcionando, assim, a tão desejada otimização dos processos. É possível, ainda, pela investiga- ção de processos utilizando modelos de representação, compreender pontos de interrupção de fluidez nas atividades e pontos de ineficiência. Processos agrupam as atividades empresariais por objetivos, ou seja, atividades que trabalham em conjunto para entregar, ao final, um determinado produto ao cliente são consideradas atividades do mesmo processo. Como exemplo de modelagem de processos, podemos tomar o processo de pedido na cantina de uma faculdade, conforme indicado pela figura 2. 18 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 2 — Exemplo de modelagem de processos: pedido em uma cantina Controles Número de salgados solicitados por hora/dia/mês; tempo médio de atendimento (período decorrido entre a coleta do pedido e a entrega ao aluno). Objetivo final de entrega Entrega do pedido ao aluno (cliente). Atividades na sequência Coletar o pedido do aluno; checar se o pedido está disponível para retirada ou se é necessário prepará-lo; caso seja necessário preparar, fazê-lo e entregá-lo ao cliente; cobrar o valor devido pelo aluno e entregar o pedido. Responsáveis Informar pedido, pagamento e retirada – aluno; Demais atividades – cantina da faculdade. A representação de processos por meio de documentos deve, por- tanto, incluir detalhes sobre as atividades desempenhadas, recursos empregados e controles aplicados. 3 Conceito de gerenciamento de serviços; habilidades e recursos; ciclo de vida; processos e operações A administração da tecnologia da informação suporta diversos servi- ços dentro das organizações. Eles incluem o planejamento, a providên- cia, a entrega e o gerenciamento de resultados do que se faz aplicando a tecnologia da informação. 19Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. O gerenciamento dos serviços de TI tem um objetivo muito mais am- plo do que instalar e dar suporte para infraestrutura e sistemas: alcan- çar as expectativas de uso dos sistemas de informação e os reais resul- tados econômico-financeiros com a ajuda da tecnologia da informação. No gerenciamento de serviços, há uma associação direta com o ge- renciamento dos processos, que envolve um conjunto de habilidades da organização para fornecer valor ao cliente, resultando em serviços. Essas habilidades são (OGC, 2013): • entender os objetivos maiores dos resultados dos negócios; • desenhar uma forma de trabalho para gerar serviços ao cliente que possibilitem alcançar os resultados esperados; • implantar os serviços com o menor impacto possível naquilo que a empresa já faz de forma positiva, evitando a percepção de rup- turas desagradáveis na entrega de solução aos clientes atuais; • executar da melhor forma os processos operacionais, monitoran- do a experiência do cliente e controlando as atividades internas; • definir metas quantitativas dos resultados, com vistas ao objeti- vo traçado, após uma experiência mínima com a execução dos trabalhos. Lembrando que as metas quantitativas estão relacio- nadas ao volume de metas alcançadas baseado em indicadores numéricos, daí se chamarem quantitativas; • aprender com a experiência e gerar melhoria contínua. Fica claro, por toda essa explicação, que o gerenciamento dos ser- viços, seu ciclo de vida, processos e operações estão vinculados ao paradigma de melhoria contínua, conhecido como PDCA (OGC, 2013), explicado na figura 3. 20 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 3 — PDCA PLAN PLANEJAR DO FAZER CHECK VERIFICAR ACT EXECUTAR os processos, alinhando-os com os objetivos de resultados os processos definidos, cumprindo à risca as suas definições planejadas os resultados dos processos, confrontando-os com metas atuais para melhorar os processos e ajustar resultados, aplicando, se necessário, a troca de ferramentas (tecnologia), troca ou capacitação de pessoas, mudanças na sequência e passos de trabalho ou redefinição de objetivos e metas Dentro do gerenciamento de serviços, suas habilidades e recursos, existem papéis e contribuições importantes para a entrega de um servi- ço de forma eficiente: • colaboradores devem ser treinados para compreender e se ali- nhar com os propósitos da organização, sua missão, visão, valo- res, objetivos e metas; • fornecedores precisam refinar seus processos internos em con- junto com a empresa, de maneira a alcançar a melhor relação econômica e de ganho mútuo para suas operações; • parceiros têm que adequar seus processos internos com os da empresa, promovendoaprendizado e crescimento mútuos dos negócios; 21Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • relações com o governo devem ser estabelecidas para que, den- tro do cumprimento das regras legais, existam a criação de con- dições favoráveis ao estabelecimento e a evolução dos negócios, com possíveis incentivos fiscais e regulatórios; • clientes precisam ajustar sua forma de pedir e receber produtos e serviços da empresa, de forma a tirar o melhor proveito, evitando desperdícios por perda ou dano de mercadoria, ou por ineficiência operacional e custos que poderiam ser minimizados; • consumidores precisam ter acesso à informação sobre como uti- lizar de forma adequada o serviço ofertado, tendo claros os resul- tados esperados e as responsabilidades entre as partes. Se qualquer elo dessa cadeia se partir, o resultado fica comprome- tido. Se, por exemplo, um fornecedor é levado à falência pela falta de condições comerciais adequadas com a empresa, pode ocorrer a falta de suprimentos ou mesmo a necessidade de encontrar alternativas em caráter emergencial, a custos mais elevados, comprometendo o resul- tado para o cliente. Se a intolerância do cliente ou do consumidor leva a empresa a inú- meros processos e indenizações ou exige a prática de preços insusten- táveis para seus negócios, a empresa pode desaparecer, deixando sem continuidade os serviços e produtos comercializados e, por conseguin- te, o cliente e o consumidor. O gerenciamento de serviços tem como objetivo prover e promover um serviço de TI com qualidade e alinhado às necessidades de negó- cio. O departamento responsável por gerenciar TI tem duplo papel, fun- damentado em prover e tomar serviços. O departamento de TI cria e entrega serviços, enquanto, por outro lado, pode contratar serviços com a finalidade de complementar o seu próprio portfólio de ofertas para o cliente corporativo da tecnologia da informação. 22 Administração de tecnologia da informação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Considerações finais Transformar processos de negócios tradicionais em digitais é con- dição para a sobrevivência da grande maioria das organizações atual- mente, reduzindo custos, melhorando a produtividade, integrando par- ceiros da rede de fornecimento, diferenciando ofertas e simplificando a gestão com o uso das tecnologias exponenciais. Essa transformação é atingida por meio das novas tecnologias, que precisam ser geridas por profissionais com competências, habilidades e mentalidade em consonância com as novas demandas que a quarta revolução industrial está impondo. Os novos modelos de negócio são baseados na convergência de tecnologias, talentos e competências capazes de disruptar outros ne- gócios por apresentarem características que permitem criar impactos exponenciais, gerenciando corretamente seus processos e entregando serviços relevantes aos clientes. Lembrando que disruptar significa des- continuar uma ideia ou processo convencional. Gerir tecnologia atualmente requer um alto investimento em simpli- ficação da gestão dos serviços, reduzindo complexidade, prevendo pro- blemas, otimizando a infraestrutura e as operações e potencializando os processos — tudo isso com insights de informações analíticas para que as melhores decisões sejam tomadas, aprimorando, assim, a efici- ência e obtendo vantagem competitiva; caso contrário, a organização poderá desaparecer. 23Visão geral de administração de TI M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Referências FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. de. Implantando a governança de TI: da estra- tégia à gestão dos processos e serviços. Rio de Janeiro: Brasport, 2014. KELLY, K. Inevitável: as 12 forças tecnológicas que mudarão nosso mundo. São Paulo: HSM, 2017. KELLY, K. Para onde nos leva a tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2012. OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE (OGC). Introduction to the service life- cycle. London: The Stationery Office, 2013.
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