Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
3.2 Traumatismos do Membro Inferior Profa. MSc. Patrícia H. Silva Unidade 3: Fundamentos da Fisioterapia em Traumatologia II Objetivos: • Conhecer os principais traumas do membro inferior, seus mecanismos de lesão e complicações. Contextualizando a aula... • Você é aluno do curso de Fisioterapia e está cursando o período de estágio obrigatório no setor de ortopedia e traumatologia. • Já atendeu seu primeiro paciente, o qual teve diagnóstico de traumatismo de membro superior e, agora, iniciará o atendimento do segundo. • Antes de atende-lo, você resolveu pegar a ficha da solicitação da fisioterapia com o histórico do problema apresentado para se preparar para o atendimento. • Na ficha, está descrito que o paciente apresenta traumatismo de membro inferior (fratura da diáfise do fêmur). Contextualizando a aula... • Para realizar a avaliação fisioterapêutica e traçar os objetivos e o plano de tratamento, você decidiu rever e compreender os tipos de traumas, mecanismos e consequências de lesões mais comuns de acontecer no membro inferior. • Sendo assim, é importante que você saiba responder aos seguintes questionamentos: – Quais são os traumas mais comuns no membro inferior e seus mecanismos de lesão? Revisando Anatomia... • Os membros inferiores apresentam como principais funções... – Sustentação do corpo – Locomoção • Conectam-se ao tronco por meio do cíngulo pélvico, formado pelos ossos do quadril [...] - Ílio - Ísquio - Púbis • [...] e a pelve óssea – Sacro Membros Inferiores • Esqueleto apendicular – Cíngulo Pélvico (Ílio, Ísquio e Púbis) – Fêmur – Patela – Tíbia – Fíbula – Ossos do Tarso (Calcâneo, Tálus, Navicular, Cuboide e Cuneiformes – medial, intermédio e lateral) Membros Inferiores • Articulações – Quadril – Joelho – Tibiofibular proximal e distal – Tornozelo ou talocrural – Tálus-calcânea – Tasometatarsais – Intermetatarsais – Metatarsofalângicas – Interfalângicas Fraturas do Acetábulo • Mecanismo: Trauma alta energia ⇢ Acidentes automobilísticos, Construção Civil e Indústria – Tipo articular • Redução incorreta ⇢ Acarreta ⇢ Osteoartrose pós- traumática ⇢ Incapacidade Funcional Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Grupo A Fratura de uma coluna com envolvimento parcial da articulação: A1: Parede posterior A2: Coluna posterior A3: Parede e/ou coluna anterior Grupo B Fratura das colunas com envolvimento parcial da articulação – orientação transversa: B1: Transversa e/ou parede posterior B2: Forma de “T” B3: Coluna anterior e hemitransversa posterior Grupo C Fratura das duas colunas com envolvimento total da articulação: C1: Variedade alta (fratura da coluna anterior em direção à crista ilíaca) C2: Variedade baixa (fratura da coluna anterior se estende para o bordo anterior do ílio) C3: Variedade posterior (fratura da coluna anterior se estende para a sacroilíaca) Fraturas do Acetábulo Fraturas da Epífise Proximal do Fêmur • Classificação: – Transtrocantérica – Do Colo • Mecanismo: Trauma alta energia ⇢ Acidentes automobilísticos ou Osteoporose (Idoso)→ Quedas Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Região Proximal do Fêmur 31 Trocantérica A Colo do Fêmur B Cabeça do Fêmur C Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Fraturas Trocantéricas Tipo 31-A1: Fraturas simples, duas partes, sem fragmentos e estável (Pós-redução e fixação). Tipo 31-A2: Fraturas multifragmentadas e instáveis. Tipo 31-A3: Fraturas com traço reverso e instáveis. Fratura do Colo do Fêmur de Garden Garden I: Traço incompleto de fratura com a cortical média íntegra e trabéculas em valgo em relação às trabéculas do acetábulo Garden II: Fratura completa sem desvio Garden III: Fratura completa com desvio parcial do colo (a cabeça do fêmur mantém o contato com o colo) Garden IV: fratura completa com desvio total e perda do contato entre a cabeça e o colo do fêmur Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Classificação de Garden das Fraturas do Colo do Fêmur Fraturas da Diáfise do Fêmur • Mecanismo: Trauma direto de alta impacto – Difícil ser exposta ⇢ Grande quantidade de massa muscular – Dependendo da gravidade ⇢ Hemorragia – Pode afetar tecidos moles Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Fêmur 3 Diáfise 2 A Traço simples B Multifragmentada em cunha C Multifragmentada complexa Fraturas da Diáfise do Fêmur Fraturas da Epífise Distal do Fêmur • Mecanismo: Trauma direto de alta impacto ou Carga axial forçando o fêmur em valgo, varo ou rotacional ⇢ Acidentes automobilísticos ou Quedas – Metafisárias – Intrarticulares • Desvios dos fragmentos – Angulação posterior ⇢ Ação dos músculos isquiotibiais, quadríceps e gastrocêmio –Deformidade em varo ⇢ Ação dos músculos adutores – Intercondilares ⇢ Ação do músculo gastrocnêmio Fraturas da Epífise Distal do Fêmur Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Fêmur 3 Fêmur Distal 3 A Região metafisária sem comprometimento articular B Região articular com o comprometimento de apenas um dos côndilos femorais C Acometem a região metafisária e articular Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Tipo A: Extra articular 1: Simples (2 partes) 2: Cunha metafisária 3: Metafisária Tipo B: Articular parcial (unicondilar) 1: Côndilo lateral 2: Côndilo medial 3: Frontal (fratura no plano coronal) Tipo C: Completa articular (bicondilar) 1: Articular simples e metafisária simples 2: Articular simples e metafisária cominutiva 3: Articular cominutiva Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Fraturas da Patela • Mecanismo: Trauma direto, indireto (força do quadríceps femoral) ou luxação patelar – Incapacidade para a extensão do joelho • Artrose Pós-traumática da articulação femoropatelar Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Presença ou Não de Desvio Articular Transversais Verticais Marginais Cominutivas no polo superior Cominutivas no polo inferior Fraturas com cominuição total Fraturas da Tíbia Proximal • Mecanismo: Trauma de impacto do côndilo femoral sobre platô tibial – Tipo articular Classificação de Schatzker Tipo I Fratura em cisalhamento do platô lateral Tipo II Fratura em depressão e cisalhamento do platô lateral Tipo III Fratura em depressão do platô lateral Tipo IV Fratura do platô medial Tipo V Fratura de ambos os platôs (bicondilar) Tipo VI Fratura Fraturas da Tíbia Proximal Classificação de Schatzker Luxação do Joelho • Perda de contato completa da articulação entre o fêmur e a tíbia por rupturas múltiplas ligamentares – Mecanismo: Trauma de alta energia ⇢ Acidente automobilístico, Quedas ou Traumas esportivos Classificação de Anatômica KD I Lesão de 1 ligamento cruzado e 1 colateral KD II Lesão dos 2 ligamentos cruzados e colaterais intactos KD III Lesão dos 2 ligamentos cruzados e 1 colateral KD IV Lesão dos 4 ligamentos (2 cruzados e 2 colaterais) KD V Luxação mais fratura periarticular Luxação do Joelho Fraturas dos Ossos da Perna • Muito comuns, principalmente na tíbia. – Mecanismo: • Trauma direto • Alto impacto ⇢ Pode ser exposta –Diafisária Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Tíbia 4 Diáfise da Tíbia 2 Fraturas dos Ossos da Perna Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) a. Fraturas de traço simples 1: Fratura espiral 2: Fratura oblíqua com traço de fratura > 30º em relação a uma linha traçada perpendicularmente ao eixo longo do osso 3: Fratura transversa, traço de fratura < 30º b. Fraturas com asa de borboleta (dois traços de fratura) 1: Asa de borboleta espiral 2: Asa de borboleta tipo cunha 3: Asa de borboleta fragmentada c. Fraturas complexas, fragmentos proximal e distal não apresentam conexão após redução 1: Fratura em espiral 2: Fratura segmentar três fragmentos – próxima, distal e intermédio 3: Fratura multifragmentar, ou seja, intermédio está fragmentadoFraturas Maleolares • Mecanismo: Adução ou Abdução ou RL Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) A1: Fratura do maléolo lateral isolada; A2: Associadas à fratura do maléolo medial; A3: Associadas à fratura B1: Fratura do maléolo lateral isolada; B2: Associada à lesão medial óssea ou ligamentar; B3: Associada à fratura do maléolo posterior C1: Traço de fratura da fíbula é simples; C2: É multifragmentada; C3: Localizada na fíbula proximal, fratura de Maisonneuve Fraturas Maleolares Fraturas da Extremidade Distal da Tíbia • Pouco comuns • Mecanismo: Traumas axiais com força de compressão na superfície articular Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Tíbia 4 Segmento Distal da Tíbia 3 Tipos a. Não articular b. Articular parcial (parte da articulação permanece conectada na diáfise da tíbia) c. Articular total (toda superfície articular perde o contato com a diáfise da tíbia) Fraturas da Extremidade Distal da Tíbia Classificação de AO/OTA (Orthopaedic Trauma Association) Traços Tipo A A1 – Traço simples A2 – Traço em cunha A3 – Complexa Tipo B B1 – Traço simples por cisalhamento B2 – Cisalhamento com compressão articular B3 – Depressão multifragmentada Tipo C C1 – Traço articular e metafisário são simples C2 – Traço metafisário cominuto e articular simples C3 – Ambos os traços cominutos Fraturas do Tálus • Mecanismo: Quedas da altura ou Acidentes automobilísticos Classificação de Hawkins Tipo I Sem desvio Tipo II Luxação da subtalar Tipo III Luxação subtalar mais luxação da tibiotalar Tipo IV Luxação subtalar, luxação da tibiotalar + luxação talonavicular Fraturas do Tálus Fraturas do Tálus Classificação de Hawkins Grupos 1. Fratura simples do processo lateral e comprometimento das articulações subtalar e fibulotalar 2. Fratura cominutiva 3. Fratura do rebordo anterior do processo lateral com envolvimento do processo posterior Retomando a situação problema... • Agora que você já adquiriu o conhecimento sobre os principais traumas que acometem o membro inferior, é capaz de analisar a situação-problema apresentada no Diálogo aberto e responder aos questionamentos: – Quais são os traumas mais comuns no membro inferior e seus mecanismos de lesão? Obrigada! pattihenrique@uniderp.edu.br pattihenrique@anhanguera.com
Compartilhar