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Resumo P1 CARDIO Aula 1 Anatomia e Fisiologia O sistema cardiovascular é formado pelos vasos sanguíneos, artérias, veias, capilares e pelo coração, sendo responsável pela circulação do sangue, transportando nutrientes e oxigênio por todo o corpo. Coração → Serve como bomba, que estabelece o gradiente de pressão necessária para enviar o fluxo de sangue para os tecidos pesa aproximadamente 250 gramas na mulher adulta e 300 gramas no homem adulto ➢ nos primeiros sete anos de vida cresce muito rapidamente ➢ cerca de 2/3 da massa cardíaca ficam à esquerda da linha média do corpo - situado no tórax entre os dois pulmões, ocupando juntamente com os vasos que dele partem e nele chegam o mediastino médio Vasos sanguíneos → Canais por onde o sangue é distribuído do coração a todas as partes do corpo ➢ A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para cima e para a direita. O coração realiza dois movimentos básicos: sístole (contração) e diástole (relaxamento), de acordo com a despolarização e repolarização de suas cargas elétricas intra e extracelulares, estimuladas por íons como: sódio, potássio, magnésio, cálcio Cavidades do coração são subdivididas em 4 câmaras: 2 átrios (superiores) 2 ventrículos (inferiores) localizados à direita e à esquerda Valva atrioventricular direita (tricúspide): Fornece comunicação de fluxo entre o átrio D e ventrículo D Valva atrioventricular esquerda (mitral): Estrutura que fornece comunicacao de fluxo entre o átrio E e ventrículo E Internamente os átrios separam-se dos ventrículos através das 2 válvulas atrioventriculares direita e esquerda: Tricúspide (Atrioventricular): separa AD do VD Bicúspide (Mitral): separa AE do VE PERICÁRDIO: Membrana que reveste o coração, é pouco complacente, rígido, não expande agudamente É revestido externamente pelo epicárdio e internamente pelo endocárdio. Parede cardíaca esquerda é mais espessa que a direita, porque enfrenta maiores pressões (manda sangue para toda circulação sistêmica) e possui ductos menos complacentes, menos distensíveis, oferecendo maior resistência Epicárdio: ▪ camada externa do coração ▪ delgada lâmina de tecido seroso Miocárdio: ▪ camada média e mais espessa do coração ▪ composto de músculo estriado cardíaco (músculo que permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou o force para o interior dos vasos sangüíneos) Endocárdio: ▪ camada mais interna do coração ▪ fina camada de tecido composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo ▪ a superfície lisa e brilhante permite que o sangue corra facilmente sobre ela ▪ também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos sangüíneos que entram e saem do coração - O coração é dividido em 2 metades pelo septo cardíaco (de natureza músculo-membranácea): - metade direita (coração venoso): circula o sg sem oxigênio - metade esquerda (coração arterial): circula o sg oxigenado Cada metade do coração é dividida em 2 cavidades: átrio e ventrículo (direito e esquerdo) Funções dos átrios: 1. Receber sangue (o AE recebe da circulação pulmonar através das veias pulmonares e o AD da circulação sistêmica através das veias cava superior e inferior) 2. Bombear sangue para ventrículos Funções dos ventrículos: 1.Receber sangue dos átrios 2.Bombear sangue para fora do coração (do VE o sangue oxigenado é bombeado através da aorta para a circulação sistêmica e do VD o sangue desoxigenado é bombeado através do tronco pulmonar para a circulação pulmonar) - ÁTRIO DIREITO (AD) Vai receber o fluxo do sangue venoso, pelas veias cavas inferior e superior. Sai no AD: seio coronário que conduz o sangue venoso da musculatura própria do coração. AD separado do AE pelo septo cardíaco (septo interatrial) ➢O AD comunica-se com VD através do óstio atrioventricular limitado por um anel fibroso, que dá sustentação à valva tricúspide função: permite a passagem do sangue para o ventrículo e impede seu refluxo para o átrio. ÁTRIO DIREITO: RECEBE SANGUE ARTERIAL, ATRAVÉS DAS VEIAS PULMONARES Recebe 4 veias pulmonares (2 D e 2 E), que ao contrário das demais veias do organismo, conduzem sangue arterial vindo dos pulmões após a hematose ➢ O sangue passa do AE para o VE, através da valva bicúspide (mitral) VENTRÍCULO DIREITO Recebe o sangue venoso, vindo do atrio direito e bombea para os pulmões através das artérias pulmonares Internamente sua superfície apresenta relevos musculares chamados trabéculas cárneas (músculos papilares representam um tipo de trabéculas cárneas de forma cônica) O VD separa-se do VE através do septo interventricular IMPORTANTE: ➢ Do VD partem: tronco pulmonar, que após curto trajeto, divide-se em artéria pulmonar D e E No início do tronco pulmonar fica a valva pulmonar que vai permitir a passagem do sangue para as aa. pulmonares na contração do ventrículo e impede que o sangue volte ao ventrículo durante o seu relaxamento. VENTRÍCULO ESQUERDO: recebe o sangue arterial, vindo do átrio esquerdo, e bombeia para a aórta É a partir do VE que o sangue arterial é impulsionado para todo o organismo ➢ No VE situam-se as cúspides anterior e posterior da valva mitral que se inserem nos músculos papilares através das cordas tendíneas (estrutura encontrada nos dois ventrículos) Nasce no VE a artéria aorta - (válvula aórtica, constituída por 3 válvulas semilunares - posterior, direita e esquerda) ➢ O espaço compreendido entre a parede da aorta e as válvulas semilunares chama-se seio aórtico(aorta emite seus primeiros ramos, as artérias coronárias direita e esquerda, que vão nutrir o músculo cardíaco ÁRTERIAS Parede das artérias é + espessa e + elástica do que a das veias p/ suportar a alta pressão a que são submetidas pelo sg. VEIAS: Todas as veias do corpo confluem para formar 3 grandes troncos que desembocam no AD: veia cava superior, veia cava inferior, seio coronário veias superficiais: se distribuem pelo corpo e são facilmente notadas nos MMSS, MMII, pescoço; veias profundas: acompanham as artérias, sendo duas para cada artéria e recebem o nome da artéria NÃO ESQUECER: ▪ Existem veias que entram no lado esquerdo do coração: veias pulmonares - vem do pulmão e chegam ricas em oxigênio - são as únicas veias com sangue arterial. ▪ Existe uma artéria que sai do lado direito do coração: artéria pulmonar - a única artéria do corpo que carrega sangue venoso - PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO Trajeto da circulação sistêmica (grande circulação): Coração → Sistemas corporais → Coração 1. Inicia-se quando o sangue sai do ventrículo esquerdo pela artéria aorta. Dessa artéria, partem ramos que irrigam o corpo todo. Nos capilares sanguíneos, o sangue faz trocas gasosas com as células do tecido e tornam-se rico em gás carbônico. 2. Após as trocas gasosas, o sangue é coletado pelas vênulas que levam o sangue até as veias cavas superior e inferior. As veias cavas levam o sangue para o coração, desembocando no átrio direito. Trajeto da circulação pulmonar (pequena circulação): Coração → Pulmão → Coração Inicia-se quando o sangue sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar que se ramifica em direção aos pulmões. Nos alvéolos, ocorrem as trocas gasosas (hematose), e após esse processo, o sangue segue pelas vênulas e, posteriormente, para as veias pulmonares, que são responsáveis por levar o sangue oxigenado para o coração (chega a esse órgão pelo átrio esquerdo) Circulação pulmonar: VD → artéria pulmonar → pulmões→ veias pulmonares → AE Circulação sistêmica: VE → artéria aorta→ sistemas corporais→ veias cavas→ AD - Suprimento sanguíneo do coração❖ O coração é suprido pelas artérias coronárias D e E que se ramificam para a aorta logo que ela emerge do coração. ❖ O sangue é suprido para o coração principalmente durante a diástole O ciclo cardíaco Sequência de eventos que ocorre durante um único batimento do coração (o coração bate cerca de 70- 75 vezes por minuto) Sistema condutor do Coração Bomba Cardiáca: Gerar e conduzir impulsos elétricos ❖ nodos - responsáveis pela origem desses impulsos, capazes de promover a contração de forma rítmica do músculo cardíaco ❖ feixes e vias - especializados em conduzir os impulsos para todo o coração nó sinoatrial (nó/ nodo sinusal): localiza-se no AD próximo à entrada da veia cava superior - conhecido como marca-passo Produz seu próprio potencial de ação (estímulo elétrico) - Do nodo sinoatrial o impulso passa para baixo através do tecido do músculo atrial para o nodo atrioventricular ➢ O impulso é transmitido desse nodo AV para o ventrículo pelo feixe atrioventricular - Feixe de His (tecido muscular especializado conhecido como fibras de Purkinje) * CONTROLE NERVOSO DO CORAÇÃO O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos do sistema nervoso autônomo: parassimpáticos e simpáticos - AULA 2: AVALIAÇÃO EM CARDIOLOGIA Anamnese... DOR O sistema cardiovascular pode ter afecções que se manifestam por dor Dor de causa isquêmica ➢ Isquemia coronariana - aterosclerose atinge um grau crítico de gravidade e o lúmen das artérias coronárias torna-se suficientemente estreito produzindo assim isquemia do músculo cardíaco ➢ Está relacionada ao esforço e é aliviada pelo repouso ➢ Também conhecida como angina Descrita como: aperto, constrição, pontada, facada, nó, peso, desconforto, queimação, formigamento ➢ Desencadeada por: esforço físico, situação de estresse, variações climáticas, refeições exageradas ➢ Início da dor: esternal e precordial; membros superiores; face cervical esquerda; ombro; mandíbula ➢ Pode ser acompanhada por: palidez, plenitude gástrica, sudorese, vômitos, tontura, dispnéia Sinal de Levine Cerrar os punhos na frente do esterno durante a descrição da dor é fortemente indicativo de coronariopatia DISPNÉIA desconforto e esforço para respirar. pacientes cardiopatas a dispnéia recebe a designação de "cansaço", "canseira", "falta de ar", "fôlego curto", "fadiga" ou "respiração difícil". Dispnéia de esforço • É a dificuldade respiratória que surge ao exercício • Movimentos respiratórios curtos e rápidos, melhorando com repouso Ortopnéia • É a dispnéia que ocorre quando o indivíduo deita (posição horizontal), melhorando o sintoma ao sentar-se CIANOSE É a coloração azulada da pele e membranas mucosas, resultado do excesso de concentração de hemoglobina reduzida PALPITAÇÃO ▪ Percepção incômoda dos batimentos cardíacos. São relatadas como "disparos", "batimentos mais fortes", "falhas", "arrancos", "paradas", "tremor no coração", "o coração deixa de bater", "o coração pula" ▪ Devem ser analisadas quanto à freqüência, ritmo, horário de aparecimento, modo de instalação e desaparecimento ▪ Perguntar ao paciente sobre alimentos e bebidas, cigarros e medicamentos. Palpitações de esforço: surgem durante a execução de esforços físicos e desaparecem com o repouso ▪ Palpitações decorrentes de alterações no ritmo cardíaco: relato de "falhas" , "arrancos”, “coração para de bater” – extra-sístole, FA ▪ Palpitações em pacientes com transtornos emocionais: síndromes psíquicas, cuja origem reside nas agressões emocionais sofridas nos primeiros anos de vida (castigo, medo, ameaças) ou nas dificuldades e desajustes ocorridos na vida adulta (carência afetiva, desajuste conjugal, problemas econômicos, insatisfação sexual EDEMA: Refere-se a um acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial devido ao desequilíbrio entre a pressão hidrostática e osmótica. Expressão usada pelo paciente: “inchaço” ❖ Localiza-se primeiramente nos MMII (ação da gravidade), iniciando-se em torno dos maléolos e progredindo para pernas e coxas ❖Edema cardíaco: - aumenta com o decorrer do dia, atingindo máxima intensidade à tarde (edema maleolar vespertino) - diminui ou desaparece com o repouso noturno - agravamento da função do VD o edema atinge o corpo todo, inclusive o rosto (anasarca) SINAIS VITAIS: ➢ Frequência cardíaca ➢ Frequência respiratória ➢ Pressão arterial ➢ SpO2 Frequência cardíaca Normal: 60 a 90 bpm (adulto) Bradicardia: abaixo de 60 bpm Taquicardia: acima de 90 bpm Recém-nascido: 120 a 140 bpm Idoso: 50 a 80 bpm ✓ Contar os batimentos na a. radial durante um minuto. Frequência respiratória Normal (eupnéico): 12 a 20 rpm Bradipnéia: abaixo de 12 rpm Taquipnéia: acima de 20 bpm ✓ Contar os ciclos respiratórios por um minuto - AFERIR PRESSÃO ARTERIAL VERIFICAÇÃO CORRETA Colocar o manguito sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da linha que divide o braço do antebraço ▪ Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial Palpar a artéria braquial e colocar o estetoscópio sem apertar intensamente 1. Inflar rapidamente e proceder a deflação lentamente 2. Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som 3. Determinar a pressão diastólica pelo desaparecimento dos sons 4. Informar valores obtidos 5. Anotar valores sem arredondar e o braço em que foi feita a medida - Os ruídos cardíacos normais são produzidos pelo fechamento das válvulas cardíacas. Primeira bulha cardíaca (S1): produzida pelo fechamento das válvulas AV (mitral e tricúspide) durante a contração dos ventrículos. Segunda bulha cardíaca (S2): quando a sístole termina, os ventrículos relaxam e as válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) se fecham Sons cardíacos acessórios: Terceira bulha cardíaca (S3): é normal em crianças pequenas porém patológico em adultos (indicativo de ICC). Ela pode ser ouvida durante a diástole e acredita-se que seja em decorrência do enchimento ventricular rápido imediatamente após a sístole, o que provoca vibração nas paredes ventriculares e conseqüentemente um ruído de baixa intensidade Quarta bulha cardíaca (S4): raro, audível em estado patológico quando existe falha no VE sopro = ruído produzido pela passagem do fluxo sanguíneo nas estruturas cardíacas. normal – fluxo laminar anormal – fluxo turbulento SOM CARDIÁCO: Primeiro "tum” (B1): produzido pelo fechamento da mitral e da tricúspide que impedem o retorno do sangue aos átrios enquanto os ventrículos se contraem. Segundo "tum” (B2): ocorre pelo fechamento das válvulas aórtica e pulmonar, impedindo que o sangue que já foi lançado em direção as artérias retorne aos ventrículos. Enquanto a mitral e a tricúspide estão fechadas, a aórtica e pulmonar estão abertas e vice-versa. SOM DO SOPRO: Sopros sistólicos: causados por estenoses das válvulas aórtica ou pulmonar, ou por insuficiência das válvulas mitral ou tricúspide. Sopros diastólicos: ocorrem por estenoses das válvulas mitral ou tricúspide, ou por insuficiência das válvulas aórtica ou pulmonar ANTROPOMETRIA Medida da circunferência abdominal ▪ Reflete o conteúdo de gordura visceral e se associa com a gordura corporal total ▪ Posicione a fita métrica acima da cicatriz umbilical Risco: >102 cm para homens e >88 cm para mulheres Relação Cintura/quadril ▪ É um dos critérios para caracterizar a Síndrome metabólica e pode estar associada a risco de comorbidades ▪ Cintura: posicione a fita abaixo da última costela ▪ Quadril: posicione a fita na região do glúteo Risco >0.9 para homens e >0.85 para mulheres - ESCALA DE BORG O indivíduo utiliza a escala para apontar a sua própria percepção de esforço, a respostado seu organismo frente ao estímulo aplicado ▪ Importante para verificar o quanto um determinado tipo de treino/exercício atingiu o objetivo da sessão AULA 3- EXAMES ECG: ELETROCARDIOGRAMA Definição: exame que registra a variação dos potenciais elétricos gerados pela atividade elétrica do coração Indicação: análise de doenças cardíacas, em especial as arritmias cardíacas e diagnóstico de infarto (exame de escolha nas emergências junto com dosagem das enzimas cardíacas) ▪ Eletrodos sensíveis colocados em pontos específicos do corpo registram esta diferença elétrica. ▪ O aparelho registra as alterações de potencial elétrico entre dois pontos do corpo. ▪ Estes potenciais são gerados a partir da despolarização e repolarização das células cardíacas. A atividade elétrica cardíaca se inicia no nodo sinusal (células autorítmicas) que induz a despolarização dos átrios e dos ventrículos. ▪ Esse registro mostra a variação do potencial elétrico no tempo, que gera uma imagem linear, em ondas. ▪Estas ondas seguem um padrão rítmico Procedimentos: ▪ Médico deve explicar ao paciente como é feito o exame ▪ Ambiente deve estar com temperatura agradável ▪ Paciente descansado há pelo menos 10’, sem ter fumado há pelo menos 40’, deve estar calmo ▪ Tricotomia (homens) ▪ Investigar uso de medicamentos Com o paciente em decúbito dorsal, palmas viradas para cima, o técnico determina a posição das derivações precordiais (V1 a V6) corretas ➢ Colocado gel de condução nos locais pré-determinados, como sendo a zona precordial, e membros, são conectados aos eletrodos do eletrocardiógrafo ➢ É então registrado o eletrocardiograma de repouso ➢ Os sinais elétricos serão registrados em papel quadriculado V1: 4° espaço intercostal, à direita do esterno V2: 4° espaço intercostal, à esquerda do esterno V3: 5° espaço intercostal, entre V2 e V4 V4: 5° espaço intercostal, na linha médio clavicular V5: 5° espaço intercostal, na linha anterior axilar V6: 5° espaço intercostal, na linha média axilar Derivações monopolares Só um pólo positivo (+) de registro sobre a pele AVR: braço direito AVL: braço esquerdo AVF: perna esquerda Derivações Bipolares DI, DII, DIII: triângulo de Einthoven – a corrente elétrica corre entre os pólos de registro, um positivo e outro negativo DI: braço direito e braço esquerdo DII: braço direito e perna esquerda DIII: braço esquerdo e perna esquerda ECOCARDIOGRAMA: ❖ Método de diagnóstico da estrutura e do funcionamento do coração baseado no uso de ultra-som - ondas acústicas com freqüência de mais de 20 mil Hz (ciclos por segundo) Vantagens: Boa correspondência anatômica; fácil execução; baixo custo; ausência de radiação ionizante; boa reprodutibilidade O ecocardiograma apresenta três modalidades principais: ecocardiograma de repouso, ecocardiograma de estresse e o ecocardiograma transesofágico. Através do mapeamento de fluxos em cores pela técnica Doppler, podemos identificar a direção e velocidade do fluxo sanguíneo no interior das cavidades cardíacas. Parâmetros ecocardiográficos: - volume diastólico final do VE - volume sistólico final do VE - fração de ejeção - Diâmetro sistólico do VE - Diâmetro diastólico do VE - Diâmetro átrio esquerdo - Diâmetro da Aorta - Alteração Cinesia Efeito Doppler Primeiramente estudado pelo físico austríaco Johann Christian Andreas Doppler (29 de Novembro de 1803 – 17 de Março de 1853). Doppler pulsado: analisa a velocidade do fluxo sanguíneo em um determinado ponto específico do coração, com um espectro de velocidade limitado. Doppler contínuo: analisa o somatório das velocidades de todos os fluxos em uma determinada faixa do coração onde é posicionado o cursor, e permite registrar o fluxo em altas velocidades. Doppler colorido ou Mapeamento de fluxo a cores: analisa o fluxo sanguíneo em duas dimensões e as cores determinam a sua direção dentro das cavidades cardíacas. AULA 4- Doença Arterial Coronariana - DAC Caracterizado pelo dano das artérias do coração que provoca redução ou bloqueio súbito do fluxo sanguíneo (processo inflamatório) Fator causal → Aterosclerose Fatores de risco cardíaco: Sexo masculino; Sedentarismo;Tabagismo; Diabetes ; Obesidade / Dislipidemia; Hipertensão arterial sistêmica ;Níveis elevados de colesterol e triglicerídeos Uso de contraceptivo oral por mulheres Incidência aumenta depois de 30 anos Períodos prolongados de tensão, frustação ou hostilidade - Limitação de fluxo sanguíneo para o musculo cardíaco 1. Trombo → Formado sobre a placa aterosclerótica vulnerável que se rompeu 2. Espasmo coronário ou vasoconstricção 3. Progressão da placa aterosclerótica (aumenta até obstruir a artéria) 4. Desequilíbrio oferta/consumo de O2 → Consumo de O2 do miocárdio aumentado, e oferta de O2 de fluxo sanguíneo para o miocárdio baixo Aterosclerose é quando ocorre uma lesão endotelial da artéria, com a deposição de colesterol (LDL) na parede do vaso, formando uma placa de gordura que limita o fluxo sanguíneo → Macrófagos e células espumosas agem para tentar reverter o processo de formação da placa de gordura DAC divididas em: ▪ Assintomática ▪ Angina crônica ou estável ▪ Angina instável ▪ Infarto Agudo do Miocárdio ▪ Insuficiência cardíaca ▪ Arritmias cardíacas ou defeitos de condução ventricular ▪ Morte Súbita - TIPOS DE PLACAS DE ATEROMA Placas instáveis → Maior propensão a ruptura por ter maior quantidade de LDL, sustentada por uma capa fibrosa fina. A ruptura é determinada pela intensidade do processo inflamatório (colesterol aumenta a reação inflamatória sistêmica) Placas estáveis → Menos propensão a ruptura (capa fibrosa é + espessa) Fisiopatologia ➢ Colesterol no sangue: transportado na forma de estruturas complexas = lipoproteínas ➢ Colesterol ingerido na dieta é incorporado nos complexos lipoprotéicos no fígado, permitindo que eles sejam transportados pelo sangue ANGINA PECTORIS É a dor produzida por isquemia miocárdica É atribuída a um desequilíbrio entre a oferta e o consumo de O2 pelo miocárdio (MVO2) ▪ Causa + freqüente: obstrução aterosclerótica de uma artéria coronária, acarretando limitação do fluxo e pressão de perfusão mais baixa Angina estável: paciente apresenta dor ou mal-estar, sempre com o mesmo estresse físico ou emocional, havendo uma estabilidade do quadro durante semanas, meses ou anos. Angina instável ou progressiva: paciente apresenta dor com níveis cada vez menores de sobrecarga física ou emocional Consumo de O2 miocárdico (MVO2): ➢ É em média 60 a 90 ml/min para 100 gramas de miocárdio ➢ Está sujeito a modificações conforme as condições de trabalho cardíaco ➢ Está relacionado com 3 fatores: FC, tensão desenvolvida, contratilidade miocárdica FATORES DE RISCO Objetivos de combater fatores de risco: Prevenir piora da aterosclerose Obter sua regressão Diminuir o ritmo de sua progressão COLESTEROL: •Quanto mais baixo o nível de colesterol no sangue, menor o risco de doença coronária aterosclerótica HDL (colesterol bom) - High Density Lipoproteins Atua impedindo o depósito de gordura nas artérias e, por isso, deve ser encontrado em boas concentrações no organismo HDL alto: mesmo quando é encontrado em grandes quantidades, não traz malefícios ao organismo, contribuindo para a proteção do coração. HDL baixo (menor que 40mg/dl): risco de doença cardiovascular aumenta, devido ao acúmulo de placas de gordura nas artérias. ➢ Não produz sintomas e, por isso, é considerado silencioso. ➢ O indivíduo pode suspeitar estar com os níveis de colesterol bom (HDL) baixos se tiver obesidade abdominal, ser sedentário e ter uma alimentação rica em gorduras e açúcares. AULA 4 INFARTO Bloqueio do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco Processo evolutivo e sua progressãodepende do tipo de obstrução Fases: Isquemia → Lesão → Necrose Sintomas: sensação de aperto ou dor no peito, no pescoço, nas costas ou nos braços, fadiga, tontura, ansiedade e batimento cardíaco anormal Alterações no eletrocardiograma identifica em qual fase a lesão se encontra: Isquemia Lesão Necrose Teoria dos 3 III’s (tempo de progressão do infarto) Isquemia, Injuria ou lesão e Infarto (obstrução do fluxo sanguíneo que gera necrose no músculo cardíaco) Manifestações Clínicas: Dor; Palidez: Sudorese; Dispneia; Náuseas; Palpitação; Vômitos; Síncope Características da dor Qualidade → constritiva, aperto, peso, opressão, desconforto, queimação e pontadas Localização → precordial, retroesternal, ombro, epigástrico, cervical e hemitórax Irradiação → membros superiores (direito, esquerdo ou ambos), ombro, mandíbula, pescoço e região epigástrica Duração → segundos, minutos, horas e/ou dias Fatores desencadeantes → esforço físico, atividade sexual, posição, alimentação, respiração, componente emocional Fatores para alivio → repouso, nitrato sublingual, analgésico, alimentação, antiácido, posição corporal Sintomas associados → sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia, hemoptise (expectoração de sangue), tosse seca, pré-síncope e síncope DIAGNÓSTICO: Eletrocardiograma - Onda Q profunda de maior duração (lesão) - Supra desnivelamento do Segmento ST (necrose) - Negatividade da Onda T (isquemia) Enzimas cardíacas ➢ Os marcadores de necrose miocárdica têm dupla função na avaliação do IAM: efeito diagnóstico e avaliação prognóstica ➢ Em decorrência da isquemia prolongada a membrana celular perde sua integridade permitindo a saída para o meio extracelular de macromoléculas - possibilitando a dosagem sérica das mesmas • Aumento CPK (creatino fosfo-quinase)- Esta enzima eleva-se quando ocorre isquemia em um determinada região do miocárdio • Aumento CKMB – aumento 4-6 horas e permancece aumentado por 24 horas • Aumento Transquinase glutâmico-oxalacética (TGO) - está ligado à necrose de células miocárdicas. • Aumento DLH (desidrogenase láctica), – tem pico de 48 a 72 horas ECOCARDIOGRAMA: • Evidencia comprometimento miocárdico segmentar (um segmento do coração não contrai devidamente) Cintilografia de perfusão miocárdica ▪ Permite a avaliação da circulação sanguínea nas coronárias, sendo um método não invasivo de alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico de isquemia miocárdica. ▪ Método capaz de demonstrar de forma precoce e com elevada acurácia, as anormalidades de perfusão miocárdica, cuja extensão e intensidade têm importante associação com eventos adversos (morte cardíaca e infarto agudo do miocárdio) COMPLICAÇÕES: Arritmia Parada cardiorrespiratória Insuficiência cardíaca e choque cardiogênico (falência circulatória) Ruptura do musculo papilar e/ou corda tendinea Edema agudo de pulmão (comprometimento de saída do fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo) prógnóstico: É bom quando: -indivíduo tem circulação colateral -infarto é de pequena evolução Circulação Colateral São vasos sanguíneos que surgem no coração, ou em outros órgãos, para tentar suprir a falta de irrigação (isquemia tecidual) causada por uma artéria totalmente obstruída (oclusão arterial crônica), devido ao processo de aterosclerose Circulação Colateral cardíaca ✓ Se desenvolve fisiologicamente de um vaso para outro como forma de suprir a falta de irrigação sanguínea para uma determinada região do miocárdio. ✓ Em geral, o estímulo para o desenvolvimento do arco de vasos colaterais é a existência de um vaso ocluído ou pelo menos com uma obstrução de gravidade severa TRATAMENTO: características da dor - antecedentes de doença cardiovascular - idade - fatores de risco na determinação da conduta inicial do paciente ao serviço médico - ECG - Marcadores séricos de necrose MEDIDAS BASICAS: obtenção dos sinais vitais • oxigenação por catéter ou máscara • obtenção de acesso venoso • monitorização cardíaca • saturação de O2 • administração de 200mg de aspirina por via oral • administração de nitrato sublingual 5mg • obtenção de ECG • administração endovenosa de morfina (dor intensa) UTI: - Reperfusão das coronárias: Até 6 hs existe uma quantidade de células cardiacas que podem voltar a atividade se for oferecido O2 ✓ estudo das coronárias precoce em até 24 hs FISIOTERAPIA: Vasodilatação → Nitratos sublinguais e bloqueadores dos canais de Ca2+ Inibidores da enzima conversora de angiotensina para evitar o remodelamento cardíaco (perda da forma de cone) Repouso nas primeiras 12 horas, controle da PA e beta bloqueador (diminui o consumo miocárdico) Prevenir trombose → Antiagregante plaquetário Reperfusão miocárdica (casos de oclusão total) → Deve ser feita em até 4 horas, ofertando agentes trombolíticos, angioplastia ou revascularização miocárdica Revascularização miocárdica: Bypass → Desseca a veia safena da perna e cria um novo circuito para possibilitar o refluxo de sangue da coronária Angioplastia e CATE (exame diagnostico de cateterismo cardíaco é feito com o paciente deitado e introduzido um cateter pela artéria braquial até a óstio da coronária na aorta ascendente do coração (avaliando a coronária direita e esquerda), o médico introduz contraste na circulação e identifica se há déficit de contração) Em casos de presença da placa de ateroma, o cateter é insuflado para esmagar a placa, desobstruindo a artéria e mantendo livre com um stent
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