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1. Quais as manifestações clínicas do tétano e sua relação com as alterações no Sistema Nervoso? O tétano é uma doença ocasionada pela contaminação por meio de uma neurotoxina que leva a hiperexcitabilidade do sistema nervoso central, causando contrações espasmódicas, que podem atingir neonatos, crianças e adultos. Desse modo, o bacilo do tétano é introduzido no organismo por meio de um ferimento e a partir desse ferimento a toxina é liberada e liga se às terminações nervosas de nervos motores periféricos. Ademais, dessa maneira retrógrada dos nervos musculares é transportada para o Sistema Nervoso Central (SNC). Por conseguinte, a hipertonia muscular manifesta-se de forma generalizada, em que a toxina difunde-se através da corrente sanguínea para outras terminações nervosas, sendo os nervos curtos os primeiros a serem afetados, o que explica o envolvimento sequencial de cabeça, tronco e membros. Dessa forma, a principal característica dessa doença são as contrações espásticas que ocorrem devido à contaminação da tetanospasmina, ou seja, os principais sinais e sintoma são:trismo, disfagia, hipertonia da musculatura facial da mímica, repuxamento das narinas e da comissura labial (ocasionando o riso sardônico), comprometimento da musculatura cervical e alterações respiratórias. Posto isso, o tétano é classificado em graus que são identificados conforme a presença e a intensidade de espasmos, dado isso, os graus são: - Grau I: apresenta trismo, disfagia e rigidez generalizada ( cabeça, tronco, braços e pernas do corpo)e a ausência de espasmos. - Grau II: presença de todos os sinais e sintomas da classe I com presença de espasmos leves após estímulos. - Grau III: há presença de espasmos intensos e repetidos, que ocorrem com o mínimo estímulo , além dos outros sintomas. - Grau IV: Há presença de todos os sintomas do estágio III mais alterações no sistema nervoso simpático. 1.2. Qual o mecanismo de ação da toxina tetânica no Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico? Dessa forma, a toxina possui algo conhecido como tropismo, ou seja, a tetanos tetanospasmina é internalizada e transportada das terminações nervosas periféricas para o sistema nervoso central. Nesse sentido, a toxina viaja pelos vasos linfáticos para conseguir realizar a junção neuromuscular por meio de sinapses. Assim, a tetanospasmina se une com os gangliosídeos presentes nas membranas das terminações nervosas, que funcionam como receptores da toxina, gerando um ambiente ácido e ativando os canais iônicos da membrana. Posto isso, a toxina irá ser transportada dos neurônios musculares dentro de vesículas passa no SNC por meio dos cornos anteriores da medula espinal e então atuam nos interneurônios inibitórios espinais gerando os sintomas iniciais de hipertrofia muscular. Além disso, é importante destacar que clostridium tetani é um bacilo gram positivo, anaeróbio, esporulado, geralmente encontrado no solo, sedimentos marinhos, intestinos de animais e até intestino humano, ademais, não é uma bactéria invasora, uma vez que a infecção fica localizada exatamente na área do tecido desvitalizado, onde a germinação do esporo e o desenvolvimento do microrganismo na forma vegetativa ocorrerem com o auxílio do tecido necrótico. Todavia, é necessário que os esporos tetânicos que irão produzir tetanospasmina ao entrar em contato com a lesão o local de fixação da bactéria seja um ambiente anaeróbico. 2. RELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA Portanto, reconhecer e conseguir auxiliar e aconselhar seus pacientes de maneira informada e consciente acerca das consequências e sintomas relacionados a esta patologia é de extrema importância, além disso, conseguir reconhecer essa doença de maneira rápida e eficiente pode ser o ponto principal na sobrevivência de um paciente. Ademais, é de extrema importância reconhecer os sinais e sintomas associados a essa patologia que são: – Trismo:primeira manifestação clínica caracterizada pela contratura dos músculos da mastigação, que leva a dificuldade na abertura da boca. – Disfagia: está presente em todas as fases da doença em que a principal queixa está relacionada à presença de engasgos ao deglutir. – Hipertonia dos músculos faciais: levam a presença do riso sardônico, que é um dos sinais que podem ser observados no paciente com tétano. – Dificuldade de deambular: causada pela hipertonia dos músculos inferiores. – Comprometimento da musculatura cervical. – Contratura dos músculos abdominais levando a dificuldades respiratórias. – Febre devido à infecção pela bactéria. Além disso, é de suma importância a compreensão dos cuidados intensivos de um paciente que apresenta tanto um caso grave como um moderado de tétano. Posto isso, esses cuidados são: a internação em uma unidade de terapia intensiva, sedação intensa, o uso de bloqueadores musculares, e o uso de assistência ventilatória por várias semanas. Nesse sentido, as complicações e a letalidade da doença devem-se principalmente à falência do sistema respiratório nos casos graves, logo, é importante a manutenção da ventilação do paciente, geralmente realizada por traqueostomia. Logo, o tratamento do tétano deverá combater o clostridium tetani no foco de infecção, neutralização das toxinas ainda não fixadas nos receptores, controles de sinais e sintomas através de sedativos e miorrelaxantes, imunização ativa dos enfermos e medidas de manutenção. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FILHO, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527738378. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527738378/. Acesso em: 28 fev. 2024. MARIA DA SILVA, Danielle. Tetanus as a base illness for dysphagia. v. 12, n. 3, p. 499–504, 2010. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rcefac/a/JbyqCKy7747xWscTfMHJLGK/?format=pdf&lang=pt >. Acesso em: 28 fev. 2024. -
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