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Saude do adulto uni 1

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Prévia do material em texto

Assistência de Enfermagem nos distúrbios 
Neurológicos
Conteudista
Prof.ª M.ª Alexandra de Oliveira Fernandes Conceição
Revisão Textual
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
 2
OBJETIVO DA UNIDADE
Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line 
para que você assista à videoaula. Será muito importante para o 
entendimento do conteúdo.
Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua dis-
ponibilização é para consulta off-line e possibilidade de impressão. 
No entanto, recomendamos que acesse o conteúdo on-line para 
melhor aproveitamento.
• Conhecer os agravos clínicos e cirúrgicos neurológicos mais frequentes 
no adulto e desenvolver a competência para a avaliação e a sistematiza-
ção da Assistência de Enfermagem.
 3
Apresentação
Reflita
Você sabia que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a 2ª causa 
de morte no mundo! 
Que a cada 2 segundos, uma pessoa tem AVC no mundo?
Que a cada 6 pessoas, 1 terá AVC ao longo da vida?
Que 70% das pessoas que sofreram um AVC não conseguem 
retornar às suas atividades por causa das sequelas?
Que o AVC representa 6% de todos os orçamentos na saúde?
E que, de 4 sobreviventes de AVC, 1 irá sofrer outro AVC em 
cinco anos? (BRASIL, 2020).
 
Saiba Mais
Consulte o Sistema de Informação sobre Morta-
lidade, disponível no QR Code ao lado.
Sejam bem-vindos(as) ao Curso de Atenção à Saúde do Adulto – Cuidados Mínimos 
e Intermediários. Nosso objetivo é discutir a saúde do adulto de forma ampla 
e abrangente, considerando não somente sua idade cronológica, mas também 
seus diversos contextos e relações pessoais, socioculturais e político-econômicas.
É comum que, quando jovens, idealizemos a vida adulta como um período mar-
cado por responsabilidade e autonomia plena em nossas ações, emprego e inde-
pendência financeira. Porém, a realidade do adulto é uma jornada cheia de altos 
e baixos, desafios e momentos de instabilidade. Homens e mulheres enfrentam 
inúmeras dificuldades para alcançar seus objetivos, mas também experimentam 
gratificações, reconhecimento, sucesso e alegrias.
Será uma jornada de aprendizagem enriquecedora e transformadora. Estamos 
animados para compartilhar conhecimentos e experiências com vocês. 
Vamos juntos nessa jornada de aprendizado?!
https://bit.ly/3DJ1ic9
 4
Introdução
O aumento crescente das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) repre-
senta grave ameaça para a saúde e o desenvolvimento global, com maior impac-
to nos países de baixa e média renda. As DCNT afetam principalmente as pessoas 
com menor renda e escolaridade, acentuando as desigualdades sociais e produ-
zindo impactos financeiros significativos no sistema de saúde e na Sociedade em 
geral (BRASIL, 2013).
As doenças crônicas são um problema grave no Brasil, especialmente, as cardio-
vasculares e o diabetes mellitus, que lideram as causas de morte e internações 
no SUS. Por isso, é importante investir em estratégias de atendimento ao adulto, 
considerando suas especificidades individuais. Refletir sobre a fase adulta e suas 
transições, estágios de desenvolvimento psicossocial e consequências da doença 
para o paciente e a família possibilita abordagem mais humana e acolhedora no 
cuidado em saúde.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença cerebrovascular que é a se-
gunda maior causa de morte no Brasil e no mundo. Com o aumento da expec-
tativa de vida e o envelhecimento da população, os fatores de risco para AVC 
aumentam, sendo necessário redefinir estratégias de cuidado. O AVC pode ser 
classificado como isquêmico ou hemorrágico, sendo o primeiro mais prevalente 
e com fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, fibrila-
ção atrial e tabagismo. Já o segundo é uma emergência médica com prognóstico 
pior e maior índice de óbitos em relação ao AVCI. O diagnóstico rápido e o ma-
nejo atento são cruciais para pacientes com hemorragia intracraniana, devido à 
deterioração precoce comum nas primeiras horas (BRASIL, 2009). Para lidar com 
essa situação, o governo brasileiro tem como objetivo ampliar o acesso da po-
pulação aos serviços de Atenção à Saúde por meio da implementação de Linhas 
de Cuidado. Essas linhas são definidas como uma forma de articulação de re-
cursos e práticas de produção de saúde, orientadas por diretrizes assistenciais, 
que visam a padronizar recursos, organizar um continuum assistencial e melho-
rar a comunicação entre equipes, serviços e usuários de uma Rede de Atenção à 
Saúde (BRASIL, 2020).
Saiba Mais
Conheça mais sobre as Linhas de Cuidado 
acessando o QR Code ao lado.
https://bit.ly/3rX7QRz
 5
AVCI e AVCH
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma emergência médica que ocorre quan-
do o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido ou quando há 
uma hemorragia no cérebro. Isso pode levar à morte das células cerebrais e, 
consequentemente, à perda de função cerebral.
Fisiopatologia
É dividido em dois tipos principais, o AVC isquêmico e AVC hemorrágico. 
O AVC isquêmico é o mais comum, responsável por cerca de 90% dos casos, 
e ocorre quando o fluxo sanguíneo é interrompido em uma determinada área 
do cérebro, podendo causar diversos sintomas como distúrbios de linguagem, 
equilíbrio e coordenação, além da perda de controle dos esfíncteres. No AVC is-
quêmico, o tempo de evolução do quadro pode ser utilizado para classificar em 
dois tipos: com menos de 4 horas de evolução (agudo) e com mais de 4 horas de 
evolução (crônico). O tratamento com terapia trombolítica, que visa a dissolver 
o coágulo que está obstruindo a circulação, pode ser indicado em casos selecio-
nados e deve ser administrado o mais breve possível após o início dos sintomas.
Já o AVC hemorrágico inclui a hemorragia subaracnoidea, geralmente causada 
pela ruptura de aneurismas saculares, e a hemorragia intraparenquimatosa, cuja 
causa está associada à degeneração de artérias cerebrais intraparenquimato-
sas, principalmente, em casos de hipertensão arterial sistêmica. Na hemorragia 
subaracnoidea espontânea, que ocorre quando há sangramento entre as me-
ninges que revestem o cérebro, o tratamento pode incluir o controle da pressão 
arterial, intervenção cirúrgica e tratamento de complicações, como vasoespasmo 
cerebral. É importante estar ciente dos sinais e sintomas do AVC para diagnóstico 
e tratamento rápidos.
O Acidente Isquêmico Transitório (AIT) é caracterizado por um episódio único de 
deficit neurológico focal agudo, com recuperação completa em menos de 1 hora. 
No entanto, se o paciente apresentar sintomas há mais de 1 mês sem progres-
são, seu quadro clínico será classificado como AVC crônico.
Vídeo
Assista ao vídeo sobre Emergências Neuro-
lógicas, disponível no QR Code ao lado. 
https://youtu.be/KYvGqtICI2I
 6
Causas
As principais causas do AVC isquêmico incluem aterosclerose (acúmulo de pla-
cas nas artérias), doenças do coração, como fibrilação atrial, hipertensão arterial, 
diabetes mellitus, tabagismo e sedentarismo. 
Já o AVC hemorrágico pode ser causado por hipertensão arterial, aneurisma ce-
rebral, uso de drogas como cocaína ou anfetaminas, e distúrbios de coagulação 
sanguínea.
Complicações
As complicações do AVC dependem da extensão e da localização da lesão cere-
bral. Entre as complicações mais comuns, estão a perda da capacidade de mo-
vimentar um ou mais membros, dificuldade para falar ou compreender a fala, 
perda de visão parcial ou total, problemas de memória e cognição, depressão, 
ansiedade e alterações emocionais.
Avaliação
Durante a avaliação, são utilizadas ferramentas importantes no atendimento ao 
paciente com AVC, pois permitem uma avaliação objetiva e sistemática das alte-
rações neurológicas decorrentes do evento. O(a) enfermeiro(a) precisa conhecer 
e ter domínio dessas ferramentas e utilizá-las de forma rotineira no atendimento 
aos pacientes.
A utilização dessas escalas ajuda a identificar rapidamente a extensão do dano ce-
rebral e a definir o tratamento mais adequado. Além disso, elas permitem a padro-
nização da avaliaçãoneurológica, facilitando a comunicação entre os profissionais 
de saúde e a comparação dos resultados entre diferentes serviços e pesquisas.
O uso da Escala de Cincinnati é recomendado durante a avaliação inicial de um 
paciente sob suspeita de AVC. A presença de um dos sinais de alerta, juntamen-
te com o início súbito dos sintomas, pode indicar objetivamente a possibilidade 
de AVC. A escala é uma ferramenta útil para auxiliar na identificação precoce do 
AVC, permitindo ações mais rápidas e eficazes no tratamento do paciente.
A Escala de Cincinnati é uma ferramenta de triagem que ajuda na avaliação inicial 
de um paciente com suspeita de Acidente Vascular Encefálico (AVE). Essa escala 
foi desenvolvida para ser fácil e rápida de usar, permitindo que os profissionais 
de saúde identifiquem rapidamente os sinais de alerta de um AVC e ajam pron-
tamente para fornecer o tratamento adequado.
 7
A escala avalia três sinais de alerta:
• Facial: o examinador pede ao paciente para sorrir e observa se há algu-
ma assimetria facial. Uma resposta anormal é indicada por uma hemipa-
resia facial;
• Força no braço: o examinador pede ao paciente para levantar ambos os 
braços e os manter nessa posição por alguns segundos. Se o braço do 
paciente cair ou ficar fraco, isso pode indicar hemiparesia;
• Fala: o examinador pede ao paciente para repetir uma frase simples. 
Dificuldade em repetir a frase ou fala arrastada pode indicar disartria.
Cada item na escala é pontuado como normal (0) ou anormal (1). Um paciente que 
apresenta todos os três sinais de alerta anormais recebe uma pontuação total de 
3. A presença de um ou mais sinais anormais pode indicar uma suspeita de AVE.
Vídeo
Assista ao vídeo sobre a Escala de Cincinnati, 
disponível no QR Code ao lado.
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é um método de avaliação clínica usado para 
determinar o nível de consciência e a gravidade do dano cerebral em pacientes 
com lesões cerebrais traumáticas, AVE, entre outras condições neurológicas. A 
ECG avalia três aspectos da resposta neurológica: a abertura ocular, a resposta 
verbal e a resposta motora. Cada aspecto é pontuado individualmente, e a soma 
dos pontos determina a pontuação total da escala, que varia de 3 (coma profun-
do) a 15 (alerta e orientado).
Abertura Ocular
• 4 pontos – Espontânea;
• 3 pontos – Ao comando verbal;
• 2 pontos – À dor;
• 1 ponto – Sem resposta.
https://youtu.be/iy4xUbBnkI4
 8
Resposta Verbal
• 5 pontos – Orientado e conversando;
• 4 pontos – Desorientado, porém conversando;
• 3 pontos – Palavras inadequadas;
• 2 pontos – Gemidos ou sons incompreensíveis;
• 1 ponto – Sem resposta.
Resposta Motora
• 6 pontos – Obedece a comandos verbais;
• 5 pontos – Localiza a dor;
• 4 pontos – Retira o membro à dor;
• 3 pontos – Flexão anormal (decorticação);
• 2 pontos – Extensão anormal (descerebração);
• 1 ponto – Sem resposta.
Vídeo
Assista ao vídeo sobre a Escala de Coma de 
Glasgow, disponível no QR Code ao lado.
A avaliação precoce do Enfermeiro é crucial para identificar rapidamente os sin-
tomas do AVC, avaliar a extensão do dano cerebral e iniciar o tratamento ime-
diatamente, verificação dos sinais vitais, incluindo Pressão Arterial, frequência 
cardíaca e respiratória.
Os principais sinais e sintomas de um AVC incluem:
• Perda súbita da força muscular em um dos lados do corpo (hemiparesia 
ou hemiplegia);
https://youtu.be/UYJnZX8fyNg
 9
• Dificuldade repentina de falar ou compreender a fala (afasia);
• Dificuldade em enxergar, incluindo visão dupla ou perda da visão em um 
ou ambos os olhos (amaurose);
• Tontura ou perda de equilíbrio;
• Dor de cabeça súbita e intensa, muitas vezes, descrita como a pior dor 
de cabeça da vida.
 
Os dados subjetivos são fundamentais para auxiliar no diagnóstico, bem como 
os testes neurológicos, para avaliar a função cerebral e, dentre eles:
• Teste de força muscular;
• Teste de sensibilidade;
• Teste de equilíbrio;
• Teste de reflexos;
• Teste de coordenação.
A NIH Stroke Scale (NIHSS) é um instrumento de avaliação clínica usado para medir 
a gravidade do deficit neurológico em pacientes com Acidente Vascular Cerebral 
(AVC), avalia a gravidade do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e é composta por 
11 itens. Cada item é pontuado de 0 a 4, com um total máximo de 42 pontos. 
Quanto maior a pontuação, maior a gravidade do AVC e maior a probabilidade 
de sequelas permanentes:
1. Nível de consciência e resposta verbal: avalia a capacidade do pacien-
te de seguir comandos e responder adequadamente às perguntas;
2. Gaze: avalia o movimento dos olhos e a habilidade de seguir objetos 
com o olhar;
3. Campos visuais: avalia a perda de visão em um ou ambos os olhos;
4. Paralisia facial: avalia a fraqueza ou a paralisia na metade do rosto;
5. Força muscular no braço: avalia a força muscular no braço afetado;
6. Força muscular na perna: avalia a força muscular na perna afetada;
 10
7. Sensibilidade: avalia a capacidade de o paciente sentir sensações táteis 
em diversas partes do corpo;
8. Linguagem: avalia a capacidade de o paciente falar e entender a linguagem;
9. Disartria: avalia a dificuldade na articulação das palavras;
10. Extinção e negligência: avalia a perda de percepção ou atenção a um 
lado do corpo;
11. Teste de coordenação: avalia a capacidade de o paciente tocar o dedo 
no nariz e tocar os dedos do examinador.
Vídeo
Assista ao vídeo sobre a Escala de NIH Stroke 
Scale (NIHSS), disponível no QR Code ao lado.
Principais Cuidados 
• Verificar os sinais vitais (Pressão Arterial, frequência cardíaca, saturação, 
temperatura axilar);
• Checar glicemia capilar: hipoglicemia pode causar sinais focais e simular 
um AVC. Se glicose < 70 mg/dL, administrar glicose hipertônica 50%/20ml 
endovenosa/1 vez, repetir hemoglicoteste em 1h;
• Manter o paciente com cabeceira a 0° (posicionar a 30° se houver vômitos);
• Instalar acesso venoso periférico em membro superior não parético;
• Manter permeabilidade de vias aéreas e ventilação adequada;
• Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara se a saturação de oxigênio 
for < 94% (atentar para pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica);
• Não reduzir níveis pressóricos, exceto se a pressão arterial sistólica esti-
ver ≥ 220mmHg ou a pressão arterial diastólica estiver ≥ 120 mmHg ou 
se outra doença associada exigir a redução da Pressão Arterial (dissec-
ção de aorta, infarto agudo do miocárdio, edema pulmonar);
https://youtu.be/MPO75dbGGtM
 11
• Não administrar grande volume de fluidos, a não ser em caso de hipoten-
são (em caso de necessidade, utilizar solução de cloreto de sódio 0,9%);
• Utilizar antitérmico se temperatura axilar for > 37,5°C;
Além disso, exames de imagem, como Tomografia Computadorizada (TC) ou 
Ressonância Magnética (RM), podem ser realizados para confirmar o diagnóstico 
e determinar a causa do AVC. O tempo é crucial no tratamento de um AVC, pois 
as opções de tratamento são mais eficazes quando iniciadas rapidamente, ideal-
mente dentro de três horas após o início dos sintomas. 
Os deficits neurológicos do AVC variam de acordo com a área cerebral afetada 
e a artéria comprometida. A seguir, estão alguns dos deficits neurológicos mais 
comuns associados a cada artéria afetada.
Artéria Cerebral Média
É a artéria mais comumente afetada em casos de AVC isquêmico. Os deficits neu-
rológicos incluem: 
• Perda súbita de força ou sensibilidade em um lado do corpo (hemipare-
sia ou hemiplegia);
• Dificuldade para falar ou compreender a fala (afasia);
• Perda da visão em um dos lados do campo visual (hemianopsia);
• Dificuldade em realizar movimentos finos, como escrever ou segurar ob-
jetos (apraxia);
• Alterações na percepção sensorial, como diminuição da sensibilidade ao 
toque ou diminuição da sensação de dor (anestesia ou hipoestesia).
Artéria Carótida Interna
É uma das principais artérias que fornecem sangue ao cérebro. Os deficits neuro-
lógicos associados a um AVC nessa artéria incluem:
• Fraquezaou paralisia em um lado do corpo (hemiparesia ou hemiplegia);
 12
• Dificuldade para falar ou compreender a fala (afasia);
• Perda súbita da visão em um dos olhos (amaurose fugaz);
• Tontura ou desequilíbrio.
Artéria Cerebelar Anterior
É responsável por fornecer sangue ao cerebelo, que é a parte do cérebro res-
ponsável pelo controle do movimento e do equilíbrio. Os deficits neurológicos 
associados a um AVC nessa artéria incluem:
• Dificuldade em manter o equilíbrio (ataxia);
• Dificuldade em realizar movimentos coordenados (disdiadococinesia);
• Alterações na fala ou dificuldade em engolir (disartria);
• Náusea e vômito;
• Visão dupla ou perda de visão em um dos olhos (amaurose).
Artéria Vertebral ou Basilar
São responsáveis por fornecer sangue ao tronco cerebral, que é a parte do cére-
bro responsável por controlar funções vitais, como respiração e batimento cardí-
aco. Os deficits neurológicos associados a um AVC nessa artéria incluem:
• Perda súbita da força ou sensibilidade em todo o corpo;
• Alterações na respiração ou batimento cardíaco;
• Dificuldade em engolir (disfagia);
• Alterações na fala ou dificuldade em compreender a fala (disartria ou afasia);
• Tontura ou desequilíbrio;
• Alterações na visão, incluindo visão dupla ou perda da visão em um ou 
ambos os olhos (amaurose).
 13
Artéria Cerebral Posterior
É responsável por fornecer sangue ao lobo occipital do cérebro, que é respon-
sável pelo processamento visual. Os deficits neurológicos associados a um AVC 
nessa artéria incluem:
• Perda súbita da visão em um ou ambos os olhos (amaurose).
É fundamental que o Enfermeiro siga os protocolos assistenciais validados para 
o AVC durante a internação hospitalar. O objetivo principal é incentivar a desos-
pitalização precoce e minimizar possíveis complicações decorrentes do evento.
Incentivar a desospitalização precoce significa que, assim que o paciente esti-
ver estável e com condições clínicas adequadas, ele deve ser encaminhado para 
outro tipo de atendimento, como a atenção domiciliar ou a reabilitação em um 
centro especializado. Isso reduz o tempo de internação hospitalar e minimiza o 
risco de infecções hospitalares e outras complicações.
A minimização de possíveis complicações decorrentes do evento também é 
importante para o paciente, pois o AVC pode ter consequências graves e dura-
douras. Alguns exemplos de complicações incluem trombose venosa profunda, 
pneumonia e infecções urinárias. A Equipe de Saúde deve estar atenta a essas 
complicações e tomar medidas para evitá-las ou tratá-las precocemente.
Na Prática
Caso Clínico
Avaliação de um Paciente com Suspeita de AVC
Você é um(a) Enfermeiro(a) em um Pronto-Socorro de um Hos-
pital. Um paciente de 55 anos, chamado Sr. Gonçalves, chega 
trazido pela ambulância com suspeita de Acidente Vascular En-
cefálico (AVE). A Equipe de Atendimento de urgência relata que 
o Sr. Gonçalves estava em casa quando começou a apresentar 
de repente perda de força no braço esquerdo, dificuldade para 
falar e desequilíbrio ao caminhar. A esposa do paciente men-
ciona que ele tem histórico de hipertensão arterial e diabetes.
Ao avaliar o Sr. Gonçalves, você observa que ele está conscien-
te, porém com expressão facial assimétrica e dificuldade para 
mover o braço esquerdo. Ele também relata dificuldade em fa-
lar, com palavras arrastadas e confusão mental. Ao examinar 
seu estado neurológico, você identifica fraqueza e diminuição 
da sensibilidade no braço e perna esquerdos.
Durante a avaliação, você realiza as seguintes ações:
 14
Avaliação inicial
• Verifica os sinais vitais, incluindo pressão arterial, frequên-
cia cardíaca e saturação de oxigênio;
• Pergunta sobre a presença de outros sintomas, como dor 
de cabeça súbita, visão turva ou alterações de sensibilidade 
em outras partes do corpo;
• Identifica informações relevantes sobre o histórico médico 
do paciente, incluindo condições pré-existentes, medica-
mentos em uso e alergias.
Avaliação neurológica
• Verifica o nível de consciência e orientação do paciente;
• Avalia a força muscular em ambos os membros superiores 
e inferiores, comparando os lados direito e esquerdo;
• Realiza testes de sensibilidade, como toque leve e reconhe-
cimento de objetos;
• Observa a presença de assimetrias faciais, como sorriso 
torto ou dificuldade em fechar um dos olhos.
Avaliação da fala e da linguagem
• Observa a fluência verbal do paciente e a presença de disartria;
• Pede ao paciente para repetir frases simples e nomear obje-
tos comuns;
• Verifica se há dificuldade em compreender comandos verbais.
Avaliação da deglutição
• Verifica se o paciente tem dificuldade em engolir alimentos 
ou líquidos;
• Pergunta sobre a presença de engasgos frequentes ou tos-
se durante as refeições.
Monitoramento e suporte
• Coloca o paciente em monitoramento cardíaco contínuo;
• Administra oxigênio suplementar, se necessário;
• Mantém o paciente em repouso, evitando movimentos bruscos.
Com base na avaliação do paciente, você registra as informações relevantes e 
relata imediatamente ao médico, para que sejam tomadas as devidas providên-
cias, incluindo exames complementares como Tomografia Computadorizada ou 
Ressonância Magnética Cerebral, para confirmar o diagnóstico de AVC e iniciar o 
tratamento adequado.
 15
Saiba Mais
Acesse o documento Orientações Multidis-
ciplinares para Pacientes pós AVC, disponí-
vel no QR Code ao lado.
Aneurisma Cerebral e 
Clipagem de Aneurisma
O aneurisma é uma condição na qual ocorre uma dilatação patológica da parede 
da artéria, resultando em um aumento do diâmetro vascular que pode compro-
meter a integridade estrutural do vaso sanguíneo. A fisiopatologia do aneurisma 
envolve uma complexa interação de mecanismos celulares e moleculares que 
resultam em alterações na matriz extracelular e na integridade das células mus-
culares lisas que compõem a parede vascular.
Essas alterações podem ser causadas por diversos fatores, como hipertensão ar-
terial, tabagismo, aterosclerose e outros fatores de risco. A hipertensão arterial, 
por exemplo, leva a um aumento da pressão dentro da artéria, que pode resultar 
em danos na parede vascular e dilatação anormal.
Os sintomas do aneurisma variam de acordo com a localização e a extensão do vaso 
afetado, mas podem incluir dor, sensibilidade, pulsação anormal e mudanças na 
função neurológica, dependendo do local do aneurisma. Em casos graves, o aneuris-
ma pode levar à ruptura do vaso, resultando em hemorragia e risco de vida.
Vídeo
Assista ao vídeo sobre Aneurisma Cerebral, 
disponível no QR Code ao lado.
https://youtu.be/UYJ69b2-Kys
https://bit.ly/3OtIZwi
 16
Vídeo
Assista ao vídeo sobre Cirurgia de Aneuris-
ma Cerebral, disponível no QR Code ao lado.
O papel do Enfermeiro na avaliação do aneurisma inclui a verificação dos sinais 
vitais, avaliação neurológica, avaliação da dor e sensibilidade na área afetada e 
histórico pessoal ou familiar de doenças cardiovasculares. Durante a hospita-
lização, o Enfermeiro deve monitorar os sinais vitais e sinais de complicações, 
orientar o paciente e a família sobre cuidados e procedimentos necessários e 
fornecer suporte emocional. A avaliação diagnóstica inclui exames de imagem, 
como Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Ultrassonografia e 
Angiografia, que permitem identificar a localização e extensão do aneurisma.
O tratamento do aneurisma cerebral pode ser feito de diversas formas, depen-
dendo do tamanho, localização e risco de ruptura do aneurisma, bem como das 
condições clínicas do paciente.
O tratamento mais comum é a clipagem cirúrgica, que consiste na colocação de 
um clip metálico na base do aneurisma para interromper o fluxo sanguíneo para 
o local afetado e evitar a ruptura. Essa técnica é realizada por meio de uma cra-
niotomia, que é a abertura cirúrgica do crânio, e é considerada um procedimento 
seguro e eficaz para a maioria dos casos.
No entanto, existem outras opções de tratamento, como a embolizaçãoendo-
vascular, que consiste na introdução de um cateter na artéria femoral e o acesso 
às artérias cerebrais para inserir um agente embolizante no aneurisma, inter-
rompendo o fluxo sanguíneo para o local afetado. Essa técnica é menos invasiva 
do que a clipagem cirúrgica, mas pode não ser indicada para todos os casos.
Além disso, em casos de aneurismas pequenos e sem risco de ruptura, pode ser 
recomendado um acompanhamento regular com exames de imagem e controle 
da pressão arterial.
O Enfermeiro deve estar envolvido em todas as etapas do tratamento, desde 
a avaliação pré-operatória até a recuperação pós-operatória, monitorando 
continuamente os sinais vitais, a oxigenação e a função neurológica do pa-
ciente, fornecendo cuidados adequados para prevenir complicações, além de 
fornecer orientações e apoio emocional ao paciente e à família durante todo 
o processo.
https://youtu.be/CSYgYV0xXcM
 17
Na Prática
Caso Clínico
Cuidados de Enfermagem após Clipagem de Aneurisma 
Cerebral. 
Você é um(a) Enfermeiro(a) que atua em uma Unidade de Neu-
rocirurgia de um Hospital. A Sra. Rodrigues, de 60 anos, foi 
admitida na Unidade após ser submetida à clipagem de um 
aneurisma cerebral. O aneurisma foi diagnosticado após a pa-
ciente apresentar súbita e intensa dor de cabeça, seguida de 
perda de consciência.
Após a cirurgia, a Sra. Rodrigues é encaminhada para a Unidade 
de Cuidados Intensivos Neurológicos (UCIN). Durante o período 
de pós-operatório, são necessários cuidados específicos para 
garantir sua recuperação adequada. Como Enfermeiro, você é 
responsável por fornecer assistência direta à paciente e realizar 
os cuidados apresentados a seguir.
Monitoramento neurológico
• Realizar avaliações regulares do nível de consciência, orien-
tação e resposta a estímulos;
• Registrar qualquer mudança no estado neurológico da pa-
ciente, como piora na força muscular, alterações na fala ou 
na visão e dor de cabeça intensa;
• Observar sinais de irritação meníngea, como rigidez de nuca.
Monitoramento de sinais vitais
• Verificar pressão arterial, frequência cardíaca, frequência 
respiratória e saturação de oxigênio em intervalos regulares;
• Monitorar o ritmo cardíaco, observando qualquer alteração 
significativa, como arritmias.
Controle da dor
• Avaliar a intensidade da dor da paciente, utilizando escalas 
apropriadas;
• Administrar analgésicos conforme prescrição médica e re-
gistrar a eficácia da medicação;
• Utilizar medidas não farmacológicas, como posição confor-
tável, aplicação de compressas frias ou quentes, conforme 
indicado.
 18
Cuidados com o acesso vascular
• Monitorar o acesso intravenoso para administração de me-
dicações e fluidos;
• Realizar curativos adequados e garantir a permeabilidade 
do acesso. 
Prevenção de complicações
• Realizar ações de prevenção de infecções, como higiene 
das mãos, utilização de equipamentos estéreis e monitora-
mento de sinais de infecção;
• Realizar movimentação adequada da paciente para preve-
nir úlceras de pressão, utilizando colchões especiais e repo-
sicionamento frequente;
• Monitorar os sinais vitais e realizar exames para detecção 
precoce de complicações, como hemorragias ou isquemias 
cerebrais.
Suporte emocional e educacional
• Fornecer informações à paciente e à família sobre o pro-
cedimento realizado, seu prognóstico e cuidados pós-
-operatórios;
• Oferecer suporte emocional à paciente e à família, esclare-
cendo dúvidas, fornecendo conforto e encorajando a ex-
pressão de sentimentos;
• Além desses cuidados, é fundamental que o enfermeiro(a) 
trabalhe em colaboração com a Equipe Multidisciplinar, in-
cluindo Médicos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos e Assis-
tentes Sociais, para promover a recuperação adequada da 
paciente após a clipagem do aneurisma cerebral, incluindo 
a reabilitação neurológica por meio de terapia ocupacional 
e fisioterapia, acompanhamento médico para ajuste de me-
dicamentos e controle de condições de saúde subjacentes, 
além de fornecer suporte psicossocial contínuo para a pa-
ciente e sua família. O objetivo é garantir a continuidade dos 
cuidados, prevenir complicações, promover a independência 
funcional e melhorar a qualidade de vida da Sra. Rodrigues 
durante sua recuperação pós-operatória.
 19
Neoplasias Cerebrais
As neoplasias cerebrais mais comuns no adulto incluem os gliomas, meningio-
mas e neuromas do acústico. Os gliomas são tumores que se originam das célu-
las gliais e podem ser classificados em vários tipos, como astrocitomas, oligoden-
drogliomas e glioblastomas. Os meningiomas são tumores que se originam nas 
meninges e são geralmente benignos, mas podem se tornar malignos, em alguns 
casos. O neuroma do acústico é um tumor benigno que se origina das células do 
nervo vestibular.
A patogênese das neoplasias cerebrais ainda não é completamente compreen-
dida, mas se sabe que a exposição à radiação, o histórico familiar e mutações 
genéticas podem aumentar o risco de desenvolvimento desses tumores. Os glio-
mas, em particular, têm alta incidência de mutações genéticas, que afetam genes 
importantes na regulação do ciclo celular e da apoptose.
Os sinais e sintomas das neoplasias cerebrais podem variar de acordo com a lo-
calização e tamanho do tumor, mas geralmente incluem:
• Dores de cabeça, muitas vezes acompanhadas de náuseas e vômitos;
• Convulsões;
• Alterações visuais, como visão turva ou dupla, ou perda da visão em um 
dos olhos;
• Alterações motoras, como fraqueza muscular, dificuldade para andar, 
falta de coordenação e tremores;
• Alterações sensoriais, como formigamento ou dormência em uma parte 
do corpo;
• Alterações cognitivas, como perda de memória, dificuldade de concen-
tração e problemas de linguagem;
• Mudanças de humor e comportamento, como irritabilidade, apatia, de-
pressão e ansiedade;
• Alterações no sono e no apetite;
• Perda de peso inexplicável.
 20
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de imagem, como Tomografia 
Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM), e biópsia do tecido tumo-
ral para análise patológica.
O tratamento das neoplasias cerebrais pode envolver cirurgia, radioterapia, qui-
mioterapia e terapia alvo, dependendo do tipo e do estágio do tumor. A cirurgia 
pode ser realizada para remover o máximo possível do tumor, seguida por ra-
dioterapia e quimioterapia para eliminar as células tumorais remanescentes. A 
terapia alvo pode ser usada em casos de tumores com mutações genéticas es-
pecíficas. O manejo dos efeitos colaterais do tratamento, incluindo dor, náusea e 
fadiga, é fundamental para garantir o bem-estar do paciente.
A craniotomia e a craniectomia são procedimentos neurocirúrgicos que envol-
vem a abertura do crânio para acessar o cérebro. A craniectomia é um proce-
dimento mais invasivo, no qual um pedaço do crânio é removido para acessar 
o cérebro. É comumente utilizada em casos de tumores cerebrais, aneurismas, 
hemorragias intracranianas e lesões traumáticas. Após a realização da cirurgia, 
o pedaço de crânio é fixado novamente com placas, parafusos ou fios de metal.
A craniotomia, por outro lado, é um procedimento menos invasivo em que um 
pequeno orifício é feito no crânio para acessar o cérebro, utilizado, principalmen-
te, em procedimentos diagnósticos, como a colocação de um monitor de Pressão 
Intracraniana (PIC), ou para tratar condições como hidrocefalia.
Em ambos os procedimentos, é importante que o Enfermeiro monitore continu-
amente os sinais vitais do paciente, incluindo a pressão intracraniana e a satu-
ração de oxigênio, além de garantir a correta administração de medicações e a 
manutenção da higiene e conforto do paciente. Também é importante observar 
e relatar qualquer mudança no estado neurológico do paciente, como alterações 
de consciência, fraqueza ou perda de sensibilidade.
A escolha do tipo de procedimento a ser realizado depende da localização e da 
extensão da lesão no cérebro. É um procedimento cirúrgico em que se realiza a 
abertura do crânio paraacesso ao encéfalo, permitindo intervenções terapêu-
ticas e diagnósticas em doenças neurológicas. O procedimento é realizado sob 
anestesia geral e requer técnicas específicas de abordagem, dependendo da lo-
calização da lesão cerebral e do objetivo da intervenção.
A craniotomia pode ser realizada por diferentes técnicas, como a craniotomia 
fronto-orbitária, pterional, retrosigmoidea e suboccipital. Em geral, a escolha da 
técnica depende da localização da lesão, do grau de invasão e da extensão da 
área a ser acessada. Para realizar a craniotomia, é necessário remover uma por-
ção do osso craniano, sendo que o retalho ósseo pode ser fixado posteriormente 
com suturas ou placas.
 21
O sucesso da craniotomia depende de uma série de fatores, tais como a ade-
quada avaliação pré-operatória, a técnica cirúrgica adequada, a manutenção da 
estabilidade hemodinâmica durante o procedimento, a prevenção de complica-
ções pós-operatórias e o suporte no processo de reabilitação. O Enfermeiro tem 
papel fundamental nesse processo, garantindo o suporte necessário ao paciente 
e à Equipe Cirúrgica durante todo o processo. 
Entre os principais cuidados de Enfermagem na craniotomia estão:
1. Avaliação pré-operatória: antes da cirurgia, é importante realizar uma 
avaliação completa do paciente, incluindo exames laboratoriais e radio-
lógicos, histórico médico e medicações em uso. É fundamental verificar 
se o paciente está em condições adequadas para a cirurgia;
2. Preparação do paciente: o paciente deve ser preparado adequadamen-
te para a cirurgia, incluindo a higienização da cabeça e dos cabelos e o 
uso de roupas hospitalares limpas. O paciente também deve ser orienta-
do sobre o procedimento e seus riscos;
3. Controle da dor: a dor é uma queixa comum após a craniotomia, e é 
importante que a Equipe de Enfermagem esteja preparada para reali-
zar medidas de alívio da dor, como o uso de analgésicos e técnicas de 
relaxamento;
4. Monitorização neurológica: após a cirurgia, o paciente deve ser moni-
torizado constantemente para detectar possíveis alterações neurológi-
cas, como fraqueza muscular, alterações na fala, visão ou movimentos;
5. Monitorização dos sinais vitais: os sinais vitais, como pressão arterial, 
frequência cardíaca e respiratória devem ser monitorados regularmente 
para garantir a estabilidade hemodinâmica do paciente;
6. Cuidados com a ferida cirúrgica: é importante realizar curativos ade-
quados na ferida cirúrgica e observar a presença de sinais de infecção, 
como vermelhidão, calor e secreção;
7. Prevenção de complicações: a Equipe de Enfermagem deve estar aten-
ta para prevenir complicações, como trombose venosa profunda, pneu-
monia, infecções e hemorragias;
8. Promoção da recuperação: é fundamental promover a recuperação do 
paciente, estimulando a mobilização precoce, a alimentação adequada e 
a fisioterapia respiratória e motora.
 22
Vídeo
Assista ao vídeo sobre Cuidados de Enfer-
magem, disponível no QR Code ao lado.
A sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no paciente com agravos 
neurológicos é um processo que tem como objetivo garantir assistência de qua-
lidade, humanizada e individualizada ao paciente, a partir da utilização de um 
método científico e organizado. A SAE consiste em uma série de etapas que in-
cluem coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação 
da assistência prestada ao paciente.
Na coleta de dados, o Enfermeiro deve realizar uma avaliação completa do pa-
ciente, incluindo dados clínicos, histórico de doenças e sintomas neurológicos. 
Em seguida, é feito o diagnóstico de Enfermagem, que consiste na identificação 
dos problemas de saúde do paciente e das necessidades de cuidado.
Com base no diagnóstico, o Enfermeiro realiza o planejamento da assistência, 
definindo os objetivos a serem alcançados e as intervenções necessárias para 
atingi-los. Nessa etapa, é importante considerar os aspectos físicos, psicológicos, 
sociais e culturais do paciente.
A implementação da assistência é realizada com a execução das intervenções 
planejadas, que podem incluir cuidados com higiene e conforto, administração 
de medicamentos, monitorização dos sinais vitais, orientação e educação do pa-
ciente e familiares, entre outros.
Por fim, é realizada a avaliação da Assistência prestada ao paciente, verificando 
se os objetivos foram alcançados e se as intervenções foram efetivas. Caso seja 
necessário, o Enfermeiro deve realizar ajustes no plano de cuidados para garan-
tir a continuidade da Assistência.
É importante ressaltar que a SAE no paciente com agravos neurológicos deve 
ser realizada por uma Equipe Multidisciplinar, incluindo Médicos, Enfermeiros, 
Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e FONOAUDIÓLOGOS, entre outros 
profissionais. A comunicação e o trabalho em equipe são fundamentais para ga-
rantir a efetividade da Assistência prestada ao paciente.
https://youtu.be/w-PzCzIs520
 23
Na Prática
Caso Clínico
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em 
Pacientes com Agravos Neurológicos – Neoplasia Cerebral
Você é um(a) Enfermeiro(a) em uma Unidade de Neurologia de 
um Hospital e está responsável pelo cuidado de um paciente, 
o Sr. Silva, de 62 anos, que foi diagnosticado com uma neo-
plasia cerebral. Ele se apresenta com sintomas como dor de 
cabeça intensa, alterações na visão, convulsões e fraqueza em 
um dos membros superiores.
A seguir, descreveremos a implementação da Sistematização 
da Assistência de Enfermagem (SAE) para o Sr. Silva, conside-
rando seu diagnóstico de neoplasia cerebral.
Coleta de dados
• Realize uma entrevista detalhada com o paciente para ob-
ter informações sobre sua história médica, sintomas atuais, 
duração dos sintomas e tratamentos anteriores;
• Verifique os resultados dos exames de imagem, como To-
mografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética 
(RM) do cérebro;
• Avalie o estado neurológico do paciente, incluindo a pre-
sença de deficits motores, alterações sensoriais, alterações 
na fala e mudanças no nível de consciência.
Diagnóstico de Enfermagem
• Identifique diagnósticos de Enfermagem relevantes, como 
dor aguda relacionada ao tumor cerebral, risco de lesão 
relacionado a convulsões e a deficits motores, ansiedade 
relacionada ao diagnóstico de neoplasia cerebral, risco de 
aspiração devido à disfagia e ao risco de desequilíbrio nutri-
cional relacionado a dificuldades na alimentação.
Planejamento
• Estabeleça metas de cuidados realistas em conjunto com o 
paciente e sua família, levando em consideração os objeti-
vos de tratamento definidos pela equipe médica;
• Determine intervenções específicas para cada diagnóstico 
de Enfermagem, como administração de analgésicos para 
alívio da dor, monitoramento contínuo da atividade con-
vulsiva, implementação de medidas de segurança para 
prevenir quedas e cuidados com a alimentação.
 24
Implementação
• Administre medicamentos analgésicos conforme prescri-
ção médica e avalie sua eficácia no alívio da dor;
• Monitore continuamente os sinais vitais e observe sinais de 
atividade convulsiva, fornecendo cuidados de emergência, 
se necessário;
• Oriente o paciente e a família sobre técnicas de autocuida-
do, como identificação de sinais de piora neurológica, ma-
nejo da dor e cuidados com a higiene pessoal;
• Proporcione suporte emocional ao paciente e a sua família, 
fornecendo informações claras sobre o diagnóstico, trata-
mento e prognóstico, além de encorajá-los a expressarem 
seus medos e preocupações.
Avaliação
• Avalie regularmente o alívio da dor e outros sintomas rela-
tados pelo paciente;
• Verifique se as medidas de segurança estão sendo imple-
mentadas corretamente para prevenir lesões decorrentes 
de convulsões;
• Reavalie o estado emocional do paciente e sua capacidade 
de lidar com o diagnóstico e o tratamento, oferecendo su-
porte adicional conforme necessário;
• Colabore com a Equipe Multiprofissional para avaliar a efi-
cácia do tratamento e realizar ajustes no planode cuida-
dos, se necessário;
• É importante ressaltar que a SAE deve ser adaptada às 
necessidades individuais de cada paciente com neoplasia 
cerebral, levando em consideração seus sintomas, estágio 
da doença e tratamentos específicos. A colaboração inter-
disciplinar e a comunicação efetiva com o paciente e sua 
família são essenciais para fornecer cuidados de qualidade 
e promover sua qualidade de vida.
EM SÍNTESE
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma emergência médica que ocorre 
quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido ou há hemorragia. 
Isso causa a morte de células cerebrais e a perda de função cerebral. Existem 
dois tipos principais: AVC isquêmico (fluxo sanguíneo interrompido) e AVC 
hemorrágico (hemorragia cerebral). O tratamento inclui terapia trombolítica 
para AVC isquêmico e controle da Pressão Arterial para AVC hemorrágico. Re-
conhecer os sinais e sintomas é importante para diagnóstico e tratamento 
rápidos. A avaliação precoce do Enfermeiro é crucial para identificar rapida-
mente os sintomas do AVC, avaliar a extensão do dano cerebral e iniciar o 
tratamento imediatamente.
O aneurisma é uma dilatação patológica da parede da artéria causada por 
diversos fatores, como hipertensão arterial e tabagismo. Pode apresentar 
sintomas como dor, sensibilidade e mudanças na função neurológica, além 
de representar risco de ruptura e hemorragia. O diagnóstico envolve exames 
de imagem, como tomografia computadorizada e angiografia. O tratamento 
pode incluir clipagem cirúrgica, embolização endovascular ou acompanha-
mento regular em casos de aneurismas pequenos e estáveis. O Enfermeiro 
desempenha papel importante na avaliação, no monitoramento e no cuidado 
do paciente, antes e após o tratamento, proporcionando suporte emocional e 
educando o paciente e a família.
As neoplasias cerebrais são tumores que podem se originar de células do cé-
rebro ou das meninges. Os gliomas, meningiomas e neuromas do acústico são 
os tipos mais comuns. Fatores como exposição à radiação, histórico familiar 
e mutações genéticas podem aumentar o risco de desenvolvimento desses 
tumores. Os sintomas variam de acordo com o local e o tamanho do tumor e 
podem incluir dores de cabeça, convulsões, alterações visuais, motoras, sen-
soriais e cognitivas, além de mudanças de humor e comportamento. O diag-
nóstico é feito por meio de exames de imagem e biópsia. O tratamento pode 
envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo. A craniotomia 
e craniectomia são procedimentos cirúrgicos para acessar o cérebro. O En-
fermeiro desempenha papel fundamental na monitorização dos sinais vitais, 
administração de medicações, cuidado pós-operatório e observação de alte-
rações neurológicas.
MATERIAL COMPLEMENTAR
 
Leituras
Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Adulto 
https://bit.ly/3YsiP1v
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Tumor Cerebral em Adulto
https://bit.ly/3Ytd6IM
Saúde do Adulto, Saúde da Família e Atenção Primária à Saúde 
https://bit.ly/3s3VhnN
https://bit.ly/3YsiP1v
https://bit.ly/3Ytd6IM
https://bit.ly/3s3VhnN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: <https: / /datasus . saude .gov.br/>. Acesso em: 08/08/2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de Dados do Sistema Único de Saúde. DATASUS. 
2020. Disponível em: <http: / /tabnet . datasus .gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10uf.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Linha de Cui-
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da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Especializada. Coordenação Geral de Urgência e Emergência. Programa Nacional de 
Atendimento à Doença Vascular Aguda. Brasília: MS, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos 
Estratégicos em Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Tumor Cerebral 
em Adulto. 2020. Disponível em: <https: / /www . gov.br/conitec/pt-br/midias/protoco-
los/publicacoes_ms/20201218_pcdt_tumor_cerebral_em_adulto_isbn.pdf>. Acesso em: 
27/05/2023. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Rotinas no AVC: pré-hospitalar e hospitalar. Brasília: MS, 2012. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de aten-
ção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Portaria nº 664, de 12 de abril de 2012. 
BRASIL. Portaria nº 665, de 12 de abril de 2012.
BRUNNER & Suddarth: Manual de Enfermagem Médico-cirúrgica. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2019.
SPIRITO, G. C. D.; FLISCH, T. M. P.; NÚCLEO de Educação em Saúde Coletiva da Faculda-
de de Medicina/UFMG (Nescon). Saúde do adulto, saúde da família e atenção primá-
ria à saúde. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2013.

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