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2 unidade livro didático

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ALFABETIZAÇÃO E 
LETRAMENTO 
MÁRCIA ADRIANA DE SOUZA VERONA 
DANÚBIA DA COSTA TEIXEIRA
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA
1
ALFABETIZAÇÃO 
E LETRAMENTO 
MÁRCIA ADRIANA DE SOUZA VERONA 
DANÚBIA DA COSTA TEIXEIRA
1
Márcia Adriana de Souza Verona
Doutorando em Estudos Linguísticos na Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em 
Letras pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (2009), Especialista em Língua Por-
tuguesa pela PUC Minas (2005), Especialista em Gestão de Políticas Publicas em Gênero e 
Raça pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012), Graduada em Letras pela Faculdade 
Santa Rita (2003).
Danúbia da Costa Teixeira
Doutorando em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Letras 
pela Universidade Estadual de Montes Claros (2015). Especialista em Mídias na Educação 
pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012). Graduada em Letras com ênfase em inglês 
pela Faculdade de Ciências e Letras do Leste Mineiro (2005). Atua como docente no Insti-
tuto Superior de Educação Elvira Dayrell e na rede pública Estadual de educação.
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ALFABETIZAÇÃO E
 LETRAMENTO
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
3
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
 Diretor Geral: Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
 Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
 Carla Jordânia G. de Souza
 Guilherme Prado Salles
 Rubens Henrique L. de Oliveira
 Design: Aline de Paiva Alves
 Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 Taisser Gustavo Soares Duarte
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita 
do Editor
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
4
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
5
SUMÁRIO UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
1.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................8
1.2 Protagonista da Alfabetização ...........................................................................................................................................8
1.3 Os desenhos viraram letras ( História da Escrita)..................................................................................................10
1.4 Um passeio pelo contexto de Alfabetização e Letramento ..........................................................................12
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................15
2.1 Introdução ......................................................................................................................................................................................19
2.2 Entendendo o termo Alfabetização .............................................................................................................................19 
2.3 Apropriação da linguagem escrita (Psicogênese da escrita) ..............................................................20
2.4 O que é Letramento? ............................................................................................................................................................22
2.5 Alfabetização e Letramento .............................................................................................................................................23
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................25
3.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................29
3.2 Métodos Sintéticos .................................................................................................................................................................30
 3.2.1 Método Alfabético .........................................................................................................................................................30
 3.2.2 Método Fônico .................................................................................................................................................................31
 3.2.3 Método Silábico ............................................................................................................................................................32
3.3 Método Analíticos ....................................................................................................................................................................33
 3.3.1 Método global ..................... ...........................................................................................................................................34
 3.3.2 Método de palavração ...............................................................................................................................................34
 3.3.3 Método de sentenciação .........................................................................................................................................34
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................36
UM POUCO DE HISTÓRIA 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
UNIDADE 4
4.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................41
4.2 Planejar: O ponto de partida ............................................................................................................................................414.3 Estabelecer metas e objetivos .......................................................................................................................................43
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................45
ARTICULANDO TEORIA E PRÁTICA OU PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS 
UNIDADE 5
5.1 Introdução......................................................................................................................................................................................49
5.2 Como utilizar as TIC’S na alfabetização....................................................................................................................49
5.3 Recursos tecnológicos e o ambiente de Alfabetização e Letramento ...............................................51
5.4 Sugestão de sites de recursos tecnológicos para alfabetização..............................................................53
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................56
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NA ALFABETIZAÇÃO 
UNIDADE 6
6.1 Introdução ......................................................................................................................................................................................61
6.2 Educação Infantil ......................................................................................................................................................................61
6.3 Práticas de linguagem .........................................................................................................................................................63
 6.3.1 Oralidade ............................................................................................................................................................................63
 6.3.2 Análise Linguística e Semiótica ........................................................................................................................64
 6.3.3 Leitura e Escuta ............................................................................................................................................................65
 6.3.4 Produção de texto ......................................................................................................................................................66
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................68
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................................................71
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................72
A ALFABETIZAÇÃO E SUAS PRÁTICAS NA BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR - BNCC
6
UNIDADE 1
Nesta unidade desafiamos o aluno a rememorar seus primeiros dias de aula. Assim, 
traremos alguns conceitos de memória. Conheceremos um pouco da história da 
escrita, como os desenhos se transformaram em letras, em seguida, faremos um 
passeio histórico pelo processo de alfabetização e letramento.
UNIDADE 2
Nesta unidade trataremos sobre Alfabetização e letramento. Veremos que o 
conceito de alfabetização, em razão das mudanças referentes à leitura e à escrita, foi 
se modificando com o tempo e, assim, surgiu o letramento. Estudaremos também 
sobre a apropriação da linguagem escrita.
UNIDADE 3
Nesta unidade estudaremos os dois métodos de alfabetização que são considerados 
historicamente: sintético e analítico. Como veremos em detalhes, o método sintético 
vai da parte para o todo. Enquanto o método analítico parte do todo para as partes e 
busca romper com o princípio da solução.
UNIDADE 4
Nesta unidade abordaremos um importante conteúdo para a alfabetização, que 
é o planejamento. Vale lembrar que o planejamento é uma forma de organizar e 
programar as ações do professor mas, sobretudo, é um momento de pesquisa que o 
leva à reflexão de suas práticas pedagógicas. Dessa maneira, é possível também aliar 
teoria e prática.
UNIDADE 5
Nesta unidade elegemos um tema muito discutido, atualmente, a Tecnologia da 
Informação e Comunicação - TIC. Pois há muitas ferramentas tecnológicas que 
podem ser usadas na educação, vários desses recursos foram desenvolvidos com o 
objetivo de auxiliar o professor em sua prática docente.
UNIDADE 6
Nesta unidade abordaremos a BNCC - Base Nacional Comum Curricular, 
principalmente, a visão de texto que o documento propõe, seja esse texto escrito, 
oral ou multimídia deve ser um elemento central no trabalho docente em todo o 
ensino fundamental.
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UM POUCO DE HISTÓRIA UNIDADE
01
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1.1 INTRODUÇÃO
 Nesta unidade desafiamos o aluno a rememorar seus primeiros dias de aula. Tente 
lembrar como foi, quais as sensações e emoções sentiu naquele dia. Dando continuidade 
ao nosso processo de recordações, tente lembrar de como foi seu primeiro contato com 
o papel, o lápis, a letra etc. Além de recordarmos nosso primeiro contato com a escola, 
conheceremos um pouco da história da escrita, como os desenhos se transformaram 
em letras, em seguida, faremos um passeio histórico pelo processo de alfabetização e 
letramento. 
 Sendo assim, vamos construir juntos um espaço de interação, de reflexão e de diálogo 
por todo nosso curso, buscando aliar teoria e prática. Vamos despertar, ampliar, renovar a 
sua visão sobre Alfabetização e Letramento. E para começar nossa jornada, convido você a 
ser o protagonista dessa história. 
1.2 PROTAGONISTA DA ALFABETIZAÇÃO
 A memória procura recuperar o passado. No entanto, dificilmente, conseguimos nos 
lembrar de tudo e de todos os detalhes dos fatos que ocorreram ao longo de nossa vida. 
Sempre ficam algumas experiências das quais não nos recordamos de todos os pormenores. 
Para Bosi (1994, p. 55), “na maioria das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, 
repensar, com imagens, ideias de hoje, as experiências do passado”. 
 As recordações acontecem quando são estimuladas, ou seja, se alguém ou algum 
acontecimento nos transporta de volta ao passado. Diante disso, podemos afirmar que:
A memória é um cabedal infinito do qual registramos 
um fragmento. Frequentemente, as mais vívidas recor-
dações afloram depois da entrevista, na hora do cafezi-
nho, na escada, no jardim, ou na despedida do portão. [...] 
Continuando a escutar, ouviríamos o outro tanto e ainda 
mais. Lembrança puxa lembrança e seria preciso escutar 
o infinito (BOSI, 1994, p. 39).
 As lembranças são subjetivas, elas acarretam emoções e significados diferentes em 
cada sujeito, mesmo que vários indivíduos vivenciem o mesmo acontecimento, cada um 
terá um modo de percebê-lo, senti-lo, essas experiências acarretam significados diferentes 
para a trajetória de vida de cada um. 
 É nessa perspectiva que convidamos você, caro(a) aluno(a), a buscar na sua memória 
como foi seu primeiro dia na escola, seu contato com os colegas e com os professores, o 
ambiente escolar, como era o espaço da escola e, por fim, como foi sua alfabetização. 
 O que somos, atualmente, muitas vezes reflete tudo aquilo que aprendemos ao longo 
da nossa jornada e das experiências que tivemos. Enquanto educadores devemos sempre 
refletir sobre a nossa prática e experiências pessoais e profissionais, pois escolhemos 
diariamente o modelo de docente que queremos ser na nossa prática.
 Já que este momento está sendo dedicado às lembranças, ao ato de rememorar, 
então, pergunto: e o que é memória? Já parou para pensar nas diferentes acepções dessa 
palavra? Para nos ajudar a entender o conceito de memóriatraremos a seguir algumas 
9
definições.
• Faculdade de reter ideias, sensações, impressões adquiridas, anteriormente.
• Efeito da faculdade de lembrar; lembrança: não tenho memória disso!
• Recordação que a posteridade guarda: memórias do passado.
• Dissertação sobre assunto científico, artístico, literário, destinada a ser apresentada ao 
governo, a uma instituição cultural etc. 
GLOSSÁRIO
Fonte: Dicionário online de português, disponível em: https://bit.ly/3n0A3R8. 
Acesso em: 20 mar. 2021. 
Resgate de sua memória o máximo de lembranças que conseguir sobre a sua alfabetiza-
ção. Para auxiliar sua busca, seguem algumas indagações que poderão contribuir para a 
sistematização das lembranças: 
1. Você se lembra de qual método o seu professor utilizou para o seu processo de alfabe-
tização?
2. Quais recursos, ferramentas, metodologias o(a) professor(a) utilizava?
3. Você se recorda de algum fato marcante no período de sua alfabetização?
4. Houve alguma experiência desagradável no período de alfabetização, da qual você se 
lembre?
5. Como era a interação entre professor/aluno e aluno/aluno?
6. Registre outros acontecimentos que você considere importantes no período de sua al-
fabetização?
Deixe registradas todas essas lembranças, para que depois possamos retomá-las e refle-
tirmos sobre qual era a concepção de alfabetização norteadora da prática de seu(sua) 
professor(a). Segundo Bosi (2003, p. 68) “[...] a narração da própria vida é o testemunho de 
mãos eloquentes dos modos que a pessoa tem de lembrar. É a sua memória.” E essas vi-
vências e experiências pessoais contribuem para nossa formação e atuação profissional.
VAMOS PENSAR?
Para aguçar sua memória e conhecer mais sobre esse assunto leia a obra: Por parte de 
pai de do escritor mineiro Bartolomeu Campos Queirós, que gira em torno da recriação 
de cenários da infância.
BUSQUE POR MAIS
10
1.3 OS DESENHOS VIRARAM LETRAS (HISTÓRIA DA ESCRITA)
 Como foi para você aprender a ler e a escrever? Foi fácil ou difícil? Já parou para 
pensar como a escrita surgiu? Quando os homens começaram a se comunicar por meio 
da linguagem escrita? Vamos juntos nessa viagem ao tempo, buscar informações sobre 
como se deu o desenvolvimento da escrita. 
 A evolução da escrita passou por diferentes etapas. De acordo com Cagliari (1996), 
podemos considerar que a escrita tem sua história e esses acontecimentos se passaram 
em três fases diferentes: a escrita pictórica, a ideográfica e a alfabética. Vamos estudar as 
três fases separadamente para entendermos melhor como os desenhos se transformaram 
em letras ao longo do tempo. 
 Os homens primitivos interagiam por diferentes formas de comunicação, todavia, 
nenhuma delas tinha como propósito a representação da língua oral. A primeira ocorrência 
dessa representação foi a pictografia que corresponde à primeira fase da escrita, ou seja, 
a escrita pictográfica. Essa escrita teve como objetivo apresentar uma ideia, conceito por 
meio de símbolos (desenhos). Os astecas, povo que habitava no centro México, deram 
início a essa fase da escrita. Esta era caracterizada, principalmente, por desenhos que 
representavam algumas ações, costumes desses povos. Dessa maneira, os pictogramas 
eram usados como meio de comunicação deles. 
 A escrita ideográfica marca a segunda fase do desenvolvimento da linguagem 
escrita. Você sabia que o alfabeto teve sua origem nos ideogramas? Nesse modelo de 
escrita, misturavam-se desenhos e símbolos para representar ideias. Essa escrita surgiu 
na Suméria. As letras apareceram a partir de algumas figuras da escrita ideográfica. 
Exemplo, na escrita egípcia a letra A representava a cabeça de um boi; as ondas do mar 
eram representadas pela letra M. Atualmente, as letras do alfabeto possuem um valor 
fonográfico, no entanto, no passado essas “letras” eram os ideogramas e tinham valores 
ideográficos. Em resumo, antes mesmo de haver o alfabeto, ou seja, as letras, o homem já 
buscava uma ideia de uma escrita alfabética. 
Figura 1: Escrita ideográfica
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3at4UR4. Acesso em: 08 abr. 
2021.
 Outros exemplos de escrita ideográfica que usamos muito hoje em dia são alguns 
sinais de trânsito, o círculo vermelho com uma linha diagonal vermelha indicando que é 
“proibido”, por exemplo, também é um ideograma. Ao longo do tempo houve uma expansão 
do vocábulo ideograma, atualmente, todos os sistemas de símbolos que representam 
ideias são considerados ideogramas. 
11
 Para Cagliari (1996, p. 108), a diferença de destaque entre a escrita pictórica e a 
ideográfica baseia-se na ocorrência de que os “pictogramas não estão associados a um 
som, mas à imagem do que se quer representar. Consistem em representações bem 
simplificadas dos objetos da realidade.”
 E os sumérios não pararam por aí, somente os desenhos e o alfabeto não eram 
suficientes para se comunicarem, eles queriam mais e buscaram a forma escrita. E de que 
maneira conseguiram? Os signos não tinham mais apenas significados, passaram a ter 
valores fonéticos e sons. E assim surge a escrita, que foi se desenvolvendo ao longo do 
tempo e chegou à escrita alfabética. 
 Assim chegamos à terceira fase de desenvolvimento da escrita da linguagem. Hoje 
as letras estão agrupadas no conjunto ao qual conhecemos por alfabeto. Este surgiu da 
junção do grego alfhabetos e do latim alfhabetum e para formar a palavra alfabeto juntaram 
as duas primeiras letras do alfabeto grego alfa e beta que atualmente são as letras A e B do 
nosso alfabeto. 
 Inicialmente, o alfabeto era um conjunto de vinte e quatro sinais, e estes representavam 
consoantes, os gregos fizeram essa adaptação da representação deixada pelo povo 
Semita. Os homens primitivos moravam em cavernas e para se comunicarem por muito 
tempo escreveram nas paredes, em pedras, em tijolos de argila. No entanto, com o tempo 
sentiram necessidade de outras formas de comunicação, pois as usadas até então não 
estavam sendo suficientes, já que a sociedade foi aumentando e se modificando. E assim 
surgiram papéis e tinteiros que contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento da 
escrita.
 E a partir dessa necessidade surge o papiro. Este se originou de uma árvore de nome 
cyperus papiros, que na época era encontrada às margens do Rio Nilo. Essa planta já era 
usada para produzir cordas, roupas, velas de barco. Extraiam de seu caule lâminas bem finas 
que depois eram trançadas e trabalhadas até se obter uma superfície bem lisa, ideal para 
escrever. Vale lembrar que quem fez todo esse processo para se chegar ao material que 
seria utilizado para a escrita foram os egípcios. Esse material tinha um preço bem elevado, 
posteriormente, estudos mostraram que, muitas vezes, para economizar o papiro escrito 
era depois raspado e reaproveitado, ou seja, escreviam novamente no mesmo material. 
 Com certeza, você está se perguntando, mas como escreviam, se naquela época 
não havia lápis e caneta? Então os egípcios pensaram em tudo. Segundo Cagliari (1996) 
para escrever usavam pena de caniço (cana usada para pescar) molhada em uma tinta 
produzida de fuligem de água e goma que servia para engrossar. Com o passar do tempo 
o homem foi modificando esses materiais até chegar no tipo de canetas que usamos hoje 
em dia.
 Esse passeio pela história da escrita contribuirá para que possamos entender e 
valorizar todas as atividades de escrita da criança. Todos os desenhos e rabiscos devem 
ser considerados e analisados pelo professor (a) alfabetizador (a), pois são formas de 
comunicação da criança com as pessoas e o mundo. As crianças utilizam dos desenhos e 
dos rabiscos para expressarem suas histórias, brincadeiras, vontades e pensamentos. 
O desenvolvimento do grafismo infantil não deve ser considerado 
como fruto apenas do treinamento específico. Ele é um processo 
de construção do sistema de representação que culmina com a 
produção da escrita como um instrumento de comunicação e ex-
pressão (MARTINS, 2007, p. 01).
12
1.4 UM PASSEIO PELO CONTEXTO DA
 ALFABETIZAÇÃOE LETRAMENTO 
 O percurso da alfabetização está permeado pelas discussões sobre como alfabetizar 
e, logo, como a metodologia e a concepção de ensino podem contribuir para práticas 
eficazes. Mas antes de abordarmos essas questões e para entendermos melhor o processo 
de alfabetização vale a pena estudarmos o processo de surgimento da alfabetização e suas 
respectivas influências. Após a Revolução Francesa criou-se um protótipo de alfabetização. 
E como nos aponta Barbosa:
 Dessa maneira, percebe-se que a criança começa a sua comunicação escrita por 
meio da pictografia, ou seja, antes mesmo de aprender sobre a escrita e como escrever, se 
comunica por desenho e rabisco, no processo de desenvolvimento da escrita vai juntando 
letras e desenhos e, assim, vai experimentando a escrita até ser alfabetizada.
O primeiro capítulo da obra de Lotsch (2016) é uma ótima sugestão para aprofun-
dar conhecimento no assunto, porque é conciso, didático e atende às expectativas 
do aluno que busca aprofundar seus estudos. Disponível em: https://bit.ly/2P3SS9o. 
Acesso em: 10 abr. 2021.
BUSQUE POR MAIS
[...] a partir de então, “crianças são transformadas em alu-
nos, aprender a escrever se sobrepõe a aprender a ler, ler 
agora se aprende escrevendo – até esse período, ler era uma 
aprendizagem distinta e anterior a escrever, compreenden-
do alguns anos de instrução através do ensino individuali-
zado”. É, então, no jogo estabelecido pela Revolução entre 
a continuidade e a descontinuidade do tempo, onde a rup-
tura vai sendo atropelada pela tradição, que a alfabetização 
se torna o fundamento da escola básica e da leitura/escrita, 
aprendizagem escolar (BARBOSA, 1994, 28).
 Há muito tempo vem se discutindo o problema da alfabetização no Brasil. Busca-
se entender o fracasso dos diferentes modelos e acaba-se chegando à conclusão de 
que esse fracasso está muitas vezes associado a interesses políticos de cada período. No 
início, a alfabetização era uma prerrogativa somente da classe mais alta, ou seja, somente 
a elite do Brasil era alfabetizada, sendo assim, a escola contribuía para o fortalecimento 
das desigualdades sociais. Esse privilégio de acesso à escola só começa a mudar com a 
implantação do primeiro grau no Brasil, hoje Ensino Fundamental. 
 A partir desse período as crianças das classes populares passam a frequentar a escola, 
no entanto, com essa chegada dos menos favorecidos há uma ascensão de fracasso no 
processo de alfabetização. E assim começam as pesquisas, estudos e investigações para 
saber o porquê desse fracasso. No entanto, o assunto não se esgotou com as pesquisas 
da época, até hoje sofremos com essa questão da alfabetização. Para facilitar nossa 
13
compreensão apresentaremos um resumo de três períodos importantes para o processo 
de alfabetização no Brasil e no mundo.
 Por volta de 1950, passamos pelo período em que se discutiu sobre os melhores 
métodos a serem usados, ou pelo menos, aqueles que trariam maior eficaz ao processo de 
alfabetização, uma vez que achavam que o fracasso escolar estava relacionado ao método 
de alfabetização usado. Para essas discussões havia duas vertentes: uma que defendia o 
método global e outra que era a favor do método fonético. No Brasil, optou-se pelo método 
misto empregado nas cartilhas, esse método versa em um trabalho com as silabas. Alguns 
docentes ainda usam algumas nuances dessa maneira de alfabetizar. Como muitos 
docentes foram alfabetizados com o método misto constante nas as cartilhas, trouxeram 
para sua prática profissional aqueles pontos que consideram que foram relevantes e 
contribuíram para sua alfabetização. 
 Dez anos depois, nos anos 1960, temos uma grande expansão das pesquisas sobre o 
déficit de aprendizagem. Buscava-se entender o que causava o fracasso escolar, e sempre 
se buscava no aluno essa defasagem da aprendizagem. Neste mesmo período, por 
coincidência ou não, havia uma luta entre brancos e negros nos EUA e as classes menos 
favorecidas das quais o negro fazia parte não apresentavam o mesmo desempenho 
escolar que os alunos que pertenciam à elite. Esse foi um ponto que se passou a discutir: 
o fracasso dos alunos na alfabetização poderia também estar ligado a fatores externos à 
escola. Perceberam que os alunos não apresentavam as mesmas habilidades, uma vez 
que viviam em situações diferentes, as famílias de negros e brancos não apresentavam as 
mesmas condições para o desenvolvimento das crianças. 
 Na época o que encontraram para resolver a situação foi a aplicação de extensas 
atividades de treinamento (os chamados exercícios de prontidão) para tentar sanar as 
dificuldades de aprendizagem e as crianças fossem preparadas para não fracassar no 
processo de alfabetização. 
 Por volta de 1970 iniciaram pesquisas com outro olhar sobre a maneira como as crianças 
aprendiam e buscava-se entender o motivo causador dessa dificuldade. Muitas pesquisas 
surgiram na época sobre o assunto, como as de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, autoras 
da obra Psicogênese da Língua Escrita, assunto que será abordado na próxima unidade. 
Essa nova visão sobre a alfabetização foi muito importante para provocar novas práticas de 
alfabetização. De acordo com o discurso da Secretaria da Educação Fundamental (SEF) e 
do Ministério da Educação (MEC), a partir dos resultados das pesquisas foi necessário:
[...] rever as concepções nas quais se apoiava a alfabetização. E isso 
tem demandado uma transformação radical nas práticas de en-
sino da leitura e da escrita no início da escolarização, ou seja, na 
didática da alfabetização. Já não é mais possível conceber a escrita 
exclusivamente como um código de transcrição gráfica de sons, 
já não é mais possível desconsiderar os saberes que as crianças 
constroem antes de aprender formalmente a ler, já não é mais 
possível fechar os olhos para as consequências provocadas pela 
diferença de oportunidades que marca as crianças de diferentes 
classes sociais. Portanto, já não se pode mais ensinar como antes 
[...] (BRASIL, 2001, p. 8)
14
 Como visto, a alfabetização vem passando por diversas mudanças. Na unidade III 
estudaremos cada um dos métodos de alfabetização, como também suas respectivas 
implicações no processo de aprendizagem. Teremos também ao longo deste material, 
um subcapítulo em que veremos as contribuições da psicogênese da escrita, que muito 
colaborou para a mudança de paradigmas na alfabetização. 
 Como já vimos, anteriormente, a alfabetização vem passando por várias influências 
benéficas de resultados de pesquisas. Nessas várias pesquisas percebeu-se que a 
alfabetização não se trata somente da aplicação de sequências de atividades motoras e, sim, 
de desenvolvimento cognitivo, no qual as crianças manifestam diferentes possibilidades 
de aprendizagem da escrita.
 Fazemos uso da escrita em diversos contextos de nossa vida, na padaria, restaurante, 
escola, família, entre amigos; sempre estamos em contato com a escrita. E nesse contexto, 
aparece o letramento, já que desde o nosso nascimento estamos expostos a esse mundo 
letrado. A partir das perspectivas de letramento, a concepção de alfabetização mudou 
completamente rompendo as barreiras da sala de aula e se estendendo para o dia a dia.
 O educador Paulo Freire em seus estudos destaca que aprender a ler vai além 
de decodificar o código, faz-se necessário compreender o que leu, vista dessa maneira 
a aprendizagem tem uma relação social, cultural e coletiva, buscaremos conceituar 
letramento nessas perspectivas. Refletir sobre a língua escrita como uso social nos conduz 
ao conceito de letramento, ou melhor, numa perspectiva sociocultural da língua escrita.
 E o que é letramento? 
Conforme dicionário Houaiss (2001, p.1474) há três definições para o vocábulo, que são elas: 
“1 Representação da linguagem falada por meio de sinais; escrita. 2. Alfabetização (‘pro-
cesso’). 3. conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de 
materiais escritos.” Esta última definição é a que mais se associaao que a palavra designa.
FIQUE ATENTO
 Para confirmar essa designação apresentada no Fique Atento acima, sobre o que é 
letramento, as palavras de Soares (2004, p. 16) dão embasamento sobre o assunto. Letrar é:
[...] mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro 
de um contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e 
façam parte da vida do aluno. Segundo o dicionário Aurélio, 
letrado é aquele “versado em letras, erudito”, enquanto que 
iletrado é “aquele que não tem conhecimentos literários” 
e também o “analfabeto ou quase analfabeto” (SOARES, 
2004, p.16).
 Ao estudarmos o conceito de letramento devemos refletir sobre o quão é significante 
essa concepção para a ampliação do ato de se alfabetizar, já que assim alfabetizar está 
relacionado somente ao indivíduo e o letramento relaciona à dimensão social desse sujeito, 
esses dois aspectos são inseparáveis já que somos sujeitos sociais por natureza.
 Na próxima unidade estudaremos com mais detalhes o processo de alfabetização e 
letramento. Apresentamos uma introdução ao assunto para entendermos como e de onde 
surgiram os termos alfabetização e letramento. 
15
FIXANDO O CONTEÚDO
1. De acordo com Cagliari (1996, p.106), podemos considerar que a escrita tem sua história 
e esta se passou em três fases distintas. Marque a opção correta:
a) A pictórica, a ideográfica e a alfabética
b) A alfabética, a analfabética e a ideográfica
c) A pictórica, a ideográfica e a silábica. 
d) A alfabética, a ideográfica e a silábica.
e) A pictórica, a ideográfica e a pré-silábica.
2. Você viu ao longo do capítulo que a primeira forma de representação gráfica do mundo 
que os homens inventaram foi a:
a) Alfabética.
b) Ideográfica.
c) Pictográfica.
d) Silábica.
e) Pré-silábica.
3. (Quadrix 2020 – adaptada) A escrita ideográfica marca a segunda fase do desenvolvimento 
da linguagem escrita. Com relação à escrita desse período, marque a opção correta.
a) Trabalhavam com a hipótese de que os caracteres gráficos representavam características 
daquilo a que se referiam, do campo físico das ideias.
b) Representavam ícones, mas nunca similares à lógica do computador.
c) Representavam as hipóteses sem lógica nenhuma.
d) Usavam ícones, os quais nunca poderiam funcionar com a mesma lógica de representação 
dos ícones do computador.
e) Desenhavam ícones, mas sem diferenciá-los da escrita.
4. (IBADE – 2020 adaptada) Leia o texto abaixo para responder a questão.
Vivemos numa sociedade grafocêntrica. A leitura e a escrita permeiam as interações humanas. 
Entretanto, na escola, ainda enfrentamos dificuldades no desenvolvimento de atividades que 
promovam não apenas o aprendizado sobre a linguagem, mas também a conscientização da 
centralidade da escrita e da leitura na sociedade.
Esse problema – o inadequado processo de escolarização na modalidade escrita e a artificialização 
da produção dos alunos – tem se tornado um obstáculo para uma aprendizagem significativa.
Concepções sobre letramento (Bakhtin, Kleiman, Street, Soares, Freire) mostram uma possibilidade 
concreta para um ensino-aprendizagem significativo. 
Um caminho emancipatório para o ensino pode ser exemplificado pela:
16
a) Utilização de todos os possíveis artefatos tecnológicos em sala de aula.
b) Aproximação das atividades escolares com as práticas sociais dos alunos.
c) Criação de atividades e jogos competitivos do tipo ‘soletrando’.
d) Organização de grêmios estudantis para representar o interesse de estudantes.
e) Preparação de encontros e seminários para os estudantes trocarem ideias.
5. (CETREDE - 2019) O domínio da linguagem oral e escrita é imprescindível para a inserção 
social do indivíduo, pois é por meio dele que o(os)(as):
a) Ser humano impõe seus pontos de vista.
b) Saberes linguísticos são determinados.
c) Direito de expressão é autorizado.
d) Informações são censuradas.
e) Conhecimento é construído.
6. (FGV - 2019) Leia o fragmento a seguir.
“_____________ é o processo de aprendizagem no qual se desenvolve a habilidade de ler e 
escrever. ___________ é o processo que desenvolve o uso competente da leitura e da escrita 
nas práticas sociais.”
Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do fragmento acima.
a) Alfabetismo – Alfabetização.
b) IIetrismo – Letramento.
c) Letramento – Alfabetismo.
d) Alfabetização – Letramento. 
e) Alfabetização – Iletrismo.
7. (GUALIMP – 2020 - adaptado) Para Ferreiro (1996) a leitura e escrita são sistemas 
construídos paulatinamente. As primeiras escritas feitas pelos educandos no início da 
aprendizagem devem ser consideradas como produções de grande valor, porque:
a) O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social.
b) Muitos professores ainda definem erroneamente o processo de alfabetização como 
sinônimo de uma técnica.
c) A língua escrita adquire seu caráter de objeto social.
d) De alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para representar algo.
e) Dominam convenções gráficas
8. (Nosso Rumo - 2020) No que concerne às capacidades linguísticas da alfabetização, a 
compreensão e valorização da cultura escrita (capacidades, conhecimentos e atitudes) diz 
respeito, entre outros, a:
a) Dominar as relações entre fonemas e grafemas.
b) Compreender a natureza alfabética do sistema da escrita.
c) Conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita na 
17
sociedade.
d) Conhecer o alfabeto.
e) Dominar convenções gráficas.
[...] mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro de um 
contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e façam parte da 
vida do aluno. Segundo o dicionário Aurélio, letrado é aquele “ver-
sado em letras, erudito”, enquanto que iletrado é “aquele que não 
tem conhecimentos literários” e também o “analfabeto ou quase 
analfabeto” (SOARES, 2004, p.16).
18
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
UNIDADE
02
19
 O domínio da escrita e da leitura é uma grande preocupação não só no ambiente 
escolar, mas também por parte de toda a sociedade, principalmente, dos pais que têm 
filhos matriculados nesse período escolar denominado: alfabetização. Além disso, essa 
preocupação não se restringe em aprender a ler e a escrever, a escola precisa formar leitores 
e escritores, sujeitos que dominem a leitura e a escrita e que saibam usá-las no dia a dia.
2.1 INTRODUÇÃO
2.2 ENTENDENDO O TERMO 
ALFABETIZAÇÃO
 Para começarmos nossa conversa sobre o assunto é fundamental refletirmos sobre o 
conceito de alfabetização. Geralmente, considera-se como alfabetizada a pessoa que sabe 
ler e escrever. Contudo, essa questão do que vem a ser uma pessoa alfabetizada é bem mais 
ampla e não se refere apenas às ações de codificação e decodificação. Podemos pensar a 
alfabetização como um processo que circunda outras competências e que ocorre não só 
de maneira sistematizada na escola, mas em todos os momentos da vida do indivíduo. 
 Diante disso, procuramos entender o conceito de alfabetização baseando-nos no 
que propõe Soares (2010, p. 15), considerada uma das principais referências sobre o assunto: 
[...] não parece apropriado, nem etimológica nem pedagogicamen-
te, que o termo alfabetização designe tanto o processo de aquisi-
ção da língua escrita quanto o seu desenvolvimento; etimologica-
mente, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de levar 
à aquisição do alfabeto’, ou seja, ensinar o código da língua escrita, 
ensinar habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribui um 
significado mais amplo ao processo de alfabetização seria negar-
-lhe a especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização 
de sua natureza, na configuração das habilidades básicas de leitura 
e escrita, na definição da competência em alfabetizar. Toma-se, por 
isso, aqui, alfabetização em seu sentido próprio, especifico: proces-
so de aquisição do código escrito das habilidades de leitura e da 
escrita. Em relação ao conceito de alfabetização, assim entendido, 
o debate básico desenvolve-se em torno de dois pontos de vista, decerta forma, estão presentes no duplo significado que os verbos ler 
e escrever possuem em nossa língua.
 Para Soares (2010), o primeiro significado incide em dominar de maneira “mecânica” 
a língua escrita. Nessa perspectiva, o indivíduo detém a habilidade de codificar a língua oral 
em língua escrita e decodificar a língua escrita em língua oral, ou seja, a pessoa consegue 
ler. Nesse primeiro entendimento basta decodificar, enquanto que para o segundo sentido 
para os verbos ler e escrever é preciso que se entenda a língua. De acordo com Kramer 
(1982) apud Soares, (2010, p. 16) “o objetivo primordial é a apreensão e a compreensão do 
mundo, desde o que está mais próximo à criança ao que lhe está mais distante, visando à 
comunicação, à aquisição de conhecimento, à troca”.
 E assim o conceito de alfabetização foi se modificando em razão das mudanças das 
20
2.3 APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA
( PSICOGÊNESE DA ESCRITA )
questões de leitura e escrita e de acordo com Soares (2004, p. 72):
[...]à medida que foram se intensificando as demandas sociais de 
profissionais de leitura e de escrita, apenas aprender a ler e a escre-
ver foi se revelando insuficiente, e tornou-se indispensável incluir 
como parte constituinte do processo de alfabetização também o 
desenvolvimento de habilidades para o uso competente da leitura 
e da escrita nas práticas sociais e profissionais. Conclui dizendo que 
[...] esse processo não pode ser dissociado do processo educativo, 
que o inclui e lhe dá sentido.
 É indiscutível a importância do domínio da língua oral e escrita para o desenvolvimento 
pessoal, sendo assim, faz-se necessário que a escola busque novas metodologias que 
possam contribuir para o aprendizado da leitura e da escrita dos educandos.
Ferreiro (2003) acredita na alfabetização não apenas como um estado, mas um processo. 
Ela inicia-se cedo e se estende pela vida. A alfabetização não é homogênea, não se alfabe-
tiza para usar a língua em todas as situação que ela possa ser empregada na escrita. Nor-
malmente, temos felicidades com a leitura de um tipo de texto e dificuldades para outros. 
Lembrando que essas diferenças de leitura mudam de acordo com o período histórico, as 
culturas e o avanço da tecnologia.
FIQUE ATENTO
Para maior conhecimento a respeito do referido tema deixamos aqui sugestão de 
leitura complementar para orientar e aprofundar os estudos de vocês a respeito 
de letramento e alfabetização. Leia a parte 1 do livro “Alfabetização e Letramento” 
de Soares. Disponível em: https://bit.ly/3v2Ce9u. Acesso em: 12 abr. 2021.
BUSQUE POR MAIS
 Um marco importante para os estudos relacionados à escrita no Brasil ocorreu em 
1985 com a da tradução do título Psicogênese da língua escrita de autoria das pesquisadoras 
Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Segundo Mello (2015, p.254), “Mesmo antes da publicação 
da tradução brasileira do livro Psicogênese da língua escrita e da divulgação dos resultados 
na Argentina, Ferreiro começou a tratar do tema da alfabetização em nosso país”.
 O livro, resultado de suas reflexões e pesquisas, busca evidenciar que existe um 
novo modo de compreendermos a questão do fracasso da alfabetização. Para as autoras a 
aprendizagem da leitura:
21
[...] entendida como questionamento a respeito da natureza, da 
função e do valor desse objeto cultural que é a escrita, inicia-se mui-
to antes do que a escola imagina, transcorrendo por insuspeitados 
caminhos” (Ferreiro e Teberosky, 1985, nota preliminar).
 De acordo com as autoras Ferreiro e Teberosky (1985), a escrita tem início antes 
mesmo do período em que a criança é matriculada na escola, essa iniciação se dá através 
dos meios culturais, dos diferentes contextos educativos que a criança está inserida e de 
acordo com a língua. 
 Sendo assim, não é suficiente saber ler e escrever para que uma pessoa possa ser 
considerada alfabetizada, uma vez que a alfabetização vai muito além do domino do 
alfabeto.
 Podemos observar que a criança antes mesmo de frequentar a escola já tem uma 
necessidade de explicar seus desenhos, mostrar o que eles representam; essa é uma 
maneira de representação em linguagem escrita, pois é importante para ela mostrar 
que os desenhos estão representando algo, têm um significado para ela. Em vista disso, 
é importante o estímulo aos desenhos, aos rabiscos, às formas, à leitura e à escrita que 
a criança produz, não devemos valorizar somente as letras, sílabas e palavras que são 
consideradas certas de acordo com nosso código de língua.
 Como nos aponta as pesquisadoras:
Na maioria de nossas sociedades as crianças iniciam a educação 
elementar por volta de seis anos de idade, e ela já é capaz de fazer a 
leitura e escrever de forma figurativa e essa leitura e escrita deve ser 
considerada pelo o professor para ser posteriormente reconhecida 
como a leitura que consideramos correta na norma culta (Ferreiro 
e Teberosky, 1985, p. 77).
 Nessa acepção, ao compreendermos a criança como sujeito cognoscente, a escola 
passa a ter um novo papel, uma nova dimensão. Uma de suas funções, agora, é contribuir 
para que as crianças tenham acesso à linguagem escrita que privilegie o sentido social, ou 
seja, a criança passa a compreender a escrita e sua utilização no dia a dia. O aprendizado 
da linguagem escrita não fica reduzido apenas a uma técnica, e sim, à construção de um 
sistema de representação.
 Sendo assim, a escola precisa deixar de operar com o princípio de que a leitura e 
escrita baseiam-se no ensino de sinais ortográficos; normalmente, a instituição escolar 
está mais preocupada em fazer com que a criança aprenda a identificar letras, sílabas e 
palavras. No entanto, essa visão vem mudando ao longo do tempo. 
Cognoscente: Capaz de assimilar conhecimento, de conhecer, de passar a sa-
ber; quem busca saber ou tomar conhecimento sobre: sujeito cognoscente.
GLOSSÁRIO
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3n0A3R8. Acesso em: 24 mar. 2021. 
22
2.4 O QUE É LETRAMENTO ?
 A alfabetização está normalmente delimitada a um momento específico, enquanto 
o letramento está relacionado à condição, ou seja, ao contexto. Que de acordo com Frade 
(2011, p.18) o letramento é “conjunto de outras habilidades específicas que dá sentido o uso 
dos textos.”
 Desse modo, ao longo do tempo, o conceito de alfabetização foi sendo ampliado e 
passa a ser praticamente um sinônimo de letramento. Soares nos aponta que o mundo da 
escrita passa, essencialmente, por dois caminhos: um que se refere ao uso; o outro por meio 
do aprendizado de uma técnica. Dessa maneira de acordo com Soares, a alfabetização se 
refere ao conhecimento dessa técnica, definida da seguinte maneira pela autora:
Chamo a escrita de técnica, pois aprender a ler e a escrever envolve 
relacionar sons com letras, fonemas com grafemas, para codificar 
ou para decodificar. Envolve, também, aprender a segurar um lápis, 
aprender que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a 
direita; enfim, envolve uma série de aspectos que chamo de técni-
cos. Essa é, então, uma porta de entrada indispensável (SOARES, 
2003, p.15).
 Além da porta de entrada técnica, conforme nos mostra Soares, há outra porta que 
deve estar sempre ao lado da técnica que é o letramento. Conforme nos aponta Soares 
(2002), podemos entender o letramento como um estado ou condição da pessoa que além 
de saber ler e escrever, domina e desempenha as práticas sociais acerca da escrita. Dessa 
maneira, ainda em consonância com Soares, entendemos que letramento não é apenas 
o desenvolvimento de apropriação da leitura e da escrita refere-se também ao grau de 
envolvimento com as práticas sociais da leitura e da escrita.
 Para Kleiman (1995, p. 22) letramento é “[...] um conjunto de práticas sociais que usam 
a escrita enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, 
para objetivos específicos”.
 Assim, entende-se que o Letramento transcende o processo de alfabetização, uma 
vez que não se limita apenas a ensinar a ler e escrever, mas possibilitaque o indivíduo se 
relacione com seus meios social e cultural. Em outras palavras, o sujeito passa a se apropriar 
dos diferentes gêneros e tipos textuais e passa a usá-los a seu favor. Nessa perspectiva, a 
escola deve trazer para a sala de aula situações concretas de uso da escrita. 
As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não 
necessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita, não 
necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a es-
crita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita: não leem li-
vros, jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimen-
to, uma declaração, não saber preencher um formulário, sentem 
dificuldade para escrever um simples telegrama, uma carta, não 
conseguem encontrar informações num catálogo telefônico, num 
contrato de trabalho, numa conta de luz, numa bula de remédio 
(SOARES, 2002, p. 46).
23
2.5 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
 Ao pensarmos no conceito de alfabetização sob as novas perspectivas e de letramento, 
logo, percebemos que esses novos conceitos trouxeram outras formas de alfabetizar, 
sendo assim, a alfabetização extrapolou as barreiras da sala de aula. Quanto ao conceito de 
letramento, esse veio reformular o que compreendemos sobre o ensino da Língua escrita.
 Vale ressaltar que o Letramento não é um novo método de Alfabetização. O conceito 
de letramento como já vimos refere-se a um novo propósito com que se ensina a ler e 
escrever. Dessa maneira, letrar vai além da técnica de alfabetizar, é levar o indivíduo a 
desenvolver a capacidade de pensar criticamente. Letramento vai além do conceito de 
escolaridade e de alfabetização.
[...] no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psi-
colinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também 
do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamen-
te por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional 
de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades 
de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práti-
cas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento (SOARES, 
2004, p.10).
 Com os novos entendimentos para o conceito de alfabetização, logo, devemos 
refletir sobre o valor de se ampliar essa atividade, desse modo alfabetizar está relacionado 
ao individual do sujeito, enquanto o letramento refere-se à sua dimensão social, essas 
duas facetas são intrínsecas. Conforme Soares (2003), vale lembrar que um indivíduo 
alfabetizado não significa um indivíduo letrado; a pessoa alfabetizada é aquela que sabe 
codificar e decodificar, ou seja, consegue ler e escrever. Enquanto a pessoa letrada, ela 
ocupa um estado de letramento, em outras palavras, não só sabe ler e escrever, como 
também, consegue usar a leitura e a escrita no seu dia a dia, sabe quando e o que usar 
corretamente, de acordo com as necessidades sociais em que esteja inserida. 
 Corroborando com as ideias expostas acima, para Kleiman Letramento vai além do 
conceito de escolaridade e de alfabetização:
O fenômeno do letramento, então, extrapola o mundo da escrita tal 
qual ele é concebido pelas instituições que se encarregam de intro-
duzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita. Pode-se afir-
mar que a escola, a mais importante das agências de letramento, 
preocupa-se não com o letramento, prática social, mas com apenas 
um tipo de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de 
códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em 
termos de uma competência individual necessária para o sucesso 
e promoção na escola. Já outras agências de letramento, como a 
família, a igreja, a rua como lugar de trabalho, mostram orientações 
de letramento muito diferentes (KLEIMAN, 1995, p.20).
24
 A partir do momento que se tem consciência da ideia de letramento, o compromisso 
da escola e do alfabetizador é redobrado em relação à efetivação de práticas de letramento. 
Já que idealizar a cidadania em uma sociedade letrada incide apresentar condições para 
que os indivíduos sejam capazes de lidar de forma autônoma com a palavra escrita; de 
maneira que consigam auxiliar as necessidades humanas e sociais, assim, se apropriando 
do espaço que realmente é de direito na sociedade da qual o sujeito faz parte.
 Como vimos nesta unidade, letramento e alfabetização não são conceitos tão 
simples quanto parecem ao se pôr em prática. Ao pensarmos na alfabetização pelo viés 
do letramento devemos nos lembrar de que se refere a um momento de mudança de 
paradigma no ensino e na aprendizagem. Contudo, os questionamentos que levem a 
mudanças benéficas da aprendizagem não podem parar. Sendo assim, o simples fato de 
estar envolvido em práticas de letramento é satisfatório para ser letrado, ou para “ser letrado” 
demanda o envolvimento nessas práticas, e um envolvimento de maneira autônoma. 
Nesse caso, a criança, o adolescente ou o adulto que ainda não seja alfabetizado pode 
estar vivendo esse processo de letramento, entretanto, não podem ainda ser considerados 
letrados, uma vez que o uso da língua escrita por esse indivíduo não está sendo realizado 
inteiramente com autonomia.
 De maneira resumida, baseando-nos no entendimento da pesquisadora do assunto, 
Soares (2014) segue os conceitos de letramento e alfabetização. Se pudéssemos ampliar o 
sentido do vocábulo alfabetização talvez não houvesse necessidade da criação do termo 
letramento. No entanto, essa criação se fez necessária, pois tradicionalmente, sejam em 
dicionários, no uso do dia a dia e também para o senso comum, a alfabetização é entendida 
somente como a aprendizagem do sistema alfabético e suas particularidades de uso, em 
suma, aprender a ler e escrever. Dessa maneira, somente ampliar a significação do termo 
alfabetização para que deixe de referir-se ao que vem designando há tanto tempo seria 
uma tentativa sem sucesso, uma vez que o termo e seus significados já estão consolidados 
na língua. 
 Por esse motivo, justifica-se a inserção do termo letramento, pois este aponta para 
uma outra vertente da alfabetização, da aprendizagem da língua escrita. Pois letramento 
refere-se ao desenvolvimento de habilidades que permitem que o indivíduo saiba usar a 
leitura e a escrita de maneira eficiente, nos diversos contextos de sua vida, a pessoa letrada 
estará apta a ler e escrever os mais variados tipos e gêneros textuais, em diversos suportes, 
com diferentes objetivos em interação com seus interlocutores. 
Sabemos que o período de aprendizagem da escrita e da leitura na vida da criança é mui-
to importante, pois ela será inserida numa nova forma de comunicação. No entanto, ainda 
encontramos alguns profissionais e também pais que veem os conceitos de alfabetização e 
letramento como iguais. A partir das definições apresentadas na unidade e da indicação de 
leitura complementar sobre o tema alfabetização e letramento, busque fazer uma distinção 
entre esses dois termos.
VAMOS PENSAR?
25
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (EXATUS-PR - 2015 – adaptado) Analise as afirmativas abaixo, no que se refere à 
alfabetização e ao letramento.
I. A alfabetização é apenas um processo baseado em perceber e memorizar para aprender 
a ler e escrever. Contudo, o aluno precisa construir um conhecimento de natureza 
conceitual.
II. O letramento surge a partir das novas relações estabelecidas com as práticas de leitura 
e escrita na sociedade, ao passo que não basta apenas saber ler e escrever, mas quais 
funções a leitura e a escrita assumem em decorrência das novas exigências impostas 
pela cultura letrada.
III. A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades 
pela leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem.
IV. Em primeiro lugar a alfabetização é simplesmente a relação entre o método utilizado e 
o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança.
Está CORRETO o que se afirma em:
a) Apenas as afirmativas I, II e III.
b) Apenas as afirmativas II, III e IV.
c) Apenas as afirmativas IIe III.
d) Apenas as afirmativas III e IV.
e) Apenas as afirmativas I e III.
2. (IDECAN- SEARH – RN-2016- adaptada) Analise as afirmativas correlatas.
I. “A criança, desde muito cedo, está inserida de forma sistemática, no mundo letrado.”
 
 PORQUE
II. “Vive numa sociedade em que as pessoas são usuárias da linguagem.”
Assinale a alternativa correta.
a) As duas afirmativas são falsas.
b) As duas afirmativas são corretas e se completam.
c) A primeira afirmativa é falsa e a segunda, verdadeira.
d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si.
e) A primeira alternativa é verdadeira e a segunda, falsa.
3. (Quadrix - 2019) A respeito de alfabetização e letramento, correlacione as colunas e, em 
seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
26
 1) Alfabetização 
 2) Letramento
( ) Aquisição de uma tecnologia: o sistema alfabético e ortográfico.
( )Deixa o indivíduo apto a desenvolver os mais diversos métodos de aprendizado da língua. 
( ) Habilita o sujeito a utilizar a escrita e a leitura nos mais diversos contextos. 
( ) Desenvolvimento de habilidades de uso da tecnologia da escrita.
a) 1/ 2/ 1/ 2.
b) 2/ 1/ 2/ 1.
c) 2/ 2/ 1/ 1.
d) 1/ 1/ 2/ 2 .
e) 1/ 2/ 2/ 1.
4. (Prefeitura Municipal de Jataí – Pedagogo- Quadrix - 2019) Assinale a alternativa que 
apresenta o conceito de letramento:
a) Processo de codificação e decodificação da escrita.
b) Incorporação estrutural da capacidade de leitura.
c) Introdução do aluno adulto no mundo da escrita.
d) Desenvolvimento do uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais.
e) Desenvolvimento das estruturas neurais necessárias à leitura de diferentes estilos 
textuais.
5. (CONTEMAX – 2019) Em conformidade com as dimensões da proposta pedagógica 
para o ensino da linguagem escrita para crianças, marque a alternativa que complete 
adequadamente a frase abaixo:
_______ se refere ao processo por meio do qual o sujeito domina o código e as habilidades 
de utilizá-lo para ler e escrever. Trata-se do _______ da tecnologia, do conjunto de técnicas 
que o capacita a exercer a arte e a ciência_______.
a) Letramento; desenvolvimento; do saber.
b) Alfabetização; domínio; da escrita.
c) Alfabetização; conhecimento; do saber.
d) Letramento; domínio; do saber.
e) Ensino; exercício; moderna.
6. (ADM&TEC – 2019) Leia as afirmativas a seguir: 
I. Ao conduzir o processo de alfabetização e letramento, o alfabetizador deve compreender 
que cada criança aprende no seu tempo, de acordo com suas diferenças e suas 
capacidades cognitivas.
II. Considerar que as crianças são diferentes entre si, implica propiciar uma educação 
baseada em condições de aprendizagem que desrespeitem suas necessidades e ritmos 
individuais. 
Marque a alternativa CORRETA:
27
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.
e) A afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira. 
7. (ADM&TEC – 2019) Leia as afirmativas a seguir:
I. A alfabetização é um processo que não se limita apenas a ler e escrever os signos do 
alfabeto, mas, sim, compreender como funciona a estrutura da língua e a forma como 
é utilizada. 
II. A prática educativa deve evitar situações de aprendizagens que reproduzam contextos 
cotidianos. 
Marque a alternativa CORRETA:
a) A afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira. 
b) As duas afirmativas são verdadeiras.
c) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
d) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
e) As duas afirmativas são falsas.
8. (Avança SP – 2020) No que tange ao processo de alfabetização, analise os itens a seguir 
e, ao final, assinale a alternativa correta:
I. O letramento é a forma pela qual as pessoas funcionam no discurso da sociedade. 
II. O letramento se dá apenas na escola. 
III. O letramento e a alfabetização são fenômenos independentes.
a) Apenas o item I é verdadeiro.
b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.
28
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO UNIDADE
03
29
3.1 INTRODUÇÃO
 Na história das políticas de alfabetização, os debates sobre os métodos têm sido 
um dos pontos mais polêmicos ao longo do tempo. E assim, as escolhas de métodos para 
alfabetização ora são consideradas como a solução para resolver a questão do fracasso 
da alfabetização, em outros momentos nega-se a necessidade de métodos, gerando 
a desvalorização de práticas bem-sucedidas que se basearam na tradição do uso dos 
métodos.
Antes de iniciarmos o conteúdo faremos uma atividade semelhante a que fizemos na 
unidade I. Vamos exercitar a memória e tentar nos lembrar das situações abaixo?
• Em que ano foi alfabetizado?
• Frequentou a escola rural ou urbana?
• Quais eram os objetos escolares mais utilizados?
• Os exercícios e procedimentos mais aplicados?
• Havia livros didáticos ou usavam outro tipo de material?
• Você frequentou a pré-escola? Teve experiência prévia com a escrita?
VAMOS PENSAR?
 Dessa maneira, cada um de nós passou pelo período da alfabetização, e se compararmos 
nossas memórias, logo, perceberemos que alguns métodos em determinadas regiões e 
estados se assemelham, e em outros são bem distintos. E veremos que há práticas de 
alfabetização que se repetem para todos nós, em diferentes tempos. Mas, afinal, o que 
seriam esses métodos? Historicamente, consideram-se dois métodos de alfabetização: o 
sintético e o analítico. 
 A prática docente está interligada à metodologia usada, pois o trabalho do docente 
organiza-se em função desse método. Nesta unidade, ampliaremos nossa visão para 
essa prática, estudando as principais características dos métodos sintético e analítico 
empregados no trabalho de alfabetização. Muito se vem discutindo sobre qual método de 
ensino da leitura e da escrita é mais eficaz no processo de alfabetização. 
 Em relação aos métodos, Mortatti (2000) colabora nos mostrando que a alfabetização 
é um procedimento que envolve a intenção, a sistematização e a escolarização e não há 
como procedê-la sem um método; este deve abranger também os objetivos e os conteúdos 
fundamentais ao desenvolvimento da prática de alfabetizar. Ou seja, a utilização dos 
métodos é imprescindível, no entanto, não será somente eles que resolverão todos os 
problemas que envolvem a alfabetização. Trata de um processo muito heterogêneo, o qual 
está em uma busca constante para solucionar os problemas das crianças em aprender a 
ler e a escrever, bem como as dificuldades encontradas pelos professores para ensinar as 
crianças essas duas atividades tão importantes para a vida delas. 
 Sendo assim, ao discutirmos sobre os métodos de alfabetização não devemos 
considerar que o método de ensino selecionado é somente uma das referências em um 
processo de educação. 
30
3.2 MÉTODOS SINTÉTICOS 
 Considerado o método de alfabetização mais antigo, existe há cerca de 2000 anos, 
passou pela Antiguidade, chegando à Idade Média, momento em que foi adotado também 
em alguns países europeus. A França, por exemplo, utilizava-se desse método para ensinar, 
primeiramente, o latim e, posteriormente, ensinava-se a língua materna. 
 De acordo com Almeida (2008, p. 4234), os métodos sintéticos “seguem a marcha 
que vai das partes para o todo, ou seja, primeiro a criança internaliza as unidades menores 
(fonemas), para depois gradativamente chegar às unidades maiores”. Inicialmente se 
aprende o processo de codificação e decodificação para, posteriormente, numa etapa 
considerada mais avançada compreender a leitura e a escrita. A aprendizagem pelos 
métodos sintéticos conduz à decodificação ou decifração. O método sintético se divide 
em três processos: alfabético, fônico e silábico. 
 Segundo Frade (2005) há três métodos sintéticos que se sobressaem: o método da 
soletração ou alfabético,que dá ênfase aos nomes das letras; o da silabação, que parte das 
sílabas e os fônicos que iniciam das unidades menores, isto é, dos sons que correspondem 
à pauta sonora.
3.2.1 MÉTODO ALFABÉTICO 
 No método Alfabético ou da soletração a criança aprende o nome de cada letra, suas 
formas maiúsculas e minúsculas, a sequência do alfabeto e junta as letras entre si, formando 
sílabas ou palavras. Dessa maneira, os alunos devem decorar as letras do alfabeto, letra por 
letra, pois assim conseguirão formar sílaba, palavra ou texto. Conforme nos aponta Galeriani 
e Galuch (2018, p. 2-3) enfatizando-se o processo de pronunciar “os “nomes” das letras antes 
de fazer a combinação silábica (BE+A= BA, por exemplo). O ensino com a marcha sintética 
contou com materiais didáticos para auxiliar o ensino e a aprendizagem da leitura e da 
escrita.” De acordo com Frade (2005, p. 23), “um material que pode ser citado, que coincide 
com o uso do método alfabético, são as Cartas de ABC e os silabários”
 O método alfabético ou de soletração acontece pela:
[...] memorização que se dá por meio da: decoração oral das letras 
do alfabeto, seu reconhecimento posterior em pequenas sequên-
cias e numa sequência de todo o alfabeto e, finalmente, de letras 
isoladas. Em seguida a decoração de todos os casos possíveis de 
combinações silábicas, que eram memorizadas sem que se esta-
belecesse a relação entre o que era reconhecido graficamente e o 
que as letras representavam, ou seja, a fala (FRADE, 2007. p. 22-23).
 O modo alfabético é considerado um dos mais tradicionais, é empregado há mais 
de dois séculos. O método parte de unidades menores e abstratas que vão combinando 
com outras à medida que a criança vai aprendendo. Geralmente, a criança aprende, 
primeiramente, o nome das letras que compõem o alfabeto, posteriormente, quando junta 
as letras vai soletrando e decorando algumas sílabas. Depois de aprender a juntar as sílabas 
e decorá-las, a criança passa a buscar encontrar essas sílabas/palavras em um texto.
31
3.2.2 MÉTODO FÔNICO
 Para o método fônico deve-se ensinar as relações entre os sons e as letras, com o 
objetivo de levar a criança a relacionar a palavra falada com a palavra escrita. Dessa maneira, 
a menor unidade para se analisar é o som. O método fônico tem por objetivo:
[...] desenvolver as habilidades metafonológicas e ensinar as corres-
pondências grafofonêmicas de modo que possa levar a criança a 
adquirir leitura e escrita competentes; ou seja, escrita, fazendo co-
dificação fonografêmica fluente para poder registrar seus pensa-
mentos e, na leitura, fazendo decodificação grafofonêmica fluente 
para obter acesso semântico natural à medida que processa o texto 
(Capovilla 2004, p.6).
 Para o método fônico, primeiramente, deve-se priorizar as atividades com as vogais 
e, em seguida, as consoantes, dando destaque para a identificação gráfica, depois para os 
nomes das letras e, posteriormente, para os sons característicos. O método fônico preocupa-
se em desenvolver a consciência fonológica, de maneira sistematizada e explícita. No que 
se refere à sistemática do ensino da língua escrita, conforme o grau de dificuldade da 
relação fonema-grafema, Seabra e Dias (2011, p. 312) defendem que o aluno desenvolve 
as “[...] habilidades de decodificação grafofonêmica e de codificação fonografêmica, 
paralelamente ao trabalho para desenvolvimento da consciência fonológica”.
 Alguns pesquisadores apontam que esse método de alfabetização possibilita ao 
aluno aprender a ler e a escrever de maneira mais autônoma, o que é benéfico para a 
apropriação das linguagens oral e escrita. No entanto, Frade (2005) apresenta algumas 
considerações em relação ao método fônico:
[...] algumas letras podem representar diversos fonemas, segundo 
sua posição na palavra: a letra s, por exemplo, corresponde a dife-
rentes fonemas, conforme apareça no começo da palavra (sapato, 
semente, sílaba, sorte, susto) ou entre vogais (casa, pose, música, 
pouso, usual). Além disso, um fonema pode ser representado por 
várias letras: o fonema /s/ por ser representado pela letra s (sape-
ca), pela letra c (cenoura), pela letra ç (laço), pelo dígrafo ss (assar), 
pelo dígrafo sc (descer), pelo dígrafo xc (excelente). O princípio de 
relação direta da fala com a escrita não se aplica, então, à maioria 
dos casos. Por isso temos a ortografia e diversas convenções para 
estabilizar essas diferenças de representação (FRADE, 2005, p. 27).
Figura 2: Metodologia fonética
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3sBRt7L. Acesso em: 10 jan. 2021.
32
 Por outro lado, Capovilla e Capovilla (2002) esclarecem que ao se alfabetizar utilizando 
o método fônico, este tende a potencializar o progresso da consciência fonológica e 
também o ensino claro e visível da relação grafema-fonema avança gradualmente, ou seja, 
parte dos sons das letras e chega-se à escrita de textos maiores, mais complexos.
3.2.3 MÉTODO SILÁBICO
 No método da silabação a principal unidade a ser analisada pelos discentes é a 
sílaba. Contudo, em algumas cartilhas de alfabetização do século XX o trabalho inicial de 
alfabetização centrava-se nas vogais e seus encontros formando na sequência as sílabas.
No desenvolvimento do método, geralmente é escolhida uma or-
dem de apresentação, feita segundo princípios calcados na ideia 
‘do mais fácil para o mais difícil’, ou seja, das sílabas ‘simples’ para 
as ‘complexas’. São apresentadas palavras-chave, utilizadas apenas 
para indicar as sílabas, que são destacadas das palavras e estuda-
das sistematicamente em famílias silábicas (FRADE, 2005, p. 27).
 Como já mencionado, o foco do método silábico incide sobre as sílabas. No processo 
de alfabetização o ensino dessas unidades menores é direcionado de maneira gradual 
de acordo com o grau de dificuldade das famílias silábicas. A partir dos grupos silábicos 
estudados, o aluno vai aprendendo a escrever palavras, depois as frases e, por fim, os 
textos. Para esse método de ensino foram utilizadas as cartilhas. Frade (2005) destaca duas 
cartilhas: Caminho Suave e Cartilha Sondré que direcionavam o ensino e a aprendizagem 
para a decomposição e a composição das famílias silábicas.
 Para Frade (2005) o método silábico tem vantagens e complexidades, para a autora, 
uma das vantagens refere-se ao processo de aprendizagem da leitura, pois o método 
facilita a leitura, uma vez que enfatiza as sílabas e não aos fonemas, separadamente.
 No exemplo de uma lição (Lição do gato), da cartilha Caminho Suave, de Branca 
Alves de Lima, percebemos que o que se pretende ensinar é a sílaba e não o sentido do 
texto.
Figura 3: Lição do gato
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3viNmzp. 
Acesso em: 20 mar. 2021.
33
 O outro exemplo foi retirado da cartilha Sodré, esta cartilha traz mais de uma sílaba 
em cada lição, a vogal é a mesma para todas as sílabas.
Figura 3: Repetição de sílaba
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3gCY53B. 
Acesso em: 10 fev. 2021. 
Cartilha Suave: foi escrita pela autora Branca Alves de Lima, em São Paulo, 1974. Editora Ca-
minho Suave.
Cartilha Sondré: foi escrita por Benedita Stahl Sondré, em 1965 e editada pela Cia Editora 
Nacional.
FIQUE ATENTO
3.3 MÉTODOS ANALÍTICOS
 Os métodos analíticos partem do todo para as partes e buscam romper completamente 
com os conceitos da decifração. Os métodos mais conhecidos são: global, sentenciação e 
palavração, o emprego deles defende-se o trabalho com sentido. Dessa maneira, esses 
métodos estão preocupados com a compreensão, entendem que a linguagem escrita 
deve ser ensinada à criança de acordo com sua percepção global da língua. A palavra, a 
frase e o texto são as unidades de análise.
 Conforme Frade (2005, p. 32), há alguns pontos comuns entre os defensores dos 
métodos analíticos, que são:
• A linguagem funciona como um todo;
• Existe um princípio de sincretismo no pensamento infantil: primeiro percebe-se o todo 
para depois se observar as partes; 
• Os métodos de alfabetização devem priorizar a compreensão; 
• Noato da leitura, o leitor se utiliza de estratégias globais de reconhecimento; 
• O aprendizado da escrita não pode ser feito por fragmentos de palavras, mas por seu 
significado, que é muito importante para o aprendiz; 
• A escola tem que acompanhar os interesses, a linguagem e o universo infantil e, portanto, 
34
as palavras percebidas globalmente também devem ser familiares e ter valor afetivo 
para a criança.
3.3.1 MÉTODO GLOBAL 
 No método global parte-se de pequenas histórias, posteriormente, separa o texto 
em frases, em seguida, as frases em palavras, as palavras em sílabas e, por fim, formam-se 
novas palavras com as sílabas aprendidas. Sendo assim, no método global a aprendizagem 
é voltada para a leitura e o texto é a base para o processo de alfabetização. 
 Para Freitas (2016, p. 56), o método global, didaticamente, faz o seguinte trajeto:
a. reconhecimento global do texto; b) memorização do texto; c) 
divisão do texto em sentenças (frases); d) reconhecimento de 
expressões (porções de sentido); e) divisão das sentenças em 
palavras e f) divisão das palavras em sílabas.
 Para Frade (2005, p. 37) “[...] quando se elege a organização do processo de apropriação 
da língua escrita por palavra ou sentença, a criança tem acesso a uma significação, podendo 
‘ler’ palavras, sentenças ou textos desde a primeira lição, por reconhecimento global”. Em 
outras palavras, ao se usar o método global pressupõe-se que a criança ao memorizar as 
palavras lidas, a decodificação dessas acontecem de maneira mais rápida.
3.3.2 MÉTODO DE PALAVRAÇÃO
 Nesse método, as palavras consideradas mais expressivas são retiradas de um texto, 
depois são agrupadas, em seguida são apresentadas aos alunos que aprendem a partir 
da visualização dessas palavras. Isto é, o aluno aprende relacionando o vocábulo com a 
imagem gráfica que visualiza. 
 Morais, Albuquerque e Leal (2008, p. 17) mostram como se dá o processo de palavração:
[...] a criança é colocada diante de uma lista de palavras ditas e 
compreendidas num processo oral, usando, assim, a técnica da 
memorização, para o reconhecimento global de certa quantidade 
de palavras da lista em combinações diferentes, para construírem 
sentenças significativas e, na sequência, trabalhar as sílabas/letras 
até a criança se tornar capaz de fazer, de forma automática, as con-
versões letras/sons.
 No método da palavração o ponto de partida do processo de alfabetização é a análise 
das palavras, depois que o aluno aprende a decompor as palavras em sílabas e letras. Dessa 
maneira, nesse método as crianças aprendem, primeiramente, a ler as palavras, globalmente, 
depois que faz a decomposição. É considerado como um método descomplicado, uma vez 
que emprega palavras básicas e estimula a criança ao reconhecimentos dos sonsa dessas 
palavras.
3.3.3 MÉTODO DE SENTENCIAÇÃO
35
 No método de sentenciação usa-se a comparação das palavras, assim, o professor 
separa os elementos que já são de conhecimento do aluno, pois assim há uma expansão 
do vocabulário na aprendizagem. Dessa forma, vão surgindo novas palavras e as leituras 
delas vão sendo aprendidas. “Na sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, 
que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as 
sílabas” (BORGES, 2008, p. 3). 
 Dessa forma, percebemos que no método da sentenciação o processo de ensino 
parte da leitura global e compreensão das sentenças, ou seja, das frases; em seguida, 
realiza-se a decomposição das palavras e, por fim, chega-se às sílabas. A alfabetização 
por esse método conduz-se à comparação e à decomposição de palavras. Com isso, a 
aprendizagem do aluno por meio do método de sentenciação incide em aprender a leitura 
e a escrita de novas palavras. Como o nome do método indica, no processo de sentenciação 
o aprendizado da leitura e escrita inicia-se por frases inteiras e explora-se a memorização. 
 Para sistematizar essa síntese da abordagem dos métodos observe o quadro abaixo: 
Figura 5: Sinopse das fases dos métodos
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3x4YMbD. Acesso em: 12 abr. 2021. 
Entenda mais sobre os métodos de alfabetização, sua condição fundamental e a 
realidade nas salas de aula durante o processo de letramento infantil, lendo o livro 
“Alfabetização: a questão dos métodos” da pesquisadora Magda Soares. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3szyM4K. Acesso em: 14 fev. 2021.
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FIXANDO O CONTEÚDO
1. Identifique as ideias centrais dos métodos de alfabetização, fazendo a correspondência 
dos números e parênteses. Em seguida, marque a opção correta. 
 1) Método alfabético.
 2) Método fônico.
 3) Método silábico.
 4) Método global .
( ) Elege como unidade o fonema, ressaltando as relações diretas entre a cadeia sonora e 
a representação escrita.
( ) Prioriza o ensino do alfabeto e a identificação de letra por letra, para o reconhecimento 
de sílabas e palavras. 
( ) Toma como unidade mínima as sílabas e as reorganiza para compor novas palavras.
( ) Elege como unidade o texto, por considerá-lo uma unidade que leva à compreensão.
a) 2,1,3,4.
b) 3,2,1,4.
c) 2,4,3,1.
d) 4,1,3,2.
e) 1,4,2,3.
2. (URI – 2018) O processo de popularização da língua escrita originou a preocupação com 
o “como alfabetizar”. Desde então, a busca pelo melhor método de alfabetização é uma 
constante. No que diz respeito aos métodos de alfabetização sintético e analítico (Moll, p. 
60), pode-se afirmar que: 
1. O método de marcha sintética é o mais antigo; usado na Grécia e Roma Antiga tem 
mais de 2.000 anos. Parte do elemento para o todo, isto é, da letra para a sílaba e da 
sílaba para a palavra; propõe partir dos elementos mais simples para chegar aos mais 
complexos. 
2. Pelo método sintético, no processo fônico, a fase inicial da aprendizagem concentra-se 
no reconhecimento das sílabas prontas, assim como há uma maior preocupação em 
dar ênfase à articulação das consoantes com as vogais. 
3. Os métodos sintéticos conduzem a uma decodificação automática, que pode provocar 
o desinteresse da criança pela leitura e o consequentemente afastamento da realidade 
social. 
4. Os métodos sintéticos têm como pressuposto o conceito de que, para ensinar a ler, é 
preciso partir de unidades significativas da língua: palavras, sentenças ou textos. Buscam 
uma alfabetização mais significativa; entretanto centram a atenção em estratégias 
visuais, cristalizando o processo de alfabetização em etapas e procedimentos que 
desconsideram o processo de aprendizagem do aluno. 
5. Os métodos sintéticos se desdobram em processos de palavração, sentenciação e 
37
contos, assim como os analíticos se desdobram em processos como o alfabético, o 
silábico e o fônico. 
Está (estão) correta(s):
a) Somente as alternativas 2, 3 e 4.
b) Somente a alternativa 3.
c) Somente as alternativas 1 e 3.
d) Somente as alternativas 3 e 4.
e) Somente as alternativas 2 e 4.
3. (MUNICÍPIO DE IPOJUCA - PROFESSOR ALFABETIZADOR – adaptado) Leia o texto.
“Conheço todas as letras, mas juntar é que é o difícil. Minha professora, quando eu era 
garoto, ensinava... A lição era assim: letra por letra. Eu chega ficava feliz quando terminava 
a lição, porque ia escapulindo. Agora não tem mais nesse panorama. Mas, de primeiro, era 
assim”. 
Seu Aguinaldo (Aluno do Programa Brasil Alfabetizado- PCR/UFPE/UPE/UFRPE) 
A fala acima revela a experiência escolar de seu Aguinaldo com a escrita. Enquanto 
professores alfabetizadores, como é definida a condição desse aluno? 
a) Alfabetizado, porque conhecia todas as letras. 
b) Alfabetizado, porque estava em contato com as letras por meio da lição.
c) Analfabeto, porque, embora conhecesse as letras, não dominava a leitura e a escrita. 
d) Analfabeto, porque juntava as letras, embora com dificuldade. 
e) Alfabetizado, porque juntava as letras, e isso o habilitava a escrever o seu nome.
4. (MUNICÍPIO DE IPOJUCA - PROFESSOR ALFABETIZADOR) A vivência do Seu Aguinaldo 
com a escrita alfabética remete-nos a um método de alfabetização

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