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UNIVERSIDADE PAULISTA ANA CAROLINE DE LIMA GONÇALVES E CAMILA DE OLIVEIRA DA SILVA N8598B1 / T091CF7 - PS3P13 ANALICE DE OLIVEIRA SANTOS E VITÓRIA LIMA DE SILVA N808683 / F343HB6 - P3P13 RELATÓRIO FINAL DA DISCIPLINA DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO Profa. Silvia Cristina Alves SÃO PAULO 2023 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2. OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3. MÉTODO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.1 Sujeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6 3.2 Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.3 Materiais e Instrumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.4 Procedimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.4.1 Comportamento ao nível operante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.4.2 Treino ao comedouro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.4.3 Modelagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.4.4 Reforçamento contínuo (CRF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3.4.5 Extinção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4. RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 5. DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 2 INTRODUÇÃO O termo Behaviorismo surge pela primeira vez em 1913, proposto por John Watson em seu artigo “Psychology as the Behaviorist Views it”, onde ele redefine a psicologia como uma ciência que estuda o comportamento observável, instituindo o homem como resultado do meio em que vive. Esta Psicologia, posteriormente, passa por uma generalização de nome, onde a terminologia é submetida a significados diversos (filosofia, método, ciência, técnica...). Mais tarde, o psicólogo norte-americano B. F. Skinner cria sua própria metodologia dentro da psicologia comportamental, denominada de Behaviorismo radical, este, diferentemente do behaviorismo de Watson, caracteriza o homem como influenciado pelas consequências de suas ações. Sobre a metodologia de Skinner, explicita Neto (2002), a análise do comportamento seria o termo geral para se dirigir a área, enquanto o termo behaviorismo (ou behaviorismo radical, no caso) propriamente dito, faz-se referência a teoria. A área ampla seria chamada simplesmente de Análise do Comportamento (AC). O seu braço teórico, filosófico, histórico, seria chamado de Behaviorismo Radical. O braço empírico seria classificado como Análise Experimental do comportamento. O braço ligado à criação e administração de recursos de intervenção social seria chamado de Análise Aplicada do Comportamento. (NETO, 2002, p.14) Dito isso, a seguinte pesquisa experimental é baseada em alguns conceitos do behaviorismo radical. Trata-se de uma reformulação da caixa de Skinner em que o submetido ao experimento caracteriza-se como um rato albino provindo do software de computador Sniffy Pro. Este relatório abrange cinco procedimentos consagrados por Skinner, baseados na observação e condicionamento de comportamento: comportamento ao nível operante (NO), treino ao comedouro (TC), modelagem, reforço contínuo (CRF) e a extinção. Conforme Moreira e Medeiros, a partir do conceito de nível operante observa-se o comportamento “natural” e hábitos típicos do sujeito sobre o ambiente sem que ocorra nenhum tipo de intervenção do observador, ou seja, um comportamento “puro” que ainda não foi contaminado pela intervenção de um 3 reforçamento ou de uma punição. Já a modelagem consiste no processo de aprendizagem de um sujeito vivo, através de métodos de aproximações sucessivas e reforços diferenciais. A modelagem é baseada no reforço diferencial: em estágios sucessivos, algumas respostas são reforçadas e outras não. Além disso, à medida que o responder se altera, os critérios para o reforço diferencial também mudam, em aproximações sucessivas da resposta a ser modelada. (CATANIA, 1999, p.133) Num procedimento de modelagem, uma resposta é modificada em sua forma pela apresentação de reforços de acordo com uma sucessão de critérios que, modificados, fazem a ponte entre a resposta inicial, mais frequente, e a resposta alvo menos frequente ou inexistente. (VASCONCELOS, 2014, p.11) Segundo Moreira e Medeiros (2007), a modelagem atua reforçando os comportamentos que são cada vez mais próximos ao comportamento pretendido, o comportamento-alvo. Para maior auxílio da integração do novo comportamento ao repertorio padrão do sujeito, o reforçamento contínuo é juntamente utilizado. No segundo experimento, o uso do reforçamento contínuo (CRF) ocorre na modelagem, onde é possível observar o processo de reforçamento de todas as respostas condicionadas dentro do que foi apresentado ao sujeito. (JUNIOR; SOUZA; DIAS, 2005, p.15) Segundo Moreira e Medeiros (2007) o comportamento fábrica consequências e também passa a ser controlado por elas, logo o reforço traz o aumento da probabilidade de determinado comportamento ocorrer futuramente. A última etapa realizada no experimento do presente relatório, trata-se da extinção. Conforme salientado por Moreira e Medeiros (2007) a extinção é o processo pelo qual determinada resposta, anteriormente reforçada, retorna ao nível operante como consequência a descontinuação do reforço vinculado à resposta. Assim, a resposta operante já não é mais emitida, pois o reforço é erradicado, acarretando na baixa probabilidade do comportamento acontecer novamente. Esse processo leva o sujeito de volta ao nível operante, antes de determinado comportamento ser reforçado. Quando suspendemos (encerramos) o reforço de um comportamento, verificamos que a probabilidade de esse comportamento ocorrer diminui (retorna ao seu nível operante, isto é, a frequência do comportamento retoma aos níveis de antes de o comportamento ter sido reforçado). Esse 4 procedimento (suspensão do reforço) e o processo dele decorrente (retorno da frequência do comportamento ao nível operante) são conhecidos como Extinção Operante. Portanto, a suspensão do reforço (procedimento de extinção do comportamento operante) tem como resultado a gradual diminuição da frequência de ocorrência do comportamento (processo de extinção do comportamento operante). (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, p. 5) 5 OBJETIVOS Utilizando o Sniffy Pro, programa criado com base no experimento da Caixa de Skinner, foi possível que estudantes praticassem o experimento sem utilizar animais vivos. Em dois ratos virtuais, que são os sujeitos experimentais, foram utilizados os experimentos de comportamento ao nível operante, treino ao comedouro, modelagem, CRF e extinção. Com o objetivo de modelar um novo comportamento através de aproximações sucessivas, condicionar o comportamento desejado através de reforços contínuos, observar antes e depois do condicionamento e por fim a extinção. Com esse experimento se desenvolve a habilidade de observação, coleta e interpretação de dados. Na análise experimental do comportamento é essencial observar os comportamentos antes de qualquer interferência, para observaras mudanças, essa metodologia serve para qualquer sujeito experimental. 6 MÉTODO 2.1 Sujeito O sujeito submetido a pesquisa se caracteriza como o rato do programa “Sniffy the Virtual Rat Pro". 2.2 Local O procedimento foi realizado no laboratório de informática no campus Marquês da Universidade Paulista. 2.3 Materiais e Instrumentos Foram utilizados - conforme o decorrer do experimento realizado - folhas de registros, lápis, canetas, cronômetro, além do próprio programa Sniffy Pro executado em um computador. 2.4 Procedimento 2.4.1 Comportamento ao nível operante No dia 15 de março de 2023 (para a primeira dupla) e no dia 18 de março de 2023 (para a segunda dupla), foi realizado o experimento nível operante, que consiste em observar e registrar o comportamento natural e padrão daquele sujeito, no caso do experimento, o rato Sniffy. O experimento foi realizado em quinze minutos e tinha como objetivo observar e anotar os comportamentos naturais do rato, isto é, todas as vezes em que o sujeito limpou-se (esfregar as patas dianteiras na cabeça/focinho/corpo duas ou três vezes seguidas), levantou (se apoiar sobre as duas patas traseiras com o corpo esticado), farejou (aproximar o focinho da parede ou piso enrugando-o) e pressionou a barra (pressionar a barra com as duas patas dianteiras). Ao final do procedimento os resultados obtidos foram anotados em uma ficha correspondente ao exercício. 7 2.4.2 Treino ao comedouro O procedimento para a primeira dupla teve início às dezenove horas e doze minutos e término às dezenove horas e dezessete minutos no dia 15 de março de 2023 tendo a duração de cinco minutos. Por outro lado, o experimento da segunda dupla teve início às doze horas e trinta e cinco minutos da tarde e fim às doze horas e quarenta e três minutos no dia 18 de março de 2023. O objetivo desse experimento é que o sujeito tenha o som como estímulo discriminativo, as duplas pressionam a barra liberando comida para o rato associando o som da barra a receber alimento, para que assim, quando o mesmo ouvir o som ir até o comedouro e receber comida. Sempre que o rato se levantava próximo ao comedouro, ou se aproximava dele, recebia uma pelota. Enquanto o rato comia era entregue em um intervalo de, em média, três segundos, entreguava-se outra pelota logo em seguida para que o sujeito analisado mantevesse a cabeça dentro do comedouro. 2.4.3 Modelagem Para a primeira dupla o procedimento foi realizado no dia 29 de março de 2023 e teve início às dezenove horas e nove minutos e término às dezenove horas e trinta e quatro minutos totalizando vinte e cinco minutos. Para a segunda dupla, o experimento foi realizado dia 29 de março e teve início às dezenove horas e oito minutos e término às vinte horas e dez minutos totalizando sessenta e dois minutos. O objetivo desse exercício é modelar a resposta do sujeito. Para isso, sempre que o rato ficava em pé próximo da barra ou tocava a barra ele recebia reforço (comida). Foram liberados, em ambas as duplas, quinze reforços e os sujeitos examinados não ficaram mais de um minuto sem reforço. Os comportamentos reforçados foram: levantar-se em qualquer lugar, levantar-se na parede próxima a barra, levantar-se na parede de trás e pressionar a barra. 8 2.4.4 Reforçamento contínuo (CRF) Nesse experimento semelhante ao comportamento operante, observa-se as ações típicas do rato, isto é, todas as vezes em que o sujeito limpou-se (esfregar as patas dianteiras na cabeça/focinho/corpo duas ou três vezes seguidas), levantou (se apoiar sobre as duas patas traseiras com o corpo esticado), farejou (aproximar o focinho da parede ou piso enrugando-o) e pressionou a barra (pressionar a barra com as duas patas dianteiras). O que difere esse experimento do nível operante é que como o rato está condicionado, ele pressiona a barra mais vezes do que realiza os outros comportamentos. 2.4.5 Extinção Para a primeira dupla, o experimento teve início às dezesseis horas e vinte seis minutos e terminou às dezesseis horas e quarenta e oito minutos no dia 17 de maio de 2023. Por outro lado, a segunda dupla iniciou o experiemento às nove horas da manhã e terminou às nove horas e cinquenta e três minutos no dia 13 de maio de 2023. O objetivo principal da extinção é extinguir um comportamento não reforçando-o (o rato já não vai mais receber reforço quando apertar a barra). O procedimento consistiu em anotar a quantidade de vezes em que o rato pessionava a barra e quando o sujeito pressionava a barra por no máximo duas vezes em cinco minutos consecutivos, o experimento terminava. 9 RESULTADOS Os resultados obtidos pelas pesquisadoras são referentes aos cinco experimentos realizados em laboratório: comportamento em nível operante (NO), treino ao comedouro (TC), modelagem, reforçamento contínuo (CRF) e extinção. Ademais, os cálculos utilizados para comparação entre os resultados foram: cálculo de porcentagem entre dois valores e cálculo de variação de aumento. Além disso, o rato sniffy dos experimentos da primeira dupla foi nomeado como Stuart Little e o rato da segunda dupla foi intitulado como Argenon. O comportamento ao nível operante (NO) fundamentava-se na pura observação dos comportamentos vinculados à filogenia dos sujeitos durante quinze minutos e os resultados podem ser observados na Figura 1.0, Figura 1.1, Figura 1.2 e Figura 1.3. Assim, observando-se os dados, pode-se inferir que o comportamento de pressão da barra que restringe-se ao pressionar da barra com as duas patas dianteiras, observado na Figura 1.0, foi reproduzido apenas duas vezes pelo rato Stuart Little e seis vezes pelo rato Argenon, havendo uma diferença de 200%. Em seguida, analisa-se que o comportamento de farejar, isto é, aproximar o focinho da parede ou piso enrugando-o, observado na Figura 1.1, foi reproduzido sessenta e quatro vezes pelo rato da primeira dupla e setenta e nove vezes pelo rato da segunda dupla, havendo uma diferença de 23.44%. 10 Figura 1.0 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de pressão à barra do rato em nível operante Figura 1.1 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de farejar do rato em nível operante 11 A seguir, ainda referente ao comportamento ao nível operante, examinou-se que o comportamento de limpar-se que baseia-se em esfregar as patas dianteiras na cabeça/focinho/corpo duas ou três vezes seguidas, observado na Figura 1.2, foi reproduzido cento e quarenta vezes pelo rato stuart little e cento e sessenta e quatro vezes pelo rato Argenon, havendo uma diferença de 17.14%. E por fim, foi estudado e registrado o comportamento de levantar-se que corresponde a ação de se apoiar sobre as duas patas traseiras com o corpo esticado, observado na Figura 1.3, foi observado cento e oitenta e quatro vezes pelo rato da primeira dupla e cento e doze vezes pelo rato da segunda dupla, havendo uma diferença de 39.13%. Portanto, é possível verificar-se que o comportamento que ocorreu com maior frequência para o rato Stuart Little foi o de levantar-se que teve uma frequência maior, com 64,2% a mais que o rato Argenon. Em contrapartida, o comportamento que ocorreu com maior frequência para o rato Argenon foi o de limpar-se que se repetiu 17,9% a mais que o rato Stuart Little. Figura 1.2 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de limpar-se do rato em nível operante 12 Figura 1.3 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de levantar do rato em nível operante O experimento do treino ao comedouro (TC), foi o mais rápido dos experimentos, sendo realizado em cinco e oito minutos respectivamente. Os resultados obtidos foram: Stuart Little condicionou seu comportamento após oitenta pelotas serem apresentadas e Argenon condicionou-o após oitenta e seis pelotas, havendo uma diferença de 7.50%. No experimento de modelagem realizado foram encontrados os seguintes resultados: emprimeiro lugar foi reforçado o comportamento de levantarem-se em qualquer lugar da caixa, comportamento que foi repetido quarenta e uma vezes pelo rato Stuart Little e dezessete vezes pelo rato Argenon. Logo após isso, esse comportamento foi posto em extinção e o comportamento que passou a ser reforçado foi de levantarem-se apenas na parede de trás da caixa, comportamento que o rato da primeira dupla realizou vinte e uma vezes e o rato da segunda dupla onze vezes. Em contraponto, esse comportamento também passou a ser extinto e o que se tornou reforçado foi o comportamento de levantarem-se apenas próximo à barra sendo realizado noventa e sete vezes pelo rato da primeira dupla e quinze 13 vezes pelo rato da segunda dupla. E por fim, esse comportamento também passou a ser extinto e o comportamento de pressão a barra apenas praticado pelo sujeito passou a ser reforçado. Este comportamento foi realizado cento e quatro vezes pelo rato Stuart Little e setenta e uma vezes pelo rato Argenon. Assim, verifica-se um total de duzentos e sessenta e três comportamentos pelo rato da primeira dupla e cento e quatorze comportamentos pelo rato da segunda dupla. O experimento de reforço contínuo foi realizado em quinze minutos e os resultados estão ilustrados nas imagens Figura 2.0, Figura 2.1, Figura 2.2 e Figura 2.3. Nesse experimento, parecido com o comportamento ao nível operante, apenas foi registrado pelas duplas os comportamentos de pressão da barra, farejar, limpar-se e levantar-se. Foi analisado que o rato Stuart Little pressionou a barra (Figura 2.0) duzentas e trinta e oito vezes, farejou (Figura 2.1) quinze vezes, limpou-se (Figura 2.2) quarenta e sete vezes e levantou-se (Figura 2.3) quarenta vezes. Sob outra perspectiva, o rato Argenon pressionou a barra (Figura 2.0) duzentas e vinte três vezes, farejou (Figura 2.1) vinte oito vezes, limpou-se (Figura 2.2) cinquenta e quatro vezes e levantou-se (Figura 2.3) vinte e nove vezes. Desta forma, infere-se que o comportamento que foi realizado com maior frequência foi o de pressão à barra por ambas as duplas. Além disso, também nota-se que houve uma diferença de um comportamento para o outro de 6.30% para o comportamento de pressão a barra, de 86.67% para o comportamento de farejar, de 14.89% para o comportamento de limpar-se e de 27.50% para o comportamento de levantar-se. 14 Figura 2.0 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de pressão à barra do rato durante o CRF Figura 2.1 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de farejar do rato durante o CRF 15 Figura 2.2 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de limpar-se do rato durante o CRF Figura 2.3 Gráfico dos resultados obtidos durante a observação do comportamento de levantar do rato durante o CRF A primeira comparação analisada foi o comportamento de pressão da barra (Figura 3.0). Observa-se que antes do condicionamento ocorrer, o sujeito Argenon pressionou a barra um total de seis e o Stuart Little duas vezes ao longo de todo o nível operante. Entretanto, após o condicionamento ocorrer, a frequência de 16 respostas aumenta consideravelmente: Argenon pressiona a barra duzentas e vinte três vezes; Stuart Little, duzentas e trinta e oito vezes Figura 3.0 Gráfico comparativo dos resultados obtidos na observação do comportamento pressão a barra do rato no nível operante e no CRF A segunda comparação analisada foi o comportamento de farejar (Figura 3.1). Verifica-se que antes do condicionamento ocorrer, ambos os ratos tiveram uma quantidade considerável de respostas. O sujeito Argenon farejou um total de setenta e nove vezes e o Stuart Little sessenta e quatro vezes ao longo de todo o nível operante, havendo uma diferença de 18.99%. No entanto, após o condicionamento ocorrer, a frequência de respostas diminuiu, Argenon farejou apenas vinte e oito vezes e Stuart Little quinze vezes, havendo uma diferença de 46.43%. 17 Figura 3.1 Gráfico comparativo dos resultados obtidos na observação do comportamento de farejar do rato no nível operante e no CRF A seguir, a terceira comparação realizada foi o comportamento de limpar-se (Figura 3.2). Observa-se nesse comportamento, antes do condicionamento ocorrer, ambos os ratos tiveram uma quantidade considerável de respostas. O sujeito Argenon comportou-se cento e sessenta e quatro vezes ao todo durante o nível operante e o sujeito Stuart Little centro e quarenta vezes, havendo uma diferença de 14.63%. Entretanto, após o condicionamento ocorrer, a frequência de respostas diminui, o rato da segunda dupla limpou-se apenas quarenta e uma vezes e o rato da primeira dupla cinquenta e quatro vezes no total, havendo uma diferença de 31.71%. 18 Figura 3.2 Gráfico comparativo dos resultados obtidos na observação do comportamento de limpar-se do rato no nível operante e no CRF E por fim, a última comparação realizada foi o comportamento de levantar-se. É identificado neste gráfico (Figura 3.3) que o comportamento, antes do condicionamento acontecer, tiveram uma quantidade considerável de respostas em ambos os ratos. O sujeito Argenon comportou-se dessa forma cento e doze vezes ao longo de todo durante o nível operante e o sujeito Stuart Little cento e oitenta e quatro vezes, havendo uma diferença de 64.29%. No entanto, após o condicionamento ocorrer, a frequência de respostas diminuiu, o primeiro sujeito levantou-se vinte nove vezes e o segundo quarenta e sete vezes, havendo uma diferença de 62.07%. 19 Figura 3.3 Gráfico comparativo dos resultados obtidos na observação do comportamento de levantar do rato no nível operante e no CRF A seguir fez-se uma comparação entre os resultados de pressão a barra entre os experimentos NO, CRF e Extinção. Dessa maneira, a Figura 5.0 contém um comparativo entre a quantidade de resultados do comportamento de pressão à barra: ao nível operante (Argenon: seis vezes; Stuart Little: duas vezes), CRF (Argenon: duzentas e vinte três vezes; Stuart Little: duzentas e trinta e oito vezes) e extinção em que a frequência de respostas começam altas, mas logo verifica-se uma diminuição até a extinção (Argeno: noventa e três vezes, levando dezoito minutos para extinguir o comportamento; Stuart Little: setenta e sete vezes, levando vinte um minutos para extinguir o comportamento). 20 Figura 5.0 Gráfico comparativo dos resultados obtidos na observação do comportamento de pressão à barra do rato no nível operante, no CRF e durante a extinção. O último experimento realizado foi o de extinção (Figura 4.0) que consiste em parar de reforçar o comportamento que foi ensinado anteriormente em modelagem, a pressão da barra. O experimento de extinção da primeira dupla foi realizado em vinte e dois minutos e teve um total de setenta e sete comportamentos repetidos até a extinção. Por outro lado, a segunda dupla realizou o experimento em dezoito minutos e o sujeito analisado comportou-se noventa e três vezes antes do comportamento ser extinto. Vale salientar que, neste experimento em destaque, observa-se que a maioria dos comportamentos foram realizados por ambos os ratos durante a primeira metade do tempo. No rato da primeira dupla, a primeira metade teve 441% a mais de comportamentos do que na segunda metade do experimento. Por outro lado, na segunda dupla, a primeira metade do tempo teve 250% a mais de comportamento do que na primeira metade do experimento. Além disso, as duplas obtiveram uma frequência média de, respectivamente, 3,5 e 5,1 de comportamentos por minuto. 21 Figura 4.0 Gráfico de extinção de comportamento 22 DISCUSSÃO Antes de analisar de modo profundo os resultados que foram obtidos durante o experimento, faz-se importante destacar um artigo da revista “Análise Funcional Do Comportamento” da autora Maria Amélia Matos. Esse artigo nos fornece uma imagem mental da importância da análise do comportamento para ciência: O analista comportamentalé antes de mais nada um cientista natural, não um filósofo, não um cientista social e muito menos um estudioso do mental. É também um darwinista e um funcionalista. Parafraseando Jack Michael (1993): Ele tem uma postura determinista na medida em que vê o comportamento humano como um produto inevitável de uma herança genética e de eventos ambientais ocorrendo durante a vida de uma pessoa. (MATOS, 1999, p. 9) Este artigo nos fornece uma ampla visão dos princípios que foram elaborados por Skinner que propõem três níveis de relação do comportamento: filogenético (referente às contingências de sobrevivência das espécies), ontogenético (relacionada às contingências de reforçamento, aos comportamentos aprendidos após o nascimento do indivíduo) e cultural (referente às contingências mantidas dentro de um grupo). Esses níveis de comportamento conectam-se intrinsecamente aos resultados que foram obtidos em laboratório, primordialmente os níveis filogenético e ontogenético. Desse modo, que durante o experimento foram observadas uma diversidade de comportamentos, contudo essas diferenças já eram esperadas devido a fatores vinculados à filogênese e ontogênese própria dos sujeitos estudados. No comportamento ao nível operante constata-se que os comportamentos de pressão da barra, farejar, limpar-se e levantar-se são todos filogenéticos e naturais ao sujeito analisado. Neste experimento, os comportamentos observados são independentes do pesquisador, isto é, não dependem da influência direta do pesquisador para ocorrerem. Os comportamentos que eram esperados dos sujeitos foram atingidos com sucesso e o comportamento de pressão da barra, neste experimento em questão, não era buscado e, em virtude disto, foi o menos realizado pelos sujeitos. É de enfatizar-se que, nesse experimento em destaque, os ratos analisados estavam explorando o ambiente ao seu redor e não buscando reforço. Ademais, as diferenças entre os tempos e frequência de comportamentos eram 23 previstas, visto que cada indivíduo é único e cada um possui as suas próprias características vinculadas a filogenese. O principal objetivo do experimento de treino ao comedouro foi tornar o som um estímulo discriminativo ou reforçador condicionado, ou seja, somente haver resposta na presença de um estímulo específico. Neste experimento foi utilizado como ponto de partida para atingir o resultado esperado o treino discriminativo que baseia-se em reforçar uma resposta na presença de um estímulo discriminativo e extingui-la na presença de estímulo delta. Dessa maneira, tem-se como objetivo desse experimento associar a contingência som ao alimento no comedouro. Todavia, no experimento de treino ao comedouro, diferentemente do experimento de comportamento ao nível operante, verifica-se um começo de um comportamento ontogenético, isto é, um comportamento aprendido pelo indivíduo. É importante destacar que, nesse primeiro momento, o objetivo do pesquisador é treinar o sujeito apenas com o som, ou seja, o objetivo do pesquisador não é que o sujeito pressione a barra sozinho, mas que este relacione o som ao alimento. Os comportamentos que eram esperados (condicionar o comportamento ao som) dos sujeitos examinados foram atingidos com sucesso pelos pesquisadores com uma média de oitenta pelotas sendo providas aos ratos. Vale destacar que as diferenças entre os tempos e o número de pelotas providas eram esperados, pois cada indivíduo possui um tempo próprio para fazer a associação e condicionar seu comportamento. Em seguida, o próximo experimento realizado foi a modelagem. Neste experimento em questão o objetivo era ensinar um novo comportamento para o sujeito dos estudados a partir de aproximações sucessivas (reforço gradual aos comportamentos que forem cada vez mais próximos do comportamento-alvo) ou reforços diferenciais (reforçar apenas respostas que seguem critérios pré-estabelecidos pelos pesquisadores e não comportamento similares). É de suma importância salientar-se que a modelagem tem como característica fundamental e imediaticidade do reforço e a instauração de um comportamento inédito a partir de comportamentos já existentes. 24 É importante destacar que o reforço diferencial é o responsável por possibilitar uma resposta aprimorada e é caracterizado pelo treino discriminativo. Neste, se reforça uma resposta na presença de um estímulo discriminativo caracterizado por evocar uma resposta que produzirá uma consequência reforçadora. No caso do experimento, o estímulo discriminativo foi obtido através de uma cadeia comportamental, isto é, uma sequência de comportamentos que devem ser emitidos em uma ordem específica para produzirem uma consequência. As pesquisadoras definiram os seguintes comportamentos para a cadeia comportamental: em um primeiro momento levantar em qualquer lugar da caixa que foi realizado com sucesso pelos sujeitos de ambas as duplas. Em seguida, este comportamento foi posto em extinção e o comportamento que passou a ser reforçado foi o de levantar-se apenas na parede de trás da caixa que também foi realizado com sucesso. A seguir, esse comportamento também foi posto em extinção e o comportamento que passou a ser reforçado foi o de levantar-se apenas perto da barra que, assim como os outros comportamentos da cadeia, foi realizados com sucesso. O último comportamento, este que é o comportamento-alvo da cadeia comportamental, caracteriza-se pela pressão da barra. É importante destacar que o objetivo dos pesquisadores neste experimento é garantir que o indivíduo aprenda e condicione o seu comportamento ao pressionar da barra, assegurando assim, a obtenção do alimento de forma autônoma. Vale salientar que os três primeiros comportamentos da sequência (levantar-se em qualquer lugar, levantar-se apenas na parede de trás e levantar-se próximo a barra) são considerados neste momento reforços arbitrários, ou seja, a consequência reforçadora é produto indireto do comportamento, no caso do experimento, a consequência reforçadora se caracteriza pelo alimento obtido através dos comportamentos que levam à pressão a barra. Por outro lado, o comportamento de pressionar a barra torna-se reforço natural, isto é, o alimento é produto direto do comportamento. Em contraponto aos resultados observados têm-se a aplicação dos experimentos. Apesar de não ter sido aplicado de forma esperada, isto é, reforçando 25 os comportamentos de cada cadeia comportamental no máximo vinte vezes, a primeira dupla apesar de ter concluído o experimento com mais agilidade comparado a segunda dupla acabou reforçando o sujeito analisado acima do número de vezes do esperado. No entanto, observa-se como isso não impactou nos resultados dos experimentos posteriores. Em conclusão, ambas as duplas realizaram a modelagem com sucesso apesar das diferenças ontogenéticas dos sujeitos analisados e tempo para finalização do experimento. O próximo experimento realizado foi o reforço contínuo (CRF). Parecido com o experimento de comportamento ao nível operante, este experimento caracteriza-se pela observação e registro dos comportamentos de pressão na barra, farejar, limpar-se e levantar-se. O principal objetivo deste experimento é, além de registrar, reforçar toda resposta que é emitida pelo sujeito que, no caso do esperado em destaque, é a pressão da barra. Vale salientar que este reforço é realizado imediatamente e de forma automática pelo programa, não havendo interferência do pesquisador diretamente. Desse modo, o que era esperado deste experimento foi realizado com sucesso e as respostas registradas, apesar de diferentes, eram esperadas, pois como o comportamento de pressionar está sendo recompensado, este foi condicionado efetivamente e os outros comportamentos que não são reforçados ocorrem com menor frequência. Para concluir, o último experimento realizado foi a extinção. Neste experimento em destaque, os reforços primário ou incondicionado – que possui propriedades que são naturalmentereforçadoras aos sujeitos estudados – e o reforço secundário – que possui propriedades que foram vinculadas ao primário – não são mais emitidos. Obtém-se como consequência disto, um aumento, em um primeiro, da frequência no início do processo caracterizado pelos sujeitos pressionando a barra com maior intensidade na expectativa do reforço. Entretanto, após diversas tentativas em que não se obtém sucesso nesse comportamento, o 26 sujeito analisado diminui a intensidade do comportamento e consequentemente o extingue. Dessa forma, ambos os sujeitos examinados realizam o experimento com sucesso e a segunda dupla acaba obtendo um desempenho melhor sobre a primeira. Este era esperado, pois durante a maioria dos experimentos Argenon realizou-os com mais agilidade. Em conclusão, apesar das diferenças filogenéticas e ontogenéticas de ambos os sujeitos, todos os experimentos, apesar das suas particularidades, foram realizados dentro das expectativas esperadas 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo do trabalho foi verificar de forma experimental a eficiência dos conceitos básicos fornecidos pelo psicólogo behaviorista B. F. Skinner em sua caixa intitulada "Caixa de Skinner". Todos os experimentos, conforme a orientação do professor e da leitura obrigatória básica da disciplina, mostraram-se válidos. Os experimentos de modelagem e CRF comprovam a validade do conceito de reforço, sendo possível verificar a emissão constante do comportamento do sujeito. A sessão de extinção se mostra válida quando o sujeito (O rato virtual Sniffy) pressiona a barra com frequência mais alta e quando percebe que não receberá reforço vem o decrescimento da pressão. A ausência do reforço é suficiente para que o comportamento, mesmo que aos poucos, seja extinto. 28 REFERÊNCIAS NETO, Marcus B. De Carvalho. Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Interação em Psicologia, Paraná, p. 13-18, 2002. MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2019. ALLOWAY, T.; WILSON, G.; GRAHAM, J.; KRAMES, L. Sniffy, o rato virtual: versão pro 2.0. São Paulo: Thomson Learning, 2006. HOLLAND, J. G.; SKINNER, B. F. A Análise do Comportamento. São Paulo: EPU, 1975. WATSON, John B. A psicologia como o behaviorista a vê. Temas em Psicologia. São Paulo, 2008. 289 - 301 p. v. 16. MATOS, Maria Amélia. Behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. São Paulo, 1995. SKINNER, B. F. Sobre o behaviorismo. São Paulo: Editora Cultrix, 1974. MATOS, Maria Amélia. Análise funcional do comportamento. Revista Estudos de Psicologia. 3. ed. Campinas, 1999. 8-18 p. v. 16.
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