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DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS DOCENTE: JAMILLY MIRANDA HANSENÍASE ❑ HANSENÍASE A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença contagiosa causada por uma bactéria chamada Micobacterium leprae ou bacilo de hansen. ❑ PERÍODO DE INCUBAÇÃO 2 Anos Média 7 anos ❑ TRANSMISSÃO A transmissão ocorre através do contato direto com doentes portadores de formas contagiantes não tratadas. As vias aéreas superiores são a principal via de eliminação do bacilo e a mais provável porta de entrada. ❑ QUADRO CLÍNICO QUANDO DEVO CONSIDERAR UM CASO DE HANSENÍASE? • Lesões ou área da pele que apresentam perda da sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa; • Espessamento de nervo periférico com alterações motoras sensitivas ou anatômicas • Presença do M. Leprae confirmada no exame de baciloscopia de esfregaço intradérmico ou biópsia da pele ABORDAGEM DO USUÁRIO NA CONSULTA DE ENFERMAGEM A enfermagem deve atentar-se ao aparecimento da doença e suas diferentes manifestações clinicas, como lesões ou áreas de pele com alterações da sensibilidade, estando diminuída ou ausente em um período superior há três meses e podendo até ter o comprometimento dos nervos. Essas alterações dependem da resposta do sistema imunológico do organismo atingido e podem se manifestar após um longo período de incubação, de dois a sete anos. DURANTE A CONSULTA DE ENFERMAGEM DEVE-SE: Os dados da entrevista poderão ser obtidos do próprio cliente ou de pessoas significativas e incluirão as percepções deste, queixas, sintomatologia(s) e relatos complementares. Atentando à história epidemiológica, sinais e sintomas, duração e evolução das lesões. Deve-se questionar: ➢ Tipo de lesão cutânea e duração. ➢ Presença ou ausência de sensibilidade. ➢ Preocupações e dúvidas sobre a doença. ➢ Preocupações familiares e sociais. ➢ Hábitos pessoais e o ambiente em que vive ENTREVISTA EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO TEGUMENTAR INSPEÇÃO Observar aspecto e coloração das lesões (manchas, pápulas e placas). PALPAÇÃO Avaliar sensibilidade das lesões de pele (térmica, dolorosa e tátil). Palpação de nódulos e troncos nervosos. EXAME NEUROLÓGICO INSPEÇÃO/PALPAÇÃO Avaliar força motora, dor, espessamento de nervos e sensibilidade. EXAME GERAL INSPEÇÃO/PALPAÇÃO Observar mal-estar, febre, dor e acometimento de outros órgãos. INVESTIGAÇÃO CLÍNICA DA HANSENÍASE ❑ COMO DIAGNOSTICAR A HANSENÍASE? O diagnóstico da hanseníase é predominantemente clínico e baseado nos dados epidemiológicos, através da entrevista e da realização do exame físico geral, dermatológico e neurológico, em que se identificam as lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações motoras, sensitivas ou autonômicas. ❑ BACILOSCOPIA INTRADÉRMICA A baciloscopia de esfregaço intradérmico deve ser utilizada como exame complementar para a identificação dos casos PB e MB de difícil classificação clínica. Baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões. O resultado negativo não exclui o diagnóstico da doença e também não classifica o doente como PB. ACHADOS CLÍNICOS PARA INÍCIO DO TRATAMENTO Paucibacilar Até 5 lesões de pele Multibacilar Mais de 5 lesões de pele CLASSIFICAÇÃO DA HANSENÍASE PELA OMS CLASSIFICAÇÃO BACILOSCOPIA ABRANGE Paucibacilares Negativa Todos os tuberculóides e indeterminados Multibacilares Positiva Todos os Virchowianos e a maior parte dos dimorfos CARACTERÍSTICAS DAS FORMAS DA DOENÇA PELA CLASSIFICAÇÃO DA OMS FORMA MULTIBACILAR FORMA PAUCIBACILAR Infiltração difusa Única ou poucas lesões Múltiplas lesões Distribuição Assimétrica Distribuição Simétrica Poucos nervos acometidos Múltiplos nervos acometidos Baciloscopia Negativa Baciloscopia positiva _______________________ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL CONFORME A APRESENTAÇÃO CLÍNICA FORMA DIAGNÓSTICO DIFERENCIADO Indeterminada É a forma inicial da doença, caracterizada por manchas hipocrômicas ou eritemato- hipocrômicas com hipoestesia. Geralmente, são poucas lesões, com bordas bem ou mal definidas. Tuberculóide Nesta forma clínica, encontram-se lesões bem delimitadas, em número reduzido, anestésicas e de distribuição assimétrica. Descrevem-se lesões em placas ou anulares com bordas papulosas, e áreas da pele eritematosas ou hipocrômicas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL CONFORME A APRESENTAÇÃO CLÍNICA FORMA DIAGNÓSTICO DIFERENCIADO Dimorfa Caracteriza-se, geralmente, por mostrar várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal delimitadas na periferia, ou por múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à lesão tuberculóide, porém a borda externa é es- maecida (pouco definida). Virchowiana É caracterizada pela forma multibacilar com alto poder de disseminação por via hematogênica. Normalmente, se manifesta em indivíduos com imunidade celular deprimida para o bacilo Mycobacterium leprae. ❑ TRATAMENTO O tratamento medicamentoso da hanseníase envolve a associação de três antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina. Essa associação é denominada Poliquimioterapia e está disponível nas apresentações adulto e infantil. É disponibilizada de forma gratuita e exclusiva no SUS. Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento. TRATAMENTO RECOMENDADO PELO MINISTÉRIO SAÚDE FORMA TEMPO ESQUEMA (PQT) - ADULTOS PAUCIBACILAR 6 MESES a 9 MESES ➢ Rifampicina 600 mg 1 vez/mês supervisionada ➢ Dapsona 100 mg/dia autoadministrada e 100 mg/ mensal supervisionada MULTIBACILAR 12 MESES a 18 MESES ➢ Rifampicina 600 mg 1 vez/mês supervisionada ➢ Clofazimina 300 mg 1 vez/mês supervisionada e 50 mg/dia autoadministrada ➢ Dapsona 100 mg/dia e 100 mg/mensal supervisionada PAUCIBACILAR COM LESÃO CUTÂNEA ÚNICA DOSE ÚNICA SUPERVISIONADA ➢ Rifampicina 600 mg ➢ Ofloxacina 400 mg ➢ Minociclina 100 mg/ TRATAMENTO RECOMENDADO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE PAUCIBACILAR PAUCIBACILAR MULTIBACILAR MULTIBACILAR 6 MESES 9 MESES 12 MESES 18 MESES TRATAMENTO SEM INTERRUPÇÕES ABANDONO DO TRATAMENTO TRATAMENTO SEM INTERRUPÇOES ABANDONO DO TRATAMENTO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA REAÇÃO HANSÊNICA REAÇÃO TIPO 1 OU REAÇÃO REVERSA REAÇÃO TIPO 2 OU ERITEMA NODOSO HANSÊNICO Prednisona 1 mg/kg/dia Talidomida 100-400 mg/dia Dexametasona (na presença de HAS ou Cardiopatia) Corticoesteroides (Mulheres grávidas) ➢REAÇÃO TIPO 1: Características Manchas Lesões antigas eritematosas e edematosas Ulcerar e Descamar Edema de extremidades Dores neurológicas Diminuição da força muscular ➢REAÇÃO TIPO 2: Características Nódulos dolorosos Manifestações sistêmicas Febre Mau estar generalizado Dores articulares Aumento da FC e FR EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO MEDICAMENTOS EFEITOS RIFAMPICINA Rubor de face, prurido, náuseas, falta de apetite, icterícia, Febre CLOFAZIMINA Ressecamento de pele, Dores abdominais, Febre, náuseas DAPSONA Febre, náuseas, taquicardia, cefaleia, icterícia TALIDOMIDA Teratogenicidade, sonolência, edema TRATAMENTO DA HANSENÍASE EM CRIANÇAS: PAUCIBACILAR IDADE DAPSONA DIÁRIA E AUTO ADMINISTRADA DAPSONA SUPERVISIONADA RIFAMPICINA MENSAL SUPERVISIONADA 0-5 25 mg 25 mg 150-300 mg 6-14 50-100 mg 50-100 mg 300-450 mg TRATAMENTO DA HANSENÍASE EM CRIANÇAS: MULTIBACILAR IDADE DAPSONA DIÁRIA AUTOADMINIS TRADA DAPSONA SUPERVISION ADA RIFAMPICINA SUPERVISION ADA CLOFAZIMINA AUTO ADMII STRAD A SUPER VISION ADA 0-5 25 mg 25 mg 150-300 mg 100 mg/sem 100 mg 6-14 50-100 mg 50-100 mg 300-450 mg 150 mg/sem 150-200 mg TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HANSENÍASE EM MULHERES GRÁVIDAS Segue o mesmo tratamento da poliquimioterapia. Mães que estejam em lactação devem manter a amamentação. Evitar apenas o uso de Talidomida Principais intervenções de enfermagemno cuidado ao paciente com hanseníase na Atenção Básica de Saúde INTERVENÇÃO ATIVIDADE Avaliação da saúde ➢ Facilitar acesso aos serviços de saúde. ➢ Investigar efeitos colaterais ou reação hansênica e agendar retorno em 28 dias da dose supervisionada. ➢ Orientar sobre exames complementares, como hemograma, TGO, TGP, bilirrubinas, glicemia de jejum e exames parasitológicos de fezes. ➢ Encaminhar para outras especialidades, como fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, oftalmologia, serviço social. Principais intervenções de enfermagem no cuidado ao paciente com hanseníase na Atenção Básica de Saúde INTERVENÇÃO ATIVIDADE Troca de informações sobre os cuidados de saúde ➢ Identificar as capacidades do cliente para adesão ao regime terapêutico, avaliando o grau de incapacidade física e função neural. ➢ Administrar dose supervisionada e encorajar e fornecer as doses autoadministradas. ➢ Monitorar a adesão ao tratamento. Proceder busca dos faltosos. ➢ Avaliar os contatos intradomiciliares. ➢ Informar os sinais e sintomas da doença e a importância do tratamento. AÇÕES PREVENTIVAS NO COMBATE E CONTROLE DA HANSENÍASE Investigação de dados epidemiológicos para diagnosticar novos casos Manutenção do tratamento adequado até a cura e busca de faltosos Prevenção e tratamento de incapacidades AÇÕES PREVENTIVAS NO COMBATE E CONTROLE DA HANSENÍASE Vigilância epidemiológica constante Realização de exames nos contatos domiciliar e social Aplicação de BCG Slide 1: DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36
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