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Bioenergética e Introdução ao Metabolismo Bioenergética • Estuda a transformação e utilização de energia pelos seres vivos • A formação e a quebra de biomoléculas envolve mudanças de energia química Energia • Formas de energia: -Elétrica, Luminosa, Térmica, Mecânica, Nuclear, Química, etc... - São todos interconversíveis! ���� As células vivas são usinas capazes de transformar energia PRINCÍPIOS DE BIOENERGÉTICA Células e organismos necessitam realizar trabalho para: a manutenção da vida, crescimento e para sua reprodução Trabalho químico: síntese dos componentes celulares Trabalho osmótico: acúmulo e retenção de sais e outros compostos contra gradiente de concentração (transportes pela membrana) Trabalho mecânico: contração muscular e movimentação de flagelos BIOENERGÉTICA Bioenergética descreve como os organismos vivos capturam, transformam e usam energia Todos os organismos vivos derivam sua energia direta ou indiretamente da energia radiante da luz solar Os organismos vivos são interdependentes, trocando energia e matéria através do meio ambiente Termodinâmica: ramo das ciências físicas que trata das mudanças energéticas Leis da termodinâmica Primeira lei: Lei da conservação de energia: Numa modificação química ou física, a quantidade total de energia no universo permanece constante, embora a forma de energia possa mudar As células são transdutoras de energia: capazes de converter energia química, eletromagnética, mecânica e osmótica com muita eficiência Segunda lei: Em todos os processos naturais a entropia do universo aumenta Definição de entropia: energia em estado de desordem ou distribuída ao acaso Qualitativamente pode ser descrita como “desordem” ou “caos” manifestada de várias maneiras � mede a parte da energia que não pode ser transformada em trabalho ORGANISMOS VIVOS SÃO ALTAMENTE ORDENADOS, ESTRUTURAS NÃO RANDÔMICAS, IMENSAMENTE RICOS EM INFORMAÇÃO E ENTÃO POBRES EM ENTROPIA VIOLAÇÃO DA SEGUNDA LEI? Sistema aberto Matéria Energia VIZINHANÇA Seres vivos são sistemas abertos, que trocam matéria (nutrientes e produtos de excreção) e calor (do metabolismo) com seu meio e nunca estão em equilíbrio Organismo + meio = universo Entropia do universo As células são transdutoras de energia • Os organismos vivos extraem energia do seu meio ambiente • Convertem parte dela em formas de energia úteis para a produção de trabalho • Fazem retornar parte da energia para o meio ambiente na forma de calor • Liberam moléculas de produtos finais, os quais são menos organizados do que as moléculas iniciais, aumentando assim a entropia do universo. * Durante as transduções metabólicas a entropia aumenta à medida que diminui a energia potencial das moléculas nutrientes complexas. • Nas reações que ocorrem espontaneamente, os produtos têm menos energia livre que os reagentes, portanto a reação libera energia disponível para realizar trabalho: ∆G = (-) Reação exergônica (∆G < 0) • Se o produto tem maior G do que o reagente: Ao contrário: ∆G = (+) Reação endergônica (∆G > 0) • Processo em equilíbrio: (∆G = 0) Cada composto envolvido em uma reação química contém uma certa quantidade de energia potencial (G: energia livre). Energia livre de Gibbs (G) Reações Espontâneas e Não Espontâneas - Reação espon- tânea (∆G0’ < 0) Reação Exergônica - Reação Não Es- pontânea(∆G0’ > 0) Reação Endergônica Expressão Matemática da 2ª Lei da termodinâmica ∆G = ∆H – T ∆S Onde: �∆G = Variação de Energia Livre de Gibbs �∆H = Variação de Entalpia (conteúdo de calor) � T = Temperatura absoluta (K) �∆S = Variação da Entropia DEFINIÇÃO DE ΔG (Energia livre de Gibbs) ΔG = ΔH - TΔS G = Energia livre: Energia capaz de realizar trabalho durante uma reação a T e P constante: Se a reação libera energia livre ∆∆∆∆G = (-) exergônico Se ganha energia livre ∆∆∆∆G = (+) endergônico S = Entropia: expressão quantitativa para desordem e caos: Se os produtos são menos complexos e mais desordenados: ganho de entropia ∆∆∆∆S = (+) H = Entalpia: conteúdo de calor de um sistema de Reação (calor liberado ou absorvido; reflete o conteúdo de energia de cada reagente e produto H reg > H prod: ∆∆∆∆H = (-) exotérmico H reg <<<< H prod: ∆∆∆∆H = (+) endotérmico Dois processos espontâneos: um endotérmico e outro exotérmico! Dissolução do NaCl NaCl(s)→ Na+ (d) + Cl−(d) Oxidação do hidrogênio H2(g) +½O2(g) →→→→ H2O(llll) Energia Livre de Gibbs (G): • Realiza trabalho a T e P constantes ( Isobárica e Isotérmica ) É a forma de energia utilizável pelo nosso organismo. Numa reação química qualquer: A B Reagente Produto • A variação da Energia Livre de Gibbs (∆G) é calculada por: ∆G = Gfinal – Ginicial Onde: Gfinal é o conteúdo de energia livre de Gibbs do Produto (B) Ginicial é o conteúdo de energia livre de Gibbs do Reagente (A). O valor numérico de ∆G • Pode ser : Positivo (∆G >0) Zero (∆G = 0 ) Negativo (∆G < 0 ) - É possível de ser calculado se as con- dições da reação forem conhecidas - Quais condições? - Concentrações iniciais de Reagente(s) e de Produto(s), Temperatura, Pressão e pH. Condições das Reações Químicas? Qualquer reação química depende da Temperatura, Pressão, pH e Concentrações de reagentes e de produtos. As condições fisiológicas são variáveis, principalmente, no que diz respeito às oscilações das concentrações dos reagentes e produtos ( são consumidos e/ou formados). - Como calcular o ∆G? - Como comparar os valores de ∆G calculados em condições distintas? - Como analisar os valores de ∆G? Condições Padrões de Sistemas Biológicos • Condições estipuladas: - Temperatura: 298 K ( 25oC ) - Pressão: 1 atm - pH : 7,0 - Concentração inicial de reagente(s): 1mol/L - Concentração inicial de produtos(s): 1 mol/L Condições estipuladas pelos Físico-Químicos! Em Condições Padrões de Sist. Biológ. A B Reagente Produto - Constante de Equilíbrio: K’eq = [Produto(s)] [Reagente(s)] - Variação de Energia livre de Gibbs ∆G0’ = - R T ln K’eq ∆G0’ = - 2,3 R T log [ B ] [ A ] Onde: R = Constante dos Gases (8,315x mol x K -1 ou 1,98 cal x mol x K -1) T = 298 K - Variação de energia livre (∆∆∆∆G): É a força que dirige o sistema em direção ao equilíbrio Quando K’eq é ∆∆∆∆G’°°°° Direção com 1M de reagentes e produtos >>>> 1.0 Negativo Procede adiante = 1.0 Zero Em equilíbrio = < 1.0 Positivo Procede no reverso Relação entre ∆∆∆∆G’°°°° e K’eq e direção da reação química em condições padrões aA + bB cC + dD ba dc K ]B[[A] ]D[]C[ eq Relação entre ∆∆∆∆G’°°°° e K’eq: ∆∆∆∆G’°°°° = -RTln K’eq Condições celulares • Nas condições celulares a variação de energia livre depende das concentra- ções dos reagentes e produtos (as quais nunca são 1M de cada um) e da temperatura (37°°°°C) • A variação de energia livre nas con- dições celulares = ∆∆∆∆G Condições das Reações Químicas Qualquer reação química depende da Temperatura, Pressão, pH e Concentrações de reagentes e de produtos. As condições fisiológicas são variáveis, principalmente, no que diz respeito às oscilações das concentrações dos reagentes e produtos ( são consumidos e/ou formados). - Como calcular o ∆G? Cálculo de ∆G em Condições Fisiológicas ∆G = ∆G0’ + 2,3 R T log [ B ] [ A ] ∆G = ∆G0’ → se as concentrações fisiológicas de produto(s) e reagente(s) forem iguais. Condições fisiológicasCondições Padrões Os ∆∆∆∆G’°°°°de reações seqüenciais são aditivos K’eq1 = [B]/[A] K’eq2 = [C]/[B] K’eq3 = [C]/[A] K’eq3 = K’eq1 x K’eq2 Reação K´eq ∆∆∆∆G (kJ mol-1) 1) Glicose 1-P →→→→ Glicose 6-P 19 -7,29 2) Glicose 6-P →→→→ Frutose 6-P 0,52 +1,62 3) Glicose 1-P →→→→ Frutose 6-P 9,9 -5,67 Acoplamento energético em um processo químico Nos organismos vivos uma reação exergônica pode ser acoplada a uma reação endergônica para conduzir reações diferentesdesfavoráveis Glicose + fosfato →→→→ Glicose 6-P + H2O ∆∆∆∆G°′°′°′°′ = +13,8 kJ mol-1 ATP + H2O →→→→ ADP + fosfato, ∆∆∆∆G°′°′°′°′ = -31 kJ mol-1 Glicose + ATP →→→→ Glicose 6-fosfato + ADP, ∆∆∆∆G°′°′°′°′ = -17,2 kJ mol-1 Acoplamento de reações Na célula, essa reação ocorre acoplada à hidrólise do ATP A reação global será: Reações biológicas de óxido-redução • A transferência de grupos fosforil é um evento central no metabolismo. Igualmente importante é a transferência de elétrons em reações de óxido-redução. • O fluxo de elétrons em reações de oxidação-redução é responsável, direta ou indiretamente, por todos os trabalhos realizados pelos organismos vivos Reações de óxido-redução (Redox) • Envolvem a perda de elétrons por uma espécie química que é oxidada (agente redutor), e o ganho por outra que é reduzida (agente oxidante) • O caminho seguido pelo fluxo de elétrons no metabolismo é complexo. Inicialmente, através de reações catalisadas enzimaticamente, os elétrons abandonam vários intermediários metabólicos e dirigem-se para transportadores especializados de elétrons. Esses transportadores, doam esses elétrons para receptores com maior afinidade por eles. Essas trocas de elétrons são acompanhadas por liberação de energia Os elétrons são transferidos de uma molécula para outra por quatro formas diferentes • 1- Eles podem ser transferidos como elétrons Ex: Fe +2 + Cu +2 Fe +3 + Cu + • 2- Eles podem ser transferidos na forma de átomos de hidrogênio Ex: AH2 A + 2e- + 2H+ • 3- Eles podem ser transferidos como íon hidreto (possui dois elétrons) (:H-) Isso ocorre no caso das desidrogenases que utilizam o NAD como coenzima • 4- Por combinação direta com o oxigênio Ex: R-CH3 + ½ O2 R-CH2-OH Ciclo de energia nas células • A função do ATP CICLO ATP – ADP Este ciclo é o modo fundamental de troca de energia nos sistemas biológicos. ATP atua como o principal doador de energia livre nos sistemas biológicos. Estrutura do ATP O ATP fornece energia por transferência de grupos, e não por simples hidrólise • A transferência de um grupo fosforil da molécula do ATP para um composto, efetivamente injeta energia livre nele, de tal forma que ele passa a apresentar maior quantidade de energia livre para liberar em transformações subsequentes O ATP FORNECE ENERGIA POR TRANSFERÊNCIA DE GRUPOS, E NÃO POR SIMPLES HIDRÓLISE. A contribuição do ATP para uma reação é geralmente mostrada como apresentando uma única etapa (a); entretanto é quase sempre um processo de duas etapas (b), como apresentado para a reação catalisada pela enzima glutamina sintetase dependente de ATP. 1) Um grupo fosforil é primeiramente transferido do ATP para o glutamato, 2) Sofrendo deslocamento por NH3 e sendo liberado na forma de Pi. O ATP pode doar grupos fosforil, pirofosforil e adenilil Transferência de energia e o papel de carreadores ativados no metabolismo Estrutura do NAD+ e NADH Exemplo de uma reação de oxidação na qual o NAD+ é o aceptor de elétrons A estrutura das formas oxidada e reduzida do FAD Exemplo de uma reação de oxidação na qual o FAD é o aceptor de elétrons Uma visão geral do fluxo de energia nos organismos vivos Os animais são capazes de usar uma entrada variável de combustíveis para satisfazer uma demanda metabólica variável. Os três estágios Do fluxo de energia Estágio 1: A oxidação dos ácidos graxos glicose e alguns aminoácidos Estágio 2: A oxidação dos grupos acetil por meio do ciclo do ácido cítrico inclui quatro passos que retiram elétrons Estágio 3: Os elétrons transportados por NADH e FADH2 são introduzidos na cadeia de transportadores de elétrons no interior das mitocôndrias Na cadeia respiratória, o O2 é reduzido a H2O.Esse fluxo de elétrons fornece energia para a síntese de ATP
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