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Cw3 - Psicologia Aplicada À Saúde

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03/04/2024, 14:47 wlldd_222_u3_psi_apl_sau
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Bem-vindo a mais uma aula!
Hoje, falaremos sobre a história do trabalho em saúde, que aparece no mesmo momento em que nos damos
conta que eventos em nossas vidas precisam de respostas para compreendermos as reais necessidades da
saúde.
Além disso, estudaremos sobre como esse trabalho é concebido atualmente, entendendo quais são os
principais conceitos abordados para melhor compreensão do processo de trabalho em saúde e como os
pro�ssionais de saúde são importantes sob o ponto de vista da valorização da saúde coletiva.
Iremos mais a fundo também na questão da saúde coletiva e suas prioridades e como podemos, além de
compreendê-la, atuar nela.
Ficou interessado? Vamos lá?
COMO SURGE O TRABALHO EM SAÚDE?
Antes de compreendermos como surgiu o trabalho em saúde, é importante entendermos quando surge a
ideia de saúde.
Vários conceitos do que seria doença e saúde existem desde muito cedo. No Egito Antigo, por exemplo, havia
uma visão mágico-religiosa da saúde, que preconizava que a doença era o resultado das forças alheias ao
sujeito e seu organismo por conta de pecados ou maldições. Entre 1829 e 1837, considerava-se que a
epidemia de cólera poderia ser um sinal divino diante dos pecados humanos.
Na Grécia, entre 460 a.C. e 377 a.C., começa-se a falar sobre os quatro humores (�uidos ou líquidos corporais
relacionados aos elementos essenciais da natureza: água, terra, fogo e ar) e como o desequilíbrio entre eles
poderia gerar doenças do coração, sistema respiratório, fígado e baço. O grande �lósofo que aborda essa
teoria é Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.), considerado o pai da medicina ocidental. Até hoje, os médicos, ao se
formarem, fazem o juramento de Hipócrates, conforme modelo adaptado:
Aula 1
O TRABALHO EM SAÚDE
Falaremos sobre a história do trabalho em saúde, que aparece no mesmo momento em que nos damos
conta que eventos em nossas vidas precisam de respostas para compreendermos as reais necessidades
da saúde.
32 minutos
PSICOLOGIA APLICADA AO PROFISSIONAL DA SAÚDE
 Aula 1 - O trabalho em saúde
 Aula 2 - A saúde e seus determinantes
 Aula 3 - Identidade e trabalho
 Aula 4 - Relação pro�ssional de saúde e paciente/cliente
 Referências
140 minutos
03/04/2024, 14:47 wlldd_222_u3_psi_apl_sau
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No séc. VI a.C., Aristóteles fala da Teoria do Calor Intrínseco, que seria a alma e o calor intrínsecos combinados
ao nascer, e que da união dessas forças depende a vida.
Depois desses �lósofos, in�nitas teorias apareceriam na tentativa de de�nir saúde, doença, vida e morte.
A cultura Xamã defende que as doenças podem ser curadas com rituais realizados por feiticeiros (pessoas
dotadas de poderes especiais), que podem expulsar os maus espíritos que se apoderam do corpo das pessoas
e causam suas doenças.
Atualmente, o conceito de saúde re�ete o contexto social, econômico, político e cultural do momento em que
é abordado, ou seja, ele vai mudando ao longo do tempo. Com isso, podemos a�rmar que saúde não
representa o mesmo para todas as pessoas, pois depende da época, da classe social e do lugar. A ideia do que
é saúde também varia de acordo com os valores individuais e as concepções cientí�cas, religiosas e �losó�cas.
Da mesma forma, o conceito de doença também varia muito.
Podemos imaginar que o conceito de trabalho em saúde também muda bastante, não é mesmo?
A ideia do trabalho em saúde surge a partir do momento em que o homem procura dar respostas às suas
necessidades de saúde. Tais necessidades variam nas diferentes sociedades e em distintos momentos
históricos, con�gurando uma estrutura que de�ne os padrões de “normal” e “patológico”, tanto no nível
individual como coletivo.
Com isso, você saberia dizer o que é um trabalhador da saúde?
Entendemos como trabalhador de saúde aquele pro�ssional que atua em equipamentos de saúde. Isso inclui
o administrativo, técnicos especí�cos, pro�ssionais graduados em universidades de saúde, segurança,
recepção, limpeza, cozinha, conservação etc. Um leque de possibilidades.
Para melhor compreendermos o trabalho desses pro�ssionais, precisamos retomar a de�nição de saúde da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz que é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social
e não somente ausência de afecções e enfermidades” (WHO, 1946, [s. p.]). A saúde é um direito social,
inerente à condição de cidadania, e que deve ser assegurado independentemente de qualquer condição
(étnica, religiosa, ideológica, política, socioeconômica, sexual, de gênero etc.). Assim, a saúde é compreendida
como um valor coletivo, um direito de cada um e de todos.
Mas, o que é saúde coletiva? Segundo Paim e Almeida Filho (2000, p. 63), “saúde coletiva pode ser considerada
um campo de conhecimento de natureza interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a epidemiologia, o
planejamento/administração de saúde e as ciências sociais em saúde”. Logo, podemos compreender que a
de�nição de saúde coletiva, basicamente, tem enfoque em programas de saúde focados na prevenção e
promoção de saúde.
COMO O TRABALHO EM SAÚDE ESTÁ NOS DIAS ATUAIS?
Pensando em saúde coletiva, nosso objetivo é analisar como se con�gura, se desenvolve e se organiza o
trabalho em saúde dentro do atual contexto social e político. Para isso, precisamos falar da diferença entre
saúde coletiva, pública e privada.
Quando falamos em saúde pública, falamos de coletividade? Sim e não. Para entender melhor, vamos por
partes.
Saúde pública é o conjunto de medidas executadas pelo Estado para garantir o bem-estar físico, mental e
social da população. A Organização Mundial de Saúde (OMS), composta, atualmente, por 194 países, é o órgão
que coordena a saúde pública mundial. Ela trabalha em parceria e proximidade com os governos dos países
membros para aprimorar questões de prevenção e tratamento de doenças, além de buscar melhorar as
condições de vida das populações de um modo geral, com a preocupação da melhoria da qualidade do ar, da
água e da comida (WHO, 1946). Um exemplo de coordenação das ações em saúde global da OMS aconteceu
em 2019, durante a pandemia da Covid-19.
Juro solenemente que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre �el aos preceitos
da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos
estarão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como
preceito de honra.
— (HIPÓCRATES, 1932, p. 3)
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No Brasil, a saúde pública está prevista na Constituição Federal como um dever do Estado (art. 196) e como
um direito social (art. 6º), ou seja, um direito que deve ser garantido de forma homogênea aos indivíduos, a
�m de assegurar o exercício de direitos fundamentais (BRASIL, 1988).
Assim, tendo em vista esse dever do Estado e direito social, em 1988, é constituído o Sistema Único de Saúde
(SUS) pela Constituição Federal, regulamentado pela Lei nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde), que o de�ne da
seguinte forma: “conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público”
(BRASIL, 1990, [s. p.]). Portanto, o SUS é formado por todas as medidas executadas direta ou indiretamente
pelo Estado para melhorar a saúde pública.
É comum associarmos o SUS às�las quilométricas e à falta de pro�ssionais e remédios, porém podemos
considerar isso uma perspectiva de senso comum (tema já visto em aulas anteriores). Você sabia que o SUS é
um dos maiores e mais elogiados sistemas de saúde pública do mundo? Vários países investem em pesquisa
sobre o nosso sistema de saúde, pois ele funciona bem e de forma mais e�ciente e coletiva que muitos outros
programas de saúde pelo mundo afora (HARTZ; POUVOURVILLE, 1988).
Além disso, o SUS tem vários programas de saúde que abarcam saúde coletiva, sendo seis deles considerados
referências no mundo, são eles:
•  Saúde da Família.
•  Programa de vacinação.
•  Controle de HIV/Aids.
•  Transplantes.
•  Tratamento contra Hepatite C.
•  Controle do tabagismo.
Agora, você pode estar pensando: saúde pública é saúde coletiva? Não necessariamente. Além de promover
programas de saúde coletiva, o SUS também pode �nanciar tratamentos de doenças que podem não ser
consideradas do coletivo, e sim de uma única pessoa ou de uma minoria. Isso está garantido em lei (SOUZA,
2014). Logo, a saúde coletiva pode estar inserida nas políticas de saúde pública, mas essa última pode ter
outros focos também.
Da mesma forma, saúde privada (que é paga sob a forma de planos e seguros de saúde, composta por
hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios particulares) também pode ser fonte de saúde coletiva. Alguns
órgãos privados investem em pesquisa de saúde coletiva, pensando na prevenção e promoção de saúde.
Investir em prevenção e promoção de saúde a médio e longo prazo pode gerar economia de custos e mais
lucro do que cuidar de doenças especí�cas, mais complexas. Assim, investir em prevenção é uma forma de
poupar gastos crescentes com uma população que envelhece e pode adoecer mais. Uma vacina é mais barata
do que o tratamento de sarampo, por exemplo. 
Além disso, pensando em saúde coletiva, outro aspecto importante é que, quando nos vacinamos, cuidamos
de nós mesmos e do próximo, pois evitamos a disseminação de algumas doenças (ou seja, uma ação
individual estimulada por uma política de saúde coletiva), o que bene�cia a saúde pública como um todo.
Compreendeu o valor do pro�ssional de saúde nas estratégias de saúde coletiva? Esse pro�ssional é
fundamental no processo de prevenção e manutenção dos cuidados à saúde do indivíduo e da saúde de toda
uma comunidade ou população.
O QUE NOS FAZ PROFISSIONAIS DE SAÚDE COM VALOR SOCIAL?
Nessa parte da aula, falaremos sobre como podemos atuar em saúde frente aos valores coletivos.
É fundamental que o pro�ssional da saúde conheça e compreenda as diferenças do que é um valor coletivo
em saúde. Imagine a grandeza desse processo e como você pode fazer diferença no todo.
Às vezes, achamos que uma gota no oceano não fará diferença, mas imagine várias gotas e, sim, você pode
ser uma gota que faz toda a diferença. Pensar em saúde coletiva signi�ca investir em bem-estar e qualidade
de vida não apenas de indivíduos, mas da população em geral.
Nesse sentido, quais são as prioridades em saúde coletiva? A saúde coletiva é um campo de atuação
multidisciplinar resultante da integração entre as ciências biomédicas e as ciências sociais. Surge das
interações dos indivíduos com os contextos sociais, econômicos e ambientais e da percepção de como as
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condições de salubridade de uma comunidade podem ser afetadas por essas interações.
As ações de saúde coletiva estão relacionadas com apreensão e compreensão das necessidades de saúde;
ações de promoção, vigilância e educação em saúde; estratégias de democratização da saúde e controle social
e ações intersetoriais. Sendo assim, qual seu papel nesse contexto? Essa re�exão é necessária para que você
possa compreender sua parte no todo e entender como atuar melhor em sua área especí�ca de
conhecimento. Você passa a fazer parte de uma força coletiva que trabalha em prol da saúde da coletividade.
Quando pensamos no valor do pro�ssional da saúde, percebemos a importância da força humana,
trabalhando em conjunto e utilizando princípios éticos, empáticos e de compreensão crítica para garantir um
bem comum: a saúde da população.
O papel do pro�ssional de saúde pode deixar de ter uma relação direta apenas com determinado paciente
para pensar o contexto social em que essa pessoa está inserida, ou seja, compreender e alcançar o coletivo.
Fazer esse exercício de olhar o todo e depois focar em apenas uma parte (indivíduo), ou vice-versa, é uma
atitude importante em qualquer campo do conhecimento. E na área do trabalho em saúde é fundamental,
pois dessa forma reduzimos o risco de �carmos restritos apenas a uma percepção particular ou enviesada da
realidade e abrimos espaço para questionamentos, críticas e a possibilidade de construção de saídas criativas
para problemas coletivos e complexos.
Para mudar o olhar, na Gestalt-terapia, que é uma linha humanista da psicologia, existe um exercício que
chamamos de �gura e fundo. Você já ouviu falar? Observe a �gura a seguir. Tente observá-la de diferentes
maneiras.
Figura 1 | Exercício �gura e fundo
Fonte: Shutterstock.
O que você viu em um primeiro momento ou plano é igual em um segundo momento, quando você muda a
forma de olhar, o foco? Olhe de novo, tente ver mais de uma possibilidade. Quantas possibilidades você
conseguiu enxergar? Uma árvore? Dois rostos que se aproximam? O que mais?
Esperamos que tenha gostado desse exercício, pois ele é muito similar ao que precisamos fazer, em diversos
momentos, em nossa vida e em nosso trabalho. Em saúde coletiva, por exemplo, quando temos um
problema, podemos optar por uma solução mais imediata, seguindo determinado ponto de vista ou conduta.
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Mas, caso consigamos nos desprender da resposta anterior, será possível enxergarmos outras possibilidades?
Caminhos diferentes para um mesmo objetivo? É muito enriquecedor pensar em trabalhar em saúde, não é
mesmo?
VÍDEO RESUMO
No vídeo desta aula, entenderemos mais sobre saúde coletiva e pensaremos em como podemos atuar dentro
desse contexto para gerar maior qualidade no processo de garantir saúde para uma população. Falaremos de
exercícios de �gura e fundo e construiremos juntos as várias possibilidades para alcançarmos um objetivo
comum.
 Saiba mais
Caso você queira compreender melhor as diferenças de saúde pública e coletiva, separamos um artigo
muito interessante, intitulado Saúde pública ou saúde coletiva?, que fala desse assunto e como essa
diferença pode acontecer em diversos âmbitos.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Bem-vindo a mais uma aula.
Hoje, falaremos sobre alguns aspectos dos determinantes da saúde. Será que você consegue entender o que
podem ser esses determinantes? Se não, não se preocupe, pois ao �nal da aula você estará por dentro desse
tema.
Para ampliar estes conceitos, apresentaremos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e biopsicossociais.
Este último é a integração dos outros três, e é fundamental para trabalharmos em saúde, seja ela pública,
privada ou coletiva. É fundamental entender que aspectos biopsicossociais podem funcionar como
determinantes da saúde, para ampliar nosso conhecimento como pro�ssionais da área.
Vamos lá?
QUAIS SÃO OS DETERMINANTES EM SAÚDE?
Para compreendermos os determinantes da saúde, precisamos retomar alguns pontos, e a de�nição de saúde
é um deles. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “o estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doença” (WHO, 1946,[s. p.]). De acordo com esta de�nição,
percebemos que não basta não ter doenças para ser saudável, é fundamental estar bem em diversos
aspectos da vida.
Por conta dessa de�nição, podemos pensar em aspectos que podem in�uenciar diretamente a construção do
que pode vir a ser a saúde, tais como:
•  Aspecto biológico: busca compreender como a causa da doença pode decorrer do funcionamento do corpo
(da biologia) do indivíduo.
Aula 2
A SAÚDE E SEUS DETERMINANTES
Para ampliar estes conceitos, apresentaremos aspectos biológicos, psicológicos, sociais e
biopsicossociais.
30 minutos
https://espacoparasaude.fpp.edu.br/index.php/espacosaude/article/view/545
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•  Aspecto psicológico: a psicologia busca a melhora da saúde, a prevenção e o tratamento de doenças. Muitas
práticas clínicas buscam modi�car o ambiente da pessoa e sua resposta a estímulos e a mudança de seus
pensamentos, crenças, sentimentos e atitudes em relação à saúde.
•  Aspecto social: investiga como os diferentes fatores sociais, como o status socioeconômico, a cultura e as
relações sociais, podem in�uenciar a saúde.
•  Aspectos biopsicossociais: o conceito de saúde compreende não somente a ausência de doença, mas um
estado completo de bem-estar físico, psicológico e social do indivíduo. É uma abordagem mais integral da
saúde do indivíduo.
Os aspectos biopsicossociais vão na direção da de�nição de saúde da OMS. Com isso, podemos compreender
que todos esses aspectos são fundamentais para o que entendemos como saúde.
Para identi�car os fatores externos que podem in�uenciar de maneira negativa a qualidade de vida das
pessoas, existem os determinantes de saúde, que também auxiliarão na criação de medidas globais para a
redução da desigualdade.
Como podemos deduzir, determinante é tudo aquilo que determinará, decidirá, gerará algo. Portanto,
determinantes em saúde são os fatores que de�nirão nossa saúde individual e coletiva. Parece simples, não?
Na raiz do signi�cado, sim, mas perceberemos, nesta aula, que há fatores bastante complexos nesse cenário. 
Quais determinantes são centrais na saúde no contexto atual? Segundo a Lei Orgânica da Saúde, os fatores
determinantes e condicionantes da saúde são: alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente,
trabalho, renda, educação, transporte, lazer e acesso aos bens e serviços essenciais para a saúde (BRASIL,
2011). Nesse contexto, os determinantes da saúde podem ser de�nidos como os fatores que in�uenciam,
afetam e/ou determinam a saúde de todos os povos e cidadãos (CARVALHO, 2012).
Portanto, podemos compreender que o equilíbrio entre saúde e doença pode ser determinado por uma
grande variabilidade e combinação de fatores de origem social, econômica, cultural, ambiental e biológica
(genética), que é exatamente a de�nição de aspectos biopsicossociais.
COMO OS DETERMINANTES EM SAÚDE PODEM INFLUENCIAR NOSSO TRABALHO?
Para compreendermos melhor os determinantes de saúde, usaremos a referência da Organização Mundial de
Saúde (OMS), que classi�ca determinantes sociais em saúde como as condições em que as pessoas nascem,
crescem, vivem, trabalham e envelhecem, incluindo aí o próprio acesso aos serviços de saúde. 
São determinantes sociais porque são compreendidos de forma coletiva e no macro contexto
socioeconômico. Com isso, as circunstâncias citadas são moduladas também pela distribuição de renda,
poder e recursos em nível global, nacional e local, questões in�uenciadas por decisões políticas e geopolíticas.
Esses determinantes sociais seriam os responsáveis pelas diferenças injustas e evitáveis entre pessoas e
países.
Como um dos focos da OMS é justamente a descentralização dos poderes, em 2006, no Brasil, foi criada a
Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). A CNDSS rea�rma que os determinantes
sociais são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que
in�uenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população (BUSS; PELLEGRINI
FILHO, 2007).
Tal comissão tem três compromissos (CNDSS, 2006):
1.  Ação: apresentar recomendações concretas de políticas, programas e intervenções para o combate às
injustiças (iniquidades) de saúde geradas pelos Determinantes Sociais da Saúde (DSS).
2.  Equidade: a promoção da equidade (respeito à igualdade de direitos) em saúde é fundamentalmente um
compromisso ético e uma posição política, com �m de assegurar o direito universal à saúde.
3.  Evidência: recomendações devem estar solidamente fundamentadas em evidências cientí�cas, que
permitem, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniquidades em
saúde e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser
esperados em termos de efetividade e e�ciência.
Os principais objetivos da CNDSS são: 
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Entendendo a saúde como um processo social, os aspectos socioeconômicos e as decisões políticas
interferem diretamente nas condições de vida e na saúde das populações. Você percebe que estar doente ou
saudável dependerá diretamente de como é a sua rotina, das suas relações afetivas e sexuais, do estado da
sua saúde mental, das atividades do trabalho que você faz, onde e como você mora, que tipo de lazer você
tem, como está a sua alimentação, entre outros fatores. Portanto, todos os aspectos que circundam a vida de
cada indivíduo e o estilo de vida de cada um.
Para compreender isso, podemos utilizar a imagem de Dahlgren e Whitehead (1991), que demonstra a
estrati�cação dos determinantes em saúde frente ao contexto socioambiental em relação ao estilo de vida
dos indivíduos, ou seja, todos os fatores que podem perpassar as nossas vidas e com isso in�uenciar em
aspectos de nossa saúde de forma direta e indireta.
Figura 1 | Determinantes sociais de saúde, segundo modelo de Dahlgren e Whitehead (1991)
Fonte: Brasil (2008, p. 47).
O Brasil é um país muito grande e desigual. Por conta disso, precisamos entendê-lo em seus diversos
contextos e realidades. Mesmo dentro de uma única cidade, como São Paulo, você encontra variáveis e
vulnerabilidades muito distintas nos diferentes territórios. 
Em áreas muito urbanizadas, onde o transporte é um problema, você pode enfrentar um estilo de vida
intenso e estressante, sem tempo para se alimentar ou fazer atividade física de forma regular. Além disso,
estresse e saúde mental podem estar em jogo em função do acúmulo de trabalho. Com isso, podemos
imaginar que, ao adoecer, as pessoas desses lugares poderão enfrentar com mais frequência problemas,
como câncer, obesidade, problemas cardíacos, diabetes, depressão, ansiedade etc. 
Já nas regiões mais vulneráveis do Brasil, onde não há saneamento básico, moradia apropriada, oferta de
emprego e acesso adequado à saúde, as pessoas podem ter mais riscos de enfrentar questões, como
gastroenterites, malária, dengue, leishmaniose, Doença de Chagas etc. 
São tantos cenários e contextos diferentes em um único país, estado e cidade, não é mesmo?
Assim, os determinantes sociais da saúde podem ajudar na identi�cação de quais fatores externos podem
in�uenciar de maneira negativa a qualidade de vida e a saúde das pessoas. Com isso, eles ajudam na criação
de medidas globais (políticas públicas) para redução das desigualdades, prevenção e promoção de saúde de
forma coletiva.
COMO PODEMOS TRABALHAR OLHANDO OS DETERMINANTES EM SAÚDE?
-  produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil;
-  apoiar o desenvolvimento de políticas e programas paraa promoção da equidade em
saúde; 
-  promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de consciência e
atuação sobre os DSS
— (CNDSS, 2006, p. 89)
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Os determinantes de saúde são todos os fatores que interferirão na vida das pessoas, seja individual ou
coletivamente, dando a elas qualidade de vida (saúde) ou contribuindo para o aparecimento de doenças. Por
isso, eles são fundamentais para quem trabalha com saúde.
Mas, como os pro�ssionais de saúde podem analisar e elaborar planos de ação que garantam a prevenção e
promoção de saúde de forma mais igualitária, olhando sempre para o coletivo?
Sabemos que o modelo biopsicossocial fornece a abordagem mais completa para se observar o indivíduo e
suas condições de vida. Esse é o modelo que deve ser incorporado à formação dos pro�ssionais de saúde de
forma geral, porque, além do aprendizado e da evolução das habilidades técnico-instrumentais, é essencial
que ele entenda aspectos sociais e desenvolva capacidades relacionais, que permitam o estabelecimento de
um vínculo adequado e uma comunicação efetiva. Isso tudo favorece um cuidado integrado dos indivíduos
dentro do contexto coletivo.
O modelo biopsicossocial trabalha na perspectiva de que o funcionamento do corpo (bio) pode afetar a mente
(psico) e que, por sua vez, a saúde mental também pode afetar o corpo. Além disso, as questões ambientais
(sociais) estão permeando o tempo todo o estilo de vida das pessoas, afetando seu corpo, sua mente e sua
saúde.
O modelo biopsicossocial dá mais autonomia ao paciente em relação ao seu próprio cuidado. Por conta disso,
o modelo biopsicossocial é a perspectiva mais abrangente para entender o ser humano, já que ele
compreende a saúde e a doença como resultado das interações entre fatores biológicos, psicológicos e
sociais. Esse modelo também expressa a coerência entre corpo e mente como fundamental para a
constituição do equilíbrio humano. 
Tudo isso leva a uma busca do pro�ssional da saúde por uma melhora na qualidade de vida das pessoas,
calcada em uma prática clínica multipro�ssional, que visa à promoção da saúde, à autonomia do indivíduo e à
adoção de hábitos de vida saudáveis, com consequente redução do adoecimento. Para isso, precisamos
compreender o que é qualidade de vida. Tanto o paciente quanto os pro�ssionais de saúde precisam
conhecer os principais pontos:
•  O bem-estar físico.
•  O bem-estar mental.
•  O bem-estar psicológico.
•  O bem-estar emocional.
•  Relacionamentos afetivos.
•  Relacionamentos com a família.
•  Relacionamentos com os amigos e colegas.
•  A saúde.
É fundamental entender que pacientes em processo de adoecimento ou de prevenção de adoecimento são
diferentes de pacientes crônicos. O olhar biopsicossocial deve estar presente sempre, a �m de criar um
espaço de atendimento empático, no qual a relação com o pro�ssional de saúde possa acontecer da melhor
forma possível.
Um pro�ssional empático faz com que o paciente se sinta mais à vontade para falar sobre suas principais
dores, angústias e a�ições, o que contribui para um importante efeito terapêutico, além de torná-lo mais
colaborativo e satisfeito com todo o processo de atendimento.
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo, falaremos sobre determinantes da saúde e discutiremos sobre como um trabalho no modelo
biopsicossocial pode ser integrado para melhorar a atenção aos pacientes e a própria compreensão do
pro�ssional de saúde frente ao seu trabalho e à sua equipe. Essa perspectiva é fundamental para
trabalharmos em saúde. Precisamos entender quais aspectos biopsicossociais funcionam como
determinantes da saúde e como podemos melhorar nosso conhecimento como pro�ssionais da área. Vamos
lá?
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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 Saiba mais
Estudante, caso você tenha interesse e queira saber mais sobre a história da saúde no Brasil, seus
processos políticos e como é estruturado o SUS, o livro Saúde coletiva, de autoria de Greisse Bassinelo, é
essencial.
INTRODUÇÃO
Estudante, na aula de hoje, falaremos sobre identidade e trabalho e continuaremos a focar nos aspectos
biopsicossociais que envolvem o relacionamento terapeuta/paciente.
Falaremos também da função do trabalho e da relação entre trabalho, quali�cação e reconhecimento no
âmbito da saúde.
Trataremos de como as relações entre o trabalho e a autoconstrução podem auxiliar no processo da clínica de
saúde e qual a necessidade da autoconstrução sob o ponto vista de suas subjetividades dentro da perspectiva
da clínica do trabalho.
Um fator importante nesse tópico, sem dúvida, é a questão da subjetividade e as correlações entre trabalho,
saúde e identidade.
Ao �nalizar a aula, você deverá estar apto a elaborar uma tabela contendo os principais tópicos da relação do
pro�ssional de saúde e os clientes no âmbito da clínica de saúde.
Vamos lá!
COMO COMPREENDEMOS A IDENTIDADE DE TRABALHO?
Para abordarmos a questão da identidade e do trabalho, precisamos compreender que identidade tem a ver
com a forma que nos enxergamos no mundo, nos identi�camos. No modo literal, seria um documento (RG,
certidão etc.); no modo subjetivo, é o que nos representa (masculino, feminino, pro�ssional de saúde, �lho,
pai etc.).
Identidade é o que nos move e nos diferencia em relação aos outros, o que nos faz criar conexões com
determinadas coisas em detrimento de outras.
A identidade que estamos pensando aqui nessa aula é a subjetiva, a sua identidade/identi�cação em relação
ao trabalho em saúde e o que isso pode gerar como resultado.
Precisamos pontuar que pensamos em saúde sob o ponto de vista biopsicossocial, tanto naquilo que envolve
o relacionamento terapeuta/paciente como também em relação ao próprio pro�ssional de saúde.
A partir desse olhar amplo e contextualizado dos indivíduos, falaremos da função do trabalho e da relação
entre trabalho, quali�cação e reconhecimento, sempre no âmbito da saúde.
Você consegue compreender qual a função do trabalho em sua vida?
Essa resposta pode ser muito pessoal e estar atravessada por questões subjetivas dentro do seu contexto
sociocultural, não é mesmo?
Todavia, se pensarmos de forma mais generalista, podemos alcançar uma explicação mais ampla do que é a
função do trabalho. Dessa forma, o trabalho pode ser entendido como uma condição essencial na sociedade
em que vivemos, não apenas pela questão �nanceira (individual e social) mas também pelo signi�cado e
Aula 3
IDENTIDADE E TRABALHO
Falaremos sobre identidade e trabalho e continuaremos a focar nos aspectos biopsicossociais que
envolvem o relacionamento terapeuta/paciente.
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sentido que a vida ganha a partir desse aspecto. Logo, entendemos que o trabalho é uma parte integrante e
importante de nossas vidas.
A função do trabalho vai muito além de ganhar nosso dinheiro para viver e sobreviver, tem a ver com nossa
realização pessoal, o sentido de ser útil de alguma forma na vida pessoal, familiar e social. Assim, o trabalho
tem para o indivíduo um signi�cado de representatividade social por meio daquilo que ele realiza, como uma
forma de reconhecimento dessas atividades para atingir seus objetivos. O sentido é apresentado em forma de
valor pessoal, satisfação e autorrealização para cada um(NEVES et al., 2018).
Pensando nisso, como poderíamos reconhecer no ambiente de saúde essa função do trabalho?  Você
consegue se imaginar nesse contexto?
É importante pensar na saúde como qualquer outro ambiente de trabalho, com responsabilidades e funções
especí�cas. Porém, trabalhar em um ambiente de saúde é, muitas vezes, enfrentar uma condição insalubre,
por questões como carga horária, estruturas precárias, sensação de impotência frente a dores e perdas etc.
Por conta dessas peculiaridades, nossos cuidados como pro�ssionais de saúde precisam ser sempre
constantes, buscando suporte, amparo técnico, quali�cação, reciclagens e feedbacks sobre nossa atuação, e
isso inclui, claro, a busca de reconhecimento pela dedicação e pelo desempenho adequado das nossas
funções.
Mas, aí você pode parar para pensar e perguntar: isso é automático? Claro que não! No entanto, você já pode
estar imaginando que isso tenha ligação com as relações de trabalho e a autoconstrução.
As relações de trabalho referem-se a todas as relações que ocorrem no ambiente de trabalho, sejam elas com
colegas, chefes, clientes, pacientes, fornecedores etc. 
Já a autoconstrução no ambiente de trabalho em saúde se referirá ao aperfeiçoamento e à capacidade do
próprio pro�ssional de compreender como ele pode se modi�car para melhorar habilidades e, com isso, �car
mais habilitado ao trabalho. E esse processo pessoal pode contribuir para o desenvolvimento dos demais
pro�ssionais e da própria instituição de saúde.
Como essa autoconstrução e as relações do trabalho funcionarão?
Para responder, precisamos pensar nas questões de subjetividade que atravessam qualquer relação humana
e em como �cam as correlações entre trabalho, saúde e identidade.
Lembrando que a subjetividade pode ser de�nida como a expressão de pontos de vista e julgamentos de
valor da própria pessoa, seus sentimentos e suas preferências (SUBJETIVIDADE, 2022), ou seja, são as
individualidades de cada um e o contexto em que essa pessoa se constrói.
Como será que tudo isso acontecerá no ambiente de trabalho em saúde?
IDENTIDADE DE TRABALHO: APROFUNDANDO CONCEITOS
Para compreendermos melhor o que signi�ca o processo de identidade e trabalho, aprofundaremos alguns
conceitos.
Pensando na função do trabalho como algo que vai além da sobrevivência �nanceira, chegamos à questão da
satisfação pessoal. Já sabemos que, quando um pro�ssional está satisfeito, ele tende a produzir mais e com
maior qualidade, além de se sentir pertencente ao ambiente de trabalho e mais integrado às relações com os
colegas. E isso tudo é muito importante para validar a sua identidade no trabalho.
Partindo desse ponto de vista, podemos entender a correlação entre trabalho, quali�cação e reconhecimento
como um evento circular e interdependente.
Figura 1 | Ciclo Trabalho - Quali�cação - Reconhecimento
Fonte: acervo dos autores.
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Entenderemos melhor: todo trabalho exige algum grau de quali�cação e de reconhecimento para validação.
Quanto mais quali�cação, maior chance de reconhecimento e, como consequência, mais disposição para
realizar o trabalho. Esse movimento pode gerar maior empenho e vontade para aprender mais. É um �uxo
circular, mantido de forma individual e que fará toda diferença no coletivo.
Porém, sabemos que o ambiente de trabalho pode ser in�uenciado por fatores negativos que atrapalham a
manutenção desse ciclo (Figura 1) de trabalho - quali�cação - reconhecimento. Quando o trabalhador
enfrenta, por exemplo, um ambiente com condições insalubres (falta de material e de equipamentos de
segurança; infraestrutura inadequada; relações interpessoais con�ituosas; falta de valorização e
reconhecimento etc.), sua qualidade de vida e sua saúde física e mental podem ser comprometidas (ABRAMO,
2019).
Por outro lado, temos características positivas no trabalho, (segurança �nanceira; oportunidade de
crescimento pessoal; relações sociais construtivas; autoestima) as quais podem propiciar a manutenção deste
ciclo (Figura 1), protegendo o trabalhador de riscos ambientais e psicossociais, melhorando a saúde e
qualidade de vida (ABRAMO, 2019). Com isso, o trabalho passa a ser fonte de bem-estar e autorrealização,
gerando sensação de prazer, fator fundamental para a construção da subjetividade do trabalhador nesse ciclo
(Figura 1) (NEVES et al., 2018).
Em resumo, podemos compreender que é necessário um equilíbrio entre as características positivas e
negativas no trabalho, a �m de manter a qualidade de vida no trabalho em saúde.
Essa realização pessoal vai na direção do processo de autoconstrução, pois um pro�ssional motivado busca
aprimorar e melhorar o ambiente em que está, melhorando todo o contexto da clínica de saúde.
O mundo do trabalho em saúde é repleto de novas tecnologias, o que exige a necessidade de aprimoramento
constante por parte de seus pro�ssionais, com a �nalidade de melhorar o desempenho das atividades
assistenciais, organizacionais e administrativas na gestão em saúde e no processo de pesquisa e formação
pro�ssional (BONFADA; PINNO; CAMPONOGARA, 2018).
Na busca de equilíbrio pessoal e aprimoramento, precisamos pensar na subjetividade do trabalhador de
saúde por meio da relação entre trabalho, saúde e identidade.
Isso nos remete à necessidade de que o indivíduo consiga se reconhecer e se validar pro�ssionalmente, passo
fundamental para toda sua carreira. Após este autorreconhecimento, é importante que seu esforço e sua
dedicação sejam reconhecidos por terceiros, o que gerará um sentimento de bem-estar e respeito por seu
trabalho. Portanto, para obter o reconhecimento pro�ssional, é necessário que o trabalhador se reconheça e
se aproprie de seus dons, talentos, competências, esforçando-se para alcançar resultados e conquistar sua
autocon�ança. E a validação externa desse processo também é essencial para que o indivíduo siga em frente,
crescendo e se aprimorando ainda mais. Um ciclo virtuoso!
Em suma, entendemos que o reconhecimento e a valorização dos trabalhadores em saúde contribuem para o
sucesso da organização e para sua satisfação pro�ssional. 
E tal fato só ocorrerá em instituições de saúde que tenham a qualidade de vida de seus colaboradores como
meta, bem como a qualidade do serviço prestado (assistência), pois compreendemos que o que move o
indivíduo e o seu comportamento no trabalho está relacionado com a compreensão, a valorização e o
reconhecimento desse trabalhador (GOMES, 2019).
COMO CONSTRUIR A IDENTIDADE NO TRABALHO?
Você pode estar se perguntando: como conseguimos construir essa identidade com o trabalho?
Por meio do que vimos até o momento, temos como necessidade para nossa identi�cação com o trabalho:
•  Quali�cação.
•  Autoconstrução.
•  Subjetividade/Identidade.
•  Qualidade.
•  Reconhecimento.
•  Valorização.
A construção da nossa identidade no trabalho está ligada diretamente com a forma como nos vemos frente
ao trabalho que desempenhamos e como nos avaliamos por meio de reconhecimento e feedbacks.
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Podemos compreender que essa identidade é atravessada por questões de insalubridade especí�cas do
trabalho em saúde. No entanto, mesmo em um cenário com fatores negativos, podemos agregar posturas,
atitudes e sensações que nos permitem realizar o melhor trabalho possível no aspecto individual, coletivo e de
assistência. 
A questão mais importante é sabermos reconhecer quais são as nossas habilidades e inabilidades frente ao
nosso trabalho. Esse é o ponto fundamental! E, a partir dessas constatações, buscar possibilidades decrescimento e de aprimoramento. 
Mas, não conseguimos isso sozinhos, precisamos ter consciência que nosso trabalho interfere no do outro, o
do outro interfere em nós, e o todo só acontece por conta da subjetividade de cada indivíduo e da soma
dessas subjetividades na equipe. O resultado pode ser uma equipe integrada, que valoriza as diferenças de
ponto de vista como potência, e com isso consegue oferecer melhores resultados na assistência ao paciente.
O pro�ssional de saúde, assim como qualquer outro, precisa se sentir quali�cado para exercer sua função
com qualidade e e�ciência. E precisa de autoconsciência de suas questões emocionais, cognitivas e
relacionais.
Por conta disso, precisamos pensar em como a educação permanente em saúde pode nos amparar, com base
cientí�ca e atualizada. E ela deve ser uma realidade na vida de pro�ssionais de saúde, já que nosso trabalho
não é estático. Ele muda a cada nova descoberta, e precisamos e devemos nos atualizar com frequência.
O processo de aprendizagem e a troca com colegas pode nos fazer ampliar nossa visão e valorização, para
que possamos garantir, além da quali�cação pro�ssional, a competência de nos autoconstruir, por meio do
ciclo quali�cação > reconhecimento > trabalho. E isso pode gerar melhores resultados na própria equipe e na
assistência aos pacientes, o que também nos ajuda a construir e reforçar nossa identidade de trabalho.
Agora, você saberia dizer como podemos lidar melhor com a identidade do nosso trabalho em saúde na
relação com a assistência (pacientes)?
Sabemos que, para o trabalho em saúde, precisamos estar saudáveis e por inteiro, não é mesmo? Somente
assim conseguimos ser empáticos, propiciando resultado favorável tanto na relação da assistência individual
como na coletiva.
Para facilitar, levantaremos alguns pontos que podem nos ajudar: 
•  Quali�cação pro�ssional.
•  Comprometimento pro�ssional.
•  Planejamento do trabalho desenvolvido.
•  Capacidade de resolução de con�itos.
•  Capacidade empática.
•  Relacionamento interpessoal.
•  Reconhecimento da gestão.
•  Reconhecimento de colegas.
•  Reconhecimento de pacientes.
•  Incentivo.
Precisamos prestar atenção em pontos que podem nos atrapalhar:
•  Sobrecarga de trabalho.
•  Falta de condições de trabalho.
•  Instabilidade pro�ssional.
•  Falta de incentivo à quali�cação.
•  Invisibilidade.
•  Falta de respeito.
•  Autonomia reduzida.
É necessário adotar medidas que minimizem os fatores que interferem negativamente na qualidade do
desenvolvimento dos trabalhadores em saúde. Assim como é central implementar ações que possam
fortalecer e promover os fatores positivos para uma vida de trabalho e pessoal saudável, feliz e com maior
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qualidade. Somente quando o pro�ssional de saúde se valoriza e acredita em sua potência que ele consegue
fazer trocas verdadeiras e gerar resultado bené�co no processo da saúde como um todo.
VÍDEO RESUMO
Estudante, hoje, em nosso vídeo, falaremos sobre a questão da identidade no trabalho e como as variáveis
que compõem essa identidade podem facilitar a relação com o paciente.
Convidamos você a pensar em si próprio e a compreender quais são os limites que precisam ser superados
para nos transformarmos em pro�ssionais mais quali�cados e efetivos. Interessou-se? Vamos lá?
 Saiba mais
Caso você tenha mais interesse em como compreender e desenvolver a sua identidade, segue a
indicação de um livro simples e cheio de possibilidades para exercer o autoconhecimento, Identidade:
qual é a sua?, da autora Alessandra Mendonça Vasques Ferreira, disponível na Biblioteca Virtual.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Estudante, bem-vindo a mais uma aula!
Hoje, falaremos sobre a relação do pro�ssional de saúde com os pacientes. Tópico central para entendermos
como podemos garantir que os pacientes tenham melhor aderência ao tratamento. Além disso, abordaremos
as in�uências dos aspectos emocionais no campo da saúde e o que podemos fazer para garantir um melhor
atendimento.
Nessa aula, teremos também um tema muito importante para focar, que é a relação do paciente e sua família
com o pro�ssional da saúde e como essa relação pode impactar diretamente no comportamento do paciente
frente ao tratamento proposto. 
Ficou interessado? Vamos juntos construir esse conhecimento?
RELAÇÃO PROFISSIONAL DE SAÚDE E PACIENTE, O QUE É ISSO?
Para compreendermos melhor a relação do pro�ssional de saúde com o paciente, precisamos relembrar
alguns conceitos.
A de�nição de relação tem a ver com vínculo afetivo, e não seria diferente na relação de trabalho na saúde. O
afeto no atendimento do paciente é fundamental para um melhor resultado (RELAÇÃO, 2022).
É importante saber que, quando tratamos de relações humanas em saúde, estamos pensando em como
investir na qualidade da relação do pro�ssional com seus pacientes e em como evitar a desumanização nesse
processo. A desumanização da relação pode acontecer por conta do formalismo dos protocolos de
atendimento e de coleta de dados, e é preciso lembrar que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas
simples e mecanicistas.
As relações humanas são os objetos de estudo da psicologia. E se vocês se lembram, elas podem ser divididas
em dois tipos: relação intrapessoal e relação interpessoal.
Aula 4
RELAÇÃO PROFISSIONAL DE SAÚDE E PACIENTE/CLIENTE
Tópico central para entendermos como podemos garantir que os pacientes tenham melhor aderência ao
tratamento.
32 minutos
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Enquanto a relação intrapessoal refere-se à comunicação interna do indivíduo, a relação interpessoal refere-
se à maneira como nos relacionamos com o próximo.
Na área da saúde, as relações que vêm da interação entre os pacientes e os pro�ssionais de saúde se
desenvolverão a partir de um referencial biopsicossocial. O equilíbrio dessas relações pode se dar por meio da
escuta do pro�ssional e da participação e autonomia do paciente frente às decisões sobre sua saúde.
Fica evidente aqui a necessidade de uma comunicação clara com o paciente, sendo a comunicação um
processo complexo de manifestações verbais e não verbais, reações emocionais, físicas e comportamentais.
Logo, a boa relação pro�ssional de saúde e paciente deve estar baseada na escuta desse paciente, com olhar
empático e qualidade técnica (BACKES, 2005). Esse olhar gerará mais trocas com o paciente, e maior chance
de ele aderir ao tratamento.
Você sabe o que é aderir ao tratamento? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), adesão ao
tratamento signi�ca "a medida com que o comportamento de uma pessoa corresponde às recomendações de
um pro�ssional da saúde” (WHO, 2003, [s. p.]).
A adesão ao tratamento tem, conforme a de�nição da OMS, uma relação direta com as recomendações do
pro�ssional de saúde. Assim, quanto melhor forem as relações e a comunicação do paciente com o
pro�ssional, maiores as chances de ele seguir as recomendações e não abandonar o tratamento proposto no
meio do caminho.
Temos que lembrar que o tratamento não se resume a ir aos serviços de saúde e se consultar com os
pro�ssionais. O tratamento envolve comportamentos diversos, como uso correto de medicações e
modi�cações de hábitos e comportamentos. E sabemos bem que as pessoas só mudam quando estão
motivadas e quando aquilo que é proposto faz sentido para elas. Imagine como é difícil mudar de maneira
radical a forma como você se alimenta ou ter que tomarremédio o resto da vida se você não entende
claramente a importância de tudo isso na busca pela sua saúde. Nesse sentido, a relação com os pro�ssionais
e o protagonismo do paciente são passos fundamentais.
Sem contar que receber uma notícia complicada em relação à saúde ou mudar um hábito arraigado no
comportamento (deixar de fumar, por exemplo) envolve não apenas o paciente com quem falamos mas
também as pessoas que vivem ao seu redor. Portanto, as relações em saúde se estendem para outros
elementos, seja a família de origem, a família que a pessoa formou ou a família escolhida (amigos).
COMO A RELAÇÃO COM O PROFISSIONAL DE SAÚDE PODE AFETAR A ADESÃO?
Agora, na prática, como a relação com o pro�ssional de saúde pode afetar a adesão?
Se temos uma relação saudável e afetiva, com uma comunicação boa, o que propomos poderá ser melhor
compreendido e absorvido. No sentido contrário, se investirmos em uma relação assimétrica, na qual o
pro�ssional se coloca sempre acima do paciente, a pessoa poderá criar resistências e se comportar como um
�lho que insiste em desobedecer à �gura do pai ou da mãe. Também não funciona se o pro�ssional da saúde
se coloca de maneira submissa às vontades do paciente, já que há o risco de se perder credibilidade e
autoridade técnica. Por isso, o equilíbrio, a boa relação e a comunicação direta são essenciais.
Por conta desse tipo de resposta nas relações pro�ssionais-pacientes, estudamos termos como transferência
e contratransferência. Eles são baseados na mesma ideia, sendo que transferência acontece no sentido do
usuário para com o pro�ssional, e a contratransferência se dá no sentido inverso. 
Mas, o que isso signi�ca? De um jeito simpli�cado, a transferência acontece quando atribuímos questões de
outras relações, passadas, para as novas relações (FREUD, 1980), ou seja, quando trazemos para uma relação
nova questões e atitudes que vivenciamos em outras relações, muitas vezes sem nos darmos conta. Por
exemplo, tive problemas com um pai autoritário e sigo tendo di�culdade de receber ordens e orientações.
Nesse caso, posso "boicotar" um tratamento por achar que o pro�ssional da saúde só manda e não me
escuta.
Já a contratransferência acontece quando o pro�ssional de saúde é impactado pelas emoções e sensações
que tem ao escutar o paciente e acaba adotando posturas que podem di�cultar a relação (FREUD, 1980).
Nós, como pro�ssionais de saúde, temos que estar atentos a esses fenômenos e dar um passo para trás para
entender o que está acontecendo, seja na transferência ou na contratransferência. A�nal, temos que tomar
cuidado com diversos elementos que podem atrapalhar a forma como as relações se estabelecem.
De maneira geral, os usuários dos sistemas de saúde podem estar enfrentando momentos de fragilidade e
vulnerabilidade (a�nal de contas, quem é que não �ca assim quando está doente?), e isso pode impactar suas
relações. Em um pronto-socorro, por exemplo, a relação ocorrerá mediada pelo medo de uma condição que
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pode estar colocando a vida do indivíduo em risco, enquanto em programas relacionados à promoção de
saúde o contato já ocorre a partir de um desejo de estar lá e melhorar, com mais tempo para construir uma
boa relação (ASSUNÇÃO; QUEIROZ, 2015).
Além disso, tradicionalmente na área de saúde, temos relações bastante paternalistas, em que o pro�ssional
(detentor do conhecimento técnico) manda, e ele espera que o paciente (que busca ajuda) obedeça.
Modernamente, sabemos que isso não funciona tão bem como um cuidado em que o paciente também é
protagonista e divide as tomadas de decisão junto àqueles que o assessoram, respeitando os saberes e papéis
de cada um. A�nal de contas, assim como não tem sentido eu ter que tomar um remédio sem entender o
motivo, não adianta eu querer pedir para ser afastado do trabalho se não há justi�cativa da área de saúde
para isso. Comunicação, afeto e respeito fazem toda a diferença nessa relação. Isso lembra muito o que
falamos sobre trabalhos em equipe em aulas anteriores.
Essas preocupações valem também para casos de irritação e agressividade nos atendimentos. Eles podem ser
motivados por problemas concretos da relação pro�ssional-paciente, ou, muitas vezes, podem ser apenas um
padrão de repetição de problemas que vêm de relações passadas ou de adoecimentos anteriores em saúde
mental, que tanto o paciente como o pro�ssional podem apresentar.
E lembrar do cuidado de nunca reduzir as pessoas a um diagnóstico, já que isso pode fazer com que elas se
sintam desrespeitadas, o que pode complicar a adesão e o protagonismo no seu tratamento.
COMO RELACIONAR O PACIENTE, A FAMÍLIA E O PROFISSIONAL DA SAÚDE?
Já aprendemos sobre como a relação entre o usuário do sistema de saúde e o pro�ssional de saúde tem um
papel central não apenas na avaliação subjetiva do serviço, mas, principalmente, na adesão ao tratamento. A
compreensão de como estas relações se organizam e como podem ser usadas de maneira a contribuir para o
cuidado é um conhecimento fundamental para quem trabalha com saúde.
Agora, podemos pensar em como você, futuro pro�ssional de saúde, agirá diante dessa realidade. Sabemos
que, quanto mais entendermos a intencionalidade dos nossos atos, melhor podemos nos organizar.
Você, provavelmente, já teve suas experiências procurando serviços ou pro�ssionais de saúde, seja como
paciente ou como familiar ou acompanhante. Você deve ter algumas boas lembranças e recordar momentos
complicados, certo? O que ocorreu bem ou o que ocorreu mal?
Em geral, as boas recordações têm a ver com o desfecho, com o resultado. Mas, se olharmos de perto, em
geral, aquelas experiências que são lembradas como as melhores são aquelas em que fomos acolhidos,
respeitados, percebidos, tratados com autonomia e dignidade e a comunicação ocorreu de maneira positiva.
Assim, mesmo que o resultado não fosse o que queríamos, nos sentimos cuidados. Para algumas pessoas,
mesmo o momento da perda de uma pessoa amada pode ser lembrado como uma experiência positiva, se
ocorreu uma relação humanizada com os pro�ssionais de saúde.
Ninguém quer ir ao médico para não ser escutado e apenas levar uma receita para casa. No entanto,
infelizmente, isso é o que acontece ainda hoje em muitas situações nos serviços de saúde. Ninguém quer ir a
nutricionistas que apenas passam a mesma alimentação para todos os pacientes; psicólogos que não nos
enxergam em nosso sofrimento e apenas �cam presos na sua teoria; �sioterapeutas que não pensam em ter
um consultório acessível; enfermeiros que �cam presos nos afazeres e esquecem do paciente e de quem o
acompanha (ASSUNÇÃO; QUEIROZ, 2015).
Temos que levar em conta que nem sempre o que achamos que funcionará para determinado paciente é, de
fato, o melhor caminho ou estratégia de atendimento. Às vezes, estamos repetindo uma fórmula que não dá
certo ou tentando pegar um atalho que não resolverá o problema. Temos que entender a individualidade de
cada um dos pacientes para tentar chegar ao melhor resultado de adesão para cada um, mesmo que esse
trajeto possa parecer mais longo. Não adianta brigar e impor condutas, ouvir e ser empático pode ser muito
mais produtivo.
E qual tipo de pro�ssional você quer ser? Como quer se relacionar com seus pacientes?
Muitas vezes, precisamos respirar fundo e dar um passo atrás para não responder de forma automática a
uma reação ou resposta do paciente com a qual não concorda. "Eu já prescrevi o tratamento correto e você
não seguiu, agora volta aqui pior e vem perguntar o que deve fazer?”. Há pro�ssionais que respondem
agressão com agressão e falta de adesão com abandono do paciente. Mas, será que essas são as melhores
respostas? Não é melhor entendermos o cenário como um todo e tentar ajudar de outra forma, sempre
buscandoessa aliança com o paciente?  E aqui cabe lembrar que essa aliança pode ser ainda mais fortalecida
e ampliada quando temos o suporte das pessoas que vivem próximas a esse paciente, não é mesmo?
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Poder ter essa atitude é essencial para cuidar da melhor forma possível do usuário dos sistemas de saúde e
para podermos crescer enquanto pessoas, dentro e fora da vida pro�ssional.
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante! No vídeo de hoje, falaremos de um assunto muito importante para quem quer trabalhar em
saúde: a relação entre o pro�ssional de saúde e os pacientes e seus familiares. 
Veremos o que pode permear essa relação para que o paciente consiga ter o melhor e mais e�caz
acompanhamento. Para isso, precisamos prestar muita atenção em como escutamos e falamos com cada
paciente. A adesão ao tratamento é um dos nossos principais objetivos quando trabalhamos em saúde.
Vamos aprender mais sobre esse assunto tão importante?
 Saiba mais
Para a aula de hoje, pensamos em um Saiba mais sobre um tema mais especí�co, como a transferência e
a contratransferência. Não precisamos que você seja um expert em psicanálise, mas seria muito
interessante compreender os mecanismos dessas relações e como fazer para lidar melhor com isso, não
é mesmo?
Para isso, segue a dica do livro Transferência e Contratransferência, da autora Marion Minerbo (Parte I e
II), mas, se você se interessar mais, ler tudo pode valer a pena!
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado
Federal, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
10 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em:
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