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Curso Enfermagem Disciplina Seminário Integrativo Docente Letícia Braz CASO CLÍNICO – SAÚDE MENTAL História clínica Identificação do paciente J.L.P, 19 anos, natural e procedente de Brasília-DF, estudante, branco, agnóstico, solteiro, ensino médio completo. Queixa principal “Prejuízo na qualidade de vida, devido à obsessão com sua rotina de limpeza” há 1 ano. História da doença Atual (HDA) O paciente refere sempre ter sido considerado uma pessoa “bastante limpa”, mas que no último ano vem apresentando pensamentos compulsivos que o impedem de viver sua vida de forma que considera “normal”. Aponta que lavava as mãos e tomava banho de forma menos frequente, mas que no último ano começou e se preocupar constantemente com a limpeza das coisas, até que chegou ao momento atual, em que lava as mãos cerca de 40 vezes ao dia, e que passa grande parte do seu tempo preocupado com sua rotina de limpeza, que inclui banhos frequentes (aproximadamente 7 por dia) e uso de água sanitária e álcool como desinfetantes para os objetos à sua volta. Afirma ter sofrido comprometimento em sua vida social devido às suas “manias”, que se tornaram muito frequentes, e passaram a comprometer outras áreas de sua vida, como o cumprimento de suas obrigações e de seus horários. Antecedentes pessoais, familiares e sociais Antecedentes Pessoais: Nega alergias medicamentosas ou alimentares, hospitalizações, doenças prévias, ou uso de medicamentos. Antecedentes Familiares: Mãe, pai e irmã hígidos. Tia paterna faz tratamento para Transtorno de Ansiedade. Histórico de Vida: nega fumar, e afirma consumir álcool apenas em situações sociais (1 copo de bebida em alguns finais de semana). Praticava atividades físicas regularmente, mas recentemente parou devido à falta de tempo. Condição Socioeconômica e Cultural: vive com o pai, a mãe e a irmã mais nova em um apartamento de 3 quartos na cidade, onde possui acesso a saneamento básico e rede de luz. Possui um relacionamento amigável com a família, mas relata dificuldades no relacionamento com os amigos que “parecem não entender seus comportamentos”. Exame físico Apresenta hiperemia e lesões descamativas em ambas as mãos. O restante do exame físico apresenta-se normal. Questões: 1. Qual a suspeita diagnóstica médico de J.L.P.? 1. Quais as manifestações clínicas que sustentam a suspeita diagnóstica? 1. Qual o tratamento recomendado? Com base nas informações fornecidas no caso clínico de J.L.P., há uma suspeita diagnóstica de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Vamos analisar as manifestações clínicas que sustentam essa suspeita e, em seguida, discutir as opções de tratamento recomendadas. 0. Suspeita diagnóstica médica de J.L.P.: - Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) 0. Manifestações clínicas que sustentam a suspeita diagnóstica: - Obsessões: J.L.P. apresenta pensamentos obsessivos relacionados à limpeza e higiene, indicando a presença de obsessões. Ele está constantemente preocupado com a limpeza das coisas e lava as mãos excessivamente (cerca de 40 vezes ao dia). - Compulsões: Para aliviar suas obsessões, J.L.P. realiza compulsões, como lavar as mãos e tomar banho frequentemente (aproximadamente 7 vezes por dia), bem como o uso excessivo de água sanitária e álcool como desinfetantes. Essas ações são repetitivas e realizadas em resposta às obsessões. - Prejuízo na qualidade de vida: Suas obsessões e compulsões estão causando um prejuízo significativo em sua vida, afetando sua vida social, cumprimento de obrigações e horários. - Lesões na pele: O paciente apresenta hiperemia e lesões descamativas nas mãos devido ao excesso de lavagem, o que é uma manifestação física das compulsões. 0. Tratamento recomendado: O tratamento para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo geralmente envolve abordagens terapêuticas e, em alguns casos, medicação. As opções de tratamento incluem: - Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC é considerada o tratamento de escolha para o TOC. Ela envolve a identificação e modificação das obsessões e compulsões por meio de técnicas terapêuticas, como a exposição e prevenção de resposta. O objetivo é ajudar o paciente a enfrentar seus medos e ansiedades sem recorrer às compulsões. - Medicação: Em casos mais graves ou quando a terapia por si só não é suficiente, os medicamentos podem ser prescritos. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são frequentemente usados, como a fluoxetina ou a sertralina. Eles ajudam a reduzir os sintomas do TOC. - Terapia de Grupo ou de Apoio: Participar de grupos de apoio ou terapia de grupo pode ser benéfico, pois permite que o paciente compartilhe suas experiências com outras pessoas que enfrentam problemas semelhantes. É importante que J.L.P. seja avaliado por um profissional de saúde mental para um diagnóstico definitivo e um plano de tratamento adequado. A combinação de terapia cognitivo-comportamental e, se necessário, medicação, pode ser altamente eficaz no tratamento do TOC e na melhoria da qualidade de vida do paciente. Além disso, o apoio da família e amigos é fundamental durante o processo de tratamento. image1.png image2.png image3.png
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