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CASE2_20230903161834 (1)

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Curso 
	Enfermagem
	
	Disciplina
	Seminário Integrativo
	Docente
	Letícia Braz
Caso clínico – Saúde da mulher
MSS, 40 anos, sexo feminino, casada, paraense, G4P4A0, procurou o serviço queixando-se de sangramento do tipo “água de carne” há uma semana e dor em baixo ventre de grande intensidade.  
QUEIXA PRINCIPAL: Sangramento vaginal. Paciente refere sangramento vaginal há cerca de 7 meses, de intensidade moderada, de aspecto vermelho rutilante e, por vezes, misturado a um líquido branco (sic), e dor no baixo ventre de grande intensidade. 	
ANTECEDENTES PESSOAIS: Paciente hipertensa, com história familiar de câncer de mama. 
História pregressa
A paciente queixava-se ainda de odor fétido vaginal e dispareunia. Ao conversar com o médico relata ser casada há 4 anos e que teve 5 parceiros sexuais desde os 13 anos, quando teve sua menarca. Fazia exames de prevenção a cada ano desde seu último parto, há 6 anos, que sempre dava “inflamação” no resultado e que o médico sempre prescrevia uma pomada vaginal, mas que foi submetida a uma “queimagem” (eletro cauterização do colo uterino). Informa ainda ser muito alérgica e que no último ano teve algumas crises. Faz uso de anticoncepcional oral que recebe no posto de saúde, pois não conseguiu laqueadura tubária na última gravidez. 
Exame físico
Estado geral regular, mucosas hipocoradas ++/4+, perda de 8 Kg nos últimos 6 meses (IMC: 16,5). Exame do ACV: RCR, BNF, sem sopros. AR: FR normal (20 irm), ausência de estertores.
Abdome plano, flácido, indolor à palpação superficial e profunda. Ausência de massas palpáveis. Mamas: simétricas, sem nodulações palpáveis, ausência de secreção à expressão mamilar. Axilas livres.
Conduta
No momento da admissão a paciente foi submetida a PCCU e encaminhada para a realização de colposcopia e biópsia dirigida, com fragmento encaminhado para análise histopatológica. 
Exame Especular
Vulva com várias lesões papulares acometendo vestíbulo, região perineal e perianal. Vagina normal e colo com lesão infiltrativa (ulceração) de coloração vermelha e áreas negras (necrose), sangrante espontaneamente.
Colposcopia
Ao exame colposcópico, observou-se aspectos anormais: Zona de transformação atípica com epitélio branco grosseiro e vasos atípicos irregulares, Teste de Schiller positivo, prova do iodo negativa.
Questões:
1. Defina a suspeita diagnóstica? Quais os possíveis fatores de risco?
2. Correlacione as manifestações clínicas do caso com a literatura.
3. Quais tratamentos podem ser realizados?
4. Levante 3 diagnósticos de enfermagem e suas intervenções pertinentes.
RESPOSTAS
1. Suspeita Diagnóstica e Fatores de Risco:
 A suspeita diagnóstica principal neste caso é câncer cervical, possivelmente em estágio avançado, devido aos sintomas de sangramento vaginal intenso e dor em baixo ventre, bem como aos achados no exame físico e colposcopia, incluindo lesões infiltrativas no colo uterino.
 Possíveis fatores de risco incluem:
 - Início da atividade sexual em idade precoce.
 - Múltiplos parceiros sexuais.
 - Uso de anticoncepcionais orais (pode estar associado a um risco ligeiramente aumentado de câncer cervical).
 - História de inflamação cervical recorrente, que pode ser indicativa de infecções sexualmente transmissíveis não tratadas.
 - História familiar de câncer, que pode aumentar o risco.
2. Correlação com a Literatura:
 Os sintomas de sangramento vaginal anormal, dor pélvica, odor fétido e dispareunia são comuns em casos avançados de câncer cervical. Os achados colposcópicos, como a zona de transformação atípica e o teste de Schiller positivo, também são sugestivos de neoplasia cervical. A história de inflamação cervical recorrente pode ter mascarado os sintomas iniciais do câncer.
3. Tratamentos Possíveis:
 O tratamento dependerá do diagnóstico confirmado por histopatologia. Se for confirmado câncer cervical, as opções de tratamento podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio da doença. A paciente também deve ser encaminhada para uma equipe multidisciplinar, incluindo oncologistas e cirurgiões ginecológicos, para determinar o melhor plano de tratamento.
4. Diagnósticos de Enfermagem e Intervenções:
 - Risco de dor relacionado à lesão cervical: Monitorar a dor da paciente, administrar analgésicos conforme prescrito e ensinar técnicas de alívio da dor.
 - Risco de sangramento relacionado à lesão cervical: Monitorar o sangramento, observar sinais de hemorragia e manter a paciente em repouso. Se necessário, transfusões de sangue podem ser indicadas.
 - Ansiedade relacionada ao diagnóstico de câncer: Fornecer apoio emocional à paciente, explicar o diagnóstico e o tratamento de forma clara, e encaminhar para apoio psicológico ou grupos de apoio.
É fundamental que a paciente seja avaliada e tratada por uma equipe médica especializada, e que todas as intervenções sejam realizadas sob a supervisão de profissionais de saúde. Este caso ilustra a importância da detecção precoce do câncer cervical por meio de exames de rastreamento regulares e do acompanhamento adequado das lesões cervicais para prevenir o desenvolvimento de estágios avançados da doença.
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