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Farmacologia - revisão

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Farmacologia - revisão
Farmacologia: o estudo de substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de
processos químicos.
Farmacologia médica: definida como a ciência das substâncias usadas para definir,
diagnosticar e tratar doenças.
Farmacocinética: lida com a absorção, a distribuição e a eliminação de fármacos.
Farmacodinâmica: preocupa-se com as ações do produto químico no organismo.
Farmacogenômica: a relação da composição genética do indivíduo com a resposta a
fármacos específicos está se tornando uma parte importante da terapêutica.
Fármaco: qualquer substância que altera a função biológica por meio de suas ações
químicas. Fármacos podem ser sintetizados dentro do corpo (p. ex., hormônios) ou ser
produtos químicas não sintetizados no corpo (p. ex., xenobióticos). Muitos fármacos
orgânicos são ácidos ou bases fracos. Os fármacos interagem com receptores por meio de
forças químicas ou ligações (covalentes, eletrostáticas e hidrofóbicas).
● Sólidos em temperatura ambiente: ácido acetilsalicílico, atropina.
● Líquidos em temperatura ambiente: nicotina, etanol.
● Gasosos em temperatura ambiente: óxido nitroso, óxido nítrico, xenônio.
Veneno: são substâncias com efeitos quase exclusivamente maléficos.
Toxinas: costumam ser definidas como venenos de origem biológica, isto é, sintetizados por
plantas ou animais, em contraste com os venenos inorgânicos, como o chumbo e o arsênico.
Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente elaborado, contendo um ou mais
fármacos associados a outras substâncias não medicinais, com finalidade profilática, curativa,
paliativa ou para fins de diagnóstico. É uma forma farmacêutica (sólida, semi-sólida, líquida).
Remédio: todos os meios (artifícios) utilizados com o fim de prevenir ou de curar doenças.
Janela terapêutica: a variação entre a dose tóxica mínima e a dose terapêutica mínima é
denominada janela terapêutica e tem valor prático maior na escolha da dose para um paciente.
No desenvolvimento de fármacos e na medicina clínica, a seletividade é considerada quase
sempre pela separação dos efeitos em duas categorias: benéficos ou terapêuticos versus
tóxicos ou adversos. As propagandas farmacêuticas e os que prescrevem o medicamento às
vezes usam o termo efeito colateral, implicando que o efeito em questão é insignificante ou
ocorre por meio de uma via lateral ao efeito principal do fármaco.
● Efeito colateral: efeito “previsível”, e é explicado pelo mecanismo de ação do
fármaco.
● Efeito adverso: ação provocada pelo fármaco diferente do efeito esperado. Não é
relacionado à principal ação do medicamento e não é explicado pelo mecanismo
de ação.
● Evento adverso: incidentes não intencionais que resultam em danos decorrentes
da assistência e não relacionados à evolução natural da doença de base do
paciente. Evitável.
A “dose-padrão” de um fármaco baseia-se em experimentos realizados com
indivíduos saudáveis e pacientes com capacidade média de absorver, distribuir e eliminar o
fármaco. Essa dose não será adequada para todos os pacientes. Os dois parâmetros
farmacocinéticos básicos são o volume de distribuição, medida do espaço aparente no corpo
disponível para conter o medicamento, e a depuração, medida da capacidade do corpo de
eliminá-lo.
A biodisponibilidade é definida como a fração do fármaco inalterado que alcança a
circulação sistêmica logo depois da administração por qualquer via. A AUC da
concentração-tempo no sangue é proporcional à dose e à extensão de biodisponibilidade de
um fármaco, se sua eliminação é de primeira ordem. Para uma dose intravenosa, presume-se
que a biodisponibilidade seja igual à unidade. No caso de um fármaco administrado por via
oral, a biodisponibilidade pode ser menor que 100% por duas razões principais: extensão
incompleta da absorção através da parede intestinal e eliminação na primeira passagem
pelo fígado.
● Após a absorção através da parede intestinal, o sangue da veia porta leva o fármaco ao
fígado antes da entrada na circulação sistêmica. Mais comumente, é o fígado
responsável pelo metabolismo antes de o fármaco atingir a circulação sistêmica. Além
disso, o fígado pode excretar o fármaco na bile. Qualquer desses sítios contribui para
a redução da biodisponibilidade, e o processo geral é conhecido como eliminação de
primeira passagem.
A absorção é o processo de passagem do local de administração para a circulação
sistêmica. A velocidade de absorção é determinada pelo sítio de administração e pela
formulação do fármaco. Diz-se que o mecanismo de absorção de um fármaco é de ordem
zero quando a velocidade não depende da quantidade do fármaco remanescente no intestino,
por exemplo, quando ela é determinada pela velocidade de esvaziamento gástrico ou por uma
formulação medicamentosa de liberação controlada. Em contraste, quando a dose é dissolvida
em fluidos gastrointestinais, a velocidade de absorção geralmente é proporcional à
concentração gastrointestinal, logo, é de primeira ordem.
Um dos princípios básicos da farmacologia afirma que as moléculas dos fármacos
precisam exercer alguma influência química sobre um ou mais constituintes das células
para produzir uma resposta farmacológica.
Os processos físicos de difusão passagem através de membranas, ligação a
proteínas plasmáticas e partição entre o tecido adiposo e outros tecidos são a base da
absorção e distribuição dos fármacos. As membranas celulares formas as barreiras entre os
compartimentos aquosos do organismo. Uma única camada de membrana separa os
compartimentos intracelular e extracelular. Uma barreiras epitelial, como a mucosa
gastrointestinal ou túbulo renal, consiste em uma camada de células estreitamente conectadas,
de modo que as moléculas devem atravessar pelo menos duas membranas celulares
(interna e externa) para passar de um lado para o outro.
● As fendas entre as células endoteliais estão preenchidas com uma matriz proteica
frouxa que atua como um filtro, retendo moléculas grandes e possibilitando a
passagem de moléculas menores.
● Em alguns órgãos, especialmente no sistema nervoso central (SNC) e na placenta,
existem junções oclusivas entre as células, e o endotélio está envolto por uma camada
impermeável de células periendoteliais (pericitos).
● Em outros órgãos (p. ex., fígado e baço), o endotélio não é contínuo, o que torna
possível livre passagem entre as células.
● As glândulas endócrinas contêm um endotélio fenestrado que facilita a
transferência de hormônios e outras moléculas para a corrente sanguínea através de
poros no endotélio.
● As células endoteliais que revestem as vênulas pós-capilares apresentam funções
especializadas relacionadas com a migração de leucócitos e inflamação, e a
sofisticação da junção intercelular pode ser apreciada pelo fato de que a migração
leucocitária pode ocorrer sem qualquer extravasamento detectável de água ou
pequenos íons.
As moléculas pequenas atravessam as membranas celulares de quatro maneiras
principais (a difusão através de lipídeos e o transporte mediado por transportadores são
os importantes com relação aos mecanismos farmacocinéticos):
● Por difusão direta através dos lipídeos: a difusão lipídica é o fator limitante mais
importante para permeação do fármaco por causa do grande número de barreiras
lipídicas que separam os compartimentos do corpo. Como essas barreiras lipídicas
separam compartimentos aquosos, o coeficiente de partição óleo/água de um
fármaco determina quão rapidamente a molécula se moverá entre os meios aquoso e
lipídico.
○ Ácidos e bases fracas (que ganham ou perdem prótons ao portarem carga
elétrica, de acordo com o pH), a capacidade de se mover do aquoso para o
lipídico, ou vice-versa, varia com o pH do meio, porque moléculas carregadas
atraem moléculas de água.
● Combinando-se com um transportador de soluto (SLC, do inglês, solute carrier)
ou outro transportador de membrana: existem moléculas transportadoras especiais
para muitas substâncias importantes para a função celular, substâncias grandes demais
ou demasiado insolúveis em lipídeos, para que se difundirde forma fácil atráves de
membranas, por exemplo, peptídeos, aminoácidos e glicose. Essas moléculas
transportadoras provocam movimento por transporte ativo ou difusão facilitadas e, ao
contrário da difusão passiva, são seletivas, saturáveis e passíveis de inibição.
● Por difusão através de poros aquosos formados por proteínas especiais
(aquaporinas) que atravessam os lipídeos: a difusão aquosa ocorre dentro dos
maiores compartimentos aquosos do corpo e por meio de junções apertadas da
membrana epitelial e do revestimento endotelial de vasos sanguíneos, por poros
aquosos. A difusão aquosa de fármacos em geral é dirigida pelo gradiente de
concentração do fármaco em permeância, ou seja, um movimento de queda descrito
pela lei de Fick. Moléculas de fármaco que estão ligadas a grandes proteínas do
plasma (ex. albumina) não permeiam a maioria dos poros aquosos vasculares.
● Endocitose e exocitose: algumas substâncias são tão grandes ou impermeáveis que só
podem entrar nas células por meio de endocitose, processo pelo qual a célula liga-se a
um receptor da superfície celular, é engolfada pela membrana da célula e carreada
para dentro dela pela fusão da vesícula recém-formada à membrana celular. A
substância pode, então, ser liberada no citosol por ruptura da membrana da vesícula.
Ionização de ácidos fracos e bases fracas; a equação de Henderson-Hasellbalch: a carga
eletrostática de uma molécula ionizada atrai dipolos de água e resulta em um complexo polar,
relativamente hidrossolúvel e insolúvel em lipídeos. Como a difusão lipídica depende de
solubilidade lipídica relativamente alta, a ionização de fármacos pode reduzir bastante sua
capacidade de permear membranas.
● Ácido fraco: molécula neutra que se dissocia reversivelmente em um ânion
(molécula de carga negativa) e um próton (íon de hidrogênio).
● Base fraca: molécula neutra que pode formar um cátion (uma molécula com
carga negativa) por combinação com um próton.
A forma protonada de um ácido fraco é a forma neutra, mais lipossolúvel, ao passo
que a não protonada de uma base fraca é a forma neutra. Quanto mais baixo o pH em relação
ao pKa, maior será a fração do fármaco na forma protonada. Como a forma sem carga é a
mais lipossolúvel, a maior parte de um ácido fraco estará na forma lipossolúvel em pH ácido,
ao passo que a maior parte de uma base estará na forma lipossolúvel em pH alcalino.
Se a meta for acelerar a excreção do fármaco, é importante prevenir sua reabsorção a
partir do túbulo. Isso com frequência é obtido pelo ajuste de pH da urina para se assegurar de
que a maior parte do fármaco encontra-se no estado ionizado. Em consequência desse efeito
de partição, o fármaco é “aprisionado” na urina. Assim, os ácidos fracos em geral são
excretados mais rapidamente na urina alcalina; as bases fracas, na urina ácida.
Dose efetiva: dose em que os indivíduos exibem o efeito quantal especificado. Dose tóxica:
dose necessária à produção de um efeito tóxico particular. Uma medida que correlaciona a
dose de um fármaco necessária à produção de um efeito desejado com aquela que produz um
efeito indesejado é o índice terapêutico. A variação entre a dose tóxica mínima e a dose
terapêutica mínima é denominada de janela terapêutica.
A água corporal está distribuída em quatro compartimentos principais: plasma
(5% do peso corporal); líquido intersticial (16%); líquido intracelular (35%); líquido
transcelular (2%); + gordura (20%). Dentro de cada um desses compartimentos aquosos, as
moléculas de fármacos estão presentes tanto livres em solução quanto na forma ligada. O
padrão do equilíbrio de distribuição entre os diversos compartimentos depende da:
● Permeabilidade através das barreiras teciduais.
● Ligação dentro dos compartimentos.
● Partição pelo pH.
● Partição óleo:água.
Barreira hematoencefálica: consiste em uma camada contínua de células endoteliais unidas
por junções de oclusão e cercadas por pericitos. Consequentemente, o cérebro é inacessível
para a maioria dos fármacos, cuja lipossolubilidade é insuficiente para possibilitar sua
passagem pela barreira hematoencefálica. A inflamação pode romper a integridade dessa
barreira, possibilitando a entrada no cérebro de substâncias que costumam atravessá-la.
Um fármaco pode alterar a distribuição de outro por competição por um local de
ligação comum na albumina plasmática ou na proteína tecidual. O deslocamento de um
fármaco do seu local de ligação no plasma ou tecidos aumenta transitoriamente a
concentração de fármaco livre. No entanto, isso é seguido de aumento da eliminação,
resultando em um novo estado de equilíbrio no qual a concentração total de fármaco no
plasma está reduzida, mas a concentração de fármaco livre é igual à anterior, antes da
introdução do segundo fármaco “deslocador”. Consequências clínicas:
● Toxicidade devido ao aumento temporário na concentração de fármaco livre
antes de ser alcançado o novo estado de equilíbrio.
● Se a dose for ajustada de acordo com os valores da concentração plasmática
total, deverá ser considerado que a faixa de concentração terapêutica desejada
será alterada pela coadministração de um fármaco deslocador.
● Quando o fármaco deslocador reduz também a eliminação do primeiro, de tal
modo que a concentração livre seja aumentada não somente de maneira aguda,
mas também de forma crônica ao novo estado de equilíbrio, pode seguir-se
toxicidade grave.
Volume de distribuição (V): correlaciona a quantidade de fármaco no corpo à concentração
do fármaco ( C ) no sangue ou plasma.
● O V pode ser definido em relação ao sangue Cb, ao plasma Cp ou à água (Cu -
fármaco não ligado), conforme a concentração usada na equação.
● V = Quantidade de fármaco no corpo / C.
● O V calculado a partir da equação acima é o volume aparente.
● O volume de distribuição muitas vezes excede qualquer volume físico do corpo, pois
é o volume aparentemente necessário para conter a quantidade de fármaco
homogeneamente na concentração encontrada no sangue, no plasma ou na água.
● Os fármacos com V muito alto têm concentrações bem mais elevadas no tecido
extravascular do que no compartimento vascular, isto é, não são distribuídos de forma
homogênea.
● Os fármacos que são retidos dentro do compartimento vascular têm um volume
mínimo de distribuição possível igual ao componente plasmático no qual estão
distribuídos.
Dose de ataque: quando o tempo para se alcançar um estado de equílibrio é apreciável, como
no caso de fármacos com meias-vidas longas, talvez seja desejável administrar uma dose de
ataque que eleve de imediato a concentração do fármaco no plasma para a concentração-alvo.
● Dose de ataque = quantidade no corpo imediatamente em seguida à dose de
ataque → Dose de ataque = V x CA
● Na maioria dos fármacos, a dose de ataque pode ser administrada uma única vez pela
via escolhida.
● Se a velocidade de entrada é rápida em relação à distribuição, a concentração do
fármaco no plasma resultante de uma dose de ataque apropriada, será, no início, mais
alta do que o desejado. É possível que ocorra toxicidade grave, ainda que de forma
transitória.
● Embora a estimativa da quantidade de uma dose de ataque esteja bastante correta, a
velocidade de administração às vezes é decisiva, na prevenção de concentrações
excessivas do fármaco.
● Dose de ataque = dose de manutenção x fator de acumulação
BIOTRANSFORMAÇÃO: refere-se a alteração química do fármaco, catalisado por
enzimas, que tem a finalidade de formar metabólitos mais polarizados para que possam
ser excretadas pelo organismo.
A maioria das biotransformações metabólicas ocorre em algum ponto entre a absorção
do fármaco na circulação geral e sua eliminação renal. Poucas transformações ocorrem no
lúmen ou na parede intestinal.
As reações de fase I geralmente convertem o fármaco original em um metabólito mais
polar pela introdução ou pela exposição de um grupo funcional.Muitos produtos de fase I
não são eliminados rapidamente e sofrem reação subsequente na qual um substrato
endógeno combina-se com o grupo funcional recém-incorporadopara formar um
conjugado bastante polar.
Sistema microssômico hepático de oxidase de função mista: muitas enzimas
metabolizadoras de fármacos localizam-se nas membranas do retículo endoplasmático
(microssomas) lipofílico do fígado e de outros tecidos. Os microssomas lisos são ricos em
enzimas responsáveis pelo metabolismo oxidante de fármacos. Em particular, contêm as
enzimas conhecidas como oxidases de função mista (MFOs) ou monoxigenases.
● A atividade dessas enzimas requer tanto um agente redutor (fosfato de dinucleotídeo
de nicotinamida e adenina - NADPH) quanto oxigênio molecular;
● Em uma reação típica, uma molécula de oxigênio é consumida (reduzida) por
molécula de substrato, com um átomo de oxigênio aparecendo no produto e o outro na
forma de água.
● Nesse processo de oxidação-redução, duas enzimas microssômicas desempenham um
papel-chave.
○ Citocromo P450 oxidorredutase (flavoproteína).
○ Citocromo P450 (hemoproteína) - oxidase terminal
● As oxidações microssômicas de fármacos requerem CYP, CYP redutase, NADPH
e oxigênio molecular.
○ O CYP oxidado (Fe3+) combina-se com um substrato de fármaco para formar
um complexo binário.
○ O NADPH doa um elétron à flavoproteína P450 redutase, que, por sua vez,
reduz o complexo oxidado CYP-fármaco.
○ Um segundo elétron é introduzido a partir de NADPH por meio da mesma
CYP redutase, que serve para reduzir o oxigênio molecular e formar um
complexo “oxigênio ativado”-CYP- substrato.
○ Esse complexo, por sua vez, transfere oxigênio ativado ao substrato do
fármaco para formar o produto oxidado.
Em geral, os conjugados são moléculas polares excretadas de imediato e, com
frequência, inativas. A formação de conjugados envolve intermediários de alta energia e
enzimas de transferência específicas (transferases) que podem estar localizada em
microssomos ou no citosol.
● As uridino 5’difosfato (UDP)-glicuronosiltransferases (UGTs) são as mais
dominantes.
● Essas enzimas microssômicas catalisam o acoplamento de uma substância endógena
ativada com um fármaco.
Paracetamol: normalmente sofre glicuronidação e sulfatação aos conjugados
correspondentes, que juntos compõem 95% do total de metabólitos excretados. A via de
conjugação alternativa GSH dependente de CYP dá conta dos 5% restantes. Quando a
ingestão de paracetamol excede as doses terapêuticas, as vias de glicuronidação e sulfatação
ficam saturadas, e a via dependente de CYP se torna muito importante. Pouca ou nenhuma
hepatotoxicidade resulta, contanto que a GSH hepática esteja disponível para conjugação.
Contudo, com o tempo, a GSH hepática é gasta mais rapidamente do que pode ser
regenerada, e um metabólito tóxico, reativo, se acumula.
● Na ausência de nucleófilos intracelulares como GSH, esse metabólito reativo
(N-acetilbenzoiminoquinona) não só reage com grupos nucleofílicos de proteínas
celulares, resultado em lesão hepatocelular direta, mas também participa na ciclagem
redox, gerando assim espécies reativas de oxigênio e consequente estresse oxidativo.
EXCREÇÃO: as células hepáticas transferem diversas substâncias, inclusive fármacos, do
plasma para a bile por meio de sistemas de transporte semelhantes aos do túbulo renal,
incluindo transportadores de cátions (OCTs) e de ânions orgânicos (OATs) e glicoproteínas P
(P-gp).
Alguns compostos de fármacos hidrofílicos (principalmente glicuronídeos) ficam
concentrados na bile e são enviados para o intestino, em que o glicuronídeo pode ser
hidrolizado regenerando o fármaco ativo; o fármaco pode então ser reabsorvido e o ciclo
repete-se, em um processo denominado circulação êntero-hepática. O resultado é um
“reservatório” de fármaco recirculante, prolongando sua ação. Diversos fármacos são
eliminados pela bile em quantidades consideráveis. Três processos fundamentais são
responsáveis pela eliminação renal dos fármacos:
● Filtração glomerular: os capilares glomerulares (artéria aferente) possibilitam que
moléculas de fármacos com peso abaixo de 20 kDa se difundam para o filtrado
glomerular. Esses capilares são quase completamente impermeáveis à albumina
plasmática, mas a maioria dos fármacos – com exceção de macromoléculas como a
heparina ou produtos biológicos – cruza a barreira.
● Secreção tubular ativa: 80% do fármaco que chega ao rim passa para os capilares
peritubulares do túbulo proximal. Aqui, as moléculas dos fármacos são transferidas
para o lúmen tubular por dois sistemas de transportadores independentes e
relativamente não seletivos . Um destes, o OAT, transporta os fármacos ácidos na sua
forma aniônica negativa (bem como muitos outros ácidos endógenos, como o ácido
úrico), enquanto o OCT lida com bases orgânicas na forma protonada catiônica. A
secreção tubular é potencialmente o mecanismo mais efetivo de eliminação renal
de fármacos. Muitos fármacos competem pelo mesmo sistema de transporte, levando
a interações medicamentosas. Como exemplo, a probenecida foi desenvolvida
originariamente para prolongar a ação da penicilina, por retardo de sua secreção
tubular.
● Reabsorção passiva (difusão pelo fluido tubular concentrado e reabsorção pelo
epitélio tubular): Consequentemente, a eliminação dos fármacos lipossolúveis é
mínima, enquanto fármacos polares, cuja permeabilidade tubular é baixa,
permanecem na luz do túbulo, tornando-se progressivamente mais concentrados à
medida que a água é reabsorvida.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
● Variação do efeito de determinados fármacos de acordo com a via escolhida
○ Curare:
■ V.O → não tem efeito, pois é inativado pela pepsina no estômago;
■ E.V → exerce efeito relaxante músculo esquelético;
○ KCl:
■ E.V → causa morte do paciente;
■ V.O → não causa morte do paciente;
○ MgSO4:
■ V.O → efeito purgativo/laxante;
■ E.V → efeito do curare;
○ Adrenalina:
■ V.O → sem efeito, inativada pela MAO no intestino;
■ V.P → efeitos cardiovasculares;
● Via INTRADÉRMICA:
○ Usa-se geralmente a face anterior do antebraço; agulha de pequeno calibre.
○ Volume a ser injetado é 0,1 a 0,5 mL; devido a pequena distensibilidade da
pele;
○ Seringa mantida a um ângulo de 10° a 15°;
● Via SUBCUTÂNEA:
○ Administrada no espaço subcutâneo abaixo da derme, apenas os fármacos que
não causam irritação tecidual;
○ Volume a ser injetado é de 0,3 a 2mL;
○ Absorção por difusão através do gradiente entre o depósito do fármaco e os
capilares; lenta e constante para produzir um efeito prolongado;
○ Usada em:
■ Fármacos que não causam irritação tecidual;
■ Anticoagulantes (heparina de baixo peso molecular);
■ Hipoglicemiantes (insulina);
■ Vacinas (anti-rábica e anti-sarampo);
○ Dolorosa
○ Cuidado para não atingir nenhum vaso;
○ Locais de aplicação: abdômen ao redor da cicatriz umbilical, parte anterior e
lateral externa das coxas, parte posterior dos braços e nádegas;
○ Ângulo da agulha de 45°;
● Via INTRAMUSCULAR:
○ Agulhas de maior calibre devido a viscosidade do material a ser injetado;
○ Taxa de absorção depende do fluxo sanguíneo no local da aplicação;
○ O fluxo sanguíneo pode ser modulado:
■ Calor/massagens, vasodilatação (auxiliam na absorção);
■ Gelo e vasoconstritores, vasoconstrição (retardam a absorção);
○ Locais de aplicação:
■ Deltóide;
■ Quadrante superior externo do glúteo maior;
■ Vasto lateral da coxa;
○ Desvantagens e riscos: acidente com lesão ou compressão de nervo pela
solução (dor e parestesias); injeção acidental em vaso (intoxicação podendo
ser letal); lesões musculares por soluções irritantes; substâncias mal
absorvidas (abscessos); técnica asséptica rigorosa; pessoal técnico
especializado; dolorosa e incômoda.
● Via INTRA-ARTERIAL:
○ Injetado diretamente na artéria para localizar seus efeitos em um tecido ou
órgão específico, os fármacos não sofrem metabolismo de 1ª passagem nem
eliminação pulmonar;
○ Usos:
■ Tratamento de tumores hepáticos;
■ Cânceres de cabeça e pescoço;
■ Agentes de diagnósticos;
○ Deve ser usada com muito cuidado e só deve ser realizada por especialistas;
● Via ENDOVENOSA: possibilita a administração de fármacos que não podem ser
administrados por via oral, poisnão são absorvidos ou são inativados no TGI,
pelo estado inconsciente do paciente ou pela sua falta de colaboração.
○ Vantagens:
■ via de urgência / emergência / casos graves que necessitam de uma
ação rápida do fármaco;
■ a liberação do fármaco é controlada com precisão e rapidez, indução da
anestesia operatória; biodisponibilidade 100 %;
■ administração de grandes volumes de líquidos, eletrólitos e de soluções
hipertônicas, mesmo certos tipos de substâncias irritantes
■ não necessita da colaboração do paciente.
○ Desvantagens:
■ Aparecimento rápido dos efeitos colaterais, alto risco, devido as altas
concentrações plasmáticas e teciduais;
■ Sobrecarga cardíaca por infusão de grandes volumes de líquidos
■ Técnica rigorosa / pessoal especializado/ incômoda/ dolorosa / custo
elevado / efeitos locais: flebite, infecção, trombose
■ Inconveniente para o paciente
● Via INTRATECAL: injeção do fármaco no espaço subaracnóide através da
agulha de punção lombar, pois a barreira hematoencefálica e o líquido
cefalorraquidiano impedem ou retardam a entrada do fármaco no SNC.
○ O AL é injetado no espaço subaracnóide (L2-3 ou L3-4) para anestesia
espinhal.
● Via PERCUTÂNEA: Utiliza quando se deseja um efeito local sobre a pele (ex.
glicocorticóides) ou um efeito sistêmico (reposição de hormônios esteróides). Os
fármacos penetram pelos folículos pilosos e glândulas sebáceas.
○ Vantagens: ação do medicamento, em geral, está localizada no local de
aplicação, o que reduz a incidência de efeitos colaterais sistêmicos.
○ A absorção pode ser influenciada pela:
■ concentração do medicamento
■ tempo de contato do medicamento com a pele
■ tamanho da área de aplicação do medicamento
■ espessura e hidratação da pele
■ grau de rompimento da pele, pois a epiderme comporta-se como uma
barreira lipídica.
○ Aplicação tópica de unguentos, cremes, pós e loções na pele.
○ Métodos de aplicação:
■ Adesivos transdérmicos tópicos, nicotina, escopolamina, NTG,
testosterona e estrogênio, fentanila → forma Farmacêutica de
liberação contínua e prolongada.
● Via TRANSMUCOSA: Conjuntiva, nasofaringe, orofaringe, vagina, colo, uretra
e bexiga → efeitos locais.
○ Fármacos oftálmicos
○ Drenagem pelo canal nasolacrimal
○ Efeitos sistêmicos. Ex: beta-bloqueadores e glicocorticóides
● Via PULMONAR/INALATÓRIA: Fármacos gasosos ou voláteis não irritantes
são absorvidos através do epitélio pulmonar e mucosas do trato respiratório;
○ Vantagens: absorção quase instantânea na corrente sanguínea, evita o
metabolismo hepático de 1ª passagem, doenças pulmonares aplicação direto
no local de ação;

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