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Livre Arbítrio e Predestinação

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Prévia do material em texto

F. Tales Massei Miguel L. Albuquerque 
 
 
 
 
 
 
 
Janeiro de 2023 
A 
Editora 
Império Cristão 
 F. Tales Massei Miguel L. Albuquerque 
 
Copyright © 2023 Editora Império Cristão Todos os direitos re-
servados. 
Email: editoraimperiocristãoeic@gmail.com 
Site: http://editoraimperiocristaolivros.blogspot.com 
Contatos: 
(11) 91184-5727 – (11) 94202-1709 
CNPJ: 49.153.076/0001-46 
 
Todas as interpretações textuais e ideias teológica neste livro é 
de responsabilidade do autor e não necessariamente refletem o 
ponto de vista da 
(EDITORA IMPÉRIO CRISTÃO) 
 
Proibida a reprodução por quaisquer meios (mecânicos, 
eletrônicos, xerográficos, fotográficos, gravação, esto-
cagem em banco de dados, etc.), a não ser em citações 
breves com indicação de fonte. 
 
 
A 
Editora 
Império Cristão 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP Brasil) 
 
 A345l - M394l Massei, Felipe Tales 
 Livre Arbítrio e Predestinação – Um Tratado 
Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade/ Felipe Tales Massei, 
Miguel L. Albuquerque. – Jundiaí-SP: Editora Império Cristão, 1ª 
Edição Janeiro de 2023. 
 201 p.; Tamanho: 14x21 cm. 
 Bibliografia, pág., 197-199 
 ISBN: 979-83-736-5385-5 
 
 
 CDU: 23 CDD: 234-9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Índice de catálogo sistemático 
1. Bíblia. 
2. Predestinação e Livre Arbítrio. 
3. Teologia Dogmática. 
I. Título 
 
 
 
Diretora Executiva: 
Jaqueline A. Massei 
Gerente de Publicação: 
Jackson S. Fernandes 
Diagramação: 
Felipe Tales Massei 
Revisão: 
Jamile N. Fernandes 
Capa: 
Setor de Designer 
Impressão: 
São Paulo 
Gráfica: 
Book 2 
Todas as referências Bíblicas usadas neste livro 
são da tradução livre da versão KJA, exceto as que 
contem indicações da fonte. 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
(F. Tales Massei) 
Dedico este Livro ao querido irmão em Cristo, meu grande 
amigo que considero um pai, Pastor Jackson S. Fernandes, 
um homem piedoso que me ensinou muito sobre a vida 
cristã, é o servo de Cristo com quem eu tenho prazer de tra-
balhar junto tanto no ministério OPCN – (O Poder da Cruz 
para as Nações) como na Editora Império Cristão. 
 
Dedicatória 
(Miguel L. Albuquerque) 
Dedico este livro a todos os amantes das Escritura, a todos 
os expositores Evangelho, mensageiros do Senhor Jesus. 
Dedico este livro também a minha família e aos meus ami-
gos. 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO 
HISTÓRIA ............................................................................................................ 14 
Antecedentes ............................................................................................................................... 15 
A Influência De João Calvino .............................................................................................. 18 
A Diferença Em Relação Ao Luteranismo ..................................................................... 21 
A Expansão Calvinista ............................................................................................................ 22 
O Sínodo De Dort ...................................................................................................................... 24 
A Confissão De Fé De Westminster .................................................................................. 25 
DOUTRINA .......................................................................................................... 26 
Revelação E As Escrituras ..................................................................................................... 26 
Deus ................................................................................................................................................. 28 
Criação E Expiação ................................................................................................................... 30 
Pecado ............................................................................................................................................ 31 
VERTENTES TEOLÓGICAS REFORMADAS ...................................................... 32 
O Amiraldismo ........................................................................................................................... 32 
O Calvinismo Do Sínodo De Dordt ................................................................................... 33 
Aliancismo Calvinista .............................................................................................................. 37 
Hipercalvinismo ........................................................................................................................ 38 
O Edwardsianismo ................................................................................................................... 39 
Barth E O Calvinismo Evangelical .................................................................................... 39 
O Novo Calvinismo ................................................................................................................... 40 
Interpretação Sociológica ...................................................................................................... 41 
ARMINIANISMO ................................................................................................. 42 
História .......................................................................................................................................... 45 
Contexto Histórico.................................................................................................................... 46 
TEOLOGIA ........................................................................................................... 49 
Arminianismo Clássico ........................................................................................................... 49 
Interpretação Dos Cinco Pontos ........................................................................................ 54 
Citações Das Obras De Armínio ......................................................................................... 56 
Arminianismo Wesleyano ..................................................................................................... 59 
 
 
 
CAPÍTULO I 
A SOBERANIA DE DEUS 
OS PLANOS DE DEUS NÃO PODEM SER FRUSTRADOS ................................. 65 
COMO FUNCIONA A FÉ NA SOBERANIA DE DEUS ......................................... 72 
COMO FUNCIONA A ORAÇÃO NA SOBERANIA DE DEUS .............................. 76 
 
CAPÍTULO II 
A EXPIAÇÃO LIMITADA 
A EXPIAÇÃO SÓ TEM EFEITO PARA OS QUE CREEM .................................... 80 
A EXPIAÇÃO OFERECIDA É SUFICIENTE PARA O MUNDO TODO ............... 82 
A EXPIAÇÃO PODE SER REJEITADA PELOS PECADORES ............................. 84 
 
CAPÍTULO III 
A LIVRE ESCOLHA 
O HOMEM TEM DIREITO DE ESCOLHA ......................................................... 90 
O RESULTADO DE UMA NATUREZA CAÍDA .................................................... 91 
A GRAÇA COMUM ............................................................................................... 92 
CAPÍTULO IV 
INTERVENÇÃO DIVINA 
DEUS INTERVÉM EM NOSSAS ESCOLHAS? .................................................... 95 
A VERDADE SOBRE A INTERVENÇÃO DIVINA ............................................... 96 
A COMPATIBILIDADE DA INTERVENÇÃO COM RESPONSABILIDADE 
HUMANA ............................................................................................................. 98 
 
CAPÍTULO V 
O CHAMAMENTO GERAL 
DEUS TEM UM PROPÓSITO QUE É NOS CHAMAR ....................................... 110 
DEUS NOS ATRAI A ELE POR MEIO DO SACRIFÍCIO DE CRISTO ................ 111POR MEIO DA PREGAÇÃO ................................................................................ 112 
 
CAPÍTULO VI 
PROGRESSÃ DA GRAÇA 
O ALCANCE DA GRAÇA SALVADORA .............................................................. 119 
O PROCESSO DE JUSTIFICAÇÃO .................................................................... 122 
A Graça É A Fonte Da Justificação ................................................................................. 122 
A Obra De Cristo É O Fundamento Da Justificação ............................................... 124 
A Fé É O Meio Da Justificação .......................................................................................... 127 
O PROCESSO DE REGENERAÇÃO ................................................................... 129 
A Necessidade Da Regeneração ........................................................................................ 132 
O PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO .................................................................... 133 
O Que Significa Santificação Ou Santidade? .............................................................. 134 
Os Conceitos Acerca Da Santificação ............................................................................. 135 
Quem Opera A Santificação, Deus Ou O Homem? .................................................. 136 
O Equilíbrio Na Santificação ............................................................................................. 137 
Quem Está Apto À Santificação?...................................................................................... 139 
Como Ocorre A Santificação? ............................................................................................ 140 
As Características Da Santificação .................................................................................. 142 
Através Da Santificação É Possível Deixar De Pecar? ............................................ 143 
A Santificação Não É Legalismo Ou Uma Aparente Espiritualidade ............. .144 
A Importância Da Santificação ......................................................................................... 146 
 
 CAPÍTULO VII 
TORNANDO-SE PARTE DO CORPO DE CRISTO 
AGORA SOMOS SERVOS DE DEUS .................................................................. 150 
UM ESTÁGIO DE TRANSFORMAÇÃO .............................................................. 151 
NOVA CRIATURA .............................................................................................. 153 
 
 CAPÍTULO VIII 
A ELEIÇÃO 
COMO FUNCIONA A ELEIÇÃO ........................................................................ 159 
A ELEIÇÃO É UMA AÇÃO CONJUNTA ............................................................. 163 
 
 
ELEITOS EM CRISTO ........................................................................................ 163 
CRISTO O ELEITO DE DEUS ............................................................................ 164 
 
 CAPÍTULO IX 
A PRESCIÊNCIA DE DEUS 
A PRESCIÊNCIA NA BÍBLIA ............................................................................. 170 
A PRESCIÊNCIA DE DEUS É SUA VISÃO ACERCA DO FUTURO ................... 170 
A PRESCIÊNCIA DE DEUS É MAIS DO QUE COGNIÇÃO ................................ 171 
CONCLUSÃO SOBRE A PRESCIÊNCIA DE DEUS ........................................... 173 
 
CAPÍTULO X 
A PREDESTINAÇÃO 
QUANDO ACONTECE A PREDESTINAÇÃO .................................................... 178 
QUEM É PREDESTINADO ................................................................................ 183 
 
 CAPÍTULO XI 
A JUSTIÇA DE DEUS 
OS ASPECTOS DA JUSTIÇA DE DEUS ............................................................. 188 
A JUSTIÇA DE DEUS NA BÍBLIA ...................................................................... 189 
O AMOR E A JUSTIÇA DE DEUS ....................................................................... 191 
CRISTO E A JUSTIÇA DIVINA .......................................................................... 192 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 195 
BIBLIOGRAFIAS .................................................................................................................. 197 
 
 
 
 
 
Prefacio 
Este material tem o objetivo de lhe proporcionar a verda-
deira compreensão sobre esse assunto. Produzido com muita 
oração e dedicação da nossa parte para oferecer ao leitor um 
bom conteúdo doutrinário solidificado nas Escrituras, um li-
vro que pretende retirar as limitações que formaram um 
campo de divergência e abrir os portões para um campo de 
formação de um pensamento fiel às Escrituras a partir dos 
ensinamentos da fé reformada, temos neste livro alguma opi-
niões a respeito de tudo que aprendemos ao longo do tempo 
a respeito do assunto, e em uma unificação de ideias a pro-
cura de formas para harmoniza-las ambas as doutrina; che-
gamos a algumas conclusões aparte do que é tradicional na 
forma em quem essas doutrinas se encontram e o momento 
exato desse encontro. Tenha a certeza de que tem em mãos 
um dos melhores conteúdos já publicado sobre o assunto.
 
 
 
 
13 | P á g i n a 
 
I 
 
T 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
alar sobre predestinação e livre-arbítrio com certeza 
ainda é um dos assuntos mais polêmicos que exis-
tem na atualidade e o desenvolvimento dessas doutrinas bem 
como sua formação está profundamente fundamentada nas 
escrituras, ao longo dos séculos os dois extremismos geraram 
grandes debates e esses debates perduram as nossas gera-
ções. O desenvolvimento dessas doutrinas teve início ainda 
na Igreja Primitiva, e foram organizadas por alguns homens 
piedosos que foram levantados por Deus para nos esclarecer 
F 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
14 | P á g i n a 
 
o que as escrituras tem a nos ensinar a respeito de determi-
nados assuntos que não ficaram tão claros aos leitores, tanto 
para um leitor iniciante das escrituras ou ainda para quem é 
mais dedicado aos estudos. Para entendermos esse assunto 
nós precisaremos analisar a história por trás de todas essas 
divergências, de como surgiram esses debates e o por que 
surgiram tantas discussões e ainda até hoje não há da parte 
de muitos uma posição de equilíbrio, isso se dá pelo simples 
fato de colocar os pontos que aparentemente se divergem em 
ordens erradas. Explicaremos, portanto, qual é o momento 
exato em que ambas as doutrinas se encontram nas escritu-
ras, quando termina uma e quando começa a outra, também 
veremos quando e como elas se expressam ao mesmo tempo. 
É necessário lembrar que uma doutrina não anula a outra, e 
para entendermos essa questão e conseguimos achar o ponto 
de equilíbrio e compatibilidade é necessário abrir mão do 
conceito de que uma está certa e a outro está errada. O pro-
blema maior para entender essas questões sobre responsabi-
lidade humana e Soberania Divina está na questão da exis-
tência do pecado como entendemos esse fato e até que ponto 
o pecado atingiu a humanidade se entendemos essas ques-
tões provavelmente entenderemos muitas outras. 
 
HISTÓRIA 
INTRODUÇÃO 
 
15 | P á g i n a 
 
Há alguns séculos atrás surgiram muitas contradições 
doutrinárias dentro da Igreja, e essas contradições levaram 
alguns a escreverem artigos a respeito das doutrinas que es-
tavam sendo expostas de maneira errada, consequente-
mente, consideradas heresias. Foi aí então que se deu início 
ao movimento religioso e teológico que trouxe novamente a 
verdade que estava sendo obscurecida pelo clero papal, que 
estava colocando a tradição em pé de igualdade em autori-
dade das escrituras a partir daí que começa o desenvolvi-
mento e esclarecimento de ambas as doutrinas. 
Antecedentes 
Ainda que a Reforma Protestante tenha eclodidoapenas 
no século XVI, as raízes deste movimento começaram a 
emergir durante a Baixa Idade Média (séculos XI-XV), 
quando grupos de cristãos passaram a questionar as normas, 
práticas e doutrinas da Igreja Católica, os quais ficaram co-
nhecidos como aqueles que propagavam as “heresias medie-
vais”, ou seja, que se colocavam contrários à doutrina católica 
romana. Dentre eles estavam os valdenses, grupo religioso 
fundado pelo mercador Pedro Valdo, no século X. Um movi-
mento cristão de caráter ascético, os valdenses já defendiam 
muitos dos pontos que mais tarde seriam importantes para a 
Reforma, expostos na Profissão de Fé de Valdo, que sobre-
vive até hoje. Dentre outras teses teológicas relevantes, os 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
16 | P á g i n a 
 
valdenses pregavam: A suficiência da expiação de Cristo; 
uma negação do Purgatório como uma “invenção do Anti-
cristo”; a queda do homem; a negação da transubstanciação; 
o sacerdócio universal; a estrita aderência à Bíblia, que foi 
traduzida para a língua da população; a recusa da veneração 
aos santos; e a pregação da Palavra por leigos. Intensamente 
perseguidos pelas autoridades católicas, os valdenses busca-
ram se juntar à nascente Reforma Protestante, no século 
XVI, e com as Resoluções de Chanforan em 12 de setembro 
de 1532, se tornaram formalmente parte da tradição Calvi-
nista. O movimento influenciou significativamente o proemi-
nente reformador suíço Heinrich Bullinger, e a primeira ver-
são protestante da Bíblia em francês, traduzida por Pierre 
Robert Olivétan com a ajuda de um ainda jovem e recém-
convertido ao Protestantismo João Calvino, foi em parte ba-
seada na versão valdense do Novo Testamento, e teve auxílio 
em seu financiamento e publicação das Igrejas valdenses. 
Desta forma, é razoável supor que houve significativa in-
fluência do movimento valdense no Calvinismo. Entretanto, 
os personagens que teriam maior influência sobre as refor-
mas religiosas seriam o reformador inglês John Wycliffe 
(1320-1384) e o reformador tcheco Jan Hus (1369-1415). 
Wycliffe foi padre, doutor e professor de teologia em Oxford, 
sendo um forte crítico do luxo, abusos e excessos de poder da 
INTRODUÇÃO 
 
17 | P á g i n a 
 
Igreja, e colocando-se contra a existência do poder papal e de 
qualquer forma de institucionalização da Igreja. Defendia 
que a mesma deveria adotar uma pobreza apostólica e afir-
mava que a verdadeira Igreja era composta pela Assembleia 
dos Eleitos, que não necessitavam de intermediários, pois 
possuíam um contato direto com Deus através do acesso às 
Escrituras, tendo também traduzido a Bíblia para o inglês. 
Condenou a prática das indulgências, a veneração de ima-
gens e santos, a confissão auricular e o celibato clerical. Ape-
sar de ter recebido o apoio da Corte inglesa, em especial por 
condenar o envio de dinheiro inglês para Roma, tendo che-
gado a ser conselheiro teológico da Coroa, a reação da Igreja 
Romana às suas ideias foi dura, e no Concílio de Constança 
(1415), suas obras foram condenadas como heréticas, seus 
escritos queimados e proibidos de circular, e ele próprio foi 
condenado à fogueira póstuma, fazendo com que seus ossos 
fossem exumados e queimados. Contudo, suas ideias se es-
palharam por outras regiões da Europa e influenciaram Jan 
Hus. Também padre e professor da Universidade de Praga, 
Hus foi um difusor das ideias de Wycliffe, ao defender a ado-
ção da pobreza apostólica por parte do clero e o fim das in-
dulgências, e também afirmando a Bíblia como a maior au-
toridade cristã, e declarando que o Papa que não a seguisse 
não deveria ser obedecido, visto que Cristo era o verdadeiro 
chefe da Igreja. Também antecipou algumas teses Calvinistas 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
18 | P á g i n a 
 
importantes, tais como a Depravação Total e a Expiação Li-
mitada, em alguns trechos da sua obra. Às vezes, o termo Cal-
vinista, sem ser seguido de alguma explicação, significa Cal-
vinismo do sínodo de Dordt como em oposição a outras po-
sições teológicas, principalmente o arminianismo. 
A Influência De João Calvino 
João Calvino exerceu uma influência importantíssima no 
desenvolvimento da doutrina reformada. Para além da sua 
influência sobre a doutrina da predestinação, pela qual é 
mais conhecido, ele era um prolífico escritor, produzindo 
uma ampla obra literária que compõe 59 volumes da coleção 
conhecida como Corpus Reformatorum, incluindo as famo-
sas Institutas da religião Cristã, comentários sobre quase to-
dos os livros da Bíblia, sermões, escritos apologéticos, litúr-
gicos e catequéticos, panfletos e tratados, além de inúmeras 
cartas escritas às mais diferentes categorias de pessoas. 
As Institutas da Religião Cristã, opus magnum (ou grande 
obra), foram publicadas pela primeira vez em 1536, e atuali-
zadas com novas informações e ideias ao longo de 23 anos, 
sendo a sua última edição publicada em 1559. Em sua pri-
meira edição, foi publicada com o propósito de ser uma in-
trodução simples (até mesmo rudimentar) ao conhecimento 
da vida cristã, ou, como dito pelo próprio Calvino: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Calvino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Predestina%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Institutas_da_Religi%C3%A3o_Crist%C3%A3
INTRODUÇÃO 
 
19 | P á g i n a 
 
“Pretendi apenas fornecer algum ensino elementar atra-
vés do qual qualquer pessoa que tenha sido tocada por um 
interesse na religião pudesse ser educada na verdadeira pi-
edade. E fui especialmente diligente nessa obra por causa 
do nosso próprio povo da França. Vi muitos deles com fome 
e sede de Cristo, mas muito poucos imbuídos com até mesmo 
um pequeno conhecimento dele. Que é isto que propus, o 
próprio livro testifica através de sua forma de ensino sim-
ples e até mesmo rudimentar”. 
Esta primeira edição tinha apenas seis capítulos, que tra-
tavam dos seguintes temas: 
1. A lei: Exposição do Decálogo; 
2. A fé: Exposição do Credo dos Apóstolos; 
3. A oração: Exposição da Oração Dominical; 
4. Os sacramentos; 
5. Os cinco falsos sacramentos; 
6. A liberdade cristã, o poder eclesiástico e a administra-
ção política. 
 Com o tempo, entretanto, a empreitada de Calvino foi ga-
nhando contornos mais ambiciosos. Já na segunda edição 
das Institutas, ele afirmava que: 
“Minha intenção nesta obra foi preparar e treinar de tal 
modo na leitura da Palavra Divina os aspirantes à teologia 
sagrada que eles possam ter fácil acesso à mesma e depois 
nela prossigam sem tropeçar. Pois penso que abrangi de tal 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
20 | P á g i n a 
 
maneira a suma da religião em todas as suas partes, dis-
pondo-a em ordem, que todos os que a assimilarem corre-
tamente não terão dificuldade em determinar tanto o que 
devemos buscar de modo especial nas Escrituras quanto 
para que objetivo devem direcionar tudo o que está contido 
nas Escrituras”. 
Ao final, em sua última edição, as Institutas possuíam um 
volume muito maior que em sua versão original, e abordaram 
um escopo de assuntos muito mais amplo e complexo. Outra 
fonte de contribuição de Calvino para o estabelecimento da 
teologia reformada foi a sua atuação na fundação da Acade-
mia de Genebra. Através da sua liderança e com o auxílio de 
Teodoro de Beza, estabelecido por ele como o primeiro reitor 
da recém-nascida Universidade, a Academia pôde se tornar 
um proeminente centro de treinamento para reformadores 
protestantes, a maioria dos quais eram refugiados franceses, 
enviando assim missionários e pastores por toda a Europa. 
Além disso, Calvino buscou exercer um papel conciliador en-
tre as diferentes correntes do protestantismo da época, bus-
cando conciliar luteranos e zuinglianos no quedizia respeito 
à sua doutrina sobre a Ceia, e sendo co-autor do Consensus 
Tigurinos ou Consenso de Zurique, que buscava trazer uni-
dade às igrejas protestantes quanto às suas doutrinas sobre 
os sacramentos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_de_Genebra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_de_Genebra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Protestantismo
INTRODUÇÃO 
 
21 | P á g i n a 
 
A Diferença Em Relação Ao Luteranismo 
O Calvinismo se desenvolveu principalmente a partir da 
segunda fase da Reforma Protestante, quando as igrejas pro-
testantes começaram a se institucionalizar, na sequência da 
excomunhão de Martinho Lutero da Igreja Católica Romana. 
Neste sentido, o Calvinismo foi originalmente um movi-
mento luterano. O próprio Calvino assinou a versão alterada 
da Confissão Luterana de Augsburg, a Variata, em 1540. Por 
outro lado, a influência de Calvino começou a fazer-se sentir 
na Reforma Suíça, que não foi luterana, tendo seguido a ori-
entação conferida por Ulrico Zuínglio, um teólogo da pri-
meira geração da Reforma que tinha alguns pontos relevan-
tes de divergência com os luteranos, particularmente quanto 
ao papel dos sacramentos. A doutrina das Igrejas reforma-
das, portanto, tomou uma direção independente da de Lu-
tero, graças à influência de numerosos escritores e reforma-
dores, dentre os quais estavam Ulrico Zuínglio, João Cal-
vino, Martin Bucer, William Farel, Heinrich Bullinger, Pie-
tro Martire Vermigli, Teodoro de Beza, e John Knox. Calvi-
nistas romperam com a Igreja Católica Romana, mas dife-
riam de outros reformadores. Em relação aos Luteranos, dis-
tinguiam-se na doutrina sobre a presença real de Cristo na 
Eucaristia, princípio regulador do culto e o uso da lei de Deus 
para os crentes, entre outras coisas. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Su%C3%AD%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ulrico_Zu%C3%ADnglio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ulrico_Zu%C3%ADnglio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica_Romana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luteranismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_regulador_do_culto
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
22 | P á g i n a 
 
A Expansão Calvinista 
Após a publicação das Institutas, houve um período de in-
tenso crescimento do movimento reformado na Europa, cada 
qual com o seu viés teológico e social distinto. Na Escócia, 
onde o reformador John Knox liderou um movimento revo-
lucionário de cunho religioso, o movimento se desenvolveu 
em uma direção politicamente muito mais radical do que no 
Calvinismo original. Knox entrou em conflito com as autori-
dades quase imediatamente, embora a Confissão Escocesa 
seja cuidadosamente contida, em relação à resistência ao po-
der, expressa: Portanto, confessamos e declaramos que aque-
les que resistem aos poderes supremos, enquanto estiverem 
agindo em suas próprias esferas, estão resistindo à orde-
nança de Deus e não podem ser considerados inocentes. Afir-
mamos ainda que, enquanto os príncipes e governantes cum-
prirem vigilantemente seu ofício, qualquer pessoa que lhes 
negue ajuda, conselho ou serviço, o nega a Deus, que por seu 
lugar-tenente anseia por isso deles. Mesmo assim, a qualifi-
cação, enquanto eles estiverem agindo em suas próprias es-
feras, representa uma ameaça ao poder; e, em suas entrevis-
tas posteriores com a Rainha e em seu debate com Maitland 
de Lethington, Knox afirmou categoricamente que quando os 
poderes governantes ultrapassassem suas esferas, o povo ti-
nha todo o direito de resistir a eles. No século e meio 
INTRODUÇÃO 
 
23 | P á g i n a 
 
seguinte, a história da Escócia foi dominada pela determina-
ção da coroa em dominar a Igreja. As coisas chegaram ao 
auge com a restauração de 1660, quando Carlos II se arrogou 
o poder absoluto em todas as questões espirituais e tempo-
rais. A luta pela independência espiritual tornou-se então 
uma luta contra a tirania política; o produto final seria a der-
rota do absolutismo e a introdução da monarquia constituci-
onal. A base da luta era uma teoria bem desenvolvida da de-
sobediência civil, exposta em uma volumosa literatura. En-
quanto isso, na Suíça, isolada política e culturalmente após a 
Reforma de sua proximidade geográfica com a França cató-
lica romana e Sabóia, Genebra foi forçada a estabelecer uma 
rede difusa, mas poderosa, de relações intelectuais e econô-
micas com o resto da Europa e com nações no exterior. A Ba-
sileia e Genebra tornaram-se, então, além de centros missio-
nários, centros de impressão importantes, com uma produ-
ção literária igual à de centros históricos como Estrasburgo 
ou Lyon com a tradição acadêmica suíça geralmente conside-
rando a Reforma como o divisor de águas entre a cidade me-
dieval e o início da República moderna independente. Na 
França, a despeito da ampla perseguição aos Huguenotes, em 
1555 foram erguidas as primeiras Igrejas Calvinistas, nome-
adamente em Paris, Meaux, Angers, Poitiers e Loudun. Nos 
três anos seguintes surgiram as comunidades de Orleães, 
Rouen, La Rochelle, Toulouse, Rennes e Lyon. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
https://pt.wikipedia.org/wiki/Loudun
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rennes
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
24 | P á g i n a 
 
O protestantismo francês, a partir de então, experimentou 
um rápido crescimento. Em 1562, já eram mais de 2.000 
Igrejas francesas, com dois milhões de huguenotes. Além 
desses primeiros locais, o Calvinismo se espalhou pela Ingla-
terra, Holanda, Itália, as colônias de língua inglesa da Amé-
rica do Norte e por partes da Alemanha e da Europa central. 
Em muitos destes locais, o Calvinismo tornou-se imediata-
mente popular e atraente, para além das fronteiras geográfi-
cas e sociais. Na Alemanha, encontrou adeptos entre burgue-
ses e príncipes e, na Inglaterra e na Holanda, houve conver-
tidos em todos os grupos sociais. No mundo anglo-saxão, as 
noções Calvinistas encontraram materialização no purita-
nismo inglês, cujo éthos provou ser muito influente na Amé-
rica do Norte no início do século XVII. No Brasil, os primei-
ros registros de evangelização Calvinista começaram já du-
rante o período colonial, mas só houve crescimento susten-
tado dos membros desta corrente religiosa a partir do século 
XIX, com o advento da liberdade religiosa. 
O Sínodo De Dort 
De 1618 a 1619, ocorreu um sínodo internacional que teve 
lugar em Dordrecht, na Holanda. Este sínodo, promovido 
pela Igreja Reformada Holandesa, com o objetivo de regular 
uma séria controvérsia nas Igrejas Holandesas, gerada pela 
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADnodo
INTRODUÇÃO 
 
25 | P á g i n a 
 
ascensão do Arminianismo, contou com representantes re-
formados de alguns estados da Alemanha, Inglaterra, Suíça e 
Holanda, sem contar com representantes reformados de ou-
tras nações alemãs, Hungria e França. Em 1610, os seguido-
res de Jacobus Arminius apresentaram aos Estados Gerais 
uma admoestação remonstrante, em cinco artigos que conti-
nham seus pontos de vista teológicos; assim, os Arminianos 
holandeses também eram chamados de remonstrantes. Em-
bora o sínodo originalmente objetivasse trazer acordo sobre 
a doutrina da predestinação entre todas as Igrejas reforma-
das, ele acabou com os remonstrantes sendo expulsos, uma 
vez que recusaram-se a aceitar as regras que então foram es-
tabelecidas. Em resposta à controvérsia teológica, foram pro-
duzidos os Cânones de Dort, descrevendo os pontos básicos 
de uma das vertentes da doutrina reformada. 
A Confissão de Fé de Westminster 
A Confissão de Westminster foi produzida pela Assem-
bleia de Westminster, convocada pelo Parlamento inglês em 
1643, durante a Guerra Civil Inglesa. A Confissão foi conclu-
ídaem 1646 e apresentada ao Parlamento, que a aprovou 
após algumas revisões em junho de 1648. Foi adotada pela 
Igreja da Escócia em 1647, por vários corpos Presbiterianos 
americanos e ingleses com algumas modificações e por al-
guns Congregacionais e Batistas. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_de_Westminster
https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_de_Westminster
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
26 | P á g i n a 
 
Baseada nos Artigos de Religião Irlandeses (1615), ela 
também se baseou fortemente na tradição reformada do con-
tinental e na herança dos credos da Igreja Cristã primitiva. 
Um consenso teológico do Calvinismo internacional em sua 
formulação clássica, consiste em 33 capítulos, e fornece uma 
visão dos pontos de vista reconhecidos pela ortodoxia refor-
mada da época, tais como a autoridade das Escrituras, as 
doutrinas quanto à Trindade e a Cristo, bem como as visões 
Calvinistas quanto às alianças de Deus com o homem, os sa-
cramentos e o sacerdócio. 
 
DOUTRINA 
O termo doutrina pode ser definido como o conjunto de 
princípios que servem de base a um sistema, seja ele religi-
oso, político, filosófico, militar, pedagógico, entre outros. 
Revelação E As Escrituras 
Todos os teólogos reformados plenamente acreditamos 
que Deus comunica o conhecimento de Si mesmo para as 
pessoas através da Sua Palavra. As pessoas não são capazes 
de saber nada sobre Deus, exceto através desta auto-revele-
ção. A especulação sobre qualquer coisa que Deus não reve-
lou através de sua Palavra não se justifica. Todavia, os Calvi-
nistas entendem que Deus é infinito, e as pessoas finitas são 
INTRODUÇÃO 
 
27 | P á g i n a 
 
incapazes de compreender um Ser infinito. Enquanto o co-
nhecimento revelado por Deus nunca está incorreto, ele tam-
bém nunca é completo. De acordo com a teologia reformada, 
a auto-revelação de Deus é sempre através de Seu Filho Jesus 
Cristo, porque Cristo é o único mediador entre Deus e as pes-
soas (1 Tm 2:5). A revelação de Deus através de Cristo vem 
por meio de dois canais básicos. 
1. A Criação e Providência, a chamada revelação 
natural, que é criar e continuar a trabalhar no mundo 
de Deus. Esta ação de Deus dá a todos o conheci-
mento sobre Ele, mas esse conhecimento só é sufici-
ente para fazer todos os seres humanos culpados por 
seus pecados, porque ele não inclui conhecimento do 
Evangelho. 
2. A Redenção, que é o Evangelho da salvação da 
condenação que é castigo pelo pecado, esta é a reve-
lação especial. Na teologia reformada, a Palavra de 
Deus assume diversas formas. O próprio Jesus Cristo 
é o Verbo encarnado. As profecias sobre Ele podem 
ser encontradas no Antigo Testamento e no ministé-
rio dos apóstolos que o viram e comunicaram a sua 
mensagem, também são a Palavra de Deus. Além 
disso, a pregação dos ministros sobre Deus é a pró-
pria Palavra de Deus, porque Deus é considerado fa-
lando através deles. Deus fala também através de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_Cristo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_Cristo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_cria%C3%A7%C3%A3o_no_G%C3%AAnesis
https://pt.wikipedia.org/wiki/Divina_Provid%C3%AAncia
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
28 | P á g i n a 
 
escritores humanos na Bíblia, que é composta de tex-
tos separados por Deus para a auto-revelação. Teó-
logos reformados enfatizam a Bíblia como um meio 
excepcionalmente importante pelo qual Deus se co-
munica com as pessoas. Teólogos reformados afir-
mam que a Bíblia é verdadeira, mas as diferenças 
surgem entre eles sobre o significado e a extensão de 
sua veracidade. Seguidores da escola de Princeton, 
tais como a Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja 
Presbiteriana Nacional no México e Igreja Presbite-
riana na América, consideramos que a Bíblia é ver-
dadeira e infalível, ou incapaz de erro ou falsidade, 
em todos os aspectos. Um outro ponto de vista, in-
fluenciado pelo ensino de Karl Barth e a Neo-Orto-
doxia, é encontrado na Confissão de 1967 da Igreja 
Presbiteriana (EUA). Aqueles que tomam este ponto 
de vista acreditam que a Bíblia é a principal fonte de 
nosso conhecimento de Deus. Neste ponto de vista, 
Cristo é a revelação de Deus, e as Escrituras testemu-
nham desta revelação ao invés de ser a própria reve-
lação. 
Deus 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_do_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_Nacional_no_M%C3%A9xico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_Nacional_no_M%C3%A9xico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_na_Am%C3%A9rica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_na_Am%C3%A9rica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_(EUA)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_(EUA)
INTRODUÇÃO 
 
29 | P á g i n a 
 
Para a maior parte da tradição reformada não houve mo-
dificação do consenso medieval sobre a doutrina de Deus. O 
caráter de Deus é descrito usando principalmente três adje-
tivos: Eterno, Infinito e Imutável. Teólogos reformados como 
Shirley Guthrie propuseram que em vez de conceber a Deus 
em termos de Seus atributos e liberdade para fazer o que qui-
ser, a doutrina de Deus deve ser baseada no trabalho de Deus 
na história e sua liberdade para viver com e capacitar as pes-
soas. Tradicionalmente, teólogos reformados também segui-
ram a tradição medieval que remonta aos conselhos da Igreja 
primitiva de Nicéia e Calcedônia na doutrina da Trindade. 
Deus é um Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. 
O Filho (Cristo) é detido para ser eternamente gerado pelo 
Pai e o Espírito Santo procede eternamente do Pai e Filho. 
No entanto, os teólogos contemporâneos têm sido críticos 
nos aspectos de pontos de vista ocidentais. Com base na tra-
dição cristã oriental, estes teólogos reformados propuseram 
uma "Trindade Social", na qual as pessoas da Trindade só 
existem em sua vida juntos como pessoas em relação. Con-
fissões reformadas contemporâneas como a Confissão de 
Barmen e as declarações da Igreja Presbiteriana (EUA) têm 
evitado a linguagem sobre os atributos de Deus e têm enfati-
zado seu trabalho de reconciliação e de capacitação das pes-
soas. O Teólogo novo Calvinista Michael Horton, no entanto, 
argumentou que o trinitarianismo social é insustentável 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confiss%C3%A3o_de_Barmen
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confiss%C3%A3o_de_Barmen
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Presbiteriana_(EUA)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_calvinismo
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Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
30 | P á g i n a 
 
porque abandona a unidade essencial de Deus em favor de 
uma comunidade de seres separados em comunidade. 
Criação e Expiação 
Teólogos reformados afirmam a crença cristã histórica de 
que Cristo é eternamente uma pessoa com uma natureza di-
vina e uma natureza humana. Reformadores cristãos especi-
almente enfatizam que Cristo verdadeiramente se tornou hu-
mano para que as pessoas pudessem ser salvas. A natureza 
humana de Cristo tem sido um ponto de discórdia entre a 
cristologia Reformada e Luterana. De acordo com a crença 
de que os seres humanos finitos não podem compreender a 
Divindade infinita, teólogos reformados asseguram que o 
corpo humano de Cristo não pode estar em vários locais ao 
mesmo tempo. Porque os luteranos creem que Cristo é corpo 
presente na Eucaristia, eles sustentam que Cristo é corpo 
presente em muitos locais simultaneamente. Para os cristãos 
reformados, tal crença nega que Cristo realmente se tornou 
humano. João Calvino e muitos teólogos reformados que o 
seguiram descrevem a obra da redenção de Cristo, em termos 
de três ofícios: Profeta, Sacerdote e Rei. Cristo é dito ser um 
profeta que ensina a doutrina perfeita, sacerdote que inter-
cede ao Pai emfavor dos crentes e se ofereceu como sacrifício 
pelo pecado, e um rei que governa a Igreja e luta pelos 
INTRODUÇÃO 
 
31 | P á g i n a 
 
crentes. O ofício tríplice vincula a obra de Cristo com a obra 
de Deus no antigo Israel. 
 Acreditam que a morte e ressurreição de Jesus torna pos-
sível para os crentes alcançar o perdão dos pecados e recon-
ciliação com Deus por meio da expiação. Reformados Calvi-
nistas subscrevem-se a diversas posições sobre a expiação. 
Uma posição surgida com Calvino é chamada Expiação 
Substitutiva, o que explica a morte de Cristo como um paga-
mento de sacrifício pelo pecado. Acredita-se que Cristo mor-
reu no lugar do crente, que é considerado justo como resul-
tado desse pagamento sacrificial. 
Pecado 
Na teologia cristã, as pessoas são criadas boas e à imagem 
de Deus, mas nos tornamos corrompidos pelo pecado, o que 
faz com que sejamos imperfeitos e excessivamente propensos 
à desobedecer o Criador. Cristãos reformados, seguindo a 
tradição de Agostinho de Hipona, acreditamos que esta cor-
rupção da natureza humana foi causada pelo primeiro pe-
cado de Adão e Eva, a doutrina chamada Pecado original. 
Teólogos reformados enfatizam que este pecado afeta toda a 
natureza de uma pessoa, incluindo a sua vontade. Sob esta 
visão o pecado domina as pessoas de forma que são incapazes 
de evitar o pecado, tem sido chamado de Total Depravity. 
Em Português, o termo “Depravação Total” pode ser 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expia%C3%A7%C3%A3o_(vis%C3%A3o_substitucion%C3%A1ria)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expia%C3%A7%C3%A3o_(vis%C3%A3o_substitucion%C3%A1ria)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
32 | P á g i n a 
 
facilmente mal interpretado para significar que as pessoas 
estão ausentes de qualquer bondade ou incapazes para fazer 
qualquer bem. No entanto, pelo ensino Reformado enquanto 
as pessoas continuam a suportar algo da imagem de Deus, 
podem fazer coisas que são exteriormente boas, mas suas in-
tenções pecaminosas afetam toda a sua natureza e ações pelo 
que eles não são totalmente agradáveis a Deus. Talvez, em 
português, fosse melhor usar a expressão “depravação GE-
RAL” ao invés de “total”, para entender que toda a natureza 
foi afetada, que é o que pretende a expressão original. 
 
VERTENTES TEOLÓGICAS REFORMADAS 
O Calvinismo não é um sistema doutrinário uniforme. 
Não é definido por um conjunto doutrinário distintivo, mas 
por um anseio de ser uma Igreja sempre em contínua re-
forma, algo expresso pelo lema latino “Ecclesia Reformanda 
semper reformata est”. Dentre as principais vertentes estão 
as seguintes. 
O Amiraldismo 
O Amiraldismo são as correntes reformadas que não fo-
ram influenciadas pelas reinterpretações que Teodoro de 
Beza fez sobre Calvino. Encontrou adeptos entre huguenotes 
e vários calvinistas moderados de língua inglesa. Parte da 
INTRODUÇÃO 
 
33 | P á g i n a 
 
premissa de que Deus tornou os benefícios da redenção de 
Cristo disponíveis a todos sem distinção. No entanto, como 
ninguém acreditaria por si mesmo se Deus não interviesse na 
primeira pessoa para suscitar a fé, Ele elege aqueles a quem 
pretende levar à fé em Cristo. 
O Calvinismo do Sínodo de Dordt 
A Escolástica Protestante e o Hipercalvinismo reinterpre-
tam a teologia reformada com base nos Cânones do Sínodo 
de Dordt. Lembrados pelo mnemônico, isto é, uma técnica 
com o objetivo de auxiliar a memória. “TULIP”, diz-se po-
pularmente que os cinco pontos resumem os Cânones de 
Dort; no entanto, não há nenhuma relação histórica entre 
eles, e alguns estudiosos argumentam que sua linguagem dis-
torce o significado dos Cânones, da teologia de Calvino e da 
teologia da Ortodoxia Calvinista do século XVIII, particular-
mente na linguagem sobre a Depravação Total e a Expiação 
Limitada. Os cinco pontos foram mais recentemente popula-
rizados no livreto de 1963, “Os Cinco Pontos do Calvinismo 
Definidos, Defendidos e Documentados” por David N. Steele 
e Curtis C. Thomas. As origens dos cinco pontos e do acrô-
nimo são incertas. As primeiras menções aos pontos parecem 
estar delineadas na contra remonstrância de 1611, uma res-
posta reformada menos conhecida aos arminianos que ocor-
reu antes dos Cânones de Dort. A sigla foi usada por Cleland 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_pontos_do_calvinismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_pontos_do_calvinismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2nones_de_Dort
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2nones_de_Dort
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
34 | P á g i n a 
 
Boyd McAfee já por volta de 1905. Uma das primeiras apari-
ções impressas do acrônimo T-U-L-I-P está no livro de Lo-
raine Boettner de 1932, “The Reformed Doctrine of Predes-
tination”. A sigla foi muito cautelosamente usada por apolo-
gistas e teólogos Calvinistas antes do livreto de Steele e Tho-
mas. 
A afirmação central desses pontos é que Deus salva toda 
pessoa de quem tem misericórdia, e que seus esforços não 
são frustrados pela injustiça ou incapacidade dos seres hu-
manos. 
1. A Depravação Total, também chamada de “incapa-
cidade total”, afirma que, como consequência da queda 
do homem, toda pessoa está escravizada pelo pecado. 
Nos Cânones de Dort, a expressão Depravação Total 
não aparece, mas há a exposição de uma ideia similar: 
“Portanto, todos os homens são concebidos no pecado, 
e ao nascer como filhos da ira, incapazes de qualquer 
bem são ou salvífico, e inclinados ao mal, mortos em 
pecados e escravos do pecado; e eles não querem e 
nem podem voltar a Deus, nem corrigir sua natureza 
corrompida, e nem melhorá-la por si mesmos, sem a 
graça do Espírito Santo, que é aquele que regenera”. 
2. A Eleição Incondicional, afirma que Deus esco-
lheu os seus Eleitos desde a eternidade, não com base 
INTRODUÇÃO 
 
35 | P á g i n a 
 
na virtude, mérito ou fé previstos para essas pessoas; 
ao contrário, a sua escolha é incondicionalmente fun-
damentada somente em sua misericórdia. Deus esco-
lheu desde a eternidade estender misericórdia aos que 
escolheu e reter misericórdia aos não escolhidos. Os es-
colhidos recebem a salvação somente por meio de 
Cristo. Aqueles não escolhidos recebem a ira, que é jus-
tificada por seus pecados contra Deus. 
3. A Expiação Limitada, também chamada de “re-
denção particular” ou “expiação definida”. Apesar de os 
cânones de Dordt e muitos de seus participantes cre-
rem na expiação geral, porém com eficácia limitada, a 
recepção posterior por uma vertente hipercalvinista 
afirma que a expiação substitutiva de Jesus foi definida 
e certa em seu propósito e no que ela realizou. Isso im-
plica que apenas os pecados dos eleitos foram expiados 
pela morte de Jesus. Muitos intérpretes dos cânones de 
Dort não acreditam, no entanto, que a expiação seja li-
mitada em seu valor ou poder, mas sim que a expiação 
é limitada no sentido de que se destina a alguns e não a 
todos. Ou, como é exposto nos Cânones de Dort: “Pois 
este foi o soberano conselho, e a mais graciosa vontade 
e propósito de Deus Pai, que a eficácia vivificante e sal-
vífica da morte mais que preciosa de seu Filho se es-
tendesse a todos os Eleitos, para conceder a eles, e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expia%C3%A7%C3%A3o_limitada
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
36 | P á g i n a 
 
somente a eles, o dom da fé justificadora, e assim, 
trazê-los infalivelmente à salvação”. 
4. A Graça Irresistível, também chamada de “graça 
eficaz”, afirma que a graça salvadora de Deus é efetiva-
mente aplicada àqueles a quem Ele determinou salvar 
(isto é, os Eleitos) e supera a sua resistência natural em 
obedecer ao chamado do Evangelho, trazendo-os para 
a fé salvadora. Isso significa que quando Deustem o 
propósito soberano de salvar alguém, esse indivíduo 
certamente será salvo. A doutrina sustenta que esta in-
fluência intencional do Espírito Santo de Deus não 
pode ser resistida, mas que o Espírito Santo, “graciosa-
mente faz com que o pecador eleito coopere, creia, ar-
rependa-se, e vá livre e espontaneamente a Cristo”. 
5. Perseverança dos Santos, também conhecida 
como “perseverança de Deus com os santos” e “a pre-
servação dos crentes”, a palavra “santos” é usada para 
se referir a todos os que são separados por Deus, e não 
àqueles que são excepcionalmente santos, canonizados 
ou no céu, a doutrina afirma que, visto que Deus é so-
berano e a sua vontade não pode ser frustrada por hu-
manos ou por qualquer outra coisa ou ser, aqueles a 
quem Deus chamou à comunhão com Ele continuarão 
na fé até o fim. Aqueles que aparentemente caem ou 
INTRODUÇÃO 
 
37 | P á g i n a 
 
nunca tiveram fé verdadeira para começar (1 Jo 2:19), 
ou, se eles são salvos, mas não andam no Espírito, eles 
serão divinamente castigados (Hb 12:5-11) e serão leva-
dos ao arrependimento (1 Jo 3:6–9). 
Alguns dos pontos citados acima estão muito bem coloca-
dos e fundamentos nas escrituras, mas ficou algumas lacunas 
entre a verdades e as supostas exposições dessas verdades, 
como se tivesse sido ocultado o sentido da mensagem doutri-
nária de Deus ao homem, criando assim uma possibilidade 
de ver como uma controvérsia a luz de outros versículos. Por 
isso o Calvinismo é tão criticado, mas para aqueles que o 
aceita esses tornam-se consequentemente radicais naquilo 
que creem. 
Aliancismo Calvinista 
O teólogo reformado holandês Johannes Cocceius, propôs 
um conceito de pacto ou aliança para descrever a maneira 
como Deus entra em comunhão com as pessoas na história. 
O conceito de aliança é tão proeminente na teologia refor-
mada que às vezes é chamada de "teologia da aliança". No 
entanto, teólogos do século XVII desenvolveram um sistema 
teológico particular chamado "teologia da aliança" ou "teo-
logia federal" que muitas igrejas reformadas continuam a 
afirmar nos dias de hoje. Esse sistema estabelece uma divisão 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
38 | P á g i n a 
 
sobre a relação de Deus com as pessoas principalmente em 
dois pactos: O “pacto das obras"” e o “pacto da graça”. O 
pacto das obras é feito com Adão e Eva no Jardim do Éden, 
onde Deus proveria uma vida abençoada no Jardim com a 
condição de que Adão e Eva obedecessem à lei Divina perfei-
tamente, lei que esta, por natureza implantada no homem, 
mais conhecida como “lei moral”. 
Como Adão e Eva quebraram o pacto ao comer o fruto 
proibido, eles ficaram sujeitos à morte, foram banidos do jar-
dim e o pecado foi transmitido a toda a humanidade. Teólo-
gos federais geralmente inferem que Adão e Eva teriam ga-
nho a imortalidade caso tivessem obedecido perfeitamente. 
O segundo pacto, chamado o pacto da graça, é dito ter sido 
feito imediatamente após o pecado de Adão e Eva. Nele, Deus 
graciosamente oferece a salvação da morte sob a condição de 
fé em Jesus Cristo. Este pacto é administrado em formas di-
ferentes em todo o Antigo e Novo Testamentos, mas mantém 
a substância de ser livre de uma exigência de perfeita obedi-
ência. 
Hipercalvinismo 
O hipercalvinismo é um ramo fatalista da teologia calvi-
nista. Para os hipercalvinistas, a humanidade não tem o de-
ver universal de crer em Cristo para a salvação de suas almas, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ad%C3%A3o_e_Eva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jardim_do_%C3%89den
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipercalvinismo
INTRODUÇÃO 
 
39 | P á g i n a 
 
pois Deus já determinou quem vai ser salvo ou não. O hiper-
calvinismo difere do calvinismo tradicional na “suficiência e 
eficiência” da expiação de Cristo. A predestinação no calvi-
nismo tradicional sustenta que somente os eleitos são capa-
zes de compreender a expiação de Cristo, mas que a suficiên-
cia da expiação se estende a toda a humanidade, enquanto o 
hipercalvinismo sustenta que a expiação é suficiente apenas 
para os eleitos. Entre os teólogos hipercalvinistas estão John 
Gill, Arthur Pink e R.C. Sproul. 
O Edwardsianismo 
A teologia da Nova Inglaterra ou “Edwardsianismo” de-
signa uma escola de teologia que cresceu por influência do 
avivalista Jonathan Edwards na época colonial dos Estados 
Unidos colonial. Nessa vertente, Deus é considerado sob as-
pectos mais éticos; por uma nova ênfase na liberdade, habi-
lidade e responsabilidade do homem; pela restrição da qua-
lidade moral à ação em distinção da natureza; e pela teoria 
de que o princípio constitutivo da virtude é a benevolência. 
Considera que o pecado original não é herdado, mas que os 
descendentes de Adão foram co-participantes da primitiva 
transgressão. Diferente de boa parte dos outros calvinistas, 
essa vertente adota a visão governamental de expiação. 
Barth e o Calvinismo Evangelical 
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Gill
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Gill
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Arthur_Pink&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/R.C._Sproul
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jonathan_Edwards_(te%C3%B3logo)
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
40 | P á g i n a 
 
Uma reformulação contemporânea da teologia reforma 
ocorreu pela teologia dialética do teólogo reformado suíço 
Karl Barth, Emil Brunner e Thomas F. Torrance. Para 
Barth, nenhum outro fundamento pode haver além de Jesus 
Cristo. Desse modo, a compreensão da exatidão e valor das 
Escrituras só pode emergir adequadamente ao considerar o 
que significa para elas serem verdadeiras testemunhas da Pa-
lavra encarnada, Jesus Cristo. Tudo ao contrário disso seria 
a idolatria: a deificação do pensamento humano, falsos deu-
ses, bloqueando assim a verdadeira voz do Deus vivo. Isso, 
por sua vez, levaria a teologia a se tornar prisioneira das ide-
ologias humanas. A complexidade do pensamento de Barth 
teve recepção diversa. Sob a designação de teologia neo-or-
todoxa é examinado por teólogos de outras tradições, sobre-
tudo luteranos e católicos. 
Entre reformados de tendência evangelical, com base nos 
Cinco Solas da teologia neo-ortodoxa surgiriam teólogos 
como Donald G. Bloesch, Alvin Plantinga, Alister McGrath, 
Kevin Vanhoozer e James A. K. Smith que combinam filoso-
fia, ciência e a tradição histórica do cristianismo em questões 
e métodos teológicos reformados. 
O Novo Calvinismo 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Evangelicalismo
INTRODUÇÃO 
 
41 | P á g i n a 
 
O Novo Calvinismo é uma reinterpretação não denomina-
cional das doutrinas aliancistas e hipercalvinistas sob uma 
ótica cultural dos Estados Unidos da América, surgido nas 
últimas décadas do século XX e primeiras décadas de século 
XXI. 
Interpretação Sociológica 
Sociólogos como Max Weber e Ernest Gellner analisaram 
a teoria e as consequências práticas desta doutrina e chega-
ram à conclusão de que os resultados são paradoxais. Em 
parte, explicam o precoce desenvolvimento do capitalismo 
nos países onde o calvinismo foi popular: “Holanda, Escócia 
e Estados Unidos”, sobretudo, Para Weber, o calvinista acre-
dita que Deus é Soberano em todas as coisas, e, portanto, o 
homem não tem participação alguma na própria salvação, 
logo, Deus predestinou os seus escolhidos para a salvação, 
uma vez que a humanidade após o pecado não teria condi-
ções de se voltar ao Criador por estarem mortos em seus pe-
cados e delitos. Buscando serem bons cristão, trabalhando 
muito, seguindo sempre todos os princípios bíblicos, o calvi-
nista faz tudo para a glória de Deus. Com essa cosmovisão, 
por meio do trabalho a sociedade se desenvolveu economica-
mente fazendo com que houvesse uma ligação com o capita-
lismo. Os holandeses, os escoceses e os americanos ganha-
ram,então, a fama de serem sovinas, pouco generosos, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Calvinismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9rica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ernest_Gellner
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
42 | P á g i n a 
 
interessados apenas no dinheiro. Estas características são na 
vida moderna quase um dado adquirido em qualquer cultura, 
mas nos tempos da Reforma Protestante, o calvinismo terá 
instituído uma nova e revolucionária forma de relação com a 
riqueza. Ocorre que o uso dos ideais calvinistas para o ala-
vancar da sociedade capitalista é equivocadamente relacio-
nado a ideais capitalistas intrínsecos ao calvinismo. Calvino 
em sua obra afirma que a riqueza não tem razão de ser, se 
não para ajudar aos que necessitam, e critica a avareza ao di-
zer que o fruto do trabalho só é digno se útil ao próximo: 
“Da mão de Deus tens tu o que possuis. Tu, porém, deve-
rias usar de humanidade para com aqueles que padecem 
necessidades. És rico? Isso não é para teu bel prazer. Deve 
a caridade faltar por isso? Deve ela diminuir? Não está ela 
acima de todas as questões do mundo? Não é ela o vínculo 
da perfeição?”; “Condena o Profeta a estes ladrões e assal-
tantes que lhe parecia deterem o poder de oprimir a gente 
pobre e o pequeno trabalhador, uma vez que eram eles que 
tinham grande abundância de trigo e grãos;... é o mesmo 
como se cortassem a garganta dos pobres, quando os fazem 
assim sofrer fome”. 
 
ARMINIANISMO 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_Protestante
INTRODUÇÃO 
 
43 | P á g i n a 
 
O arminianismo é uma escola de pensamento soterioló-
gica que refere-se à “doutrina da salvação”, baseada nas 
ideias do holandês Jacó Armínio (1560-1609) e seus segui-
dores históricos, os remonstrantes. A aceitação doutrinária 
se estende por boa parte do cristianismo desde os primeiros 
argumentos entre Atanásio e Orígenes, até a defesa de Agos-
tinho de Hipona do “pecado original”. O arminianismo ho-
landês foi originalmente articulado na Remonstrância 
(1610), uma declaração teológica assinada por 45 ministros e 
apresentado ao estado holandês. O Sínodo de Dort (1618–19) 
foi chamado pelos estados gerais para mudar a Remonstrân-
cia. Os cinco pontos da Remonstrância afirmam que: 
1. A eleição “e condenação no dia do julgamento” 
foi condicionada pela fé racional ou não-fé do ho-
mem; 
2. A expiação, embora qualitativamente suficiente a 
todos os homens, só é eficaz ao homem de fé; 
3. Sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa 
é capaz de responder à vontade de Deus; 
4. A graça é resistível; e 
5. Os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas 
não estão fora da possibilidade de cair da graça. 
O ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na 
afirmação de que a dignidade humana requer a liberdade 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
44 | P á g i n a 
 
perfeita do arbítrio. Desde o século XVI, muitos cristãos in-
cluindo os batistas (A History of the Baptists terceira edição 
por Robert G. Torbet) têm sido influenciados pela visão ar-
miniana. 
Também os metodistas, os congregacionalistas das pri-
meiras colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, 
e os universalistas e unitários nos séculos XVIII e XIX. O 
termo arminianismo é usado para definir aqueles que afir-
mam as crenças originadas por Jacó Armínio, porém o termo 
também pode ser entendido de forma mais ampla para um 
agrupamento maior de ideias, incluindo as de Hugo Grotius, 
John Wesley e outros. Há duas perspectivas principais sobre 
como o sistema pode ser aplicado corretamente: arminia-
nismo clássico, que vê em Armínio o seu representante; e ar-
minianismo wesleyano, que vê em John Wesley o seu repre-
sentante. O arminianismo wesleyano é por vezes sinônimo de 
metodismo. Além disso, o arminianismo é muitas vezes mal 
interpretado por alguns dos seus críticos que o incluem no 
semipelagianismo ou no pelagianismo, ainda que os defen-
sores de ambas as perspectivas principais neguem veemen-
temente essas alegações. Dentro do vasto campo da história 
da teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacio-
nado com o calvinismo “ou teologia reformada”, sendo que 
os dois sistemas compartilham a mesma história e muitas 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Metodista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Congregacionalismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universalismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Unitarismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_teologia_crist%C3%A3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_teologia_crist%C3%A3
INTRODUÇÃO 
 
45 | P á g i n a 
 
doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como 
rivais dentro do evangelicalismo por causa de suas divergên-
cias sobre os detalhes das doutrina da predestinação e da sal-
vação. 
História 
Embora tenha sido discípulo do notável calvinista Teo-
doro de Beza, Armínio defendeu uma forma evangélica de si-
nergismo “crença de que a salvação do homem depende da 
cooperação entre Deus e o homem”, que é contrário ao mo-
nergismo, do qual faz parte o calvinismo “crença de que a sal-
vação é inteiramente determinada por Deus, sem nenhuma 
participação livre do homem”. O sinergismo arminiano di-
fere substancialmente de outras formas de sinergismo, tais 
como o pelagianismo e o semipelagianismo, como se de-
monstrará adiante. De modo análogo, também há variações 
entre as crenças monergistas, tais como o supralapsaria-
nismo e o infralapsarianismo. 
Armínio não foi o primeiro e nem o último sinergista na 
história da Igreja. Certo é que, há dúvidas quanto ao fato de 
que ele tenha introduzido algo de novo na teologia cristã. Os 
próprios arminianos costumavam afirmar que os Padres da 
Igreja grega dos primeiros séculos da era cristã e muitos dos 
teólogos católicos medievais eram sinergistas, tais como o re-
formador católico Erasmo de Roterdã. Até mesmo Philipp 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Predestina%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teodoro_de_Beza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teodoro_de_Beza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinergismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinergismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pelagianismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Semipelagianismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infralapsarianismo
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
46 | P á g i n a 
 
Melanchthon (1497-1560), companheiro de Lutero na re-
forma alemã, era sinergista, embora o próprio Lutero não 
fosse. 
Armínio e seus seguidores divergiram do monergismo cal-
vinista por entenderem que as crenças calvinistas na eleição 
incondicional e especialmente na reprovação incondicional, 
na expiação limitada e na graça irresistível: 
• seriam incompatíveis com o caráter de Deus, que é 
amoroso, compassivo, bom e deseja que todos se 
salvem. 
• violariam o caráter pessoal da relação entre Deus e 
o homem. 
• levariam à consequência lógica inevitável de que 
Deus fosse o autor do mal e do pecado. 
Contexto Histórico 
Para compreender os motivos que levaram à aguda con-
trovérsia entre o calvinismo e o arminianismo, é preciso 
compreender o contexto histórico e político no qual se inse-
riam os Países Baixos à época. De acordo com historiadores, 
tais como Carl Bangs, autor de “Arminius: A Study in the 
Dutch Reformation (1985)”, as igrejas reformadas da região 
eram protestantes, em sentido geral, e não rigidamente cal-
vinistas. Embora aceitassem o catecismo de Heidelberg como 
INTRODUÇÃO 
 
47 | P á g i n a 
 
declaração primária de fé, não exigiam que seus ministros ou 
teólogos aderissem aos princípios calvinistas, que vinhamsendo desenvolvidos em Genebra, por Beza. Havia relativa 
tolerância entre os protestantes holandeses. De fato, havia 
tanto calvinistas quanto luteranos. Os seguidores do siner-
gismo de Melanchthon conviviam pacificamente com os que 
professavam o supralapsarianismo de Beza. O próprio Armí-
nio, acostumado com tal “unidade na diversidade”, mostrou-
se estarrecido, em algumas ocasiões, com as exageradas rea-
ções calvinistas ao seu ensino. Essa convivência pacífica co-
meçou a ser destruída quando Franciscus Gomarus, colega 
de Armínio na Universidade de Leiden, passou a defender 
que os padrões doutrinários das Igrejas e universidades ho-
landesas fossem calvinistas. Então, lançou um ataque contra 
os moderados, incluindo Armínio. 
De início, a campanha para impor o calvinismo não foi 
bem sucedida. Tanto a igreja quanto o Estado não considera-
vam que a teologia de Armínio fosse heterodoxa. Isso mudou 
quando a política passou a interferir no processo. Na época, 
os países baixos, liderados pelo príncipe Maurício de Nas-
sau, calvinista, estavam em guerra contra a dominação da 
Espanha, a católica. Alguns calvinistas passaram a convencer 
os governantes dos Países Baixos, e especialmente o príncipe 
Nassau, de que apenas a sua teologia proveria uma proteção 
segura contra a influência do catolicismo espanhol. De fato, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maur%C3%ADcio,_pr%C3%ADncipe_de_Orange
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maur%C3%ADcio,_pr%C3%ADncipe_de_Orange
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
48 | P á g i n a 
 
caricaturas da época apresentavam Armínio como um jesuíta 
disfarçado. Nada disso foi jamais comprovado. Depois da 
morte de Armínio, o governo começou a interferir cada vez 
mais na controvérsia teológica sobre predestinação. O prín-
cipe Nassau destituiu os arminianos dos cargos políticos que 
ocupavam. Um arminiano foi executado e outros foram pre-
sos. O conflito teológico atingiu tamanha proporção que le-
vou a Igreja a convocar o Sínodo Nacional da Igreja Refor-
mada, em Dort, mais conhecido como o Sínodo de Dort, onde 
os arminianos, conhecidos como “remonstrantes”, tiveram a 
oportunidade de defender seus pontos de vista perante as au-
toridades, partidárias do calvinismo. As discussões ocorre-
ram em 154 reuniões iniciadas em 13 de novembro 1618 e en-
cerrada em 9 de maio de 1619, cujo assunto era a predestina-
ção incondicional defendida pelo calvinismo e a predestina-
ção condicional defendida pelo arminianismo. Os arminia-
nos acabaram sendo condenados como hereges, destituídos 
de seus cargos eclesiásticos e seculares, tiveram suas propri-
edades expropriadas e foram exilados. Logo que Maurício de 
Nassau morreu, os calvinistas perderam o seu poder na re-
gião e os arminianos puderam retornar ao país, onde funda-
ram Igrejas e um seminário, o qual até hoje existe na Ho-
landa (Remonstrants Seminarium). Em síntese, as igrejas 
protestantes holandesas continham diversidade teológica, à 
INTRODUÇÃO 
 
49 | P á g i n a 
 
época de Armínio. Tanto monergistas quanto sinergistas 
eram ali representados e conviviam pacificamente. O que le-
vou a visão monergista à supremacia foi o poder do Estado, 
representado pelo príncipe Maurício de Nassau, que perse-
guiu os sinergistas. Para Armínio e seus seguidores, sua teo-
logia também era compatível com a reforma protestante. Em 
sua opinião, tanto o calvinismo quanto o arminianismo são 
duas correntes inseridas na reforma protestante, por serem, 
ambas, compatíveis com o lema dos reformados: Sola Scrip-
tura, Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria. 
 
TEOLOGIA 
A teologia arminiana geralmente cai em um dos dois gru-
pos: 
1. Arminianismo clássico, elaborado a partir do 
ensino de Jacó Armínio; 
2. Arminianismo wesleyano, com base princi-
palmente nos ensinos de Wesley. 
Ambos os grupos se sobrepõem consideravelmente. 
Arminianismo Clássico 
O arminianismo clássico, às vezes chamado de “arminia-
nismo reformado”, é o sistema teológico que foi apresentado 
por Jacó Armínio e mantido pelos remonstrantes; sua 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jac%C3%B3_Arm%C3%ADnio
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
50 | P á g i n a 
 
influência serve como base para todos os sistemas arminia-
nos. A lista de crenças é dado abaixo: 
• A depravação é total: Armínio declarou: 
“Neste estado [caído], o livre-arbítrio do homem 
para o verdadeiro bem não está apenas ferido, en-
fermo, inclinado e enfraquecido; mas ele está tam-
bém preso, destruído e perdido. E os seus poderes 
não só estão debilitados e inúteis a menos que seja 
assistido pela graça, mas não tem poder algum ex-
ceto quando é animado pela graça divina”. 
• A expiação destina-se a todos: Jesus morreu 
para todas as pessoas, Jesus atrai todos a si 
mesmo, e todas as pessoas têm oportunidade de se 
salvarem pela fé. 
• A morte de Jesus satisfaz a justiça de Deus: 
A penalidade pelos pecados dos eleitos é paga in-
tegralmente através da obra de Jesus na cruz. As-
sim, a expiação de Cristo é destinada a todos, mas 
requer a fé para ser efetuada. Armínio declarou 
que: “Justificação, quando usada para o ato de um 
juiz, também é exclusivamente a imputação da jus-
tiça através da misericórdia... ou esse homem é 
justificado diante de Deus... de acordo com o rigor 
da justiça sem qualquer perdão”. Stephen Ashby 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deprava%C3%A7%C3%A3o_total
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expia%C3%A7%C3%A3o_(vis%C3%A3o_de_satisfa%C3%A7%C3%A3o)
INTRODUÇÃO 
 
51 | P á g i n a 
 
esclarece: “Armínio só considera duas maneiras 
possíveis em que o pecador pode ser justificado: 
(1) pela nossa adesão absoluta e perfeita à lei, ou 
(2) exclusivamente pela divina imputação da jus-
tiça de Cristo”. 
• A graça é resistível: Deus toma a iniciativa no 
processo de salvação e a sua graça vem a todas as 
pessoas. Esta graça muitas vezes chamada de “pre-
veniente ou pré-graça regeneradora” age em todas 
as pessoas para convencê-las do Evangelho, 
chamá-las fortemente à salvação, e capacitar a 
possibilidade de uma fé sincera. Picirilli declarou 
que “realmente esta graça está tão próxima da re-
generação que ela leva inevitavelmente à regene-
ração, a menos que, por fim, seja resistida”. A 
oferta de salvação por graça não age irresistivel-
mente em um simples causa-efeito (i.e num mé-
todo determinístico), mas sim de um modo de in-
fluência e resposta, que tanto pode ser livremente 
aceita e livremente negada. 
• O homem tem livre arbítrio para respon-
der ou resistir: O livre-arbítrio é limitado pela 
soberania de Deus, mas a soberania de Deus per-
mite que todos os homens tenham a opção de 
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
52 | P á g i n a 
 
aceitar o Evangelho de Jesus através da fé, simul-
taneamente, permite que todos os homens resis-
tam. 
• A eleição é condicional: Armínio define elei-
ção como “o decreto de Deus pelo qual, de Si 
mesmo, desde a eternidade, decretou justificar em 
Cristo, os crentes, e aceitá-los para a vida eterna”. 
Só Deus determina quem será salvo e a sua deter-
minação é que todos os que crêem em Jesus atra-
vés da fé sejam justificados. Segundo Armínio, 
“Deus a ninguém preza em Cristo, a menos que se-
jam enxertados nele pela fé”. 
• Deus predestina os eleitos a um futuro glo-
rioso: A predestinação não é a predeterminação 
de quem irá crer, mas sim a predeterminação da 
herança futura do crente. Os eleitos são, portanto, 
predestinados à filiação pela adoção, glorificação, 
e vida eterna. 
• A justiça de Cristo é imputada ao crente: A 
justificação é sola fide. Quando os indivíduos se ar-
rependem e creem em Cristo “fé salvífica”, eles são 
regenerados e trazidos a união com Cristo, pela 
qual a morte e a justiça de Cristosão imputadas a 
eles, para sua justificação diante de Deus. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o_condicional
INTRODUÇÃO 
 
53 | P á g i n a 
 
• A segurança eterna é também condicional: 
Todos os crentes têm plena certeza da salvação 
com a condição de que eles permaneçam em 
Cristo. A salvação é condicional à fé, portanto, a 
perseverança também é condicional. A apostasia 
“desvio de Cristo” só é cometida por uma delibe-
rada e proposital rejeição de Jesus e renúncia da 
fé. 
Os cinco artigos da remonstrância que os seguidores de 
Armínio formularam em 1610 o estado acima de crenças re-
lativas (1) eleição condicional, (2) expiação ilimitada, (3) de-
pravação total, (4) e a graça resistível, e (5) possibilidade de 
apostasia. Note, entretanto, que o artigo quinto não nega 
completamente a perseverança dos santos, Armínio mesmo, 
disse: “Nunca me ensinaram que um verdadeiro crente pode 
cair ... longe da fé ... ainda não vou esconder que há passa-
gens da Escritura que parecem-me usar este aspecto, e as 
respostas a elas que me foi permitido ver, não são como a 
gentileza de aprovar-se em todos os pontos para o meu en-
tendimento”. Além disso, o texto dos artigos da Remons-
trância diz que nenhum crente pode ser arrancado da mão de 
Cristo, e à questão da apostasia, “a perda da salvação” é ne-
cessário mais estudos antes que pudesse ser ensinada com 
plena certeza. As crenças básicas de Jacó Armínio e os 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Preserva%C3%A7%C3%A3o_condicional_dos_santos
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
54 | P á g i n a 
 
remonstrances estão resumidos como tal pelo teólogo 
Stephen Ashby: 
1. Antes de ser chamado e capacitado, alguém é in-
capaz de crer... somente capaz de resistir. 
2. Depois de ter sido chamado e capacitado, mas an-
tes da regeneração, alguém é capaz de crer... e 
também capaz de resistir. 
3. Após alguém crer, Deus o regenera, alguém é ca-
paz de continuar crendo... também capaz de resis-
tir. 
4. Após resistir ao ponto de descrer, alguém é inca-
paz de acreditar... só capaz de resistir. 
Interpretação dos Cinco Pontos 
O terceiro ponto sepulta qualquer pretensão de associar o 
arminianismo ao pelagianismo ou ao semipelagianismo. De 
fato, a doutrina de Armínio é perfeitamente compatível com 
a Depravação Total calvinista. Ou seja, em seu estado origi-
nal o homem é herdeiro da natureza pecaminosa de Adão e 
totalmente incapaz, até mesmo, de desejar se aproximar de 
Deus. Nenhum homem nasce com o “livre-arbítrio”, ou seja, 
com a capacidade de não resistir a Deus. 
O quarto ponto demonstra claramente que é a graça pre-
veniente que restaura no homem a sua capacidade de não 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Deprava%C3%A7%C3%A3o_total
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gra%C3%A7a_preveniente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gra%C3%A7a_preveniente
INTRODUÇÃO 
 
55 | P á g i n a 
 
resistir à Deus. Portanto, para Armínio, a salvação é pela 
graça somente e por meio da fé somente. Nesse sentido, os 
arminianos do coração concordam com os calvinistas no sen-
tido de que a capacitação, por meio da graça, precede a fé, e 
que até mesmo a fé salvadora seja um dom de Deus. A dife-
rença está na compreensão da operação dessa graça. Para os 
calvinistas, a graça é concedida apenas aos eleitos, que a ela 
não podem resistir. Para os arminianos, a expiação por meio 
de Jesus Cristo é universal e comunica essa graça preveni-
ente a todos os homens; mas ela pode ser resistida. Assim 
como o pecado entrou no mundo pelo primeiro Adão, a graça 
foi concedida ao mundo por meio de Cristo, último Adão (Rm 
5:18; Jo 1:9). Nesse sentido, os arminianos entendem que (2 
Tm 4:10) aponta para duas salvações em Cristo: uma univer-
sal e uma especial para os que creem. A primeira corresponde 
à graça preveniente, concedida a todos os homens, que lhes 
restaura o arbítrio, ou seja, a capacidade de não resistir a 
Deus. Ela é distribuída a todos os homens porque Deus é 
amor (1 Jo 4:8, Jo 3:16) e deseja que todos os homens se sal-
vem (1 Tm 2:4; 2 Pedro 3:9), conforme defendido no segundo 
ponto do arminianismo. A segunda é alcançada apenas pelos 
que não resistem à graça salvadora e creem em Cristo. Estes 
são os predestinados, segundo a visão arminiana de predes-
tinação. Portanto, embora a expressão “livre-arbítrio” seja 
comumente associada ao arminianismo, ela deve ser 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calvinistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expia%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Ad%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Salva%C3%A7%C3%A3o_universal&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Salva%C3%A7%C3%A3o_universal&action=edit&redlink=1
https://pt.wikisource.org/wiki/Tradu%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_da_B%C3%ADblia/I_Jo%C3%A3o/IV#4:8
https://pt.wikipedia.org/wiki/Predestina%C3%A7%C3%A3o
LIVRE ARBÍTRIO & PREDESTINAÇÃO 
Um Tratado Teológico de Equilíbrio e Compatibilidade 
 
 
56 | P á g i n a 
 
entendida como “arbítrio liberto”, “livre agência” ou “von-
tade liberta” pela graça preveniente, convencedora, ilumina-
dora e capacitante que torna possíveis o arrependimento e a 
fé. Sem a atuação da graça, nenhum homem teria livre-arbí-
trio. Ao contrário dos calvinistas, os arminianos creem que 
essa graça preveniente, concedida a todos os homens, não é 
uma força irresistível, que leva o homem necessariamente à 
salvação. Para Armínio, tal graça irresistível violaria o caráter 
pessoal da relação entre Deus e o homem. Assim, todos os 
homens continuam a ter a capacidade de resistir à Deus, que 
já possuíam antes da operação da graça (At 7:51; Lc 7:30; Mt 
23:37). Portanto, a responsabilidade do homem em sua sal-
vação consiste em não resistir ao Espírito Santo. Este é o co-
ração do sinergismo arminiano, o qual difere radicalmente 
dos sinergismos, pelagiano e semipelagiano. No que tange à 
perseverança dos santos, os remonstrantes não se posiciona-
ram, já que deixaram a questão em aberto. 
Citações Das Obras De Armínio 
Os textos a seguir transcritos, escritos pelo próprio Armí-
nio, são úteis para demonstrar algumas de suas ideias. 
[…] Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é 
capaz, de por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que 
é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gra%C3%A7a_irresist%C3%ADvel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_Santo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinergismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Semipelagianismo
INTRODUÇÃO 
 
57 | P á g i n a 
 
e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos 
os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito 
Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a en-
tender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer 
que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito partici-
pante desta regeneração ou renovação, eu considero que, 
visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, 
desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda 
contínua da Graça Divina. Com referência à Graça Divina, 
creio, (1.) É uma afeição imerecida pela qual Deus é ama-
velmente afetado em direção a um pecador miserável, e de 
acordo com a qual ele, em primeiro lugar, doa seu Filho, 
“para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna”, e, 
depois, ele o justifica em Cristo Jesus e por sua causa, e o 
admite no direito de filhos, para salvação. (2.) É uma infu-
são (tanto no entendimento humano quanto na vontade e 
afeições), de todos aqueles dons do Espírito Santo que per-
tencem à regeneração e renovação do homem, tais como a 
fé, a esperança, a caridade, etc.; pois, sem estes dons graci-
osos, o homem não é capaz de pensar, desejar, ou fazer qual-
quer coisa que seja boa. (3.) 
É aquela perpétua assistência e contínua ajuda do Espí-
rito Santo, de acordo com a qual Ele age sobre

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