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Tem outras questões que também merecem menção, que são as características, a composição e a qualidade do produto, isso aqui é extremamente relevante em relação a produtos industrializados ou produtos alimentícios industrializados, existem regulamentos específicos que contemplam a indicação na embalagem, no invólucro, no recipiente sobre a composição, por exemplo, se esse produto tem glúten, se ele contém lactose ou se ele contém alergênicos em geral, que podem ser castanhas, ovos, essas informações podem ser indiferentes se você não tem alergia alimentar, mas se você é uma pessoa que tem doença celíaca, essa informação é um diferencial entre vida e morte, um diferencial entre saúde e doença, então essas informações qualificam a vontade do consumidor e permitem que o consumidor tome a melhor possível e isso é importante que se diga, porque a informação veiculada pelo fornecedor integra o conteúdo do contrato, isso serve para qualquer meio pelo qual se veicula essa informação, pode ser uma publicidade, pode ser um ajuste verbal com o comerciante, toda informação vincula, obriga o fornecedor, é por isso que é tão grave disponibilizar publicidade ilícita, porque aquela publicidade obriga o fornecedor que a fizer veicular, então se na publicidade se admite, por exemplo, o parcelamento do pagamento em 12 vezes sem juros, você tem direito de exigir no ato de aquisição do produto o parcelamento em 12 vezes sem juros.
 
Isso é uma coisa interessante, essa imagem serve para exemplificarmos uma “maquiagem” de produto, sabe aquele produto que você normalmente compra e um dia você vai comprar novamente no supermercado e está escrito assim no produto: Nova embalagem. Mas você vai ver e não tem nada de diferente, a não ser o peso líquido, às vezes a nova embalagem é só um jeito fofo de dizer que o peso líquido do produto mudou, mas que o preço está mantido, toda vez que isso acontece, quando o preço é mantido e há a diminuição do peso líquido do produto, a rigor é um aumento de preço que está acontecendo, esse caso da imagem é um raro caso em que a importadora fez questão de avisar ao consumidor; Olha, antes esse potinho maravilhoso de sorvete tinha 90g, agora ele tem 83g, então o que houve foi uma redução de 7,8% do peso líquido do produto. Isso sim é boa-fé, isso é esclarecer o consumidor de que esse potinho de sorvete tinha um tamanho antes e que agora foi reduzido, então você já está ciente de que por uma quantidade menor de produto, você estará pagando um valor maior, então compete a você pagar um valor maior e vida que segue ou escolher um produto de outra marca com um preço menor. O que eu fiz questão de escrever do ladinho é que a alteração quantitativa do conteúdo de um produto sem disponibilizar ao consumidor uma informação adequada, clara e ostensiva dessa informação configura uma espécie de “maquiagem” que ao final das contas nada mais é que um aumento disfarçado de preço, então percebam que essas sutilezas são fundamentais para que a gente tome uma boa decisão de consumo.
 Esse inciso IV prevê que é direito básico do consumidor a proteção contra publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. A publicidade no Brasil é permitida obviamente, ela inclusive um elemento fundamental na construção da decisão de consumo, ela é regulada a partir de 2 perspectivas, há uma regulação de caráter público que é feita pelo CDC, e a publicidade também é regulada por normas auto-regulamentarias, normas éticas de cunho privado, não é lei em sentido estrito, mas um ajuste auto-regulamentar que os publicitários fazem entre si e quem fiscaliza a aplicação dessas normas auto-regulamentárias é o famoso CONAR que tem o nome de Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária, mas ele não possui nenhum vinculo com o poder público, nenhum vínculo estatal. 
Quando o CDC protegeu o consumidor contra a publicidade ilícita, ele protegeu o consumidor contra abuso do direito exercido pelo fornecedor, então o fornecedor que se coloca no mercado de consumo ele tem a possibilidade de anunciar o seu produto, porque o produto dele vai concorrer com dezenas de outros produtos no mercado, a concorrência é grande, então o diferencial para que o fornecedor se sobressaia em face de outro é esse uso de anúncios publicitários, ocorre que no curso desse exercício regular desse direito de dar notoriedade pública, para demonstrar diferencial competitivo em relação aos concorrentes os fornecedores podem ir além do que a legislação efetivamente permite. Então o CDC protegeu o consumidor contra a publicidade ilícita que pode ser enganosa, que é aquela publicidade que mente, é aquela publicidade que inventa de um tudo, uma publicidade que diz além do que o produto efetivamente pode entregar, a publicidade enganosa pode ser também caracterizada por omissão, quando o anúncio publicitário silencia sobre um dado essencial de um produto ou serviço que está sendo anunciado, mas a publicidade ilícita não se restringe à publicidade enganosa, ela pode ser também uma publicidade abusiva, a publicidade abusiva é aquela publicidade violadora das normas de convivência social, publicidade abusiva é aquela publicidade violenta, preconceituosa, racista, machista, é uma publicidade que prega violência ou intolerância religiosa. 
Observem que a proteção do consumidor se dar antes, durante e depois da execução do contrato, a proteção contra a publicidade ilícita é a demonstração de acautelamento pelo CDC do consumidor antes mesmo do consumidor comprar o que quer que seja, e no inciso IV o CDC ainda prevê a proteção do consumidor contra métodos coercitivos ou desleais e na semana passada a gente falou bastante sobre assédio de consumo, por exemplo, uma empresa ligar para sua casa, para seu celular, seu trabalho 37 vezes por dia, lhe enlouquecendo, tirando a sua paz e seu sossego, fazendo isso sábado, domingo, feriado, dia santo, de dia, de tarde, de noite, esse é um tipo de abordagem que além de ser antipática, é uma abordagem que pode ser considerada em último caso um assédio de consumo, então se o consumidor precisa ter liberdade para escolher a melhor alternativa, o melhor produto e o melhor serviço, mas para isso é preciso haver um mínimo de discernimento por parte de quem anuncia.
Observem a proteção também pelo CDC contra práticas e cláusulas abusivas, quando falamos de práticas abusivas nós falamos, por exemplo, da famosa venda casada, que é super comum apesar de ser expressamente proibida no CDC, aquela coisa de você querer contratar a internet para sua casa, uma internet de alta velocidade e o preço é de 10 x, você liga na empresa e a empresa diz: Contrate um combo de TV por assinatura, telefone fixo e internet de alta velocidade e vai sair por metade do preço, 5x. Aí você responde: Eu não tenho nem aparelho de telefone e nem televisão na minha casa. Você se sente compelido a comprar um produto ou contratar um serviço que não é do seu interesse só porque isso é quase como uma barreira para você efetivamente contratar ou adquirir o produto que efetivamente você deseja, o CDC também protegeu os consumidores das cláusulas abusivas que são aquelas que estão às vezes escamoteadas, às vezes estão mesmo explícitas em contratos de consumo, as cláusulas abusivas são super comuns, especialmente, mas não exclusivamente, em contratos de adesão, então as cláusulas abusivas são aquelas, por exemplo, que afastam a aplicação de direitos básicos do consumidor, como por exemplo, a facilitação de sua defesa com inversão do ônus da prova, então o CDC protegeu o consumidor do começo ao fim da relação contratual e essa proteção objetiva impedir o abuso de direitos por parte dos fornecedores.
O inciso V é super importante, inclusive em período de pandemia, ele diz que: é direito básico do consumidor: a modificação de cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fato superveniente que as torne excessivamenteonerosas. O contrato de consumo não é um contrato intangível, o contrato de consumo ele pode ser passível de novas negociações, a ideia desse direito básico de modificação de cláusulas de revisão de cláusulas contratuais é viabilizar que o consumidor arque com suas dívidas, esse direito básico será exercido em favor do consumidor e não do fornecedor, aqui não estamos falando da aplicação da teoria da imprevisão, porque a teoria da previsão envolve a demonstração de um fato superveniente que seja imprevisível, irresistível e aqui nesse direito básico do consumidor previsto no inciso V é suficiente que tenha havido uma quebra da base objetiva do negócio, quer dizer que o fato superveniente que torna o cumprimento das cláusulas contratuais uma tarefa excessivamente onerosa ao consumidor, esse fato superveniente não precisam ser irresistíveis e de novo o exercício desse direito básico não é uma carta branca para o consumidor não pagar, não se trata disso, mas é uma necessidade de se repactuar cláusulas contratuais justamente para viabilizar a plena execução do contrato. Uma coisa importante a se dizer é que esse direito básico que aplica a teoria da quebra da base objetiva do negócio vai se aplicar a todo e qualquer contrato de consumo, seja o contrato de adesão, seja um contrato negociado e as cláusulas que são passíveis de modificação, que são passíveis de revisão elas não precisam ser abusivas, essas cláusulas não precisam ser ilícitas para que só assim o consumidor tenha direito a sua revisão e modificação, é suficiente que a imposição daquelas cláusulas em razão de uma circunstância específica, como por exemplo, uma moléstia grave do consumidor, o consumidor que perdeu renda, enfim, essa modificação se justifica porque a manutenção daquelas cláusulas, a manutenção daqueles parâmetros contratuais onera só e somente só de maneira excessiva o consumidor. 
Um caso que sempre gosto de comentar é o do dólar há anos atrás logo depois que foi implementado o plano real o que aconteceu? De maneira artificial o dólar ficou paritário, então se comprou 1 dólar por 97 centavos de real, o que fez com que vários contratos de leasing começaram a ser indexados ao dólar, enquanto o dólar estava sendo mantido artificialmente paritário com o real estava ótimo, quando o câmbio ficou flutuante foi um tal de barata voa, foi um desespero, por quê? Porque de repente os contratos começaram a ter valores 2 ou 3 vezes mais elevados do que o seu valor original, justamente porque foram indexados ao dólar e aí foi um desespero. Essa foi uma circunstância em que muitos consumidores ingressaram com revisionais utilizando como fundamento o inciso V do artigo 6º, é um direito bem importante para que se viabilize a proteção do consumidor e o cumprimento de sua obrigação do seu dever contratual.
Inciso VI prevê a prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais individuais, coletivos e difusos, a proposta inicial do CDC é prevenir o dano, é impedir que o consumidor experimente uma situação tal que coloque em risco sua vida, saúde, segurança e incolumidade financeira. Quando falamos em prevenção significa que o CDC atua de modo a impedir a concretização dessas lesões, ocorre que nem sempre os nossos mecanismos de prevenção ao dano são suficientes para impedir que esses danos se concretizem, então passamos para outra etapa que é a de repressão, que é de imposição de responsabilidade no sentido de viabilizar a reparação dos danos experimentados pelos consumidores, essa reparação está fundada em uma ideia de integralidade, o que significa isso? O consumidor terá reparados os direitos materiais extrapatrimoniais e também em face de danos estéticos e esses pedidos podem ser cumulados nas ações reparatórias cabíveis e essa reparação vai dar-se tanto em demandas individuais como em demandas coletivas, são muito comuns as ações judiciais consumeristas individuais, mas o grande sucesso e o futuro da proteção judicial do consumidor sem duvida alguma são em ações coletivas, tanto em ações individuais, quanto nas coletivas está garantida a reparação integral dos danos sofridos pelo consumidor e quando o CDC fala em reparação integral do dano é importante que se ressalte também que há a facilitação da defesa do consumidor e contemplou também como regra a responsabilidade civil que já mencionamos a responsabilidade objetiva e a responsabilidade que é em regra solidária, ou seja, ela enquadra todos os fornecedores que compõem a cadeia, então como regra, veremos que existem exceções, mas como regra a responsabilidade cível vai ser objetiva e solidária, essa solidariedade significa que as demandas judiciais consumeristas podem ser impostas contra todos os fornecedores, alguns fornecedores ou contra um fornecedor.
A efetividade da proteção do interesse do consumidor também passa pela aplicação teoria do levantamento do véu, que é a desconsideração da personalidade jurídica que tem previsão no código civil, mas no código de defesa do consumidor ela é mais ampla, então ela pode acontecer em muitos mais casos que o código civil prevê, então aqui a desconsideração da personalidade jurídica dar-se mesmo sem abuso, mesmo sem confusão patrimonial, quando a mera existência da personalidade jurídica da empresa é suficiente para ser um obstáculo à reparação integral dos danos sofridos pelo consumidor.
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