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Direito_do_Consumidor_e_Empresarial_Unidade_III

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Direito do Consumidor e 
Empresarial 
Caros alunos, as vídeoaulas desta disciplina encontram-se no AVA 
(Ambiente Virtual de Aprendizagem). 
 
 
 
 
Unidade 3 
 
 
 
Unidade 3 - Direito Empresarial do Consumidor 
O direito do consumidor é uma das áreas jurídicas de conhecimento mais importantes para 
qualquer empresário. É de suma importância que qualquer dono ou sócio de organização 
empresarial compreenda quais seus direitos e deveres perante todos os consumidores na 
relação social. 
Nesta unidade, nosso principal objetivo é que você consiga identificar a responsabilidade 
jurídica envolvida nas relações consumeristas. 
 
Objetivos 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
 Identificar a responsabilidade jurídica envolvida em todas as relações consumeristas. 
 
O direito do consumidor está presente em todas as relações comerciais de nosso dia a dia. Não 
apenas os empresários como também todos os cidadãos precisam conhecer seus direitos, já 
que em algum momento todos estarão na posição de consumidor. 
 
Fonte: reporteralagoas.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://reporteralagoas.com.br/novo/estatuto-de-defesa-do-consumidor-completa-25-anos-o-que-ainda-precisa-mudar/
 
 
 
Aula 1 - O direito do consumidor: princípios e conceitos 
O Código de Defesa do Consumidor – CDC, Lei nº 8.078/1990, é uma das mais importantes leis 
brasileiras e a mais utilizada, tendo em vista que traz em seu conteúdo direitos e deveres 
relacionados com as relações de consumo, prevendo indenizações e reparações para aqueles 
que cometerem danos, sempre visando à proteção do consumidor, que é considerado a 
pessoas mais fraca no elo das relações de consumo. 
Para que se possa entender as relações de consumo, é importante que conheçamos alguns 
conceitos previstos no CDC, bem como os direitos básicos do consumidor, para que sua 
aplicação seja feita de forma correta e legal. 
Começaremos nosso estudo conhecendo alguns conceitos básicos existentes no próprio CDC e 
que são a base de tudo. O CDC, em seu art. 2º, descreve o que é consumidor, afirmando que é 
toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Vimos que o CDC utiliza os verbos “adquirir” ou “utilizar” produto ou serviço, o que significa 
dizer que é consumidor final mesmo aquele que utiliza o bem ou serviço sem tê-lo adquirido. 
Exemplificativamente temos o caso de um consumidor que adquire algumas caixas de cerveja 
e as serve em sua festa de aniversário; dessa forma, todos os que consumiram as cervejas são 
também considerados consumidores, pois, de alguma forma, participaram da relação de 
consumo. 
É necessário esclarecer nas relações de consumo o conceito de “destinatário final”, que é 
aquele consumidor, pessoa jurídica ou física, que retira o bem do mercado ao adquiri-lo ou 
simplesmente utilizá-lo, pondo um fim na cadeira de produção. 
Marques (2010, p. 105) faz algumas considerações sobre ser destinatário final: 
Logo, segundo esta interpretação teleológica, não basta ser destinatário fático do produto, 
retirá-lo da cadeia de produção, levá-lo para o escritório ou residência — é necessário ser 
destinatário final econômico do bem, não adquiri-lo para revenda, não adquiri-lo para uso 
profissional, pois o bem seria novamente um instrumento de produção cujo preço será 
incluído no preço final do profissional que o adquiriu. 
Então, se alguém adquire produto utilizando-o como parte de uma cadeia de produção, não 
pode ser considerado consumidor e não estará albergado pelo CDC. 
Porém, o parágrafo único do art. 2º da lei equipara também a consumidor a coletividade de 
pessoas que tenha intervindo nas relações de consumo, ou seja, um conjunto de pessoas, 
mesmo que não se constituam em pessoa jurídica. Como exemplo, podemos citar o 
condomínio, quando contrata serviços a serem realizados, ou seja, uma coletividade que é 
equiparada a consumidor. 
Continuando com os conceitos apresentados pelo CDC, temos a figura do fornecedor, 
constante do art. 3º, que o define como toda pessoa física ou jurídica, estrangeira ou nacional, 
pública ou privada, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, 
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
O art. 3º, §§ 1º e 2º, traz a definição de produto e serviço. Produto é qualquer bem, móvel ou 
imóvel, material ou imaterial. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm
 
 
 
São de três tipos os serviços objetos da relação de consumo: financeiros (seguro, crédito, 
financiamento, etc.); materiais (manutenção, reparação, hotelaria, transporte, etc.); 
intelectuais (serviços de médicos, advogados, dentistas, etc.). 
Dito isso, podemos afirmar que o CDC atua sobre as relações de consumo, que são todas 
aquelas que envolvem, de um lado, o consumidor e, de outro, o fornecedor, na compra e 
venda de um produto ou na prestação ou utilização de um serviço. 
 
 
 
O CDC estabelece normas protetivas e, como tal, admite direitos subjetivos aos consumidores 
e estabelecimento de deveres jurídicos aos fornecedores. De acordo com Miragem (2012), o 
CDC reconhece os direitos básicos do consumidor, bem como os seus direitos da 
personalidade em uma relação de consumo, cuidando-se de preservar o consumidor em suas 
relações jurídicas e concretas, protegendo seus interesses legítimos no mercado de consumo. 
Os direitos básicos do consumidor estão descritos no artigo 6º do CDC e merecem nossa 
atenção. O primeiro deles, o “direito à vida”, constante do inciso I, indica a proteção da 
integridade física e moral e, dessa forma, o elo de dependência da efetividade desse direito 
com os demais de “proteção da saúde e da segurança”, igualmente previstos no CDC. 
Segundo Miragem, a proteção do consumidor contra riscos decorrentes do oferecimento do 
produto ou do serviço deve ser “desde o momento de sua introdução no mercado de 
consumo, abrangendo o efetivo consumo, até a fase de descarte de sobras, embalagens e 
demais resíduos do mesmo” (2012, p. 166). 
Para compreendermos a aplicação real disso, vejamos o caso da produtora de extrato de 
tomate que teve que indenizar uma cliente que encontrou uma camisinha lá dentro. 
Após a observação de todos os conceitos básicos necessários do direito do consumidor, 
passaremos agora aos seus princípios, figuras normativas basilares para o desenvolvimento e 
aplicação das normas tributárias. Vejamos, portanto, os princípios do direito consumerista: 
http://tj-rs.jusbrasil.com.br/noticias/2784510/indenizacao-para-consumidora-que-encontrou-preservativo-em-extrato-de-tomate
 
 
 
Princípio da precaução: O consumidor deverá ser protegido de quaisquer riscos relativos ao 
desconhecimento relativo a produtos ou serviços. 
Princípio da dimensão coletiva: O interesse coletivo deverá ser superior ao interesse individual. 
Princípio da boa-fé: Em uma relação de consumo, as partes devem agir com boa-fé. Esse 
princípio está no art. 4º, inciso III, do CDC. 
Princípio da proteção: Os bens jurídicos mais relevantes devem ser protegidos, dentre eles: 
incolumidade física, psíquica e econômica. 
Princípio da boa-fé objetiva: Os interesses de consumidores e fornecedores, portanto a 
harmonia e o equilíbrio, são fatores indispensáveis para que haja a tão esperada justiça. 
 
Veja, a seguir, outros importantes princípios do consumidor: 
Art. 4º (caput) Princípios 
I- Reconhecimento da vulnerabilidade do 
consumidor no mercado de consumo. Princípio da vulnerabilidade. 
II - Ação governamental no sentido de 
proteger efetivamente o consumo. Princípio do dever governamental. 
III - Harmonização dos interesses dos 
participantes das relaçõesde consumo e 
compatibilização da proteção do 
consumidor com a necessidade de 
desenvolvimento econômico e tecnológico, 
de modo a viabilizar os princípios nos quais 
se funda a ordem econômica (art. 170, da 
Constituição), sempre com base na boa-fé 
e equilíbrio das relações entre 
consumidores e fornecedores. 
Princípio da harmonização dos interesses. 
Princípio da garantia da adequação. 
Princípio do equilíbrio nas relações de 
consumo. 
 
Alguns autores destacam, ainda, outros princípios, como: princípio da confiança, princípio da 
transparência etc. 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/rconde/Desktop/gco1019/Unidade-3/aula-1.htm%23more-info-1
 
 
 
Aula 2 - Responsabilidade jurídica 
O artigo 12 do CDC traz a questão da responsabilidade civil imputada ao fornecedor, em razão 
dos danos causados por defeitos na concepção ou fornecimento de produto ou serviço, tendo 
em vista que ele tem o dever de indenizar pela violação do dever geral de segurança inerente a 
sua atuação no mercado de consumo. 
É importante, antes de tudo, entendermos o conceito de defeito, que, para Nunes (2009, p. 
181), é: 
 
Exemplo 
Exemplificando o que Nunes descreveu, podemos criar uma situação hipotética em que um 
consumidor adquire uma caixinha de creme de leite longa vida e, ao chegar em casa, abre-a e 
vê que o produto está embolorado, descartando-o integralmente. Nesse caso, é vício, pura e 
simplesmente. 
Porém, um outro consumidor adquire o mesmo creme de leite. Ao chegar em casa, faz um 
corte lateral na caixa e prepara um strogonoff para sua família, que, ao comer o prato, começa 
a passar mal, tendo que ser hospitalizada com intoxicação alimentar. Nesse caso, ocorreu o 
defeito, acontecendo o acidente de consumo. O CDC traz, em seu artigo 12º, § 1º, a afirmação 
de que é defeituoso o produto que não oferece a segurança que dele legitimamente se espera. 
[...] o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, 
que causa um dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não funcionamento, a 
quantidade errada, a perda do valor pago — já que o produto ou serviço não cumpriram o fim 
ao qual se destinavam. 
Como regra, o CDC adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, ou seja, aquela que 
independe de culpa. Assim, não há necessidade de provar a culpa do fornecedor, uma vez que 
a norma que rege a responsabilidade determina que esta será atribuída a ele 
“independentemente de culpa”, pois há verdadeira presunção de culpabilidade do agente. 
Conheça o caso de uma empresa fabricante de sardinha em lata que foi condenada a pagar 
indenização a um consumidor que adquiriu o produto e alegou que continha larvas dentro. 
Veja a íntegra dessa decisão do TJ/PR em: portal.tjpr.jus.br 
O fornecedor só não será responsabilizado se conseguir provar: que não colocou o produto no 
mercado (inciso I, § 3º, do art. 12 do CDC); que, embora haja colocado o produto no mercado, 
o defeito inexiste (inciso II, § 3º, do art. 12 do CDC) ou que houve culpa exclusiva do 
consumidor ou de terceiro (inciso III, § 3º, do art. 12 do CDC). 
A dinâmica para o fornecedor de serviços defeituosos é exatamente a mesma e está prevista 
no artigo 14 do CDC. 
O artigo 18 do CDC determina que os fornecedores, entendendo-se como fornecedor qualquer 
participante da cadeia de produção do produto, são responsáveis solidariamente pelos vícios 
de qualidade ou quantidade que tornem os produtos impróprios ou inadequados ao consumo 
a que se destinam, ou ainda que lhes diminuam o valor, bem como por aqueles decorrentes da 
disparidade com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou 
file:///C:/Users/rconde/Desktop/gco1019/Unidade-3/aula-2.htm%23more-info-1
https://portal.tjpr.jus.br/jurisprudencia/j/2100000001384701/Ac%C3%B3rd%C3%A3o-0007562-71.2013.8.16.0038/0
 
 
 
mensagem publicitária, sempre respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. 
Entende-se aqui por vício a violação do dever de adequação, sendo que o defeito envolve a 
violação do dever de segurança, segundo entendimento de Miragem (2012). Assim, o CDC 
coloca todos os participantes do ciclo de produção como responsáveis diretos pelo vício que o 
produto apresentar, cabendo ao consumidor escolher e acionar diretamente qualquer dos 
envolvidos, exigindo seus direitos. 
Exemplificativamente podemos citar que o consumidor que adquire um iogurte em um 
supermercado, constatando, em seguida, que esse iogurte estava estragado, poderá optar em 
acionar o supermercado ou o fabricante do iogurte para que substitua o produto. Caso o 
consumidor não tenha o vício sanado em 30 dias, pode exigir, alternativamente e a sua 
escolha, a substituição do produto por outro da mesma espécie, a restituição imediata da 
quantia paga, monetariamente atualizada, ou o abatimento proporcional do preço (art. 18, § 
1º, incisos I a III, do CDC). 
 
 
 
Todo consumidor que se deparar com produtos ou serviços com vícios tem o direito de 
reclamar, segundo o artigo 26 do CDC. Mas, antes de adentrarmos nessa questão, é bem 
importante que saibamos o que são vícios aparentes ou de fácil constatação e vícios ocultos. 
O que é vício aparente? 
Vício aparente ou de fácil constatação é aquele que aparece no uso e consumo do produto ou 
serviço, isto é, aquele que é facilmente perceptível ao consumidor. Já vício oculto é aquele que 
só aparece depois de algum uso do produto e que, por estar inacessível ao consumidor, não é 
facilmente constatado na utilização diária. 
Os prazos estão descritos no artigo 26, incisos I e II, do CDC e são de 30 dias para 
fornecimento de serviço e de produtos não duráveis e de 90 dias para os duráveis. De qualquer 
forma, sendo os vícios aparentes ou ocultos, os prazos para reclamar são os mesmos, havendo 
distinção apenas quanto ao momento inicial de sua contagem. 
file:///C:/Users/rconde/Desktop/gco1019/Unidade-3/aula-2.htm%23more-info-2
 
 
 
Segundo Miragem (2012, p. 506-507): 
Apenas distingue-se o momento inicial da sua contagem. Sendo o vício aparente, a contagem 
se dá a partir da tradição do produto, ou da efetiva prestação do serviço ao consumidor (artigo 
26, § 1º, do CDC). Já se tratando de vício oculto, ou seja, o vício que apenas se manifesta a 
partir da utilização ou fruição do produto ou serviço, o termo inicial da contagem do prazo será 
do momento em que este vício é descoberto, conforme estabelece o artigo 26, § 3º, do CDC. 
Vimos que a responsabilidade do fornecedor de produto ou serviço é solidária, ou seja, está 
presente em todos os participantes da cadeia produtiva, e sempre que um dano for causado a 
um consumidor, deverá ser reparado. 
Veja alguns exemplos de acidente de consumo com serviços. 
Salão de cabeleireiro 
O cabeleireiro aplicou o produto 
inadequadamente e queimou o cabelo 
da cliente. 
 
Academia 
A aluna levou um choque tão forte na 
esteira da academia que foi parar no 
hospital. 
 
 
 
Aula 3 - Oferta e publicidade 
Para o CDC, toda informação ou publicidade obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se 
utilizar e integrar o contrato que vier a ser celebrado. Pois bem, a publicidade tem um sentido 
bastante amplo. 
 
 
 
 
 
Quanto à forma: Informações corretas, claras, precisas, ostensivas, indeléveis em 
português. 
Quanto ao conteúdo: Características, qualidades, quantidade, composição, preço, 
garantia, prazo de validade, origem do produto. 
Quanto à potencialidade danosa: Riscos à saúde e segurança do consumidor. 
 
O que é publicidade, afinal? 
Publicidade é a propaganda de um produto ou serviço e deve ser sempre fácil de 
entender. O CDC proíbe a publicidade enganosa e a abusiva. 
Resumidamente, propaganda enganosa é a que contém informações falsas e também 
a que esconde ou deixa faltar informação importante sobre um produto ou serviço e, 
ainda, queinduz o consumidor ao erro. Essas informações podem ser sobre: 
características, quantidade, origem, preço e propriedades. 
Você sabe o que é propaganda enganosa? 
Um exemplo de propaganda enganosa é a de uma loja de calçados em Minas Gerais 
que, em 2013, divulgava em propagandas que seus produtos poderiam ser parcelados 
em até seis vezes no cartão de crédito. Porém, em letras miúdas, informava que o 
valor mínimo das parcelas deveria ser de R$ 20,00. A 16ª Câmara Cível do TJ/MG 
proferiu decisão após a análise de uma ação coletiva de consumo proposta pelo 
Ministério Público de Minas Gerais, segundo o qual a propaganda induziria o 
consumidor a erro, determinando que as limitações ou restrições relacionadas à forma 
de pagamento dos produtos ofertados fossem destacadas de forma ostensiva e clara 
ao consumidor, sob pena de multa de R$ 5 mil para cada campanha veiculada. 
O relator do processo no tribunal, observou na decisão que, nas propagandas 
posteriores à ação judicial, apresentadas pela empresa, a companhia passou a não 
mais exigir a parcela mínima para o pagamento com cartão de crédito, mas continuava 
a praticar a propaganda enganosa, tendo em vista que anunciada em letras reduzidas 
que as compras realizadas por meio de crediário estariam restritas a parcelas mínimas 
de R$ 12,00. 
 
Saiba Mais 
Leia mais sobre o caso acima em: 
 PROPAGANDA enganosa: tribunal proíbe veiculação de propagandas que 
induzem ao erro. Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, São Paulo, 21 
out. 2013. Disponível em: www.idec.org.br. 
 
http://www.idec.org.br/em-acao/noticia-do-consumidor/propaganda-enganosa-tribunal-proibe-veiculaco-de-propagandas-que-induzem-ao-erro
 
 
 
 
Assista ao vídeo Consumo responsável, compre essa ideia – Lanche frustrado, que 
trata, de uma forma bem didática e com linguagem simples, de uma espécie de 
propaganda enganosa. 
Já publicidade abusiva é aquela que: 
 
 Gera discriminação. 
 Provoca violência. 
 Explora medo ou superstição. 
 Aproveita-se da falta de experiência da criança. 
 Desrespeita valores ambientais ou induz a um comportamento prejudicial à 
saúde e à segurança. 
Para Nunes (2009, p. 514), “o caráter da abusividade não tem necessariamente relação 
direta com o produto ou serviço oferecido, mas sim com os efeitos da propaganda que 
possam causar algum mal ou constrangimento ao consumidor”. 
 
Saiba Mais 
Para saber sobre o funcionamento da publicidade abusiva, veja o caso de condenação 
da empresa Pandurata por lançar uma campanha publicitária que condicionava a 
aquisição de relógios do Shrek à compra de cinco produtos da linha “Gulosos” mais o 
pagamento de R$ 5,00. 
 
A seguir, vamos estudar um tipo de prática abusiva elencada no CDC. 
 
Venda casada 
Podemos concluir que o que se busca evitar com tudo isso são as práticas abusivas. 
Antes de falarmos sobre as práticas abusivas propriamente ditas existentes no CDC, 
precisamos entender que a abusividade está diretamente ligada a um abuso do direito, 
e este é o resultado do excesso de exercício de um direito, capaz de causar dano a 
outrem. 
As práticas abusivas estão elencadas no artigo 39 do CDC e são ações e/ou condutas 
que, uma vez existentes, caracterizam-se como ilícitas, independentemente de terem 
lesado algum consumidor ou não. Essas práticas são ilícitas em si, apenas por 
existirem. 
http://www.procon.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=551
http://www.stj.jus.br/SCON/decisoes/doc.jsp?livre=ingenuidade+e+crian%E7as&b=DTXT&p=true&t=JURIDICO&l=10&i=9)
http://www.stj.jus.br/SCON/decisoes/doc.jsp?livre=ingenuidade+e+crian%E7as&b=DTXT&p=true&t=JURIDICO&l=10&i=9)
 
 
 
Apesar de ser extensa a lista das práticas abusivas a que o CDC faz menção, 
inicialmente falaremos da “venda casada”. 
 
O que é venda casada? 
A venda casada se caracteriza pelo fato de o fornecedor pretender obrigar o 
consumidor a adquirir um produto ou serviço apenas pelo fato de ele estar interessado 
em adquirir outro produto ou serviço. 
Veja a seguir alguns exemplos. 
A empresa “X” foi procurada por Francisco para que realizasse sua festa de noivado. A 
empresa apresentou-lhe dois contratos, um relativo à prestação de serviço e outro 
relativo à locação do salão. Tendo em conta que os dois contratos foram apresentados 
separadamente, Francisco disse que queria contratar apenas os serviços, pois tinha um 
salão, que iria utilizar. A empresa “X” disse que isso não era possível, pois a 
contratação dos serviços incluía obrigatoriamente o aluguel do salão e, de outra 
maneira, não realizaria a festa. Francisco argumentou que o aluguel do outro salão era 
1/3 do cobrado pela empresa “X”, mas a empresa não cedeu, informando que só faria 
o evento caso o Francisco contratasse a locação do salão, bem como a prestação do 
serviço. Veja o que diz o artigo 39 do CDC sobre isso. 
Maria precisava ir ao shopping que ficava próximo de sua casa, porém havia acordado 
com uma forte dor no joelho direito, razão pela qual resolveu não forçá-lo, decidindo ir 
de táxi. Dirigiu-se, então, ao ponto de táxi que ficava a uma quadra da sua casa e, 
quando adentrou no veículo e informou o seu destino, o taxista se recusou a fazer a 
corrida, sob o argumento de que o atendimento seria economicamente inviável para 
ele, pela pequena distância que teria que percorrer. A recusa do taxista em atender a 
Maria configura prática abusiva acima descrita. 
Por tudo o que já foi estudado, verifica-se que o CDC preocupa-se em regular as 
relações de consumo, incluindo todas as fases que antecedem a compra propriamente 
dita de um determinado produto ou serviço, pois cuida também de como será feita a 
oferta desse produto ou serviço, bem como sua publicidade e aquisição. 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/rconde/Desktop/gco1019/Unidade-3/aula-3.htm%23more-info-3
 
 
 
 
 
Encerramento 
O que definirá a existência de uma relação de consumo? 
A existência da relação de consumo dependerá necessariamente da participação de 
fornecedores e destinatários finais, em que cada qual ocupará seu lado na relação 
jurídica com a finalidade de adquirir mercadorias ou utilizar serviços. A defesa ao 
consumidor prescreverá obrigações e garantirá direitos aos sujeitos da relação jurídica 
de consumo, quais sejam: consumidores e fornecedores, conceitos esses de 
conhecimento obrigatório. 
Qual a diferença entre fato e vício de produtos e serviços? 
Vício é quando o problema fica limitado ao produto ou serviço, ou seja, não ocasiona 
prejuízos colaterais. 
Fato é quando o problema transpõe os limites do produto ou serviço, ocasionando 
prejuízos colaterais, como danos materiais, morais ou estéticos. 
Qual a importância do estudo da publicidade nas relações de consumo? 
A publicidade exerce um papel de protagonismo nas relações de mercado, sendo um 
meio fundamental na disponibilização de informações sobre produtos e serviços aos 
consumidores. Raras são as empresas que não fazem uso sistemático desse meio para 
garantir o crescimento de suas vendas. Porém, no direito do consumidor, a publicidade 
possui regras bem definidas, que, caso desconhecidas ou inaplicadas, podem gerar 
diversos tipos de responsabilização às organizações. 
 
Resumo da Unidade 
O CDC é a legislação responsável por trazer toda a regulamentação das relações de 
consumo. É nesse instrumento que encontraremos os conceitos de produto, serviço, 
consumidor, fornecedor e diversos outros tão essenciais para que o consumidor seja 
protegido de possíveis práticas abusivas. 
Além disso, será no CDC que encontraremos a previsão da responsabilidade civil por 
defeitos de fato, de produtos ou serviços, e como essa responsabilidade se dará no 
campo de sua resolução. 
Além disso, o direito do consumidor trará, ainda, em seu arcabouço de previsões, 
como a publicidade e a oferta devem respeitar o consumidor, para que este não seja 
abusivamente induzido a negóciosdesvantajosos por falta de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o 
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas 
ao curso serão disponibilizadas pela coordenação. 
Grande abraço e sucesso! 
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serão disponibilizadas pela coordenação. 
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