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RESUMO DIREITO DO TRABALHO-1

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UNIDADE I – TEORIA GERAL DA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
É o ramo da ciência jurídica com regras e princípios e teorias próprias, que tem por finalidade disciplinar e uniformizar a 
pacificação dos conflitos de interesse de natureza trabalhista, através de uma justiça especializada, qual seja: Justiça do 
Trabalho. 
1- AUTONOMIA 
A) Tem que ter autonomia cientifica: ramo que tem teorias, princípios e institutos próprios. (Sim, como o próprio dissidio 
coletivo, o poder normativo do direito do trabalho, entre outros). 
 
B) Tem que ter autonomia doutrinaria: é ter livros especializados/específicos naquela disciplina, ou seja, em direito 
processual do trabalho (Sim). 
 
C) Tem que ter autonomia legislativa: legislação própria, especifica do processo do trabalho. (Sim). 
 
D) Tem que ter autonomia didática: disciplina especifica nas faculdades. (Sim). 
 
E) Autonomia jurisdicional: Existência de uma justiça especializada. (Sim, Justiça Especializada).Essacategoria não é um 
ponto determinante para identificar se o ramo é autônomo ou não. É um ponto agregador. Exemplo: mesmo direito penal 
sendo parte da justiça comum, ele é autônomo. 
 
Toda vez que se quiser saber se um ramo jurídico é autônomo, devemos observar essas questões, ao menos as quatro 
primeiras. Logo, o direito processual do trabalho é um ramo autônomo. Aqui, majoritariamente o processo do trabalho é 
um ramo autônomo, não é vinculado ao processo civil. Nesse contesto, nós temos três teorias para explicar esse assunto. 
A corrente majoritária é a que defende a autonomia entre processo do trabalho e processo civil. 
- Teoria Monista minoritária. Que não é um processo autônomo, mas uma mera decorrência logica do processo civil, 
pois seus institutos têm origem no processo civil (o que não é verdade, não nasceu no processo civil, mas vieram da 
teoria geral do processo, que é algo geral). 
- Teoria Dualista majoritária. Diz que o processo do trabalho e o processo civil são ramos autônomos, distintos e que 
tem existência própria. O fato de se utilizar o processo civil de forma subsidiaria, quando o processo do trabalho for 
omisso, não impede que este seja autônomo, pois não existe um ramo jurídico que seja inteiramente completo. Defende 
então que o DT é autônomo por que todos os critérios apresentados foram satisfatoriamente preenchidos. Assim, 
processo do trabalho é uma coisa e processo do civil é outra. 
- Autonomia relativaDiz que é autônomo, mas não é 100 % autônomo, devido o art. 769 da CLT: “sempre que o 
processo do trabalho for omisso, utiliza-se o processo civil, desde que não haja incompatibilidade com seus princípios”. 
Por isso é parte autônomo e parte não (porém não é um argumento forte, já que todas as normas possuem lacunas. 
Todo ramo jurídico pode utilizar outro de forma subsidiaria, e isso não tira sua autonomia). 
3 – FONTES: 
3.2 Conceito 
As fontes são de onde se origina e se exterioriza o processo do trabalho. 
3.2 Classificação: material e formal. A formal, por sua vez, é divindade em direta, indireta e de explicitação. 
a) Fontes materiais:é aquela fonte que se localiza antes da norma ser criada, é o motivo responsável pela criação da 
norma. Ex.1: A norma criada para que o trabalhador que faltar a audiência e não justificar terá que pagar as custas, ainda 
que beneficiário da justiça gratuita, nasceu de questões práticas do processo. Motivo econômico e processual. Esse 
motivo, é uma fonte material do direito. Ex. 2: Mulheres que ficam gravidas, o legislador propôs a licença maternidade 
de 6 (seis) meses obrigatórios no setor público. No setor privado é de 120 (sento e vinte) dias, podendo se estender a 
seis meses também caso a empresa faça parte de um programa cidadã. Isso devido porque se constatou que o bebê 
terá mais saúde, e a mãe faltará menos. Ex. 3: O advogado tem direito a honorários, inclusive de advogar em causa 
própria. 
Os motivos podem ser econômicos, políticos, sociais. Logo, o direito nasce por um desses motivos. 
A jurisprudência também pode ser considerada como uma fonte do direito material. Pode ser um motivo para a criação 
de uma norma. 
 
b) Fontes Formais: A norma já existe, ela serve para exterioriza a norma jurídica. Elas podem ser diretas (a própria norma), 
indiretas (instrumento que por meios indiretos/secundários, mostra o teor da norma) e de explicitação (ou fontes 
integrativas, são as fontes que suprem lacunas). 
 
b.1) Direta: É a própria norma, lei e a súmula VINCULANTE, costume judicializado (que tem força de lei). Caso a súmula 
vinculante seja desrespeitada, cabe reclamação para o supremo. 
 
b. 2) Indireta:Não são as normas propriamente ditas, mas são vias de compreensão da norma. Instrumentos auxiliares 
que ajudam no entendimento da norma. Ex: 
 As súmulas não vinculantes (entendimento do TST de forma unanime sobre determinada matéria, do STJ) 
 As OJs (Orientação Jurisprudencial) 
 A jurisprudência quando transformadas em súmulas e OJS 
 Doutrina 
 
b.3) Explicitação: ou fontes integrativas (para suprir a lacuna da norma trabalhista). Ex.: analogia, princípios gerais de 
direito e equidade. 
 
Analogia: quando não tem uma lei, eu busco uma lei compatível em outra espera (é a chamada analogia leges); Quando 
não tem uma lei, mas tem um sistema jurídico sistemático, eu busco a analogia juris. 
 
Equidade: Quando juiz julga com justiça; 
 
Princípios gerais do direito: diretrizes gerais que facilitam a aplicação da norma. 
 
Interpretação:modo pelo qual se descobre o sentido e o alcance da norma. 
Esse é o primeiro passo. Quando não é suficiente a interpretação, passamos para a integração. 
a) Quanto a origem: saber quem está interpretando. Pode ser: 1) autentica (próprio legislador), 2) doutrinaria (pela doutrina, 
pelos livros), 3) jurisprudencial (pela jurisprudência, pelos juízes). 
 
b) Quanto ao método que utilizo: pode ser: 1) Gramatical, literal ou filológico (analisa a escrita da norma;2)Teleológica: 
buscar o fim da norma e adequar a realidade social; 3) Histórica: como surgiu a norma, a origem; 4) Sistemático: não 
leva a norma isoladamente, mas o sistema ao qual a norma estáenvolta. 
c) Quando ao resultado esperado: 1) Declaratória: quando a norma diz exatamente o que está escrito, nem mais nem 
menos; 2) Restrita: quando a norma diz mais do que queria dizer, então tenho que promover uma interpretação restritiva; 
3) Extensiva: quando a norma diz menos do que queria dizer, então faço uma interpretação extensiva. 
Mas o que nos interessa é que devemos fazer a interpretação a luz da Constituição! Ver: art. 11CPC. 
4.1 Integração: 
 
Integração é quando eu tenho a norma, mas por esta ser pouco clara ou incompleta, ela precisa ser integrada. Esse 
integrar vai suprir a lacuna total ou parcial da norma. 
Quando a legislação trabalhista for omissa, eu recorro ao processo comum como fonte subsidiaria, desde que haja 
afinidade com os princípios do processo do trabalho. A primeira fonte recorrida é a do código de processo civil. Não é 
que seja só ele, mas é a mais recorrente. 
CLT - Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, 
exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 
 
O artigo fala em procedimento comum. Pode ser CPP, CPC, qualquer norma processual. Mas, a mais utilizada no 
processo de conhecimento trabalhista é o CPC, e na execução trabalhista, a mais utilizada é a LEF. 
Como regra, quando houver uma lacuna normativa, uma ausência de norma ou a norma for incompleta, recorresse pela 
CLT ao CPC e a LEF. 
Sendo assim, para o TST, aqui eu só aplico o processo civil quando houver LACUNA NORMATIVA (não tiver a norma, 
omissão da norma), aí recorro de forma subsidiaria ao CPC no processo de conhecimento, e a LEF na execução. 
Para o TST, pela regra da especialidade, aplicamos a regra do art. 769 da CLT e não o art. 15 do CPC. 
A professora falou que não concorda com o TST que a aplicação é apenassubsidiaria (quando a norma for omissa), pois 
muitos juízes na prática, quando a CLT não prevê de forma completa, é complementado pelo CPC. 
 
As lacunas que permitem a integração, não se limitam as lacunas normativas. Mas somente estas são aceitas pelo TST 
(art. 1° da IN 39/16). A ontológica e axiológica é defendida pela doutrina. 
a) lacuna normativalacuna clássica. A básica que é a que a gente sempre recorre quando ela existe. Quando há omissão 
da CLT (utilizada de forma majoritária). 
->Essas duas outras lacunas, são lacunas que muitas vezes a CLT não é omissa ela prevê, mas no caso, por exemplo, 
da lacuna ontológica ela prevê, porém a norma que ela prevê é menos efetiva que a norma do CPC. E no caso da lacuna 
a axiológica, a norma que ela prevê é menos justa que a norma do CPC. 
b) lacuna ontológicaquando a norma é pouco efetiva. Existe uma norma mais efetiva. A norma existe, mas é ineficaz, 
não está adequada a realidade social. Ex.: Existe uma norma processual civil mais efetiva. Pro TST só aplico a norma 
comum quando houver omissão. 
c) lacuna axiológica quando a norma existe, porém não é justa. Existe uma mais justa que ela. Ex: Tenho a CLT que 
prevê sobre a execução de verbas trabalhistas, no prazo de 48 horas, aí viabiliza a penhora. Mas o CPC diz que se não 
pagar no prazo de 15 dias tem uma multa de 10%. Para o TST aplico a norma trabalhista, independentemente de ser 
mais justa ou não. 
4.3 Aplicação: 
É quando eu vou interpretar a norma e adéqua-la ao caso concreto a qual ela foi solicitada. 
5- EFICÁCIA DA LEI: 
Se fala em validade da lei, em obrigatoriedade da lei. Costuma se dividir em eficácia no tempo e eficácia no espaço. 
5.1 No tempo: 
A partir do momento que ela se torna obrigatória, que ela é válida. 
Pela lide (Lei de introdução as normas do direito brasileiro), nós temos o art. 6: 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Por essa ideia, nós sabemos que a lei passa a ser obrigatória quando ela entra em vigor. Nem sempre coincide com a 
publicação da lei, porque a lei pode ter vacatio legis, como por exemplo, no caso do CPC que teve vacatio legis de um 
ano para que pudessem conhecer as normas, se atualizassem. 
 
1Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos 
na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código 
 
A lei da Reforma Trabalhista nº 13.469 de 2017 teve uma vacatio menor, porque não foi um código, teve apenas algumas 
alterações na CLT, em relação a pontos que já existiam. 
Ex: Se tiver no contexto de um processo e a sentença foi publicada hoje e hoje mesmo teve uma lei em que entrou em 
vigor e disse que os prazos de recursos ordinários (no processo do trabalho o recurso que ataca a sentença é o recurso 
ordinário que tem o prazo de 8 dias, diferente do processo civil que é a apelação) mudaram de 8 para 15 dias. O prazo 
aplicado para interpor o RO vai ser o de 15 dias, porque coincidentemente a sentença foi publicada no mesmo dia em 
que a lei entrou em vigor. Aqui a lei não retroage, nem pra beneficiário réu, que nem no Direito Penal. 
E se a sentença fosse publicada amanhã e a lei nova entrasse em vigor hoje, também se utilizaria do prazo de 15 dias. 
Diferente seria, se a sentença fosse publicada hoje e amanhã saísse uma lei que altera o prazo. 
 No processo do Trabalho, a gente aplica a Teoria do isolamento dos atos processuais, que quer dizer que a 
cada ato processual que eu vou praticar, devo observar a lei que está em vigor, no momento de sua prática. 
 
 Existem 2 correntes básicas que explicam a eficácia da lei no tempo. Uma que entende que a lei deve ser aplicada 
de acordo com o processo. Se o processo se iniciou de acordo com a égide de uma lei, ele tem que iniciar e findar sobre 
a égide dessa lei (esse entendimento é minoritário). O entendimento majoritário é o da teoria do isolamento os atos 
processuais. E aplica-se essa teoria com base no art. 6º da LIDE. 
Por exemplo: as regras da reforma trabalhista, no âmbito processual, elas só podem ser aplicadas aos atos processuais 
que serão praticados da data do vigor dela em diante. Os atos processuais que já foram praticados, resguardam-se. 
Art. 912 da CLT: Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, mas não 
consumadas, antes da vigência desta Consolidação 
Ou seja, quando a CLT entrou em vigor, ela deixou claro que se a relação não terminou, dali em diante se aplica a lei 
que entrou em vigor. 
Art. 915 - Não serão prejudicados os recursos interpostos com apoio em dispositivos alterados ou cujo prazo 
para interposição esteja em curso à data da vigência desta Consolidação. 
A mesma ideia para resguardar o entendimento que é esse: 
Art. 14 do CPC- A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada. 
Sempre observar a lei que está em vigor. 
Art. 1.046 do CPC- Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, 
ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
Ou seja, não é porque o processo se inicia na lei que ele vai terminar sobre a égide dela. 
Esse é o padrão geral que se aplica ao processo trabalhista, só que teve uma pequena incongruência da aplicação a 
partir do surgimento da emenda 45 de 2004, que é uma exceção. 
 Essa emenda foi muito importante no processo trabalhista, pois ela ampliou a competência da Justiça do 
Trabalho (antes era competência em relação a pessoa, julgar relações de emprego, empregado x empregador e passou 
a ser competente para julgar toda e qualquer lesão oriunda de relação de trabalho). Nós deixamos de ter uma 
competência que é predominantemente em razão da pessoa, para ter uma competência que é predominantemente em 
razão da matéria. O que importa é a causa de pedir e o pedido da ação e não quem é que esta ajuizando. 
Se a causa de pedir e o pedido tiverem relacionados a uma lesão oriunda de uma relação de trabalho, nós 
passamos a ser competentes (JT). 
 Princípio da “Perpetuatio jurisdicionis”: a competência é fixada no momento em que a ação é proposta, pouco 
importando as modificações de fato e de direito que ocorreram posteriormente, ressalvando-se a alteração da 
competência absoluta. No caso, a competência material é uma competência absoluta. Então esse princípio que está no 
art. 43 do CPC, ele diz que os processos teriam que ir para Justiça do Trabalho se ainda não houvesse findado o 
processo. 
 Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo 
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão 
judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
 Mas o STF e o STJ resolveram modular e entenderam que por questões políticas, seria mais adequado 
interpretar da seguinte forma: os processos que já tinham sentença de primeiro grau, sentença de mérito, eles 
tinham que permanecer onde estavam (NÃO é sentença transitada em julgado). 
Súmula 367 do STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados. 
Súmula Vinculante 22 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por 
danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive 
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda 
Constitucional nº 45/04. 
 
5.2 No espaço: 
 É apenas em território brasileiro, caso ajuíze ação no Brasil. Então, observa-se a lei local. Obs.: Se eu ajuizar lei no 
Paraguai, será aplicada a lei processual de lá. NÃOCONFUDAM LEI PROCESSUAL COM LEI MATERIAL. 
No Direito material se aplica a regra de que a lei do local que presta o serviço que vai reger o meu contrato. Lembrando 
que tem uma Lei nº 7064/82 que fala que se você for contratado no Brasil para prestar serviço no exterior/ for 
transferido para o exterior e resolver ajuizar a ação no Brasil depois, você pode aplicar tanto a lei brasileira, 
como a lei do país que prestou o serviço. O que for mais favorável. 
 Mas no processo, para aplicar a lei processual trabalhista brasileira tem que ajuizar a ação no Brasil. 
6- PRINCÍPIOS: 
6.1 Conceito: 
6.2 Funções dos princípios:

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