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- Informativa: é a função que o princípio tem de auxiliar na criação da norma. Essa função é destinada ao legislador, para auxiliar eles na criação da norma. - Normativa: Tem duas nuances, sendo elas a supletiva/subsidiária e a concorrente. Sendo a primeira aquela que se deve aos casos em que os princípios são aplicados quando há falta de uma norma específica. Para suprir lacunas (art. 4º da Lei de introdução do Código Civil e art. 8º da CLT). Já a segunda: Dentro do contexto da discussão do pós- positivismo o princípio não se limita a uma simples função assessoria, eles ao lado das regras são espécies de normas. E essa ideia, apesar de não ser majoritária, ela é bastante aplicada. A própria constituição valorizou essa ideia no seu art. 5º § 2º que deve ser aplicada, porque o princípio mais a regra formam espécies de normas. - Interpretativa: destinada ao julgador, ao juiz. É quando os princípios auxiliam na interpretação e aplicação da norma. 6.3 Princípios em espécies: 6.3.1) Princípios Constitucionais do Processo:princípios que estão na constituição e são aplicados no processo do trabalho. São eles: Devido Processo Legal (art. 5, LIV, CF): ninguém poderá ter restrições de bens jurídicos seus sem a devida observância das regras legais do processo, quando você for acionado na justiça. Aqui está sendo resguardado: a vida, a liberdade e a propriedade; Ninguém será acionado na justiça do trabalho sem respeitar as regras processuais legais. Juiz Natural: art. 5, XXXVII, LIII, CF. Garante que aquele que vai julgar sua causa é investido de jurisdição, competente para julgar a causa e imparcial. Promotor Natural:pela interpretação sistemática (Art. 127, CF e Art. 129, I, CF), é um princípio. Ninguém será processado sem a autoridade competente. Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei Isonomia/Igualdade:todos devem ser tratados de forma igual. Garantindo as mesmas condições no processo. Paridade de armas. Está previsto no art. 5º, caput da CF. Essa igualdade não é só da igualdade matéria do cidadão é uma igualdade formal. As garantias não são só com relação aos direitos do cidadão, mas com relação a igualdade no processo. Exceção: Se envolver direito de idoso, de portador de deficiência ou processos que envolvam pagamento de salário e juízo de falência (art. 652, parágrafo único da CLT), terão preferência com relação as demais ações. Além disso, há tratamento diferenciado pra Fazenda Pública, para o ministério público (Art. 139, I, CPC). Art. 652, Parágrafo único - Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos. Acesso à Justiça:(amplo e restrito) art. 5, XXXV. Nenhuma lesão ou ameaça de lesão será afastada da apreciação da Justiça. Qualquer cidadão, seja brasileiro ou estrangeiro, e esteja no Brasil, tiver uma lesão ele pode acionar a justiça do trabalho. Não pode haver nenhuma norma que venha a restringir esse direito. A própria Constituição trouxe uma exceção, que é a questão desportiva lá no art. 217 (§1º). Primeiro é necessário esgotar a instância administrativa, para depois se utilizar do poder judiciário. Ex: discussão em jogo, doping. Art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. Outro dispositivo que tem na constituição que é tido como uma restrição e fere o acesso a justiça, fala que as partes de comum acordo podem buscar a justiça do trabalho (art. 114 §2º da CF). Art. 114- Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. As duas restrições quem fez foi a própria constituição. (Comissão de Conciliação Prévia): Por muito tempo se entendeu que essas comissões violavam o artigo, porque pela redação prevista na CLT, mais precisamente no art. 625-D,fala que qualquer demanda deve ser submetida a essa comissão. Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. Comissão é como se fosse um meio alternativo de solução de conflitos, ao invés de recorrer ao judiciário, eu posso recorrer a essa comissão. O requisito é que essa a instauração tem que ser por empresa ou sindicato. Eu posso livremente submeter a minha questão a ela, se eu não quiser, eu posso não submeter. Contraditório e Ampla Defesa: art. 5º, LIV, CF.O contraditório é aquilo que eu vou fazer. Rebater, desdizer, refutar. É o direito da parte de se defender. A ampla defesa são os meios que eu vou utilizar para provar que aquilo que eu estou falando é verdade, sendo estes legalmente e moralmente legítimos. A ampla defesa é um dos mecânicos de efetivação do contraditório. Duplo Grau de Jurisdição: art. 5º, LIV, CF. Não é princípio, é mera regra de julgamento, pois nem sempre é observado no processo trabalhista. Rito Sumário (até 2 salários mínimos), não cabe recurso, apenas se violar CF (neste caso teria um recurso direto da Vara para a STF).Ver: Art. 2º, §4, Lei 5.584/70. Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido. § 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. Motivação das decisões judiciais: tem decisões que o juiz pode não fundamentar, como despachos, extinção sem resolução de mérito. Mas em regra as decisões que profere, tem que ser fundamentadas. Tem que decidir de forma fundamentada. O juiz tem que apreciar os fatos e as provas para poder dizer por que vai julgar o pedido procedente ou improcedente. Uma sentença sem motivação é uma sentença nula (Art. 93, IX, CF, Art. 489, I, §1 a §4, CPC, Art. 371, CPC, Art. 11 CPC). Princípio da publicidade: como regra os atos processuais são públicos. Em geral ele é aplicado, mas é muito comum ter restrição à ele no direito de família. (Art. 93, inciso IX e art. 5, LX da CF e art. 189 do CPC). Ele tem uma restrição no qual o processo trabalhista vai correr em segredo de justiça (art.93, IX). Como por exemplo, em caso de assédio sexual. Princípio da vedação da prova ilícita: é um direito (art. 5º, LVI). Como regra não se admite gravação ou filmagem de trabalhador feita do empregador. Mas aqui é sempre necessário analisar o caso concreto e aplicando o princípio da proporcionalidade, se decide o que deve prevalecer. Não se descarta a prova de primeira. Até porque, geralmente, o trabalhador tem mais dificuldade de provar que o empregador está errado. Princípio da razoável duração do processo: (art.5º, inciso 78 LXXVIII). Ele diz que o processo tem que durar um tempo razoável e um processo dessa espécie tem 3 características: é adequado, efetivo e célere. Nesse mesmo inciso a gente tem o princípio da celeridade. 6.2.2 Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e Direito Processual Trabalhista a) Princípio da Ação (ou inércia ou demanda): Como regra o poder judiciário só pode atuar se for provocado. No Direito Processual do Trabalho, esse princípio não é absoluto. Existem alguns casos em que o juiz pode ajuizar ação de ofício: 1) Reclamação Trabalhista por falta de anotação na CTPS – arts. 36 a 39, CLT; 2) Ação de Execução - Art. 878, CLT. No art. 878 do CLT o juiz pode (é faculdade), por isso trata-se de uma exceção. (art. 2º do CPC). Art. 36 - Recusando-se a empresa fazer às anotações a que se refere o art. 29 ou a devolver a Carteira de Trabalho e Previdência Social recebida, poderá o empregado comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para apresentar reclamação. Art. 37 - No caso do art. 36, lavrado o termo de reclamação, determinar-se-á a realizarão de diligência para instrução do feito, observado, se for o caso o disposto no § 2º do art. 29, notificando-se posteriormente o reclamado por carta registrada, caso persista a recusa, para que, em dia e hora prèviamente designados, venha prestar esclarecimentos ou efetuar as devidas anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou sua entrega. Parágrafo único. Não comparecendo o reclamado, lavrar-se-á termo de ausência, sendo considerado revel e confesso sobre os termos da reclamação feita, devendo as anotações serem efetuadas por despacho da autoridade que tenha processado a reclamação. Art. 38 - Comparecendo o empregador e recusando-se a fazer as anotações reclamadas, será lavrado um termo de comparecimento, que deverá conter, entre outras indicações, o lugar, o dia e hora de sua lavratura, o nome e a residência do empregador, assegurando-se-lhe o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar do termo, para apresentar defesa. Parágrafo único - Findo o prazo para a defesa, subirá o processo à autoridade administrativa de primeira instância, para se ordenarem diligências, que completem a instrução do feito, ou para julgamento, se o caso estiver suficientemente esclarecido. Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado. Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado. Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 6. PRINCÍPIOS 6.3.2 Princípios do Direito Processual Civil aplicáveis ao Direito Processual do Trabalho a. Princípio da Ação/ Demanda/ Inércia A parte que tiver uma lesão ou ameaça de lesão, como regra, ela deve procurar o poder judiciário Não cabe ao judiciário instaurar de oficio nas instâncias em caso de lesão ou ameaça de lesão. OBS: essa é a REGRA! Exceções: a. Reclamação por falta de anotação da carteira. Se inicia na esfera administrativa, mas caso verifique que seja necessário para maiores apurações, eles podem enviar para justiça do trabalho e ela instaurar de oficio uma reclamação por falta de anotação na carteira b. Execução trabalhista. É um processo, se inicia através da citação da parte. Ele também pode (não é obrigação, é faculdade) iniciar de oficio pelo juiz. Esse exemplo continuar a existir, mas a reforma trabalhistareduziu, antes, em qualquer hipótese o juiz poderia iniciar de oficio a execução, hoje ele só pode se a parte não estiver acompanhada de advogado, no uso do iuspostulandi. b. Princípio do Impulso Oficial - Inquisitivo Complementa o princípio anterior A obrigação é da sociedade (jurisdicionado) buscar o poder judiciário. Em regra, o poder judiciário não pode de oficio ajuizar uma ação. Mas no momento em que buscamos, ajuizamos a ação, cabe ao Poder Judiciário fazer o processo andar. O ideal desenvolvimento do processo cabe aos juízes e os serventuários da justiça Art. 2º, CPC/2015 O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Não há na CLT um artigo que discipline esse princípio. Portanto, usa-se o CPC de forma subsidiária. A obrigação da parte é ajuizar ação, após o ajuizamento, cabe ao judiciário (juiz e demais serventuários) fazer o processo andar. Esse princípio visa efetivar o princípio constitucional da razoável duração do processo. O processo, através do impulso oficial, deve andar para trazer uma resposta em um tempo hábil, através de uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e eficiente. Os princípios infraconstitucionais efetivam os princípios constitucionais. c. Princípio da Estabilidade da Lide Relacionado à segurança jurídica Garante às partes não ter surpresas no curso do processo. Não podem as partes serem surpreendidas por questões que já deveriam ter sido debatidas no curso do processo. A lide deve se tornar estável, estagnada, sem modificações que possam trazer prejuízo para uma das partes. Tal princípio era previsto no CPC/73, e manteve-se no CPC/2015 As partes poderão acrescer e desistir dos pedidos até a citação válida, sem necessitar da autorização/oitiva da outra parte. Após a citação válida, só é possível fazer acréscimo ou desistência com a autorização da outra parte Do saneamento em diante, não é possível fazer mudança de forma alguma Tal princípio pode ser analisado sob o ponto de vista SUBJETIVO, com relação à alteração de sujeitos no curso do processo (caso de morte, transferência do direito), como também é analisado em relação ao OBJETO DA CAUSA. Art. 108 e 329, CPC/15 Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei. Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. Em suma, o princípio da estabilidade da lide é a possibilidade de desistir ou acrescer pedidos observando o limite permitido em lei. -Citação válida – não precisa de autorização -Citação válida em diante – autorização da outra parte -Saneamento – não pode Princípio atrelado à garantia de segurança jurídica dentro do processo. PERGUNTA: esse princípio se aplica ao processo do trabalho? Pode sim ser aplicado ao processo do trabalho, entretanto, deve ser aplicado ao procedimento da justiça do trabalho. No processo do trabalho não há citação válida, não existe essa fase em que o juiz dá o despacho para o réu contestar em tal prazo. Aqui, quando se dá entrada na ação (predominantemente por meio eletrônico), e é recebido pela vara, automaticamente se emite a notificação para o reclamado para que ele compareça em audiência em data aprazada e apresente a sua defesa que deverá dá entrada nesta 1 hora antes da audiência Não temos citação válida, ela é automática e presume-se que o reclamado a recebeu em 48h. Como vou saber que a parte pode acrescentar ou desistir de pedidos sem autorização da outra? Necessária adaptação ao nosso procedimento. OBS: não temossaneamento, a audiência é UMA. O juiz não dá despacho para dizer quais provas serão produzidas. Em uma única audiência, como regra, o juiz irá conciliar as partes, instruir o processo e marcar uma data para sentenciar.
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