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analise do discurso-15

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REPORTAÇÃO
Ação de trazer em um enunciado fragmento de um enunciado supostamente de outro. Deriva: 
“reportar” e “reportado.
Por fim, analisemos a definição 9: “enunciado oral ou escrito que supõe, numa situação de 
comunicação, um locutor e um interlocutor”. É a que mais se aproxima de um dos sentidos preferenciais 
de discurso que a AD se utiliza, ainda que incompleto. Ela é criticável nos seguintes aspectos:
Aspecto 1
a) define discurso utilizando a palavra “enunciado”, sem definir a própria palavra 
“enunciado”;
Aspecto 2
b) adota o conceito de “comunicação” de modo acrítico. Veremos que a AD 
manifesta reservas a esse conceito;
Aspecto 3
c) na prática, é redutor falar-se apenas em “um locutor e um interlocutor”. A 
interlocução é sempre múltipla e sempre co-enunciativa. Ou seja, há sempre muitas 
“vozes”, muitos sujeitos “falando” em qualquer enunciado, ao mesmo tempo em que, 
na maioria das vezes, a enunciação sempre envolve mais de um enunciador, que co-
enunciam junto com o enunciador.
C) PELA LINGUÍSTICA: DISCURSO = TEXTO 
Nas últimas décadas, a Linguística tem se dedicado cada vez mais aos 
estudos da interação linguística. Trata-se de um grande avanço, porque, no início 
da disciplina, a proposta era o estudo das formas, funções e regras do sistema 
linguístico. A partir da proposta de Ferdinand de Saussure, os linguistas europeus 
e americanos de grande parte do século 20 tomaram como encargo sobretudo a 
descrição dos sistemas linguísticos analisando sua estrutura fonológica, 
morfológica e sintática, considerando apenas esses níveis passíveis de 
sistematização. Os sistemas linguísticos que possibilitam a comunicação eram 
estudados independente dos usuários e do contexto de uso, seguindo a máxima 
de Saussure que recomendava que a Linguística deveria ter “como único e 
verdadeiro objeto a língua em si mesma e por si mesma”. No entanto, 
aproximadamente a partir da metade do século vinte, influenciada por estudos de 
outras áreas das ciências humanas e da filosofia, essa proposta estruturalista 
vai gradativamente se abrir não apenas para a consideração do uso linguístico, 
mas também para a análise de unidades que não se restringem ao campo da 
sintaxe. Começa um interesse maior semântica, pela pragmática, pela 
conversação, pela enunciação e pelo texto.
SEMÂNTICA
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