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REPORTAÇÃO Ação de trazer em um enunciado fragmento de um enunciado supostamente de outro. Deriva: “reportar” e “reportado. Por fim, analisemos a definição 9: “enunciado oral ou escrito que supõe, numa situação de comunicação, um locutor e um interlocutor”. É a que mais se aproxima de um dos sentidos preferenciais de discurso que a AD se utiliza, ainda que incompleto. Ela é criticável nos seguintes aspectos: Aspecto 1 a) define discurso utilizando a palavra “enunciado”, sem definir a própria palavra “enunciado”; Aspecto 2 b) adota o conceito de “comunicação” de modo acrítico. Veremos que a AD manifesta reservas a esse conceito; Aspecto 3 c) na prática, é redutor falar-se apenas em “um locutor e um interlocutor”. A interlocução é sempre múltipla e sempre co-enunciativa. Ou seja, há sempre muitas “vozes”, muitos sujeitos “falando” em qualquer enunciado, ao mesmo tempo em que, na maioria das vezes, a enunciação sempre envolve mais de um enunciador, que co- enunciam junto com o enunciador. C) PELA LINGUÍSTICA: DISCURSO = TEXTO Nas últimas décadas, a Linguística tem se dedicado cada vez mais aos estudos da interação linguística. Trata-se de um grande avanço, porque, no início da disciplina, a proposta era o estudo das formas, funções e regras do sistema linguístico. A partir da proposta de Ferdinand de Saussure, os linguistas europeus e americanos de grande parte do século 20 tomaram como encargo sobretudo a descrição dos sistemas linguísticos analisando sua estrutura fonológica, morfológica e sintática, considerando apenas esses níveis passíveis de sistematização. Os sistemas linguísticos que possibilitam a comunicação eram estudados independente dos usuários e do contexto de uso, seguindo a máxima de Saussure que recomendava que a Linguística deveria ter “como único e verdadeiro objeto a língua em si mesma e por si mesma”. No entanto, aproximadamente a partir da metade do século vinte, influenciada por estudos de outras áreas das ciências humanas e da filosofia, essa proposta estruturalista vai gradativamente se abrir não apenas para a consideração do uso linguístico, mas também para a análise de unidades que não se restringem ao campo da sintaxe. Começa um interesse maior semântica, pela pragmática, pela conversação, pela enunciação e pelo texto. SEMÂNTICA 12
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