Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
E-book 3 CURRÍCULOS E PROGRAMAS Agda Malheiro Ferraz de Carvalho Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 ABORDANDO IDEIAS SOBRE CURRÍCULO �����4 CURRÍCULO E AVALIAÇÃO ESCOLAR: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ���������������������������������������������������������������������6 TECENDO CORRELAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO CURRICULAR E IMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ������������������������������������������������������12 CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������������������29 2 INTRODUÇÃO Dando continuidade aos estudos sobre currículos e programas, estudaremos neste módulo de que ma- neira o currículo pode se articular com a realidade vivida e presenciada na escola, dentro dos fatos his- tóricos e sociais que a marcam� Em seguida, abordaremos os aspectos curriculares relativos à Escola Nova e às relações entre currícu- los/programas e política públicas� Com isso, pode- remos refletir sobre as problemáticas levantadas ao longo do módulo e aprender bastante� Bons estudos a todos e todas! 3 ABORDANDO IDEIAS SOBRE CURRÍCULO Ao buscar se distanciar das ideias naturalizantes que fundamentam o caráter prescritivo, tecnicista e fragmentado sobre o currículo, pretendemos suscitar uma discussão e mobilizar esforços que venham a contribuir com o reconhecimento desse instrumento educativo que subsidia e orienta as práticas educa- tivas, como uma ação política que ancora crenças e valores da sociedade, ou mesmo como concepções de sujeito, educação e desenvolvimento humano que se materializam no cotidiano escolar� É nesse movimento de debates e reflexões sobre a relação dialética entre o currículo e as dimensões histórica, social, político e cultural que as constituem, que objetivamos tecer rupturas com concepções hegemônicas fundamentadas em pressupostos po- sitivos e neoliberais objetivados nos processos de avaliação dos processos de ensino-aprendizagem, mediante a utilização de instrumentos que desconsi- deram que a apropriação e transmissão dos conhe- cimentos sistematizados historicamente é papel da educação escolar� Feitas essas considerações, reafirmamos o compro- misso ético e político com a educação emancipató- ria, objetivando superar as tendências reducionais e simplificadoras, sustentadas historicamente por teorias tradicionais sobre o campo do currículo que 4 visam a disciplinar, ajustar e conformar os sujeitos à sociedade vigente� Sendo assim, uma boa educação não pode estar pautada nisso! Para tal, propomos uma avaliação pedagógica que considere a complexidade dos fenômenos envolvidos na educação escolar, ao evidenciarmos que os pro- cessos de aprendizagem e desenvolvimento humano são mediados culturalmente por condições objetivas que incidem na constituição subjetiva dos sujeitos� Com isso, consideramos a articulação das ações par- ticipativas e colaborativas dos educadores da cena escolar, dos estudantes, famílias e comunidades, entre outros agentes sociais, pois são fundamentais para a construção e concretização de propostas cur- riculares críticas e transformadoras que privilegiam a edificação da autonomia e humanização dos sujeitos. É, portanto, através das interações com os demais que a aprendizagem ocorre� Figura 1: Fonte: Unsplash 5 https://unsplash.com/photos/GDokEYnOfnE Highlight CURRÍCULO E AVALIAÇÃO ESCOLAR: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES No interior dos marcos que constituem a elaboração e implementação das políticas educacionais brasilei- ras desde 2000, podemos observar que as avaliações padronizadas e em largas escalas têm como foco os indicativos comuns às propostas promovidas em outros países, articulando-se a uma agenda mundial� Entre outros objetivos, as propostas de avaliação estão ligadas à orientação e promoção da qualidade da educação, estabelecendo os parâmetros que vi- sam a otimizar a gestão dos sistemas educacionais� FIQUE ATENTO Avaliar é um processo que aponta o que mudou, mas é igualmente um processo: como era antes e como está agora. Além disso, a avaliação pode apontar qual caminho tomar para conseguir outras transformações� Ao relacionar as formulações sobre a avaliação dos fenômenos educacionais ao âmbito do currículo, constatamos que a maioria dos países, independen- temente do nível de descentralização dos modos de regulamentação dos currículos escolares, tem a tendência de utilizar as avaliações centralizadas com intuito de mensurar o rendimento escolar dos 6 estudantes, fundados nos mesmos princípios cur- riculares a que os escolares deveriam ter acesso (BONAMINO; SOUZA, 2012)� Visando a avançar nessa discussão, explicitamos as avaliações caracterizadas como primeira, segunda e terceira geração, que tangenciam o cenário edu- cacional brasileiro: As avaliações de primeira geração são aque- las cuja finalidade é acompanhar a evolução da qualidade da educação. De um modo geral, essas avaliações divulgam seus resultados na Internet, para consulta pública, ou utilizam-se da mídia ou de outras formas de dissemina- ção, sem que os resultados da avaliação se- jam devolvidos para as escolas. As avaliações de segunda geração, por sua vez, contemplam, além da divulgação pública, a devolução dos resultados para as escolas, sem estabelecer consequências materiais. Nesse caso, as consequências são simbóli- cas e decorrem da divulgação e apropriação das informações sobre os resultados da es- cola pelos pais e pela sociedade. Esse tipo de mecanismo de responsabilização tem como pressuposto que o conhecimento dos resul- tados favorece a mobilização das equipes escolares para a melhoria da educação, bem como a pressão dos pais e da comunidade sobre a escola. 7 As avaliações de terceira geração são aque- las que referenciam políticas de responsabi- lização forte ou high stakes, contemplando sanções ou recompensas em decorrência dos resultados de alunos e escolas. Nesse caso, incluem-se experiências de responsabiliza- ção explicitadas em normas e que envolvem mecanismos de remuneração em função de metas estabelecidas (BONAMINO; SOUZA, 2012, p. 375). Ao ampararmos nessas proposições, podemos con- ceber que os sistemas de avaliações educacionais em larga escalas são vinculados à implementação de políticas de responsabilização, fundadas em implicações materiais e simbólicas, cuja finalida- de é produzir estímulos que induzam os docentes a se dedicarem à prática de ensino destinada aos estudantes� Figura 2: Fonte: Unsplash 8 https://unsplash.com/photos/PeUJyoylfe4 No entanto, os indicativos de estudos tanto nacionais quanto internacionais alertam que a utilização de resultados das avaliações de terceira geração para informar iniciativas de responsabilização dos pro- fessores pode se desdobrar em diversos empecilhos para o currículo escolar� Um desses efeitos refere-se ao ensino com a finalida- de de uma adequação de testes padronizados, que é o que acontece quando os docentes se empenham prioritariamente para atender aos itens que serão avaliados, sem considerar os elementos do currícu- lo articulados à sua complexidade e dinamicidade, em vista de que são demandados a alcançar resul- tados positivos nessas avaliações na medida em que seu sucesso e/ou fracasso como profissional é analisado, entre outros aspectos, via resultados de dispositivos avaliativos enraizados em preceitos meritocráticos. Como consequência dessa dinâmica, Bonamino e Souza (2012, p� 384) destacam que O problema decorre do fato de os currículos escolares possuírem múltiplos objetivos, ao passo que as medidas de resultados utilizadas pelas avaliações em larga escala tipicamente visam a objetivos cognitivos relacionados à leitura e à matemática. Essa não é exatamente uma limitação das avaliações, mas demanda atenção para riscos relativos ao estreitamento do currículo, os quais podem acontecer quan- 9 do há uma interpretação distorcida do signifi- cado pedagógico dos resultados da avaliação. A partir desse pressuposto,Esteban (2012) reitera a necessidade de se realizar uma análise crítica que denuncie as contradições que envolvem os siste- mas de monitoramento da qualidade da educação� Em seguida, explica que as políticas de avaliação se revelam como um dos meios que almejam melhorar a educação brasileira� No entanto, ao serem isoladas de outros determinan- tes constitutivos dos processos de ensino-aprendi- zagem, tendem a se ancorar em uma perspectiva reducionista de seu objetivo e um aspecto simplifi- cador das análises sobre os resultados obtidos. Por outras palavras, [...] ao simplificar processos complexos, retira da reflexão e do debate aspectos indispensá- veis à ação escolar, aos processos de apren- dizagem, aos projetos de ensino e aos posi- cionamentos dos sujeitos em relação a seus resultados globalmente considerados, não apenas sujeitos hierarquicamente posiciona- dos segundo seus desempenhos (ESTEBAN, 2012, p. 576). Com efeito, Dahlberg, Moss e Pense (2003, p� 15) sugerem ser importante aprofundar as reflexões so- bre os processos avaliativos educacionais que se 10 caracterizam “[���] como uma entidade universal e reconhecível, esperando ‘lá fora’ para ser descoberta e avaliada pelos especialistas”� A definição de “entidades universais” propostas por esses autores é que elas produzem parâmetros de qualidades alicerçados em práticas pedagógicas que tendem a reproduzir mecanismos de controle social desenvolvidos e legitimados via disciplinamento, da tutela e conformação de escolares ao do padrão dominante de aprendizagem e conduta� Em contraposição a tais pressupostos, os autores sugerem que a avaliação do aprender deve considerar os seguintes pressupostos: [...] identificada a importância de o processo definir qualidade – quem está envolvido com isso é feito – e questionado como esse pro- cesso operou no passado, declarando que ele foi dominado por um grupo pequeno de especialistas, excluindo uma série de outros interessados nas instituições dedicadas às crianças; [...] entendido que a qualidade é um conceito subjetivo, baseado em valores re- lativos e dinâmicos, com a possibilidade de perspectivas múltiplas ou de entendimento do que seja qualidade; [...] definido que o trabalho com qualidade precisa ser contextualizado, espacial e temporalmente, e deve reconhecer a diversidade cultural e as outras formas im- portantes de diversidade. (DAHLBERG, MOSS; PENSE, 2003, p. 15). 11 Tal dimensão interpretativa dos parâmetros de qua- lidade sobre os processos de ensino-aprendizagem subsidia a análise da complexidade inerente ao fenô- meno, que é multifacetado e determinado, ao consi- derarmos as dimensões que sua constituição implica: escolar, família, escola, comunidade, entre outros� Podcast 1 Tecendo correlações sobre avaliação curricular e implicações no processo de ensino-aprendizagem Uma teoria, um método e uma proposta de- vem ser avaliados não em si mesmos, mas nas consequências que produziram histori- camente (SAVIANI, 2008, p. 54). Ao partimos da premissa de que é por meio do acesso e da apropriação dos saberes oriundos da educação escolar que conseguimos superar a in- terpretação da realidade social para além das apa- rências imediatas, mostra-se bastante pertinente apresentarmos as formulações de Saviani (2003, p� 14) sobre o papel da escola: “Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado 12 https://famonline.instructure.com/files/1097922/download?download_frd=1 e não ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular [���]”� Podcast 2 Em diálogo com essas proposições, Cubero e Sazatornil (2013) salientam a necessidade de enfocar na referência cultural internalizada pelo escolar em suas experiências vividas, com vistas a relacionar os traços culturais pessoais com os saberes provenien- tes dos espaços escolares� Com base nesse ponto de vista, buscamos avaliar as premissas orientadoras sobre o aprender que fundamentam as concepções e práticas que ancoram o currículo escolar. Por meio dessa análise, consideramos que o edu- cador tem papel fundamental em sistematizar os conhecimentos e realizar mediações intencionalmen- te planejadas para que os alunos se apropriem dos conhecimentos científicos, tal qual Vigotski (2001, p� 196) propõe: Os conceitos científicos se relacionam com a experiência pessoal de maneira diferente de como o fazem os conceitos espontâneos. Os últimos surgem e se formam durante o processo de experiência pessoal da criança. Diferentemente, os motivos internos que im- pulsionam a formação dos conceitos científi- cos são completamente diferentes daqueles que orientam seu pensamento a formar con- ceitos espontâneos. As tarefas mobilizadas 13 https://famonline.instructure.com/files/1097923/download?download_frd=1 pelo pensamento da criança são distintas quando assimila os conceitos na escola e quando esse pensamento está entregue a si mesmo. Nesse aspecto, ao nos apoiarmos nas contribuições do teórico russo, destacamos que as práticas peda- gógicas devem ser organizadas intencionalmente por meio de atividades que impulsionem o interesse do estudante pela atividade de estudo� Tal mobili- zação, por sua vez, precisa ser forjada na interação entre educador e escolar, por meio de um ensino sistematizado� Com isso, o trabalho pedagógico não deve se limitar à mera identificação das atividades e às ações que as crianças são capazes de realiza por si próprias� Pelo contrário, deve buscar ações educativas inten- cionais que ofereçam as condições e os elementos que propulsionem a área da zona de desenvolvimento iminente, caracterizada na [...] distância entre o nível do desenvolvimento atual da criança, que é definido com ajuda de questões que a criança resolve sozinha, e o nível do desenvolvimento possível da criança, que é definido com a ajuda de problemas que a criança resolve sob a orientação dos adultos e em colaboração com companheiros mais inteli- gentes. [...] A zona blijaichego razvitia define as funções ainda não amadurecidas, mas que se encontram em processo de amadurecimento, 14 as funções que amadurecerão amanhã, que estão hoje em estado embrionário (VIGOTSKI, 2004 apud PRESTES, 2010, p.173). Nessa perspectiva, tal qual pondera Facci (2004), o educador tem uma função fundamental no processo de ensino-aprendizado, ao ser caracterizado como o mediador entre o escolar e a apropriação de conheci- mento. Assim, esse profissional deve desempenhar uma prática pedagógica focada nas potencialidades dos estudantes� Por outras palavras, podemos dizer que a mediação do professor se configura, prioritariamente, na prá- tica de ensino� Sobre esse processo, é pertinente salientar os pressupostos tecidos por Molon (1999) acerca do processo de mediação, que deve ser visto como a própria relação Eu-Outro� Dessa forma, nos termos da autora, [...] a mediação é processo, não é o ato em que alguma coisa se interpõe; mediação não está entre dois termos que estabelecem uma rela- ção. É a própria relação [...] A mediação não é a presença física do outro, não é a corporei- dade do outro que estabelece a relação me- diatizada, mas ela ocorre através dos signos, da palavra, da semiótica, dos instrumentos de mediação. A presença corpórea do outro não garante a mediação. Sem a mediação dos sig- nos não há o contato com a cultura (MOLON, 1999, p.124). 15 Highlight Outro elemento relevante ao abordar o desenvolvi- mento humano é que, sem o processo de mediação, não existe cultura, uma vez que a criança está inse- rida em um mundo social já estruturado desde que nasce (DUVEEN, 2013; MOLON, 2003)� Por isso, não internaliza os conhecimentos produzidos pela huma- nidade passivamente, mas desde seu nascimento o sujeito se relaciona com outros homens e, ao mesmo tempo, atua na constituição da realidade social à qual pertencem, constituindo-se como seres singulares� Taisproposições se aproximam das formulações de Vigotski (2009), quem concebeu a constituição do sujeito mediante relações que este forja com o meio, ao considerar que toda vivência humana é inscrita no meio social e, por meio de um processo dialético, o sujeito se constitui como um ser social situado historicamente em uma dada cultura� Ao considerar que os processos de ensino-apren- dizagem se revelam em dado momento histórico e como um processo de humanização dos sujeitos, cabe-nos expressar as proposições de Tuleski e Eidt (2007) acerca desses processos que se constituem interdependentemente: Vale frisar que somente quando se busca apreender o desenvolvimento humano a par- tir de uma perspectiva histórica é possível compreender a importância da mediação do adulto desde a formação e desenvolvimento dos conceitos espontâneos, adquiridos assis- tematicamente em seu meio familiar e social 16 e, posteriormente, na aquisição sistematizada dos conceitos científicos no interior da es- cola mediatizada pelos educadores, como o fator que conduz a criança, gradativamente, à regulagem de seu próprio comportamento e à formação da consciência, o que é carac- terizado por Vigotski (...) como processo de humanização (TULESKI; EIDT, 2007, p. 535). Com base nessas considerações, podemos entender que a característica prioritária da aprendizagem é ter o potencial de impulsionar o desenvolvimento humano, ao ser dirigida para constituição das fun- ções psíquicas superiores, como atenção voluntária, memória, percepção verbal, controle voluntário do comportamento que são de ordem eminentemente social, operando como mediadoras do desenvolvi- mento dos escolares� Qualquer função psíquica superior surge no desenvolvimento da criança duas vezes – primeiramente, como uma atividade coletiva, social e depois como uma atividade individual, como um procedimento interno do pensamen- to da criança (VIGOTSKI apud PRESTES, 2010, p.34-35). É nessa direção que Vigotski (2009) defende a pre- missa de que não é qualquer aprendizagem que pro- move o desenvolvimento psíquico infantil, sendo que o bom ensino é aquele que antecede o desenvolvi- 17 mento, ao gerar novas possibilidades de desenvol- vimento humano� Dito de outra forma, a [...] aprendizagem não é, em si mesma, de- senvolvimento, mas uma correta organiza- ção da aprendizagem da criança conduza ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem (VIGOTSKI, 1988, p. 115). Com essas formulações, os modos de avaliação são padronizados e centrados em concepções que compreendem os processos de aprendizagem e de- senvolvimento humano de forma estanque, linear e fragmentada centrados em estruturas orgânicas ou maturação neuronal, com isso, desconsideram que as funções psicológicas superiores estão em processo de desenvolvimento� Ao considerarmos que as avaliações dos processos de ensino-aprendizado devem ser fundadas na con- cepção de respeito às tomadas de decisões efetua- das pelas próprias crianças, é fundamental promover encontros intergeracionais menos hierarquizados que se caracterizam de forma fecunda para a parti- cipação social desses atores sociais� Assim, oportunizam-se as possibilidades de inser- ções capazes de potencializar a expressividade dos sujeitos sobre suas experiências vividas (DANIELS, 2011). Por meio deste exercício de enunciação, po- 18 dem imprimir sentidos atribuídos aos processos de interpretação da realidade� Diante dessas considerações, sublinha-se que Vigotski (2009), ao enfocar o aspecto dialético do desenvol- vimento humano, busca superar as periodizações do desenvolvimento sustentadas em pressuposições naturalizantes, universais e a-histórica, ao postular que crianças desempenham um papel ativo nas circuns- tâncias históricas e culturais, concebendo-as como produtoras de cultura, à medida que elas se cons- tituem pela reprodução de objetos e fenômenos da realidade que foram produzidos ao longo da história e, ao mesmo tempo, atuam na criação de atividades humanas� Pela dinamicidade, elas podem ser vistas como ser atuantes na produção cultural� Salientamos que a ação lúdica pode ser circunscrita por condições mobilizadoras de saltos qualitativos no processo de desenvolvimento humano, visto que pode se configurar em uma atividade-guia que impulsiona o desenvolvimento de novas relações entre pensamen- to e ação constituídos em um momento específico da existência humana, promovendo neoformações psíquicas que permitem ampliar a consciência de si mesma e, concomitantemente, do mundo social no qual ela se insere e do qual participa ativamente de sua construção (ANDRADE, SANTOS, 2018)� Sendo assim, consideramos que a ação do brincar, orientada por um princípio educativo, pode ser plane- jada a partir de trabalhos pedagógicos que orientam os processos de aprendizagem e desenvolvimen- 19 to, em que os participantes sejam mobilizados ao exercício de atividades mediadoras das experiên- cias humanas cujo potencial é o de potencializar as capacidades e os processos criativos dos sujeitos� Trataremos aqui das contribuições para a avaliação da formação docente a partir de uma perspectiva psicossocial: as avaliações dos sistemas educativos não devem se limitar à mera constatação dicotômica de aspectos positivos ou negativos que envolvem o domínio de conhecimentos, habilidades e atitudes relativas a uma área específica. Devem exercer o papel de promover alternativas, examinar hipóteses e propiciar a elaboração de concepções e práticas propositivas de mudanças da realidade educacional� Quando orientada à apreensão dos processos que estão produzindo determinados efeitos, a avaliação tem a possibilidade de propiciar um maior número de alternativas para a efetivação de ações interventivas comprometidas com humanização dos sujeitos� Historicamente, a avaliação do ensino superior no cenário brasileiro vem [...] construindo um tipo de rationalia que, por um lado, definiu os critérios de julgamento pelos quais a sociedade devia analisar o en- sino superior e, por outro, manteve o controle sobre o que os diferentes governos conceitu- avam como competência, acesso e qualidade (SOUSA, VILLAS BÔAS, 2012). 20 Nos diais atuais, a avaliação do ensino superior é regida pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que, quando associado ao Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), tem a finalidade de avaliar a qualidade da formação propiciada pelos cursos de graduação, por meio de provas padronizadas e comparativas, promovidas no início e no final do curso. Tais ava- liações buscam delinear os domínios cognitivos a serem adquiridos pelos estudantes de determinado curso (SOUSA, VILLAS BÔAS, 2012)� Os efeitos advindos do monitoramento em grande es- cala e especialmente seu processo de divulgação no âmbito público desdobram-se sobre a representação de profissionais a serem formados em determinada área de atuação. Por outras palavras, podemos dizer que esses proces- sos avaliativos, ao incitarem e esculpirem políticas de formação, culminam por determinar as orientações curriculares ao privilegiarem a avaliação de deter- minadas ordens e temáticas que contribuem para a elaboração de tendências curriculares, priorida- des de ensino e critérios de avaliação do estudante, fundamentando assim as crenças e os valores que implicam a qualidade profissional (SOUSA, VILLAS BÔAS, 2012)� Convém salientar ainda que 21 O aspecto a ser problematizado não é a per- tinência de se desenvolverem processos sis- temáticos de avaliação dos profissionais da educação, mas, sim, suas finalidades e, em consequência, o uso a ser feito de seus re- sultados. Além disso, é fundamental que se considere a avaliação dos profissionais da educação como um dos elementos integran- tes da avaliação da escola, analisando-se o trabalho escolar de modo articuladocom as políticas educacionais implementadas. Desse modo, impõe-se a sistematização de procedi- mentos de avaliação de diferentes instâncias dos sistemas educacionais e não, apenas, dos profissionais das escolas e de seus alunos (SOUSA, 2008, p. 89) Como consequência, essas avaliações e diversas pesquisas que identificam a importância do professor na produção de um ensino de qualidade têm mobili- zado à produção de políticas de formação embasa- das na premissa de que a formação profissional, ao ser uma dimensão dissociada da complexa totalida- de que envolve os processos de ensino-aprendizado, poderia induzir a alteração do ensino e à melhoria do rendimento do estudante� 22 SAIBA MAIS Para entender melhor a autoavaliação da escola como uma forma de conhecê-la, leia autoavalia- ção institucional: uma discussão em processo, de Clarilza Prado de Sousa, Anamérica Prado Marcondes e Sandra Ferreira Acosta (2008), que se encontra disponível em: http://publicacoes.fcc.org. br/ojs/index.php/eae/article/view/2468� Acesso em: 10 de junho de 2020� Sob essa perspectiva, criam-se os programas de avaliação dos educadores em seu exercício profis- sional, ou de ingresso no magistério, com o intuito de estabelecer políticas educacionais de controle de desempenho desses profissionais. Diante disso, os baixos índices de desempenhos es- colares verificados por meio das avaliações usuais não têm mobilizado os educadores a almejarem o aprimoramento das propostas e ações educativas� Isto posto, [...] o poder de controle e indução subjacente aos delineamentos adotados pelos gestores não se concretizou até o momento. Também, a avaliação que se apresentou em nome da promoção da qualidade não tem sido capaz de contribuir para alterar o baixo rendimento apresentado pelos alunos. Tomando-se como referência os resultados obtidos pelos alunos nas provas, sejam as aplicadas pelo governo 23 http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/view/2468 http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/view/2468 federal, sejam as aplicadas pelos estados, o que se ratifica é o baixo rendimento, conside- rando-se as expectativas definidas quanto ao desempenho esperado no decorrer da trajetó- ria escolar (SOUSA, 2008). Nesse sentido, convém explicitar o estudo promovido pelo Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE), projeto coordena- do pela Unesco/Orealc, que elaborou um diagnós- tico acerca da avaliação docente em 13 países da América Latina, abrangendo três momentos cruciais na vida dos docentes (SCHULMEYER, 2003, p� 257), tais como: 1. A avaliação de conhecimentos, aptidões ou ha- bilidades dos postulantes às carreiras pedagógicas� 2. A avaliação da formação docente inicial realiza- da pelas universidades, escolas normais ou outras instituições formadoras de docentes� 3. A avaliação do desempenho dos docentes em exercício de suas funções. Entre outras considerações realizadas, salienta-se que: [...] A avaliação docente, em seus três momen- tos – a saber: avaliação de postulantes, de for- mação inicial e de desempenho profissional –, não é uma política educacional de longa data e tradição na América Latina, e sobre ela não 24 se acumulou suficiente experiência teórica e prática, para afirmar que qualquer país da região que decida iniciar e desenvolver uma política desse tipo possa somente estudar e aplicar os conhecimentos acumulados em nossos países. [...] Embora já existam disposições legais que sustentem a aplicação dessa política educa- cional na maioria dos países estudados, elas não são aplicadas em uma parte importante deles. [...] No entanto, existem sindicatos de educa- dores em países latino-americanos que man- têm uma atitude de rechaço à implementa- ção da avaliação docente, o que revela que há muito por fazer para conseguir que esse tipo de política educacional tenha a viabilidade política que requer. [...] Requer-se fazer um maior esforço na região para alcançar um processo de pro- fissionalização crescente e sustentável dos docentes, e para isso a avaliação de seu de- sempenho pode contribuir de maneira deci- siva, sobretudo se se centrar em seu desen- volvimento profissional [...] (SCHULMEYER, 2003, p. 17). 25 Frente a essas colocações, entendemos que uma perspectiva democrática de avaliação deve conside- rar, dentre outros preceitos, o reconhecimento dos sujeitos envolvidos na ação educativa como atores sociais, capazes de promover o processo de trans- formação da realidade social no qual participam ati- vamente (SOUSA, 2008)� Isso se dá nas recomendações de Torrecilla (2007) e Morduchowcz (2003), que são citadas, respectiva- mente, por SOUSA (2008, p� 89): [...] um sistema de avaliação de desempenho deve ser construído com a participação de professores, sindicatos e comunidade educa- cional; deve atender princípios de equidade, transparência e justiça para ter credibilidade; é necessário criar uma imagem construtiva da avaliação a favor do professor e de sua atuação profissional; a avaliação docente deve articular-se com a avaliação da escola; a avaliação deve concorrer para a melhoria da qualidade da docência. [...] há consenso em assinalar que, em não havendo reformas na estrutura organizacional das escolas – entre outras – a mera reformu- lação dos sistemas de remuneração docente não levará a melhoras substanciais na quali- dade da educação (independente de como se deseje ou se possa medi-la). 26 Essa dimensão interpretativa corrobora as conside- rações de Sousa e Villas Bôas (2012), aludindo que o enfoque da avaliação do docente em exercício deve estar nas correlações que ele forja com sua prática e na relação entre seu desempenho e o contexto no qual atua� Nessa perspectiva avaliativa, é possível orientar de forma mais qualificada os processos de tomadas de decisões e o aprimoramento de ações educativas que se caracterizam como elementos prioritários de uma avaliação educacional, distanciando-se de processos puramente classificatórios, segmentados e individualizantes que se afastam da complexidade inerente a fenômenos educativos� Ao privilegiar a perspectiva de análise exposta que vem sendo caracterizada como psicossocial, uma vez que o sujeito-professor é considerado socialmente constituído e construtor da realidade social (SOUSA; VILLAS BÔAS, 2012)� Busca-se, com isso, tecer rupturas com saberes e práticas sustentados por pressupostos simplistas, reducionistas e a-históricas, promovendo a individu- alização de fenômenos de ordem eminentemente social, ancorados nas polarizações entre sujeito e objeto, sociedade e indivíduo, externo e interno, ob- jetividade e subjetividade� 27 REFLITA Helena começou a trabalhar em uma escola privada há pouco tempo. Ela assumiu as aulas de Inglês das turmas do sexto ao nono ano. Antes de trabalhar na atual escola, Helena trabalhou em uma escola pública e trouxe seus conhecimentos acerca dessa vivência e do que aprendeu no curso de Licenciatura em Letras� As avaliações nessa escola ocorrem apenas nas provas, que são bimestrais. Esse acordo está posto entre os docentes e a equipe gestora� As provas são sempre de múltipla escolha� Helena percebe que, dessa forma, não consegue apreender o que seus alunos aprenderam, o que eles sabem, o que eles não sabem, o que podem fazer sozinhos, o que podem fazer com ajuda� Além disso, a docente não sabe o que os estudantes realmente sabem de forma processual; é sempre estanque, a cada dois meses� Sendo assim, Helena propõe que façam exercícios em sala, individuais e em grupo� Que faça correções coletivas, para que os alunos possam visualizar erros e acertos� Após alguns meses, a instituição coloca como parte do currículo que todas as avaliações da escola passem a ter uma outra frequência, de modo que os docentes possam acompanhar mais de perto seus alunos e seus saberes� A partir desse relato, reflita sobre o que Helena fez acertadamentee o que pode ser aprimorado para que o ensino-aprendizagem seja mais significativo para os alunos� 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, prosseguimos nossos estudos sobre currículos e programas, por isso, abordamos de que maneira o currículo pode se articular com a realida- de vivida e presenciada na escola, dentro dos fatos históricos e sociais que a marcam� Abordamos, na sequência, os aspectos curriculares relativos às rela- ções entre currículos/programas e política públicas� A conclusão dessa proposta foi que ela nos leva a pensar como a avaliação e o currículo não podem estar distantes um do outro, incluindo a nossa com- preensão de como o indivíduo aprende e se transfor- ma� Entende-se, portanto, que um bom currículo não está desarticulado de uma avaliação que demonstre qual é caminho a construir/seguir� Figura 3: Fonte: Pexels 29 https://www.pexels.com/photo/woman-wearing-blue-jacket-sitting-on-chair-near-table-reading-books-1326947/ Referências Bibliográficas & Consultadas ALIAS, G� Diversidade, currículo escolar e pro- jetos pedagógicos: a nova dinâmica na escola atual� São Paulo: Cengage Learning, 2016 [Minha Biblioteca]� ALMEIDA, S� C� D� Convergências ente currícu- los e tecnologias� Curitiba: InterSaberes, 2019 [Biblioteca Virtual]� ANDRADE, D� B� S� F�; SANTOS, R� C� “Príncipes que viram sapo na escola”: o que dizem as crianças sobre o(a) aluno(a) anunciado(a) com queixa esco- lar? Interacções, v� 14, n� 49, 2018� p� 66-89, 2018� Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/interacco- es/article/view/16157� Acesso em: 02 jul� 2020� BONAMINO, A�; SOUSA, S� Z� Três gerações de avaliação da educação básica no Brasil: interfa- ces com o currículo da/na escola� Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 2, abr./jun., 2012. p. 373-388� Disponível em: http://www.scielo.br/scie- lo.php?script=sci_arttext&pid=S1517970220120002 00007&lng=en&nrm=iso� Acesso em 8 jun� 2020� CERVI, R� M� Planejamento e Avaliação Educacional� Curitiba: InterSaberes, 2014� [Biblioteca Virtual]� https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/16157 https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/16157 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151797022012000200007&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151797022012000200007&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151797022012000200007&lng=en&nrm=iso CUBERO, M� J� L�; SAZATORNIL, J� L� L� Aprendizaje colaborativo en comunidades de práctica en en- tornos de exclusión social: un análisis de interac- ciones� Revista de Educación, n� 362, p� 402-428, 2013� DAHLBERG, G�; MOSS, P�; PENCE, A� Qualidade na educação da primeira infância: perspectivas pós- -modernas� Porto Alegre: Artmed, 2003� DANIELS, H� Vygotsky e a pesquisa� São Paulo: Edições Loyola, 2011� DUVEEN, G� Crianças enquanto atores sociais: as representações sociais em desenvolvimento� In: GUARESCHI, P�; JOVCHELOVICH, S� (Orgs�)� Textos em representações sociais� 14� ed� Petrópolis: Vozes, 2013� ESTEBAN, M� T� Considerações sobre a política de avaliação da alfabetização: pensando a partir do cotidiano escolar� Revista Brasileira de Educação, v� 17, n� 51, set�/dez�, 2012� Disponível em: https:// www.scielo.br/pdf/rbedu/v17n51/05.pdf� Acesso em: 14 jun� 2020� FACCI, M� G� D� Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? Um estudo crítico-compa- rativo da teoria do professor reflexivo, do cons- trutivismo e da psicologia vigotskiana� Campinas: Autores Associados, 2004� https://www.scielo.br/pdf/rbedu/v17n51/05.pdf https://www.scielo.br/pdf/rbedu/v17n51/05.pdf FREIRE, R� A� Diversidade, currículo escolar e projetos pedagógicos II� São Paulo: Cengage Learning, 2016 [Minha Biblioteca]� MOLON, S� I� Subjetividade e constituição do sujei- to em Vygosty� São Paulo: EDUC, 1999� MOLON, S� I� Cultura: a dimensão psicológica e a mudança histórica e cultural� Trabalho apresenta- do na III Conferência de Pesquisa Sócio-Cultural, Campinas (SP) 2003� PRESTES, Z� R� Quando não é quase a mesma coisa: análise de traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil� Repercussões no Campo Educacional� 2010� 295f� Tese (Doutorado em Educação)� Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Brasília (DF), 2010� ROCHA, A� A� W� N� da� et al� Currículos: teo- rias e práticas� Rio de Janeiro: LTC, 2012 [Minha Biblioteca]� SACRISTÁN, J� G� Saberes e incertezas sobre o currículo� Porto Alegre: Penso, 2013 [Minha Biblioteca]� SANTOMÉ, J� T� Currículo escolar e justiça: o cava- lo de Troia da educação� Porto Alegre: Penso, 2013 [Minha Biblioteca]� SAVIANI, D� Pedagogia histórico-crítica: pri- meiras aproximações� 8� ed� Campinas: Autores Associados, 2003� SAVIANI, D� Escola e Democracia� Campinas: Autores Associados, 2008� SOUSA, S� M� Z� L� Avaliação e carreira do magisté- rio: premiar o mérito? Retratos da Escola� Brasília, v� 2, n� 2-3, jan�/dez� 2008� p� 81-93� Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/arti- cle/viewFile/126/229� Acesso em: 10 jun� 2020� SOUSA, C� P�; VILLAS BÔAS, L� P� S� Avaliação da formação de professores: uma perspectiva psi- cossocial� Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 42, n. 147, dez. 2012. p. 772-789. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0100-15742012000300007&lng=pt&tl ng=pt� Acesso em: 09 jun� 2020� SCHULMEYER, A� Estado atual da avaliação do- cente em treze países da América Latina� 2003� Disponível em https://www.ft.unicamp.br/~sandro/ st000/19E4-AlejandraSchulmeyer.pdf� Acesso em: 10 jun� 2020� TULESKI, S� C�; EIDT, N� M� Repensando os dis- túrbios de aprendizagem a partir da Psicologia Histórico-Cultural� Psicologia em Estudo, Maringá, v� 12, n� 3, set�/dez� 2007� p� 531-540� Disponível http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/viewFile/126/229 http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/viewFile/126/229 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742012000300007&lng=pt&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742012000300007&lng=pt&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742012000300007&lng=pt&tlng=pt https://www.ft.unicamp.br/~sandro/st000/19E4-AlejandraSchulmeyer.pdf https://www.ft.unicamp.br/~sandro/st000/19E4-AlejandraSchulmeyer.pdf em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v12n3/v12n3a10. pdf� Acesso em: 08 jun� 2020� VEIGA, I� P� A� (Org�)� Projeto Político Pedagógico da Escola: uma Construção Possível� São Paulo: Papirus, 1995 [Biblioteca Virtual]� VIGOTSKI, L� S� Quarta aula: a questão do meio na pedologia� Psicologia USP, São Paulo, v� 21, n� 4, out�/dez� 2010� p� 681-701� VIGOTSKI, L� S� Imaginação e criação na infância: ensaio psicológico: livro para professores� São Paulo: Ática, 2009� VIGOTSKI, L� S� Obras escogidas� Tomo II� Madrid, Visor, 2001� VIGOTSKI, L� S� Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar� In: VIGOTSKI, L� S�; LURIA, A�; LEONTIEV, A� Linguagem, desenvolvi- mento e aprendizagem� São Paulo: Ícone; USP, 1988� p� 103-117� https://www.scielo.br/pdf/pe/v12n3/v12n3a10.pdf https://www.scielo.br/pdf/pe/v12n3/v12n3a10.pdf _GoBack INTRODUÇÃO ABORDANDO IDEIAS SOBRE CURRÍCULO CURRÍCULO E AVALIAÇÃO ESCOLAR: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES TECENDO CORRELAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO CURRICULAR E IMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compartilhar