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CONBIO_AULA4_Vulnerabilidade das especies_2023

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Ameaças/vetores de 
mudança pressões
Indiretas
• População 
humana
• Indústria e 
comércio
• Consumo
• Governança
Diretas
• Exploração direta
• Perda de hábitat e 
fragmentação
• Introdução de espécies 
exóticas
• Poluição
• Mudanças climáticas
• Efeitos sinergísticos: 
(combinação)
Perda de 
biodiversidade
Vulnerabilidade
das espécies
Vulnerabilidade
das populações
pequenasNa aula passada...
EACH-US
Carla Morsello
Vulnerabilidade 
à Extinção
Plano e objetivos da aula
⚫ Falaremos de ameaças no nível das espécies
⚫ Entender o que são as listas da IUCN:
– Quais são os níveis de ameaça
– Como são classificadas
⚫ Apresentação das características que conferem 
vulnerabilidade às espécies com exemplos
IUCN ou UICN: União 
Internacional de 
Conservação da Natureza
⚫ Organização global (1948): governos, ONGs, 
cientistas → objetivo conservar a biodiversidade
⚫ IUCN/UICN é maior autoridade mundial no 
estabelecer o status das espécies
⚫ Responsável pela Lista Vermelha de Espécies 
Ameaçadas desde 1964: maior inventário do estado 
global de conservação das espécies de plantas, 
animais e fungos
⚫ Listas por países e regionais realizadas pelos 
países ou regiões (nossos estados)
⚫ Atualmente, status é decidido com critérios 
precisos de risco baseando-se em dados das 
espécies ou subespécie
Processo de criação das listas vermelhas
Coleta de 
dados
Avaliação do 
estado da 
espécie
Determinação 
da categoria de 
ameaça
Documentação 
e publicação
Ações de 
manejo: 
proteção, outras 
iniciativas
Para 2021 –
pensar se 
insiro isso 
Taxa de 
redução 
populacional
Distribuição geográfica Tamanho 
populacional
Restrições 
populacionais
Probabilidade 
de extinção 
(na natureza)
Extensão de 
ocorrência
Área ocupada
Pouco 
preocupante
Quando comparadas às outras categorias, as espécies não apresentam muito risco de extinção
Quase 
ameaçada
Uma espécie com alta probabilidade de ser classificada como ameaçada no futuro próximo
Vulnerável 30-50% do 
declínio 
populacional
<20.000km2 <2.000km2 <10.000 
indivíduos 
maduros
<1.000 
indivíduos 
maduros ou 
área ocupada 
<20km2
Ao menos 
10% chance 
nos próximos 
100 anos
Ameaçada 50-70% de 
declínio 
populacional
<5.000km2 <500km2 <2.500 
indivíduos 
maduros
<250 
indivíduos 
maduros ou 
área ocupada 
<20km2
Ao menos 
20% em 10 
anos ou 5 
gerações
Criticamente 
ameaçada
>=80-90% de 
declínio 
populacional
<100km2 <10km2 <250 
indivíduos 
maduros
<10 
indivíduos 
maduros ou 
área ocupada 
<20km2
Ao menos 
50% em 10 
anos ou 3 
gerações
Extinta na 
natureza
Somente sobrevive em cultivos (plantas), em cativeiro (animais), ou como uma população fora da 
zona original de distribuição
Extinta Sem indivíduos remanescentes da espécie
Espécies ameaçadas: categorias e critérios
Representação visual das categorias
Quais características conferem maior 
vulnerabilidade de extinção às 
espécies?
Tamanho da população/ 
variabilidade genética Pequeno(a) Grande
Distribuição geográfica
Restrita
Ampla
Taxa reprodutiva Baixa Alta
Potencial de dispersão Baixo Alto
Requerimento de hábitat: 
tipo Especialista Generalista
Vulnerabilidade
Obs. Tamanho da população e 
variabilidade genética são 
características populacionais e 
não da espécie!!
Requerimento de hábitat: 
tamanho Pequeno Grande
Isolamento Pouco Ilhas
Tamanho do corpo Pequeno Grande
História de vida Pouco complexa Muito complexa
Período do dia Noturnas Diurnas
Posição na cadeia trófica Base Topo
Vulnerabilidade
Atenção
⚫ Vulnerabilidade é explicada em termos comparativos
⚫ Há certa divergência na literatura por ex., tamanho corpóreo: 
seriam os menores e maiores de todos?
⚫ Explicações apresentadas com animais para facilitar o 
entendimento → mas processos são similares em plantas e fungos.
⚫ Espécies diferem em vários atributos e não em somente um 
atributo → é a combinação dos fatores que determina a 
vulnerabilidade.
Atenção
⚫ Muitos atributos estão correlacionados/ co-ocorrem (por ex., 
grande tamanho e pequeno número de filhotes) → difícil 
saber qual deles é o mais relevante.
⚫ IMPORTANTE: Algumas características como tamanho 
populacional, variabilidade genética e isolamento são, a 
rigor, características da população e não da espécie.
Tamanho da população/ 
Variabilidade genética
Pequeno Grande
Ararinha-azul
(Cyanopsitta spixii)
Arara-azul
(Anodorynchus hyacinthinus)
Extinta na natureza/ 
~180 no cativeiro
Importante: é característica 
da população e não da 
espécie
A novela da ararinha-azul: a 
extinção na natureza, o 
reaparecimento momentâneo, 
o príncipe árabe e o traficante 
alemão!
⚫ Um histórico mais recente:
⚫ https://brasil.mongabay.com/2020/03/ararinha-azul-retorna-ao-brasil-
mas-cercada-de-controversias/
https://brasil.mongabay.com/2020/03/ararinha-azul-retorna-ao-brasil-mas-cercada-de-controversias/
https://brasil.mongabay.com/2020/03/ararinha-azul-retorna-ao-brasil-mas-cercada-de-controversias/
https://www.youtube.com/watch?v=ZwSR5D5_ffc
Vídeo com detalhes 
do projeto de criação 
em cativeiro 
reintrodução
⚫ Link:: https://www.youtube.com/watch?v=qS_BxnlB4iw
Distribuição geográfica: único felino de distribuição 
restrita
Restrita Ampla
Onça-pintada
Panthera onca
Gato do mato pequeno, 
Jaguatiriquinha(~2,3 kg)
Leopardus emiliae
(2017)
Distribuição 
da onça-
pintada
lhas são casos extremos de 
distribuição geográfica restrita
• Possuem características que conferem
vulnerabilidade:
• Pequeno tamanho populacional e 
pequena variabilidade genética
• Evolução na ausência ou com presença
limitada de predadores (inclusive 
humanos)
• Adiante na disciplina veremos o porquê
(TEBI)
• Porém, há ao menos uma evidência contrária. Estudo para aves 
passeriformes demonstrou que aquelas insulares (de ilhas) eram 
menos vulneráveis à extinção – portanto, contrário do esperado 
(ver Purvis et al., 2000)
Taxa reprodutiva
Baixa Alta
Harpia 
(Harpia harpyja) – K
Uma cria a cada 2-3 
anos, ambiente estável
Pato-do-mato
(Cairina moschata)
– R; ambiente 
variável
Potencial de dispersão em animais
Baixo Alto
Ananaí, marreco-brasileiro, 
marreco-de-pé-vermelho
(Amazonetta brasiliensis)
Kiwi e outras espécies de aves que 
não voam da Nova Zelândia
(Apteryx ssp)
Kiwi: link: 
https://www.youtube.com/watch?v=RmkUpu7_Aic
https://www.youtube.com/watch?v=RmkUpu7_Aic
Kakapo (Strigops habroptila)
https://youtu.be/bhTU__jVP8E
Potencial de dispersão de sementes em 
plantas
Baixo Alto
Sementes grandes: Plantas maiores 
(árvores), zoocoria (animais) 
Sementes pequenas: plantas 
menores, anemocoria (ar)
Requerimento de hábitat: tipo de hábitat
Especialista Generalista
Rato-da-taquara. 30cm ou 60 
com cauda, endêmico MA
(Kannabateomys amblyonyx)
Preá
(Cavia aperea)
Rato da 
taquara
https://www.youtube.com/watch?v=pHLSushaK1g
https://www.youtube.com/watch?v=pHLSushaK1g
Requerimento de hábitat: 
tamanho da área de vida/ área de uso
Pequeno Grande
Harpia 
(Harpia harpyja) ou 
gavião-real (crista); 
podem comer 
preguiças e macacos
45-79 km2/
par de aves
Fêmeas: 17 km2 na M. Atlântica; 
28.87-122.86 km² no Pantanal
Machos bem mais.
Onça-pintada
Panthera onca
Tamanho do corpo
Pequeno Grande
Mono-carvoeiro ou Muriqui 
(Brachyteles arachnoides)
Mico comum, sagui-de-tufo-branco
(Callithrix jacchus)
15 cm (35)
1,5 m (15 kg)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/07/Status_iucn3.1_CR_pt.svg
História de vida em animais
Simples Complexa
Borboleta monarca (Danaus plezippus), migração 
com 4-5 gerações sucessivas
Borboleta morpho 
(Morpho menelaus)
Floresta (2ha) em Michoacan, Mexico para onde 
migram as monarcas
Vídeo interessante:
https://www.youtube.com/watch?v=fBak
LuH6kDY
https://www.youtube.com/watch?v=fBakLuH6kDY
https://www.youtube.com/watch?v=fBakLuH6kDY
História de vida em plantas: complexidade por ex. na 
polinização, dispersão de sementes
Simples Complexa
Interaçãopara reprodução (ex. 
polinização) ou na dispersão de 
sementes, ou necessidade de vários 
hábitats aumentam a vulnerabilidade
Ciclo de atividade: 
Período do dia (Ex. Lemures noturnos x diurnos)
Noturno Diurno
Reúnem características que aumentam a 
vulnerabilidade: maior tamanho (em geral), 
comportamento social, grande áreas de vida, 
mais fáceis de caçar.
(Fonte:Gitleman, 1985)
Posição na cadeia trófica: energia, acúmulo 
de poluentes, maior área de vida
Base Topo
Cotia comendo fruto (ex. castanha) 
(Dasyprocta agouti)
Jaguatirica
(Felis pardalis)
Porém, espécies têm várias características: 
comparação
⚫ Noturno
⚫ Topo de cadeia
⚫ Maior área de vida
⚫ Distribuição ampla
⚫ Generalista em tipo de hábitat
Panthera onca
• Noturno
• Topo de cadeia
• Menor área de 
vida
⚫ Distribuição 
geográfica ampla
⚫ Tipo de hábitat 
mais restrito
Leopardus colocolo
Onça-pintada
Gato-palheiro
Indri cantando
https://youtu.be/4d3vFI5UpIc
Referências
⚫ Purvis, A., Gittleman, J. L., Cowlishaw, G., & Mace, G. M. (2000). Predicting extinction 
risk in declining species. Proceedings of the royal society of London. Series B: 
Biological Sciences, 267(1456), 1947-1952.
⚫ Nascimento, F. O., & Feijó, A. (2017). Taxonomic revision of the oncillas Leopardus
tigrinus (Schreber, 1775)(Carnivora, Felidae). Papéis Avulsos de Zoologia, 57(19).
⚫ IPBES (2019). Summary for policymakers of the global assessment report on
biodiversity and ecosystem services of the Intergovernmental Science-Policy
Platform on Biodiversity and Ecosystem Services. S. Díaz, J. Settele, E. S. Brondízio
E.S., H. T. Ngo, M. Guèze, J. Agard, A. Arneth, P. Balvanera, K. A. Brauman, S. H. M. 
Butchart, K. M. A. Chan, L. A. Garibaldi, K. Ichii, J. Liu, S. M. Subramanian, G. F. Midgley, 
P. Miloslavich, Z. Molnár, D. Obura, A. Pfaff, S. Polasky, A. Purvis, J. Razzaque, B. 
Reyers, R. Roy Chowdhury, Y. J. Shin, I. J. Visseren-Hamakers, K. J. Willis, and C. N. 
Zayas (eds.). IPBES secretariat, Bonn, Germany. 56 pages. 
⚫ Neuschulz, E., Mueller, T., Schleuning, M. et al. (2016)Pollination and seed dispersal 
are the most threatened processes of plant regeneration. Scientific Report, 6, 29839.
	Slide 1: Ameaças/vetores de mudança pressões
	Slide 2: Vulnerabilidade à Extinção
	Slide 3: Plano e objetivos da aula
	Slide 4: IUCN ou UICN: União Internacional de Conservação da Natureza
	Slide 5: Processo de criação das listas vermelhas
	Slide 6: Para 2021 – pensar se insiro isso 
	Slide 7: Representação visual das categorias
	Slide 8: Quais características conferem maior vulnerabilidade de extinção às espécies?
	Slide 9
	Slide 10
	Slide 11: Atenção
	Slide 12: Atenção
	Slide 13: Tamanho da população/ Variabilidade genética
	Slide 14: A novela da ararinha-azul: a extinção na natureza, o reaparecimento momentâneo, o príncipe árabe e o traficante alemão!
	Slide 15: Vídeo com detalhes do projeto de criação em cativeiro reintrodução
	Slide 18: Distribuição geográfica: único felino de distribuição restrita
	Slide 19: Distribuição da onça-pintada
	Slide 20: lhas são casos extremos de distribuição geográfica restrita
	Slide 21: Taxa reprodutiva
	Slide 22: Potencial de dispersão em animais
	Slide 23: Kiwi: link: https://www.youtube.com/watch?v=RmkUpu7_Aic
	Slide 24: Kakapo (Strigops habroptila)
	Slide 25: Potencial de dispersão de sementes em plantas
	Slide 26: Requerimento de hábitat: tipo de hábitat
	Slide 27: Rato da taquara
	Slide 28: Requerimento de hábitat: tamanho da área de vida/ área de uso
	Slide 29: Tamanho do corpo
	Slide 30: História de vida em animais
	Slide 31: Floresta (2ha) em Michoacan, Mexico para onde migram as monarcas
	Slide 32: História de vida em plantas: complexidade por ex. na polinização, dispersão de sementes
	Slide 33: Ciclo de atividade: Período do dia (Ex. Lemures noturnos x diurnos)
	Slide 34: Posição na cadeia trófica: energia, acúmulo de poluentes, maior área de vida
	Slide 35: Porém, espécies têm várias características: comparação
	Slide 36: Indri cantando
	Slide 37: Referências

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