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Caderno de Jurisprudência (1)

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA 
CICLO I - SEMANA 03 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
DELEGADO FEDERAL - 42 SEMANAS 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
CICLO I – SEMANA 03/42 
2 
COMO UTILIZAR O MATERIAL 
 
 
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da leitura 
recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida sobre o teor do 
julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o informativo na íntegra, já 
que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma a facilitar os estudos e revisão. 
 
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data anterior ao 
ano de 2018. 
 
 
Sumário 
Sumário ............................................................................................................................................................... 2 
SEMANA 03 ......................................................................................................................................................... 3 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................................................................. 3 
1. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL .............................................................................................................................. 3 
2. AÇÃO PENAL ................................................................................................................................................... 9 
2.1 Denúncia ................................................................................................................................................................. 10 
2.2 Citação .................................................................................................................................................................... 12 
2.3 Sentença/Decisão ................................................................................................................................................... 13 
2.4 Assistente de Acusação .......................................................................................................................................... 13 
2.5 Representação ........................................................................................................................................................ 14 
3. COMPETÊNCIA ..............................................................................................................................................14 
3.1 Competência .......................................................................................................................................................... 14 
3.2 Competências Das Justiças Federais X Justiça Estadual ......................................................................................... 18 
3.3 Conflitos de Atribuições ......................................................................................................................................... 21 
3.4 Foro por Prerrogativa de Função............................................................................................................................ 22 
4. PRISÃO E LIBERDADE ....................................................................................................................................27 
4.1 Prisão em Flagrante ................................................................................................................................................ 27 
4.2 Prisão Preventiva .................................................................................................................................................... 27 
4.3 Prisão Domiciliar do CPP ........................................................................................................................................ 34 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
DELEGADO FEDERAL - 42 SEMANAS 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
CICLO I – SEMANA 03/42 
3 
SEMANA 03 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
MUITO IMPORTANTE QUE ENVOLVE VÁRIAS TEMÁTICAS: Juiz das garantias; acordo de não persecução 
penal; audiência de custódia; arquivamento de inquérito policial; processo em geral; ação penal; provas; 
prisão, medidas cautelares e liberdade provisória direito constitucional – repartição de competências; 
direitos e garantias fundamentais; poder judiciário; ministério público 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É constitucional o art. 3º da Lei 13.964/2019 (Lei Anticrime), especificamente quanto à instituição e à 
implementação do juiz das garantias no processo penal brasileiro, porquanto trata de questões atinentes 
ao processo penal, matéria da competência legislativa privativa da União (CF/1988, art. 22, I), que tem 
natureza cogente sobre todos os entes federativos e os Poderes da República. No entanto, é formalmente 
inconstitucional — por configurar invasão desarrazoada à autonomia administrativa e ao poder de auto-
organização do Judiciário (CF/1988, art. 96, I) — a introdução, pela Lei Anticrime, do parágrafo único do 
art. 3º-D do CPP, que impõe a criação de um “sistema de rodízio de magistrados” nas comarcas em que 
funcionar um único juiz. 
Nota: A implementação do juiz das garantias visa garantir uma maior imparcialidade, a proteção de direitos 
fundamentais e o aprimoramento do sistema judicial. Contudo, para viabilizar a adoção do instituto de forma 
progressiva e programada pelos tribunais, é necessário fixar prazo de transição mais dilatado e adequado ao 
equacionamento da reorganização do Poder Judiciário nacional. 
A atuação do juiz das garantias se encerra com o oferecimento da denúncia ou da queixa, e não com o 
recebimento de uma delas, devendo o juiz da instrução ter acesso aos elementos produzidos no inquérito 
policial ou no procedimento investigativo criminal. Restringir esse acesso afeta diretamente a independência 
funcional do magistrado em exercer seu julgamento motivado, em busca da verdade real. Não se pode 
presumir que o simples contato com os elementos que ensejaram a denúncia seja apto a vulnerar a 
imparcialidade do julgador. 
Ademais, a inobservância do prazo previsto em lei não causa a revogação automática da prisão e o juízo 
competente deve ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram (1). Não é razoável, proporcional ou 
obediente ao primado da inafastabilidade da jurisdição, exigir que, em toda e qualquer hipótese, 
independentemente de suas peculiaridades e dos riscos envolvidos, a prisão seja automaticamente relaxada. 
Além de não abranger as infrações de menor potencial ofensivo (CPP/1941, art. 3º-C), o juiz das garantias 
também não se aplica: (i) aos tribunais, pois a colegialidade, por si só, é fato e reforço da independência e da 
imparcialidade judicial, a justificar a diferença de tratamento; (ii) aos processos de competência do Tribunal 
do Júri, pela mesma lógica do item anterior; e (iii) aos processos criminais de violência doméstica e familiar, 
porque a natureza desses casos exige disciplina processual penal específica, que traduza um procedimento 
mais dinâmico, apto a promover o pronto e efetivo amparo e proteção da vítima. 
STF, ADI 6.298/DF, ADI 6.299/DF, ADI 6.300/DF, ADI 6.305/DF, relator Ministro Luiz Fux, julgamento finalizado em 24.8.2023. (Info 1106) 
 
1. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
CICLO I – SEMANA 03/42 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Empresas que prestam serviços de aplicação na internet em território brasileiro devem necessariamente 
se submeter ao ordenamento jurídico pátrio, independentemente da circunstância de possuírem filiais no 
Brasil e/ou realizarem armazenamento em nuvem. 
Nota: o fato de determinada empresa estar sediada nos Estados Unidosnão tem o condão de eximi-la do 
cumprimento das leis e decisões judiciais brasileiras, uma vez que disponibiliza seus serviços para milhões de 
usuários que se encontram em território brasileiro. 
STJ. RMS 66.392-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 19/08/2022. (Info 750) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Há excesso de prazo para conclusão de inquérito policial, quando, a despeito do investigado se encontrar 
solto e de não sofrer efeitos de qualquer medida restritiva, a investigação perdura por longo período e não 
resta demonstrada a complexidade apta a afastar o constrangimento ilegal. 
Nota: Mostra-se inadmissível que, no panorama atual, em que o ordenamento jurídico pátrio é norteado 
pela razoável duração do processo (no âmbito judicial e administrativo) - cláusula pétrea instituída 
expressamente na Constituição Federal pela Emenda Constitucional n. 45/2004 -, um cidadão seja 
indefinidamente investigado, transmutando a investigação do fato para a investigação da pessoa. 
O fato de o paciente não ter sido indiciado ou não sofrer os efeitos de qualquer medida restritiva, por si só, 
não indica ausência de constrangimento, considerando que a simples existência da investigação, que no caso 
está relacionada ao exercício profissional do paciente, já é, como disse o Ministro Antonio Saldanha Palheiro, 
por ocasião do julgamento do RHC 135.299/CE, uma estigmatização decorrente da condição de suspeito de 
prática delitiva. O constrangimento é patente. 
STJ. HC 653.299-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 16/08/2022, DJe 25/08/2022. 
(Info 747) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É constitucional a norma de Regimento Interno de Tribunal de Justiça que condiciona a instauração de 
inquérito à autorização do desembargador-relator nos feitos de competência originária daquele órgão. 
STF. Plenário. ADI 7083/AP, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 13/5/2022. (Info 1054) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O art. 69 da Lei dos Juizados Especiais, ao dispor que “a autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado” não se refere exclusivamente à polícia judiciária, englobando 
também as demais autoridades legalmente reconhecidas. 
Nota: É constitucional norma estadual que prevê a possibilidade da lavratura de termos circunstanciados 
pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros Militar. O termo circunstanciado é o instrumento legal que se 
limita a constatar a ocorrência de crimes de menor potencial ofensivo, motivo pelo qual não configura 
atividade investigativa e, por via de consequência, não se revela como função privativa de polícia judiciária. 
STF. Plenário. ADI 5637/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11/3/2022. (Info 1046) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28ROMS.clas.+ou+RMS.clap.%29+e+%40num%3D%2266392%22%29+ou+%28%28ROMS+ou+RMS%29+adj+%2266392%22%29.suce.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202100818333%27.REG.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c213877427b46fa96cff6c39e837ccee?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c213877427b46fa96cff6c39e837ccee?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c213877427b46fa96cff6c39e837ccee?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c213877427b46fa96cff6c39e837ccee?categoria=12&subcategoria=125
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
CICLO I – SEMANA 03/42 
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É ilegal a utilização, por parte do MP, de peça sigilosa obtida em procedimento em curso no STF para 
abertura de procedimento investigatório criminal em 1ª instância com objetivo de apuração dos mesmos 
fatos já investigados naquela Corte. 
STJ. 5ª Turma. RHC 149.836-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, julgado 
em 15/02/2022. (Info 726) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito ou outro 
procedimento investigatório em face de autoridade com foro por prerrogativa de função em Tribunal de 
Justiça. 
STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2021. (Info 1040) 
MAIS RECENTE E NO MESMO SENTIDO: A instauração de inquérito e demais atos investigativos em desfavor 
de agentes públicos detentores de foro por prerrogativa de função depende da prévia autorização do órgão 
judicial competente pela supervisão das investigações penais originárias. 
STF. ADI 7.447/PA, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 20.11.2023. (Info 1117) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Eventual nulidade na oitiva do acusado no curso da investigação preliminar não tem o condão de nulificar 
o recebimento da denúncia e a ação penal deflagrada, quando existam elementos autônomos que 
sustentam a decisão impugnada. Ademais, cabe ressaltar que eventuais vícios na fase extrajudicial não 
contaminam o processo penal, dada a natureza meramente informativa do inquérito policial. 
Nota: Eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não contaminam a ação penal. STJ. 6ª Turma. 
RHC n. 112.336/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/11/2019. O inquérito policial constitui procedimento 
administrativo, de caráter informativo, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser 
apresentada pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, 
nulidade de processo-crime. STF. 1ª Turma. HC 169.348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 124.024/SP. Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/09/2020. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não haverá infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas negociações de extorsão. 
Nota: Não há infiltração policial quando agente lotado em agência de inteligência, sob identidade falsa, 
apenas representa o ofendido nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na organização 
criminosa com o propósito de identificar e angariar a confiança de seus membros ou obter provas sobre a 
estrutura e o funcionamento do bando. 
STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É legal o auxílio da agência de inteligência ao Ministério Público Estadual durante procedimento criminal 
instaurado para apurar graves crimes em contexto de organização criminosa. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É lícita a gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. 
 
 
 
 
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Nota: As inovações do Pacote Anticrime na Lei n. 9.296/1996 não alteraram o entendimento de que é lícita 
a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do 
outro. 
STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. 
 
#Contudo, veja: 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A participação dos órgãos de persecução estatal na gravação ambiental realizada por um dos 
interlocutores, sem prévia autorização judicial, acarreta a ilicitude da prova. 
STJ. RHC 150.343-GO, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Rel. para acórdão Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em15/8/2023. (Info 783) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Ação controlada do art. 8º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 exige apenas comunicação prévia (e não autorização 
judicial). 
Nota: A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de autorização, 
bastando sua comunicação prévia à autoridade judicial. 
STJ. 6ª Turma. HC 512290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É constitucional o Inquérito instaurado para investigar “fake news” e ameaças contra o STF. 
Nota: julgado importante. Recomenda-se a leitura completa. 
O STF, contudo, afirmou que o referido inquérito, para ser constitucional, deve cumprir as seguintes 
condicionantes: 
a) o procedimento deve ser acompanhado pelo Ministério Público; 
b) deve ser integralmente observado o Enunciado 14 da Súmula Vinculante. 
c) o objeto do inquérito deve se limitar a investigar manifestações que acarretem 
risco efetivo à independência do Poder Judiciário (art. 2º da CF/88). Isso pode 
ocorrer por meio de ameaças aos membros do STF e a seus familiares ou por atos 
que atentem contra os Poderes instituídos, contra o Estado de Direito e contra a 
democracia; e, por fim, 
d) a investigação deve respeitar a proteção da liberdade de expressão e de 
imprensa, excluindo do escopo do inquérito matérias jornalísticas e postagens, 
compartilhamentos ou outras manifestações (inclusive pessoais) na internet, feitas 
anonimamente ou não, desde que não integrem esquemas de financiamento e 
divulgação em massa nas redes sociais. 
O art. 43 do RISTF prevê o seguinte: “Art. 43. Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do 
Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou 
delegará esta atribuição a outro Ministro.” 
Muito embora o dispositivo exija que os fatos apurados ocorram na “sede ou dependência” do próprio STF, 
o caráter difuso dos crimes cometidos por meio da internet permite estender (ampliar) o conceito de “sede”, 
uma vez que o STF exerce jurisdição em todo o território nacional. 
Logo, os crimes objeto do inquérito, contra a honra e, portanto, formais, cometidos em ambiente virtual, 
podem ser considerados como cometidos na sede ou dependência do STF. (dizer o direito) 
 
 
 
 
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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
CICLO I – SEMANA 03/42 
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STF. Plenário. ADPF 572 MC/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17 e 18/6/2020. (Info 982) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos 
estaduais. 
STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Para ser decretada a medida de busca e apreensão, é necessário que haja indícios mais robustos que uma 
simples notícia anônima. 
STF. 2ª Turma. HC 180709/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/5/2020. (Info 976) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos em inquérito policial 
que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal considerando que a situação não se enquadrava 
no art. 1º da Lei 10.446/2002. 
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019 (Info 964). 
Obs. Declinada a competência do feito para a Justiça estadual, não cabe à Polícia Federal prosseguir nas 
investigações. STJ. HC 772.142-PE, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/3/2023, DJe 3/4/2023. 
(Info 773) 
 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se o PGJ decidir arquivar um PIC instaurado no exercício de sua competência originária, ele não precisará 
submeter esse arquivamento ao Poder Judiciário, não se aplicando o art. 28 do CPP. 
STF. Rcl 29303 AgR/RJ, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 12.12.2019. (Rcl-29303). (Info 963) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É possível o compartilhamento, SEM autorização judicial, dos relatórios de inteligência financeira da UIF e 
do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o Ministério Público. 
Nota: Deve ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos 
a posterior controle jurisdicional. Além disso, o compartilhamento pela UIF e pela RFB deve ser feito 
unicamente por meio de comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e 
estabelecimento de instrumentos efetivos de apuração e correção de eventuais desvios. 
STF. RHC 170559/MT, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3.12.2019. (RHC-170559) (Info 962) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. 
STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019. (Info 652) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É desnecessária a remessa de cópias dos autos ao Órgão Ministerial prevista no art. 40 do CPP, que, 
atuando como custos legis, já tenha acesso aos autos. 
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.338.699-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 22/05/2019. (Info 649) 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/26ddd45b02859e836d13d4b9fde34281?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/26ddd45b02859e836d13d4b9fde34281?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d347df3d73566108aa6d1b5d37b59703?categoria=12&subcategoria=125
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=29303&classe=Rcl&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=170559&classe=RHC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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Em sentido contrário: STJ, 2ª Turma. Resp. 1.360.534-RS, julgado em 7/3/2013. (Info 519) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é necessária, mesmo após a Lei 13.245/2016, a intimação prévia da defesa técnica do investigado para 
a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial. 
Nota: A Lei n° 13.245/2016 reforçou as prerrogativas dos advogados, mas não conferiu à defesa técnica o 
direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de intimações a ser definido pela autoridade 
policial. 
STF. 2ª Turma. Pet 7612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019. (Info 933) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem DUAS EXCEÇÕES 
previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: 
a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); 
b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 41, parágrafo único, da Lei 
nº 8.625/93). Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com 
foro por prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha 
uma autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade. 
Nota: O ato de indiciamento é privativo da autoridade policial (Lei nº 12.830/2013, art. 2º, § 6º). O Ministro 
Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. STF. Decisão monocrática.HC 133835 MC, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825). 
Nota: há decisão MONOCRÁTICA mais recente em sentido contrário: De acordo com o Plenário do STF, é nulo 
o indiciamento de detentor de prerrogativa de foro, realizado por Delegado de Polícia, sem que a 
investigação tenha sido previamente autorizada por Ministro-Relator do STF (Pet 3.825-QO, Red. p/o 
Acórdão Min. Gilmar Mendes). 
Diversa é a hipótese em que o inquérito foi instaurado com autorização e tramitou, desde o início, sob 
supervisão de Ministro do STF, tendo o indiciamento ocorrido somente no relatório final do inquérito. 
Nesses casos, o indiciamento é legítimo e independe de autorização judicial prévia. STF. Decisão monocrática. 
Inq 4621, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem sido feitas diligências 
de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a instrução do inquérito, não foram reunidos 
indícios mínimos de autoria ou materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF). A pendência de investigação, 
por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende o direito à razoável duração do 
processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88). 
Caso concreto: tramitava, no STF, um inquérito para apurar suposto delito praticado por Deputado Federal. 
O Ministro Relator já havia autorizado a realização de diversas diligências investigatórias, além de ter 
aceitado a prorrogação do prazo de conclusão das investigações. Apesar disso, não foram reunidos indícios 
mínimos de autoria e materialidade. Com o fim do foro por prerrogativa de função para este Deputado, a 
PGR requereu a remessa dos autos à 1ª instância. O STF, contudo, negou o pedido e arquivou o inquérito, de 
ofício, alegando que já foram tentadas diversas diligências investigatórias e, mesmo assim, sem êxito. Logo, 
 
 
 
 
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a declinação de competência para a 1ª instância a fim de que lá sejam continuadas as investigações seria 
uma medida fadada ao insucesso e representaria apenas protelar o inevitável. 
 STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018. (Info 912) 
No mesmo sentido: STF. Decisão monocrática. INQ 4.442, Rel. Min. Roberto Barroso, Dje 12/06/2018. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O arquivamento de inquérito policial por excludente de ilicitude realizado com base em provas fraudadas 
NÃO faz coisa julgada material. 
Nota: 
⇾ É possível a reabertura da investigação e o oferecimento de denúncia se o inquérito policial havia sido 
arquivado com base em excludente de ilicitude? 
• STJ: NÃO. Para o STJ, o arquivamento do inquérito policial com base na existência de causa excludente da 
ilicitude faz coisa julgada MATERIAL e impede a rediscussão do caso penal. O mencionado art. 18 do CPP e a 
Súmula 524 do STF realmente permitem o desarquivamento do inquérito caso surjam provas novas. No 
entanto, essa possibilidade só existe na hipótese em que o arquivamento ocorreu por falta de provas, ou 
seja, por falta de suporte probatório mínimo (inexistência de indícios de autoria e certeza de materialidade). 
STJ. 6ª Turma. REsp 791.471/RJ , Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 25/11/2014 (Info 554). 
• STF: SIM. Para o STF, o arquivamento de inquérito policial em razão do reconhecimento de excludente de 
ilicitude não faz coisa julgada material. Logo, surgindo novas provas seria possível reabrir o inquérito policial, 
com base no art. 18 do CPP e na Súmula 524 do STF. STF. 1ª Turma. HC 95211, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/03/2009. 
STF. 2ª Turma. HC 125101/SP, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 25/8/2015 (Info 796). 
STF. Plenário. HC 87395/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/3/2017. (Info 858) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
MPF não tem acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência 
da Polícia Federal. 
Nota: somente aos de natureza persecutório-penal. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1439193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016. (Info 587) 
 
2. AÇÃO PENAL 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Antes das alterações introduzidas pela Lei n. 12.015/2009, o Ministério Público já era parte legítima para 
propor a ação penal pública incondicionada destinada a verificar a prática de crimes sexuais contra 
crianças. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 28/11/2022, DJe 
1º/12/2022. (Info 764) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O eventual trancamento de inquérito policial por excesso de prazo não impede, sempre e de forma 
automática, o oferecimento da denúncia. 
STF. 2ª Turma. HC 194023 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/09/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
 
 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f48c04ffab49ff0e5d1176244fdfb65c?categoria=12&subcategoria=125
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f48c04ffab49ff0e5d1176244fdfb65c?categoria=12&subcategoria=125
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A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB – não tem legitimidade para atuar como assistente de defesa de 
advogado réu em ação penal. 
STJ. RMS 63.393-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/06/2020, DJe 30/06/2020. (Info 675) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos em inquérito policial 
que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal considerando que a situação não se enquadrava 
no art. 1º da Lei 10.446/2002. 
Nota: O Fato de os crimes serem de competência da Justiça Estadual terem sido investigados pela PF não 
gera nulidade. O “princípio do juiz natural” (art. 5º, LIII, da Constituição Federal) não se estende para 
autoridades policiais, considerando que estas não possuem competência para julgar. 
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019. (Info 964) 
Obs. Declinada a competência do feito para a Justiça estadual, não cabe à Polícia Federal prosseguir nas 
investigações. STJ. HC 772.142-PE, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/3/2023, DJe 3/4/2023. 
(Info 773) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o 
processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019. (Info 654) 
 
2.1 Denúncia 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O depoimento testemunhal indireto não possui a capacidade necessária para sustentar uma acusação e 
justificar a instauração do processo penal, sendo imprescindível a presença de outros elementos 
probatórios substanciais. 
Nota: O testemunho indireto é conhecido também como testemunha auricular ou de auditus, e seu 
depoimento não está excluído do sistema probatório brasileiro, podendo ser valorado a critério do julgador. 
No ordenamento jurídico pátrio, não há previsão legal específica para a testemunha "de ouvir dizer", uma 
vez que não há distinção entre testemunhas diretas e indiretas. Ao contrário, alegislação penal brasileira 
determina que o depoimento testemunhal será admitido sempre que for relevante para a decisão. Os relatos 
indiretos e baseados em ouvir dizer não são elementos suficientes para garantir a viabilidade acusatória, 
sendo necessário que existam outros elementos probatórios robustos para embasar uma acusação 
consistente. Portanto, na análise, deve-se considerar a fragilidade dos depoimentos baseados em ouvir dizer 
na formação de um juízo acusatório. Assim, caso a acusação tenha como intenção apenas repetir o 
testemunho indireto, a ação penal se mostra sem perspectivas de sucesso desde o início. Nesse contexto, 
prosseguir com o processo torna-se apenas um ato de assédio processual contra o acusado. 
STJ. REsp 2.290.314-SE, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 23/5/2023, DJe 26/5/2023. (Info 776) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O reconhecimento da justa causa para a persecução criminal do delito do art. 324 do CPM exige que o 
Ministério Público indique, na denúncia, a lei, regulamento ou instrução alegadamente violada, além de 
descrever o ato prejudicial à administração militar. 
 
 
 
 
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=RMS63393
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STJ. CC 191.358-MS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, DJe 19/12/2022. (Info 763) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A JUSTA CAUSA é exigência legal para o recebimento da denúncia, instauração e processamento da ação 
penal, nos termos do artigo 395, III, do Código de Processo Penal, e consubstancia-se pela somatória de 
três componentes essenciais: 
TIPICIDADE, PUNIBILIDADE e VIABILIDADE. 
Nota: (a) TIPICIDADE (adequação de uma conduta fática a um tipo penal); 
(b) PUNIBILIDADE (além de típica, a conduta precisa ser punível, ou seja, não existir quaisquer das causas 
extintivas da punibilidade); 
e (c) VIABILIDADE (existência de fundados indícios de autoria). 
STF. 1ª Turma. HC 213.745/PR AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 09/05/2022. 
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. HC 129.678/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/06/2017. (Info 
869) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A justa causa é analisada sob a ótica retrospectiva e prospectiva. 
Nota: a justa causa é analisada apenas sob a ótica retrospectiva, voltada para o passado, com vista a quais 
elementos de informação foram obtidos na investigação preliminar já realizada. Todavia, a justa causa 
também deve ser apreciada sob uma ótica prospectiva, com o olhar para o futuro, para a instrução que será 
realizada, de modo que se afigura possível incremento probatório que possa levar ao fortalecimento do 
estado de simples probabilidade em que o juiz se encontra quando do recebimento da denúncia. 
STJ. Corte Especial. APn 989/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/02/2022 (Info 726). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é imprescindível 
que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios para a prática de uma série 
indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre os associados com essa finalidade, não 
bastando a menção da posição/cargo ocupado pela pessoa física na empresa. 
STJ. RHC 139.465-PA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022, DJe 31/08/2022. (Info 748). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate. 
Nota: A propositura da ação penal exige tão somente a presença de indícios mínimos de autoria. A certeza, 
a toda evidência, somente será comprovada ou afastada após a instrução probatória, prevalecendo, na fase 
de oferecimento da denúncia o princípio do in dubio pro societate. STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, 
julgado em 24/05/2018. 
⚠ CUIDADO! No julgamento do Agravo em Recurso Extraordinário nº 1.067.392, a 2ª Turma entendeu pela 
concessão de Habeas Corpus de ofício para reestabelecer a sentença de impronúncia proferida pelo 
magistrado de primeiro grau, tendo em vista a interpretação indevida do in dubio pro societate pelo Tribunal 
de Justiça no acórdão recorrido. 
O Supremo Tribunal Federal entendeu que houve interpretação "confusa e equivocada ocasionada pelo 
suposto princípio in dubio pro societate" consignando que referido princípio "além de não ter qualquer 
amparo constitucional ou legal, acarreta o completo desvirtuamento das premissas racionais de valoração 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202003307388%27.REG.
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da prova e desvirtua o sistema bifásico do procedimento do júri brasileiro, a esvaziar a função da decisão de 
pronúncia". ARE 1067392, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 26/03/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-167 DIVULG 01-
07-2020 PUBLIC 02-07-2020. 
Tal entendimento foi reafirmado pela Corte Suprema no recente julgamento do Habeas Corpus 
nº 180.144/GO, no qual destacou a ilegitimidade da invocação do in dubio pro societate frente à presunção 
de inocência assegurada pela Constituição Federal, e que havendo dúvida razoável, mesmo que na primeira 
fase do procedimento do Tribunal do Júri, esta deve beneficiar o réu. HC 180.144. Relator(a): CELSO DE MELLO, Segunda 
Turma, julgado em 10/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-255 DIVULG 21-10-2020 PUBLIC 22-10-2020. 
STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/04/2018. (Info 898) 
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 93.363/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 24/05/2018; STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1193119/BA, Rel. 
Min. Jorge Mussi, julgado em 05/06/2018; STF. 2ª Turma. ARE 986566 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/08/2017. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O Promotor de Justiça que passou a ter atribuição para atuar no caso não está vinculado às conclusões do 
Procurador-Geral de Justiça que estava anteriormente funcionando no processo. 
Nota: PGR ofereceu denúncia contra o réu perante o STJ. Este Tribunal declinou a competência para o TJ. Em 
virtude disso, o PGJ ratificou a denúncia. Ocorre que o TJ declinou a competência para o juízo de 1ª instância. 
O Promotor de Justiça que atua na 1ª instância decidiu não ratificar a peça acusatória, oferecendo nova 
denúncia incluindo, inclusive, novos réus. Não há qualquer nulidade neste caso. É possível o aditamento da 
denúncia a qualquer tempo antes da sentença final, garantidos o devido processo legal, a ampla defesa e o 
contraditório, especialmente quando a inicial ainda não tenha sido sequer recebida originariamente pelo 
juízo competente, como ocorreu no caso concreto. O membro do MP possui total liberdade na formação de 
seu convencimento (opinio delicti). Assim, a sua atuação não pode ser restringida ou ficar vinculada às 
conclusões jurídicas que o outro membro do MP chegou, mesmo que este atue em uma instância superior. 
Em outras palavras. 
STF. 1ª Turma. HC 137637/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 6/3/2018. (Info 893) 
 
2.2 Citação 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É NULA a citação realizada por aplicativo de mensagem (whatsapp) quando verificada a ausência de 
cautela apta a atestar, de forma cabal, a identidade do citando. 
Nota: Embora a viabilidade desse meio de comunicação, para fins de citação, seja objeto de polêmica, fato é 
que a jurisprudência desta Corte só tem declarado a nulidade quando verificado prejuízo concreto aodenunciado. 
STJ. HC 652.068-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 24/08/2021, DJe 30/08/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do CPP, o processo deve permanecer suspenso enquanto o 
réu não for localizado ou até que seja extinta a punibilidade pela prescrição. 
Nota: 
• Súmula nº 415, STJ. O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena 
cominada. 
STJ. 6ª Turma. RHC 135.970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693). 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202100758070%27.REG.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se for expedida carta rogatória para citar um acusado no exterior, o prazo prescricional ficará SUSPENSO 
até que ela seja cumprida, ou seja, o prazo prescricional voltará a correr antes mesmo que a carta seja 
juntada aos autos. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1.882.330/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/04/2021. (Info 691) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas 
suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo 
destinatário do ato processual. 
STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021. (Info 688) 
 
2.3 Sentença/Decisão 
 
O exercício do direito ao silêncio não pode servir de fundamento para descredibilizar o acusado nem para 
presumir a veracidade das versões sustentadas por policiais, sendo imprescindível a superação do 
standard probatório próprio do processo penal a respaldá-las. 
Nota: O direito ao silêncio, enumerado na Constituição Federal como direito de permanecer calado, é 
sucedâneo lógico do princípio nemo tenetur se detegere. Nesse sentido, é equivocado qualquer 
entendimento de que se conclua que seu exercício possa acarretar alguma punição ao acusado. A pessoa 
não pode ser punida por realizar um comportamento a que tem direito. O art. 5º, inc. LXIII, da CF, não deixa 
dúvidas quanto à não recepção do art. 198 do CPP, quando diz que o silêncio do acusado, ainda que não 
importe em confissão, poderá se constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. 
STJ. REsp 2.037.491-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 6/6/2023. (Info 780) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O art. 385 do Código de Processo Penal é compatível com o sistema acusatório e não foi tacitamente 
derrogado pelo advento da Lei n. 13.964/2019, responsável por introduzir o art. 3º-A no Código de 
Processo Penal. 
STJ.REsp 2.022.413-PA, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por maioria, julgado em 
14/2/2023. 
 
A sentença ou acórdão penal condenatório, ao fixar o valor mínimo para reparação dos danos causados 
pela infração (art. 387, IV, do CPP) poderá condenar o réu ao pagamento de danos morais coletivos. 
Nota: arts. 5°, X da CF e 186 do CC. 
STF. 2ª Turma. AP 1002/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 9/6/2020. (Info 981) 
 
2.4 Assistente de Acusação 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se o acórdão absolutório foi combatido tempestivamente pelo assistente de acusação, não houve 
formação de coisa julgada em favor do réu e o recurso deve ser apreciado pelo Tribunal. 
STF. 2ª Turma. HC 154076 AgR/PA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/10/2019. (Info 958) 
 
 
 
 
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2.5 Representação 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O mero comparecimento da vítima em observância ao mandado de intimação expedido pela autoridade 
policial, sem que seja colhida a manifestação expressa do interesse de representar, não configura 
representação para fins penais. 
STJ. REsp 2.097.134-RJ, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 21/11/2023, DJe 28/11/2023. (Info 797) 
 
3. COMPETÊNCIA 
 
3.1 Competência 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao juízo estadual processar e julgar crime de estelionato contra fundo estrangeiro no qual os atos 
desenvolvidos foram praticados em território nacional, ainda que diverso o domicílio de sócio lesado. 
STJ. AgRg no CC 192.274-RJ, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 8/3/2023, DJe 10/3/2023. (Info 775). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Tratando-se de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) e não havendo na localidade Vara especializada 
em delitos contra a criança e o adolescente, as ações penais distribuídas até 30/11/2022 tramitarão nas 
Varas às quais foram distribuídas originalmente ou após determinação definitiva do Tribunal local ou 
superior. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
18/4/2023, DJe 24/4/2023. (Info 773). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo juízo especializado para apurar e julgar crimes praticados contra criança e adolescente, é este o 
competente independentemente do tipo de crime. 
STJ. HC 807.617-BA, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 11/4/2023, DJe 18/4/2023 (Info 773). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A partir da entrada em vigor da Lei n. 13.431/2017, nas comarcas em que não houver vara especializada 
em crimes contra a criança e o adolescente, compete à vara especializada em violência doméstica julgar 
as ações penais que apurem crimes envolvendo violência contra crianças e adolescentes, 
independentemente de considerações acerca do sexo da vítima ou da motivação da violência, ressalvada 
a modulação de efeitos realizada no julgamento do EAREsp n. 2.099.532/RJ. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 14/2/2023. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo sentença prolatada quanto ao delito conexo, a competência para julgamento do delito 
remanescente deve ser aferida isoladamente. 
 
 
 
 
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Nota: Sobre o tema, a Súmula n. 235 do Superior Tribunal de Justiça dispõe que "[a] conexão não determina 
a reunião dos processos, se um deles já foi julgado." Embora o enunciado tenha origem em feitos de natureza 
cível, é pacífico o entendimento de que a sua orientação também é aplicável aos processos penais. 
STJ. CC 193.005-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 8/2/2023, DJe 15/2/2023. (Info 764). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação de documento público, consistente na 
falsificação de identidades funcionais do Poder Judiciário da União. 
STJ. CC 192.033-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, DJe 19/12/2022. (Info 763). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Após o advento do art. 23 da Lei n. 13.431/2017, nas comarcas em que não houver vara especializada em 
crimes contra a criança e o adolescente, compete à vara especializada em violência doméstica, onde 
houver, processar e julgar os casos envolvendo estupro de vulnerável cometido pelo pai (bem como pelo 
padrasto, companheiro, namorado ou similar) contra a filha (ou criança ou adolescente) no ambiente 
doméstico ou familiar. 
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 26/10/2022. (Info 755). 
 
No Concurso Será CobradoDa Seguinte Forma: 
Não tendo havido imputação de crime eleitoral ou a ocorrência de conexão de delito comum com delito 
eleitoral, não se justifica o encaminhamento do feito à Justiça Eleitoral. 
STJ. HC 746.737-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 06/09/2022, DJe 12/09/2022. (Info 749). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Terceira Seção deferiu o incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal em razão da 
incapacidade dos agentes públicos na condução de investigações, de identificar os autores dos 
homicídios/execuções cometidos nos casos conhecidos como "Maio Sangrento" e "Chacina do Parque 
Bristol". 
Nota: Os requisitos do incidente de deslocamento de competência são: 
a) grave violação de direitos humanos; 
b) necessidade de assegurar o cumprimento, pelo Brasil, de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais; 
c) incapacidade - oriunda de inércia, omissão, ineficácia, negligência, falta de vontade política, de condições 
pessoais e/ou materiais, etc. - de o Estado-Membro, por suas instituições e autoridades, levar a cabo, em 
toda a sua extensão, a persecução penal (IDC n. 1/PA, Terceira Seção do STJ). 
STJ. IDC 9-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/08/2022. (Info 744). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A competência para o julgamento do crime de estelionato, ainda que se tenha utilizado de imagens digitais 
adulteradas de passaporte válido de terceiro e documentos emitidos por órgão públicos federais, quando 
inexistente evidência de prejuízo a interesses, bens ou serviços da União, é da Justiça Estadual, devendo 
ser respeitada a regra de foro do domicílio da vítima no caso de o crime ser praticado mediante depósito, 
transferência de valores ou cheque sem provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado. 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202201686649%27.REG.
https://processo.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=IDC9
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CICLO I – SEMANA 03/42 
16 
STJ. CC 178.697-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 22/06/2022, DJe 27/06/2022. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência 
deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de 
terceiros, os serviços custeados pela vítima. 
Nota: Lei n. 14.155/2021, que acrescentou o § 4º do art. 70 do Código de Processo Penal - CPP com o seguinte 
teor: "nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), 
quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em 
poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será 
definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á 
pela prevenção". 
Todavia, a inovação legislativa disciplinou a competência do delito de estelionato em situações específicas 
descritas pelo legislador, as quais não ocorrem no caso concreto, porquanto os autos não noticiam a 
ocorrência transferências bancárias ou depósitos efetuados pela empresa vítima e tampouco de cheque 
emitido sem suficiente provisão de fundos. 
STJ. CC 185.983-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 11/05/2022, DJe 13/05/2022 (Info 736). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É pacífica a aplicabilidade da teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do 
inquérito policial quando autorizadas por juízo aparentemente competente. 
Nota: As provas colhidas ou autorizadas por juízo aparentemente competente à época da autorização ou 
produção podem ser ratificadas a posteriori, mesmo que venha aquele a ser considerado incompetente, ante 
a aplicação no processo investigativo da teoria do juízo aparente. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 156413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/04/2022 (Info 733). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O crime de estelionato praticado por meio de saque de cheque fraudado compete ao Juízo do local da 
agência bancária da vítima. 
Nota: a hipótese em análise não foi expressamente prevista na nova legislação, visto que não se trata de 
cheque emitido sem provisão de fundos ou com pagamento frustrado, mas de tentativa de saque de cártula 
falsa, em prejuízo de correntista. 
Sobre o tema, destaque-se que: (...) 3. Há que se diferenciar a situação em que o estelionato ocorre por meio 
do saque (ou compensação) de cheque clonado, adulterado ou falsificado, da hipótese em que a própria 
vítima, iludida por um ardil, voluntariamente, efetua depósitos e/ou transferências de valores para a conta 
corrente de estelionatário. Quando se está diante de estelionato cometido por meio de cheques adulterados 
ou falsificados, a obtenção da vantagem ilícita ocorre no momento em que o cheque é sacado, pois é nesse 
momento que o dinheiro sai efetivamente da disponibilidade da entidade financeira sacada para, em 
seguida, entrar na esfera de disposição do estelionatário. Em tais casos, entende-se que o local da obtenção 
da vantagem ilícita é aquele em que se situa a agência bancária onde foi sacado o cheque adulterado, seja 
dizer, onde a vítima possui conta bancária. (....) (AgRg no CC 171.632/SC, Rel. Ministro Reynaldo Sores da Fonseca, 
Terceira Seção, DJe 16/06/2020). 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202101037573%27.REG.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202200372140%27.REG.
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CICLO I – SEMANA 03/42 
17 
Assim, aplica-se o entendimento pela competência do Juízo do local do eventual prejuízo, que ocorre com a 
autorização para o saque do numerário no local da agência bancária da vítima. 
STJ. 3ª Seção. CC 182.977-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2022 (Info 728). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem 
conexos. 
Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos de ação penal 
privada. 
Obs. Ainda que haja o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do delito eleitoral. STF. 2ª Turma. 
RHC 177243/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 29/6/2021 (Info 1024). 
⚠ Cuidado! Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está SUPERADA: 1) 
Os embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na legislação processual penal, contudo 
podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral de impugnação interna, de forma que a eles não se 
aplica a isenção estipulada no art. 7º da Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento 
antecipado das custas. 
STJ. 5ª Turma. HC 612.636-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 
05/10/2021 (Info 713). 
Mesmo sentido: STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente 
provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência de 
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei 
nº 14.155/2021, ainda que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. 
STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021(Info 706). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao 
Programa Minha Casa Minha Vida. 
Nota: A vítima do crime de esbulho possessório, tipificado no art. 161, § 1º, II, do Código Penal é o possuidor 
direto, pois é quem exercia o direito de uso e fruição do bem. Na hipótese de imóvel alienado 
fiduciariamente, é o devedor fiduciário que ostenta essa condição, pois o credor fiduciário possui tão-
somente a posse indireta. A Caixa Econômica Federal, enquanto credora fiduciária e, portanto, possuidora 
indireta, não é a vítima do referido delito. Contudo, no âmbito cível, a empresa pública federal possui 
legitimidade concorrente para propor eventual ação de reintegração de posse, diante do esbulho ocorrido. 
A sua legitimação ativa para a ação possessória demonstra a existência de interesse jurídico na apuração do 
crime, o que é suficiente para fixar a competência penal federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 179.467-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/06/2021 (Info 700). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A simples constatação de que os medicamentos apreendidos em poder do réu eram de procedência 
estrangeira não atrai a competência da Justiça federal para processar e julgar o feito. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.889.515/SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 2/02/2021. 
 
 
 
 
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18 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Mesmo assim, se for praticado falso testemunho em 
processo que ali tramita, a competência será da Justiça do Distrito Federal (e não da Justiça Federal 
comum). Isso porque a Justiça do Distrito Federal possui competência para julgar crimes, não havendo 
interesse direto e específico da União a atrair o art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 166732-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se o STF determinar que Justiça Eleitoral de 1ª instância apure crime eleitoral e também crime federal 
conexos e, ao receber os autos, a Justiça Eleitoral arquivar a investigação do crime eleitoral e remeter os 
autos à Justiça Federal, isso afrontará a decisão do STF. 
Nota: o Juízo Eleitoral arquivou o inquérito e remeteu os autos à Justiça Federal, mesmo diante da expressa 
decisão dessa Corte que fixou sua competência para supervisão dos fatos. As instâncias inferiores, portanto, 
ignoraram os termos da decisão reclamada, que assentou a competência da Justiça Eleitoral para o 
processamento e a apuração dos fatos em questão. 
CUIDADO: Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. Cabe 
à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e, 
em não havendo, remeter os casos à Justiça competente. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 13 e 14/3/2019. (Info 933) 
STF. 2ª Turma. Rcl 34805 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1º/9/2020. (Info 989) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material 
pornográfico, acessível transnacionalmente, envolvendo criança ou adolescente, quando praticados por 
meio da rede mundial de computadores (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990). 
STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 393). (Info 990) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Justiça do Trabalho NÃO tem competência para processar e julgar ações penais. 
STF. Plenário. ADI 3684, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 11/05/2020. (Info 980) 
 
 
3.2 Competências Das Justiças Federais X Justiça Estadual 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A inserção de dados falsos em sistema de dados federais não fixa, por si só, a competência da Justiça 
Federal, a qual somente é atraída quando houver ofensa direta a bens, serviços ou interesses da União ou 
órgão federal. 
STJ. AgRg no CC 193.250-GO, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 24/5/2023, DJe 29/5/2023. 
(Info 780). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
 
 
 
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Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de produção de medicamentos sem registro no 
órgão competente, mesmo na ausência de prova incontestável sobre a transnacionalidade das condutas, 
contanto que haja indícios concretos de que as matérias-primas foram adquiridas do exterior. 
STJ. CC 188.135-GO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Rel. para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, por maioria, julgado em 8/2/2023, 
DJe 23/2/2023 (Info 779). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao Tribunal do Júri Federal julgar causa na qual há demonstração de interesse federal específico 
em relação ao crime doloso contra a vida, ou quando há conexão deste com crime federal. 
STJ. CC 194.981-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 24/5/2023 (Info 778). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça estadual processar e julgar causa quando não se verifica, da atuação de indiciado que 
se autodeclara quilombola, disputa alguma por terra quilombola ou interesse da comunidade na ação 
delituosa. 
STJ. CC 192.658-RO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/5/2023, DJe 16/5/2023. (Info. 777) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal o julgamento de crime de falsidade ideológica, consistente no fornecimento de 
informação inverídica a servidor da FUNAI, para fins de emissão de Registro Administrativo de Nascimento 
de Indígena - RANI. 
STJ. CC 193.369-PR, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 2/3/2023, DJe 7/3/2023. (Info. 766) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Federal processar e julgar o conteúdo de falas de suposto cunho homofóbico divulgadas 
na internet, em perfis abertos da rede social Facebook e na plataforma de compartilhamento de vídeos 
Youtube, ambos de abrangência internacional. 
Nota: O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão n. 
26, de relatoria do Ministro Celso de Mello, deu interpretação conforme a Constituição para enquadrar a 
homofobia e a transfobia, qualquer que seja a forma de sua manifestação, nos diversos tipos penais definidos 
na Lei n. 7.716/1989, até que sobrevenha legislação autônoma, editada pelo Congresso Nacional. 
STJ. CC 191.970-RS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/12/2022, (Info. 761) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Nos delitos de tráfico de entorpecentes interestadual ocorrido em aeronave, e uma vez apreendida a droga 
em solo, a competência para o julgamento da ação penal será da Justiça Estadual. 
STJ. AgRg no HC 691.423-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 07/06/2022, DJe 14/06/2022. (Edição 
Extraordinária n. 7) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio emergencial pagos durante 
a pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema de segurança de instituição privada, SEM que 
haja fraude direcionada à instituição financeira federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 182.940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/10/2021 (Info 716). 
 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+HC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22691423%22%29+ou+%28%28AGRHC+ou+%22AgRg+no+HC%22%29+adj+%22691423%22%29.suce.PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de constituição estadual que proíbe a caça 
em seu respectivo território. 
STF. Plenário. ADI 350/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Info 1022). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Estadual o pedido de habeas corpus preventivo para viabilizar, para fins medicinais, o 
cultivo, uso, porte e produção artesanal da Cannabis (maconha), bem como porte em outra unidade da 
federação, quando não demonstrada a internacionalidade da conduta. 
STJ. CC 171.206-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/06/2020, DJe 16/06/2020. (Info 673) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Os crimes relacionados com pirâmide financeira envolvendo criptomoedas são, em princípio, de 
competência da Justiça Estadual. 
STJ. 3ª Seção. CC 170392-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/06/2020. (Info 673) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Estadual julgar homicídio praticado por Policial Rodoviário Federal após desavença no 
trânsito ocorrida no seu deslocamento de casa para o trabalho. 
Nota: o deslocamento do réu não guarda qualquer vinculação com o exercício das funções de PRF. 
STF. HC 157012/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 10.12.2019. (HC-157012). (Info 963) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL julgar crime contra a vida em desfavor de policiais militares, consumado ou 
tentado, praticado no contexto de crime de roubo armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas 
da União. 
STJ. CC 165.117-RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 23/10/2019, DJe 30/10/2019 (Info 659) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de ar quente tripulados. 
Nota: os balões de ar quente não se enquadram no conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei n. 7.565/86), 
razão pela qual não se aplica a competência da J. Federal. 
STJ. 3ª Seção. CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019. (Info 648) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A competência da Justiça Federal pressupõe a demonstração concreta das situações veiculadas no art. 109 
da Constituição Federal (CF). A mera condição de servidor público não basta para atraí-la, na medida em 
que o interesse da União há de sobressair das funções institucionais, não da pessoa do paciente. 
STF. HC 157012/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 23.4.2019. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a competência da Justiça 
Federal. 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202000612666%27.REG.
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/987b75e2727ae55289abd70d3f5864e6?categoria=12&subcategoria=127
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=157012&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5461438
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Nota: Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no exterior e que 
lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o nosso país negado a extradição para 
o Estado estrangeiro. Somente será de competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das 
hipóteses do art. 109 da CF/88. 
STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019. (Info 936) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL apreciar o pedido de medida protetiva de urgência decorrente de crime de 
ameaça contra a mulher cometido por meio de rede social de grande alcance, quando iniciado no 
estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil. 
CASO: concessão de medidas protetivas em favor de mulher ameaçada por ex-namorado que mora nos EUA 
e fez ameaças por meio de facebook. 
STJ. 3ª Seção. CC 150.712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018. (Info 636) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL o julgamento dos crimes de contrabando e de descaminho, ainda que 
inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 
STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018. (Info 635) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete à JUSTIÇA FEDERAL o processamento e o julgamento da ação penal que versa sobre crime 
praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição, 
aplicável o art. 109, IV, da CF/88. 
STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018. (Info 625) 
 
3.3 Conflitos de Atribuições 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A Justiça Militar é incompetente para processar e julgar crime cometido por policial militar que, ainda que 
esteja na ativa, pratica a conduta ilícita fora do horário de serviço, em contexto dissociado do exercício 
regular de sua função e em lugar não vinculado à Administração Militar. 
STJ. HC 764.059-SP, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023. (Info 763) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é da competência do juiz militar determinar o arquivamento do inquérito que investiga fato que possa 
ter adequação típica de crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil, ainda que sua 
conclusão aponte para a presença de excludente de ilicitude de legítima defesa e/ou do estrito 
cumprimento do dever legal. 
STJ. AgRg nos EDcl no REsp 1.961.504-PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe 
27/06/2022. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos 
estaduais. 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28ADRESP.clas.+ou+%22AgRg+nos+EDcl+no+REsp%22.clap.%29+e+%40num%3D%221961504%22%29+ou+%28%28ADRESP+ou+%22AgRg+nos+EDcl+no+REsp%22%29+adj+%221961504%22%29.suce.
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22 
STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. 
 
3.4 Foro por Prerrogativa de Função 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao STF processar e julgar ação penal ajuizada contra civis e militares não detentores de foro 
privilegiado quando existir evidente conexão entre as suas condutas e as apuradas no âmbito mais 
abrangente de procedimentos em trâmite na Corte que envolvam investigados com prerrogativa de foro. 
Nota: No contexto dos crimes multitudinários (de multidão ou de autoria coletiva), e levando-se em 
consideração a responsabilidade penal subjetiva, todos os agentes respondem pelos resultados lesivos aos 
bens jurídicos. 
STF. AP 1.060/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento finalizado em 14.9.2023. (Info 1108) 
 
NoConcurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo solução de continuidade entre os mandatos, não exercidos de maneira ininterrupta, cessa o foro 
por prerrogativa de função referente a atos praticados durante o primeiro mandato. 
STJ. AgRg no RHC 182.049-DF, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 8/8/2023, DJe 16/8/2023. (Info 785) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
As mesmas garantias e prerrogativas outorgadas aos Desembargadores dos Tribunais de Justiça devem ser 
estendidas aos Conselheiros estaduais e distritais, no que se inclui o reconhecimento do foro por 
prerrogativa de função durante o exercício do cargo, haja, ou não, relação de causalidade entre a infração 
penal e o cargo. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Raul Araújo, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 16/8/2023. (Info. 783) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Compete ao Superior Tribunal de Justiça, para os fins preconizados pela regra do foro por prerrogativa de 
função, processar e julgar governador em exercício que deixou o cargo de vice-governador durante o 
mesmo mandato, quando os fatos imputados digam respeito ao exercício das funções no âmbito do Poder 
Executivo estadual. 
STJ. QO no AgRg na APn 973-RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Rel. para acórdão Ministro Luis Felipe Salomão, Corte Especial, por maioria, 
julgado em 3/5/2023. (Info 775). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A superveniente aposentadoria da autoridade detentora do foro por prerrogativa de função cessa a 
competência do Superior Tribunal de Justiça para o processamento e julgamento do feito. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Francisco Falcão, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 7/12/2022, DJe 16/12/2022. (Info 
762). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A prerrogativa de foro não se estende a terceiro que compartilhe imóvel com autoridade não investigada. 
Nota: No caso, considerando que o detentor de foro por prerrogativa de função não é objeto da investigação, 
não há razão para se estender a terceiro a prerrogativa de foro, ainda que compartilhem o mesmo domicílio. 
 
 
 
 
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23 
A respeito do tema, o STF também já decidiu que a prerrogativa de foro se relaciona à autoridade, e não à 
titularidade de um imóvel. No julgamento da Reclamação 36.956/SP, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, 
ficou definido que a questão central para validar a admissibilidade da diligência é a incomunicabilidade do 
seu resultado com o titular da prerrogativa de foro. 
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 
7/11/2022. (Info 759). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... 
Não sendo o crime praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função, as regras 
de competência não são alteradas pela superveniente posse no cargo de Prefeito Municipal. 
STJ. REsp 1.982.779-AC, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
14/09/2022, DJe 20/09/2022. (Info 755). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É inconstitucional, por violação ao princípio da simetria, norma de Constituição Estadual que confere foro 
por prerrogativa de função a autoridades que não guardam semelhança com as que o detém na esfera 
federal. 
Nota: Julgado se refere a “Reitores de Universidades Públicas” e “Diretores Presidentes das entidades da 
Administração Estadual Indireta.” 
⇾ Mesmo sentido: 
• É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a 
autoridades não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria. STF. Plenário. 
ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 1026). 
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos. STF. Plenário. ADI 558/RJ, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021. 
• É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função para 
Defensores Públicos e Procuradores do Estado. Info. 1000, STF. 
• É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no 
Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de 
Polícia. STF, Info 940. 
STF. ADI 6511/RR, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 13.9.2022. (Info 1067) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A competência penal originária do STF para processar e julgar parlamentares alcança os congressistas 
federais no exercício de mandato em casa parlamentar diversa daquela em que consumada a hipotética 
conduta delitiva, desde que não haja solução de continuidade. 
Nota: Mandato cruzado. 
STF. Precedente: AP 937 QO Inq 4342 QO/PR, relator Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 1º.4.2022 (Info 1049). 
 
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A competência para o julgamento de crime praticado por Promotor de Justiça, em contexto que não guarda 
relação com as atribuições do cargo, é do Tribunal de Justiça, revelando-se inviável a extensão do 
entendimento exarado pelo STF na QO na AP 937. 
STJ. 5ª Turma. HC 684.254-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 23/11/2021, DJe 29/11/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito ou outro 
procedimento investigatório em face de autoridade com foro por prerrogativa de função em Tribunal de 
Justiça. STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720). 
Nota: Em sentido diverso (mas já superado), em 23 de agosto de 2021, no julgamento do Habeas Corpus nº 
177.992 AgR/GO, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que “o ato de instauração de inquérito ou 
procedimento investigatório contra prefeitos municipais independe de autorização do Tribunal competente 
para processar e julgar o detentor da prerrogativa de foro”: 
"A jurisprudência tanto do Pretório Excelso quanto deste Sodalício é assente no sentido da desnecessidade 
de prévia autorização do Judiciário para a instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal 
contra agente com foro por prerrogativa de função, dada a inexistência de norma constitucional ou 
infraconstitucional nesse sentido, conclusão que revela a observância ao sistema acusatório adotado pelo 
Brasil, que prima pela distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos distintos. 3. O Superior 
Tribunal de Justiça assentou o entendimento de que o mero indiciamento em inquérito policial, desde que 
não seja abusivo e ocorra antes do recebimento da exordial acusatória, não constitui manifesto 
constrangimento ilegal a ser sanável na via estreita do writ. (STJ, AgRg no HC 404228 / RJ, 5ª T, 01/03/2018)". 
"Não há razão jurídica para condicionar a investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função a 
prévia autorização judicial. Note-se que a remessa dos autos ao órgão competente para o julgamento do 
processo não tem relação com a necessidade de prévia autorização para investigar, mas antes diz respeito 
ao controle judicial exercido nos termos do art. 10, § 3º, do Código de Processo Penal. De fato, o Código de 
Ritos prevê prazos para que a investigação se encerre, sendo possível sua prorrogação pelo Magistrado. 
Contudo, não se pode confundir referida formalidade com a autorização

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