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Caderno de Jurisprudência (2)

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA 
CICLO I - SEMANA 04 
 
 
 
 
 
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COMO UTILIZAR O MATERIAL 
 
 
Este material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que, por meio da leitura 
recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ. Em caso de dúvida sobre o teor do 
julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site Dizer o Direito e estude o informativo na íntegra, já 
que nosso objetivo é somente trazer os principais pontos de forma a facilitar os estudos e revisão. 
 
Observação: foram inseridos também os julgados considerados MAIS IMPORTANTES com data anterior ao 
ano de 2018. 
 
 
Sumário 
Sumário ............................................................................................................................................................... 2 
SEMANA 04 ......................................................................................................................................................... 3 
4.4 Outros Temas ............................................................................................................................................. 3 
5. PROCEDIMENTO ............................................................................................................................................. 6 
5.1 Audiência de Custódia ................................................................................................................................. 6 
5.2 Procedimento Previsto na Lei nº 8.038/90 .................................................................................................... 7 
5.3 Temas Diversos ........................................................................................................................................... 7 
6. PROVAS .........................................................................................................................................................11 
6.1 Inviolabilidade de Domicílio ....................................................................................................................... 11 
6.2 Do Reconhecimento .................................................................................................................................. 14 
6.3 Da Busca Pessoal ...................................................................................................................................... 17 
6.3 Da Busca e Apreensão ............................................................................................................................... 18 
6.4 Outros ..................................................................................................................................................... 20 
7. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ......................................................................................................................30 
8. TRIBUNAL DO JÚRI ........................................................................................................................................34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEMANA 04 
 
4.4 Outros Temas 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É incompatível com a Constituição Federal de 1988 — por ofensa ao princípio da isonomia (CF/1988, arts. 
3º, IV; e 5º, “caput”) — a previsão contida no inciso VII do art. 295 do Código de Processo Penal (CPP) que 
concede o direito a prisão especial, até decisão penal definitiva, a pessoas com diploma de ensino superior. 
STF. ADPF 334/DF, relator Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 31.3.2023. (Info 1089) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A escolha pelo Magistrado de medidas cautelares pessoais, em sentido diverso das requeridas pelo 
Ministério Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex 
officio. 
Nota: In casu, na audiência de custódia, o Ministério Público manifestou-se pela concessão de liberdade 
provisória mediante o pagamento de fiança. O Juízo singular acolheu o pleito e fixou, também, a medida de 
recolhimento domiciliar em período noturno e nos dias de folga. 
A determinação do magistrado, em sentido diverso do requerido pelo Ministério Público, pela autoridade 
policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex officio, uma vez que lhe é permitido 
operar conforme os ditames legais, desde que previamente provocado, no exercício de sua jurisdição. 
Não há que se falar em ofensa ao princípio acusatório ou ao da correlação, porquanto, depois de 
devidamente provocado é o juízo que tem a responsabilidade de analisar a suficiência das medidas cautelares 
à luz do caso concreto, sempre com vistas à garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, como prescreve o art. 
312, caput, do CPP. 
STJ. AgRg no HC 626.529-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe 03/05/2022. (Info 
735) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A decretação de prisão temporária somente é cabível quando: 
(i) for imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
(ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; 
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; 
(iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias do fato e às condições pessoais do 
indiciado; e 
(v) não for suficiente a imposição de medidas cautelares diversas. 
STF. Plenário. ADI 3360/DF e ADI 4109/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o acórdão Min. Edson Fachin, julgados em 11/2/2022 (Info 1043). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Em razão da pandemia de covid-19, concede-se a ordem para a soltura de todos os presos a quem foi 
deferida liberdade provisória condicionada ao pagamento de fiança e que ainda se encontram submetidos 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+HC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22626529%22%29+ou+%28%28AGRHC+ou+%22AgRg+no+HC%22%29+adj+%22626529%22%29.suce.
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à privação cautelar em razão do não pagamento do valor. Não se mostra proporcional, neste período de 
pandemia, a manutenção dos réus na prisão, tão somente em razão do não pagamento da fiança, visto 
que os casos - notoriamente de menor gravidade – não revelam a excepcionalidade imprescindível para o 
decreto preventivo. 
STJ. 3ª Seção. HC 568693-ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não se conhece de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro do STJ que nega 
liminar mantendo decisão do TJ que determinou a execução provisória da pena em caso de condenação 
pelo Tribunal do Júri. 
Nota: aplica-se o raciocínio da Súmula 691- STF. 
O caso concreto envolve uma condenação pelo Tribunal do Júri. Alguns Ministros do STF que entendem que 
seria possível a execução provisória da pena nas condenações do Tribunal do Júri. Isso porque, em razão da 
soberania dos vereditos, o Tribunal não pode reexaminar os fatos decididos pelos jurados. 
MAS VEJA: Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade do art. 
492, I, do CPP, deve ser reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de execução provisória da 
pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal do júri com reprimenda igual ou superior a 15 anos de 
reclusão. STJ AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT),Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, 
Quinta Turma, por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022. 
STF. 1ª Turma. HC 175808/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019. (Info 964) 
Mesmo sentido: STF. Plenário. HC 170263, Rel. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020 (Info 985). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se o Tribunal de 2ª instância determinou a execução provisória da pena, mas o juiz já havia negado o direito 
do condenado de recorrer em liberdade, não cabe a soltura do réu com base no novo entendimento do 
STF de que é proibida a execução provisória da pena. 
Nota: a manutenção da prisão não foi apenas por conta da execução provisória da pena. 
STF. 1ª Turma. HC 176723/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/12/2019. (Info 964) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações pelo Tribunal do Júri. 
Nota: Em dezembro de 2019, foi inserido no ordenamento jurídico o “Pacote Anticrime” com a seguinte 
redação: “Art. 492. .................................................................................................. 
I - ............................................................................................................................................... 
................................................................................................................................................... 
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos 
da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, 
DETERMINARÁ A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS PENAS, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, 
sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; 
................................................................................................................................................... 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+HC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22714884%22%29+ou+%28%28AGRHC+ou+%22AgRg+no+HC%22%29+adj+%22714884%22%29.suce.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492ie.
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§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, DEIXAR DE AUTORIZAR A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DAS PENAS 
de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo 
tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação.” 
Assim, deve-se ficar atento aos próximos entendimentos dos Tribunais acerca do tema. 
STF. 2ª Turma. HC 163814 ED/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/11/2019 (Info 960). 
Mesmo sentido: STF. 1ª Turma. ARE 1066359 AgR/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961). 
STF. 2ª Turma. HC 136223, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, julgado em 25/04/2017 STJ. 5ª Turma. HC 438.088, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 24/05/2018. STJ. Presidente Min. Laurita Vaz, em decisão monocrática no HC 458.249, julgado em 12/07/2018. 
E MAIS RECENTE: Pendente de julgamento no STF o Tema n. 1.068, em que se discute a constitucionalidade do art. 492, I, do CPP, deve ser 
reafirmado o entendimento do STJ de impossibilidade de execução provisória da pena mesmo em caso de condenação pelo tribunal do júri com 
reprimenda igual ou superior a 15 anos de reclusão. 
AgRg no HC 714.884-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, 
por maioria, julgado em 15/03/2022, DJe 24/03/2022. 
Obs.: existe decisão da 1ª Turma em sentido contrário, ou seja, afirmando que “a prisão de réu condenado por decisão do Tribunal do Júri, ainda que 
sujeita a recurso, não viola o princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª Turma. HC 118770, Relator p/ Acórdão 
Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017). 
Há ainda, STF. 1ª Turma. HC 140449/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/11/2018 (Info 922), também 
no sentido: É possível a execução da condenação pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri, independentemente do julgamento da apelação ou de 
qualquer outro recurso, em face do princípio da soberania dos veredictos. Assim, nas condenações pelo Tribunal do Júri não é necessário aguardar 
julgamento de recurso em segundo grau de jurisdição para a execução da pena. 
Vale ressaltar, contudo, que as decisões foram tomada antes do resultado das ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, julgadas em 7/11/2019. Além 
disso, verifique a nota abaixo. 
Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o cumprimento da 
pena, é constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, 
LVII, da CF/88. Assim, é proibida a chamada “execução provisória da pena”. 
Nota: 
• Súmula nº 643, STJ. A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da 
condenação. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 10/02/2021. 
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 7/11/2019. (Info 958) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A SV 56 destina-se com exclusividade aos casos de cumprimento de pena, ou seja, aplica-se tão somente 
ao preso definitivo ou àquele em execução provisória da condenação. Não se pode estender a citada 
súmula vinculante ao preso provisório (prisão preventiva). 
Nota: Súmula vinculante 56-STF- A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do 
condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os parâmetros fixados 
no Recurso Extraordinário (RE) 641320. 
STJ. 5ª Turma. RHC 99.006/PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019. (Info 642) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa, determine 
transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário federal. 
STJ. Terceira Seção, julgado em 27/11/2018, DJe 5/12/2018. (Info 660) 
Súmula 639, STJ 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art492%C2%A73
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+HC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22714884%22%29+ou+%28%28AGRHC+ou+%22AgRg+no+HC%22%29+adj+%22714884%22%29.suce.
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5. PROCEDIMENTO 
 
5.1 Audiência de Custódia 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A superveniência da realização da audiência de instrução e julgamento não torna superada a alegação de 
ausência de audiência de custódia. 
STF. 2ª Turma. HC 202579 AgR/ES e HC 202700 AgR/SP, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgados em 
26/10/2021. (Info 1036) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A ausência de realização de audiência de custódia não implica a nulidade do decreto de prisão preventiva. 
VEJA TAMBÉM: A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão preventiva, 
uma vez atendidos os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal e observados direitos e garantias 
versados na Constituição Federal. STF. 1ª Turma. HC 198.784, Rel. Min. Marco Aurélio, Dje em 16/06/2021. 
STF. 2ª Turma. HC 201506 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/08/2021.No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A audiência de custódia (ou de apresentação) constitui direito público subjetivo, de caráter fundamental, 
assegurado por convenções internacionais de direitos humanos a que o Estado brasileiro aderiu, já 
incorporadas ao direito positivo interno (Convenção Americana de Direitos Humanos e Pacto Internacional 
sobre Direitos Civis e Políticos). Traduz prerrogativa não suprimível assegurada a qualquer pessoa. Sua 
imprescindibilidade tem o beneplácito do magistério jurisprudencial (ADPF 347 MC) e do ordenamento 
positivo doméstico (Lei nº 13.964/2019 e Resolução 213/2015 do CNJ). 
Nota: A ausência da realização da audiência de custódia qualifica-se como causa geradora da ilegalidade da 
própria prisão em flagrante, com o consequente relaxamento da privação cautelar da liberdade. Se o 
magistrado deixar de realizar a audiência de custódia e não apresentar uma motivação idônea para essa 
conduta, ele estará sujeito à tríplice responsabilidade, nos termos do art. 310, § 3º do CPP. 
Obs1.: STJ possui julgados em sentido contrário: A não realização de audiência de custódia não induz a 
ilegalidade do decreto preventivo, cujos fundamentos e requisitos de validade não incluem a prévia 
realização daquele ato, vinculados, por força de lei, ao que dispõem os arts. 312 e 313 do CPP. STJ. 6ª Turma. HC 
598.525/BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020. Obs2: a audiência de custódia deve ser realizada em todas 
as modalidades de prisão, inclusive as temporárias, preventivas e definitivas (STF RCL 29303). 
STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020. (Info 994) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A decisão que, na audiência de custódia, determina o relaxamento da prisão em flagrante sob o argumento 
de que a conduta praticada é atípica não faz coisa julgada. Assim, esta decisão não vincula o titular da ação 
penal, que poderá oferecer acusação contra o indivíduo narrando os mesmos fatos e o juiz poderá receber 
essa denúncia. 
STF. 1ª Turma. HC 157306/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/9/2018. (Info 917) 
 
 
 
 
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5.2 Procedimento Previsto na Lei nº 8.038/90 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Promotor de Justiça condenado criminalmente pelo Tribunal de Justiça impetrou habeas corpus alegando 
que o julgamento seria nulo por não ter observado o art. 400 do CPP, já que o interrogatório do acusado 
não foi o último ato da instrução. O Min. Relator Marco Aurélio indeferiu a ordem manifestando sua 
posição no sentido de que não se deve aplicar a regra geral do art. 400 do CPP (interrogatório como último 
ato) considerando que, por se tratar de Promotor de Justiça, julgado perante o Tribunal de Justiça, a norma 
aplicável seria a do art. 7º da Lei nº 8.038/90, segundo a qual a audição do acusado é o primeiro ato do 
procedimento. O Min. Alexandre de Moraes votou por indeferir a ordem com base em outro fundamento, 
alegando que a defesa não demonstrou prejuízo, afirmando, portanto, que não haverá declaração de 
nulidade quando não demonstrado o efetivo prejuízo causado à parte (pas de nullité sans grief). 
Nota: independente do julgado acima, acredita-se que o STF continue com o entendimento de que o 
interrogatório deve ser o último ato da instrução, mesmo nos processos regidos pela Lei nº 8.038/90. Isso 
porque, antes de 2008, o interrogatório era o primeiro ato da instrução. O indivíduo era citado para ser 
interrogado (prevalecia a ideia de que o interrogatório era um “meio de prova”). Depois do interrogatório 
eram realizados os demais atos de instrução. Com a edição da Lei nº 11.719/2008, o art. 400 do CPP foi 
alterado e o interrogatório passou a ser o último ato da instrução probatória. 
STF. 1ª Turma. HC 178252/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/6/2020. (Info 980) 
 
VEJA EM SENTIDO CONTRÁRIO DENTRO DO PRÓPRIO STF: 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Nos processos criminais que tramitam perante o STF e o STJ, cujo procedimento é regido pela Lei nº 
8.038/90, o interrogatório também é o último ato de instrução. Apesar de não ter havido uma alteração 
específica do art. 7º da Lei 8.038/90, com base no CPP, entende-se que o interrogatório é um ato de defesa, 
mais bem exercido depois de toda a instrução, porque há possibilidade do contraditório mais amplo. 
Assim, primeiro devem ser ouvidas todas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa para, só 
então, ser realizado o interrogatório. 
STF. 1ª Turma. AP 1027/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto Barroso, julgado em 2/10/2018. (Info 918) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No rito especial da Lei nº 8.038/90, a rejeição da denúncia é balizada pelo art. 395 do CPP e a 
improcedência da acusação é pautada pelo disposto no art. 397 do CPP (que trata sobre a absolvição 
sumária). 
STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019. (Info 657) 
 
5.3 Temas Diversos 
 
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O interrogatório do réu é o último ato da instrução criminal. A inversão da ordem prevista no art. 400 do 
CPP tangencia somente à oitiva das testemunhas e não ao interrogatório. O eventual reconhecimento da 
nulidade se sujeita à preclusão, na forma do art. 571, I e II, do CPP, e à demonstração do prejuízo para o 
réu. 
STJ. REsp 1.946.472-PR, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Terceira Seção, por maioria, julgado em 13/9/2023 (Tema 1114). (Info 787) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É justificável a antecipação de prova no caso de depoimento especial de adolescente vítima de possível 
crime sexual - na forma da Lei n. 13.431/2017 - pela relevância da palavra da vítima em crimes dessa 
natureza e na sua urgência pela falibilidade da memória de crianças e adolescentes. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 6/3/2023, DJe 14/3/2023. 
(Info 767) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A oitiva do representado deve ser o último ato da instrução no procedimento de apuração de ato 
infracional. 
Nota: o Supremo Tribunal Federal, em recentes decisões monocráticas, tem aplicado a orientação firmada 
no HC 127.900/AM ao procedimento de apuração de ato infracional, sob o fundamento de que o art. 400 do 
Código de Processo Penal possibilita ao representado exercer de modo mais eficaz a sua defesa e, por essa 
razão, em uma aplicação sistemática do direito, tal dispositivo legal deve suplantar o estatuído no art. 184 
da Lei n. 8.069/1990. Nessa conjuntura, é necessária a revisão do entendimento consolidado no Superior 
Tribunal de Justiça para adequá-lo à jurisprudência atual da Suprema Corte, no sentido de que a oitiva do 
representado deve ser o último ato da instrução no procedimento de apuração de ato infracional. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 28/2/2023. (Info 766) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É inconstitucional norma estadual que confere à Defensoria Pública o poder de requisição para instaurar 
inquérito policial. 
Nota: O poder de requisitar a instauração de inquérito policial está intrinsecamente ligado à persecução 
penal no País, o que exige uma disciplina uniforme em todo o território nacional. Nesse contexto, o Código 
de Processo Penal — norma editada no exercício da competência privativa da União para legislar sobre 
direito processual (CF/1988, art. 22, I) — já delimitou essa atribuição, conferindo-a somente à autoridade 
judiciária ou ao Ministério Público. 
STF. ADI 4.346/MG, relator Ministro RobertoBarroso, redator do acórdão Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 
10.3.2023. (Info 1086) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É possível a antecipação de provas para a oitiva de testemunhas policiais, dado que, pela natureza dessa 
atividade profissional, diariamente em contato com fatos delituosos semelhantes, o decurso do tempo 
traz efetivo risco de perecimento da prova testemunhal por esquecimento. 
STJ. REsp 1.846.407-RS, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/12/2022. (Info 764) 
 
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A ausência do membro do Ministério Público na oitiva de testemunhas da acusação durante audiência de 
instrução não permite que o magistrado formule perguntas diretamente a estas, assumindo função 
precípua do Parquet. 
Nota: A ausência do Ministério Público à audiência de instrução não dá, à autoridade judicial, a liberdade de 
assumir a função precípua do Parquet, que deve prosseguir a audiência sem as perguntas acusatórias ou, 
então, suspender a audiência e marcar uma nova data. O magistrado, ao iniciar os questionamentos e 
formular a maioria das perguntas, assume o protagonismo na inquirição de testemunhas, presumindo-se o 
prejuízo sofrido pela defesa (EDcl no HC 741.725/RS, Ministro Sebastião Reis Junior, Sexta Turma, DJe 27/10/2022). 
STJ. REsp 1.846.407-RS, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/12/2022. (Info 761) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É lícito ao juiz alterar a tipificação jurídica da conduta do réu no momento da sentença, sem modificar os 
fatos descritos na denúncia, sendo desnecessária a abertura de prazo para aditamento. 
STJ. AgRg no HC 770.256-SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 4/11/2022. (Info 761) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No âmbito da audiência de inquirição de testemunhas, a ausência de contato prévio entre o réu e seu 
defensor dativo configura cerceamento de defesa. 
STJ. REsp 1.794.907-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022. (Info 749) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A gravação ambiental em que advogados participam do ato, na presença do inquirido e dos representantes 
do Ministério Público, inclusive se manifestando oralmente durante a sua realização, ainda que 
clandestina ou inadvertida, realizada por um dos interlocutores, não configura crime, escuta ambiental, 
muito menos interceptação telefônica. 
Nota: Embora não se afigure ética e moralmente louvável a realização de gravação clandestina, contrária às 
diretrizes preconizadas pela autoridade incumbida para o ato, a realidade é que, naquela conjuntura, não se 
revelou ilegal, muito menos criminosa. 
STJ. 5ª Turma. HC 662.690-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 17/05/2022. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É inexigível o pagamento de custas processuais em embargos de divergência oriundos de ação penal 
pública. 
Nota: O art. 806 do CPP prevê que o pagamento prévio de custas somente é exigível nos casos de ação penal 
privada. 
Cuidado: Jurisprudência em Teses, é necessário riscar a tese 1 da edição nº 173, que está SUPERADA: 1) Os 
embargos de divergência não são modalidade de recurso previsto na legislação processual penal, contudo 
podem ser utilizados no âmbito penal como meio geral de impugnação interna, de forma que a eles não se 
aplica a isenção estipulada no art. 7º da Lei nº 11.636/2007, sendo lícita a exigência de recolhimento 
antecipado das custas. 
STJ. Corte Especial. EAREsp 1.809.270-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/10/2021. (Info 713) 
 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202101265761%27.REG.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O art. 366 do CPP estabelece que se o acusado for citado por edital e não comparecer ao processo nem 
constituir advogado o processo e o curso da prescrição ficarão suspensos. Enquanto o réu não for 
localizado, o curso processual não pode ser retomado. 
STJ. 6ª Turma. RHC 135970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021. (Info 693) 
VEJA O POSICIONAMENTO DO STF: 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No caso do art. 366 do CPP, o prazo prescricional ficará SUSPENSO pelo tempo de prescrição da pena 
máxima em abstrato cominada ao crime. 
Nota: No mesmo sentido- Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo 
máximo da pena cominada. 
Veja, ainda: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão 
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das 
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 
312. 
STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438). (Info 1001) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O prazo de 30 dias do art. 529 do CPP não afasta a decadência pelo não exercício do direito de queixa em 
6 meses (art. 38), contados da ciência da autoria do crime. 
Nota: Nos crimes contra a propriedade imaterial que deixam vestígios, depois que o ofendido tem ciência da 
autoria do delito, ele possui o prazo decadencial de 6 meses para a propositura da ação penal, nos termos 
do art. 38 do CPP. Se, antes desses 6 meses, o laudo pericial for concluído, o ofendido terá 30 dias para 
oferecer a queixa crime. Assim, em se tratando de crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígio, 
a ciência da autoria do fato delituoso dá ensejo ao início do prazo decadencial de 6 meses (art. 38 do CPP), 
sendo tal prazo reduzido para 30 dias (art. 38) se homologado laudo pericial nesse ínterim. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.762.142/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 13/04/2021. (Info 692) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A ação controlada prevista no § 1º do art. 8º da Lei nº 12.850/2013 independe de autorização, bastando 
sua comunicação prévia à autoridade judicial. 
Nota: A ação controlada é também denominada de “flagrante prorrogado, retardado ou diferido”. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não haverá infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas negociações de extorsão. 
Nota: Quando agente lotado em agência de inteligência, sob identidade falsa, apenas representa o ofendido 
nas negociações da extorsão, sem se introduzir ou se infiltrar na organização criminosa não há infiltração 
policial. A infiltração de agentes é uma técnica especial de investigação por meio da qual um policial, 
escondendo sua real identidade, finge ser também um criminoso a fim de ingressar na organização criminosa 
e, com isso, poder coletar elementos informativos a respeito dos delitos que são praticados pelo grupo, 
identificando os seus integrantes, sua forma de atuação, os locais onde moram e atuam, o produto dos 
 
 
 
 
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delitos e qualquer outra prova que sirva para o desmantelamento da organização e para ser utilizado no 
processo penal. 
Essa técnica de investigação está prevista, atualmente, em quatro diplomas normativos: 
• art. 53, I, da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas); 
• art. 10 da Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime Organizado);• arts. 190-A a 190-E do ECA, inseridos pela Lei nº 13.441/2017; 
• art. 1º, § 6º da Lei nº 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro), inserido pela Lei nº 13.964/2019. 
STJ. 6ª Turma. HC 512.290-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/08/2020. (Info 677) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP não foi recepcionada 
pela Constituição Federal. Assim, não se pode fazer a condução coercitiva do investigado ou réu com o 
objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos. 
STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018. (Info 906) 
 
 
6. PROVAS 
 
6.1 Inviolabilidade de Domicílio 
 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O galpão destinado para atividades comerciais não se enquadra no conceito de domicílio, ainda que por 
extensão. 
STJ. AgRg no HC 845.545-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 17/10/2023, DJe 20/10/2023. (Info 798) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A confissão do réu, por si só, não autoriza a entrada dos policiais em seu domicílio, sendo necessário que 
a permissão conferida de forma livre e voluntária pelo morador seja registrada pela autoridade policial por 
escrito ou em áudio e vídeo. 
STJ. AgRg no AREsp 2.223.319-MS, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 9/5/2023, DJe 12/5/2023. (Info 
778) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A expedição de mandado de busca e apreensão de menor não autoriza o ingresso no domicílio e a 
realização de varredura no local. 
STJ. AgRg no REsp 2.009.839-MG, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por maioria, julgado em 9/5/2023, DJe 16/5/2023. (Info 
776) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A mera sinalização do cão de faro, seguida de abordagem a suposto usuário saindo do local, 
desacompanhada de qualquer outra diligência investigativa ou outro elemento concreto indicando a 
 
 
 
 
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necessidade de imediata ação policial, não justifica a dispensa do mandado judicial para o ingresso em 
domicílio. 
STJ. AgRg no HC 729.836-MS, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 27/4/2023, DJe 02/5/2023. (Info 774) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Mesmo se ausente coação direta e explícita sobre o acusado, as circunstâncias de ele já haver sido preso 
em flagrante pelo porte da arma de fogo em via pública e estar detido, sozinho - sem a oportunidade de 
ser assistido por defesa técnica e sem mínimo esclarecimento sobre seus direitos, diante de dois policiais 
armados, poderiam macular a validade de eventual consentimento para a realização de busca domiciliar, 
em virtude da existência de um constrangimento ambiental/circunstancial. 
STJ. HC 762.932-SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/11/2022, DJe 30/11/2022. (Info 760) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O simples fato de o acusado ter antecedente por tráfico de drogas não autoriza a realização de busca 
domiciliar, porquanto desacompanhado de outros indícios concretos e robustos de que, nesse momento 
específico, ele guarda drogas em sua residência. 
STJ. HC 762.932-SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/11/2022, DJe 30/11/2022. (Info 760) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Havendo controvérsia entre as declarações dos policiais e do flagranteado, e inexistindo a comprovação 
de que a autorização do morador foi livre e sem vício de consentimento, impõe-se o reconhecimento da 
ilegalidade da busca domiciliar. 
Nota: Com efeito, "não se admite que a autoridade policial, apenas com base em delação anônima, sem a 
produção de elementos capazes de evidenciar fundadas suspeitas da prática delitiva, viole o direito 
constitucional à inviolabilidade do domicílio, conduzindo à ilicitude da prova colhida, bem como dela 
derivadas, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal (RHC 105.138/MS, Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, 
DJe 10/4/2019)" (AgRg no HC 698.199/RS, Relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 20/6/2022). 
Ademais, "havendo controvérsia entre as declarações dos policiais e do flagranteado e inexistindo a 
comprovação de que a autorização do morador foi livre e sem vício de consentimento, impõe-se o 
reconhecimento da ilegalidade da busca domiciliar e consequentemente de toda a prova dela decorrente 
(fruits of the poisonous tree)" (AgRg no HC 703.991/RS, Relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 16/5/2022). 
STJ. AgRg no HC 766.654-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 13/9/2022, DJe 19/9/2022. 
(Info 759) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A habitação em prédio abandonado de escola municipal pode caracterizar o conceito de domicílio em que 
incide a proteção disposta no art. 5º, inciso XI da Constituição Federal. 
AgRg no HC 712.529-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, publicado em 04/11/2022 (Info 755) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A visualização de itens semelhantes a drogas dentro de residência não é justificativa suficiente para o 
ingresso forçado em domicílio por agentes policiais. 
 
 
 
 
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STJ. AgRg no HC 735.572-RS, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe 24/06/2022. (Edição 
Extraordinária n. 7) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A investigação policial originada de informações obtidas por inteligência policial e mediante diligências 
prévias que redunda em acesso à residência do acusado configura exercício regular da atividade 
investigativa promovida pelas autoridades policiais. 
Nota: O ingresso forçado em domicílio sem mandado judicial para busca e apreensão é legítimo se amparado 
em fundadas razões, devidamente justificadas pelas circunstâncias do caso concreto, especialmente nos 
crimes de natureza permanente, como são o tráfico de entorpecentes e a posse ilegal de arma de fogo. Afere-
se a justa causa para o ingresso forçado em domicílio mediante a análise objetiva e satisfatória do contexto 
fático anterior à invasão, considerando-se a existência ou não de indícios mínimos de situação de flagrante 
no interior da residência.Com efeito, a investigação policial originada de informações obtidas por inteligência 
policial e mediante diligências prévias que redunda em acesso à residência do acusado não se traduz em 
constrangimento ilegal, mas sim em exercício regular da atividade investigativa promovida pelas autoridades 
policiais. 
STJ. 5a Turma. AgRg no HC 734.423-GO, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022, DJe 
26/05/2022. (Info 738) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A violação de domicílio com base no comportamento suspeito do acusado, que empreendeu fuga ao ver a 
viatura policial, não autoriza a dispensa de investigações prévias ou do mandado judicial para a entrada 
dos agentes públicos na residência. 
Nota: Tendo como referência o recente entendimento firmado por esta Corte, nos autos do HC 598.051/SP, 
o ingresso policial forçado em domicílio, resultando na apreensão de material apto a configurar o crime de 
tráfico de drogas, deve apresentar justificativa circunstanciada em elementos prévios que indiquem efetivo 
estado de flagrância de delitos graves, além de estar configurada situação que demonstre não ser possível 
mitigação da atuação policial por tempo suficiente para se realizar o trâmite de expediçãode mandado 
judicial idôneo ou a prática de outras diligências. 
No caso em tela, a violação de domicílio teve como justificativa o comportamento suspeito do acusado - que 
empreendeu fuga ao ver a viatura policial -, circunstância fática que não autoriza a dispensa de investigações 
prévias ou do mandado judicial para a entrada dos agentes públicos na residência, acarretando a nulidade 
da diligência policial. 
Ademais, a alegação de que a entrada dos policiais teria sido autorizada pelo agente não merece 
acolhimento. Isso, porque não há outro elemento probatório no mesmo sentido, salvo o depoimento dos 
policiais que realizaram o flagrante, tendo tal autorização sido negada em juízo pelo réu. 
Por fim, "Segundo a nova orientação jurisprudencial, o ônus de comprovar a higidez dessa autorização, com 
prova da voluntariedade do consentimento, recai sobre o estado acusador" (HC 685.593/SP, relator Ministro 
Sebastião Reis Junior, Sexta Turma, DJe 19/10/2021). 
STJ. HC 695.980-GO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022, DJe 25/03/2022. (Info 730) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+HC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22735572%22%29+ou+%28%28AGRHC+ou+%22AgRg+no+HC%22%29+adj+%22735572%22%29.suce.
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+HC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22734423%22%29+ou+%28%28AGRHC+ou+%22AgRg+no+HC%22%29+adj+%22734423%22%29.suce.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202103079241%27.REG.
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A indução do morador a erro na autorização do ingresso em domicílio macula a validade da manifestação 
de vontade e, por consequência, contamina toda a busca e apreensão. 
Nota: O STJ entendeu que a busca foi ilícita, assim como todas as provas dela derivadas. Isso porque não 
houve comprovação de consentimento válido para o ingresso no domicílio do réu. 
STJ. 6ª Turma. HC 674.139-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/02/2022. (Info 725) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede, em quarto de 
hotel, desde que presentes fundadas razões da ocorrência de flagrante delito. 
Nota: O STJ afirmou que, embora o quarto de hotel regularmente ocupado seja, juridicamente, qualificado 
como “casa” para fins de tutela constitucional da inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI), a exigência, em 
termos de standard probatório, para que policiais ingressem em um quarto de hotel sem mandado judicial 
não pode ser igual às fundadas razões exigidas para o ingresso em uma residência propriamente dita, a não 
ser que se trate (o quarto de hotel) de um local de moradia permanente do suspeito. 
STJ. 6ª Turma. HC 659.527-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2021. (Info 715) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito 
incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que 
autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a 
operação deve ser registrada em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo. 
STJ. 5ª Turma. HC 616.584/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 30/03/2021. STJ. 6ª Turma. HC 598051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 
julgado em 02/03/2021. (Info 687) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Ausência de mandado não invalida busca e apreensão em apartamento desabitado. 
Nota: Quando se trata de imóvel desabitado, não é necessário o mandado judicial. 
“art. 5º (...) XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial;” 
STJ. 5ª Turma. HC 588.445-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/08/2020. (Info 678) 
 
6.2 Do Reconhecimento 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O reconhecimento de pessoas que obedece às disposições legais não prepondera sobre quaisquer outros 
meios de prova (confissão, testemunha, perícia, acareação); ao contrário, deve ser valorado como os 
demais. 
STJ. HC 769.783-RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 10/5/2023. (Info 775) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
 
 
 
 
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É ilícita a prova obtida por meio de reconhecimento fotográfico judicial que NÃO observou o art. 226 do 
Código de Processo Penal, sendo devida a absolvição quando as provas remanescentes são tão-somente a 
confissão extrajudicial, integralmente retratada em Juízo, e a apreensão de um dos bens subtraídos, meses 
após os fatos, efetivada no curso das investigações, o qual estava com um dos Acusados que não foi 
reconhecido por nenhuma das vítimas. 
STJ. REsp 1.996.268-GO, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 11/4/2023. (Info 771) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Ainda que o reconhecimento fotográfico esteja em desacordo com o procedimento previsto no art. 226 do 
CPP, deve ser mantida a condenação quando houver outras provas produzidas sob o crivo do contraditório 
e da ampla defesa, independentes e suficientes o bastante, para lastrear o decreto condenatório. 
Nota: Desse modo, se as demais provas que compuseram o acervo fático-probatório amealhado aos autos 
foram produzidas por fonte independente da que culminou com o elemento informativo obtido por meio do 
reconhecimento fotográfico realizado na fase inquisitiva, de maneira que, ainda que o reconhecimento haja 
sido feito em desacordo com o modelo legal e, assim, não possa ser sopesado, nem mesmo de forma 
suplementar, para fundamentar a condenação do réu, aquelas provas, independentes e suficientes o 
bastante, produzidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, podem lastrear o decreto condenatório. 
STJ. AgRg nos EDcl no HC 656.845-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 04/10/2022, DJe 17/10/2022. 
(Info 758) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
No caso em que o reconhecimento fotográfico na fase inquisitorial não tenha observado o procedimento 
legal, mas a vítima relata o delito de forma que não denota riscos de um reconhecimento falho, dá-se 
ensejo a distinguishing quanto ao acórdão do HC 598.886/SC, que invalida qualquer reconhecimento 
formal - pessoal ou fotográfico - que não siga estritamente o que determina o art. 226 do CPP. 
Nota: 
⚠ Atenção! O Julgado no informativo 739 não supera o entendimento do Informativo Info 684 (O art. 226 
do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de pessoas (reconhecimento pessoal) e o 
descumprimento dessas formalidades enseja a nulidade do reconhecimento). 
No julgamento do HC 598.886/SC, da relatoria do Min. Rogério Schietti Cruz Info 684, decidiu a Sexta Turma, 
revendo anterior interpretação, no sentido de que se "determine, doravante, a invalidade de qualquer 
reconhecimento formal - pessoal ou fotográfico - que não siga estritamente o que determina o art. 226 do 
CPP, sob pena de continuar-se a gerar uma instabilidade e insegurança de sentenças judiciais que, sob o 
pretexto de que outras provas produzidas em apoio a tal ato - todas, porém, derivadas de um 
reconhecimento desconforme ao modelo normativo - autorizariam a condenação, potencializando, assim, o 
concreto risco de graves erros judiciários". 
Além disso, importante observar que o entendimentodo STF. 2ª Turma. RHC 206846/SP também é pela 
nulidade: A desconformidade ao regime procedimental determinado no art. 226 do CPP deve acarretar a 
nulidade do ato e sua desconsideração para fins decisórios, justificando-se eventual condenação somente se 
houver elementos independentes para superar a presunção de inocência. 
STJ. 6a Turma. REsp 1.969.032-RS, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, 
julgado em 17/05/2022, DJe 20/05/2022. (Info 739) 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202103505643%27.REG.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Se a vítima é capaz de individualizar o autor do fato, é desnecessário instaurar o procedimento do art. 226 
do CPP. 
Nota: reconhecimento de pessoa continua tendo espaço quando há necessidade, ou seja, dúvida quanto à 
individualização do suposto autor do fato. Trata-se do método legalmente previsto para, juridicamente, sanar 
dúvida quanto à autoria. Se a vítima é capaz de individualizar o agente, não é necessário instaurar a 
metodologia legal. O que a nova orientação buscou afastar a prática recorrente dos agentes de segurança 
pública de apresentar fotografias às vítimas antes da realização do procedimento de reconhecimento de 
pessoas, induzindo determinada conclusão. 
STJ. HC 721.963-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 19/04/2022. (Info 733) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconhecimento de pessoas (reconhecimento pessoal) e 
o descumprimento dessas formalidades enseja a NULIDADE do reconhecimento. 
Nota: 
1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do Código de Processo Penal, cujas formalidades 
constituem garantia mínima para quem se encontra na condição de suspeito da prática de um crime; 
 2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento falho, a inobservância do procedimento descrito na referida norma 
processual torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a eventual condenação, mesmo se 
confirmado o reconhecimento em juízo; 
3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que observado o devido procedimento probatório, 
bem como pode ele se convencer da autoria delitiva a partir do exame de outras provas que não guardem relação de causa e efeito 
com o ato viciado de reconhecimento; 
4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir o mesmo 
procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa antecedente a eventual reconhecimento pessoal e, portanto, 
não pode servir como prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo. 
OBS. A posição da 5ª Turma era a de em sentido contrário: as disposições contidas no art. 226 do CPP 
configuram uma recomendação legal, e não uma exigência absoluta. Assim, é válido o ato mesmo que 
realizado de forma diversa da prevista em lei. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1665453/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
02/06/2020. 
Contudo, se ajustou no HC 694.083/PB, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 23/11/2021, DJe 29/11/2021: O reconhecimento fotográfico serve como prova apenas inicial e 
deve ser ratificado por reconhecimento presencial, assim que possível. E, no caso de uma ou ambas as formas 
de reconhecimento terem sido efetuadas, em sede inquisitorial, sem a observância (parcial ou total) dos 
preceitos do art. 226 do CPP e sem justificativa idônea para o descumprimento do rito processual, ainda que 
confirmado em juízo, o reconhecimento falho se revelará incapaz de permitir a condenação, como regra 
objetiva e de critério de prova, sem corroboração do restante do conjunto probatório, produzido na fase 
judicial. 
Obs. A desconformidade ao regime procedimental determinado no art. 226 do CPP deve acarretar a nulidade 
do ato e sua desconsideração para fins decisórios, justificando-se eventual condenação somente se houver 
elementos independentes para superar a presunção de inocência. STF. 2ª Turma. RHC 206846/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 22/2/2022 (Info 1045). 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=HC721963
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Obs. O julgado mais recente apontado no INFO 739 NÃO DESATUALIZA O PRESENTE (Info 684). Perceba que, 
INFO 739, foi decidido que, no caso em que o reconhecimento fotográfico na fase inquisitorial não tenha 
observado o procedimento legal, mas a vítima relata o delito de forma que não denota riscos de um 
reconhecimento falho, DANDO ENSEJO A DISTINGUISHING QUANTO AO ACÓRDÃO DO HC 598.886/SC, que 
invalida qualquer reconhecimento formal - pessoal ou fotográfico - que não siga estritamente o que 
determina o art. 226 do CPP. 
STJ. 6ª Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020. (Info 684) 
 
6.3 Da Busca Pessoal 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A inspeção de segurança nas bagagens dos passageiros de ônibus, em fiscalização de rotina realizada pela 
Polícia Rodoviária Federal, tem natureza administrativa e prescinde de fundada suspeita. 
STJ. HC 625.274-SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 17/10/2023, DJe 20/10/2023. (Info STJ 796) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O ato de dispensar uma sacola na rua ao notar a aproximação da guarnição, somado ao nervosismo 
demonstrado e à denúncia anônima pretérita de que o acusado estava praticando o crime de tráfico de 
drogas no local, indica a existência de fundada suspeita de que o recipiente contivesse substâncias 
entorpecentes e de que o réu estivesse na posse de mais objetos relacionados ao crime. 
STJ. HC 742.815-GO, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 23/08/2022, DJe 31/08/2022 (Info 749). 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A mera alegação genérica de "atitude suspeita" é insuficiente para a licitude da busca pessoal. 
Nota: Exige-se, em termos de standard probatório para busca pessoal ou veicular sem mandado judicial, a 
existência de fundada suspeita (justa causa) - baseada em um juízo de probabilidade, descrita com a maior 
precisão possível, aferida de modo objetivo e devidamente justificada pelos indícios e circunstâncias do caso 
concreto - de que o indivíduo esteja na posse de drogas, armas ou de outros objetos ou papéis que 
constituam corpo de delito, evidenciando-se a urgência de se executar a diligência. Entretanto, a norma 
constante do art. 244 do CPP não se limita a exigir que a suspeita seja fundada. É preciso, também, que esteja 
relacionada à "posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito". Vale dizer, 
há uma necessária referibilidade da medida, vinculada à sua finalidade legal probatória, a fim de que não se 
converta em salvo-conduto para abordagens e revistas exploratórias (fishing expeditions), baseadas em 
suspeição genérica existente sobre indivíduos, atitudes ou situações, sem relação específica com a posse de 
arma proibida ou objeto (droga, por exemplo) que constitua corpo de delito de uma infração penal. O art. 
244 do CPP não autoriza buscas pessoais praticadas como "rotina" ou "praxe" do policiamento ostensivo, 
com finalidade preventiva e motivação exploratória, mas apenas buscas pessoais com finalidade probatória 
e motivação correlata. 
STJ. RHC 158.580-BA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 19/04/2022, DJe 25/04/2022. (Info 735) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma:https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202201476698%27.REG.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202104036090%27.REG.
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A percepção de nervosismo do averiguado por parte de agentes públicos é dotada de excesso de 
subjetivismo e, por isso, não é suficiente para caracterizar a fundada suspeita para fins de busca pessoal. 
Nota: execução da busca pessoal sem mandado, como medida autônoma, depende da presença de fundada 
suspeita da posse de objetos que constituam corpo de delito. Para tanto, ressalto que, conforme a doutrina, 
"não é suficiente, está claro, a mera conjectura ou desconfiança sobre tal posse, mas a suspeita amparada 
por circunstâncias objetivas que permitam uma grave probabilidade de que sejam encontradas as coisas 
mencionadas pela lei". 
Ocorre que, no caso dos autos, a busca pessoal realizada pelos policiais foi justificada apenas com base no 
fato de que o acusado, que estava em local conhecido como ponto de venda drogas, ao avistar a viatura 
policial, demonstrou nervosismo. 
No entanto, a percepção de nervosismo por parte do agente policial - ainda que posteriormente confirmada 
pela apreensão de objetos ilícitos - é dotada de excesso de subjetivismo e, por isso, não é suficiente para 
caracterizar a fundada suspeita, que exige mais do que mera desconfiança por parte dos agentes públicos. 
STJ. REsp 1.961.459-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe de 08/04/2022. (Info 732 STJ) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em denúncia anônima. 
Caso: esposa iria visitar o marido no sistema prisional levando drogas no interior da vagina. Entretanto, a 
diretora recebeu telefonema anônimo informando a situação, razão pela qual determinou a revista íntima. 
Foi encontrada a droga. A prova colhida é ÍLICITA. 
REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 08/10/2019, DJe 14/10/2019. (Info 659) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada. 
Nota: Conforme a CF e o CPP, somente as autoridades judiciais, policiais e seus agentes estão autorizados a 
realizarem a busca domiciliar ou pessoal. 
STJ. 5ª Turma. HC 470.937/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 04/06/2019. (Info 651) 
 
6.3 Da Busca e Apreensão 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
São lícitas as provas obtidas com a apreensão de bens não discriminados expressamente em mandado ou 
na decisão judicial correspondente, mas vinculados ao objeto da investigação. 
Nota: Relevante destacar que "não há no ordenamento jurídico pátrio qualquer exigência de que a 
manifestação judicial que defere a cautelar de busca e apreensão esmiúce quais documentos ou objetos 
devam ser coletados, até mesmo porque tal pormenorização só é possível de ser implementada após a 
verificação do que foi encontrado no local em que cumprida a medida". (AgRg nos EDcl no RHC 145.665/RO, relator 
Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do TJDFT), Quinta Turma, julgado em 28/9/2021, DJe de 05/10/2021). 
Com efeito, prevalece no Superior Tribunal de Justiça o entendimento no sentido de que "a pormenorização 
dos bens somente é possível após o cumprimento da diligência, não sendo admissível exigir um verdadeiro 
exercício de futurologia por parte do Magistrado, máxime na fase pré-processual (RHC n. 59.661/PR, Rel. Ministro 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202100440170%27.REG.
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19 
Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 3/11/2015, DJe 11/11/2015)". (AgRg no RHC n. 150.787/PE, relator Ministro Olindo Menezes 
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, julgado em 17/5/2022, DJe de 20/05/2022). 
Ademais, "o art. 243 do Código de Processo Penal disciplina os requisitos do mandado de busca e apreensão, 
dentre os quais não se encontra o detalhamento do que pode ou não ser arrecadado; e o art. 240 apresenta 
um rol exemplificativo dos casos em que a medida pode ser determinada, no qual se encontra a hipótese de 
arrecadação de objetos necessários à prova da infração ou à defesa do réu, não havendo qualquer ressalva 
de que não possam dizer respeito à intimidade ou à vida privada do indivíduo". (RHC n. 141.737/PR, relator Ministro 
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 27/04/2021, DJe de 15/06/2021). 
STJ. Processo sob segredo de justiça, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022, DJe 
22/08/2022. (Info 750) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A busca e apreensão de bens em interior de veículo é legal e inerente ao dever de fiscalização regular da 
PRF, em se tratando do flagrante de transporte de vultosa quantia em dinheiro e não tendo o investigado 
logrado justificar o motivo de tal conduta. 
STJ. 6ª Turma. RHC 142.250-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/09/2021. (Info 711) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não existe exigência legal de que o mandado de busca e apreensão detalhe o tipo de documento a ser 
apreendido, ainda que de natureza sigilosa. 
STJ. 6ª Turma. RHC 141.737/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 27/04/2021. (Info 694) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Realizada a busca e apreensão, apesar de o relatório sobre o resultado da diligência ficar adstrito aos 
elementos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado à defesa acesso à integra dos 
dados obtidos no cumprimento do mandado judicial. 
STJ. 6ª Turma. RHC 114.683/RJ, Rel. Rogério Schietti Cruz, julgado em 13/04/2021. (Info 692) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É válida, com base na teoria da aparência, a autorização expressa para que os policiais fizessem a busca e 
apreensão na sede de empresa investigada, autorização essa dada por pessoa que, embora tenha deixado 
de ser sócia formal, continuou assinando documentos como representante da empresa. 
Nota: Embora tal teoria tenha encontrado maior amplitude de aplicação jurisprudencial na seara civil, 
processual civil e no CDC, nada há que impeça sua aplicação também na seara penal. 
STJ. 5ª Turma. RMS 57.740-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 23/03/2021. (Info 690) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Para ser decretada a medida de busca e apreensão, é necessário que haja indícios mais robustos que uma 
simples notícia anônima. 
Nota: O mandado de busca e apreensão expedido exclusivamente com apoio em denúncia anônima é 
abusivo. 
STF. 2ª Turma. HC 180709/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 5/5/2020. (Info 976) 
 
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A determinação de busca e apreensão nas dependências da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal 
pode ser decretada por juízo de 1ª instância se o investigado não for congressista. 
Nota: a imunidade é da pessoa e não do local. O fato de o endereço de cumprimento de medida coincidir 
com as dependências do Congresso Nacional não atrai, de modo automático e necessário, a competência do 
STF. 
STF. Plenário. Rcl 25537/DF e AC 4297/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 26/6/2019. (Info 945) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Em busca e apreensão ordenada contra o marido da Senadora, mas cujo cumprimento ocorreu no imóvel 
funcional onde ambos residem, deve-se observar as regras de foro privativo. 
STF. 2ª Turma. Rcl 24473/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgadoem 26/6/2018. (Info 908) 
 
6.4 Outros 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida mediante abertura de carta, 
telegrama, pacote ou meio análogo, salvo se ocorrida em estabelecimento penitenciário, quando houver 
fundados indícios da prática de atividades ilícitas; 
Em relação a abertura de encomenda postada nos Correios, a prova obtida somente será lícita quando 
houver fundados indícios da prática de atividade ilícita, formalizando-se as providências adotadas para fins 
de controle administrativo ou judicial. 
STF. RE 1.116.949 ED/PR, relator Ministro Edson Fachin, julgamento finalizado em 30.11.2023. (Info 1119) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O juiz não pode desconsiderar a cronologia das etapas da valoração das provas, sob pena de facilitar 
verdadeira inversão do ônus da prova no caso concreto, exigindo da defesa o que primeiro caberia à 
acusação. 
STJ. REsp 2.042.215-PE, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por maioria, julgado em 
3/10/2023, DJe 25/10/2023. (Info 798) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A participação dos órgãos de persecução estatal na gravação ambiental realizada por um dos 
interlocutores, sem prévia autorização judicial, acarreta a ilicitude da prova. 
STJ. RHC 150.343-GO, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, Rel. para acórdão Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por maioria, julgado em 
15/8/2023. (Info 783) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O fato do investigado também utilizar o celular de terceiro não dispensa a autorização judicial para quebra 
de sigilo deste. 
STJ. AgRg no HC 792.531-SP, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, por unanimidade, Quinta Turma, julgado em 14/2/2023, DJe 27/2/2023. 
(Ed. Extra n. 13) 
 
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As empresas de tecnologia que operam aplicações de internet no Brasil sujeitam-se à jurisdição nacional 
e, como tal, devem cumprir as determinações das autoridades nacionais do Poder Judiciário — inclusive 
as requisições feitas diretamente — quanto ao fornecimento de dados eletrônicos para a elucidação de 
investigações criminais, ainda que parte de seus armazenamentos esteja em servidores localizados em 
países estrangeiros. 
STF. ADC 51/DF, relator Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado em 23.2.2023. (Info 1084) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
São inadmissíveis, em processos administrativos de qualquer espécie, provas consideradas ilícitas pelo 
Poder Judiciário. 
STF.ARE 1316369/DF, relator Ministro Edson Fachin, redator do acórdão Ministro Gilmar Mendes, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 
9.12.2022. (Info 1079) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É legal o compartilhamento com a Controladoria-Geral da União de informações coletadas em inquérito 
em que se apura suposta prática de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção 
ativa e passiva. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 15/2/2023. (Info 764) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
São inadmissíveis as provas digitais sem registro documental acerca dos procedimentos adotados pela 
polícia para a preservação da integridade, autenticidade e confiabilidade dos elementos informáticos. 
STJ. Processo em segredo de justiça, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, Rel. Acd. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por maioria, julgado em 
7/2/2023. (Info 763) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O testemunho prestado em juízo pelo policial deve ser valorado, assim como acontece com a prova 
testemunhal em geral, conforme critérios de coerência interna, coerência externa e sintonia com as demais 
provas dos autos. 
Nota: O depoimento policial tem a natureza jurídica de prova testemunhal e deve ser valorado enquanto tal. 
Dessa forma, o testemunho policial não pode ser, aprioristicamente, sobrevalorizado, sob o único argumento 
de que o policial goza de fé pública, tampouco pode ser subvalorizado, sob a justificativa de que sua palavra 
não seria confiável para, isoladamente, fundamentar uma condenação. 
STJ. AREsp 1.936.393-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 25/10/2022, DJe 08/11/2022. (Info 756) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
A decisão que determina exclusão de elementos probatórios obtidos mediante o acesso ao e-
mail funcional de servidor investigado não contamina a legalidade da utilização de provas produzidas de 
forma independente por comissão disciplinar de PAD, em observância à teoria da fonte independente e 
da descoberta inevitável da prova. 
STJ. AgRg na Rcl 42.292-DF, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Terceira Seção, por unanimidade, julgado 
em 24/08/2022, DJe 26/08/2022. (Info 747) 
 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202102320702%27.REG.
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRRCL.clas.+ou+%22AgRg+na+Rcl%22.clap.%29+e+%40num%3D%2242292%22%29+ou+%28%28AGRRCL+ou+%22AgRg+na+Rcl%22%29+adj+%2242292%22%29.suce.
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No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
As guardas municipais não possuem competência para patrulhar supostos pontos de tráfico de drogas, 
realizar abordagens e revistas em indivíduos suspeitos da prática de tal crime ou ainda investigar denúncias 
anônimas relacionadas ao tráfico e outros delitos cuja prática não atinja de maneira clara, direta e imediata 
os bens, serviços e instalações municipais. 
Nota: Ainda que eventualmente se considerasse provável que a sacola ocultada pelo réu contivesse objetos 
ilícitos, não estavam os guardas municipais autorizados, naquela situação, a avaliar a presença da fundada 
suspeita e efetuar a busca pessoal no acusado. Caberia aos agentes municipais, apenas, naquele contexto 
totalmente alheio às suas atribuições, acionar os órgãos policiais para que realizassem a abordagem e revista 
do suspeito, o que, por não haver sido feito, macula a validade da diligência por violação do art. 244 do CPP 
e, por conseguinte, das provas colhidas em decorrência dela, nos termos do art. 157 do CPP, também 
contrariado na hipótese. 
STJ. REsp 1.977.119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 16/08/2022. (Info 746) 
 
MAS ATENÇÃO! As guardas municipais são reconhecidamente órgãos de segurança pública e aquelas 
devidamente criadas e instituídas integram o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Com base nesse 
entendimento, o Plenário, por maioria, converteu o julgamento da medida cautelar em julgamento definitivo 
de mérito e julgou procedente a arguição para, nos termos do artigo 144, § 8º, da CF/1988, conceder 
interpretação conforme a Constituição ao artigo 4º da Lei 13.022/2014 (2) e ao artigo 9º da Lei 13.675/2018, 
de modo a declarar inconstitucionais todas as interpretações judiciais que excluem as guardas municipais, 
devidamente criadas e instituídas, como integrantes do Sistema de Segurança Pública. STF. ADPF 995/DF, relator 
Ministro Alexandre de Moraes, julgamento virtual finalizado em 25.8.2023. (Info 1105) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O acesso ao chip telefônico descartado pelo acusado em via pública não se qualifica como quebra de sigilo 
telefônico. 
STJ. HC 720.605-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 09/08/2022. (Info 744) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É cabível o acesso aos dados telemáticos de aparelho celular deadvogado, quando a medida é autorizada 
em razão da existência de sérios indícios da prática de crime por meio da utilização do aparelho. 
STJ. RHC 157.143-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 14/06/2022, DJe 20/06/2022. Edição 
Extraordinária n. 7. 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Excepcionalmente, presentes nos autos elementos aptos a comprovar a escalada de forma inconteste, a 
prova pericial torna-se prescindível. 
Nota: Não se olvida que esta Corte firmou a orientação de ser imprescindível, nos termos dos arts. 158 e 
167 do CPP, a realização de exame pericial para o reconhecimento das qualificadoras de escalada e 
arrombamento no caso do delito de furto (art. 155, § 4º, II, do CP), quando os vestígios não tiverem 
desaparecido e puderem ser constatados pelos peritos. 
 
 
 
 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202103914460%27.REG.
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28HC.clas.+e+%40num%3D%22720605%22%29+ou+%28HC+adj+%22720605%22%29.suce.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202103682061%27.REG.
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Contudo, importa ressaltar a orientação de que, "'excepcionalmente, quando presentes nos autos elementos 
aptos a comprovar a escalada de forma inconteste, pode-se reconhecer o suprimento da prova pericial 
[...]'(AgRg no HC 556.549/SC, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe 1/3/2021)" (AgRg no HC 691.823/SC, Ministro Sebastião Reis 
Júnior, Sexta Turma, DJe 30/9/2021). 
STJ. AgRg no REsp 1.895.487-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/04/2022, DJe 02/05/2022. 
(Info 735) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É aplicável a teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do inquérito policial 
quando autorizadas por juízo aparentemente competente. 
Nota: A jurisprudência do STJ tem entendido, de maneira ampla, que os desvios de verbas do Sistema Único 
de Saúde - SUS - atrai a competência da Justiça Federal, tendo em vista o dever de fiscalização e supervisão 
do governo federal. 
Não obstante reconhecer a incompetência do Juízo estadual, os atos processuais devem ser avaliados pelo 
Juízo competente, para que decida se valida ou não os atos até então praticados. Cumpre registrar que, nesta 
Corte Superior de Justiça, é pacífica a aplicabilidade da teoria do juízo aparente para ratificar medidas 
cautelares no curso do inquérito policial quando autorizadas por juízo aparentemente competente. 
STJ. AgRg no RHC 156.413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 05/04/2022, DJe 08/04/2022. (Info 733) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa conceder um salvo-
conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira pescaria probatória 
(fishing expedition), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade. 
Nota: se mesmo de posse de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Poder Judiciário, o 
executor da ordem deve se ater aos limites do escopo - vinculado à justa causa - para o qual se admitiu a 
excepcional restrição do direito fundamental à intimidade, com muito mais razão isso deve ser respeitado 
quando o ingresso em domicílio ocorrer sem prévio respaldo da autoridade judicial competente (terceiro 
imparcial e desinteressado), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade. 
Vale dizer, admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa 
conceder um salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira 
pescaria probatória (fishing expedition). 
Desse modo, é ilícita a prova colhida em caso de desvio de finalidade após o ingresso em domicílio, seja no 
cumprimento de mandado de prisão ou de busca e apreensão expedido pelo Poder Judiciário, seja na 
hipótese de ingresso sem prévia autorização judicial, como ocorre em situação de flagrante delito. O agente 
responsável pela diligência deve sempre se ater aos limites do escopo - vinculado à justa causa - para o qual 
excepcionalmente se restringiu o direito fundamental à intimidade, ressalvada a possibilidade de encontro 
fortuito de provas. 
STJ. HC 663.055-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 22/03/2022. (Info 731 STJ) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do compartilhamento de 
dados de movimentações financeiras da própria instituição bancária ao Ministério Público. 
 
 
 
 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRESP.clas.+ou+%22AgRg+no+REsp%22.clap.%29+e+%40num%3D%221895487%22%29+ou+%28%28AGRESP+ou+%22AgRg+no+REsp%22%29+adj+%221895487%22%29.suce.
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28%28AGRRHC.clas.+ou+%22AgRg+no+RHC%22.clap.%29+e+%40num%3D%22156413%22%29+ou+%28%28AGRRHC+ou+%22AgRg+no+RHC%22%29+adj+%22156413%22%29.suce.
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27202101288508%27.REG.
PREPARAÇÃO EXTENSIVA 
 
DELEGADO FEDERAL - 42 SEMANAS 
 
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIAS 
 
CICLO I – SEMANA 04/42 
 
24 
STJ. RHC 147.307-PE, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
29/03/2022. (Info 731 STJ) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
Não é possível a quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros de geolocalização) nos casos 
em que haja a possibilidade de violação da intimidade e vida privada de pessoas não diretamente 
relacionadas à investigação criminal. 
Nota: Vale destacar que tal situação configura apenas quebra de sigilo de dados informáticos estáticos e se 
distingue das interceptações das comunicações dinâmicas em si, as quais dariam acesso ao fluxo de 
comunicações de dados, isto é, ao conhecimento do conteúdo da comunicação travada com o seu 
destinatário. Importante, contudo, sedimentar que a ordem dirigida a provedor cuja relação é regida pelo 
Marco Civil da Internet não prevê, dentre os requisitos que estabelece para a quebra de sigilo, que a decisão 
judicial especifique previamente as pessoas objeto da investigação ou que a prova da infração (ou da autoria) 
possa ser realizada facilmente por outros meios (arts. 22 e 23 da Lei n. 12.965/2014). 
Entretanto, o referido fundamento não subsiste nos casos em que haja a possibilidade de violação da 
intimidade e vida privada de pessoas não comprovadamente relacionadas à investigação criminal. 
STJ. RMS 68.119-RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 15/03/2022, 
DJe 28/03/2022. (Info 730) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
O requerimento de simples guarda dos registros de acesso a aplicações de internet ou registros de conexão 
por prazo superior ao legal, feito por autoridade policial, administrativa ou Ministério Público, prescinde 
de prévia autorização judicial. 
STJ. 6ª Turma. HC 626.983-PR, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF da 1ª Região), julgado em 08/02/2022. (Info 724) 
 
No Concurso Será Cobrado Da Seguinte Forma: 
É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público. 
Nota: Ao julgar o Tema 990, o STF afirmou que é legítimo que a Receita Federal compartilhe o procedimento 
fiscalizatório que ela realizou para apuração do débito tributário com os órgãos de persecução penal para 
fins criminais (Polícia Federal, Ministério Público etc.), não sendo necessário, para isso, prévia autorização 
judicial (STF. Plenário. RE 1.055.941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli,

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