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PROCESSO E PRODUÇÃO DE SERVIÇOS AULA 6 Prof. Marlon Gil 2 CONVERSA INICIAL Prezado aluno, seja bem-vindo a mais um encontro da disciplina de Processo e Produção de Serviços. Nesta nova etapa de estudos, falaremos sobre os serviços eletrônicos e seus conceitos básicos para as inferências dos prestadores de serviço no ambiente atual. A tecnologia expandiu-se rapidamente, mas nossa cultura, em relação a essa ferramenta, não teve a mesma velocidade. Nessa abordagem, observaremos a forma como o prestador de serviços pode obter vantagem competitiva na aplicação gerencial dos conceitos apresentados e não apenas na sua realização, para evitar ser um mero feitor no processo eletrônico. Conceitos, como dados, informações e o próprio sistema de informações gerenciais (SIG), farão a diferença para o desenvolvimento dos serviços eletrônicos. Atenção aos seguintes temas: 1. Importância da Tecnologia 2. Sistema de Informações Gerenciais 3. Comércio Eletrônico – E-commerce 4. Sistemas de Informações aplicadas aos Negócios 5. Segurança e Ética Ao final desta aula, você compreenderá que a tecnologia precisa favorecer o fluxo de dados e informações para lastro à tomada de decisão, assim como as opções de comércio eletrônico e, por fim, a necessidade de ética profissional e segurança das informações. TEMA 1 – IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA A tecnologia expandiu-se rapidamente na vida empresarial e cotidiana das pessoas. Não são apenas os computadores e celulares invadiram o mercado e mudaram a cultura, seja esta pessoal, familiar ou profissional, mas vários equipamentos que se propõem à execução de tarefas de forma mais rápida, eficiente e com custos mais baixos. Atualmente, há veículos com travas e janelas elétricas, micro-ondas, máquinas de lavar e secar roupas, alguns exemplos domésticos que agilizaram e facilitaram os mais diversos processos. Na área empresarial, alguns destes artigos estão presentes, como atividades de apoio 3 ou, ainda, atividades-fim, mas é fato que, neste nicho, há um fluxo de informações que passou a ser praticamente instantâneo. No entanto, a nossa cultura, em relação a essa ferramenta, não apresentou a mesma velocidade. Muitas pessoas utilizam a tecnologia não de forma a melhorar suas vidas, mas sim como apenas mais um processo. Essa percepção se dá principalmente em relação aos mais jovens, que já encontram essa opção logo ao nascer. A velocidade da tecnologia e do fluxo de informações parece ter surpreendido a muitos, de modo que a novidade fez surgir muitos “feitores”, ou aqueles que aprendem empiricamente o uso dessa novidade apenas até o limite de suas necessidades, deixando ao lado toda a extensão de benefícios que podem ser utilizados por desconhecimento e em consequência da falta de interesse. A atenção ao uso das tecnologias pelo prestador de serviços se mostra um grande vilão no mercado e favorece a identificação de inúmeros nichos de atuação, como relações comerciais, sistemas empresariais inter-relacionados, novas estruturas de ensino e capacitação, agilidade de armazenamento de informações e apoio nas tomadas de decisão. Defendem Corrêa e Caon (2012, p. 353) que a rapidez da evolução da tecnologia tornou muito difícil a atualização das empresas nos processos internos e desenvolvimentos para resultados de produtos serviços, o que concorre para a busca de terceirizados que podem atender a essa demanda de forma adequada. Por consequência, as empresas conseguem se manter atualizadas e oferecer diferenciação no mercado cada vez mais competitivo. 1.1 Processo e tecnologia Conforme Gianesi e Correia (2007 p. 113), os requisitos das peculiaridades do serviço são primordiais para a escolha do processo adequado na prestação de serviços. Conforme os autores, as dimensões principais são: “Grau de contato com o cliente; Grau de participação do cliente no processo; Grau de personalização do serviço”. (Gianesi; Correia, 2007 p. 113) O entendimento acertado da natureza da prestação de serviços, bem como a forma de compreensão de tais dimensões, concorrem para que seja escolhido o processo mais adequado de atuação. 4 1.2 Análise da tecnologia Defendem Gianesi e Correia (2007 p. 134) que a análise adequada da tecnologia envolvida nos processos de serviço deve estar atenta a três situações importantes: 1. Intensidade de Capital – equilíbrio entre a mão de obra envolvida e a tecnologia utilizada para a prestação de serviços. Uma empresa de viagens aéreas terá maior custo com aeronaves (tecnologia) do que com colaboradores que trabalham na aeronave (mão de obra). Em contrapartida, um escritório de consultoria terá maior custo em remunerar profissionais (mão de obra) do que com a depreciação do imóvel, móveis e equipamentos. (Gianesi; Correia, 2007, p. 135). 2. Grau de Automação – essa opção pode ocorrer quando os serviços prestados não forem personalizados e, portanto, podem ser padronizados em virtude da sua procura em larga escala. Como exemplos de automação, podemos citar os caixas automáticos de bancos, devido à sua procura por clientes que buscam por transações bancárias mais simples, como depósitos, pagamentos de contas ou saques. Neste caso, escritórios de consultoria não podem automatizar seus processos de atendimento aos clientes em consequência da peculiaridade de suas demandas. Neste viés, as empresas também terão a opção de identificar: Os clientes soft, ou seja, aqueles que querem atendimento pessoal, contato humano Os clientes hard, ou seja, aqueles que preferem contato com a máquina Os clientes soft preferem a opção de contato humano e atendimento pessoal, nos quais será possível explicar suas demandas. Por sua vez, os clientes hard fazem a opção da máquina, devido a vários fatores, entre eles, possíveis erros humanos de atendimento, perguntas que pode considerar desagradáveis, além de, muitas vezes, precisar apenas de um serviço rápido e padronizado, que um terminal ou uma secretária eletrônica consegue resolver. (Gianesi; Correia, 2007 p. 135). 3. Incremento de Capacidade – algumas vezes, a empresa de prestação de serviços precisa fazer aumento de capital em atividades que apresentem aumento de demanda por clientes. Isso não será feito de forma gradual, mas em proporções altas. No exemplo da consultoria, essa opção pode ocorrer quando 5 os serviços prestados necessitarem da contratação de um maior número de profissionais em vista da proporção que os atendimentos às demandas da clientela exigem. (Gianesi; Correia, 2007 p. 136). 1.3 Decisão pelo investimento em tecnologia Conforme apontam Gianesi e Correia (2007 p. 136), investimentos em tecnologia devem ter suas decisões corroboradas pelos seguintes aspectos: Adequação das tecnologias, neste caso, substituir os processos utilizados por processos baseados em tecnologias deve claramente trazer melhores resultados; (Gianesi; Correia, 2007 p. 136). Viabilidade econômica e operacional da tecnologia, não apenas devem ser considerados o investimento financeiro e o retorno deste investimento, mas também se os colaboradores dispõem de capacidade técnica e gerencial para o uso da tecnologia a que se propõem; (Gianesi; Correia, 2007 p. 136). Riscos envolvidos – criação de cenários futuros (prospectados) para avaliação de oportunidades e ameaças da decisão ou não da tecnologia proposta. (Gianesi; Correia, 2007 p. 136). TEMA 2 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS EM SERVIÇOS Os serviços estão presentes nas empresas paraque atendam clientes com demandas intangíveis, por exemplo, salão de beleza, atendimentos em agências bancárias, capacitação e treinamento em diversos aspectos estudantis ou profissionais. Na verdade, muitos são os nichos de atuação para área de prestação de serviços como atividade-fim de uma empresa. Mas as empresas também podem se valer do uso de prestação de serviços nas suas atividades departamentais, ou seja, em vários aspectos em que o fluxo de informações necessita de velocidade adequada para que, por meio deste apoio, a empresa possa atender ao mercado cada vez mais competitivo. Portanto, essa atuação interna será entendida como atividade de apoio ou atividade-meio da empresa. Na chamada “Era da Informação”, o mercado em geral tem tido a opção de fazer consultas quase que de forma instantânea sobre as diversas características de produtos e serviços, como preço, disponibilidade, formas de pagamento, customização etc. 6 Empresas que se preparam de forma profissional estarão cada vez mais aptas a concorrer à preferência dos clientes e consumidores e, assim, garantir maiores fatias de mercado, enquanto as demais empresas perderão essa preferência em atendimento às demandas do mercado exigente. Os serviços de informação e sua correta utilização pelas empresas devem ser entendidos para que os diferenciais competitivos tenham lastro adequado e auxiliem na precisão das elaborações de cenários, nas tomadas de decisão e no estabelecimento da empresa. Para esse viés de estudo, falaremos sobre os sistemas de informações gerenciais, com seus conceitos básicos e suas aplicações. De acordo com Oliveira (1999 p.45), “os sistemas de informações gerenciais atuam como elementos de polarização de eventos empresariais provenientes de ciclos de atividades sejam internos ou externos à empresa”. 2.1 Definição de Sistemas de Informações Gerenciais - SIG SIG - “É o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcionando ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados” (Oliveira, 1999 p. 40). Ou seja, dados devem ser promovidos ou transformados à informação para que as decisões sejam tomadas com critérios adequados, com busca a objetivos propostos ou aguardados. Portanto, entender os conceitos de dado e informação é o próximo passo: Dado - “Qualquer elemento identificado em sua forma bruta, que por si só, não conduz a uma compreensão de determinado fato ou situação”. (Oliveira, 1999 p. 36). Desta forma, entende-se que o dado deve ser observado ou entendido em sua forma sintética, ou seja, “ele por ele mesmo”. Um nome como Oliveira, por exemplo, será apenas a indicação de um nome próprio por ter sua inicial em letra maiúscula, ou um tipo de árvore que produz azeitonas. Informação - “É o dado trabalhado que permitirá ao executivo tomar decisões”. (Oliveira, 1999 p. 36). Neste momento, entende-se que a informação será observada ou entendida em sua forma semântica, ou seja, “seu contexto, seu motivo, sua história”. Na continuação do exemplo do nome Oliveira, serão buscados os demais dados que permeiam essa palavra, chegando-se à conclusão de que se 7 trata do nome Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira, autor do livro Sistemas de informações gerenciais, estratégicas, táticas, operacionais, obra utilizada como uma das bases para construção desta aula. Coletar dados e saber interpretá-los a fim de transformá-los em informação consiste em uma das atividades que oferecerá lastro competitivo às decisões escolhidas para garantir a competitividade empresarial. 2.2 Sistemas de Gestão Integrada - ERPs Os prestadores de serviço podem e devem ter suas inferências nas organizações com a prestação de serviços de atividades-fim voltadas aos clientes externos, ou serviços de atividades-meio voltados aos clientes internos, ou seja, os diversos departamentos da empresa. Entende-se que informações em fluxo adequado podem minimizar custos para que a empresa ofereça produtos e serviços de qualidade ao mercado. Uma das formas de garantir o fluxo adequado de informações é o uso de Sistemas de Gestão Integrada – ERPs (Enterprise Resource Planning). ERP é um sistema amplo de soluções e informações de software que busca integrar os vários setores empresariais com as diversas atividades da empresa, por meio de relatórios específicos para cada um destes setores e apenas para as pessoas com acesso autorizado a estas informações. (Guimarães; Johnson, 2007, p. 57). Desta forma, a informação ocorre na empresa em tempo real, o que favorece não só a tomada de decisão, mas também a preparação para cenários futuros, promovendo a proatividade da empresa. O prestador de serviços terá um grande nicho de mercado na simples alimentação desse sistema, com dados coletados no mercado em uma pesquisa de vendas, por exemplo. Atualmente, muitos pesquisadores contratados por diversas empresas são, na verdade, coletores de dados da população. Idade, sexo, local onde trabalha, endereço em que mora e componentes na família, são informações preciosas para se estabelecer um perfil de público consumidor. Guimarães e Johnson (2007, p. 61) apontam as vantagens de se utilizar o software ERP para suporte dos processos da empresa: Tomada de decisão com base em visão multifacional Rapidez e flexibilidade em mudanças no ambiente de negócios 8 Rápida inteiração com a empresa pelo público envolvido (stakeholders) Acesso à informação para o público envolvido (stakeholders) Nota: Stakeholder “são todas as pessoas ou grupos que afetarão e serão afetados pela empresa. São os acionistas, credores, funcionários, clientes, governo, sindicato entre outros”. (Guimarães; Johnson, 2007, p. 62). Conforme Guimarães e Johnson (2007, p.62), os desafios para se operar e manter o ERP são: Encontrar formas que englobem privacidade e segurança dos dados e fornecê-los aos stakeholders Compatibilidade com os sistemas dos sócios e parceiros Executar melhorias no software e hardware no melhor momento Oferecer capacitação aos usuários do sistema em qualquer local em que se encontrem Fazer a manutenção regular e emergencial do sistema TEMA 3 – COMÉCIO ELETRÔNICO: E-COMMERCE 3.1 Comércio eletrônico e impacto social Conforme defende Bertaglia (2007 p. 479), o impacto do comércio eletrônico na sociedade é expressivo, pois o comportamento e a expectativa do mercado sofrem mudanças em virtude das diversas opções que se apresentam. Não há mais barreiras geográficas ou temporais devido à avalanche de informações a que a sociedade tem acesso para realização de suas compras. É imperioso que as empresas ofereçam treinamento e adequação para seus quadros, a fim de que a nova realidade competitiva seja devidamente explorada, bem como desenvolva a flexibilização para que se possa oferecer diferencial competitivo às mudanças que se tornam mais rápidas. Empresas de todos os portes devem se adaptar e participar destas mudanças. Características de destaque do comércio eletrônico para as empresas: “Visão estratégica de negócios rápidos para a empresa e não apenas um modismo; A rede intercontinental de computadores – internet – e suas possibilidades de armazenagem de informações, em sua guarda, manipulação e eliminação; 9 Informações que se quer compartilhar deverão ter confiabilidade e segurança. Falhas no processo poderão comprometer o relacionamento com parceiros e clientes; Infraestrutura tecnológica compatível com as demandas da empresa”. (Bertaglia,2007 p. 486). 3.2 Tipos de comércio eletrônico Falaremos sobre apenas dois tipos de comércio eletrônico por entendermos que os demais são variações dos modelos apresentados. Business to Business – B2B – em geral, é a negociação eletrônica feita entre empresas. A consulta para melhor fornecimento de insumos em qualquer lugar do mundo acaba por oferecer vantagem competitiva expressiva, desde que bem planejada e mapeada. A facilidade de informações, com preços e quantidades disponíveis, bem como a velocidade em que se conseguem estas informações, ditam novos comportamentos empresariais. Tomadas de decisão podem e devem ser revistas a cada mudança de cenário mundial. Novos parceiros de negócios, com diversos portes, facilitam o crescimento da economia. (Bertaglia, 2007, p. 490). O gestor de serviços tem, então, uma gigantesca oportunidade para empreender novos negócios, novos produtos e novos processos com clientes empresariais. Business to Consumer – B2C – em geral é a negociação eletrônica feita entre empresas e consumidores. Neste caso, sites especializados que ofereçam informações adequadas e rápidas respostas de negócios serão diferenciais para as compras eletrônicas. Atualmente, os clientes têm encontrado diversos sites de várias empresas que oferecem os mais diversos tipos de produtos e serviços. (Bertaglia, 2007 p. 491). 3.3 Oportunidades e benefícios do comércio eletrônico Conforme Bertaglia (2007 p. 486-487), clientes e fornecedores podem se beneficiar das vantagens e oportunidades que surgem com o comércio eletrônico: 10 Presença Global x Escolha Global – por não ter limite geográfico, todos os que têm acesso à internet podem negociar, seja com empresa de grande porte ou mesmo micro empresa. Pode ocorrer tanto entre as empresas como entre empresa e consumidores. (Bertaglia, 2007 p. 487). Melhor posição de competitividade x Qualidade de Serviço – a competição entre as empresas que estão na internet é maior devido à proximidade das empresas com os clientes pela rede. Os prestadores de serviço podem ter grandes oportunidades na pré-venda e na pós-vendas. (Bertaglia, 2007 p. 487). Redução de Tempo de Ciclo de Cadeia x Resposta Rápida às Necessidades – muitos produtos podem ser negociados diretamente com o fabricante. Como exemplo, podemos citar livros, músicas, aplicativos e outros que são baixados eletronicamente, sem que o cliente precise deixar sua residência. (Bertaglia, 2007 p. 487). Redução de Custos x Redução de Preços – custos de negociação podem ser reduzidos e repassados aos preços dos clientes. (Bertaglia, 2007 p. 487). TEMA 4 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES APLICADOS AOS NEGÓCIOS Guimarães e Johnson (2007, p.71) demonstram que as empresas buscam automação eletrônica de suas tarefas, desde as mais simples até as mais complexas, com objetivos de agilidade, flexibilidade e assertividade em suas operações, além do fluxo de informações para melhor tomada de decisão. O prestador de serviços deve ter consciência sobre a importância de sua atuação nas atividades-fim da empresa, em que buscará prestar serviços para clientes, bem como de sua atuação nas atividades-meio da empresa, em que sustentará o apoio correto nas atividades internas. Isso pode ocorrer por meio de facilitações ou inovações para que produtos e serviços que a empresa propõe ao mercado sejam oferecidos de forma a garantir competitividade. Os serviços eletrônicos não se limitam à atualização do comércio e do uso de equipamentos como computadores e softwares, mas sim da vantagem competitiva que estes serviços trarão para as empresas, caso os gestores (em especial gestores de serviço) estiverem capacitados. Conheça algumas opções de apoio eletrônico: 11 Sistemas de Processamento de Transações – SPT – geralmente atendem ao nível operacional da empresa, em que as ações são padronizadas, repetitivas e com baixo grau de complexidade, tendo a necessidade de alimentação adequada do sistema. Podem ser os sistemas de controle de estoques, alimentados pelos gestores de estoques no recebimento e na saída de materiais, e consultados por diversos outros setores, como vendas, a fim de verificar disponibilidade de entrega de produtos, e contabilidade, a fim de verificar os valores em estoque. (Guimarães; Johnson, 2007, p. 74). Sistemas de Automação de Escritórios – SAE – são aqueles que visam aumentar o desempenho dos colaboradores com uso de editores de texto, planilhas eletrônicas, correio eletrônico (e-mail) e outros. Cálculos de folha de pagamentos e projeção de vendas, além de correspondências comerciais e empresariais são cotidianas, havendo a necessidade de profissionais que saibam utilizá-las corretamente. Infelizmente, ainda se tem notícias de relatórios imprecisos devido à falta de habilidade por profissionais desatualizados e desatentos. (Guimarães; Johnson, 2007, p. 76). Sistemas de Apoio à Decisão – SAD – são aqueles que buscam aumentar a disponibilidade de informações relevantes em determinada demanda para que o gestor invista sua energia na busca de melhores alternativas às diversas situações que fogem aos padrões das operações da empresa, portanto, são sistemas que auxiliam a tomada de decisões não programadas. Alguns exemplos são as informações que apoiam o setor de marketing em relação às previsões de mercado, previsões orçamentárias para investimentos, sistemas de avaliação de desempenho profissional em atividades específicas. (Guimarães; Johnson, 2007, p. 79). Sistemas de Integração com o Consumidor – SIC – são muito parecidos com o Sistema de Processamento de Transações, a diferença é que os clientes são os que alimentam o sistema conforme sua demanda. Um exemplo é a declaração de Imposto de Renda pela internet por meio de programas disponibilizados para essa demanda. (Guimarães; Johnson, 2007, p. 76). TEMA 5 – SEGURANÇA E ÉTICA A proteção das informações, bem como sua correta utilização pelo prestador de serviços, também se mostra como um valioso diferencial 12 competitivo, pois as competências, habilidades e atitudes não devem ser apresentadas apenas nos processos estratégicos, táticos e operacionais das empresas, mas também no comportamento dos profissionais que têm acesso a essas informações. Na área eletrônica, em que diversos setores experimentam crescimento exponencial, a responsabilidade em se divulgar informações de maneira adequada ao mercado, por meio de relatórios que informem apenas o necessário para as operações, é vital para a credibilidade empresarial. Os serviços eletrônicos facilitam as atividades nas empresas, devido ao fluxo e ao armazenamento de informações. Mas essa disponibilidade não pode ser feita sem os cuidados devidos, como disponibilizar informações sobre clientes de forma aleatória. Nas redes sociais, muito se diz sobre “não se divulgar tudo o que faz”, pois pessoas de índole duvidosa traçam perfis de vítimas a fim de aplicar os mais variados tipos de golpes, em especial, os golpes que lesam o patrimônio financeiro. As várias divulgações de atividades nas redes sociais são de responsabilidade do usuário que faz as postagens. Porém, informações utilizadas pelas empresas e sua divulgação são de responsabilidade destas mesmas empresas. Desta forma, tratar a ética profissional e a segurança adequada das informações para que estas sejam utilizadas de forma correta, a fim de que não se tenha a reputação empresarial maculada, é tão importante quanto os objetivos estratégicos empresariais. 5.1 Segurança das informações Conforme Montana e Charnov (2006p. 439), os diversos colaboradores das empresas dispõem de acesso às mais variadas informações por meio do uso de equipamentos eletrônicos, como computadores pessoais, aparelhos celulares e conexão com a internet. Graças a essa facilidade de acesso às informações, surgem os chamados hackers, que usam essa opção para os mais diversos tipos de abuso, gerando enormes prejuízos para pessoas e empresas. As formas de segurança para dados e informações na empresa podem ser físicas, pelo uso de fechaduras, combinações, câmeras de vigilância, entre outros. Importante é a consciência de que essa segurança deve ser proativa em relação a sinistros, como desastres naturais, incêndios, inundações, fazendo 13 com que a empresa realize cópias de segurança destes dados e informações, os chamados backups. (Montana; Charnov, 2006 p. 440). Outra providência deve ser a proteção à invasão aos programas da empresa, como a presença de vírus ou hackers que buscam modificar informações armazenadas para que os gestores tenham informações erradas e tomem decisões equivocadas. Para essa demanda, sugere-se o uso de senhas de acesso, logins para identificação, restrição e acesso, que devem ser amplamente utilizados pelas empresas em todos os seus departamentos. Montana e Charnov (2006 p. 440) corroboram o uso de programas que codificam os dados, ou seja, a criptografia, que fará com que os dados sejam organizados de forma aleatória a fim de impedir seu uso. A criptografia se torna uma opção atraente de proteção de dados, mas a ressalva é que, se o usuário perder sua chave de identificação ou a senha de acesso, pode ter perdido todo o seu banco de dados e suas informações. (Montana; Charnov, 2006 p. 440). 5.2 Ética profissional com Serviços Eletrônicos O termo ética vem da palavra grega ethos que significa costume, hábito, uso, e está voltada à prática social. Desta forma, pode-se entender que a postura em relação aos mais variados assuntos depende da sociedade em que se está inserido. Assim, os valores adquirem importância à medida em que são julgados e, por se tratar de comportamentos, muitas vezes, serão centros de polêmica. Por exemplo, podemos perguntar aos funcionários de uma empresa: quem é o mais importante, o cliente ou o investidor? A resposta não será tão simples, pois, de um lado, o cliente adquire os produtos e os serviços de determinada empresa pela troca de seus recursos financeiros, ou seja, a compra. A empresa oferece produtos e serviços ao seu público-alvo, visando ganhos financeiros deste. Por outro lado, o investidor realiza a injeção de recursos financeiros às empresas antes que o cliente, pois acredita nos objetivos da empresa sem que estes tenham ocorrido. Portanto, responder à pergunta dependerá de outras variáveis e cenários, pois os dois atores, tanto os clientes como os investidores, são importantes à organização. A postura empresarial em relação aos serviços eletrônicos deve estar atenta a diversos cenários. Defendem Guimarães e Johnson (2007, p. 195) que 14 o diferencial ético do prestador de serviços não se limita à salvaguarda das informações que a empresa disponibiliza para execução de suas atividades, mas seu tempo para realização das atividades de trabalho deve ser para uso das atividades empresariais. A facilidade dos serviços eletrônicos não pode ser confundida com uso destemperado destes em atividades pessoais, por exemplo, o uso de redes sociais, sites de compra ou a realização de trabalhos acadêmicos. A intenção não é de tirar a liberdade do profissional, de modo que ele não tenha acesso aos assuntos pessoais durante o expediente, mas ocorre que, comumente, empresas têm enfrentado sérios problemas com a postura de profissionais que literalmente furtam o tempo de trabalho das empresas. E tempo é um recurso raro, perecível e, uma vez desperdiçado, não pode ser recuperado. O ambiente eletrônico oferece inúmeras oportunidades ao gestor de serviços, mas este deve ter muito claro para si que seu ramo de atuação não se limita a atingir de metas, devendo ter cuidado com sua imagem profissional pela manutenção de valores frente aos desafios empresariais. 5.3 Contrato psicológico Montana e Charnov (2006 p. 113) falam da importância dos critérios em que as pessoas ingressam nas empresas, como oportunidades profissionais, boa remuneração e demais benefícios. Em contrapartida, essas empresas também carregam expectativas para com esses profissionais, como o comprometimento com as metas, a cultura organizacional, o ambiente interno e externo da empresa. Essas expectativas, sejam da empresa ou do profissional, serão chamadas de contrato psicológico, pois nem todas as variáveis são descritas no contrato formal de prestação de serviço. Montana e Charnov (2006 p. 114) descrevem ainda que podem ocorrer situações em que organização e profissionais estejam em desacordo com suas expectativas. Isso pode ser identificado por meio das seguintes reações: Mostra de sinais de que expectativas devem estar de acordo Torna-se distante Pede afastamento da empresa Na condição de resposta ao desempenho profissional, Montana e Charnov (2006 p. 113) mostram o seguinte: 15 “Torna-se desorganizado; Ausência de iniciativa e comprometimento; Resistência às mudanças; Não se motiva; Utiliza parte de suas competências e habilidades”. (Montana; Charnov, 2006 p. 113). Por fim, da mesma forma como o estabelecimento de metas e os objetivos para o crescimento da organização devem ser claros, a comunicação adequada das expectativas entre empresas e profissionais precisa seguir os mesmos critérios. Assim, resultados amplos e positivos podem ser conquistados nas diversas áreas, gerando maiores oportunidades ao profissional com postura adequada e não apenas com conhecimentos técnicos. FINALIZANDO Ao final desta aula, podemos entender que o ambiente eletrônico oferece inúmeras oportunidades de atuação, com atenção especial ao fluxo de informações. A capacitação adequada e a correta gestão do capital intelectual promovem e favorecem o profissional de serviços. No entanto, aspectos de facilidades eletrônicas demandam por segurança no uso das informações e também de postura adequada dos profissionais de serviços. 16 REFERÊNCIAS BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. CORRÊA, H. L.; CAON, M. Gestão de Serviços: lucratividade por meio de operações e satisfação dos clientes. São Paulo: Atlas, 2012. GIANESI, I. G. N.; CORRÊA, H. L. Gestão Estratégica de Serviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 2006. GUIMARÃES, A. S.; JOHNSON, G. F. Sistemas de Informações: administrando em tempo real. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. MONTANA, P. J.; CHARNOV, B. H. Administração. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Sistemas de informações gerenciais, estratégias, táticas, operacionais. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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