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INFECÇÕES EM PACIENTES HIV

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INEFCÇÕES EM PACIENTES COM HIV 
CASO CLÍNICO 01 
Carilto, 50 anos, bancário, procura pronto-socorro 
apresentando tosse e dispneia, iniciadas há 03 
semanas. Negava qualquer morbidade ou uso de 
medicação, relatando apenas que havia emagrecido 
bastante nos dois últimos meses. Ao ser atendido, Dr 
Marcus, residente de clínica médica, solicitou uma 
radiografia de tórax. Após analisar o exame (projeção), 
assustou-se com a imagem e encaminhou Carilto à sala 
de observação. 
Ao exame físico, destacavam-se FR 35irpm, Tax 
38,2°C, cianose de extremidades e candidíase oral. A 
investigação complementar revelou ainda LDH 927ui/l, 
e gasometria arterial com alcalose respiratória e PO2 de 
66mmHg. Realizou ainda, na mesma unidade, teste 
rápido para vírus HIV que se mostrou positivo. 
OBS: candidíase oral é um sinal de imunodepressão. Devemos solicitar um teste de HIV para investigação. Na 
radiografia do paciente apresenta infiltrado difuso com presença de cistos. Sem derrame pleural ou consolidação.
• Qual o diagnóstico mais provável? Pneumonia por Pneumocystis jiroveci (Pneumocistose). 
• Uma vez confirmada sua hipótese, qual esquema terapêutico você iniciaria para o quadro respiratório? O esquema 
que deve ser iniciado é Sulfametoxazol + trimetropina + prednisona (pela hipoxemia). 
• Cite um grande diagnóstico diferencial a ser afastado e a conduta caso fosse confirmado. O diagnóstico diferencial 
é Tuberculose pulmonar e se confirmada entraríamos com RIPE. 
• No caso clínico, não pensamos em PAC, pela evolução. Já devido o quadro arrastado podemos pensar em TB e 
como paciente HIV, pensamos em Pneumocistose. 
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS 
• Apresentam a maior causa de morbimortalidade nos pacientes com HIV. Das doenças definidoras de AIDS, 3 
acometem o pulmão: 
o PNEUMONIA BACTERIANA DE REPETIÇÃO. 
o TUBERCULOSE. 
o PNEUMOCISTOSE. 
• A forma mais comum de apresentação é a PAC. Já a principal causa de óbito é a Tuberculose. 
PNEUMOCISTOSE 
• É causa por um fungo → Pneumocystis jirovecii. 
• É uma doença definidora de AIDS. Ocorre normalmente com CD4 < 200. 
• Diminuindo muito a incidência com a introdução da TARV. 
• Quadro clínico: 
o É uma doença subaguda, com início insidioso. A duração do início dos sintomas até a agudização e piora, 
normalmente é de 21 dias. 
o Apresenta tosse seca, febre, fadiga, dispneia aos esforços com piora progressiva. 
o Evolução para insuficiência respiratória aguda. 
• O RX de tórax pode estar normal ou com infiltrado intersticial ou peri-hilar. 
 
• A TC de tórax pode apresentar infiltrado intersticial com padrão em “vidro fosco”. Pode apresentar formações 
císticas, características desse fungo. 
 
• Tratamento: 
o BACTRIM (SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPIN) – 80MG/KG. 1ª ESCOLHA. 
o OU PRIMAQUINA + CLINDAMICINA. 
o DURAÇÃO DE 21 DIAS. 
• O corticoide deve ser usado no tratamento se PO2 < 70, na gasometria.* 
 
 
CASO CLÍNICO 02 
Mulher, 22 anos, com perda de movimentos em membro inferior esquerdo há 06 dias. Paciente refere que há 08 dias 
passou a apresentar cefaleia bitemporal com irradiação para região frontal, que melhorava ao uso de Torsilax, associada 
a monoplegia em membro inferior direito, paresia e parestesia em membro superior direito. Há 06 dias, evoluiu 
com perda parcial de movimentos em MIE. Nega episódios prévios de convulsão e outros sintomas associados. 
AP: HIV desde 2014 em acompanhamento irregular, porém relata que suspendeu o uso da terapia antirretroviral 
(Lamivudina + Tenofovir + Dolutegravir) há cerca de 12 meses devido à queixa de mal-estar (refere que havia 
implicado com o uso da TARV): “achava que a medicação lhe causava mal”. 
Exames laboratoriais: CV de 876.523 e CD4 de 104. 
TC de crânio: desvio de linha média, lesão anelar que capta contraste e edema perilesional. Até que se prove o contrário, 
isso é neurotoxoplasmose. Mas tem um diagnóstico diferencial que é o linfoma primário de sistema nervoso central. 
A paciente tem sinais focais alterados. 
 
• Qual o diagnóstico mais provável? Neurotoxoplasmose. 
• Cite um diagnóstico diferencial. Linfoma primário de SNC. 
• Tratamento: 
NEUROTOXOPLASMOSE 
• Quadro clínico é geralmente subagudo de 2 a 3 semanas. Em até 10% dos casos pode haver quadros encefálicos 
difusos de instalação aguda. O fato de ser subagudo é uma forma de diferenciarmos de AVC. 
• Manifestações clínicas dependem principalmente da topografia e do número de lesões. 
• Pode ser observados lesões da fala, síndrome cerebelar, demencial, alterações de comportamento e 
movimentos involuntários. 
• O quadro clínico: cefaleia, febre, alterações neurológicas focais, convulsões, confusão mental, ataxia, letargia, 
alterações de pares cranianos, alterações visuais. 
• Os achados radiológicos são vistos pela TC de crânio com contraste ou RNM*. Se o serviço tiver RNM 
disponível, podemos partir direto para ela. 
• São visualizadas lesões que captam contraste e apresentam edema perilesional. Podem ser únicas ou múltiplas. E 
divididas em categorias. 
o Lesões hipodensas com realce anelar e edema perilesional (mais clássica). 
o Lesões hipodensas com realce nodular e edema perilesional. 
o Lesões hipodensas com efeito expansivo sem realce após infusão de contraste. 
 
• Diagnóstico: é feito com clínica, imagem e laboratorial. 
o O IgG, aproximadamente 90 – 95% tem a presença desse anticorpo, porém a ausência dele não exclui o 
diagnóstico. 
o LCR é pouco específico, mas normalmente apresenta presença de linfócitos e discreta proteinorraquia. 
o Lembrar do CD4, normalmente < 200. 
• Tratamento: 
o SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA + ÁCIDO FOLÍNICO 
o OU BACTRIM (SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPIN). 
o DURAÇÃO DE 4 A 6 SEMANAS. 
 
QUESTÕES RESIDÊNCIA 
 
GABARITO: LETRA C 
 
GABARITO: LETRA C

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