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Avaliação e Prescrição de Exercícios Físicos para Adultos Idosos PEF William S. Smethurst, MSc Universidade de Pernambuco / UPE Escola Superior de Educação Física / ESEF Grupo de Pesquisas em Estilo de Vida e Saúde / GPES 2017.2 Currículo Sintético Graduado em Educação Física (Escola Superior de Educação Física / ESEF da Universidade de Pernambuco / UPE); Mestre em Educação Física (Universidade do Porto, PT e Universidade Católica de Brasília); Doutorando em Educação Física (Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física da UPE – UFPB); Membro do Grupo de Pesquisas em Estilos de Vida e Saúde (GPES – ESEF – UPE) Professor Assistente na UPE (ESEF e Faculdade de Ciências Médicas / FCM) 2 Temas, Carga Horária e Ementas 1ª PARTE (1,0 horas): A Avaliação Pré-prescrição Ampla em Programas de Exercício Físico para a Saúde de Adultos Idosos. Ementa: Conhecimento das bases teórico-metodológicas da avaliação da prontidão de saúde, da composição corporal e das capacidades físicas. 2ª PARTE (2,5 horas): A Prescrição de Exercícios Físicos para a Saúde de Adultos Idosos. Ementa: Conhecimento das base teórico-metodológica da prescrição de exercícios físicos para adultos idosos. 3 Objetivo Ao término deste subcurso, deve-se estar apto a responder as seguintes questões sobre avaliação e prescrição em programas de exercícios físicos para adultos idosos: Para quem realiza-las? Por que realiza-las? Quem deve avaliar? O que e como avaliar? O que e como prescrever? Quem deve prescrever? 4 I parte 1. Para quem realiza-las Há uma grande diversidade de capacidades e papeis neste grupo etário 6 “A prevenção de incapacitação física em pessoas idosas é um dos principais objetivos da medicina geriatria.” “Foram desenvolvidos testes padronizados de desempenho físico para avaliar a capacidade de uma pessoa realizar os vários movimentos necessários às atividades diárias comuns.” “Esses testes mostraram-se válidos e confiáveis, e agora são amplamente utilizados na pesquisa geriátrica devido à sensibilidade às mudanças e à validade preditiva para desfechos importantes, como autoavaliação depreciada da saúde, institucionalização, hospitalização, quedas, mortalidade e incapacidade.” Onder et al. Measures of Physical Performance and Risk for Progressive and Catastrophic Disability: Results From the Women’s Health and Aging Study. Journal of Gerontology: MEDICAL SCIENCES 2005, Vol. 60A, No. 1, 74–79 (IF: 5.957) 2. Porque realiza-las 7 7 Saúde de Adultos Idosos e o Papel da Atividade Física 2. Porque 1. MORAES, E.N. Atenção a saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. Brasília: OPAS, 2012. 2. MENDES, E.V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da ... . Brasília: OPASaúde, 2012. Modelo da Determinação Social da Saúde de Dhalgren e Whitehead 8 8 The American College of Lifestyle Medicine (https://www.lifestylemedicine.org/) O Que é Estilo de Vida p/ a Saúde? 2. Porque 9 Risco de Diabetes, IAM, AVE e Câncer Fatores de Vida Saudável (Não fumar, exercício físico regular, alimentação saudável, peso saudável) 23.153 pessoas, 35-65 anos, 8 anos de followup Estilo de Vida e Mortalidade FORD et al. Healthy Living Is the Best Revenge - Findings From the European Prospective Investigation Into Cancer and Nutrition–Potsdam Study. Arch Intern Med. 2009;169(15):1355-1362 (IF: 16.538) 2. Porque 10 East 0 1 2 3 4 1 0.51 0.37000000000000038 0.28000000000000008 0.22000000000000042 PASSARINO et al. Human longevity: Genetics or Lifestyle? It takes two to tango. Immunity & Ageing (2016) 13:12. DOI 10.1186/s12979-016-0066-z (IF: 2.216) Saúde: Genética ou Estilo de Vida? “O envelhecimento saudável e a longevidade em humanos são modulados por uma combinação de fatores genéticos e não genéticos. Apenas cerca de 25% da variação na longevidade humana é devida a fatores genéticos.” “Recentes estudos epigenéticos têm demonstrado que as modificações moduladas tanto por motivos genéticos como por estilo de vida, são muito sensíveis ao processo de envelhecimento e podem ser biomarcadores da sua qualidade ou influenciar a sua taxa e qualidade.” “Alguns pessoas podem atingir a longevidade devido a uma combinação fortuita de polimorfismos que lhes permite ter um metabolismo eficiente ou uma resposta eficiente ao estresse. A maioria das outras pode atingir resultado semelhante com intervenções adequadas no estilo de vida.” 2. Porque 11 Epigenética e Envelhecimento ROWBOTHAM et al. (2015). Epigenetic Changes in Aging and Age-related Disease. JASC 3:130. doi: 10.4172/2329-8847.1000130 ALEGRÍA-TORRES et al. Epigenetics and lifestyle. Epigenomics. 2011 June ; 3(3): 267–277. doi:10.2217/epi.11.22. (IF: 4.394 ) 2. Porque 12 INCOMPETÊNCIA MOTORA Aptidão Física e Fragilidade DEPENDÊNCIA QUEDAS 2. Porque Resultados A atividade física leve foi insuficiente para retardar significativamente a progressão da fragilidade, a atividade física moderada reduziu a progressão da fragilidade em algumas faixas etárias e atividade vigorosa reduziu significativamente a trajetória da progressão da fragilidade em todos os adultos mais velhos. ROGERS et al. (2017) Physical activity and trajectories of frailty among older adults: Evidence from the English Longitudinal Study of Ageing. PLoS ONE 12(2): e0170878. doi:10.1371/journal.pone.0170878. (IF: 3.056) 13 13 Aptidão Física e Declínio Cognitivo 2. Porque LARSON et al. Exercise Is Associated with Reduced Risk for Incident Dementia among Persons 65 Years of Age and Older. Ann Intern Med. 2006;144:73-81. (IF: 17.202) 14 14 Uso do Tempo em Atividades Físicas WEN NG S., POPKIN B. Physical Activity Recommendations and Decreased Risk of Mortality. Obes Rev. 2012 August; 13(8): 659–680. doi:10.1111/j.1467-789X.2011.00982.x. (IF: 7.883) 2. Porque 15 “Se pudéssemos dar a cada indivíduo a quantidade certa de alimento e exercício, nem pouco e nem muito, teríamos encontrado o caminho mais seguro para a saúde.” Hipócrates (460 ‒ 370 a.C) “O médico do futuro não receitará nenhum remédio, mas estimulará seus pacientes a cuidarem de si mesmos adequadamente, terem uma boa alimentação e prestarem atenção na causa e na prevenção das doenças.” Thomas Edison (1847 ‒ 1931) 2. Porque Aforismos sobre Estilo de Vida e Saúde 16 Medicina do Estilo de Vida 2. Porque 17 3. Quem deve Avaliar 18 18 1. APRESENTAÇÃO “O Conselho Federal de Educação Física emite esta Nota Técnica na perspectiva de informar, orientar e padronizar condutas e procedimentos do Profissional de Educação Física (PEF) no uso da avaliação física (grifo nosso), como elemento principal para prescrição de exercícios físicos e desportivos.” 2. A AVALIAÇÃO FÍSICA A avaliação física é um procedimento essencial do trabalho do Profissional de Educação Física e deve ser ampla e sistemática. 3. CONSIDERAÇÕES GERAIS O CONFEF reconhece que determinações legais exigindo atestado médico como condição imprescindível para a prática de atividades físicas não garantem a segurança pretendida para o beneficiário e não eximem o PEF das suas responsabilidades quando da prescrição e orientação do exercício físico e esportivo. Diante dessas considerações o CONFEF estabelece: 1- Antes do início, e durante (grifo nosso), do desenvolvimento do programa de exercícios, de atividades físicas e/ou desportivas, faz-se necessário a realização de avaliação física procedida por PEF; 2- Nos casos em que sejam identificados indivíduos sintomáticos ou com fatores de risco para doenças que podem ser agravadas pela atividade física, deverá ser solicitada avaliação médica, e nutricional (grifo nosso), objetivando identificar restrições e estabelecer linhas de orientação para prescrições de exercícios apropriados. 3. Quem Posicionamento do CONFEF Resumo (crítico) da N.T. CONFEF nº 2/2012 Assunto: A avaliação física em programa de exercícios físicos e desportivos 19Atualização das Recomendações do ACSM p/ Avaliação Pré-participação (2015) RIEBE et al. Updating ACSM’s Recommendations for Exercise Preparticipation Health Screening. Med Sci Sports Exerc. 2015 Nov;47(11):2473-9.doi:10.1249/MSS.0000000000000664. (IF: 4.141) 3. Quem 20 Diretrizes Europeias 2016 O risco de uma resposta CV adversa durante a AF é extremamente baixo para os adultos aparentemente saudáveis; O risco de participação é compensado pelos benefícios substanciais à saúde conferidos pela AF; Em indivíduos saudáveis que desejam realizar AF moderada, não é necessária uma avaliação médica preliminar; A avaliação clínica, incluindo o teste de esforço, pode ser considerada para pessoas inativas com fatores de risco CV, ou pretendam se envolver em AF vigorosa e/ou esportes; São propostos questionários de autoavaliação validados para indivíduos inativos que ingressam em atividades de lazer de baixa intensidade ou de intensidade moderada. 3. Quem 21 E no Brasil? 3. Quem 22 Posicionamento da Associação Europeia de RCV sobre APP de Adultos Mais Velhos 3. Quem 23 3. Quem Qual o impacto da obtenção da autorização médica para participar de um ECR (ensaio controlado randomizado), que examina uma intervenção de atividade física nos perfis sociodemográficos e de fatores de risco dos participantes incluídos? Outra Opinião DUNCAN et al. What is the impact of obtaining medical clearance to participate in a randomised controlled trial examining a physical activity intervention on the sociodemographic and risk factor profiles of included participants? Trials (2016) 17:580. DOI 10.1186/s13063-016-1715-4. (IF: 1.969) 24 Do total de indivíduos triados (n = 683), 36,75% foram encaminhados para avaliação médica e apenas 3,76% (n= 15) dos sujeitos não receberam liberação médica, sendo encaminhados para exames complementares; Com base nos resultados deste estudo, encorajamos outros a aplicarem protocolos de seleção que sejam menos restritivos (ex.: o PAR-Q+); Incluir opções para pessoas interessadas em buscar avaliação médica, sempre que possível, porque isso proporcionará a uma população mais diversificada a se beneficiar das atividades físicas. “Planos de treinamento bem elaborados e boa orientação são mais valiosos do que as avaliações preliminares de saúde atualmente* em uso” 25 3. Quem Conclusão Geral dos Revisionistas 1. U.S. Preventive Services Task Force, Ann Intern Med;140:569-572, 2004 2. Ory et al. Annals of Behavioral Medicine. Volume 29, 2005, Special Supplement “Planos de treinamento bem elaborados e boa orientação são mais valiosos do que as avaliações preliminares de saúde atualmente* em uso” image2.jpeg image8.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.png image6.jpeg image7.png image16.jpeg image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.jpeg image21.png image22.png image23.png image24.png image17.png image18.png image19.png image20.png image25.jpeg Microsoft_Excel_Worksheet1.xlsx Sheet1 0 1 2 3 4 East 1 0.51 0.37 0.28 0.22 image26.png image27.png image28.png image29.png image34.png image30.jpeg image31.jpeg image32.jpeg image33.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image40.png image41.jpeg image42.jpeg image47.png image43.png image44.png image45.png image46.png image48.jpeg image49.jpeg image50.jpeg image51.png image52.png image53.png image54.png image55.png image56.png image57.png image58.png image59.png image60.png image61.png image62.png image63.png image64.png image65.jpeg image66.png image1.jpeg