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Neoplasias malignas da região bucomaxilofacial_

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Patologia bucal
neoplasias malignas
região bucomaxilofacial
Definição 
“Consistem num aumento do número de células com consequente aumento da massa tecidual, a qual ultrapassa os limites normais e altera a homeostase das células, sendo as células neoplásicas diferente da células normais, essas neoplasias, assumem ainda a capacidade de crescer por infiltração progressiva não reconhecendo os limites anatômicos das estruturas e, ainda, disseminar-se pelas vias linfáticas e sanguínea, e provocar neoplasias malignas à distância, originando metástases.” Gossen et al. 2005
Estudos epidemiológicos 
INCA (2019):
· em 2018, o câncer foi responsável por 9,6 milhões de mortes, sendo a segunda maior causa de morte no mundo, com 1 em cada 6 mortes, relacionadas ao câncer.
· estima-se que ocorrerão 18 milhões de casos novos de câncer, sendo 625.000 no Brasil.
· cerca de ⅓ das mortes por câncer, são relacionados aos cinco maiores fatores de risco: altos índices de massa corporal, baixo consumo de frutas e vegetais, a falta de atividade física, uso de álcool e tabaco. 
· maiores dados de mortalidade, em países de baixa e média renda.
INCA (2019) - Câncer de boca:
· estima-se 15.190 casos novos de câncer de boca, para cada ano do triênio de 2020, 2021 e 2022. Sendo este considerado o quinto tipo de carcinoma mais comum, com risco duas vezes maior em homens, como também, com frequências maiores nas idades 60-69.
· mais de 60% iniciaram o tratamento, após 60 dias do diagnóstico, o que contraria uma lei federal, que diz que após o diagnóstico, o tratamento deve-se iniciar em até 60 dias.
→ segundo o Hospital do Câncer, 70% procuram o tratamento em estágios mais avançados. 
Carcinoma de células escamosas 
· os cânceres orais corresponde a 10% de todos os cânceres, sendo que o Carcinoma de células escamosas, representam cerca de 0% dos cânceres orais.
· também pode ser denominado por Carcinoma epidermóide e Carcinoma de células pavimentosas. 
· a maioria dos acometidos são homens idosos → os dados revelam, que a maioria procura atendimento após 4-8 meses da percepção de alterações orais, o que pode ser justificado pela ausência de sintomatologia.
· Características clínicas -
· podem apresentar-se de diferente aspectos, seja exofítica, endofítica (invasivas, ulceradas), leucoplásica, eritoplásica, eritroleucoplásica. 
· as lesões exofíticas, apresentam, em maioria, superfície irregular, vegetante, papilar ou verruciforme, podendo apresentar coloração da mucosa normal, vermelho ou branco, à depender da quantidade de queratina e da vascularização. Como também, pode apresentar superfície ulcerada e endurecida.
· normalmente é uma lesão úlcero vegetante, de bordas elevadas, crateriforme, com a base endurecida. 
· as lesões endofíticas, apresentam uma área central deprimida, formato irregular, ulcerado, com borda em rolete, a qual é resultado da invasão tecidual, que pode destruir o osso adjacente (radiograficamente, área radiolúcida irregular, em forma de “roído de traças”), com sensação extremamente dolorosa.
 
	Embora sejam facilmente percebidos na clínica, o diagnóstico precoce pode tornar-se difícil, uma vez que as lesões incipientes são indolores e podem resultar em diferentes aspectos clínicos, semelhante às lesões com potencial de malignidades, como: eritroplasia, leucoplasia, eritroleucoplasia, entre outras. No entanto, nos achados microscópicos há indicação de um carcinoma in situ.
Lesão eritroplásica com alguma áreas leucoplásicas; Mancha branca; Lesão nodular, granular com áreas leucoplásicas; Lesão de Queilite actínica ulcerada. 
· podem manifestar-se em qualquer região da mucosa bucal, no entanto, na maioria das vezes, está localizado numa “área de ferradura - no assoalho da boca e mucosa lingual adjacente, envolvendo o sulco lingual e a região retromolar.
· essa região de suscetibilidade aumentando, tem sido denominada de área de dreno, com possível explicação de que é onde os carcinógenos possuem poder de fixação maior.
· outros sítios de envolvimento (em ordem decrescente de frequência) são o palato mole, gengiva, mucosa jugal, mucosa labial e palato duro. 
Localização: língua
· corresponde a 50% dos cânceres de boca.
· ⅔ dos cânceres de língua, apresentam-se com aumento de volume ou úlceras endurecidas e indolores, com maioria na margem posterolateral, 20% ocorrendo na superfície ântero lateral ou ventral, e 4% no dorso. 
· a língua é, especialmente, o sítio de acometimento em pacientes jovens e, na realidade, é o sítio de acometimento do único caso de carcinoma de células escamosas congênito relatado.
Localização: assoalho de boca
· estudos epidemiológicos, destacam o grande aumento de casos em mulheres, sendo estas acometida uma década antes que os homens. No entanto, ainda trata-se de uma doença em adultos idosos. 
· dentre todos os carcinomas intraorais, as lesões de soalho de boca são as mais propensas a originarem-se de uma leucoplasia ou eritroplasia preexistente. 
· possuem alta tendência de metastatizar. 
Localização: lábio
· é um tanto diferente do carcinoma oral por possuir fisiopatologia similar ao Câncer de pele.
· principalmente em pessoas de pele clara, com histórico de dano agudo solar, e em pacientes com excessiva exposição à radiação UV.
· apresenta crescimento lento.
· pode surgir no local em que o paciente segura um cigarro, charuto ou cachimbo.
· 70% dos indivíduos afetados, apresentam ocupação ao ar livre → está associada à Queilite Actínica, acometendo também, em maior frequência o lábio inferior, como também a área adjacente (⅔) à região média.
· lesão típica: endurecida, indolor, crostosa, exsudativa, com menos de 1 cm em seu diâmetro (nas fases iniciais). 
· nem todas tem relação com a luz UV; pode haver fatores como tabaco, coloração da pele (branca>amarela>negra) e transplantes (imunossupressão). 
· metástase é um evento tardia ao diagnóstico → menos de 2% apresentam linfonodos metastáticos.
	
Linfonodos metastáticos orais, pelo escalão de drenagem:
· 1° escalão: linfonodos cervicais (jugulodigástrico, jugulo-omo-hióideos, submandibulares, submentonianos.
· 2° escalão: linfonodos parotídeos, jugulares, cervicais posteriores. 
Carcinomas de lábio inferior e assoalho de boca tendem a disseminar para os linfonodos submentonianos, já os localizados nas porções posteriores da boca (como a borda lateral de língua) tendem a disseminar ao linfonodos jugulares superiores e digástrico. 
As metástases dos cânceres de boca não são precoces, no entanto devido ao grande diagnóstico tardio, cerca de 21% apresentam metástases cervicais. Por outro lado, os tumores que surgem mais posteriormente, dentro da orofaringe, são propensos a metástases precoces. As metástases à distância, geralmente ocorrem no pulmão, medula e fígado. 
	Os carcinomas da gengiva e dos alvéolos geralmente são indolores e surgem mais frequentemente na mucosa ceratinizada de um sítio na região posterior da mandíbula. Esse tumor possui uma especial propensão a simular lesões inflamatórias benignas e lesões reacionais, tais como o granuloma piogênico, que são muito comuns na gengiva. Quando o câncer desenvolve-se em uma área edêntula, ele pode dar origem a um aumento de volume que “envolverá firmemente” a borda de uma dentadura e à primeira vista lembrará uma hiperplasia fibrosa inflamatória (epúlide fissurada). Os tumores da crista alveolar maxilar podem se estender em direção ao palato duro. Se o tumor estiver localizado nas adjacências de um dente, então ele pode simular uma doença periodontal ou um granuloma piogênico. Um carcinoma gengival geralmente destrói a estrutura óssea subjacente, causando mobilidade dentária. Essa lesão pode não se tornar evidente até após a extração dentária, quando se prolifera para fora do alvéolo para mimetizar o tecido de granulação hiperplásico da epúlide granulomatosa. Dentre todos os carcinomas intraorais, esse é o menos associado ao tabaco e o que possui a maior predileção pelo gênero feminino. 
· Características microscópicas-
Arquiteturais:
· invasão tecidual: as células escamosas individuais e as ilhas ou os cordões de células são observados como se tornando entidades independentes no interior do tecido conjuntivo, sem adesão ao epitélio da superfície.
· estratificação epitelial irregular.
· perda da polaridade das células da camada basal.
· projeções epiteliais em forma de gota.
· aumento do número de figuras de mitose.
· mitoses em camadas altas do epitélio (acima da parabasal).
· queratinização prematura em células isoladas (disceratoses).
· pérolas de queratinas nas projeções epiteliais.
Citológicas:
· núcleo com tamanho aumentando (anisonucleose).
· célula com tamanho aumentado (anisocitose).
· variação anormal da forma do núcleo (pleomorfismo nuclear).
· variação anormal da forma da célula (pleomorfismo celular).
· proporção núcleo/citoplasma aumentada.
· aumento volume nuclear.
· figuras de mitose atípicas.
· aumento do tamanho e do número de nucléolos. 
· hipercromatismo nuclear.
Gradação histológica
Grau I: Carcinoma de células escamosas bem diferenciado.
→ se tem queratinização, significa que as células ainda exercem sua função, o que induz que seja bem diferenciado.
Grau II: Carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciado.
Grau III e IV: Carcinoma de células escamosas pouco diferenciado.
· Tratamento -
· cirurgia
· radioterapia
· quimioterapia
· imunoterapia 
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