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Teoria do Crime - Parte III

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DELEGADO SÃO PAULO 
 
SEMANA 03/12 
 
 
Sumário 
META 1 ............................................................................................................................................................ 12 
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE III (ILICITUDE – CULPABILIDADE – TEORIA DO ERRO) ............... 12 
1. ILICITUDE ..................................................................................................................................................... 12 
1.1 Terminologias ......................................................................................................................................................... 13 
1.2 Relação entre a Tipicidade e a Ilicitude .................................................................................................................. 13 
1.3. Causas de Exclusão da Ilicitude ............................................................................................................................. 14 
1.3.1. Causas Legais de Exclusão da Ilicitude: também podem ser denominadas de descriminantes ou de 
justificantes. A causa excludente ilicitude torna a conduta compatível com a ordem jurídica, levando a concluir-se 
a conformidade do comportamento do agente com o ordenamento jurídico. ....................................................... 14 
1.3.2. Causas Supralegais de Exclusão da Ilicitude ................................................................................................... 28 
1.4. Excesso na Justificante .......................................................................................................................................... 29 
2. CULPABILIDADE ........................................................................................................................................... 30 
2.3. Funções da Culpabilidade ...................................................................................................................................... 31 
2.2. Elementos da Culpabilidade .................................................................................................................................. 31 
2.1.1. Imputabilidade: ............................................................................................................................................... 33 
É o conjunto de condições pessoais que conferem ao sujeito ativo a capacidade de discernir e compreender os seus 
atos. Ou seja, de atribuir responsabilidade por uma conduta típica e ilícita. A inimputabilidade exclui a capacidade 
de entendimento e autodeterminação do agente, enquanto a semi-imputabilidade a reduz. ............................... 33 
2.1.2. Potencial Consciência de Ilicitude ................................................................................................................... 36 
2.1.3. Exigibilidade de Conduta Diversa .................................................................................................................... 36 
3. TEORIA DO ERRO ......................................................................................................................................... 39 
3.1. Erro de Tipo (art. 20, CP) ....................................................................................................................................... 39 
3.2. Erro de Proibição ................................................................................................................................................... 44 
DIREITO PENAL: CONCURSO DE PESSOAS E CONCURSO DE PESSOAS ............................................................ 49 
1. CONCURSO DE PESSOAS .............................................................................................................................. 49 
1.1. Conceito ................................................................................................................................................................ 49 
1.2 Requisitos ............................................................................................................................................................... 50 
1.3 Teorias Sobre Concurso de Pessoas ....................................................................................................................... 53 
1.4. Autoria ................................................................................................................................................................... 54 
1.5. Participação ........................................................................................................................................................... 60 
1.6. Concurso de Pessoas em crimes próprios e crimes de mão própria: .................................................................... 62 
1.7. Concurso de pessoas em crimes culposos ............................................................................................................. 63 
1.8 Concurso de pessoas em crimes omissivos ............................................................................................................ 63 
1.9 Cooperação dolosamente distinta ou participação em crime menos grave ou desvio subjetivo: ......................... 64 
1.10 Concurso de pessoas e crimes multitudinários .................................................................................................... 65 
1.11 Da (in)comunicabilidade das elementares e circunstâncias ................................................................................. 65 
2. CONCURSO DE CRIMES ................................................................................................................................ 66 
2.1 Espécies de Concurso de Crimes ............................................................................................................................ 66 
2.2 Sistemas de aplicação da pena ............................................................................................................................... 66 
2.3 Concurso Material .................................................................................................................................................. 66 
2.4 Concurso Formal (Ideal) ......................................................................................................................................... 68 
2.5 Crime Continuado .................................................................................................................................................. 69 
META 2 ............................................................................................................................................................ 72 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL: AÇÃO PENAL.................................................................................................... 72 
1. PRETENSÃO PUNITIVA ................................................................................................................................. 73 
2. AÇÃO PENAL ................................................................................................................................................ 73 
2.1 Direito De Ação....................................................................................................................................................... 73 
2.2 Condições Da Ação ................................................................................................................................................. 75 
2.2.1 Conceito: São requisitos mínimos indispensáveis ao julgamento da causa. ................................................... 75 
2.2.2 Condições Genéricas ........................................................................................................................................76 
2.2.3 Condições Específicas da Ação ......................................................................................................................... 81 
3. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL ....................................................................................................................... 82 
3.1 Princípios Comuns Da Ação Penal Pública E Privada .............................................................................................. 82 
3.2 Princípios Da Ação Penal Pública ............................................................................................................................ 83 
3.3 Princípios Da Ação Penal Privada ........................................................................................................................... 86 
4. AÇÃO PENAL PÚBLICA ................................................................................................................................. 89 
4.1 Ação Penal Pública Incondicionada ........................................................................................................................ 89 
4.2 Ação Penal Pública Condicionada ........................................................................................................................... 90 
4.2.1 Ação Penal Pública Condicionada à Representação do Ofendido: A representação do ofendido é o pedido e a 
autorização que condiciona o início da persecução penal. Sem ela inexiste processo, IP e até mesmo lavratura de 
flagrante.................................................................................................................................................................... 90 
4.2.2 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça: É ato de conveniência política, 
autorizando a persecução penal em alguns crimes. ................................................................................................. 92 
4.2.3 Ação Penal Pública Subsidiária da Pública: Para alguns doutrinadores, essa subespécie de ação penal pode ser 
vislumbrada quando ocorre a atuação de um órgão do MP diante da inércia de outro órgão do MP. ................... 93 
5. AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA ......................................................................................................... 93 
5.1 Ação Penal Privada Personalíssima ........................................................................................................................ 94 
5.2 Ação Penal Privada Exclusiva Ou Propriamente Dita ............................................................................................. 94 
5.3 Ação Penal Privada Subsidiária Da Pública Ou Acidentalmente Privada Ou Supletiva .......................................... 95 
6. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DA AÇÃO PENAL ................................................................................................. 97 
6.1 Ação Penal Adesiva ................................................................................................................................................. 97 
6.2 Ação Penal Popular ................................................................................................................................................. 98 
6.3 Ação Penal Secundária ........................................................................................................................................... 98 
6.4 Ação De Prevenção Penal ....................................................................................................................................... 99 
7. DENÚNCIA E QUEIXA CRIME ...................................................................................................................... 100 
8. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (Lei 13.964/19) ........................................................................... 105 
8.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 105 
8.2 Requisitos, Condições e Vedações ....................................................................................................................... 106 
8.3 Procedimento Do Acordo De Não Persecução Penal ........................................................................................... 108 
9. AÇÃO CIVIL EX DELICTO ............................................................................................................................. 109 
9.1 Execução Civil Ex Delicto (Art. 63, CPP) X Ação Civil Ex Delicto (Art. 64, CPP) ...................................................... 110 
9.2 Legitimados Ativos Para Propor A Ação Civil ........................................................................................................ 110 
9.3 Indenização Na Sentença Condenatória .............................................................................................................. 111 
9.4 Efeitos Civis Da Sentença Absolutória .................................................................................................................. 111 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: PROCESSO PENAL DIGITAL ............................................................................ 115 
1. AUTOMAÇÃO DO PROCESSO ..................................................................................................................... 115 
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1.1 Tramitação do processo ....................................................................................................................................... 116 
1.2. Comunicação dos atos ......................................................................................................................................... 116 
2. PERSECUÇÃO PENAL E NOVAS TECNOLOGIAS .......................................................................................... 116 
2.1. Dificuldades na persecução ................................................................................................................................. 117 
2.2. Agentes infiltrados virtuais .................................................................................................................................. 118 
2.3. Comunicação dos atos processuais ..................................................................................................................... 119 
3. PROVAS DIGITAIS ....................................................................................................................................... 120 
3.1. Perícia forense digital ou computacional ............................................................................................................ 121 
3.2. Requerimento de guarda de registros de acesso ................................................................................................ 122 
3.3. Dados de celulares .............................................................................................................................................. 125 
4. AUDIÊNCIAS VIRTUAIS ............................................................................................................................... 127 
4.1. Resolução 354/2020 ............................................................................................................................................ 129 
4.2. Audiência de Custódia ......................................................................................................................................... 131 
5. JURISDIÇÃO NA INTERNET ......................................................................................................................... 132 
5.1. Pornografia infantil .............................................................................................................................................. 133 
5.2. Estelionato ...........................................................................................................................................................134 
5.3. Violência doméstica e familiar contra a mulher .................................................................................................. 134 
5.4. Crimes contra a honra ......................................................................................................................................... 135 
5.5. Criptomoedas ...................................................................................................................................................... 135 
5.6. Delegacias Especializadas .................................................................................................................................... 136 
META 3 .......................................................................................................................................................... 138 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE DROGAS ............................................................................................. 138 
QUAL DEVE SER O FOCO? ........................................................................................................................................... 139 
1. INTRODUÇÃO (LEI N° 11.343/2006) .......................................................................................................... 139 
1.1 Objeto Jurídico e Objeto Material ........................................................................................................................ 139 
1.2 Sujeito Ativo ......................................................................................................................................................... 140 
1.3 Sujeito Passivo ...................................................................................................................................................... 140 
1.4 Elemento Subjetivo .............................................................................................................................................. 140 
1.6 Crimes de perigo abstrato x Crimes de perigo concreto ...................................................................................... 141 
1.7 Previsão constitucional a respeito da expropriação ............................................................................................. 141 
2. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ................................................................................................................ 141 
3. DA REPREENSÃO A PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E DO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. ......................... 142 
4. DOS CRIMES E DAS PENAS ......................................................................................................................... 142 
4.1 Porte de Drogas para Uso Pessoal ........................................................................................................................ 142 
4.2 Tráfico de Drogas (Art. 33, caput) ........................................................................................................................ 147 
4.3 Figuras Equiparadas ao Tráfico (Art. 33, §1°) ....................................................................................................... 150 
4.4 Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Uso de Drogas ......................................................................................... 152 
4.5 Cedente Eventual (Art. 33, §3º) ........................................................................................................................... 153 
4.6 Tráfico Privilegiado (Art. 33, §4º) ......................................................................................................................... 153 
4.7 Tráfico de Maquinário (Art. 34) ............................................................................................................................ 157 
4.8 Associação Para o Tráfico ..................................................................................................................................... 158 
4.9 Financiamento ao Tráfico ..................................................................................................................................... 159 
4.10 Informante Colaborador ..................................................................................................................................... 160 
4.11 Prescrever ou Ministrar Drogas Culposamente ................................................................................................. 160 
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4.12 Conduzir Embarcação ou Aeronave após o Consumo de Drogas ....................................................................... 161 
4.13 Causas de Aumento da Pena .............................................................................................................................. 161 
5. DOSIMETRIA DA PENA ............................................................................................................................... 165 
6. PROCEDIMENTO PENAL ............................................................................................................................. 165 
7. DA INVESTIGAÇÃO ..................................................................................................................................... 166 
7.1. Laudo provisório e definitivo ............................................................................................................................... 167 
7.2. Destruição das drogas ......................................................................................................................................... 167 
7.3. Prazo do IP na Lei de Drogas ............................................................................................................................... 168 
7.4 Procedimentos Investigatórios Especiais ............................................................................................................. 168 
7.5 Medidas Assecuratórias ....................................................................................................................................... 169 
8. DA INSTRUÇÃO .......................................................................................................................................... 173 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ................................................... 176 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 176 
1.1 Disciplina Normativa ............................................................................................................................................ 176 
1.2 Pessoa Com Deficiência ........................................................................................................................................ 176 
1.3 Conceitos .............................................................................................................................................................. 178 
2. CRIMES CONTRA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA ......................................................................................... 180 
2.1 Praticar, Induzir ou Incitar Discriminação (art. 88) ............................................................................................... 180 
2.2 Apropriar-se ou Desviar Bens (art. 89) ................................................................................................................. 182 
2.3 Abandonar Pessoa Com Deficiência (art. 90) ....................................................................................................... 183 
2.4 Reter Ou Utilizar Cartão Magnético (art. 91) ....................................................................................................... 183 
META 4 ..........................................................................................................................................................186 
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO ............................................................................... 186 
1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO ................................................................................................................... 186 
1.1 Concepções do Conceito de Constituição ............................................................................................................ 187 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ....................................................................................................... 187 
3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO ................................................................................................................ 192 
4. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E NEOCONSTITUCIONALISMO ...................... 193 
4.1. Constitucionalismo .............................................................................................................................................. 193 
4.2 Neoconstitucionalismo ......................................................................................................................................... 194 
4.3 O papel da Constituição em um Estado Democrático de Direito ......................................................................... 195 
5. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .................................................................................. 196 
6. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS .................................................................................. 197 
6.1. Hermenêutica x Interpretação Jurídica ............................................................................................................... 198 
6.2 Interpretação Jurídica x Interpretação Constitucional ......................................................................................... 198 
6.3 Correntes Norte-Americanas ................................................................................................................................ 198 
6.4 Métodos de interpretação ................................................................................................................................... 199 
6.5 Regras, princípios e postulados normativos ......................................................................................................... 201 
6.6 Princípios de interpretação Constitucional .......................................................................................................... 202 
6.7 Técnicas de interpretação Constitucional ............................................................................................................ 204 
7. PODER CONSTITUINTE ............................................................................................................................... 205 
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7.1 Espécies de Poder Constituinte Originário (também denominado inicial, inaugural, genuíno ou de 1.º grau) .. 205 
7.1.1 Limitações Materiais ...................................................................................................................................... 207 
7.1.2 Titularidade do Poder Constituinte Originário: Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 73), para a doutrina 
majoritária, a titularidade do poder constituinte reside sempre na soberania do povo. Essa posição deve ser 
defendida nas provas. ............................................................................................................................................. 208 
7.1.3 Legitimidade: Segundo Marcelo Novelino (2017, p. 75), a análise da legitimidade do Poder Constituinte 
Originário pode ser feita sob dois prismas distintos: ............................................................................................. 208 
7.2 Poder Constituinte Derivado (instituído, constituído, secundário, de segundo grau, remanescente) ................ 208 
7.2.1 Reformador: Tem o poder ou competência para modificar a Constituição por meio de um procedimento 
específico, estabelecido pelo Poder Constituinte Originário. Ao contrário deste, que é um poder político, o Poder 
Constituinte Derivado Reformador tem natureza jurídica, pois deve obedecer às limitações impostas pelo 
Originário. ............................................................................................................................................................... 209 
7.2.2 Poder Constituinte Derivado Decorrente: Assim como o reformador, também é jurídico e limitado pelo 
originário. Possui o objetivo de estruturar a constituição dos Estados-membros, em decorrência da capacidade de 
auto-organização estabelecida pelo originário. Tal capacidade consta artigo 25 da CF/88, o qual dita que “os 
Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e Leis que adotarem, observados os princípios desta 
Constituição”. ......................................................................................................................................................... 210 
7.2.3 Poder Constituinte Derivado Revisor: Também é condicionado e limitado às regras do originário. Tal 
manifestação ocorreu cinco anos após a promulgação da atual Constituição, por determinação do artigo 3º do 
ADCT. ...................................................................................................................................................................... 211 
7.3 Poder Constituinte Difuso .................................................................................................................................... 211 
7.4 Poder Constituinte Supranacional ........................................................................................................................ 212 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS ..................................................... 213 
QUAL DEVE SER O FOCO? ........................................................................................................................................... 213 
1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................................... 213 
2. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 9.099/95 ................................................................................................. 214 
3. JURISDIÇÃO CONSENSUAL NO PROCESSO PENAL ..................................................................................... 214 
3.1 Velocidades do Direito Penal ............................................................................................................................... 215 
4. CRITÉRIOS/PRINCÍPIOS ORIENTADORES E FINALIDADES DOS JUIZADOS .................................................. 215 
5. COMPETÊNCIA DO JECRIM ........................................................................................................................ 216 
5.1 Estatuto do Idoso ................................................................................................................................................. 218 
5.2 Acusados com Foro por Prerrogativa de Função: ................................................................................................ 218 
5.3 Jecrim nos Crimes Militares .................................................................................................................................. 218 
5.4 Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: .............................................................................. 219 
5.5 Conexão e Continência entre Crime Comum e Infração de Menor Potencial Ofensivo: ..................................... 220 
5.6 Competência Territorial ....................................................................................................................................... 220 
5.7 Causas de Modificação da Competência dos Juizados .........................................................................................220 
5.8 Nulidades .............................................................................................................................................................. 221 
6. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO) ................................................................................ 221 
7. FASE PRELIMINAR ...................................................................................................................................... 223 
7.1 Composição Civil Dos Danos ................................................................................................................................. 223 
7.2 Transação Penal ................................................................................................................................................... 224 
8. ANÁLISE DO PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO: ........................................................................... 226 
9. SISTEMA RECURSAL DOS JUIZADOS .......................................................................................................... 228 
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9.1 Apelação ............................................................................................................................................................... 228 
9.2 Embargos de Declaração ...................................................................................................................................... 228 
10. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO ............................................................................................. 229 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: CRIMES NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR .................................... 232 
1. CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO ......................................................................................... 232 
2. AÇÃO PENAL, CLASSIFICAÇÃO E ELEMENTO SUBJETIVO E PENAS ............................................................ 234 
3. SUJEITOS .................................................................................................................................................... 236 
4. PENAS ........................................................................................................................................................ 236 
5. CRIMES EM ESPÉCIE ................................................................................................................................... 237 
5.1 Art. 63 ................................................................................................................................................................... 237 
5.2 Art. 64 ................................................................................................................................................................... 238 
5.3 Art. 65 ................................................................................................................................................................... 239 
5.4 Art. 66 ................................................................................................................................................................... 239 
5.5 Art. 67 ................................................................................................................................................................... 240 
5.6 Art. 68 ................................................................................................................................................................... 240 
5.7 Art. 69 ................................................................................................................................................................... 240 
5.8 Art. 70 ................................................................................................................................................................... 240 
5.9 Art. 71 ................................................................................................................................................................... 241 
5.10 Art. 72 ................................................................................................................................................................. 242 
5.11 Art. 73 ................................................................................................................................................................. 242 
5.12 Art. 74 ................................................................................................................................................................. 243 
META 5 .......................................................................................................................................................... 244 
DIREITO CIVIL: CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL E LINDB ........................................................... 244 
1. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO BRASILEIRO .................................................................................. 244 
1.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 244 
1.2 O Código Civil De 2002 ......................................................................................................................................... 244 
1.3 Princípios Norteadores Do Novo Código: Eticidade, Sociabilidade E Operabilidade ........................................... 245 
1.4 Do Direito Civil-Constitucional ............................................................................................................................. 246 
1.5 Da Eficácia Horizontal Dos Direitos Fundamentais .............................................................................................. 247 
1.6 A Eficácia Diagonal Dos Direitos Fundamentais ................................................................................................... 247 
2. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ..................................................................... 248 
2.1 Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis .......................................................... 248 
2.2 Antinomias ........................................................................................................................................................... 250 
2.3 Aplicação temporal das normas ........................................................................................................................... 251 
2.4 Aplicação do direito público ................................................................................................................................. 253 
DIREITO CIVIL: DAS PESSOAS ......................................................................................................................... 256 
1. PESSOAS NATURAIS ................................................................................................................................... 256 
1.1 Incapacidade ........................................................................................................................................................ 256 
1.2 Personalidade ....................................................................................................................................................... 257 
1.3 Nascituro .............................................................................................................................................................. 264 
1.4 Emancipação ........................................................................................................................................................ 265 
1.5 Morte Presumida e Ausência ............................................................................................................................... 265 
1.6Domicílio ............................................................................................................................................................... 266 
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2. PESSOAS JURÍDICAS ................................................................................................................................... 267 
2.1 Características ...................................................................................................................................................... 267 
2.2 Requisitos para constituição ................................................................................................................................ 267 
2.3 Classificação das pessoas jurídicas ....................................................................................................................... 268 
2.4 Classificação quanto à função .............................................................................................................................. 268 
2.5. Administração da pessoa jurídica ........................................................................................................................ 269 
2.6 Extinção da pessoa jurídica .................................................................................................................................. 269 
2.7 Desconsideração da personalidade jurídica ......................................................................................................... 269 
DIREITO CIVIL: DOS BENS ............................................................................................................................... 273 
1. CONCEITO .................................................................................................................................................. 273 
2. CLASSIFICAÇÃO .......................................................................................................................................... 274 
2.1. Bens públicos ....................................................................................................................................................... 279 
2.2 Bem de família ...................................................................................................................................................... 281 
DIREITOS HUMANOS: INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL .................................................................................. 283 
1. INTRODUÇÃO E TEORIA GERAL ................................................................................................................. 283 
1.1 Conceito ............................................................................................................................................................... 283 
1.2 Direitos Humanos X Direitos do Homem X Direitos Fundamentais ..................................................................... 283 
2. FONTES DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................................ 284 
3. FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS .......................................................................................... 284 
3.1 Jusnaturalismo...................................................................................................................................................... 284 
3.2 Positivismo ........................................................................................................................................................... 285 
3.3 Jusinternacionalista .............................................................................................................................................. 285 
4. MARCOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................... 286 
5. INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................. 290 
6. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................................ 291 
6.1 Historicidade ........................................................................................................................................................ 291 
6.2 Universalidade ...................................................................................................................................................... 291 
6.3 Limitabilidade ou Relatividade ............................................................................................................................. 291 
6.4 Irrenunciabilidade ................................................................................................................................................ 292 
6.5 Inalienabilidade ou Indisponibilidade .................................................................................................................. 292 
6.6 Imprescritibilidade................................................................................................................................................ 292 
6.7 Vedação ao retrocesso ......................................................................................................................................... 292 
6.8 Essencialidade ...................................................................................................................................................... 293 
6.9 Inerência ou Essencialidade ................................................................................................................................. 294 
6.10 Interdependência ou Inter-relação ou Complementariedade ........................................................................... 294 
6.11 Inexauribilidade .................................................................................................................................................. 294 
7. UNIVERSALISMO CULTURAL X RELATIVISMO CULTURAL (PIOVESAN, 2019) ............................................ 294 
8. DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS ..................................................................................................... 296 
8.1 Introdução ............................................................................................................................................................ 296 
8.2 1ª Dimensão (Liberdade) ...................................................................................................................................... 296 
8.3 2ª Dimensão (Igualdade) ...................................................................................................................................... 297 
8.4 3ª Dimensão (Fraternidade ou Solidariedade) ..................................................................................................... 297 
8.5 4ª Dimensão ......................................................................................................................................................... 298 
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8.6 5ª Dimensão ......................................................................................................................................................... 298 
8.7 6ª Dimensão ......................................................................................................................................................... 298 
8.8 Quadro sinóptico – Segundo Paulo Bonavides ..................................................................................................... 298 
9. A TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK ........................................................................................... 299 
 
 
 
 
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 03 
META DIAASSUNTO 
1 SEG 
DIREITO PENAL: Teoria do Crime – Parte III 
DIREITO PENAL: Concurso de Pessoas e de Crimes 
2 TER 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Ação Penal 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Processo Penal Digital 
3 QUA 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei de Drogas 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Estatuto da Pessoa com Deficiência 
4 QUI 
DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria da Constituição 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Lei dos Juizados Especiais Criminais 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: Crimes no Código de Defesa do 
Consumidor 
5 SEX 
DIREITO CIVIL: Constitucionalização do Direito Civil e LINDB 
DIREITO CIVIL: Pessoas 
DIREITO CIVIL: Dos Bens 
DIREITOS HUMANOS: Introdução e Teoria Geral dos Direitos Humanos 
6 SÁB 
REVISÃO SEMANAL (Anexo) 
LEITURA DO CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA (Anexo) 
 
 
ATENÇÃO 
 
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Equipe DD 
 
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META 1 
 
DIREITO PENAL: TEORIA DO CRIME – PARTE III (ILICITUDE – CULPABILIDADE – TEORIA DO ERRO) 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CP: 
⦁ Art. 20 a 25 
⦁ Art. 26 a 28 
⦁ Art. 65 
⦁ Art. 73 e 74 
⦁ Art. 163 
⦁ Art. 213 
⦁ Art. 228 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS: 
⦁ Art. 37, Lei 9605/98 
⦁ Art. 45 e 46, Lei de Drogas 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
CP: 
⦁ Art. 20 e 21 (importantíssimos!) 
⦁ Art. 25, §único (introduzido pelo Pacote Anticrime) 
⦁ Art. 26 
⦁ Art. 28, II e §1º 
⦁ Art. 73 e 74 (importantíssimos!) 
 
1. ILICITUDE 
 
É o segundo substrato do conceito analítico de crime, e consiste na relação de contrariedade entre 
o fato típico praticado por alguém e o ordenamento jurídico. Este é o conceito conferido segundo o 
finalismo. Para o autor Fernando Capez, é a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, pela qual 
ação ou omissão típicas tornam-se ilícitas. 
Ex.: Embora a conduta do oficial de justiça quando apreende determinado bem contra a vontade do 
dono em razão de mandado judicial consista em subtrair coisa alheia móvel, o que seria um fato típico, sua 
conduta não é contrária ao ordenamento jurídico por estar abarcada pelo estrito cumprimento do dever 
legal, causa excludente de ilicitude, de modo que não haverá crime. 
É possível dividir a ilicitude em: 
● Ilicitude formal: É a mera contradição entre o fato e o direito. A ilicitude é analisada diante de todo 
o ordenamento jurídico, não somente no âmbito penal. 
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● Ilicitude material (substancial): É o conteúdo material do fato, ou seja, a violação de valores 
necessários para a manutenção da paz social. A contrariedade do fato em relação ao sentimento 
comum de justiça (injusto). É esse viés que permite a criação de causas supralegais de exclusão da 
ilicitude. 
 
Em resumo, a ilicitude é o choque entre a conduta e o ordenamento jurídico. É o segundo elemento 
do conceito analítico do crime, conforme a teoria tripartida. 
 
1.1 Terminologias 
 
a) Antijuridicidade x Ilicitude: Alguns doutrinadores utilizam o termo ANTIJURIDICIDADE como sinônimo de 
ilicitude (ou até em sua preferência). Contudo, segundo Francisco Assis de Toledo o termo é tecnicamente 
incorreto, vez que o crime é, na verdade, um fato jurídico. 
Fato jurídico pode ser natural ou voluntário. Os voluntários se dividem em lícito e ilícito. Dentre os 
ilícitos, temos os ilícitos penais, que se dividem em crime ou contravenção. 
Portanto, melhor utilizar a ILICITUDE, que foi o termo adotado pelo CP. 
 
b) Injusto x Ilicitude: A ilicitude e a tipicidade formam o INJUSTO. Dessa forma, ilicitude é uma parte do 
injusto. Mirabete ensina que o injusto é a ação valorada como antijurídica. 
 
c) Justificantes x Exculpantes: A JUSTIFICANTE corresponde a uma circunstância, legal ou supralegal, que 
exclui a ilicitude. Pode ser denominada ainda de excludentes da ilicitude, excludentes da criminalidade, 
causas justificativas, eximentes ou descriminantes. Por sua vez, a EXCULPANTE trata da hipótese, legal ou 
supralegal, de exclusão da culpabilidade. Também é conhecida como causa dirimentes, de exculpação, de 
inculpabilidade. 
 
1.2 Relação entre a Tipicidade e a Ilicitude 
 
a) Teoria da Absoluta Independência do Tipo / do Tipo Avalorado / Tipo Meramente Descritivo (Von Liszt 
e Beling): o fato típico NÃO possui qualquer relação com a ilicitude. 
● O tipo é a mera descrição objetiva do fato em lei (tipo penal acromático). 
● Acaso a ilicitude deixe de existir, a tipicidade permanece. 
● Para André Stefan (Direito Penal. Vol.1), trata-se de elemento valorativamente neutro. 
● Sua concepção NÃO admitia o reconhecimento de elementos normativos ou subjetivos do tipo. 
 
b) Teoria Indiciária do Tipo / da Ratio Cognoscendi (Max Ernst Mayer): O fato típico é presumidamente 
ilícito, é um indício da ilicitude. É a teoria majoritária do CP. 
● A tipicidade deixa de ter função meramente descritiva, vindo a representar um indício da 
antijuridicidade. 
● Onde há fumaça, há fogo, no sentido de que a tipicidade faz presumir a não conformidade com o 
ordenamento jurídico, a ilicitude da conduta. 
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● Praticando-se um fato típico, ele se presume ilícito. Essa presunção é relativa, pois admite prova em 
contrário, podendo ser afastada por uma excludente de ilicitude. 
● A tipicidade NÃO é valorativamente neutra ou descritiva, de modo que se torna cabível o 
reconhecimento de elementos normativos e subjetivos do tipo penal. 
 
c) Teoria da Absoluta Dependência / da Ratio Essendi / da Identidade (Edmundo Mezger): O fato típico e 
ilícito seria um só elemento. A tipicidade não é só indício, é a essência da ilicitude, de modo que todo fato 
típico NECESSARIAMENTE é ilícito. 
● Origina-se, aqui, o “injusto penal”, que é o fato típico + ilícito, analisados em uma única ocasião. 
● O tipo possui função constitutiva da ilicitude, de tal forma que se o fato for lícito, será atípico. 
● A ilicitude faz parte da tipicidade, ou seja, é a fusão entre os dois substratos. 
Ex.: O tipo penal do homicídio não seria matar alguém, mas matar alguém fora das hipóteses de legítima 
defesa, estado de necessidade etc. 
 
d) Teoria dos Elementos Negativos do Tipo: O tipo penal é composto por elementos positivos e elementos 
negativos. Os positivos são explícitos (tipo penal), enquanto os elementos negativos estão implícitos (causas 
excludentes de ilicitude). Para que o comportamento do agente seja típico, não podem estar configurados 
os elementos negativos. 
● Face positiva: é chamada de tipicidade provisória (o que nós conhecemos como tipicidade). 
● Face negativa: é a ausência dos elementos negativos do tipo (o que nós conhecemos como causas 
excludentes da ilicitude). 
Há aqui uma absoluta relação de dependência entre o fato típico e a ilicitude, pois, para que seja típico, 
não pode ser lícito, ou seja, deve também ser ilícito. Ex.: “matar alguém” = elemento positivo. No entanto, 
matar alguém só será crime se o agente não estiver amparado em uma excludente da ilicitude, pois, caso 
estivesse, incidiria um elemento negativo do tipo. 
 
1.3. Causas de Exclusão da Ilicitude 
 
1.3.1. Causas Legais de Exclusão da Ilicitude: também podem ser denominadas de descriminantes ou de 
justificantes. A causa excludente ilicitude torna a conduta compatível com a ordem jurídica, levando a 
concluir-se a conformidade do comportamento do agente com o ordenamento jurídico. 
 
a) Parte Geral do CP: Estado de necessidade; Legítima defesa; Estrito cumprimento de dever legal; e Exercício 
regular do direito. 
 
b) Parte Especial do CP: 
Exemplos: Art. 128, I, CP e Art. 146, §3º,I e II, CP. 
 
c) Legislação Especial: 
Exemplos: Art. 303, Lei 7.565/86. 
 
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1. ESTADO DE NECESSIDADE (art. 24, CP) 
a) Conceito: Causa excludente de ilicitude que representa um choque entre dois interesses jurídicos 
colocados em perigo, sendo necessário sacrifício de um para salvar o outro de perigo atual, sendo este direito 
próprio ou alheio cujo sacrifício não era razoável exigir-se nessas circunstâncias. 
 
b) Requisitos: 
 
(1) SITUAÇÃO DE PERIGO ATUAL: 
 
Perigo atual. 
→ Pode advir da natureza, do homem, de comportamento animal. 
→ Possui destinatário indeterminado. 
 
Quanto à existência do perigo, a doutrina classifica o estado de necessidade em: 
a) Estado de necessidade real: a situação de perigo existe efetivamente (exclui a ilicitude); 
b) Estado de necessidade putativo: a situação de perigo não existe, é imaginária (não exclui a ilicitude). 
Se o perigo não existe (é imaginário), o agente está diante de uma discriminante putativa (estado 
de necessidade putativo). Isso é importante porque o estado de necessidade putativo não exclui 
ilicitude (descriminante putativa por erro de tipo ou erro de proibição). 
 
(2) PERIGO NÃO CAUSADO VOLUNTARIAMENTE PELO AGENTE 
 
O provocador do perigo NÃO pode beneficiar-se da excludente, salvo no caso em que tenha gerado 
involuntariamente. Em outras palavras, aquele que por sua vontade produz o perigo não poderá agir em 
estado de necessidade. 
 
(3) INEVITABILIDADE DO DANO 
 
“Que não podia, de outro modo, evitar”. 
A inevitabilidade do dano é inerente ao estado de necessidade. Ou seja: o agente não tem como 
evitar o dano sem que pratique a conduta abrangida pelo estado de necessidade. 
 
ATENÇÃO: Para que essa conduta esteja amparada pelo estado de necessidade, o indivíduo tem que, 
necessariamente, escolher a opção menos danosa, SOB PENA DE AGIR EM EXCESSO. Ocorre que, 
normalmente, a opção menos danosa é simplesmente a FUGA do perigo, justamente para evitar a lesão a 
outro bem jurídico legítimo. 
 
Isso porque, no estado de necessidade, há a exigência do commodus discessus (saída mais cômoda; 
saída mais fácil, fuga). 
→ No estado de necessidade, o objetivo é a eliminação da situação de perigo, e não a necessária 
afirmação da prevalência do meu direito. Assim, ao contrário da legítima defesa, em que o indivíduo 
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sofre uma injusta agressão, no estado de necessidade há dois bens jurídicos lícitos/devidos em 
conflito, de modo que não é possível preservar ambos. Por isso, é necessário buscar a saída mais 
cômoda para os dois bens jurídicos em risco. 
→ Portanto, o commodus discessus é inerente à inevitabilidade do dano. Isso porque, se é possível 
evitar o dano fugindo/se afastando da fonte de perigo, é um dever fazê-lo. 
 
(4) INEXISTÊNCIA DE DEVER LEGAL DE ENFRENTAR O PERIGO 
 
Há divergência acerca da configuração do dever legal. A discussão perpassa sobre o alcance (ou não) 
do dever jurídico. Nesse contexto, para doutrina majoritária, em sentido amplo, se for o garantidor, mesmo 
que por relação contratual, NÃO pode alegar estado de necessidade (a depender da situação poderia até 
alegar inexigibilidade de conduta diversa, que afasta a culpabilidade). 
O sacrifício somente será inevitável quando, mesmo correndo risco pessoal, for impossível a 
preservação do bem. Em contrapartida, para quem não tem a obrigação de se arriscar, a inevitabilidade 
significa que, se houver algum perigo para o agente, já lhe será possível o commodus discessus. 
Ex.: Um bombeiro não pode alegar estado de necessidade como maneira de eximir-se do dever de 
enfrentar o perigo. 
 
(5) SALVAR DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO 
 
→ Quando a ameaça for a direito próprio, haverá o estado de necessidade próprio. É o que ocorre 
quando o agente, por exemplo, subtrai pequena quantia de alimento para não morrer de fome (furto 
famélico) ou quando há um naufrágio e existem menos coletes salva-vidas do que o necessário e 
uma pessoa mata outra para ficar com um colete e se salvar. 
→ Quando a ameaça for a direito de terceiro, haverá estado de necessidade de terceiro. É o caso, por 
exemplo, da subtração de pequena quantidade de alimento para alimentar e salvar a vida do filho 
pequeno; o motorista que desvia o veículo em direção ao muro de uma casa, para evitar o 
atropelamento de uma criança que atravessou a rua correndo. 
 
Saliente-se que, no caso de defesa do direito de terceiro, é desnecessária a prévia autorização deste, 
já que a lei não exige esse requisito. Não precisa também haver ratificação posterior pelo terceiro. Este 
inspira-se no princípio da solidariedade humana. 
 
(6) INEXIGIBILIDADE DO SACRIFÍCIO DO INTERESSE AMEAÇADO 
 
É verificada a proporcionalidade entre o direito protegido e o sacrificado. A partir dessa ideia se 
desenvolvem duas teorias: 
 
● Teoria Diferenciadora: Se o bem jurídico sacrificado tiver um valor menor que o bem jurídico protegido, 
haverá estado de necessidade com excludente da ilicitude, denominado de estado de necessidade 
justificante. Por outro lado, se o bem sacrificado tiver o valor igual ou maior do que o bem protegido, a 
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doutrina denominará esta situação de estado de necessidade exculpante, ou seja, haveria a exclusão da 
culpabilidade. Teoria adotada pelo Código Penal Militar (art. 39 e art. 45, §único). 
 
Obs: Embora ainda haja divergências doutrinárias, para teoria diferenciadora se o BJ sacrificado tem maior 
valor ou igual que o BJ preservado é estado de necessidade exculpante! É DISTINTO da teoria unitária (que é 
a adotada pelo CP), onde prevalece que o bem jurídico sacrificado pode ser de igual ou menor valor para ser 
estado de necessidade justificante! 
 
● Teoria Unitária: O estado de necessidade é sempre causa excludente da ilicitude. O agente não precisa 
calcular o valor dos bens em conflito, basta que haja com razoabilidade. 
 
NÃO há estado de necessidade exculpante, mas apenas o estado de necessidade justificante, que é 
excludente da ilicitude e incidirá sempre que o bem sacrificado tiver valor igual ou menor que o bem jurídico 
protegido. Teoria adotada pelo CP. 
 
Sendo o bem sacrificado mais valioso do que o bem protegido, deverá o indivíduo responder pelo 
crime, mas haverá uma causa de redução de pena de 1/3 a 2/3, conforme o §2º do art. 24 estabelece. O 
dispositivo diz que embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de um a dois terços. 
 
Vamos esquematizar? 
 
TEORIA ESTADO DE 
NECESSIDADE 
EXCLUDENTE BEM 
PROTEGIDO 
BEM 
SACRIFICADO 
TEORIA 
DIFERENCIADORA 
Justificante Exclui a ilicitude Vale Mais Vale Menos 
Exculpante Exclui a 
culpabilidade 
Vale Igual 
Vale Menos 
Vale Igual 
Vale Mais 
TEORIA UNITÁRIA Justificante Exclui a ilicitude Vale Mais 
Vale Igual 
Vale Menos 
Vale Igual 
 
(7) CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO JUSTIFICANTE 
 
→ Trata-se de requisito subjetivo; Exige do agente conhecimento da situação de fato justificante; A 
ação de estado de necessidade deve ser objetivamente necessária e subjetivamente conduzida pela 
vontade de salvamento; e Exige a consciência e vontade de salvar de perigo atual direito próprio 
ou alheio. 
 
FURTO FAMÉLICO 
É a subtração de algo por aquele que possui fome, podendo configurar estado de necessidade. Logo, o 
furto de um pão, por quem está com fome e não possui recurso financeiro para comprá-lo, em situação de 
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urgência, pode vir a ser estado de necessidade. 
 
c) Espécies: 
→ Quanto à titularidade: Próprio; De terceiro. 
→ Quanto aos elementos subjetivos do agente: Real: existe efetivamente a situação de perigo; 
Putativo: a situação de perigo foi fantasiada pelo agente (NÃO excluia ilicitude) – descriminante 
putativa (art. 20, §1º do CP). 
→ Quanto ao terceiro que sofre a ofensa: Defensivo: sacrifica-se direito do próprio causado do perigo; 
Agressivo: sacrifica-se direito de pessoa alheia à provocação do perigo. Gera responsabilidade civil, 
embora não seja ilícito penal. 
 
(1) ATENÇÃO: O estado de necessidade comunica-se no concurso de pessoas. 
 
Estado de necessidade em crimes habituais e permanentes 
 
O autor Rogério Sanches considera o questionamento sobre possibilidade de estado de necessidade diante 
de um crime habitual ou de um crime permanente. Segundo o autor, como a lei exige perigo atual, 
inevitabilidade do comportamento lesivo e não razoabilidade de sacrifício do direito ameaçado (art. 24, CP), 
não há como aplicar esses requisitos legais nos casos de crime permanente e crime habitual, pois no crime 
habitual, por exemplo, o sujeito não poderia exercer a medicina irregularmente em razão de um perigo atual. 
Contudo, poderá, eventualmente, o indivíduo se valer de uma inexigibilidade de conduta diversa, que é uma 
causa excludente da culpabilidade, não havendo em se falar em estado de necessidade em crime 
habitual ou permanente. 
 
2. LEGÍTIMA DEFESA 
 
Inicialmente, é importante ressaltar que a legítima defesa é inerente à própria condição humana, 
enquanto decorrência do instinto defensivo do homem. Desse modo, o ordenamento jurídico não poderia 
criminalizar condutas praticadas nesse contexto, restando as legislações estabelecer condições, requisitos, 
limitações e efeitos jurídicos a esse instituto. 
É importante também observarmos que a autotutela (defesa de direitos com as próprias forças) é, 
em regra, VEDADA em nosso ordenamento jurídico. Contudo, em hipóteses excepcionais, considerando que 
o Estado não estará presente em todos os momentos para tutelar os direitos protegidos, admite-se a 
autotutela. Desse modo, veja que a legítima defesa nada mais é do que maneira específica e autorizada de 
exercer a defesa de direitos próprios ou de terceiros diante de injustas agressões. 
 
Pergunta-se: Qual é a natureza jurídica da legítima defesa? 
R.: Em nosso ordenamento jurídico, com previsão no artigo 25, Código Penal Brasileiro, é tratada 
como causa genérica de exclusão da ilicitude. 
Pergunta-se: Quais são os requisitos para a aplicação da legítima defesa? 
R.: A legítima defesa se desenvolve sob o binômio agressão / reação. Desse modo, pressupõe: 
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Agressão Reação 
. Injusta; 
. Atual ou iminente; 
. Contra direito próprio ou de terceiros. 
. Uso dos meios necessários; 
. Uso moderado desses meios. 
. Conhecimento da situação de fato 
justificante (elemento subjetivo) – 
animus defendendi 
 
Assim, passamos a analisar cada um dos requisitos exigidos para a configuração da legítima defesa. 
 
(1) AGRESSÃO INJUSTA 
 
Nos dizeres do professor Cléber Masson, agressão é toda ação ou omissão humana, consciente e 
voluntária, que lesa ou expõe a perigo de lesão um bem ou interesse consagrado pelo ordenamento jurídico. 
O termo agressão somente é utilizado para agressões humanas, afastando, portanto, ações 
praticadas institivamente por animais, salvo se o animal for utilizado como instrumento de ataques humanos. 
Ademais, possui destinatário certo. 
Pergunta-se: É possível a legítima defesa contra inimputáveis? 
R.: SIM, conforme posicionamento da doutrina majoritária. Veja que a conduta do inimputável, 
apesar de não haver culpabilidade, é típica e ilícita e, portanto, apta a ser repelida por legítima defesa. 
Registramos posicionamento em sentido contrário exarado pelo professor Nelson Hungria para quem os 
inimputáveis se equiparam a ataques realizados por animais e, quando repelidos, configurariam estado de 
necessidade e não legítima defesa. 
Pergunta-se: Seria possível a prática da legítima defesa contra uma omissão ilícita? 
R.: SIM, Mezger fornece o exemplo do carcereiro que tem o dever de liberar o recluso cuja pena já 
foi integralmente cumprida. Com a sua omissão ilícita, inevitavelmente agride um bem jurídico do preso, 
autorizando a reação em legítima defesa.1 
Ainda se exige que a agressão seja injusta. O conceito de injustiça se coaduna com a ideia de 
contrariedade ao direito. Assim, NÃO é necessário que a conduta se configure especificamente como crime, 
basta que ela seja praticada em desacordo com as normas jurídicas. 
A doutrina admite a legítima defesa contra condutas culposas e até mesmo contra condutas despidas 
de culpa, desde que revestidas de injustiça. Ex.: aquele que está sentado no banco de um ônibus e nota uma 
pessoa que acabara de escorregar caindo em sua direção, pode, se necessário, empurrá-la contra o chão para 
não ser atingido, exemplo citado na obra do professor Cleber Masson. 
Pergunta-se: Admite-se legítima defesa da honra? 
 R.: NÃO! O STF entendeu, no bojo do julgamento da ADPF 779, que a tese da legítima defesa da 
honra é inconstitucional! Assim, o STF entende que o acusado de feminicídio não pode ser absolvido, na 
forma do art. 483, III, § 2º, do CPP, com base na tese da “legítima defesa da honra”, de modo que é proibido 
 
1 MEZGER, Edniund. Tratado de derecho penal. Trad, espanhola Josè Arturo Rodrigues Mufloz. Madrid: Revista de 
Derecho Privado, 1955. t 1, p. 453 
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que a defesa, a acusação, a autoridade policial ou o magistrado utilizem, direta ou indiretamente, a tese de 
legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à tese) nas fases pré-processual ou processual 
penais, bem como durante julgamento perante o tribunal do júri. 
 
(2) AGRESSÃO ATUAL OU IMINENTE 
 
Diferentemente do que ocorre em relação ao estado de necessidade, a legítima defesa autoriza que 
a agressão seja atual ou iminente. Não seria razoável exigir que o agente tivesse sua integridade ofendida 
para só então poder repeli-la. 
De outro modo, a agressão passada ou a agressão futura e remota NÃO autorizam a incidência da 
legítima defesa. No primeiro caso, justamente em razão de se configurar na verdade como vingança e, no 
segundo, por se configurar como fórmula que desestimularia as pessoas a buscarem auxílio das autoridades 
públicas quando sofrerem ameaças. 
Vejamos conceito de agressão atual ou iminente apresentada pelo professor Cleber Masson: 
→ Atual é a agressão presente, isto é, já se iniciou e ainda não se encerrou a lesão ao bem jurídico. Ex.: 
a vítima é atacada com golpes de faca. 
→ Iminente é a agressão prestes a acontecer, ou seja, aquela que se torna atual em um futuro imediato. 
Ex.: o agressor anuncia â vítima a intenção de matá-la, vindo à sua direção com uma faca em uma 
das mãos. 
Em caso de agressão futura, porém certa, configurando legítima defesa antecipada, a doutrina 
admite a configuração de excludente de culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. 
 
(3) AGRESSÃO CONTRA DIREITO PRÓPRIO OU DE TERCEIRO 
 
Observe que a legislação não exige que o bem defendido seja de propriedade do defensor 
autorizando que a defesa ocorre em relação a bens jurídicos de terceiros. Em relação aos bens jurídicos, é 
importante fazermos algumas observações: 
a) Bem jurídico. 
. Próprio ou de terceiros. 
. Não só a vida ou a integridade física são passíveis de proteção em legítima defesa. Toda a 
ordem de bens jurídicos pode ser tutelada e protegida pela legítima defesa. 
. É possível a legítima defesa contra-ataques a bens de pessoas jurídicas ou mesmo contra 
bens jurídicos do Estado. 
. É possível ainda a defesa, por meio de legítima defesa, inclusive contra-ataques atuais ou 
iminentes a fetos (nascituros). 
 
● Pergunta-se: A conduta do sniper (atirador de elite) que atira no agressor que tem a vítima 
na condição de refém, é abrangida por excludente de ilicitude? 
R.: SIM. Veja que se enquadra perfeitamente nos requisitos que estamos analisando. Trata-se deagressão atual ou iminente contra direito de terceiro. Desse modo, majoritariamente a conduta do sniper 
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que dispara contra o agressor que tem refém em sua posse sempre foi, doutrinariamente, tratada como 
legítima defesa. É justamente nesse sentido que a alteração legislativa milita, vejamos: 
 
“Art.25. [...] 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, 
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele 
agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.” 
(NR) 
 
Desse modo, agora, expressamente o legislador optou por tratar a condição do agente de segurança 
pública que repele agressão atual ou iminente praticada por agressor que mantém a vítima na condição de 
refém. 
 
(4) MEIOS NECESSÁRIOS 
 
A repulsa a agressão deverá ser praticada se valendo dos meios necessários. Contudo, pergunta-se: 
O que são meios necessários? 
Os meios necessários são aqueles menos lesivos colocados à disposição do agente e que sejam 
capazes de repelir a agressão atual ou iminente. Observe assim os requisitos de meio menos lesivo: à 
disposição do agente que reage; e capaz de repelir a injusta agressão (deve ser eficiente). 
 
Desse modo, a análise deve ser feita a partir da situação concreta, pois a reação até pode ser 
desproporcional, quando o agente não possui outro meio menos lesivo apto a repelir a agressão que sofre. 
OBS.: Inexistência do requisito “commodus discessus” - Observe que, ainda que o agente possa fugir 
da injusta agressão, essa conduta NÃO é exigida dele. A ordem jurídica não pode abranger situações ilícitas 
e não pode exigir de quem é atacado a conduta de fugir. Desse modo, a doutrina se posiciona no sentido de 
não se exigir o que se convencionou chamar de commodus discessus. 
 
COMMODUS DISCESSUS 
Não é requisito para a 
LEGÍTIMA DEFESA. 
É requisito para o ESTADO 
DE NECESSIDADE. 
 
(5) USO MODERADO DOS MEIOS NECESSÁRIOS 
 
O uso dos meios necessários deve ocorrer na estrita necessidade de repelir a injusta agressão, 
qualquer conduta que exceda o necessário para a defesa poderá ser tratada como excesso. Assim, o agente 
será responsabilizado caso aja com excesso, o qual poderá ser doloso ou culposo. 
Logicamente, não se exige que para essa análise cálculo matemático, até porque não é factível que 
se exija essa exatidão de pessoas que estarão submetidas a situação de estresse e nervosismo. Exige-se, no 
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entanto, proporcionalidade no uso dos meios necessários de forma que não se desconstitua a ideia do 
instituto que é defender bens jurídicos da situação de risco. 
OBS.: Existia previsão no texto originário do pacote anticrime a esse respeito, contudo essa disposição 
não foi incluída no projeto aprovado. 
 
Legítima defesa x Estado de necessidade 
ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA 
Conflito entre vários bens jurídicos 
diante da mesma situação de perigo. 
Ameaça ou ataque a um bem jurídico. 
NÃO tem destinatário certo. Possui destinatário certo. 
O perigo decorre de fato humano, 
animal ou natureza. 
Há uma agressão humana e injusta. 
Os interesses em conflito são legítimos 
(é possível estado de necessidade x 
estado de necessidade). 
Ex: Náufragos disputando coletes salva-
vidas. 
Os interesses do agressor são ilegítimos 
(não é possível legítima defesa real de 
legítima defesa real). 
 
ATENÇÃO! ATAQUE DE ANIMAL: 
→ Espontâneo: Configura perigo atual e estado de necessidade; 
→ Provocado por terceiro: Há agressão injusta, pois o animal foi usado como instrumento, sendo o 
revide legítima defesa. 
 
Espécies: 
. Quanto à forma de reação: Agressiva ou ativa: aquela em que a reação, contra a agressão 
injusta, configura um fato previsto em lei como infração penal; e Defensiva ou passiva: aquela 
em que a reação consiste em conter agressão, sem caracterizar fato típico. 
 
. Quanto à titularidade do bem jurídico protegido: Própria: o agente defende um bem jurídico 
de sua titularidade; e De terceiro: o agente defende um bem jurídico de outra pessoa. 
 
. Quanto ao aspecto subjetivo de quem se defende: Real: aquela em que estão presentes todos 
os requisitos do art. 25, CP. Exclui a ilicitude e, em consequência, o crime; Putativa ou 
imaginária: o agente, equivocadamente, supõe presentes os requisitos da legítima defesa; 
Subjetiva ou excessiva: aquela em que o agente, por erro escusável na apreciação da situação 
fática, excede os limites da legítima defesa. O agente poderá ou não responder pelo excesso, 
a depender do caso concreto; É o excesso derivado de erro de tipo escusável ou inevitável, a 
vítima exagera ao interpretar a realidade de forma equivocada, pensando em necessitar de 
meios mais gravosos do que realmente necessita; e Sucessiva: é o caso em que o sujeito que 
sofreu a agressão injusta, reage em legítima defesa, porém, com excesso na agressão. Como 
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esse excesso é uma agressão injusta, o que inicialmente era agressor fará jus à legítima defesa, 
sendo possível, portanto, a legítima defesa sucessiva. 
 
PONTOS IMPORTANTES: 
(1) Estado de necessidade contra estado de necessidade 
É possível falar em estado de necessidade contra estado de necessidade – lembre-se da “tábua de 
salvação” em naufrágio para duas pessoas. 
 
(2) Erro na execução (art. 73, CP) x Estado de necessidade e legítima defesa 
São compatíveis. Havendo erro na execução em razão de estado de necessidade ou legítima defesa, 
a vítima que foi acertada será considerada como se fosse a vítima virtual (pretendida do agente), incidindo 
as excludentes no caso. 
 
(3) Legítima defesa recíproca 
Diferentemente do estado de necessidade, NÃO é possível legítima defesa contra legítima defesa de 
uma pessoa para outra, vez que um dos requisitos é a agressão injusta, de modo que uma delas 
inevitavelmente estará agindo ilegitimamente. Excepcionalmente seria possível legítima defesa real x 
legítima defesa putativa, legítima defesa sucessiva ou legítima defesa putativa recíproca. Mas duas legítimas 
defesas reais, não. 
 
Relembrando que, a legítima defesa sucessiva é aquela que a vítima da agressão injusta, ao se defender, se 
excede nos meios, o que enseja ao agente que iniciou a agressão injusta a possibilidade de se defender, isto 
porque o excesso configura também agressão ilegítima! Na legítima defesa putativa é aquela suposta, em 
que o indivíduo imagina que estão configurados os requisitos da legítima defesa. 
 
Na verdade, NÃO cabe legítima defesa real contra nenhuma outra causa excludente de ilicitude real 
(vez que não será agressão injusta). OBS.: Contudo, conforme já visto, é possível o estado de necessidade 
bilateral. 
 
(4) Legítima defesa putativa recíproca 
É possível que haja uma legítima defesa putativa de uma legítima defesa putativa. Pode ser por 
exemplo, que ambos os indivíduos que já se ameaçaram mutuamente, suponham estar em uma situação de 
perigo atual ou iminente na presença do outro por um gesto como abrir a bolsa ou movimentos bruscos, e 
reagem como se estivessem em legítima defesa. 
 
(5) Legítima defesa culposa 
Não importa a postura subjetiva do agente em relação ao fato, mas somente a injustiça objetiva da 
agressão. É o caso, por exemplo, da legítima defesa real contra a legítima defesa putativa por erro de tipo 
evitável. Ex.: A confundindo B com um seu desafeto e sem qualquer cuidado de certificar-se disso, efetua 
diversos disparos em sua direção. Há uma agressão injusta decorrente de culpa na apreciação da situação de 
fato. Contra esse ataque culposo cabe legítima defesa real. 
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(6) Legítima defesa contra quem age amparado por excludente de culpabilidade 
 É possível a

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