Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Conceitos de clima organizacional. O impacto da motivação na satisfação das pessoas. Tipos de clima organizacional. Gestão do clima organizacional e sua relação com estratégia da empresa. Ambiente organizacional. Resultados de uma boa gestão de clima organizacional. PROPÓSITO Apresentar aos alunos os conceitos de clima organizacional para o entendimento de sua relação com a estratégia corporativa, bem como os possíveis resultados advindos de uma boa gestão de pessoas. OBJETIVOS MÓDULO 1 Definir o conceito de clima organizacional, sua avaliação e seus tipos MÓDULO 2 Identificar a relação entre estratégia e clima organizacional MÓDULO 3 Esquematizar os resultados esperados a partir da melhor compreensão do ambiente de trabalho e das ações de gestão do clima organizacional INTRODUÇÃO Você sabe o que é um propósito? Não é tão difícil deparar-se com alguém abordando esse assunto. De forma simples, podemos dizer que um propósito tem a ver com a realização naquilo que se faz, dando significado à nossa existência no mundo. Não é objetivo deste tema expandir muito esse tópico, e sim, de certa forma, relacioná-lo com o assunto a ser estudado: clima organizacional. Em algum nível, o propósito faz com que seja conferido um significado àquilo em que se trabalha. Nesse sentido, se alguém está em uma empresa com um clima organizacional ruim, pode-se pensar que não haja muito espaço para a realização dos objetivos dela, ou seja, de seu propósito (ou da significação de seu trabalho). Façamos uma analogia para entender a questão do clima. Embora o ser humano tenha encontrado tecnologias suficientes para adaptar-se a qualquer ambiente, podemos notar, se pensarmos segundo o senso comum, que viver em um lugar com um clima ruim e tempo feio, onde chove e faz frio com frequência, não é tão simples. Ainda mais para nós, brasileiros, originários dos trópicos. Associemos isso a uma empresa na qual, muitas vezes, os dias de trabalho têm um ambiente pesado e um clima tenso, não havendo espaço para se expressar e trabalhar com felicidade. Como viver o seu propósito nesse ambiente? Por mais que a ambientação da empresa eventualmente até fique mais amena, a predominância do clima ruim atrapalha o alcance de resultados do negócio. Você ficaria satisfeito em um lugar assim? O contexto atual do trabalho é complexo. Muito porque são cada vez mais rápidas as transformações pelas quais a sociedade passa, influenciando a maneira de viver das pessoas, principalmente no ambiente de trabalho, onde passamos praticamente 1/3 do nosso dia. As organizações, portanto, precisam estar atentas à previsão do tempo de seus ambientes de trabalho. Deixar de interferir no clima ruim pode gerar a seguinte consequência: não atingir o que é esperado – ou até fazê-lo, ainda que com um alto custo. Afinal, pessoas insatisfeitas em um ambiente do tipo contribuem para o aumento das doenças psicossociais do trabalho. Isso faz com que o assunto clima organizacional seja relevante no mundo empresarial contemporâneo. Empresas de sucesso já estão compreendendo que o grau de satisfação das pessoas no ambiente de trabalho não apenas importa: trata-se de algo eminentemente estratégico para que elas consigam atingir bons resultados organizacionais. MÓDULO 1 Definir o conceito de clima organizacional, sua avaliação e seus tipos O CENÁRIO ORGANIZACIONAL O cenário do mundo do trabalho vem mudando nas últimas décadas. Uma dessas mudanças diz respeito ao papel da área de recursos humanos (RH) ou gestão de pessoas (GP). Durante a era industrial (1940-1950), o RH era um setor burocrata, estando voltado para o cumprimento da legislação trabalhista. Hoje em dia, ele já está focado no desenvolvimento do capital intelectual (os trabalhos de Karl Erik Sveiby sobre o capital intelectual são uma dica se você quiser saber mais sobre o termo) e no bem-estar das pessoas. No caminho da evolução, a área de RH viu o papel do líder crescer no mesmo patamar. Passou-se a compreender que ele deveria fazer parte direta do processo de gestão das pessoas da organização, participando das seguintes etapas: recrutamento e seleção, integração, avaliação de desempenho, gestão dos salários, gestão do ambiente de trabalho e clima organizacional. O cenário de destaque para o RH e demais líderes também gerou reflexos na maneira como as pessoas são vistas: em vez de números, elas passaram a ter o reconhecimento de sua participação no sucesso do negócio. Essas pessoas, afinal, fornecem conhecimentos, habilidades, capacidades, inteligência, ações e decisões racionais para o alcance dos resultados organizacionais esperados. Para ter as melhores pessoas e os líderes dispostos a ajudarem a área de RH a atingir o melhor para a organização, preocupar-se com as questões de ambiente de trabalho torna-se um fator crítico de sucesso. EXEMPLO São entendidos como ambiente de trabalho tanto os aspectos físicos (mesas, cadeiras, salas de reunião, corredores, equipamentos etc.) quanto os psicológicos, que estão mais relacionados a questões subjetivas, como ambiente, relacionamento entre as pessoas, sensação de segurança e higiene no trabalho, reconhecimento e realização. Desse modo, compreender a relação da gestão de pessoas com motivação, clima organizacional e qualidade de vida no trabalho, além de atração e retenção de talentos, precisa ser uma prioridade para as empresas e as áreas de gestão de pessoas. Quanto ao clima organizacional, cabe ressaltar o papel de pesquisas e processos de certificação realizados por empresas, como, por exemplo, Great Place to Work, Top Employers e Melhores Empresas para se Trabalhar (da revista Exame ), que ganham destaque em um cenário cujas pessoas são valiosas e estratégicas para as organizações. Falaremos mais sobre esse assunto no módulo 3. Se até então os cuidados especiais passavam longe da atenção dos diretores das grandes corporações, atualmente eles fazem parte de uma agenda de destaque. No entanto, nota-se que nem todos os tipos de negócio estão atentos em relação a esses aspectos. Infelizmente, ainda é comum haver boas práticas de gestão de pessoas apenas em multinacionais, sendo ignoradas por empresas de menor porte. Com o intuito de melhorar suas práticas de gestão de pessoas, as organizações investem na compreensão de seu ambiente de trabalho, ou seja, de seu clima interno. Elas buscam os pontos fortes e de melhoria para atrair talentos. É claro que, por mais que uma empresa faça isso, nada como um agente imparcial para validar essa ação – e é neste ponto que se destaca o papel das pesquisas citado anteriormente. Fazer essa gestão é cuidar do clima organizacional, o que acontece a partir de uma pesquisa. Antes de alcançar essa fase, porém, é importante entender os fundamentos e conceitos desse clima. O QUE É MOTIVAÇÃO E COMO USÁ-LA PARA ENTENDER MAIS AS PESSOAS DA ORGANIZAÇÃO Para se compreender as relações inter e intrapessoais, é preciso saber algo sobre motivação. Segundo Vergara (2000), ela é intrínseca, ou seja, interna; com isso, chega-se à conclusão de que ninguém motiva ninguém. Cada um motiva a si próprio. Quem está de fora apenas tem a capacidade de gerar estímulos, de incentivar. A motivação, portanto, é intrínseca; o estímulo, extrínseco. Podemos dizer que a motivação é consequência da interação da pessoa com a situação. Nesse sentido, a mesma pessoa pode ter diferentes níveis de motivação ao passar por situações similares ao longo do tempo, ou seja, com o passar dos anos, ela pode ser mais ou menos estimulada por situações pelas quais passou quando mais nova. Da mesma forma, indivíduos diferentes podem ter reações distintas ao passarem por situações idênticas. Assim, por exemplo, duas figuras da mesma idade e com as mesmas características reagem de maneira distinta ao tomar um sorvete de cupuaçu: uma pode gostar e a outra, não. A verdade é que não há mágica quando o tema é motivação. As empresas precisam conhecer suas pessoaspara identificar o que as estimula. Desse modo, elas próprias poderão despertar a motivação necessária para seu trabalho. Somos seres diferentes, variando quanto à questão da motivação. Nossas necessidades, padrões de comportamento, capacidade de realização, valores sociais e desejos são diferentes. Além disso, nossas necessidades – motivos pelos quais queremos isso ou aquilo – são algo dinâmico, mudando com o passar do tempo. Contudo, conforme aprendemos as coisas e ajustamos nossos comportamentos, tendemos a ser mais eficazes na hora de satisfazer a uma necessidade. Por outro lado, quando a satisfazemos, a motivação do comportamento diminui, pois não existe mais o desejo, ou seja, a tensão de ir em busca daquilo que se alcançou. Uma necessidade, portanto, pode ser: SATISFEITA FRUSTRADA COMPENSADA (TRANSFERIDA PARA OUTRO OBJETO) SATISFEITA: Você alcançou o que queria. FRUSTRADA: Você não alcançou o que queria. COMPENSADA (TRANSFERIDA PARA OUTRO OBJETO): Você mudou o foco, satisfazendo a outra necessidade para reduzir a intensidade da que originalmente não pôde ser satisfeita. Exemplo: em vez de ser promovido, você recebe um bom aumento de salário. ATENÇÃO As empresas que compreendem as situações de seus membros ou grupos, sabendo o que os estimula, estão à frente das demais. Entender as diferenças entre as pessoas é vital para o equilíbrio, a produtividade e a satisfação – e, consequentemente, para o bom clima organizacional. ADMINISTRANDO A MOTIVAÇÃO DAS PESSOAS O sucesso para as empresas ao administrar a motivação – o que constitui o sucesso para qualquer um que queira cuidar de motivação – é saber quem está ou não motivado para, então, traçar a estratégia de relacionamento adequada. E COMO SABER ISSO? RESPOSTA RESPOSTA É possível que haja um único caminho: observar comportamentos. Deve-se reparar em aspectos, como, por exemplo, o brilho no olhar, o sorriso, a proatividade, o interesse, a postura corporal, a aceitação de novas tarefas etc. Ter tudo isso (em maior ou menor quantidade e intensidade) significa estar motivado. Não contar com isso, porém, requer atenção. Para se criar a estratégia correta, devemos ter em mente que, como foi abordado anteriormente, o motivo está atrelado ao eu interior da pessoa, vindo dela. A empresa é responsável apenas por criar os estímulos necessários para ajudar no processo de motivação. Estabeleceremos a seguir algumas recomendações para estimular a motivação: javascript:void(0) VALORIZAR AS PESSOAS Isso surge com líderes genuinamente interessados em seu pessoal. Faça elogios sinceros. Demonstre apreço. Seja simpático e cordial. Apoie. Mesmo no erro, esteja junto. NÃO TENHA FAVORITOS Todos são importantes no processo. PRESTE ATENÇÃO SE LÍDER E LIDERADO SE ENCAIXAM Não acredite que se trata apenas um adequar-se ao outro – e vice-versa. O relacionamento humano é complexo. Desgastes nessa relação podem atrapalhar toda a operação de uma empresa. Se for necessário, faça trocas. FEEDBACK As pessoas gostam de saber para onde estão indo e como estão se saindo quanto ao seu desempenho. Lembre-se, contudo, de que sua boa prática advém de uma cultura de feedback . Isso pode ser algo que não seja implantado do dia para a noite, mas é preciso começar. Busque críticas construtiva e não aponte o erro simplesmente. RECONHEÇA Não importa se é um pequeno passo ou uma grande revolução: utilize recompensas financeiras ou não. Quem não gosta de um agrado? Fonte: Adaptado de: (FERREIRA, 2013) ENCORAJE INICIATIVAS javascript:void(0) As pessoas podem se superar e encontrar motivação nisso. Peça que participem e proponham novas soluções. Crie condições favoráveis para tal. ESTEJA ABERTO PARA RECEBER SUGESTÕES Faça isso diretamente ou por meio de caixinhas de sugestões. Elas são simples e funcionam muito bem; hoje em dia, essas caixinhas podem até ser virtuais. Use uma ferramenta de formulário eletrônico, como, por exemplo, o Google Forms ou o Survey Monkey. ESTABELEÇA METAS DESAFIADORAS Não adianta ser algo impossível: isso não é ser desafiador. Busque ser realista. DELEGUE Muitas vezes, lutamos contra o ato de “delegar” por medo de perder nossa importância na empresa ou com receio de que o outro não fará como nós. Ambas são ideias pobres no mundo da gestão. Entregue a tarefa e dê liberdade para sua equipe trabalhar. Esteja junto para apoiar – e só. Não passe disso. Sentir-se responsável e com autoridade para um trabalho mexe com os brios das pessoas. MUDE DE VEZ EM QUANDO Depois de muito tempo fazendo a mesma coisa ou no mesmo ambiente, surge a monotonia. Precisamos de desafios. Uma mudança bem planejada ajuda. CONHEÇA AS EXPECTATIVAS DAS SUAS PESSOAS Esteja perto e converse mais. Esteja presente no cafezinho. No caso das equipes virtuais, marque conversas informais, como um café virtual ou um happy hour do mesmo tipo. Agora que compreendemos o papel da motivação na satisfação do ambiente de trabalho, ou seja, no clima organizacional, estamos aptos para compreender o significado do clima. Vamos trabalhar agora seus fundamentos, conceitos e tipos. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) TEORIAS DA MOTIVAÇÃO E O CLIMA ORGANIZACIONAL CLIMA ORGANIZACIONAL E SEUS CONCEITOS Em seu livro Gestão do clima organizacional , Ricardo Luz (2015) apresenta diversos conceitos de clima organizacional a partir do ponto de vista de diferentes pessoas: D. J. Champion - “Pode-se definir clima organizacional como sendo as impressões gerais ou percepções dos empregados em relação ao seu ambiente de trabalho; embora nem todos os indivíduos tenham a mesma opinião, pois não têm a mesma percepção, o clima organizacional reflete o comportamento organizacional, isto é, atributos específicos de uma organização, seus valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho.” George H. Litwin, professor e consultor norte-americano - “Clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento.” POR LUIZ CESAR BARÇANTE E GUILHERME CALDAS DE CASTRO POR EDELA LANZER P. DE SOUZA POR BENJAMIM SCHNEIDER POR ROBERTO CODA POR ALMIRO DOS REIS NETO POR CHARLES K. FERGUSON POR LUIZ CESAR BARÇANTE E GUILHERME CALDAS DE CASTRO “Clima organizacional é a atmosfera resultante das percepções que os funcionários têm dos diferentes aspectos que influenciam seu bem-estar e sua satisfação no dia a dia de trabalho.” (Luiz Cesar Barçante e Guilherme Caldas de Castro, autores do livro Ouvindo a voz do cliente interno ) POR EDELA LANZER P. DE SOUZA “O clima organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura. O clima é mais perceptível que suas fontes causais, comparando-se a um ‘perfume’, pois percebe-se o seu efeito sem conhecer os ingredientes, embora às vezes seja possível identificar alguns deles.” (Edela Lanzer P. de Souza, autora do livro Clima e cultura organizacionais) POR BENJAMIM SCHNEIDER “Clima e cultura são tópicos complementares. Clima refere-se aos modos pelos quais as organizações indicam aos seus participantes o que é considerado importante para a eficácia organizacional.” (Benjamim Schneider, consultor norte-americano) POR ROBERTO CODA “O clima é o indicador do grau de satisfação dos membros de uma empresa em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como políticas de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa.” (Roberto Coda, professor da FEA - USP) POR ALMIRO DOS REIS NETO “Os trabalhos envolvendo o clima organizacional destinam-se a identificar quais são os fatores que afetam negativa ou positivamente a motivação das pessoas que integram a empresa.” (Almiro dos Reis Neto, diretor da Mc Ber, divisão da Hay Brasil) POR CHARLESK. FERGUSON “Nada é menos tangível nem mais importante na vida organizacional e nas transações interpessoais do que o clima psicológico. Sua existência é tão real e tão sujeita a alterações quanto o é a do clima físico, embora os componentes que perfazem o clima psicológico, ainda que igualmente identificáveis, não sejam tão concretos.” (Charles K. Ferguson, professor da Universidade da Califórnia) Steven W. J. Kozlowski e Brian M. Hultz, professores da Michigan State University - “O clima é dado por vários conjuntos de descrições feitos pelas pessoas e correspondem à interpretação que elas fazem do contexto da empresa baseadas em suas percepções sobre esse contexto.” Idalberto Chiavenato - “Clima organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica e característica que existe em cada organização. O clima organizacional é o ambiente humano dentro do qual as pessoas de uma organização fazem o seu trabalho. Constitui a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento.” POR RICARDO SILVEIRA LUZ “Clima organizacional é o reflexo do estado de ânimo ou do grau de satisfação dos funcionários de uma empresa num dado momento.” (Ricardo Silveira Luz) “Clima organizacional é a atmosfera psicológica que envolve, num dado momento, a relação entre a empresa e seus funcionários.” (Ricardo Silveira Luz) Juntando todos esses pontos de vista, verificamos que: Clima organizacional corresponde a como as pessoas enxergam as... ...Impressões, percepções, qualidades, propriedades, modos, interpretações, fatores positivos e negativos, transações interpessoais, relação entre as pessoas, estado de ânimo... ...Em relação a... ...Ambiente, comportamento, atmosfera, bem-estar, interação com a cultura, realidade aparente, contrato psicológico e características da organização. QUEM DEVE ATUAR COMO GUARDIÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL? Em primeiro lugar, a própria área de gestão de pessoas: o RH. Uma das responsabilidades dele é ser o guardião da cultura e do clima organizacional da empresa. Desse modo, faz parte de suas atribuições aplicar as melhores práticas para proporcionar à organização um bom clima de trabalho, tendo pessoas satisfeitas e com os estímulos certos para que estejam – e permaneçam – motivadas. Para fazer isso, o RH utiliza diversas estratégias sobre gestão (assunto do nosso próximo módulo) e pesquisa de clima organizacional. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, este não é um papel único e exclusivo do RH. Outros atores devem ser atuantes nesse processo. Como já falamos, o papel dos líderes – entendidos por nós como gestores de área em seus diferentes níveis hierárquicos – cresceu recentemente na mesma proporção ou mais até que o do RH. Cabe a eles trabalhar com essa realidade. Observaremos os pontos abordados em duas situações: Primeiramente, cuidar do clima organizacional é gerar oportunidade de melhoria contínua no ambiente de trabalho e nos negócios. Pelo que já abordamos (além do que não foi possível mencionar até aqui), vemos que esse cenário é cada vez mais robusto e complexo. Mudanças em curto prazo demandam uma adaptação constante das empresas para eles poderem sobreviver. Em segundo lugar, as pessoas da organização são as responsáveis pela entrega de resultados. Sem elas não há negócio. Então, se uma empresa se preocupa em ter uma tecnologia de ponta, um software de gestão de última geração, uma boa saúde financeira ou uma área jurídica de qualidade, entre outros quesitos, ela, da mesma forma, deve prestar atenção em suas pessoas, já que justamente elas utilizarão os recursos ou mesmo entregarão tal estrutura. Oferecer um lugar sadio capaz de gerar satisfação, motivação e engajamento vai facilitar a atração e a retenção dos melhores talentos. Já sabemos quem deve cuidar do clima organizacional. Nosso propósito agora é observar a questão da avaliação. Porém, antes disso, devemos reforçar certas questões. Para isso, é necessário responder à pergunta deste tópico: QUEM DEVE ATUAR COMO GUARDIÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL? RESPOSTA RESPOSTA Cabe ao RH fazer isso, mas ele não está sozinho. Os líderes (gestores) também têm um papel muito importante – principalmente aqueles no topo da pirâmide, que devem atuar como um exemplo do comportamento que forma o clima. No fim, toda organização (cargos de liderança ou não) deve estar unida nesse propósito. AVALIAÇÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL javascript:void(0) Na hora de avaliar o clima organizacional, as empresas podem fazer isso em dois níveis principais. Não existe, porém, uma forma única: o conteúdo apresentado a seguir é uma sugestão baseada nas principais teorias. O primeiro nível diz respeito ao setor/departamento, ouvindo individualmente cada um dos membros que o compõem. Isso deve ser feito pelo gestor da área. Ele convive no dia a dia com as pessoas; por isso, subentende-se que ele tem parcela de responsabilidade na manutenção do bom clima organizacional. Um gestor atento será capaz de captar o que satisfaz e motiva seus funcionários, utilizando essas informações no dia a dia para equilibrar, de forma produtiva, o alcance tanto dos objetivos organizacionais quanto daqueles relativos às pessoas. Com isso, reforça-se a responsabilidade do líder ou gestor como um guardião do clima organizacional. O segundo nível trata da organização como um todo. Dessa maneira, a responsabilidade cabe ao RH. Essa área deve criar os mecanismos necessários para ouvir todas as pessoas, compreendendo os inputs e estudando as práticas de gestão de pessoas cabíveis. A ideia é buscar mais uma vez o equilíbrio dos objetivos organizacionais e das pessoas de forma produtiva. O que acontece na prática é que, muitas vezes, o RH é auxiliado por uma consultoria externa. Isso acontece por dois motivos: ou as áreas desse setor são cada vez mais enxutas, ou há a participação de um agente externo, minimizando qualquer suspeita quanto à parcialidade ou à etapa seguinte do resultado da avaliação. Por conta disso, é estratégico contar com uma consultoria externa nessa ação. O importante é lembrar que um não funciona sem o outro. Fazer a avaliação só no primeiro ou no segundo nível, sem enxergar o todo, não conseguirá propiciar estratégias eficientes e eficazes. Deixar de olhar um departamento sequer pode comprometer a estratégia. OS TIPOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL Na introdução deste tema, comparamos o clima organizacional com aquele referente à condição do tempo, verificando, nesse contexto, se nele faz sol, se está frio ou se venta, chove ou está nublado. Fazer essa associação pode lhe ajudar a compreender os diferentes tipos de clima organizacional. De acordo com Luz (2015), o clima organizacional pode ser bom, prejudicado ou ruim: CLIMA BOM O clima será bom quando imperarem as atitudes positivas em relação ao ambiente de trabalho, ou seja, sendo um lugar repleto de felicidade, segurança, alto astral, envolvimento e disposição para o trabalho. O fato de seus colaboradores indicarem a empresa e seus serviços para os colegas e os parentes é uma boa forma de mensurar se há um bom clima organizacional. CLIMA RUIM O clima será prejudicado ou ruim quando as ações do dia a dia da empresa afetarem negativamente o comportamento das pessoas, gerando um ânimo baixo, conflitos sem solução, crises ou desinteresse sobre a realização do trabalho. Obviamente, há variação do comportamento das pessoas de um momento para o outro; da mesma forma, um dia de sol pode ficar nublado em um intervalo curto de horas ou minutos. Portanto, nossa análise neste tema diz respeito ao clima que prevalece a maior parte do tempo. No Nordeste do Brasil, onde há muitas praias, predominam os dias ensolarados. Já na região Sul, principalmente em lugares como a serra gaúcha, há mais frio e tempo fechado, por mais que, em certas épocas do ano, possa haver muito frio e chuvano Nordeste e altas temperaturas na serra. Assim é o clima organizacional. Em um dia, ele pode estar bom; no outro, ruim. Mas ainda resta a dúvida: qual clima impera ou predomina em uma empresa? VERIFICANDO O APRENDIZADO javascript:void(0) javascript:void(0) MÓDULO 2 Identificar a relação entre estratégia e clima organizacional A ESTRATÉGIA DA ORGANIZAÇÃO Os novos desafios organizacionais exigem que as empresas tenham estratégias robustas que permitam a entrega dos resultados organizacionais esperados. A estratégia surge a partir da visão da empresa sobre os cenários futuros em curto, médio e longo prazo. Trata-se do caminho percorrido pela organização para lutar por sua sobrevivência em um ambiente externo bastante turbulento. O resultado da estratégia é aplicado a planos estratégicos, táticos e operacionais, sendo, no decorrer de sua jornada, influenciado pela cultura e pelo clima da organização. Por isso, alinhar a gestão do clima com o planejamento estratégico da organização torna-se relevante em nosso aprendizado. Apesar de a compreensão profunda sobre a estratégia não configurar o objetivo deste tema, precisamos entender rapidamente os três níveis de planejamento. Faremos isso tendo como base os ensinamentos do professor Marcelo Camacho divulgados em seu livro Gestão estratégica de pessoas . Planejamento estratégico: é a partir dele que a organização se relaciona com seu ambiente externo. Esse planejamento guia o modo de agir da organização em relação ao atual ambiente de negócios, tratando os objetivos de longo prazo administrados e organizados pelo nível hierárquico mais alto da empresa. Planejamento tático: é o desdobramento do planejamento estratégico para o nível imediatamente abaixo na pirâmide hierárquica da empresa. Os objetivos são estabelecidos para um setor ou departamento específico da organização (RH, Marketing, Financeiro, Operações etc.). São objetivos de médio prazo tratados pelos níveis intermediários da organização. Planejamento operacional: trata-se do desdobramento do planejamento tático para o nível mais baixo da pirâmide hierárquica. É o plano de ação de curto prazo para o alcance dos objetivos de médio prazo. Tradicionalmente, as empresas estão estruturadas nesses três níveis, que, aliás, são compostos por pessoas em diferentes momentos de carreira e formas únicas de enxergar a vida. De um jeito ou de outro, na hora de compreender o nível de motivação das pessoas e a forma de as satisfazer, as empresas devem considerar o ambiente de cada nível – ainda que não devam se limitar a isso. A partir da estratégia central do negócio (no nível estratégico) e de seus desdobramentos para os níveis inferiores (níveis tático e operacional), é fundamental que as ações de gestão do clima organizacional acompanhem o que se pretende alcançar. Em suma, não há como a gestão desse clima estar desconecta da estratégica: isso fatalmente levará ao fracasso dos resultados. O CLIMA ORGANIZACIONAL IMPORTA PARA A ESTRATÉGIA Como aprendemos no módulo 1, o clima organizacional refere-se à percepção das pessoas em relação ao ambiente de trabalho. Conforme aponta Camacho (2016), devemos considerar a percepção das pessoas sobre como as empresas conduzem seus negócios e de que maneira elas se relacionam com seus clientes (internos e externos), além de questões como centralização ou descentralização do poder e responsabilidades. Algumas organizações são mais agressivas ao buscar seus resultados. EXEMPLO Metas que levam ao limite, cobranças exageradas (às vezes desrespeitosas) e ambiente agressivo (em seu visual, tom de voz das pessoas ou nos relacionamentos em geral). Para quem está lá dentro, este pode constituir o ambiente de trabalho perfeito. Surpreso? Lembra o que falamos no módulo 1 sobre os estímulos que motivam as pessoas? Muita gente só se sente motivada em um clima mais hostil como o já descrito. Claro que, para alguém que não tenha esse perfil, estar em um lugar assim seria a morte. Podemos afirmar que esse tipo de estratégia traz sucesso ao negócio. Não acredita? A Ambev pode servir de exemplo. Ainda antes dos anos 2000, essa empresa brasileira tinha um clima mais agressivo, embora, com o tempo, tenha se adaptado ao que é mais aceito hoje em dia. Nosso objetivo não é dizer se tal estratégia é certa ou errada, e sim evidenciar que nem todos os ambientes organizacionais são “certinhos” (segundo o senso comum aceito pela maioria das pessoas). Alguns deles podem até ser contrários aos nossos valores e crenças. No fim das contas, ao pensar em estratégia e clima, as empresas devem se concentrar na satisfação das pessoas, pensando, nesse contexto, quais são os estímulos para gerar motivação e criar o ambiente adequado. FORTALEÇA SEU RH O modismo atual sempre trata o RH como um parceiro estratégico do negócio. Desde a década de 1990, este é o papel que a área vem assumindo em diferentes organizações. Contudo, como já destacamos neste tema, isso vem acontecendo principalmente nas empresas grandes, ainda que, em muitas delas, esse seja um mero discurso vazio, ficando somente no papel e sem apresentar resultados práticos. Independentemente disso, as pesquisas e opiniões de diferentes profissionais da área vêm ganhando destaque com o objetivo de mudar esse cenário e ter o RH como um real parceiro estratégico, agregando valor no caminho até o alcance dos resultados organizacionais esperados. Luz (2015) afirma que isso pode ser verificado em uma pesquisa que a revista Melhor – vida & trabalho executou para a consultoria Hay Group. Foram consultados nela 35 presidentes de grandes empresas e de setores econômicos diferentes. Sua principal questão girava em torno do papel da área de recursos humanos. O resultado mostrou que 82% declararam que o RH exerce um alto impacto na estratégia de seus negócios. Sobre os aspectos dele que agregam mais valor aos negócios, a resposta campeã foi: “Ajudando na melhoria contínua do clima de trabalho, estando voltado para os resultados e propiciando inovação.” Em 2018, a Qulture.Rocks, uma startup brasileira engajada em fortalecer o papel do RH em gestão, publicou um estudo denominado Panorama RH Brasil. Há alguns achados interessantes nele: 61% dos participantes concordaram que o RH participa efetivamente das decisões estratégicas da empresa. Outros números: para 64% das organizações ouvidas, o setor reporta-se diretamente ao CEO, enquanto o CEO, para 62% delas, participa diretamente das iniciativas do RH. Somente com um RH forte será possível garantir uma boa gestão do clima organizacional. ATENÇÃO COM O QUE VEM DE FORA Na gestão do clima organizacional, quando se fala sobre conhecer as pessoas, o que as motiva e as torna satisfeitas, não se pode ignorar o que vem de fora. Ou seja, deve-se interessar pela realidade pessoal de cada um fora do trabalho. Tópicos como família, questões sociais e econômicas são alguns dos exemplos. O ser humano é único. Por mais que ele se adapte quando esteja dentro ou fora do trabalho, a verdade é uma só: o que acontece em um ou outro vai interferir no todo. EXEMPLO Se você tem um problema com um membro da família que mexa com seu lado emocional, por mais que tente se concentrar a fim de que isso não impacte seu trabalho, dificilmente terá total controle sobre a questão. Em algum momento, isso vai interferir. O contrário também é verdadeiro, porque problemas do trabalho interferem em casa. Por isso, é papel das organizações enxergar o contexto como um todo e ajudar. Somente o olhar holístico da área de RH pode proporcionar as melhores práticas de gestão de pessoas e garantir uma boa gestão do clima organizacional. Não se esqueça do peso disso na estratégia: de que modo a empresa vai vender seus produtos ou serviços se as pessoas que os produzem não tiverem qualidade em sua vida profissional e pessoal? POR QUE AS PESSOAS RECLAMAM TANTO DE SEUS TRABALHOS? Pense nos seus colegas à sua volta (e em você mesmo). O queé comum? Gostar do lugar em que se trabalha ou reclamar dele? Baseados no senso comum e sem o apoio de estudos científicos, podemos atestar que, só pelos casos vistos ao nosso redor, a maioria das pessoas reclama de seu trabalho e está insatisfeita com ele. Na mesma linha de raciocínio, reflita agora sobre a quantidade de pessoas que você conhece: quantas são leais aos seus empregadores ou estão satisfeitas com eles? Qual é o resultado desse cálculo? A resposta mais provável é que um número pequeno de pessoas declara que é leal ou está satisfeita com o trabalho. PENSE NA MAIORIA DOS SERVIÇOS QUE VOCÊ CONSOME NO DIA A DIA. QUAIS SÃO SUAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O ATENDIMENTO E O NÍVEL DE SERVIÇO PRESTADO? RESPOSTA RESPOSTA Talvez aqui não haja extremos como nos exemplos anteriores. Contudo, para os casos que você concluiu serem ruins, devemos levantar uma hipótese (a ser reunida aos exemplos javascript:void(0) anteriores): existe a grande probabilidade de que um ambiente ruim de trabalho, no qual as pessoas presentes não estão satisfeitas, seja o causador do serviço ruim prestado. Trata-se, em suma, da má gestão do clima organizacional. Na prestação de um serviço ou na produção de um produto, o resultado é impactado pelo estado de ânimo, satisfação e motivação das pessoas envolvidas no processo. Um que seja negativo gera, por exemplo, uma baixa qualidade e produtividade, assim como um alto desperdício e rotatividade de mão de obra. Provavelmente, o clima organizacional vai mal em lugares assim. Justifica-se aí a importância de um conhecimento sobre os fatores que motivam as pessoas: saber como elas pensam, sentem e gostariam de realizar seu trabalho pode mudar a realidade desse clima. Estamos na era do conhecimento. Por isso, os gestores precisam enxergar que cuidar das pessoas não é uma despesa, e sim um investimento para resultados em médio e longo prazo. PENSANDO A GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL Como frisamos anteriormente, a ferramenta utilizada para estudar o clima organizacional é a pesquisa desse clima. Na hora de se pensar uma pesquisa, também é necessário refletir acerca da estratégia de gestão do clima. Nesse contexto, devem ser considerados fatores, como, por exemplo, a empresa como um todo, a relação das pessoas com a liderança e as práticas de gestão de pessoas (de RH). Devemos, contudo, entender a base teórica disso. O início do estudo sobre o clima organizacional se deu nos Estados Unidos a partir de diferentes modelos de mensuração. Um dos primeiros foi desenvolvido por Litwin e Stinger em 1960. Modelo de mensuração de clima - Litwin e Stinger Estrutura Avalia o sentimento dos funcionários em relação a regras e regulamentos do ambiente de trabalho. Responsabilidade Considera o sentimento de ser o próprio chefe, de ter autonomia. Risco Avalia o senso de arriscar e enfrentar desafios. Recompensa Examina o sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito. Calor e apoio Reflete o sentimento de bom relacionamento interpessoal e de cooperação. Conflito Infere o sentimento de que a administração não teme diferentes opiniões e conflitos. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Como pudemos ver na figura anterior, os autores usaram diferentes conjuntos de variáveis na construção desses modelos. Vamos explorar mais alguns deles: Variável O que é? Informações demográficas Ajudam a saber quem são as pessoas: quantidade de colaboradores por setor, idade, sexo, estado civil, tempo de empresa, escolaridade. Tipo de trabalho Avalia quão adaptada a pessoa está às suas tarefas do dia a dia. Como está o nível de volume de trabalho e de dificuldade, quem se adequa à jornada de trabalho existente etc. Salário Estamos falando do sentimento das pessoas quanto a receber um salário justo em relação àquilo que elas fazem no trabalho. Os salários devem estar compatíveis com o mercado. O colaborador consegue ter uma vida justa com o que recebe? Benefícios Eles atendem às necessidades das pessoas da empresa? Estão dentro de suas expectativas? Eles devem estar alinhados com a faixa etária, pois pessoas de diferentes gerações podem demandar benefícios diferentes. Integração entre áreas / departamentos/ setores A empresa é o resultado de um conjunto de suas partes. Se essas partes não trabalham bem juntas, os resultados ficam comprometidos. Mensura-se o nível de relacionamento, de conflitos e de colaboração entre eles. Percepção de estabilidade A empresa pode fazer tudo o que for possível para passar uma sensação de segurança, esperando, com isso, que seus colaboradores alcancem o melhor resultado possível. Mas será que as pessoas estão enxergando assim? Saber qual o ponto de vista delas acaba com as dúvidas e permite direcionar a estratégia. Liderança Algumas pesquisas indicam que as pessoas deixam seus empregos por causa dos chefes. Busca-se, portanto, entender como anda a relação entre líder e liderado. Comunicação e participação Há uma cultura de diálogo? As pessoas estão confortáveis para participar e dar suas opiniões? A empresa está madura para receber críticas negativas? Treinamentos As pessoas percebem que têm a oportunidade de se desenvolver? A empresa oferece tal oportunidade? Progressão profissional Há espaço para a progressão de carreira dos colaboradores quando eles estão preparados? Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: (FERREIRA, 2013) No fim, frisa Ferreira (2013), o clima organizacional caracteriza-se por ser abstrato, embora ele se materialize por meio de práticas e indicadores (como os que acabamos de ver), fornecendo sinais sobre sua qualidade e indicando se o clima está bom ou ruim. Por meio das ações relacionadas aos aspectos anteriores, uma empresa vai poder gerenciar seu clima organizacional. Para isso, ela sempre pensará na mensuração dessas variáveis, enxergando-as como um todo, a fim de saber o real andamento do clima. ESTRATÉGIAS PARA A GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL Agora que já entendemos a importância do alinhamento entre estratégia e clima organizacional, versaremos sobre três bases relevantes para uma boa gestão de clima: fortalecer o RH, estar atento ao que vem de fora e saber que pessoas insatisfeitas afetam a qualidade do produto ou do serviço. Observemos as estratégias para sua gestão. Uma coisa é a de gestão do clima; outra, os indicadores que ajudam a conhecê-la. Uma estratégia também auxilia na criação do verdadeiro clima organizacional, enquanto os indicadores nos permitem ter uma noção sobre ele. Tendo isso em vista, ofereceremos a seguir algumas dicas de estratégias que propiciarão uma boa gestão do clima organizacional: ESTRATÉGIA 1 - CONTATO DIRETO DOS GESTORES COM SEUS TIMES Contato direto dos gestores com seus times Reuniões, conversas e cafezinhos (tudo isso é feito mesmo que de forma virtual por meio de videoconferências). O gestor precisa estar próximo de seu time para atuar diretamente na gestão do clima organizacional. ESTRATÉGIA 2 - FALE COM QUEM DEIXA A EMPRESA Fale com quem deixa a empresa Trata-se da famosa entrevista de desligamento. Muitas organizações ignoram essa fonte valiosa de informação sobre os motivos que levam as pessoas a saírem das empresas. Coloque isso como uma opção em seu processo de saída. Claro que, a depender da forma, alguém que deixa a organização pode se opor. Não há problema. Por outro lado, se você construir uma boa relação com as pessoas, poderá ter feedbacks valiosos. ESTRATÉGIA 3 - OMBUDSMAN O papel de ouvidoria não é muito comum nas organizações brasileiras. Trata-se de um cargo que funciona como ouvidor dos colaboradores para tentar ajudar na relação com a empresa. ESTRATÉGIA 4 - PROGRAMA DE SUGESTÕES A caixinha de sugestão tem poder. Utilize-a. É algo simples e barato, podendo gerar muitos inputs para você saber como suas pessoas pensam. Em muitos casos, os colaboradores buscam um meio anônimo paracolocar opiniões mais críticas, já que ainda faz parte da nossa cultura não ter maturidade para recebê-las de peito aberto. Com a tecnologia existente, você pode, inclusive, utilizar ferramentas como Google Forms e Survey Monkey para isso. ESTRATÉGIA 5 - CAFÉ COM PRESIDENTE Ele também pode acontecer com qualquer membro relevante da organização. Tampouco importa se é café, almoço ou lanche: o que interessa é abrir um canal de diálogo, dando a atenção devida às pessoas da empresa. Elas valorizam mais do que você imagina ter contato com os altos cargos da organização. ESTRATÉGIA 6 - COMUNIQUE Tenha uma área forte de comunicação interna. Afinal, ela é uma via de mão dupla: quanto mais a empresa preocupa-se em se comunicar com suas pessoas, mais ela cria a cultura de que isso é importante, deixando-as à vontade para dar feedbacks. Em conjunto com outras estratégias já vistas anteriormente, isso será relevante em seu negócio. ESTRATÉGIA 7 - AMBIENTE POSITIVO E DE RECONHECIMENTO As pessoas querem se sentir valorizadas. Crie um ambiente positivo no qual seja possível aprender com os erros e evoluir. Além disso, reconheça os avanços e os esforços para fazer o melhor. Em longo prazo, isso vai gerar impactos no clima, e as pessoas reconhecerão esse fator na própria cultura organizacional. DICAS DE ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Esquematizar os resultados esperados a partir da melhor compreensão do ambiente de trabalho e das ações de gestão do clima organizacional PRIMEIRAS PALAVRAS Ao longo dos módulos anteriores, compreendemos o clima organizacional e as estratégias para geri-lo em condições reais do mundo organizacional. Quando falamos de clima organizacional, estruturamos nosso entendimento no sentido de que ele tem a ver com a percepção e a satisfação das pessoas sobre seu ambiente de trabalho. Devemos esclarecer – na verdade, reforçar – que estamos falando diretamente do ambiente interno, ou seja, aquele dentro da empresa, por mais que o impacto do externo seja inegável. Com isso em mente, para que você possa se tornar um gestor ainda mais eficiente e lograr sucesso na vida profissional, navegaremos nas águas profundas do ambiente organizacional neste módulo, o que lhe proporcionará uma melhor compreensão do clima de uma organização. Entenderemos, portanto, as características das partes de uma empresa: pessoas, grupos ou equipes e o ambiente interno em si. Com a visão de um todo formada, nosso próximo passo será a averiguação de resultados possíveis a partir da estruturação do modelo. O AMBIENTE DE TRABALHO A PARTIR DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Já salientamos neste tema que o clima organizacional pode variar, assim como o do próprio tempo, haja vista as estações do ano. Com o mesmo viés, podemos dizer que o comportamento organizacional é uma área sensível às características das organizações e de seu ambiente. Por conta disso, esse comportamento é situacional: ele varia de acordo com a estrutura da empresa, com o que as pessoas fazem e como cumprem as coisas dentro dela. Para que suas pessoas deem resultados, além de uma infraestrutura física e tangível, as empresas precisam de algo intangível: permitir que sua operação ocorra dentro de uma estrutura organizacional sólida com cultura e clima organizacional agradáveis. Desse modo, compreender o comportamento organizacional (o modus operandi , seus sucessos e fracassos, assim como suas pessoas) é fundamental para quem tem de lidar com a gestão de uma empresa. Então o que significa um comportamento organizacional? [...] O COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL REFERE- SE AO ESTUDO DE INDIVÍDUOS E GRUPOS ATUANDO EM ORGANIZAÇÕES QUE, POR SUA VEZ, SE ENCONTRAM EM UM AMBIENTE DINÂMICO, MUTÁVEL E COMPETITIVO; PREOCUPA-SE COM A INFLUÊNCIA DAS PESSOAS E DOS GRUPOS SOBRE AS ORGANIZAÇÕES E VICE-VERSA, COM A INFLUÊNCIA DAS ORGANIZAÇÕES SOBRE AS PESSOAS E OS GRUPOS." (CHIAVENATO, 2014.) Quadro 1. Algumas definições de comportamento organizacional CO pode ser definido como a compreensão, predição e gestão do comportamento humano nas organizações. CO é um campo de estudo voltado para prever, explicar, compreender e modificar o comportamento humano no contexto das empresas. Ele enfoca comportamentos observáveis (conversar e trabalhar), lida com ações internas (pensar, perceber e decidir), estuda o comportamento das pessoas (como indivíduos ou membros de unidades sociais maiores) e analisa o comportamento dessas unidades maiores (grupos e organizações). CO é o estudo dos indivíduos e grupos nas organizações. CO é o campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e estrutura organizacional têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de aplicar tais conhecimentos para melhorar a eficácia organizacional. CO é o estudo e a aplicação do conhecimento sobre como as pessoas atuam dentro das organizações. Trata-se de uma ferramenta humana para benefício humano. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Algumas definições de comportamento organizacional. Fonte: (CHIAVENATO, 2014, p. 6) Em um mundo que passa por fortes mudanças, as empresas estão em uma busca constante por vantagem competitiva (o diferencial que certa organização tenha que não consiga ser copiado pela concorrência, pelo menos por um tempo). Tal vantagem competitiva, entre outras formas, ocorre graças à boa gestão de pessoas. Um ambiente leve permite um comportamento organizacional saudável para a entrega de desempenho e, consequentemente, dos resultados esperados. O comportamento humano dentro das empresas dita muito como será seu clima organizacional. O contexto ambiental das organizações deve ser estudado para a compreensão de seu comportamento. Esse estudo poderá ser facilitado se enxergarmos estes quatro estratos apresentados por Chiavenato (2014): PESSOAS GRUPOS OU EQUIPES AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO PESSOAS: realizam tarefas e atividades em diferentes níveis. GRUPOS OU EQUIPES: como as pessoas se organizam na realização de tarefas e atividades mais complexas. AMBIENTE INTERNO: trata-se do ecossistema dentro da organização. São processos, políticas, cultura, clima, comportamento organizacional etc. AMBIENTE EXTERNO: é o ecossistema fora dela. Ambiente econômico, político e social, tecnologia, cultura e sustentabilidade são alguns exemplos dele. PESSOAS O que faz uma organização viver de fato não são seus prédios ou tecnologias, e sim suas pessoas. São elas que trazem ideias, raciocínio crítico, emoções, sonhos, conhecimento e talento para dentro de uma empresa, dando vida a ela. Para gerenciar um clima organizacional, é necessário entender as pessoas. Como falamos no módulo 1, precisamos entender suas motivações, mas isso não basta. Afinal, há diferenças individuais e de personalidade em todas. Embora os indivíduos possam apresentar muitas coisas em comum (maneira de agir, pensar, se vestir, crenças etc.), cada um deles, em essência, é um ser complexo e diferente dos demais. Todos são o resultado daquilo que viveram do início de suas vidas até aqui. Por mais que possamos ter histórias similares, nenhum de nós viveu exatamente o que o outro vivenciou ou como ele fez isso. A forma como percebemos e entendemos as coisas, além das atitudes que tomamos em cada caso, jamais será igual à de outro. Ou seja, não existem duas pessoas iguais. Ao longo da nossa jornada, a estrada da vida nos fez diferentes e com personalidades distintas. GRUPOS OU EQUIPES As pessoas não nascem para permanecerem sozinhas. Foi viver em grupo que permitiu ao ser humano sair do modo de vida da época das cavernas. Juntos, os homens inventaram a agricultura, o fogo, protegeram-se e garantiram a evolução da espécie. Mesmo gostando de passar um tempo sozinho às vezes, acredite: você não nasceu para viver sozinho. Isso também ocorre dentro de uma organização. É importante que as empresas compreendamsuas pessoas em suas individualidades, já que elas são diferentes entre si. Não se pode, contudo, esquecer de observar os indivíduos como grupo, pois aí as necessidades, as percepções e as satisfações mudam em relação àquelas do contexto individual. Ter esse entendimento é estratégico. Por outro lado, esteja preparado para situações inevitáveis em um grupo ou uma equipe. Quando colocamos pessoas diferentes juntas, é normal que ocorram situações de estresse e conflitos; no entanto, elas podem ser bem gerenciadas por meio de negociação. Uma boa liderança facilita todo esse processo. Teoricamente, é importante você saber que há diferentes tipos de grupos, como, por exemplo, os de tarefa, de comando e com prazo definido. Dentro de todo grupo haverá disputa por poder, política e liderança — normalmente, isso gerará tanto estresse quanto conflitos já mencionados. Uma comunicação transparente e direta é uma arma utilizada para minimizar esses impactos da gestão de grupos. Com isso, evitam-se as falsas promessas e se compartilha tanto quanto possível com o grupo. ATENÇÃO Mais uma vez, você precisa estar atento a como fará isso, pois as pessoas são diferentes e demandam formas distintas de se comunicar. A maioria das organizações ainda erra nesse quesito ao querer regras genéricas demais. AMBIENTE INTERNO Um ambiente interno ou dinâmica organizacional significa que, ao entender suas pessoas e seus grupos ou equipes, você se torna mais habilitado para compreender a própria dinâmica da sua organização, assim como o funcionamento e o comportamento dela. O desenho da hierarquia da empresa, de suas políticas e de seus processos internos também deve ser considerado parte da estrutura organizacional dela. É como um quebra-cabeças: encaixam-se as pessoas nessa estrutura tendo uma clareza sobre como é a empresa realmente. O comportamento organizacional vai fluir por meio da estrutura ou de seu desenho organizacional, cultura e clima. AMBIENTE EXTERNO Compreendido o tripé interno (pessoas, grupos ou equipes e ambiente interno), é hora de olhar para fora. O mundo de incertezas em que vivemos não nos permite o privilégio de subsistir somente dentro da nossa bolha, ignorando o que acontece lá fora. As organizações fazem parte de um todo. São sistemas atuando dentro de um grande ecossistema; nesse desenho, elas dependem uma das outras quando, por exemplo, exercem o papel de compradores, fornecedores ou parceiros. O ambiente externo representa todas as forças que, direta ou indiretamente, impactam a organização em si. O modo de vida fora dela interfere no comportamento das pessoas que a compõem. Por isso, o ambiente externo influencia o clima organizacional. A figura a seguir mostra um desenho que pode nos ajudar a compreender que forças são essas. Olhe para ela, pare e pense como uma empresa (aquela em que você trabalha, por exemplo) é impactada por cada uma dessas forças (ou variáveis). Os órgãos regulamentadores, por exemplo, direcionam como as empresas devem fazer seus negócios, mas não podem fazê-lo de qualquer jeito. Há também as variáveis legais. Exemplo: com uma legislação trabalhista a cumprir, as empresas não podem fazer o que querem na hora de gerir as relações de trabalho com seus indivíduos. Figura 1. O ambiente geral e o ambiente de tarefa. RESULTADOS ESPERADOS Há uma frase antiga no mundo da gestão que diz: o que não se mede não se gerencia. Ela é normalmente atribuída a Peter Drucker. Sejamos atrevidos para completar tal ideia: o que se mede e se gerencia mal gera resultados ruins. COMENTÁRIO Você vai aprender a fazer essa medição quando estudar a pesquisa de clima organizacional. Ao longo deste tema, buscamos compreender os fatores que nos levam a uma boa gestão do clima, gerando consciência para ajudar nas melhores tomadas de decisão. Nossa ideia aqui é mostrar o que as empresas que estão fazendo uma boa gestão de clima organizacional têm conseguido. Uma empresa bem organizada é capaz de oferecer boa infraestrutura (ambiente físico confortável), pacotes de remuneração e benefícios adequados às suas pessoas, programas de treinamento, oportunidades de desenvolvimento e progressão de carreira, além de líderes engajados. Consequentemente, podemos dizer, em geral, que tal empresa é capaz de fazer bem à gestão do seu clima organizacional. Mas o que ela ganha ao investir em tudo isso? Listaremos a seguir alguns dos resultados esperados para uma organização que gerencie bem seu clima: AMBIENTE DE VALORIZAÇÃO DAS PESSOAS. Ainda vivemos um ambiente de trabalho conservador; em muitos casos, as empresas não valorizam suas pessoas com medo de o sucesso subir-lhes à cabeça. Não podemos negar, porém, essa possibilidade. Na contramão, uma pessoa valorizada é capaz de gerar resultados que você não pode imaginar. Ou melhor, pode sim. Basta pensar por um minuto: como você se sentiria se fosse muito valorizado pela sua organização? Que resultados poderia gerar? Se você já o é, valorize isso – e parabéns para a sua empresa! RESULTADOS SIGNIFICATIVOS PARA O NEGÓCIO. Pessoas engajadas são o segredo para ele prosperar. As empresas normalmente possuem as mesmas tecnologias e processos. O que faz a diferença é o nível de satisfação e engajamento das pessoas no ambiente de trabalho. Uma organização não vai crescer dois dígitos ao ano com funcionários desmotivados e sem engajamento. Um clima organizacional bem gerenciado proporcionará resultados significativos para os negócios. TRABALHO EM EQUIPE E CRIATIVIDADE. Em um clima organizacional favorável, as pessoas tendem a pensar coletivamente e a se sentirem livres para usar a criatividade. Isso gera uma sinergia refletida nos resultados positivos de produtividade na organização, além de elevar a qualidade das entregas. BOA COMUNICAÇÃO. Uma comunicação clara e transparente faz parte de um bom ambiente de trabalho. Ela é resultado da confiança gerada pelo bom clima. Isso resulta em conversas mais assertivas, evitando retrabalho e desperdício. CONFIANÇA. Um ambiente de trabalho saudável gera confiança. Se eu tenho um bom clima para trabalhar, um líder presente e uma comunicação clara, eu não preciso ter medo. Isso não significa que coisas ruins não acontecerão, e sim que eu posso confiar na empresa de que serei envolvido como e quando for possível. E mais ainda: que serei respeitado. DESAPARECE (OU É MINIMIZADA) A “RÁDIO CORREDOR”. A pior coisa para o processo de comunicação de uma empresa é as pessoas não confiarem no que é falado, tendo de confabular teorias da conspiração por trás de cada informação passada a elas. Encarar o processo de comunicação de frente e gerar confiança são as ferramentas principais para eliminar a infame “rádio corredor”. FEEDBACK Com a boa comunicação, a empresa gera mais confiança para que as pessoas se sintam confortáveis em dar e receber feedbacks sobre elas e os processos de trabalho. A sugestão aqui é fazer a liderança dar o exemplo e ser a primeira a começar o novo comportamento. UM GESTOR MAIS PRESENTE A pior coisa para um colaborador é ter sua liderança distante, ou seja, sentir-se sozinho. Em um bom clima organizacional que gere comunicação, confiança e cultura do feedback , a consequência é que ninguém se sinta sozinho. Lembre-se de que as pessoas deixam seus empregos muito mais pelas lideranças que têm do que pelas reais condições de trabalho. REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO Essa redução é reforçada pelo ponto anterior (uma gestão presente). Outro fator é este: imagine o custo treinar um novo integrante na empresa. Não é barato. Sendo assim, não enxergue as coisas de maneira isolada. O controle das suas taxas de absenteísmos trará resultados financeiros. Um clima favorável à permanência das pessoas é um fator relevante nessa questão. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) AS MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR Uma gestão de pessoas e do clima organizacional que seja estratégica e eficiente pode levar sua empresa paraa lista das melhores para se trabalhar no país. As organizações que investem na gestão de seu ambiente interno vêm alcançando esse tipo de resultado. Divulgamos anteriormente que o Top Employer e a Great Place to Work, assim como as revistas Exame e Você S/A , são exemplos de rankings especializados. Afinal, trata-se de instituições independentes que avaliam minuciosamente as práticas empresariais. ATENÇÃO Ser um avaliador externo gera imparcialidade na análise. Em muitos casos, os colaboradores ganham voz e são a principal fonte de informação. É comum analisar também os processos internos, verificando se as práticas relatadas batem com aquilo que as pessoas dizem. As empresas são organizadas em tamanho (faturamento e quantidade de pessoas) e setor econômico. Os prêmios dados são gerais, sendo conferidos por localidade, ou podem até referir-se a algum destaque em uma área específica. Como os resultados são avaliados? EXEMPLO Realizado em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), o Guia Você S/A - as 150 melhores empresas para você trabalhar confere às empresas participantes o índice da felicidade (IFT). O IFT é formado por outros dois índices de qualidade: o de vida no trabalho (IQVT), que é referente à visão das pessoas, e o de gestão de pessoas (IQGP), que diz respeito às práticas de gestão delas. Ainda há o mais interessante e comum na maioria das pesquisas: o índice que se refere à visão das pessoas tem um peso maior (65%) que aquele relativo às práticas (35%). QUAIS PRÁTICAS DE GESTÃO SÃO ABORDADAS? RESPOSTA RESPOSTA Pela ótica do Great Place to Work, sua lista inclui: ambiente organizacional; remuneração e outros benefícios; inovação; liderança eficaz; estrutura de trabalho; oportunidades de promoção profissional; melhor aproveitamento dos recursos humanos; autonomia dos funcionários; e, por fim, transparência dos gestores. As empresas que estão nessas listas já entenderam que o caminho é cuidar de suas pessoas, pois só assim poderão maximizar as chances de elas cuidarem bem de seus clientes, aumentando os lucros e resultados. Elas também já compreenderam a necessidade de compartilhar o que ganham, fazendo as pessoas sentirem-se parte do processo. SAIBA MAIS Uma pesquisa publicada no livro A great place to work for all revelou que quem é ouvido pelos seus líderes demonstra uma melhora em sua saúde e bem-estar (56%), além de satisfação e alegria (89%). Para fechar este módulo, faremos duas reflexões sobre os resultados organizacionais obtidos graças à gestão do clima: As incertezas do mundo moderno levam os líderes de grandes empresas a reconhecerem cada vez mais que nunca foi tão grande o desafio de manter um bom clima organizacional e atrair novos talentos para dentro delas; As organizações que compõem essas listas desempenham um papel social. Elas mostram a todas as demais que é possível juntar bem-estar e produtividade, maximizando seus lucros – o que acontece de forma consciente. Ter um bom clima javascript:void(0) organizacional não tem nada a ver com fugir do que muitos consideram a razão de ser de uma empresa, que é o lucro. Pelo contrário: sua prática está mostrando que essas empresas maximizam seus resultados. SAIBA MAIS SOBRE AS LISTAS DAS MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Navegamos neste tema pelos fundamentos do clima organizacional, apresentando seus tipos e estabelecendo quem são os responsáveis por prezar por ele. Além disso, apontamos quais níveis de avaliação devem ser feitos. Ainda salientamos a importância do conceito de motivação ao se falar desse clima. Conforme nos aprofundamos em cada módulo, foi possível compreender o que é o clima organizacional e sua relação direta com a estratégia da empresa. Percebemos que as empresas ciosas de seu ambiente interno estão atentas a como seus funcionários percebem o trabalho e quão satisfeitos estão com ele, até porque são eles os responsáveis por prestar o serviço ou produzir o produto. Se essas pessoas não estiverem bem, como será possível obter a satisfação do cliente final? Por fim, ainda vimos que, ao fortalecer a área de recursos humanos, gerenciando suas pessoas, grupos ou equipes, assim como o ambiente interno e os reflexos do externo, uma organização consegue criar bases para fortalecer a gestão do clima organizacional. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BUSH, M. C.; COSTA, C. A great place to work. São Paulo: Primavera Editorial, 2018. CAMACHO, M. Gestão estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: SESES, 2016. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. FERREIRA, P. I. Série MBA gestão de pessoas - clima organizacional e qualidade de vida no trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. LUZ, R. S. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2015. VERGARA, S. C. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2000. EXPLORE+ Leia os seguintes textos sobre: a) Clima agressivo TEIXEIRA, P. C. A moral assediada. Publicado em: 15 dez. 2004. Paulo César Teixeira fala sobre mobbing , dano ou assédio moral, terrorismo ou violência psicológica no ambiente de trabalho. BRASIL, K. Mau vendedor leva bode de prêmio. In: Folha de São Paulo. Publicado em: 9 fev. 2001. Káttia Brasil aborda o caso da distribuidora de bebidas que resolveu fazer um ranking de performance. b) Mudanças FORTES TECNOLOGIA . Quatro aprendizados que a sua empresa pode ter com a cultura da Ambev. In : Gestão e negócios. Publicado em: 9 maio 2019. c) Ombudsman INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING. Entenda o que é ombudsman e sua importância na relação entre empresa e cliente. Publicado em: 1 dez. 2016. d) Google Forms BIJORA, H. Google Forms: o que é e como usar o app de formulários online. In : TechTudo. Publicado em: 22 jul. 2018. Para conhecer melhor as funções e utilidades do Google Forms, confira o artigo de Helito Bijora. e) Peter Drucker CURI, R. P. Conheça a história de Peter Drucker, um dos maiores estudiosos das áreas de administração e marketing. In : Rock Content. Publicado em: 19 jun. 2019. Peter Drucker é um dos maiores estudiosos das áreas de administração e marketing. Faça uma pesquisa nas seguintes plataformas: a) Qulture.Rocks Em 2018, o Panorama de RH Brasil disponibilizou uma pesquisa sobre as realidades e tendências de RH no país. b) Survey Monkey Conheça esta plataforma para medir e entender feedback , além de compreender como uma empresa pode impulsionar seu crescimento transformando opiniões em dados. CONTEUDISTA Rodrigo Monteiro CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
Compartilhar