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1
ISSN 2358-5145
www.vetsciencemagazine.com.br
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
FAKE NEWS
Caros Colegas Médicos Veterinários,
 
Já a algum tempo, temos ouvido a indignação de alguns colegas que nos conhecem bem, ao 
receberem notícias falsas sobre o Laboratório TECSA. A que mais nos choca é sobre nosso setor 
de Hormônios por Radioimunoensaio -RIE. Montado já há alguns anos – com o devido registro 
na Comissão Nacional de Energia Nucelar -CNEN – registro número 15.899, vem sendo alvo de 
inúmeras mentiras divulgadas por veterinários sem escrúpulos.
Como o TECSA tem, desde sua montagem, o compromisso de oferecer exames com Padrão 
Ouro classe Mundial, porém com preços acessíveis à realidade de nosso Brasil, isto fez com 
que um outro grupo perdesse mercado. A contra partida deste grupo, que deveria ser melhorar 
seus recursos de gestão, ajustando custos, diminuindo a margem de lucro para viabilizar uma 
concorrência saudável, foi lançar uma avalanche de mentiras e calunias, as chamadas fake News.
 
Sempre que nossos mais de 4000 clientes ativos escutam tais mentiras, vários nos ligam indignados 
– pois conhecem o TECSA – sabem da excelência de nossos serviços e de nosso compromisso 
com a qualidade, sabem que conseguimos nestes 25 anos desenvolver um sistema único de gestão 
otimizada com economicidade e eficiência, além de uma logística eficiente.
Os equipamentos e insumos (kits) do nosso setor de RIE são os mesmos utilizados nos demais 
laboratórios – o que nos torna tão competitivos é um sistema de gestão moderno e informatizado, 
em oposição aos demais que se apresentam tão obsoletos. Sempre trabalhamos com margem de 
lucro bem reduzida e sempre mantivemos os pés no chão em relação a custos e preço final de 
nossos exames.
Nosso maior sonho é que todo Tutor deste país possa viabilizar os exames necessários para o seu PET.
 
Caso receba alguma dessas fake News, entre em contato conosco – você poderá agendar uma visita 
e acompanhar o andamento de um dia de rotina no setor de RIE. Poderá receber nossos vídeos 
ou documentações sobre o setor.
Tudo de forma bem transparente – aliás, o nosso laboratório agora está todo transparente – 
eliminamos as paredes – tudo de vidro para que vocês possam conhecer a fundo nossos processos.
Ser o maior e o melhor laboratório da América Latina não é fruto do acaso – é trabalho honesto, 
comprometido e transparente.
Conheça o nosso setor de RIE - acesse o nosso canal no Youtube (TV TECSA).
Dr. Luiz Eduardo Ristow 
EDITORIAL
MV-MM Diretor-Presidente 
4
Cultura com Antibiograma 
Automatizada - Quantitativo (MIC)
Prazo: 4 dias
Parasitológico de fezes para giardia
(Metodo Faust)
Prazo: 1 dia
Análise Cristalográfica de Cálculos
Urinários
Prazo: 25 dias
982
1075
1076
1088
1089
Listeria Monocytogenes Cultura
Prazo: 5 dias
Urocultura com Antibiograma 
Automatizada - Quantitativo (MIC)
Prazo: 4 dias
MICROBIOLOGIA
CÓD Nome do Exame
Vitamina D3 (Calcitriol - 1,25 Dihidroxi)
Prazo: 7 dias
Ácidos Biliares
Prazo: 2 dias
Eletroforese de Proteínas - Urina
Prazo: 6 dias
977
979
980
994
1085
Ácidos Biliares - Jejum e Pós-prandial
Prazo: 2 dias
Teste de Rivalta
Prazo: 1 dia
978
985
995
997
1090
PATOLOGIA 
 CLÍNICA
IMUNOLOGIA
CÓD Nome do Exame
Fenobarbital - 2 dosagens
Prazo: 1 dia
Leishmaniose ( ELISA+RIFI) 
Exame para Viagem Internacional
Prazo: 2 dias
Leptospirose com Diluição Total 
Microaglutinação
Prazo: 5 dias
Imunoglobulina IGA no Líquor
Prazo: 15 dias
Teste de Reação Alimentar Felino 
(Food Reation Test Heska)
Prazo: 7 dias
CÓD Nome do Exame
5
Cultura com Antibiograma 
Automatizada - Quantitativo (MIC)
Prazo: 4 dias
Parasitológico de fezes para giardia
(Metodo Faust)
Prazo: 1 dia
Análise Cristalográfica de Cálculos
Urinários
Prazo: 25 dias
982
1075
1076
1088
1089
Listeria Monocytogenes Cultura
Prazo: 5 dias
Urocultura com Antibiograma 
Automatizada - Quantitativo (MIC)
Prazo: 4 dias
MICROBIOLOGIA
CÓD Nome do Exame
Vitamina D3 (Calcitriol - 1,25 Dihidroxi)
Prazo: 7 dias
Ácidos Biliares
Prazo: 2 dias
Eletroforese de Proteínas - Urina
Prazo: 6 dias
977
979
980
994
1085
Ácidos Biliares - Jejum e Pós-prandial
Prazo: 2 dias
Teste de Rivalta
Prazo: 1 dia
978
985
995
997
1090
PATOLOGIA 
 CLÍNICA
IMUNOLOGIA
CÓD Nome do Exame
Fenobarbital - 2 dosagens
Prazo: 1 dia
Leishmaniose ( ELISA+RIFI) 
Exame para Viagem Internacional
Prazo: 2 dias
Leptospirose com Diluição Total 
Microaglutinação
Prazo: 5 dias
Imunoglobulina IGA no Líquor
Prazo: 15 dias
Teste de Reação Alimentar Felino 
(Food Reation Test Heska)
Prazo: 7 dias
CÓD Nome do Exame
1079
Painel Viagem Internacional 
Plus Canino
Titulação de Anticorpos Neutralizantes
para Raiva, Check-up Global de 
Funções com Hemograma, Painel 
Check-up Doenças Infecciosas Canino
Prazo: 10 dias
1080
Painel Viagem Internacional 
Plus Felino 
Titulação de Anticorpos Neutralizantes
para Raiva, Check-up Global de 
Funções com Hemograma, Painel 
Check-Up Doenças Infecciosas Felino
Prazo: 10 dias
1081
Perfil Eletrolítico Completo
Cálcio Iônico, Cálcio, Cloro (Cloreto)
Magnésio, Sódio,Potássio
Prazo: 1 dia
Perfil Nutricional Básico
Hemograma Completo - Canino,
Ureia, SDMA, Creatinina, Fosfatase 
Alcalina, Tgp (Alt), Gama Gt - Pet,
Proteína Total e Frações, Vitamina D3
(Calcidiol - 25 Dihidroxi)
Prazo: 10 dias
Perfil Nutricional Intermediário
Hemograma Completo - Canino
Ureia, SDMA, Creatinina, Fosfatase 
Alcalina, Tgp (Alt), Gama Gt - Pet,
 Proteína Total e Frações, Vitamina D3
(Calcidiol - 25 Dihidroxi), Insulina
Endógena Canina, Triglicerídeos, 
Colesterol Total
Prazo: 10 dias
1086
1091
Painel Viagem Internacional 
Standard Felino 
Titulação de Anticorpos Neutralizantes
para Raiva, Check-up Global de 
Funções com Hemograma, Fiv / Felv -
Leucemia e Imunodeficiência Felina
Prazo: 10 dias
1092
Perfil Nutricional Completo
Hemograma Completo - Canino,
Ureia, SDMA, Creatinina, Fosfatase
Alcalina, Tgp (Alt), Gama Gt - Pet,
Proteína Total e Frações, Vitamina 
D3 (Calcidiol - 25 Dihidroxi), 
Triglicerídeos, Colesterol Total, 
Colesterol Total e Frações 
(Total+LDL+VLDL+HDL),
Dosagem de Cortisol Basal -
Radioimunoensaiol
Prazo: 10 dias
1093
Cortisol Salivar
Prazo: 4 dias
Cortisol Fecal
Prazo: 4 dias
Insulina Endógena Canina
Prazo: 5 dias1000
1001
1077
1078
Insulina Endógena Felina
Prazo: 5 dias
ENDOCRINOLOGIA
CÓD Nome do Exame
1083
1082
Painel Histopatológico 
Dermatológico (até 3 biópsias)
Prazo: 8 dias
IPainel Citológico (até 3 lâminas)
Prazo: 5 dias
CÓD Nome do Exame
ANATOMIA
 PATOLÓGICA
Painel Alérgenos Ambientais e
Alimentares
Teste Alérgico Painel com 
24 Alérgenos 
Teste de Reação Alimentar Canino
Prazo: 7 dias
975
Perfil Viagem Internacional Básico 
Raiva + Check-Up Global de 
Funções,Titulação de Anticorpos 
Neutralizantes para Raiva,
Check-up Global de Funções
com Hemograma
Prazo: 10 dias
976
Painel Ortopédico 
Cultura com Antibiograma,
Análise de Líquidos Cavitários
(Peritoneal,Pleural ou Pericárdico) 
e Sinovial
Prazo: 5 dias
986
Painel Neurológico
Análise de Líquor - Cultura com
Antibiograma,
Cultura de Fungos com 
Antifungigrama
Prazo: 30 dias
Painel Dermatite Bacteriana 
Cultura C/ Antibiograma 
Gram - Microscopia Direta 
Pesquisa de Sarna e Fungos 
Filamentosos
Prazo: 5 dias
987
988
Perfil Viagem Internacional 
Standard Canino 
Titulação de Anticorpos Neutralizantes
para Raiva, Check-up Global de 
Funções com Hemograma,
Viagem Internacional - Leishmaniose
(ELISA + RIFI), Perfil Doença 
Transmitida por Carrapatos
Prazo: 10 dias
1005
CÓD Nome do Exame
PERFIS E PAINÉIS 
FACILITADORES
Av. do Contorno, 6226, Savassi - Belo Horizonte | Minas Gerais | Brasil | CEP: 30.110-042 TECSALaboratorios tv tecsa
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6
Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios.
ÍNDICE
Editores/Publishers: 
Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . ristow@tecsa.com.br
Dr. Afonso Alvarez Perez Jr . afonsoperez@tecsa.com.br
Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br
Editoração e Arte: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br
Contatos e Publicidade: comunicacao@tecsa.com.br
Av. do Contorno , nº 6226 , B. Funcionários, Belo Horizonte - MG – CEP 30.110-042
PABX-(31) 3281-0500
Tiragem: 5000 revistas . Publicação Bimestral
Na Internet: www.vetsciencemagazine.com.br
CIRCULAÇÃO DIRIGIDA
A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA 
dirigida somente aos médicos veterinários, como parte do Projeto 
JORNADA DO CONHECIMENTO, criado pelo mesmo. Este projeto visa a 
universalização do conhecimento em Medicina Laboratorial Veterinária. 
A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa clínica 
e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, 
artigos de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor.
Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta 
revista sem a prévia autorização do TECSA.
Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do 
conteúdo da revista VetScience magazine.
Grupo TECSA – Referência desde 1994
EXPEDIENTE
ISSN: 2358-1018
ÍNDICE
08. Doença Inflamatória Intestinal em Cães e Gatos: Aspectos Gerais e Manejo Nutricional
11. Os Maiores Erros na Orientação Nutricional
13. Como Detectar Reações Adversas ao Alimento em Felinos
14. Fatores Prognósticos e Diagnósticos da Subnutrição em Cães Hospitalizados
17. Obesidade em Felinos
19. Uso dos Perfis Nutricionais
20. Obesidade Canina
22. Parâmetros Laboratoriais de Animais Obesos – Correlação com Diabetes Mellitus
23. The HESKA Food Reaction Test (FRT) Canine & Feline
25. Alterações no Perfil Lipídico de Cães Obesos e suas Implicações Clínicas
27. Os Velhos Hábitos Nutricionais da Atualidade
29. Leishmaniose Felina
31. Mecanismos Imunopatogênicos da Cinomose Canina
36. Dicas Importantes do Uso do PCR Real Time
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
ASSUNTOS DIVERSOS
Colaboraram neste número:
Dr.Cláudio Roberto S. Mattoso, Dra. Daniele Silvano Gonçalves, Dr. Guilherme Stancioli, Dra. Isabela de Oliveira Avelar, Dra. Janete Madalena da Silva, Dr. João Paulo Fernandez Ferreira, Dr. 
João Paulo Franco, Dr. Luiz Eduardo Ristow, Dra. Luiza França Melo, Dra. Marcela Ribeiro Gasparini, Dra. Maria Carolina Paes P. de Oliveira, Dra. Natalia Lemos Arruda, Dr. Otávio Valério de 
Carvalho, Dra. Talita Gomes da Silva Batista, Dr. Thiago Beloni de Melo, Dr.Thiago Luis Santos Gonçalves, todos membros da Equipe de Médicos Veterinários do TECSA Laboratórios. Além do 
Médico Patologista Clínico Dr. Afonso Alvarez Perez Jr. 
Contribuíram também para este número os renomados Colegas: Dra. Andressa Rodrigues Amaral, Dr. Eduardo Braghirolli Zaneli, Dr. Fábio Alves Teixeira, Dr. Marcio Antonio 
Brunetto, Dra. Mariana Kelly Luiz Reis, Dra. Michelle Nogueira Agostinho e Dra. Tatiane Neves Paoli.
7
8
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL EM CÃES E GATOS: 
ASPECTOS GERAIS E MANEJO NUTRICIONAL
Andressa Rodrigues Amaral e Marcio Antonio Brunetto*
Centro de Pesquisa em Nutrologia de Cães e Gatos (Cepen pet) ,Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 
(FMVZ) - Universidade de São Paulo – USP,-*mabrunetto@usp.br
A doença inflamatória intestinal (DII) é 
a doença mais comum que causa vômito 
e diarreia em cães e gatos de origem 
não-infecciosa, mas com etiologia 
fundamentada em uma resposta 
imunológica aberrante do hospedeiro 
contra alimentos e/ou microbiota 
ali presentes e que leva à injúria da 
mucosa intestinal (DAVENPORT et 
al., 2010; SILVA, 2015). Em humanos, 
a doença inflamatória intestinal agrupa 
a conhecida Doença de Crohn (DC) e 
Colite Ulcerativa (CU) diferenciadas 
principalmente pela distribuição das 
lesões (em segmentos intercalados 
em todo o trato gastrintestinal ou 
localizado somente em região de cólon 
e reto, respectivamente) e pelo tipo de 
resposta inflamatória predominante 
(mediada por linfócitos Th1 na DC e 
Th2 na CU) e subsequente ativação 
de citocinas inflamatórias distintas 
(CERQUETELLA et al., 2010). De 
forma diferente, em cães, ocorre uma 
ativação mista de linfócitos Th1 e 
Th2 (CERQUETELLA et al., 2010) 
e, da mesma forma, não há distinção 
específica entre as regiões acometidas 
e portanto, diferenciação em DC ou 
CU como em humanos. A etiologia da 
doença, em linhas gerais, é resultado de 
uma alteração de reconhecimento de 
padrões moleculares pelos receptores 
do tipo Toll (TLR). Especificamente, 
polimorfismos do TLR-2, TLR-4, TLR-5 
e TRL-9 já foram reportados em caninos, 
cuja função alterada repercute em falhas 
no reconhecimento da imunidade inata 
e subsequente liberação de mediadores 
inflamatórios e diferenciação de células 
auxiliares pró-inflamatórias, inclusive 
do subtipo Th17 (e liberação de IL-17) 
que causa injúrias importantes à mucosa 
intestinal e, portanto, inflamação 
extensa (CERQUETELLA et al., 
2010; CATCHPOLE; ALLENSPACH, 
2012). A genética dos animais 
também aparenta relacionar-se com 
esse processo imunomediado, o qual 
também pode ser uma consequência 
de respostas à parasitas, organismos 
patogênicos, microbiota ou antígenos 
alimentares (DAVENPORT et al., 
2010). A predominância dos sinais 
clínicos apresentados relaciona-se com 
a região do trato gastrintestinal (TGI) 
mais afetada de forma que a êmese 
é mais comum em pacientes com 
inflamação importante em estômago 
e intestino delgado. A diarreia, 
esteatorreia, perda de peso e de líquidos 
ocorrem quando o intestino delgado 
é mais afetado e o tenesmo, presença 
de muco ou sangue nas fezes são mais 
frequentes quando o cólon é a região 
mais acometida (DAVENPORT et 
al., 2010). As suspeitas diagnósticas 
da doença surgem principalmente 
naqueles pacientes com histórico de 
diarreia e/ou êmese intermitente cujos 
diferenciais já foram descartados. 
São eles: verminoses comuns, reação 
adversa ao alimento, presença de corpo 
estranho, insuficiência pancreática 
exócrina, pancreatite, hipertireoidismo 
em felinos, hipoadrenocorticismo 
em cães, presença de neoplasias 
e linfangiectasia (JERGENS; 
SIMPSON, 2012). O histórico clínico 
associado à resposta ao tratamento 
imunossupressor é uma estratégia 
eficaz auxiliar para o diagnóstico 
terapêutico, embora o diagnóstico 
definitivo padrão-ouro somente pode 
ser firmado após análise histopatológica 
dos fragmentos intestinais coletados 
por meio de endoscopia ou laparotomia 
e a confirmação de gastrite, duodenite e/
ou colite linfoplasmocítica, eosinofílica, 
histiocítica ou granulomatosa, sendo a 
primeira a mais comumente encontrada 
em pacientes com DII. Os achados 
morfológicos associados também 
fornecem subsídios para o diagnóstico, 
de modo que a injúria epitelial, 
distensão de criptas, fibrose da mucosa, 
linfangiectasia e atrofia de vilos são 
comumente relatados (WILLARD et 
al., 2008; WASHABAU et al., 2010)but 
the effect of biopsy quality on outcome 
is unknown. HYPOTHESIS The ability 
to demonstrate a histologic lesion in the 
stomach or duodenum of a dog or cat 
is affected by the quality of endoscopic 
biopsy samples submitted. More 
endoscopic samples are needed to find a 
lesion in poor-quality tissue specimens. 
ANIMALS Tissues from 99 dogs and 51 
cats were examined as clinical cases at 8 
veterinary institutions or practices in 5 
countries. METHODS Histopathology 
slides from sequential cases that 
underwent endoscopic biopsy were 
submitted by participating institutions. 
Quality of the histologic section of 
tissue (inadequate, marginal, adequate. 
Além da vertente farmacológica, a 
intervenção nutricional permite auxiliar 
na minimização das manifestações 
clínicas, redução da dose administrada 
de medicamentos ou atémesmo 
expandir o intervalo entre reagudizações 
da doença (DAVENPORT et al., 2010; 
CAVE, 2012).
9
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
ISSN 2358-1018
www.vetsciencemagazine.com.br
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
O suporte nutricional pode ser 
instituído de quatro maneiras 
distintas: 
1. Administração de alimento 
hipoalergênico com proteína 
hidrolisada ou não usual que reduz 
o substrato de reconhecimento 
de padrões moleculares dos TLRs 
(proteína) e posterior recrutamento 
de resposta adaptativa capaz de 
gerar memória;
2. Recomendação de alimento com 
composição dietética adequada 
para modular a microbiota 
intestinal e, em consequência, 
seus produtos de fermentação 
[ácidos graxos de cadeia curta 
(AGCC), de cadeia ramificada 
(AGCR) figura 1] e redução do pH 
do microambiente intestinal que 
inibe o crescimento de bactérias 
patogênicas, beneficiadas pelo pH 
alcalino;
3. Fornecimento de nutrientes e 
energia para os enterócitos e 
colonócitos a fim de favorecer seu 
processo de replicação e reparo 
tecidual;
4. Influenciar na resposta 
imunológica de forma direta ou 
por meio dos produtos oriundos 
da fermentação bacteriana frente 
ao nutriente fornecido (figura1).
Figura 1. Efeito dos produtos de fermentação bacteriana no controle da resposta imunológica. Traduzido e adaptado de Hammond apud Bollrath & 
Powrie (2013).
Neste sentido, a inclusão de prebióticos 
é considerada uma proposta promissora 
para pacientes com DII (RYCHLIK 
et al., 2013). Estes são, por definição, 
ingredientes que, quando fermentados 
de forma seletiva, permitem mudanças 
específicas na composição e/ou atividade 
da microbiota intestinal de maneira a 
proporcionar benefícios ao hospedeiro 
(ROBERFROID, 2007). Neste sentido 
podem ser citadas as fibras solúveis 
como os β-glucanos e Psyllium. Os 
β-glucanos podem ter origem vegetal 
(extraído e purificado da aveia ou 
cevada) ou fúngica (extraído e purificado 
do Saccharomyces cerevisiae), ambos 
com efeito benéfico da modulação da 
resposta imunológica e manutenção 
da integridade da mucosa. HALLERT 
et al. (2003) forneceram 60g de farelo 
de aveia por dia, durante três meses, 
para pessoas com CU e observaram 
aumento de 36% nas concentrações 
fecais de butirato, um tipo de AGCC 
responsável pelo fornecimento de 
energia aos colonócitos, produção de 
mucina e indução da diferenciação de 
células T reguladoras (MATSUOKA; 
KANAI, 2015). Já os estudos com 
modelos animais permitiram ainda 
observar a integridade da mucosa 
intestinal antes e depois da indução 
de doença inflamatória intestinal em 
ratos suplementados ou não com 
β-glucanos de origem fúngica. Os 
achados histológicos permitiram 
concluir que a proteção aos danos da 
mucosa foi diretamente proporcional 
ao teor de inclusão deste prebiótico 
na dieta e, que tal efeito correspondeu 
principalmente a sua capacidade de 
induzir a diferenciação de células T 
reguladoras que bloqueiam o processo 
inflamatório (LEE et al., 2014), aspectos 
muito bem descritos e revisados por 
BOLLRATH & POWRIE (2013). Dados 
em cães, ainda escassos, revelaram que 
β-glucanos são efetivos na redução das 
concentrações séricas de colesterol e 
triglicerídeos totais (FERREIRA, 2016), 
redução na predominância de resposta 
Th2, na modulação da resposta vacinal 
(FERREIRA et al., 2018) e no perfil 
de imunoglobulinas produzidas pela 
10
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
resposta humoral a partir da interação 
dos β-glucanos com os macrófagos e 
células dendríticas presentes no intestino 
(STUYVEN et al., 2010). Além destes 
efeitos, foram observadas as respostas de 
redução das concentrações circulantes 
de GLP-1,TNF-α, glicose e insulina 
plasmática (Ferreira, 2016) e, em cães 
com DII, redução das concentrações de 
marcadores sorológicos associados ao 
estresse oxidativo e possível redução na 
atividade da doença avaliada pelo escore 
de atividade de doença inflamatória 
intestinal canina (CIBDAI) (JERGENS 
et al., 2003; SEGARRA et al., 2016). 
De forma similar, o fornecimento de 
Psyllium em dose média de 1,33g/kg/
dia para cães com diarreia crônica de 
intestino grosso foi avaliado em estudo 
retrospectivo com 33 animais. Destes, 
63% apresentaram resposta “excelente” 
ao tratamento [fezes de consistência 
normal ou raros episódios de diarreia 
leve e transitória (sem necessidade 
de intervenção farmacológica) após 
15 meses de consumo ininterrupto] 
e 33,1% - resposta “muito boa” (fezes 
geralmente normais com episódios 
ocasionais de diarreia que são menos 
severos e frequentes do que no início 
do tratamento e que não necessita de 
intervenção farmacológica) após 13 
meses de consumo ininterrupto. Por 
sua vez, dados em gatos com estas 
suplementações para estes propósitos 
868
TRIPSINOGÊNIO (TLI) 
TRIPSINA IMUNORREATIVA 
CANINO
1
627
LIPASE IMUNORREATIVA 
CANINA 
1
764
LIPASE IMUNORREATIVA 
FELINA
1
68
CORTISOL BASAL 
(QUIMIOLUMINESCÊNCIA)
1
619
CORTISOL BASAL 
(RADIOIMUNOENSAIO)
2
845
TSH 
(QUIMIOLUMINESCÊNCIA)
1
164
T4 TOTAL 
(QUIMIOLUMINESCÊNCIA)
1
147
T4 TOTAL 
(RADIOIMUNOENSAIO)
2
74
T4 LIVRE 
(QUIMIOLUMINESCÊNCIA)
1
73
T4 LIVRE 
(RADIOIMUNOENSAIO)
2
626
T4 LIVRE PÓS DIÁLISE 
(RADIOIMUNOENSAIO)
2
87 CITOLOGIA PET 4
são inexistentes na literatura até o 
presente momento. O caráter crônico 
da DII requer acompanhamento clínico 
frequente para o ajuste dos protocolos 
farmacológicos imunossupressores 
de acordo com os sinais clínicos 
apresentados. Por outro lado, a dieta é 
uma variável coadjuvante ao tratamento 
que interage com o hospedeiro de 
forma contínua e pode favorecer ou 
desfavorecer a saúde intestinal de 
diversas formas, conforme explanado. 
A adoção de uma estratégia nutricional, 
portanto, é de grande relevância para 
estes pacientes e deve ser elaborada com 
a devida cautela a fim de considerar 
os efeitos promissores dos alimentos 
hipoalergênicos e dos prebióticos no 
controle da DII.
Referência
Solicite as referências bibliográficas através do 
email sac@tecsa.com.br
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
63
PARASITOLÓGICO DE 
FEZES (PET E MAMÍFEROS)
1
971
TESTE DE REAÇÃO 
ALIMENTAR CANINO
7
1090
TESTE DE REAÇÃO 
ALIMENTAR FELINO 
7
11
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
ISSN 2358-1018
www.vetsciencemagazine.com.br
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
OS MAIORES ERROS NA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
M.V. M. Sc. Eduardo Braghirolli Zaneli
de inclusão de macro e necessidades de 
micronutrientes que fazem com que 
um excelente alimento para um cão 
seja totalmente deficiente para um gato. 
Outro ponto especialmente importante 
é a utilização de alimentos de categorias 
diferentes, mesmo dentro da mesma 
espécie. As necessidades nutricionais 
variam enormemente em se tratando 
de um filhote para um adulto ou uma 
femea em lactação. Essas necessidades 
são diferentes mesmo entre um filhote 
de cão de grande e pequeno porte. 
Neste exemplo, o conhecimento das 
necessidades como níveis de inclusão de 
nutrientes, níveis de energia e tempo de 
administração do alimento para filhotes, 
visa atender a um ótimo crescimento, 
sem deficiências e sem excessos, resulta 
em um crescimento harmonioso e 
saudável do animal, o que refletira em 
sua saúde na fase adulta. A enorme 
oferta de alimentos comerciais prontos 
para o consumo, com formulações cada 
vez mais especializadas e especificas, 
facilitam a escolha correta do alimento 
por parte do clinico, porém sem a 
orientação e conhecimentos corretos, 
tutores e clínicos estão propensos 
a cometerem outro erro no manejo 
alimentar, a superalimentação. Mais 
comum que a subalimentação, o excesso 
de alimento, entre outros problemas, 
leva ao sobrepeso e a obesidade. 
Estima-se que a obesidade possa atingir 
até 59% da população em algumas 
localidades (Courcier, 2010). Como 
consequências do excesso de peso 
temos um desequilíbrio na homeostase 
que prejudica a saúde geral dos animais, 
predispondo ao surgimento de váriasoutras doenças, como alterações 
cardíacas e pulmonares, endócrinas, 
dermatológicas, osteoarticulares, além 
de tornar os animais mais vulneráveis 
à infecções e aumentar o risco de 
complicações cirúrgicas (MOSER, 
1991; ETTINGER e FELDMAN, 1995; 
BIOURGER et al., 1997; CASE, 2000). 
Antropoformização e Uso de 
Petiscos
A aceitação e palatabilidade do 
alimento torna a relação homem-
animal mais agradável, já que a refeição 
é um momento de bem-estar, que 
passa a ser muitas vezes a principal 
fonte de comunicação entre ambos. 
A utilização de petiscos se torna cada 
vez mais comum e isto pode acarretar 
alguns problemas. O processo de 
antropoformização (humanização) está 
cada vez mais presente no cotidiano de 
gatos e, principalmente, cães. Os tutores 
obrigam os animais a vestirem sapatos, 
perfumes, andarem em carrinhos de 
bebe, viverem em ambientes reduzidos, 
sem contato com outros animais, o que 
leva o animal a ociosidade e diminuição 
no exercício físico. Aliado ao 
fornecimento de alimentos inadequados 
como doces e pao de queijo, por 
exemplo, este comportamento leva a um 
maior consumo de energia e diminuição 
do gasto calórico, o que promove o 
aumento dos casos de sobrepeso e 
obesidade, além de influenciar o habito 
alimentar, pois o animal deixa de comer 
a ração por que sabe que receberá 
petiscos ou perde a fome e isto afeta o 
bem-estar e a saúde, física e mental, dos 
pacientes (DÍEZ & NGUYEN, 2006, 
GERMAN, 2006). O fornecimento de 
petiscos ou alimentos extras, sempre que 
possível deve ser orientado. Recomenda 
– se a utilização do próprio alimento 
ou de petiscos apropriados, sendo que 
a quantidade não deve exceder 10% 
da energia diária recomendada para o 
animal. 
Comida Caseira Desbalanceada
A utilização de dieta caseira quando 
bem elaborada é uma ótima opção de 
escolha para a manutenção de gatos e 
cães. 
Constantemente médicos-veterinarios 
negligenciam um dos mais importantes 
fatores no cuidado ao paciente: a 
nutrição. Fator este tão importante 
que desde o ano de 2011, a WSAVA 
- Associação Mundial de Medicina 
Veterinária de Pequenos Animais 
(World Small Animal Veterinary 
Association) reconhece que a Nutrição 
de cães e gatos merece a mesma atenção 
aos detalhes dispensada a todas as 
outras especialidades de nossa categoria 
profissional. A nutrição, então, passou 
a ser reconhecido como o quinto sinal 
vital a ser obrigatoriamente avaliado no 
exame físico e anamnese. 
O guideline da WSAVA apresenta 
descrição dos inquéritos da avaliação 
física e alimentar, o que favorece 
o entendimento e a capacitação 
do médico-veterinario para esta 
abordagem. Por este motivo, o 
simples fato de se omitir a abordagem 
nutricional na rotina e de sua aplicação 
em todo e qualquer paciente, pode ser 
considerado o maior erro na orientação 
nutricional. Porém, podemos destacar 
os erros mais comumente praticados 
na rotina pela por grande parte dos 
clínicos. 
Tipo e Quantidade de Alimento 
Fornecido
Os alimentos comerciais disponíveis 
apresentam características determinadas 
basicamente pelo conhecimento nas 
diferentes exigências nutricionais e 
nos hábitos alimentares das espécies 
canina e felina. O entendimento das 
diferenças entre as duas espécies tem 
importância prática, principalmente 
na orientação aos tutores, visto que 
alguns acreditam que gatos são cães 
pequenos e os alimentam como tal. 
Gatos e cães possuem necessidades 
nutricionais bem diferentes, com níveis 
12
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
Alguns trabalhos avaliaram 256 receitas 
para cães e 22 receitas para gatos, que 
estão disponiveis em sites, livros e 
revistas ao redor do mundo (STOCKAM 
et al., 2013; PEDRINELLI et al, 2017). 
Das receitas avaliadas, nenhuma 
atendia as necessidades nutricionais dos 
felinos e somente 5% das disponíveis 
para cães estavam de acordo com 
as recomendações nutricionais 
preconizadas pelo NRC e pela AAFCO, 
entidades que estudam e regulamentam 
a nutrição animal nos Estados Unidos 
e Europa, recomendações estas aceitas 
pelas entidades veterinárias brasileiras. 
Este risco é ainda maior quando 
falamos de animais em reprodução ou 
crescimento, levando a problemas de 
desnutrição, perda de peso, crescimento 
inadequado e o reaparecimento de 
doenças nutricionais consideradas 
extintas. É crucial que o tutor entenda 
a importância de se seguir à risca 
as recomendações prescritas pelo 
médico-veterinario. As instruções e a 
comunicação devem ser muito claras. 
A substituição de ingredientes (por 
exemplo, carne de frango por carne 
bovina) é muito comum, quando se 
prescreve dieta caseira e esta prática 
deve ser fortemente desencorajada, 
pois leva ao desbalanço nutricional 
que terá consequências serias a médio-
longo prazo. Sejamos simples e diretos: 
cães e gatos não são “pessoinhas”, 
portanto a introdução de dieta caseira 
deve ser acompanhada de perto por 
um profissional capacitado e não 
simplesmente elaborar um cardápio 
com porcentagens pré-estabelecidas de 
macronutrientes.
Misturar Alimento Caseiro e 
Comercial
O alimento comercial, assim como uma 
dieta caseira que foi formulada por um 
especialista, é completo e balanceado, 
fornecendo todos os nutrientes 
necessários para a saúde e manutenção 
dos animais a que se propõem a 
alimentar e este simples gesto de boa 
vontade gera um estado permanente 
de desequilíbrio nutricional. Além 
do obvio desequilíbrio calórico, esta 
pratica pode desencadear distúrbios 
nutricionais com impactos metabólicos 
mais sérios como excesso ou deficiência 
de cálcio e desequilíbrio entre a relação 
cálcio:fósforo (quando se fornece 
carnes) ou excesso de fibras e açúcares 
(quando se fornece frutas e vegetais). 
Aqui, o problema começa quando 
um pequeno agrado, que não deve 
ultrapassar os 10% da energia do dia, 
passa a afetar a dieta do animal ou 
quando o tutor acostuma ao animal 
sempre adicionar ao alimento, peito de 
frango, por exemplo.
Suplementação
Antes de mais nada, devemos conhecer 
a diferença entre a suplementação 
e a complementação, pois os dois 
conceitos são confundidos e utilizados 
erroneamente. A suplementação visa 
fornecer a mais um nutriente que o 
individuo já recebe em quantidade 
suficiente e este trará efeitos benéficos 
ao organismos, como exemplo, a 
suplementação de prebióticos a um 
animal com desordens gastroentéricas. 
Já a complementação, tem por objetivo 
fornecer ao animal um nutriente 
essencial e que este não consegue obter 
somente através de sua alimentação 
habitual. Alimentos completos 
não requerem nenhum tipo de 
complementação e salvo raras exceções, 
também não são beneficiados por 
qualquer tipo de suplementação. Pelo 
contrario, alguns minerais e vitaminas 
competem e impedem a absorção de 
outros nutrientes. Vitaminas e minerais, 
não são tao inofensivos como se 
imagina. A simples suplementação de 
cálcio, pratica extremamente comum em 
raças de grande porte, leva rapidamente 
a problemas graves e em alguns casos 
irreversíveis, no desenvolvimento 
osteoarticular de filhotes e é o 
responsável pelo casos de eclampsia em 
femeas lactantes. Portanto desencoraje 
a banalização da suplementação sem 
supervisão e conhecimento do clinico 
que acompanha este paciente.
Considerações Finais
Atualmente a nutrição de pequenos 
animais busca algo além da nutrição, 
ela visa a promoção da saúde, do bem 
estar e longevidade. A avaliação das 
necessidades nutricionais de acordo 
com a categoria, espécie e porte deve ser 
levada em consideração a fim de manter 
o nível máximo de saúde e desempenho, 
integrando o regime de tratamento de 
um estado patológico ou otimizando a 
qualidade de vida do paciente portador 
de doença crônica.
Bibliografia
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CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
63
Parasitológico de fezes 
(PET e mamíferos)
1
971 Teste de reação alimentar canino 7
1090 Teste de reação alimentar felino 7
868
Tripsinogênio (TLi) Tripsina 
imunorreativa canino
1
627 Lipase imunorreativa canina 1
764Lipase imunorreativa felina 1
68
Cortisol basal 
(Quimioluminescência)
1
619
Cortisol basal 
(Radioimunoensaio)
2
845 TSH (Quimioluminescência) 1
164 T4 Total (Quimioluminescência) 1
147 T4 Total (Radioimunoensaio) 2
74 T4 Livre (Quimioluminescência) 1
73 T4 Livre (Radioimunoensaio) 2
626
T4 Livre pós diálise 
(Radioimunoensaio)
2
87 Citologia PET 4
13
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
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NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
COMO DETECTAR REAÇÕES ADVERSAS AO 
ALIMENTO EM FELINOS
As Reações Adversas ao Alimento 
representam uma disfunção da barreira 
mucosa que pode alterar o processo de 
digestão proteica ou um aumento da 
permeabilidade intestinal, causando 
inflamação da parede intestinal. O 
TECSA oferece agora, além do Teste de 
Reação Alimentar Canino, o Teste de 
Reação Alimentar Felino (fFRT) que 
se baseia no mesmo princípio do teste 
anterior, porém com uma reação que é 
específica para os felinos.
O fFRT é um teste de reatividade e não 
um teste alérgico. Ele avalia o status 
de reatividade do paciente contra 
componentes alimentares através de 
classificação em escores, que podem 
variar de baixo a alto para um conjunto 
de diferentes reações humorais (IgE, 
IgG subclasses 1-4). O painel utilizado 
é o mesmo que de cães, entretanto com 
um reagente específico para gatos.
O fFRT pode ser utilizado como 
orientação para a composição da dieta 
de eliminação ou restrição, formulação 
dietética e na seleção de dietas 
comerciais (dietas hipoalergências ou 
hidrolisadas).
A graduação para as reações pode 
variar entre 0 e 200. Os componentes de 
menor reatividade são indicados para 
formulação de dietas ou na seleção de 
dietas comerciais. A realização do teste 
aplica-se somente à espécie canina.
Nesse teste também é avaliada a 
reatividade do animal frente os 
Determinantes Carboidratos de Reação 
Cruzada (Cross-reactive Carbohydrate 
Determinants, CCDs), que são 
encontrados na maioria dos alimentos 
vegetais e podem induzir reações IgE 
e IgG. A prevalência de positividade 
para reações desencadeadas por CCDs 
pode chegar a 80% em pacientes com 
alergia alimentar. As reações anti-
CCDs interferem na mensuração 
específica de IgE e IgG e caracterizam 
reações irrelevantes, dificultando 
a determinação de componentes 
proteicos alergênicos. Uma das grandes 
vantagens do cFRT é o bloqueio dos 
anticorpos anti-CCD presentes no 
soro do paciente, visando prover maior 
acurácia dos resultados do teste.
Não há valor de corte para o teste e a 
interpretação das reações é avaliada 
individualmente, direcionando a 
melhor dieta de exclusão, auxiliando 
no diagnóstico e tratamento dos sinais 
clínicos.
O exame apresenta a vantagem de ser 
minimamente invasivo (é utilizado soro 
– 1 ml – para a realização do exame) e 
ter um prazo acessível (7 dias).
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
971 TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR CANINO 7
1090 TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR FELINO 7
868 TRIPSINOGÊNIO (TLI) TRIPSINA IMUNORREATIVA CANINO 1
627 LIPASE IMUNORREATIVA CANINA 1
764 LIPASE IMUNORREATIVA FELINA 1
Tabelas de Componentes 
Alimentares Avaliados
e Seus Nomes Populares
14
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
FATORES PROGNÓSTICOS E DIAGNÓSTICOS DA 
SUBNUTRIÇÃO EM CÃES HOSPITALIZADOS
Tatiane Neves Paoli, Fábio Alves Teixeira e Marcio Antonio Brunetto
Centro de Pesquisa em Nutrologia de Cães e Gatos (Cepen pet), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), 
Universidade de São Paulo - USP *mabrunetto@usp.br
Na literatura, é descrito que até 50% 
dos animais hospitalizados estão 
subnutridos, o que está relacionado ao 
maior custo e tempo de internação, maior 
taxa de infecção, de complicações na 
reinternação e de óbito [1]. A avaliação 
nutricional é essencial para que seja 
possível identificar indivíduos com mau 
prognóstico e intervir precocemente 
[2,3]. Porém, na medicina veterinária 
há menos opções para sua realização 
do que na medicina humana, na qual 
se utiliza do exame físico e de métodos 
morfométricos que possuem limitações 
na veterinária devido à variedade no 
porte e conformação racial [4,5]. Assim, 
esse artigo objetiva reunir dados sobre 
a identificação da desnutrição em cães 
doentes e, marcadores de prognóstico. O 
escore de condição corporal (ECC) é uma 
avaliação subjetiva e semiquantitativa 
da composição corporal. Por meio da 
inspeção e palpação de costelas, vértebras 
lombares e ossos pélvicos, o indivíduo é 
classificado de acordo com a deposição 
de gordura [6]. Na escala validada[7], 
os cães magros possuem ECC de 1 
a 3, os com peso ideal 4 a 5, os com 
sobrepeso 6 e 7 e, 8 e 9 os cães obesos. 
Ao analisar o ECC de cães doentes, 
Fabretti et al. (2017) perceberam que a 
maioria dos animais com doenças graves 
e incapacitantes apresentavam anorexia 
por mais de sete dias e não estavam 
magros, o que denota a insensibilidade 
do ECC como marcador da desnutrição 
aguda ou subaguda. Entretanto, cães 
com o ECC ≥ 4 apresentaram maior 
taxa de alta hospitalar do que aqueles 
com o ECC abaixo do ideal [8]. Em 
outros estudos, cães com doenças como 
linfoma, insuficiência cardíaca e doença 
renal crônica que possuem maior ECC 
têm maior sobrevida [9–11]. Já o escore 
de massa muscular (EMM) deve ser 
empregado para avaliação de deposição 
deste tecido por meio da inspeção e 
palpação dos ossos temporais, escápula, 
vértebras lombares e ossos pélvicos. 
A escala varia de 0 (perda muscular 
grave) a 3 (ausência de perda) [12,13]. 
A diminuição do EMM está relacionado 
à desnutrição proteica [6,7,14]. O 
catabolismo proteico é maior em 
animais desnutridos doentes do que 
em desnutridos hígidos [15,16], já que, 
naqueles, as proteínas de fase aguda 
positiva são sintetizadas prioritariamente 
em relação às proteínas usuais. Para 
que esse processo seja possível, os 
aminoácidos são disponibilizados por 
meio da quebra de miofibrilas das fibras 
musculares [16,17]. Assim, quanto 
mais grave a perda muscular, maior o 
risco de óbito [17]. No hemograma, 
fora observado que a concentração de 
hemoglobina está reduzida em cães 
com doenças graves e, ainda mais 
naqueles com desnutrição (ECC < 3 e 
EMM < 2) [5]. Há correlação positiva 
entre o EMM e a hemoglobina em 
cães com doenças sistêmicas graves e 
incapacitantes [2]. Logo, como a redução 
de musculatura indica desnutrição 
proteica, é possível concluir que o valor 
reduzido de hemoglobina se dá pela 
escassez de proteínas. Por outro lado, a 
anemia pode ocorrer tanto por questões 
nutricionais como: 1- a deficiência 
de ferro (anemia ferropriva), que é 
classificada como microcítica, já que 
sem esse mineral as células eritróides 
se dividem mais, adquirindo menor 
tamanho; e hipocrômica, pois, o ferro faz 
parte da síntese da hemoglobina e esta é 
responsável pela coloração da hemácia 
[18]. 2- a deficiência de cobalamina 
ou de ácido fólico, que causa anemia 
megaloblástica devido defeitos na 
síntese de DNA e, consequentemente, 
desequilíbrio no crescimento e divisão 
celular, de forma que as células 
precursoras de hemácia ficam com 
tamanho maior [19]. 3- deficiência de 
proteínas, outros minerais e vitaminas, 
gerando anemia normocítica (tamanho 
normal das hemácias) e normocrômica 
(coloração normal pela presença de 
hemoglobina em quantidade adequada), 
uma vez que há a diminuição da 
produção de eritrócitos, sem impacto 
em seu tamanho ou concentração de 
hemoglobina [2,18]. Em humanos foi 
demonstrado que a desnutrição proteica 
e energética reduz a meia-vida das células 
vermelhas [20]. Porém, a anemia pode 
ocorrer devido à ação tóxica das citocinas 
inflamatórias às células hematopoiéticas 
e por prejudicarem a secreção e atividade 
da eritropoietina [21]. Assim, a anemia 
não é um marcador sensível para 
desnutrição [22–27]. Vale ressaltar que 
há relato de cão hígido com desnutrição 
grave que não apresentou alterações 
no hemograma [28]. Em relação 
ao leucograma, a desnutrição proteica, 
em experimento comcamundongos, 
causou leucopenia (OLIVEIRA et al., 
2013). Entretanto, o uso da leucopenia 
como marcador nutricional de cães 
doentes não é recomendado, pois o 
número de leucócitos circulantes é 
influenciado por fatores não nutricionais, 
como a enfermidade em si, traumas, 
hemorragias, estresse e administração 
de medicamentos (MAICÁ; 
SCHWEIGERT, 2010; OLIVEIRA et al., 
2008; PRINS, 2010) e não foi encontrada 
evidencia em cães que possibilitem essa 
recomendação.
Por sua vez, a hipoproteinemia foi 
considerada indicadora de desnutrição 
em animais acometidos por doenças 
sistêmicas não incapacitantes como 
gastroenterite aguda, piometra e 
pancreatite, pois estes animais quando 
magros (ECC ≤ 3) apresentaram baixa 
proteinemia total [2], semelhante a 
humanos idosos ou com doença renal 
[33]. Todavia, outros pesquisadores 
consideram que a proteína total é 
marcador insensível e não específico da 
desnutrição em humanos [34–36], uma 
vez que algumas proteínas possuem 
longo tempo de meia-vida, o que reduz 
o impacto da desnutrição sob sua 
concentração plasmática [37]. Além 
disso, outros fatores como doenças 
hepáticas, infecções e inflamações 
podem modificar essa concentração 
[32,38]. Especificamente a albuminemia 
não é considerada um marcador 
15
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
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NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
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específico do estado nutricional, já que 
é considerada proteína de fase aguda 
negativa (HEINRICH et al., 1990). Desta 
forma, animais desnutridos, em estado 
inflamatório poderiam apresentar a 
hipoalbuminemia pela inflamação e 
não necessariamente pela desnutrição. 
Além disso, a hipoalbuminemia pode 
ocorrer devido à outras causas como 
alteração hepática, parasitismo, doença 
renal, síndrome da má absorção e 
linfoma [38]. Mesmo que a origem da 
hipoalbuminemia fosse diferenciada 
por meio da mensuração de marcadores 
inflamatórios (que não estariam 
aumentados caso o motivo da redução 
da albumina fosse exclusivamente 
nutricional), a albumina, além de 
inespecífica, é considerada marcador 
insensível do status nutricional [38]. 
A albuminemia em cães que não se 
alimentaram durante 21 dias manteve-
se dentro do intervalo de referência [40], 
pois este marcador apresenta tempo de 
meia-vida longo e grande capacidade 
de síntese hepática [41], de forma que 
a hipoalbuminemia estará presente 
apenas em estágios crônicos e avançados 
de desnutrição [5,42]. Outra proteína, 
a transferrina, apresenta vantagem 
perante a mensuração da albumina para 
determinação do estado nutricional 
pois apesar de também ser sintetizada 
pelo fígado, possui rápido turnover, 
de forma que é um dos marcadores de 
desnutrição mais usados na medicina 
humana (ABRAMOVITC et al., 2014; 
ONG et al., 2014). Em humanos, sua 
síntese é reduzida diante da diminuição 
da absorção intestinal de proteínas, o 
que culmina em menores concentrações 
plasmáticas (HASSANEIN et al., 
1998; DE JONG et al., 2005). Em cães 
acometidos por doenças crônicas 
inflamatórias gastrointestinais, com 
ingestão menor que 50% da necessidade 
energética por três dias, que receberam 
suporte nutricional durante sessenta 
dias foi observado que a concentração 
plasmática de transferrina aumentou 
naqueles que ganharam peso após o 
tratamento nutricional. Além disso, 
a taxa de sobrevivência foi maior 
nos animais com concentração de 
transferrina maior que 180 mg/dL [47], 
valor previamente estabelecido como 
corte de marcador nutricional em cães 
saudáveis [48]. Isso condiz com pesquisa 
em humano na qual o aumento da 
transferrina sanguínea após início de 
tratamento foi indicativo de melhor 
prognóstico dos pacientes [49]. Mas, a 
concentração sanguínea de transferrina 
também reduz na inflamação por ação de 
citocinas, pois alteram a síntese proteica 
hepática [4]. Além disso, na rotina 
clínica, a mensuração da transferrina não 
é comum, pois os reagentes comerciais 
utilizados em humanos não são 
aplicáveis em cães e os kits específicos 
para a espécie canina precisam ser 
importados, o que ainda torna o exame 
pouco acessível [50]. Assim como a 
transferrina, a pré-albumina possui 
rápido turnover e é sintetizada no fígado. 
Sua concentração é reduzida diante 
da desnutrição energético-proteica. 
Contudo, a sua mensuração não é 
confiável em indivíduos enfermos, pois 
é influenciada por fatores relacionados a 
doenças como infecção, falência hepática, 
produção de citocinas e hormônios [51]. 
Em humanos, a concentração sérica 
da proteína aumentou 20% após uma 
semana de suporte nutricional [52], 
dessa forma, pode ser mais utilizada para 
informar sobre a resposta ao aporte de 
nutrientes [52,53]. A mensuração dessa 
proteína não é realizada na rotina das 
clínicas veterinárias, pois, no Brasil, não 
há reagentes comerciais para a dosagem 
da pré-albumina canina e o valor do 
limite inferior detectado pelo kit usado 
em humanos é de 2 mg/dL, enquanto a 
concentração sanguínea dessa proteína, 
em cães, é por volta de 0,625 a 10 µm/dL 
[42]. Outras proteínas avaliadas em cães 
desnutridos foram as gamaglobulinas. 
Em cães enfermos com ECC < 3 e/ou 
EMM < 2, a globulinemia apresentou-
se acima dos valores de referência [5]. O 
aumento de gamaglobulina ocorre devido 
a infecções, inflamação e reações imunes 
e é possível que a elevação seja resultado 
de estímulos de antígenos persistentes, já 
que esses estão expostos a inflamações 
mais graves e duradouras, de forma 
que essa proteína não é um marcador 
específico do estado nutricional [38]. 
Por fim, a redução da colesterolemia 
é relacionada a diminuição do ECC 
e EMM em cães, porém dentro do 
intervalo de referência [2]. Assim, gera-se 
a hipótese de que o acompanhamento ao 
longo do tempo da colesterolemia pode 
ser interessante, pois sua diminuição 
indicaria piora do estado nutricional. 
Em humanos, a hipocolesterolemia 
ocorre quando a desnutrição lipídica 
é intensa [43]. Desta forma, apesar 
de haver poucos estudos na medicina 
veterinária sobre os fatores prognósticos 
e diagnósticos da desnutrição em cães 
doentes, pode-se dizer que a avaliação do 
EMM e a transferrinemia poderiam ser 
utilizados como fatores prognósticos de 
cães desnutridos. Já o ECC é marcador 
insensível da desnutrição, enquanto a 
concentração sanguínea de proteína total 
e albumina, além de insensíveis, não são 
específicos. Em relação às anemias, a do 
tipo macrocítica normocrômica não é 
exclusiva da desnutrição; a normocítica 
hipocrômica ocorre em casos crônicos 
e graves de falta de nutrientes; a 
hipocrômica microcítica pode indicar 
deficiência de ferro; e a megaloblástica, 
de ácido fólico ou cobalamina. O 
leucograma e a globulinemia não são 
usados como fatores prognósticos 
da desnutrição em si. Por fim, o 
acompanhamento da colesterolemia 
pode ser fator prognostico interessante 
visto que pode diminuir mesmo dentro 
do intervalo de referência para a espécie. 
Referência
Solicite as referências bibliográficas através do 
email sac@tecsa.com.br
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
63
Parasitológico de fezes 
(PET e mamíferos)
1
971 Teste de reação alimentar canino 7
1090 Teste de reação alimentar felino 7
868
Tripsinogênio (TLi) Tripsina 
imunorreativa canino
1
627 Lipase imunorreativa canina 1
764 Lipase imunorreativa felina 1
68
Cortisol basal 
(Quimioluminescência)
1
619
Cortisol basal 
(Radioimunoensaio)
2
845 TSH (Quimioluminescência) 1
164 T4 Total (Quimioluminescência) 1
147 T4 Total (Radioimunoensaio) 2
74 T4 Livre (Quimioluminescência) 1
73 T4 Livre (Radioimunoensaio) 2
626
T4 Livre pós diálise 
(Radioimunoensaio)
2
87 Citologia PET 4
16
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
17
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
ISSN 2358-1018
www.vetsciencemagazine.com.br
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
OBESIDADE EM FELINOS
M.V. Michelle Nogueira Agostinho, CRMV-SP 23221
Os gatos estão a cada ano ganhando 
maisespaço como pet preferencial nas 
famílias em muitos países. Eles possuem 
características atrativas por serem 
dóceis, amáveis e ao mesmo tempo, 
não exigirem atenção o tempo todo dos 
seres humanos. O crescente aumento na 
relação humano X felino faz com que essa 
espécie receba atenção especial quando o 
assunto é nutrição. Gatos são carnívoros 
obrigatórios (estritos). Em meio à sua 
evolução, provinda dos felinos selvagens, 
pouco, ou quase nada se alterou quanto 
à sua fisiologia alimentar. Esses animais 
executam a produção de energia 
necessária para suas atividades celulares 
e metabólicas provindas de calorias 
principalmente das proteínas e gorduras. 
Cada espécie possui um nível adequado 
e ideal de distribuição calórica, que nada 
mais é do que um percentual ideal de 
calorias geradas dos macronutrientes 
(carboidratos, proteínas e lipídeos) 
para suas funções. A distribuição 
calórica ideal para um gato “saudável” 
gira em torno de 60% de proteínas, 
35% de gorduras e 5% de carboidratos. 
Oferecer carboidratos em excesso nas 
dietas de felinos acarretará em danos no 
metabolismo. O organismo é capaz de 
absorver essa molécula de carboidrato, 
porém, sofrerá as consequências 
por ser uma espécie que sintetiza a 
glicose diretamente do metabolismo 
da quebra de proteínas, chamado de 
gliconeogênese e não do metabolismo 
dos carboidratos. O principal dano aos 
felinos domésticos com o oferecimento 
excessivo de carboidratos é a obesidade, 
vista principalmente como um erro 
de manejo nutricional nessa espécie. 
Gatos não toleram acúmulo de gordura 
em seu organismo e não possuem 
suporte fisiológico para manterem 
uma obesidade, portanto, quando eles 
necessitam mobilizar a oferta de gordura 
para o organismo rapidamente em caso 
de jejum prolongado, por exemplo, 
ocorre um acúmulo hepático de gordura 
indesejado, e a conhecida “lipidose 
hepática” pode se manifestar, podendo 
levar esse animal a óbito. O que não quer 
dizer que gatos não possam passar por 
períodos de jejum, aliás, podem e devem, 
mas desde que estejam com peso ideal e 
dieta adequada. O excesso de peso não 
é bem-vindo em nenhuma espécie, mas 
talvez a espécie que mais sofra com isso 
seja a felina. Uma distribuição calórica 
provinda em maior parte de gorduras 
e proteínas gera um peso ideal e saúde 
para esses animais. Quando falamos 
em grandes felinos que caçam presas de 
maior porte, existe a necessidade de uma 
distribuição calórica provinda em maior 
parte de gorduras. Já, os felinos pequenos 
que caçam presas pequenas, possuem 
uma necessidade maior de distribuição 
calórica provindas de proteínas, visto que 
essas presas possuem menor quantidade 
de gordura em sua composição corporal. 
E é aqui que os gatos domésticos se 
encaixam. Caso a distribuição calórica 
ideal da nutrigenética do felino doméstico 
não seja seguida, danos como inflamação 
crônica subclínica serão acarretados, 
fator esse que desencadeia doenças 
crônico-degenerativas, alterando 
funcionamento celular e abrindo portas 
para doenças como câncer, diabetes, 
insuficiência renal, cardiopatias, dentre 
outras. No ciclo de geração de energia, 
o felino utiliza proteína para gerar 
glicose, e gastará ainda nesse ciclo, 
gordura como fonte energética para 
poder gerar essa glicose provinda da 
quebra de proteína, o que corresponde 
a uma excelência em característica 
fisiológica. Devemos lembrar que 
todo paciente obeso é um animal com 
disfunção endócrina. Podemos observar 
alterações nos funcionamentos de 
glândulas como pâncreas, adrenais e 
tireoide. Na espécie felina, a glândula 
mais atingida é o pâncreas, predispondo 
ao desenvolvimento de diabetes tipo 
2 com resistência insulínica, e até 
podendo tornar-se um diabético tipo 
1. A feliz noticia é que se a obesidade 
for diagnosticada precocemente pode 
haver tempo de reverter os malefícios 
dessa doença crônica. Nos felinos, a 
proteína é construtora e energética 
e a gordura energética. Vitaminas e 
minerais são microelementos essenciais 
e entram como fatores importantes 
no processo de síntese energética. 
A ingestão hídrica ideal para gatos 
saudáveis gira em torno de 60 a 70 mL 
por kg de peso corporal, e o oxigênio, 
como base importante da formação 
18
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
de ATP. Na espécie felina, a insulina 
desejada é estimulada por aminoácidos 
(metabolismo das proteínas), o que mais 
uma vez demonstra a necessidade de 
redução dos carboidratos da dieta desses 
animais. Quando o carboidrato adentra 
o organismo, maior quantidade de 
insulina indesejada deve ser produzida, 
e ela acaba sendo estimulada de forma 
exacerbada. A insulina é adipogênica 
(formadora de gordura), e assim, o gato 
passa a ter sobrepeso ou obesidade. 
Metabolicamente, a insulina aumenta 
a produção de gordura porque inibe 
o AMPK (proteína quinase ativada 
por adenosina monofosfato), enzima 
regulatória do organismo que faz oxidação 
de gordura, para ela própria poder 
aumentar a produção de gordura. Como 
conseqüência, podemos ver aumento de 
triglicérides. Nesses pacientes, devemos 
dosar insulina. Felinos, fisiologicamente, 
apresentam resistência à insulina. 
Conseguem coordenar o metabolismo 
da glicose com excelência apenas se ela 
vier da gliconeogênese do metabolismo 
das proteínas.
O excesso de carboidratos apresenta 
dificuldades em adentrar o metabolismo 
felino, e como consequência, gera 
compostos de glicação avançada 
fortemente inflamatórios. É importante 
observarmos, os alimentos para obesos 
com redução de calorias provindas 
Figura 1. Porcentagem de gatos com sobrepeso ou obesos nas décadas recentes. 
Fonte: https://consciouscat.net/2012/01/09/feline-obesity-dont-let-your-cat-become-a-statistic/
de gorduras, com finalidade de 
emagrecimento. Hoje, julga-se a gordura 
como vilã e, portanto, estão sendo 
retiradas de alimentos “convencionais” 
para obesos. Por outro lado, carboidratos 
estão sendo acrescidos para completar 
o déficit calórico dessas formulações, 
juntamente com excesso de fibras para 
não ocasionar picos de glicemia pelo 
excesso de carboidratos.
Se pararmos para analisar, o trato 
gastrointestinal curto dos felinos não 
é apropriado para receber uma alta 
quantidade de fibras, mantendo assim, 
uma distribuição calórica excessiva de 
carboidratos e fibras, pouca gordura 
e quantidade moderada de proteínas, 
distribuição diferente do que seria 
benéfico à essa espécie.
Não conseguimos tratar o paciente felino 
se não acertarmos o erro metabólico, 
que na grande maioria das vezes esta 
relacionado à nutrição. Em resumo, hoje 
dificilmente encontramos alimentos 
convencionais apropriados para a 
alimentação de felinos domésticos. 
Pensando individualmente no paciente 
felino, a área de Nutrologia Veterinária 
com Alimentação Natural devidamente 
balanceada e suplementada está 
ganhando espaço e proporcionando 
uma escolha certa quando se trata em 
Nutrição felina.
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
63
Parasitológico de fezes 
(PET e mamíferos)
1
1090 Teste de reação alimentar felino 7
764 Lipase imunorreativa felina 1
68
Cortisol basal 
(Quimioluminescência)
1
619
Cortisol basal 
(Radioimunoensaio)
2
845 TSH (Quimioluminescência) 1
164 T4 Total (Quimioluminescência) 1
147 T4 Total (Radioimunoensaio) 2
74 T4 Livre (Quimioluminescência) 1
73 T4 Livre (Radioimunoensaio) 2
626
T4 Livre pós diálise 
(Radioimunoensaio)
2
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NUTROLOGIA VETERINÁRIA
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UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
USO DOS PERFIS NUTRICIONAIS
Observa-se no Brasil um incremento 
considerável na produção de alimentos 
industrializados para cães e gatos, além 
do aumento de estudos e utilização 
de alimentos naturais, com dietas 
formuladas por médicos veterinários 
nutricionistas e preparadas pelos 
tutores. Esse crescimento deve-se aos 
avanços tecnológicos e científicos na 
busca de uma alimentação balanceada e 
nutritiva para ser oferecida aos animaisde companhia, além da humanização 
na indústria pet. A nutrição adequada 
de cães e gatos é fundamental para a 
manutenção da saúde destes durante 
todas as etapas da vida. 
Na atualidade, o assunto tem despertado 
cada vez mais interesse em tutores, que 
têm buscado informações e produtos 
adequados para seus companheiros. Essa 
busca por produtos de melhor qualidade, 
resulta no aumento de investimentos por 
parte dos médicos veterinários e empresas 
produtoras de rações, visando oferecer 
o alimento mais completo possível em 
níveis nutricionais. Entretanto, como há 
uma grande variação dos ingredientes 
utilizados na indústria, existem também 
formulações de baixa qualidade, que 
variam de preços em relação ao valor 
agregado, o que reflete diretamente na 
saúde dos pets. 
A alimentação animal tem como objetivo 
suprir os diferentes estágios fisiológicos, 
como filhotes, crescimento, manutenção 
e idosos (sênior). Pesquisas científicas 
norteiam os requisitos mínimos e 
máximos ou limites seguros, para os 
nutrientes nesses diferentes estágios e 
fases da vida do paciente. 
Nesse cenário, observa-se que é 
fundamental uma análise criteriosa 
do médico veterinário responsável 
pela saúde do seu paciente, visando 
avaliar qual programa nutricional é o 
mais indicado em cada caso. Os novos 
direcionamentos no ramo de nutrição 
animal apontam para uma escolha da 
dieta caseira ou implementação de dietas 
industrializadas de melhor qualidade 
como forma de melhoria da pelagem, 
do trato gastrointestinal, melhora do 
status imune, manutenção da saúde oral 
e prevenção de doenças de degenerativas, 
além do manejo nutricional em diversas 
condições como nefropatias, cardiopatias, 
endocrinopatias, obesidades, distúrbios 
alérgicos, gastrointestinais, entre outros. 
Os diversos nutrientes e parâmetros 
devem ser avaliados como um check 
up e para análise da necessidade de 
suplementação e até mesmo mudança de 
alimentação.
Pensando nisso, o TECSA Laboratórios 
elaborou Perfis voltados para mensurar 
os parâmetros nutricionais em relação 
às vitaminas, minerais e análises 
relacionadas ao paciente em específico. 
Os perfis nutricionais agregam avaliação 
de vitaminas, minerais, eletrólitos, além 
de hemograma para confirmação do 
status geral do animal. O perfil nutricional 
– vitaminas, minerais e hemograma 
– avalia por exemplo: Hemograma 
Completo, Cálcio, Fosforo, Sódio, 
Vitamina A, B12, C, E, Cobre, Zinco, 
Magnésio e Ácido Fólico, substâncias 
importantes em uma dieta balanceada. 
São oferecidos também os Perfis 
Nutricionais Completo, Intermediário 
e Básico, que contemplam além de 
vitaminas, eletrólitos e hemograma, 
analitos bioquímicos (como colesterol, 
triglicerídeos, enzimas e metabólitos) 
que equacionam todo o status geral do 
paciente, oferecendo aos profissionais e 
tutores segurança na escolha da melhor 
dieta e no acompanhamento dos reflexos 
da alimentação na vida dos pets.
Caso tenha alguma dúvida, entre em 
contato com um de nossos veterinários, 
teremos um grande prazer em ajudá-lo!
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
339 PERFIL OBESIDADE 2
844
PERFIL NUTRICIONAL - 
VITAMINAS, MINERAIS E 
HEMOGRAMA 
12
1093
PERFIL NUTRICIONAL 
COMPLETO 
10
1092
PERFIL NUTRICIONAL 
INTERMEDIÁRIO 
10
1091
PERFIL NUTRICIONAL 
BÁSICO
10
20
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
OBESIDADE CANINA
Introdução
É cada vez mais freqüente e preocupante, 
a quantidade de cães obesos atendidos nas 
clínicas e hospitais veterinários. Segundo 
o último levantamento da Associação 
Médica Veterinária Americana, 40% dos 
cães dos Estados Unidos carregam quilos 
extras. No Brasil, a estimativa é que 30% 
dos cães sejam obesos. Má alimentação, 
sedentarismo, castração e predisposição 
genética são alguns dos principais vilões 
do sobrepeso. 
A obesidade é um distúrbio grave em 
animais: é fator de risco para problemas 
respiratórios e cardiovasculares e ainda 
predispõe a dores nas articulações. O 
mais difícil é convencer os donos de que a 
situação é séria e requer tratamento e que 
eles são os principais responsáveis pela 
obesidade do seu animal de estimação. 
Em muitos casos o animal pode até 
correr risco de vida.
Fatores Predisponentes
• Má Alimentação
Muitos proprietários desconhecem 
que a maioria das rações disponíveis 
no mercado atende perfeitamente as 
necessidades nutricionais dos cães. 
No entanto, além da ração, muitos 
proprietários também fornecem petiscos 
e comida caseira como arroz, feijão e 
angu fazendo com que o animal ingira 
mais energia do que gasta (balanço 
energético positivo) e esta energia 
excedente é armazenada principalmente 
em forma de tecido adiposo. É comum 
abusar de ossinhos, bifinhos e biscoitos 
que contém muitas calorias (um biscoito 
médio em forma de ossinho tem cerca de 
90 calorias).
• Sedentarismo
Os cães estão vivendo cada vez mais 
confinados, muitos vivendo em 
apartamentos que não possuem área 
física para se exercitarem e, além disso, 
acompanham o estilo de vida do dono 
que mal sai de casa e se o fazem, é 
somente no momento das necessidades, 
passando praticamente o dia todo 
deitados ou dormindo. Quanto mais eles 
engordam, mais sedentários ficam, e com 
isso a capacidade de se locomoverem fica 
mais dificultada.
Figura 1: Exemplo de cão obeso (imagem superior) e o mesmo animal no peso ideal (imagem inferior). 
Fonte: (2)
• Castração 
Cães e cadelas castrados apresentam o 
dobro da probabilidade de se tornarem 
obesos – o distúrbio é mais freqüente entre 
as fêmeas. Com a castração, elas deixam 
de produzir hormônios que atuam na 
inibição do apetite e consequentemente 
comem mais do que o necessário. No 
caso dos machos, a retirada dos testículos 
interrompe a produção de hormônios 
andrógenos, importantes para instigá-los 
a se movimentar.
• Predisposição Genética
Cães de algumas raças, como labrador, 
Golden Retriever, Collie, Cocker Spaniel, 
Beagle e Dachshund têm predisposição a 
engordar. Há alterações nos hormônios 
que controlam a saciedade, como 
a leptina, produzida pelas células 
adiposas. Cães obesos têm resistência à 
substância, ingerindo maior quantidade 
de alimentos.
Sinais Clínicos
A obesidade é identificada basicamente 
pela inspeção visual do animal, pela 
palpação da quantidade de tecido adiposo 
no tórax, no dorso e na região pélvica e 
pela pesagem do animal. Um cão normal 
deve ter suas costelas facilmente palpáveis 
e o contorno corporal deve ter forma 
de ampulheta quando visto de cima. É 
mais difícil avaliar a obesidade em gatos, 
por causa da diferente distribuição de 
gordura nesta espécie. 
As seguintes alterações são observadas 
em um cão obeso:
•Dificuldade em palpar as costelas;
•Ausência de cintura visível;
• Necessidade de afrouxar a coleira;
• Dificuldade para caminhar;
• Locomoção vagarosa;
• Respiração curta/ofegante;
•Animal dorme mais que o normal.
21
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
ISSN 2358-1018
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UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
Complicações
Assim como no ser humano, nos cães a 
obesidade predispõe a doenças ou agrava 
as pré-existentes, como por exemplo: 
- Expectativa de vida diminuída: Já foi 
demonstrado através de um estudo que 
durou cerca de 13 anos e analisou 48 
Labradores que a obesidade diminui a 
longevidade em cães.
- Doenças osteo-articulares: a obesidade 
leva a problemas ósseos em todas as 
idades do cão. Cães filhotes de raça 
grande, com ingesta excessiva de alimento 
podem desenvolver Osteodistrofia 
Hipertrófica, além de piorar sintomas de 
displasia coxo-femoral. A artrite também 
pode ocorrer, pois a obesidade aumenta a 
força sobre as articulações, podendo levar 
a destruição da cartilagem. Cães obesos 
podem exacerbar doenças do disco 
intervertebral piorando o prognóstico. E 
de certa forma problemas osteoarticulares 
tendem a complicar a obesidade, pois os 
animais com dor ficam mais sedentários 
devido à restrição de atividade física, 
instalando um círculo vicioso.
- Distúrbioscirculatórios: a obesidade 
aumenta o risco de insuficiência cardíaca 
congestiva por aumentar as necessidades 
de perfusão da massa gordurosa 
desenvolvida.
- Condições respiratórias crônicas: ocorre 
restrição do volume pulmonar, devido aos 
depósitos de gordura intratorácica, assim 
como deslocamento do diafragma pela 
gordura abdominal.
- Diabetes mellitus: cães obesos podem 
desenvolver resistência a insulina 
endógena, o que pode agravar a 
intolerância a glicose em animais já 
predispostos à diabetes. Os cães podem 
acabar desenvolvendo diabetes tipo 1 
(insulino-dependente).
- Hipertensão: em condições 
experimentais demonstrou-se que 
aumentos ou reduções moderadas no 
peso corpóreo aumentam ou diminuem a 
pressão sanguínea arterial média nos cães.
- Problemas dermatológicos: tais como 
dermatite de prega cutânea, seborréia e 
dermatite por Malassezia podem ser mais 
comuns em cães obesos.
- Risco cirúrgico e anestésico aumentado: 
O risco anestésico depende da 
técnica empregada, mas pode haver 
superdosagem de medicação bem 
como recuperação anestésica lenta pelo 
depósito de drogas lipossolúveis na 
gordura corporal. O tempo cirúrgico, por 
exemplo de uma cirurgia de castração em 
fêmeas (ovariohisterectomia) pode ser 
muito maior numa cachorra obesa. 
Outras doenças que podem ser induzidas 
pela obesidade são a hiperlipidemia, 
lipidose hepática e pancreatite. O animal 
obeso deve passar por um exame físico 
completo, além de exames laboratoriais, 
incluindo hemograma, urinálise, 
bioquímicos e em alguns casos exames 
hormonais, para avaliar a possibilidade 
de causa de base levando a obesidade ou 
doença concomitante. 
Bibliografia
1. Canine Obesity – A HUGE Problem…. A 
place for paws. [Online] 17 de Abril de 2011. 
[Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://www.
aplaceforpaws.com/blog/canine-obesity-a-huge-
problem.
2. Becker, Karen. Why are So Many Pet Owners 
Allowing Their Companions to Get Fat? Halthy 
Pets. [Online] 06 de Julho de 2012. [Citado em: 
16 de Julho de 2014.] http://healthypets.mercola.
com/sites/healthypets/archive/2012/07/06/high-
risks-of-pets-obesity.aspx.
Apoio Diagnóstico TECSA 
Laboratórios
O TECSA Laboratórios oferece 
inúmeros exames para o diagnóstico da 
obesidade e doenças correlacionadas. 
Os seguintes exames são oferecidos 
com os respectivos prazos de entrega: 
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
884
PERFIL NUTRICIONAL - 
VITAMINAS, MINERAIS E 
HEMOGRAMA 
12
1091 PERFIL NUTRICIONAL BASICO 10
1093 
PERFIL NUTRICIONAL 
COMPLETO
10
1092
PERFIL NUTRICIONAL 
INTERMEDIARIO 
10
339 PERFIL OBESIDADE 2
626
T4 LIVRE - DIALISE (PRE-
RADIOIMUNOENSAIO) 
2
624 T3 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 2
788
CHECK UP GLOBAL DE 
FUNCOES COM HEMOGRAMA
1
107 LIPIDES TOTAIS 1
97
COLESTEROL TOTAL E FRACOES 
(TOTAL+LDL+VLDL+HDL)
1
581 PERFIL GLICEMICO 1
234 URINA ROTINA 1
22
NUTROLOGIA VETERINÁRIA
PARÂMETROS CLÍNICOS LABORATORIAIS DE ANIMAIS 
OBESOS - CORRELAÇÃO COM A DIABETES MELLITUS
O acúmulo de tecido adiposo causado 
por doenças genéticas, endócrino-
metabólicas ou por alterações 
nutricionais é denominado obesidade, 
podendo levar à diminuição da 
longevidade e ao desenvolvimento 
de doenças secundárias. Define-se 
obesidade como acúmulo de tecido 
adiposo, correspondente a 15% a mais 
do que o indivíduo com peso ideal. 
Existem vários fatores que predispõem 
ao excesso de peso, como: raça, sexo, 
idade, fatores genéticos, atividade física 
e alimentação. Dentre os problemas que 
a obesidade promove encontram-se a 
doença musculoesquelética (discopatias 
e ruptura de ligamento cruzado), 
diabetes mellitus, doença cardiovascular, 
comprometimento da competência 
imunológica, e morte prematura. As 
consequências da obesidade incluem 
aumento da incidência de artrite, lipidose 
hepática, doença do trato urinário 
inferior dos felinos, incontinência 
urinária em cadelas castradas, 
constipação, problemas respiratórios, 
aumento de risco anestésico e cirúrgico, 
dermatopatias (piodermites e seborréia) 
e afecções reprodutivas.
Etiologia
A diabetes mellitus é uma doença 
sistêmica crônica cursando com 
deficiência relativa ou absoluta de 
insulina. Isso resulta em um desequilíbrio 
no metabolismo de proteínas, gorduras 
e carboidratos e quadro persistente de 
hiperglicemia. A suspeita desta doença 
baseia-se nos sinais clínicos clássicos 
de poliúria, polidipsia, polifagia, perda 
de peso, glicosúria, além de persistente 
hiperglicemia de jejum (acima de 200mg/
dL). A glicemia de jejum normal no cão 
é de 65 a 118 mg/dL, considerando-se 
o achado de valores de jejum acima de 
200mg/dL diabetes mellitus. 
Diagnóstico
As curvas glicêmicas são uma ferramenta 
valiosa na estabilização e monitoramento 
de animais diabéticos. Elas fornecem 
uma avaliação precisa do efeito da 
insulinoterapia atual e permitem indicar 
as mudanças na dose ou frequência de 
administração da insulina, tornando-
se fundamentais na investigação de 
diabético instável. Entre outras coisas 
Fonte:http://www.affordavetac.com/
Fonte: http://henriettahosp.com/overweight-pets/
CÓD EXAMES
PRAZO 
DIAS
39 HEMOGRAMA COMPLETO 0
105 GLICOSE - GLICEMIA 1 
124 CURVA GLICEMICA 1
277
GLICOHEMOGLOBINA - 
HEMOGLOBINA GLICOSILADA
2
103 FRUTOSAMINA 1
1000 INSULINA ENDÓGENA CANINA 5
1001 INSULINA ENDÓGENA FELINA 5
243 COLESTEROL TOTAL 1
97
COLESTEROL TOTAL E FRACOES 
(TOTAL+LDL+VLDL+HDL)
1
175 ELETROFORESE DE COLESTEROL 3
381
HDL - COLESTEROL FRACAO 
HDL
2
380 LDL - COLESTEROL FRACAO LDL 1
392
VLDL - COLESTEROL FRACAO 
VLDL
1
113 TRIGLICERIDEOS 1
234 URINA ROTINA 1
324 PERFIL BIOQUIMICO 1 
339 PERFIL OBESIDADE 2
581 PERFIL GLICÊMICO 1
332 PERFIL GERIÁTRICO II 2
1093
PERFIL NUTRICIONAL 
COMPLETO
10
1092
PERFIL NUTRICIONAL 
INTERMEDIÁRIO
10
1091 PERFIL NUTRICIONAL BÁSICO 10
844
PERFIL NUTRICIONAL – 
VITAMINAS, MINERAIS E 
HEMOGRAMA
12
elas ajudam a mostrar a eficácia da 
insulina e as concentrações máximas e 
mínimas de glicose no sangue e quando 
estas ocorrem. A obesidade é uma 
síndrome que deve ser diagnosticada 
e tratada corretamente. Devido aos 
inúmeros efeitos deletérios que ela 
pode promover no animal, o ideal é a 
prevenção desta doença, com uma dieta 
adequada para a idade e a raça do animal 
e exercícios físicos regulares. Após o 
diagnóstico, recomenda-se identificar 
doenças que possam causar intolerância 
a glicose. Para este fim, perfil bioquímico 
sérico, urinálise e hemograma devem ser 
requisitados.
Bibliografia
•Tese - DISTÚRBIOS METABÓLICOS EM 
ANIMAIS OBESOS Heloisa Celis da Silva 1;
•Revista Clínica Veterinária, Ano XIX, n 112 
setembro/outubro, 2014
23
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ISSN 2358-1018
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NUTROLOGIA VETERINÁRIA
UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO
Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
Different types of humoral immune 
reactions occur at this point; IgE, IgG 
and IgA reactions. The production 
of immune complexes activate cell 
responses and the complement system 
leading to inflammation.
With the progression of the lesions, 
the digestion and absorption become 
distressed. Normally during the digestion 
process, oligopeptides pass through 
the enterocytes which cleave them into 
amino acids which are released in the 
basal membrane. They penetrate the 
blood vessels and can be transported. 
When there is malfunction of the 
epithelial wall function intercellular 
interactions weaken making the 
inflammatory process to continue. 
Consequently, there is an increased 
penetration of peptides, food fragments 
and microorganisms. 
In the normal digestive process, the 
integrity of the mucosal wall regulates 
the permeability. In the affected 
membrane, the microvilli become 
sparse, and the intercellular spaces 
widen. The immune system fights the 
penetration of the external particles with 
a combination of humoral and cellular 
responses (dendritic cells, macrophages 
and eosinophils). Cellular responses 
end in the secretion of tissue degrading 
enzymes and inflammation.
THE HESKA FOODREACTION TEST(FRT)
CANINE & FELINE
Summary
Adverse food reactions (AFR), may 
induce a dysfunction of the intestine’s 
mucosal barrier, disturb the normal 
protein digestion process and lead to 
incontrollable mucosa permeation.
Normal digestion of the proteins 
contained in food results in the 
production of amino acids. In patients 
with adverse food reactions, non-
completely digested proteins can 
traverse the intestinal wall and elicit local 
inflammatory responses.
The FRT test identifies immune reactions 
to food components. It indicates which 
food sources may be best suited for the 
control of adverse food reactions.
Immune reactions (IgE and IgG types 
mainly) are affected by CCDs (cross-
reactive carbohydrate determinants). 
Anti-CCD antibodies must be blocked 
to obtain accurate results. The FRT test 
incorporates a CCD blocking step.
Prevalence of adverse food 
reactions
Adverse food reaction is defined as a 
reaction to dietary components (1). The 
incidence of adverse food reactions may 
affect 20 to 35% of atopic dogs. Due to 
the complex nature of this condition, 
clinicians may differ in the reported 
prevalence frequency.
Clinical aspects related to Adverse 
Food Reactions
The period between the food ingestion 
and the appearance of symptoms depend 
on the type of the reaction involved, 
the degree of patient sensitivity and the 
time the adverse food reaction has been 
occurring. 
The most common clinical sign is non-
seasonal pruritus (2,3,4). However, 
gastrointestinal symptoms like loss of 
appetite, weight loss, abdominal pain, 
vomiting, persistent diarrhoea and/or 
constipation, flatulence, borborhygmus, 
etc. may also be indication of adverse 
food reactions. 
Planning elimination diets to confirm 
the diagnosis of a food adverse reaction 
is problematic and their rate of success is 
somewhat deceptive. 
The inflammatory mechanism of 
the intestinal wall
Adverse food reactions are susceptible to 
damage the microvilli and cell junctions 
of the intestinal cells allowing the transit 
of undigested proteins, food particles and 
microorganisms from the intestine to the 
basal membrane. Defense mechanism 
reactions which take place start an 
inflammatory process. The illustration 
below shows a comparative of the normal 
and a damaged intestine mucosa.
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NUTROLOGIA VETERINÁRIA
The Food Reaction Test (FRT)
FRT is a serum test, ELISA based 
designed to identify immune reactions 
to food components. 
The FRT measures a combination of IgE, 
IgG (1 to 4 subclasses) and IgA reactions.
Use of the FRT test
The results of the FRT are aimed at 
identifying immune reactivity against 
food components. The results are 
employed to determine if a diet change 
might be necessary. 
If FRT recommendations are followed, 
signs of improvement are expected 
within 2-3 weeks following a diet change. 
It is suggested maintaining the patient for 
6-8 weeks on the successful diet to allow 
the intestinal mucosa to fully recover (5). 
Do Cross Reactive Carbohydrate 
Determinants (CCDs) interfere 
with food testing?
CCDs are carbohydrate structures in 
plants that can elicit immune reactions in 
pets (6). CCDs are present in most plant 
foods and they affect the measurement 
of humoral immune reactions. Studies 
demonstrate the presence of anti-CCD 
antibodies in foods (7).
In dogs, it is observed that 60-75% of 
patients show CCD reactions against 
food plants. The CCD reactions must be 
blocked before testing to obtain accurate 
results (8).
The FRT test includes and anti-CCD 
reaction blocking step.
Food Reaction Test allergen panel
The FRT tests the reactions for 12 animal 
and 12 plant food components. 
Animal proteins Plant proteins
Chicken egg Corn
Fish-mix Wheat
Rabbit White Potato
Trout, lake Rice
Lamb Sweet Potato
Cow milk Barley
Beef Carrot
Turkey Soybean
Tuna Green Bean
Salmon Oat
Chicken Pea
Pork Brewer’s yeast
References
1. Adverse reactions to food: a gastroenterologist’s 
perspective. Gianella P. Veterinary Allergy, 1st ed. 
2014 John Wiley & Sons, Ltd. Ch 17, 115-118.
2. Cutaneous manifestations of food 
hypersensitivity. Carlotti D.N. Veterinary Allergy, 
1st ed. 2014 John Wiley & Sons, Ltd. Ch 16, 
108-114.
3. Prevalence of adverse food reactions in 
130 dogs in Italy with dermatological signs: a 
retrospective study. Proverbio D. et al. Journal of 
Small Animal Practice 2010; 51: 370-374.
4. A prospective study on canine atopic 
dermatitis and food-induced allergic dermatitis 
in Switzerland. Picco F. et al. Veterinary 
Dermatology 2008; 19: 150-155.
5. Mucosal damage and recovery of the intestine 
after prolonged preservation and transplantation 
in dogs. Takeyoshi I. et al. Transplantation 2001; 
71(1): 1-7.
6. Human IgE Antibodies Against Cross-
Reactive Carbohydrate Determinants. Hemmer 
W. P. Kosma and S. Mueller-Loennies (eds.), 
Anticarbohydrate Antibodies, DOI 10.1007/978-
3-7091-0870-3_8, Springer-Verlag/Wien 2012.
7. Carrot allergy: double-blinded, placebo-
controlled food challenge and identification of 
allergens. Ballmer-Weber BK et al. J Allergy Clin 
Immunol 2001; 108:301–307.
8. IgE cross-reactivity between corn and potatoes 
in dogs is mediated by classic cross-reactive 
carbohydrate determinants. Olivry T et al. 30th 
European Veterinary Dermatology Congress. Sort 
communication. P 148.
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NUTROLOGIA VETERINÁRIA
ISSN 2358-1018
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Número 21
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
ALTERAÇÕES NO PERFIL LIPÍDICO DE CÃES OBESOS E SUAS 
IMPLICAÇÕES CLINICAS
MV. MSc. Eduardo Braghirolli Zaneli
Cada vez mais presente na rotina clínica, 
a obesidade é considerada a doença 
de maior frequência na vida moderna, 
com incidência superior a 50% em cães 
(Corbee, 2013). 
A obesidade reduz a longevidade e 
predispõe ao desenvolvimento de uma 
série de outras doenças, tais como 
desordens dermatológicas, problemas 
cardiorrespiratórios, ortopédicos e 
desordens metabólicas como redução da 
tolerância à glicose, resistência insulínica, 
diabetes tipo 2 e hiperlipidemia (Greco, 
2002; Gayet et al., 2004; German, 2006; 
Germann et al., 2009). 
Apesar de considerada uma desordem 
essencialmente nutricional, também 
estão envolvidos fatores genéticos, sociais, 
culturais, metabólicos e endócrinos, que 
determinam um caráter multifatorial 
à patologia (Case et al., 1998). Estes 
fatores promovem o desequilíbrio entre 
o gasto e o consumo energético diário, 
levando a um balanço calórico positivo 
que é acumulado na forma de gordura 
e resulta no ganho de peso e mudanças 
na dinâmica metabólica (McCrory et al., 
2000; Lund et al., 2006). 
A literatura sugere que os cães sejam 
considerados em sobrepeso quando 
apresentam gordura corporal acima de 
15% e obesos, quando a porcentagem 
está acima de 30% (Lewis et al., 1994). 
O tecido adiposo tem como principais 
funções o estoque de energia, proteção 
dos órgãos, e é responsável pela síntese 
e secreção de diversos hormônios e 
citocinas inflamatórias (Zoran, 2010).
Por conta desta função metabólica, a 
obesidade crônica é capaz de levar ao 
aumento significativo das concentrações 
plasmáticas de triglicérides e/ou 
colesterol (Jeusette et al., 2005). O termo 
hiperlipidemia refere-se ao aumento da 
concentração dos lipídeos séricos. As 
desordens lipídicas são relativamente 
comuns nos cães e podem ser de origem 
primaria ou secundária.
As causas primarias são incomuns 
e geralmente associadas com raças 
específicas que apresentam um 
defeito primário no metabolismo de 
lipoproteínas (como Schnauzers e 
Pastores de Shettland). Já as causas 
secundárias, podem ser desencadeadas 
não somente pela obesidade, mas por 
outras enfermidades como pancreatite, 
hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, 
diabetes mellitus, linfomas e até 
leishmaniose.
Avaliação laboratorial das 
desordens lipídicas
A primeira estimativa pode ser feita no 
momento de coleta e armazenagem da 
amostra de sangue ou plasma

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