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1 ISSN 2358-5145 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA FAKE NEWS Caros Colegas Médicos Veterinários, Já a algum tempo, temos ouvido a indignação de alguns colegas que nos conhecem bem, ao receberem notícias falsas sobre o Laboratório TECSA. A que mais nos choca é sobre nosso setor de Hormônios por Radioimunoensaio -RIE. Montado já há alguns anos – com o devido registro na Comissão Nacional de Energia Nucelar -CNEN – registro número 15.899, vem sendo alvo de inúmeras mentiras divulgadas por veterinários sem escrúpulos. Como o TECSA tem, desde sua montagem, o compromisso de oferecer exames com Padrão Ouro classe Mundial, porém com preços acessíveis à realidade de nosso Brasil, isto fez com que um outro grupo perdesse mercado. A contra partida deste grupo, que deveria ser melhorar seus recursos de gestão, ajustando custos, diminuindo a margem de lucro para viabilizar uma concorrência saudável, foi lançar uma avalanche de mentiras e calunias, as chamadas fake News. Sempre que nossos mais de 4000 clientes ativos escutam tais mentiras, vários nos ligam indignados – pois conhecem o TECSA – sabem da excelência de nossos serviços e de nosso compromisso com a qualidade, sabem que conseguimos nestes 25 anos desenvolver um sistema único de gestão otimizada com economicidade e eficiência, além de uma logística eficiente. Os equipamentos e insumos (kits) do nosso setor de RIE são os mesmos utilizados nos demais laboratórios – o que nos torna tão competitivos é um sistema de gestão moderno e informatizado, em oposição aos demais que se apresentam tão obsoletos. Sempre trabalhamos com margem de lucro bem reduzida e sempre mantivemos os pés no chão em relação a custos e preço final de nossos exames. Nosso maior sonho é que todo Tutor deste país possa viabilizar os exames necessários para o seu PET. Caso receba alguma dessas fake News, entre em contato conosco – você poderá agendar uma visita e acompanhar o andamento de um dia de rotina no setor de RIE. Poderá receber nossos vídeos ou documentações sobre o setor. Tudo de forma bem transparente – aliás, o nosso laboratório agora está todo transparente – eliminamos as paredes – tudo de vidro para que vocês possam conhecer a fundo nossos processos. Ser o maior e o melhor laboratório da América Latina não é fruto do acaso – é trabalho honesto, comprometido e transparente. Conheça o nosso setor de RIE - acesse o nosso canal no Youtube (TV TECSA). Dr. Luiz Eduardo Ristow EDITORIAL MV-MM Diretor-Presidente 4 Cultura com Antibiograma Automatizada - Quantitativo (MIC) Prazo: 4 dias Parasitológico de fezes para giardia (Metodo Faust) Prazo: 1 dia Análise Cristalográfica de Cálculos Urinários Prazo: 25 dias 982 1075 1076 1088 1089 Listeria Monocytogenes Cultura Prazo: 5 dias Urocultura com Antibiograma Automatizada - Quantitativo (MIC) Prazo: 4 dias MICROBIOLOGIA CÓD Nome do Exame Vitamina D3 (Calcitriol - 1,25 Dihidroxi) Prazo: 7 dias Ácidos Biliares Prazo: 2 dias Eletroforese de Proteínas - Urina Prazo: 6 dias 977 979 980 994 1085 Ácidos Biliares - Jejum e Pós-prandial Prazo: 2 dias Teste de Rivalta Prazo: 1 dia 978 985 995 997 1090 PATOLOGIA CLÍNICA IMUNOLOGIA CÓD Nome do Exame Fenobarbital - 2 dosagens Prazo: 1 dia Leishmaniose ( ELISA+RIFI) Exame para Viagem Internacional Prazo: 2 dias Leptospirose com Diluição Total Microaglutinação Prazo: 5 dias Imunoglobulina IGA no Líquor Prazo: 15 dias Teste de Reação Alimentar Felino (Food Reation Test Heska) Prazo: 7 dias CÓD Nome do Exame 5 Cultura com Antibiograma Automatizada - Quantitativo (MIC) Prazo: 4 dias Parasitológico de fezes para giardia (Metodo Faust) Prazo: 1 dia Análise Cristalográfica de Cálculos Urinários Prazo: 25 dias 982 1075 1076 1088 1089 Listeria Monocytogenes Cultura Prazo: 5 dias Urocultura com Antibiograma Automatizada - Quantitativo (MIC) Prazo: 4 dias MICROBIOLOGIA CÓD Nome do Exame Vitamina D3 (Calcitriol - 1,25 Dihidroxi) Prazo: 7 dias Ácidos Biliares Prazo: 2 dias Eletroforese de Proteínas - Urina Prazo: 6 dias 977 979 980 994 1085 Ácidos Biliares - Jejum e Pós-prandial Prazo: 2 dias Teste de Rivalta Prazo: 1 dia 978 985 995 997 1090 PATOLOGIA CLÍNICA IMUNOLOGIA CÓD Nome do Exame Fenobarbital - 2 dosagens Prazo: 1 dia Leishmaniose ( ELISA+RIFI) Exame para Viagem Internacional Prazo: 2 dias Leptospirose com Diluição Total Microaglutinação Prazo: 5 dias Imunoglobulina IGA no Líquor Prazo: 15 dias Teste de Reação Alimentar Felino (Food Reation Test Heska) Prazo: 7 dias CÓD Nome do Exame 1079 Painel Viagem Internacional Plus Canino Titulação de Anticorpos Neutralizantes para Raiva, Check-up Global de Funções com Hemograma, Painel Check-up Doenças Infecciosas Canino Prazo: 10 dias 1080 Painel Viagem Internacional Plus Felino Titulação de Anticorpos Neutralizantes para Raiva, Check-up Global de Funções com Hemograma, Painel Check-Up Doenças Infecciosas Felino Prazo: 10 dias 1081 Perfil Eletrolítico Completo Cálcio Iônico, Cálcio, Cloro (Cloreto) Magnésio, Sódio,Potássio Prazo: 1 dia Perfil Nutricional Básico Hemograma Completo - Canino, Ureia, SDMA, Creatinina, Fosfatase Alcalina, Tgp (Alt), Gama Gt - Pet, Proteína Total e Frações, Vitamina D3 (Calcidiol - 25 Dihidroxi) Prazo: 10 dias Perfil Nutricional Intermediário Hemograma Completo - Canino Ureia, SDMA, Creatinina, Fosfatase Alcalina, Tgp (Alt), Gama Gt - Pet, Proteína Total e Frações, Vitamina D3 (Calcidiol - 25 Dihidroxi), Insulina Endógena Canina, Triglicerídeos, Colesterol Total Prazo: 10 dias 1086 1091 Painel Viagem Internacional Standard Felino Titulação de Anticorpos Neutralizantes para Raiva, Check-up Global de Funções com Hemograma, Fiv / Felv - Leucemia e Imunodeficiência Felina Prazo: 10 dias 1092 Perfil Nutricional Completo Hemograma Completo - Canino, Ureia, SDMA, Creatinina, Fosfatase Alcalina, Tgp (Alt), Gama Gt - Pet, Proteína Total e Frações, Vitamina D3 (Calcidiol - 25 Dihidroxi), Triglicerídeos, Colesterol Total, Colesterol Total e Frações (Total+LDL+VLDL+HDL), Dosagem de Cortisol Basal - Radioimunoensaiol Prazo: 10 dias 1093 Cortisol Salivar Prazo: 4 dias Cortisol Fecal Prazo: 4 dias Insulina Endógena Canina Prazo: 5 dias1000 1001 1077 1078 Insulina Endógena Felina Prazo: 5 dias ENDOCRINOLOGIA CÓD Nome do Exame 1083 1082 Painel Histopatológico Dermatológico (até 3 biópsias) Prazo: 8 dias IPainel Citológico (até 3 lâminas) Prazo: 5 dias CÓD Nome do Exame ANATOMIA PATOLÓGICA Painel Alérgenos Ambientais e Alimentares Teste Alérgico Painel com 24 Alérgenos Teste de Reação Alimentar Canino Prazo: 7 dias 975 Perfil Viagem Internacional Básico Raiva + Check-Up Global de Funções,Titulação de Anticorpos Neutralizantes para Raiva, Check-up Global de Funções com Hemograma Prazo: 10 dias 976 Painel Ortopédico Cultura com Antibiograma, Análise de Líquidos Cavitários (Peritoneal,Pleural ou Pericárdico) e Sinovial Prazo: 5 dias 986 Painel Neurológico Análise de Líquor - Cultura com Antibiograma, Cultura de Fungos com Antifungigrama Prazo: 30 dias Painel Dermatite Bacteriana Cultura C/ Antibiograma Gram - Microscopia Direta Pesquisa de Sarna e Fungos Filamentosos Prazo: 5 dias 987 988 Perfil Viagem Internacional Standard Canino Titulação de Anticorpos Neutralizantes para Raiva, Check-up Global de Funções com Hemograma, Viagem Internacional - Leishmaniose (ELISA + RIFI), Perfil Doença Transmitida por Carrapatos Prazo: 10 dias 1005 CÓD Nome do Exame PERFIS E PAINÉIS FACILITADORES Av. do Contorno, 6226, Savassi - Belo Horizonte | Minas Gerais | Brasil | CEP: 30.110-042 TECSALaboratorios tv tecsa IO P - L Â M IN A N O VO S EX A M ES 2 01 9 V2 | A PR O V. D EX M ar /2 01 9 | M V D R. L U IZ E D U A RD O R IS TO W (R T - C RM V MG 3 70 8) 6 Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios. ÍNDICE Editores/Publishers: Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . ristow@tecsa.com.br Dr. Afonso Alvarez Perez Jr . afonsoperez@tecsa.com.br Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br Editoração e Arte: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br Contatos e Publicidade: comunicacao@tecsa.com.br Av. do Contorno , nº 6226 , B. Funcionários, Belo Horizonte - MG – CEP 30.110-042 PABX-(31) 3281-0500 Tiragem: 5000 revistas . Publicação Bimestral Na Internet: www.vetsciencemagazine.com.br CIRCULAÇÃO DIRIGIDA A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA dirigida somente aos médicos veterinários, como parte do Projeto JORNADA DO CONHECIMENTO, criado pelo mesmo. Este projeto visa a universalização do conhecimento em Medicina Laboratorial Veterinária. A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa clínica e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, artigos de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor. Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta revista sem a prévia autorização do TECSA. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista VetScience magazine. Grupo TECSA – Referência desde 1994 EXPEDIENTE ISSN: 2358-1018 ÍNDICE 08. Doença Inflamatória Intestinal em Cães e Gatos: Aspectos Gerais e Manejo Nutricional 11. Os Maiores Erros na Orientação Nutricional 13. Como Detectar Reações Adversas ao Alimento em Felinos 14. Fatores Prognósticos e Diagnósticos da Subnutrição em Cães Hospitalizados 17. Obesidade em Felinos 19. Uso dos Perfis Nutricionais 20. Obesidade Canina 22. Parâmetros Laboratoriais de Animais Obesos – Correlação com Diabetes Mellitus 23. The HESKA Food Reaction Test (FRT) Canine & Feline 25. Alterações no Perfil Lipídico de Cães Obesos e suas Implicações Clínicas 27. Os Velhos Hábitos Nutricionais da Atualidade 29. Leishmaniose Felina 31. Mecanismos Imunopatogênicos da Cinomose Canina 36. Dicas Importantes do Uso do PCR Real Time NUTROLOGIA VETERINÁRIA ASSUNTOS DIVERSOS Colaboraram neste número: Dr.Cláudio Roberto S. Mattoso, Dra. Daniele Silvano Gonçalves, Dr. Guilherme Stancioli, Dra. Isabela de Oliveira Avelar, Dra. Janete Madalena da Silva, Dr. João Paulo Fernandez Ferreira, Dr. João Paulo Franco, Dr. Luiz Eduardo Ristow, Dra. Luiza França Melo, Dra. Marcela Ribeiro Gasparini, Dra. Maria Carolina Paes P. de Oliveira, Dra. Natalia Lemos Arruda, Dr. Otávio Valério de Carvalho, Dra. Talita Gomes da Silva Batista, Dr. Thiago Beloni de Melo, Dr.Thiago Luis Santos Gonçalves, todos membros da Equipe de Médicos Veterinários do TECSA Laboratórios. Além do Médico Patologista Clínico Dr. Afonso Alvarez Perez Jr. Contribuíram também para este número os renomados Colegas: Dra. Andressa Rodrigues Amaral, Dr. Eduardo Braghirolli Zaneli, Dr. Fábio Alves Teixeira, Dr. Marcio Antonio Brunetto, Dra. Mariana Kelly Luiz Reis, Dra. Michelle Nogueira Agostinho e Dra. Tatiane Neves Paoli. 7 8 NUTROLOGIA VETERINÁRIA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL EM CÃES E GATOS: ASPECTOS GERAIS E MANEJO NUTRICIONAL Andressa Rodrigues Amaral e Marcio Antonio Brunetto* Centro de Pesquisa em Nutrologia de Cães e Gatos (Cepen pet) ,Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) - Universidade de São Paulo – USP,-*mabrunetto@usp.br A doença inflamatória intestinal (DII) é a doença mais comum que causa vômito e diarreia em cães e gatos de origem não-infecciosa, mas com etiologia fundamentada em uma resposta imunológica aberrante do hospedeiro contra alimentos e/ou microbiota ali presentes e que leva à injúria da mucosa intestinal (DAVENPORT et al., 2010; SILVA, 2015). Em humanos, a doença inflamatória intestinal agrupa a conhecida Doença de Crohn (DC) e Colite Ulcerativa (CU) diferenciadas principalmente pela distribuição das lesões (em segmentos intercalados em todo o trato gastrintestinal ou localizado somente em região de cólon e reto, respectivamente) e pelo tipo de resposta inflamatória predominante (mediada por linfócitos Th1 na DC e Th2 na CU) e subsequente ativação de citocinas inflamatórias distintas (CERQUETELLA et al., 2010). De forma diferente, em cães, ocorre uma ativação mista de linfócitos Th1 e Th2 (CERQUETELLA et al., 2010) e, da mesma forma, não há distinção específica entre as regiões acometidas e portanto, diferenciação em DC ou CU como em humanos. A etiologia da doença, em linhas gerais, é resultado de uma alteração de reconhecimento de padrões moleculares pelos receptores do tipo Toll (TLR). Especificamente, polimorfismos do TLR-2, TLR-4, TLR-5 e TRL-9 já foram reportados em caninos, cuja função alterada repercute em falhas no reconhecimento da imunidade inata e subsequente liberação de mediadores inflamatórios e diferenciação de células auxiliares pró-inflamatórias, inclusive do subtipo Th17 (e liberação de IL-17) que causa injúrias importantes à mucosa intestinal e, portanto, inflamação extensa (CERQUETELLA et al., 2010; CATCHPOLE; ALLENSPACH, 2012). A genética dos animais também aparenta relacionar-se com esse processo imunomediado, o qual também pode ser uma consequência de respostas à parasitas, organismos patogênicos, microbiota ou antígenos alimentares (DAVENPORT et al., 2010). A predominância dos sinais clínicos apresentados relaciona-se com a região do trato gastrintestinal (TGI) mais afetada de forma que a êmese é mais comum em pacientes com inflamação importante em estômago e intestino delgado. A diarreia, esteatorreia, perda de peso e de líquidos ocorrem quando o intestino delgado é mais afetado e o tenesmo, presença de muco ou sangue nas fezes são mais frequentes quando o cólon é a região mais acometida (DAVENPORT et al., 2010). As suspeitas diagnósticas da doença surgem principalmente naqueles pacientes com histórico de diarreia e/ou êmese intermitente cujos diferenciais já foram descartados. São eles: verminoses comuns, reação adversa ao alimento, presença de corpo estranho, insuficiência pancreática exócrina, pancreatite, hipertireoidismo em felinos, hipoadrenocorticismo em cães, presença de neoplasias e linfangiectasia (JERGENS; SIMPSON, 2012). O histórico clínico associado à resposta ao tratamento imunossupressor é uma estratégia eficaz auxiliar para o diagnóstico terapêutico, embora o diagnóstico definitivo padrão-ouro somente pode ser firmado após análise histopatológica dos fragmentos intestinais coletados por meio de endoscopia ou laparotomia e a confirmação de gastrite, duodenite e/ ou colite linfoplasmocítica, eosinofílica, histiocítica ou granulomatosa, sendo a primeira a mais comumente encontrada em pacientes com DII. Os achados morfológicos associados também fornecem subsídios para o diagnóstico, de modo que a injúria epitelial, distensão de criptas, fibrose da mucosa, linfangiectasia e atrofia de vilos são comumente relatados (WILLARD et al., 2008; WASHABAU et al., 2010)but the effect of biopsy quality on outcome is unknown. HYPOTHESIS The ability to demonstrate a histologic lesion in the stomach or duodenum of a dog or cat is affected by the quality of endoscopic biopsy samples submitted. More endoscopic samples are needed to find a lesion in poor-quality tissue specimens. ANIMALS Tissues from 99 dogs and 51 cats were examined as clinical cases at 8 veterinary institutions or practices in 5 countries. METHODS Histopathology slides from sequential cases that underwent endoscopic biopsy were submitted by participating institutions. Quality of the histologic section of tissue (inadequate, marginal, adequate. Além da vertente farmacológica, a intervenção nutricional permite auxiliar na minimização das manifestações clínicas, redução da dose administrada de medicamentos ou atémesmo expandir o intervalo entre reagudizações da doença (DAVENPORT et al., 2010; CAVE, 2012). 9 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA O suporte nutricional pode ser instituído de quatro maneiras distintas: 1. Administração de alimento hipoalergênico com proteína hidrolisada ou não usual que reduz o substrato de reconhecimento de padrões moleculares dos TLRs (proteína) e posterior recrutamento de resposta adaptativa capaz de gerar memória; 2. Recomendação de alimento com composição dietética adequada para modular a microbiota intestinal e, em consequência, seus produtos de fermentação [ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), de cadeia ramificada (AGCR) figura 1] e redução do pH do microambiente intestinal que inibe o crescimento de bactérias patogênicas, beneficiadas pelo pH alcalino; 3. Fornecimento de nutrientes e energia para os enterócitos e colonócitos a fim de favorecer seu processo de replicação e reparo tecidual; 4. Influenciar na resposta imunológica de forma direta ou por meio dos produtos oriundos da fermentação bacteriana frente ao nutriente fornecido (figura1). Figura 1. Efeito dos produtos de fermentação bacteriana no controle da resposta imunológica. Traduzido e adaptado de Hammond apud Bollrath & Powrie (2013). Neste sentido, a inclusão de prebióticos é considerada uma proposta promissora para pacientes com DII (RYCHLIK et al., 2013). Estes são, por definição, ingredientes que, quando fermentados de forma seletiva, permitem mudanças específicas na composição e/ou atividade da microbiota intestinal de maneira a proporcionar benefícios ao hospedeiro (ROBERFROID, 2007). Neste sentido podem ser citadas as fibras solúveis como os β-glucanos e Psyllium. Os β-glucanos podem ter origem vegetal (extraído e purificado da aveia ou cevada) ou fúngica (extraído e purificado do Saccharomyces cerevisiae), ambos com efeito benéfico da modulação da resposta imunológica e manutenção da integridade da mucosa. HALLERT et al. (2003) forneceram 60g de farelo de aveia por dia, durante três meses, para pessoas com CU e observaram aumento de 36% nas concentrações fecais de butirato, um tipo de AGCC responsável pelo fornecimento de energia aos colonócitos, produção de mucina e indução da diferenciação de células T reguladoras (MATSUOKA; KANAI, 2015). Já os estudos com modelos animais permitiram ainda observar a integridade da mucosa intestinal antes e depois da indução de doença inflamatória intestinal em ratos suplementados ou não com β-glucanos de origem fúngica. Os achados histológicos permitiram concluir que a proteção aos danos da mucosa foi diretamente proporcional ao teor de inclusão deste prebiótico na dieta e, que tal efeito correspondeu principalmente a sua capacidade de induzir a diferenciação de células T reguladoras que bloqueiam o processo inflamatório (LEE et al., 2014), aspectos muito bem descritos e revisados por BOLLRATH & POWRIE (2013). Dados em cães, ainda escassos, revelaram que β-glucanos são efetivos na redução das concentrações séricas de colesterol e triglicerídeos totais (FERREIRA, 2016), redução na predominância de resposta Th2, na modulação da resposta vacinal (FERREIRA et al., 2018) e no perfil de imunoglobulinas produzidas pela 10 NUTROLOGIA VETERINÁRIA resposta humoral a partir da interação dos β-glucanos com os macrófagos e células dendríticas presentes no intestino (STUYVEN et al., 2010). Além destes efeitos, foram observadas as respostas de redução das concentrações circulantes de GLP-1,TNF-α, glicose e insulina plasmática (Ferreira, 2016) e, em cães com DII, redução das concentrações de marcadores sorológicos associados ao estresse oxidativo e possível redução na atividade da doença avaliada pelo escore de atividade de doença inflamatória intestinal canina (CIBDAI) (JERGENS et al., 2003; SEGARRA et al., 2016). De forma similar, o fornecimento de Psyllium em dose média de 1,33g/kg/ dia para cães com diarreia crônica de intestino grosso foi avaliado em estudo retrospectivo com 33 animais. Destes, 63% apresentaram resposta “excelente” ao tratamento [fezes de consistência normal ou raros episódios de diarreia leve e transitória (sem necessidade de intervenção farmacológica) após 15 meses de consumo ininterrupto] e 33,1% - resposta “muito boa” (fezes geralmente normais com episódios ocasionais de diarreia que são menos severos e frequentes do que no início do tratamento e que não necessita de intervenção farmacológica) após 13 meses de consumo ininterrupto. Por sua vez, dados em gatos com estas suplementações para estes propósitos 868 TRIPSINOGÊNIO (TLI) TRIPSINA IMUNORREATIVA CANINO 1 627 LIPASE IMUNORREATIVA CANINA 1 764 LIPASE IMUNORREATIVA FELINA 1 68 CORTISOL BASAL (QUIMIOLUMINESCÊNCIA) 1 619 CORTISOL BASAL (RADIOIMUNOENSAIO) 2 845 TSH (QUIMIOLUMINESCÊNCIA) 1 164 T4 TOTAL (QUIMIOLUMINESCÊNCIA) 1 147 T4 TOTAL (RADIOIMUNOENSAIO) 2 74 T4 LIVRE (QUIMIOLUMINESCÊNCIA) 1 73 T4 LIVRE (RADIOIMUNOENSAIO) 2 626 T4 LIVRE PÓS DIÁLISE (RADIOIMUNOENSAIO) 2 87 CITOLOGIA PET 4 são inexistentes na literatura até o presente momento. O caráter crônico da DII requer acompanhamento clínico frequente para o ajuste dos protocolos farmacológicos imunossupressores de acordo com os sinais clínicos apresentados. Por outro lado, a dieta é uma variável coadjuvante ao tratamento que interage com o hospedeiro de forma contínua e pode favorecer ou desfavorecer a saúde intestinal de diversas formas, conforme explanado. A adoção de uma estratégia nutricional, portanto, é de grande relevância para estes pacientes e deve ser elaborada com a devida cautela a fim de considerar os efeitos promissores dos alimentos hipoalergênicos e dos prebióticos no controle da DII. Referência Solicite as referências bibliográficas através do email sac@tecsa.com.br CÓD EXAMES PRAZO DIAS 63 PARASITOLÓGICO DE FEZES (PET E MAMÍFEROS) 1 971 TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR CANINO 7 1090 TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR FELINO 7 11 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA OS MAIORES ERROS NA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL M.V. M. Sc. Eduardo Braghirolli Zaneli de inclusão de macro e necessidades de micronutrientes que fazem com que um excelente alimento para um cão seja totalmente deficiente para um gato. Outro ponto especialmente importante é a utilização de alimentos de categorias diferentes, mesmo dentro da mesma espécie. As necessidades nutricionais variam enormemente em se tratando de um filhote para um adulto ou uma femea em lactação. Essas necessidades são diferentes mesmo entre um filhote de cão de grande e pequeno porte. Neste exemplo, o conhecimento das necessidades como níveis de inclusão de nutrientes, níveis de energia e tempo de administração do alimento para filhotes, visa atender a um ótimo crescimento, sem deficiências e sem excessos, resulta em um crescimento harmonioso e saudável do animal, o que refletira em sua saúde na fase adulta. A enorme oferta de alimentos comerciais prontos para o consumo, com formulações cada vez mais especializadas e especificas, facilitam a escolha correta do alimento por parte do clinico, porém sem a orientação e conhecimentos corretos, tutores e clínicos estão propensos a cometerem outro erro no manejo alimentar, a superalimentação. Mais comum que a subalimentação, o excesso de alimento, entre outros problemas, leva ao sobrepeso e a obesidade. Estima-se que a obesidade possa atingir até 59% da população em algumas localidades (Courcier, 2010). Como consequências do excesso de peso temos um desequilíbrio na homeostase que prejudica a saúde geral dos animais, predispondo ao surgimento de váriasoutras doenças, como alterações cardíacas e pulmonares, endócrinas, dermatológicas, osteoarticulares, além de tornar os animais mais vulneráveis à infecções e aumentar o risco de complicações cirúrgicas (MOSER, 1991; ETTINGER e FELDMAN, 1995; BIOURGER et al., 1997; CASE, 2000). Antropoformização e Uso de Petiscos A aceitação e palatabilidade do alimento torna a relação homem- animal mais agradável, já que a refeição é um momento de bem-estar, que passa a ser muitas vezes a principal fonte de comunicação entre ambos. A utilização de petiscos se torna cada vez mais comum e isto pode acarretar alguns problemas. O processo de antropoformização (humanização) está cada vez mais presente no cotidiano de gatos e, principalmente, cães. Os tutores obrigam os animais a vestirem sapatos, perfumes, andarem em carrinhos de bebe, viverem em ambientes reduzidos, sem contato com outros animais, o que leva o animal a ociosidade e diminuição no exercício físico. Aliado ao fornecimento de alimentos inadequados como doces e pao de queijo, por exemplo, este comportamento leva a um maior consumo de energia e diminuição do gasto calórico, o que promove o aumento dos casos de sobrepeso e obesidade, além de influenciar o habito alimentar, pois o animal deixa de comer a ração por que sabe que receberá petiscos ou perde a fome e isto afeta o bem-estar e a saúde, física e mental, dos pacientes (DÍEZ & NGUYEN, 2006, GERMAN, 2006). O fornecimento de petiscos ou alimentos extras, sempre que possível deve ser orientado. Recomenda – se a utilização do próprio alimento ou de petiscos apropriados, sendo que a quantidade não deve exceder 10% da energia diária recomendada para o animal. Comida Caseira Desbalanceada A utilização de dieta caseira quando bem elaborada é uma ótima opção de escolha para a manutenção de gatos e cães. Constantemente médicos-veterinarios negligenciam um dos mais importantes fatores no cuidado ao paciente: a nutrição. Fator este tão importante que desde o ano de 2011, a WSAVA - Associação Mundial de Medicina Veterinária de Pequenos Animais (World Small Animal Veterinary Association) reconhece que a Nutrição de cães e gatos merece a mesma atenção aos detalhes dispensada a todas as outras especialidades de nossa categoria profissional. A nutrição, então, passou a ser reconhecido como o quinto sinal vital a ser obrigatoriamente avaliado no exame físico e anamnese. O guideline da WSAVA apresenta descrição dos inquéritos da avaliação física e alimentar, o que favorece o entendimento e a capacitação do médico-veterinario para esta abordagem. Por este motivo, o simples fato de se omitir a abordagem nutricional na rotina e de sua aplicação em todo e qualquer paciente, pode ser considerado o maior erro na orientação nutricional. Porém, podemos destacar os erros mais comumente praticados na rotina pela por grande parte dos clínicos. Tipo e Quantidade de Alimento Fornecido Os alimentos comerciais disponíveis apresentam características determinadas basicamente pelo conhecimento nas diferentes exigências nutricionais e nos hábitos alimentares das espécies canina e felina. O entendimento das diferenças entre as duas espécies tem importância prática, principalmente na orientação aos tutores, visto que alguns acreditam que gatos são cães pequenos e os alimentam como tal. Gatos e cães possuem necessidades nutricionais bem diferentes, com níveis 12 NUTROLOGIA VETERINÁRIA Alguns trabalhos avaliaram 256 receitas para cães e 22 receitas para gatos, que estão disponiveis em sites, livros e revistas ao redor do mundo (STOCKAM et al., 2013; PEDRINELLI et al, 2017). Das receitas avaliadas, nenhuma atendia as necessidades nutricionais dos felinos e somente 5% das disponíveis para cães estavam de acordo com as recomendações nutricionais preconizadas pelo NRC e pela AAFCO, entidades que estudam e regulamentam a nutrição animal nos Estados Unidos e Europa, recomendações estas aceitas pelas entidades veterinárias brasileiras. Este risco é ainda maior quando falamos de animais em reprodução ou crescimento, levando a problemas de desnutrição, perda de peso, crescimento inadequado e o reaparecimento de doenças nutricionais consideradas extintas. É crucial que o tutor entenda a importância de se seguir à risca as recomendações prescritas pelo médico-veterinario. As instruções e a comunicação devem ser muito claras. A substituição de ingredientes (por exemplo, carne de frango por carne bovina) é muito comum, quando se prescreve dieta caseira e esta prática deve ser fortemente desencorajada, pois leva ao desbalanço nutricional que terá consequências serias a médio- longo prazo. Sejamos simples e diretos: cães e gatos não são “pessoinhas”, portanto a introdução de dieta caseira deve ser acompanhada de perto por um profissional capacitado e não simplesmente elaborar um cardápio com porcentagens pré-estabelecidas de macronutrientes. Misturar Alimento Caseiro e Comercial O alimento comercial, assim como uma dieta caseira que foi formulada por um especialista, é completo e balanceado, fornecendo todos os nutrientes necessários para a saúde e manutenção dos animais a que se propõem a alimentar e este simples gesto de boa vontade gera um estado permanente de desequilíbrio nutricional. Além do obvio desequilíbrio calórico, esta pratica pode desencadear distúrbios nutricionais com impactos metabólicos mais sérios como excesso ou deficiência de cálcio e desequilíbrio entre a relação cálcio:fósforo (quando se fornece carnes) ou excesso de fibras e açúcares (quando se fornece frutas e vegetais). Aqui, o problema começa quando um pequeno agrado, que não deve ultrapassar os 10% da energia do dia, passa a afetar a dieta do animal ou quando o tutor acostuma ao animal sempre adicionar ao alimento, peito de frango, por exemplo. Suplementação Antes de mais nada, devemos conhecer a diferença entre a suplementação e a complementação, pois os dois conceitos são confundidos e utilizados erroneamente. A suplementação visa fornecer a mais um nutriente que o individuo já recebe em quantidade suficiente e este trará efeitos benéficos ao organismos, como exemplo, a suplementação de prebióticos a um animal com desordens gastroentéricas. Já a complementação, tem por objetivo fornecer ao animal um nutriente essencial e que este não consegue obter somente através de sua alimentação habitual. Alimentos completos não requerem nenhum tipo de complementação e salvo raras exceções, também não são beneficiados por qualquer tipo de suplementação. Pelo contrario, alguns minerais e vitaminas competem e impedem a absorção de outros nutrientes. Vitaminas e minerais, não são tao inofensivos como se imagina. A simples suplementação de cálcio, pratica extremamente comum em raças de grande porte, leva rapidamente a problemas graves e em alguns casos irreversíveis, no desenvolvimento osteoarticular de filhotes e é o responsável pelo casos de eclampsia em femeas lactantes. Portanto desencoraje a banalização da suplementação sem supervisão e conhecimento do clinico que acompanha este paciente. Considerações Finais Atualmente a nutrição de pequenos animais busca algo além da nutrição, ela visa a promoção da saúde, do bem estar e longevidade. A avaliação das necessidades nutricionais de acordo com a categoria, espécie e porte deve ser levada em consideração a fim de manter o nível máximo de saúde e desempenho, integrando o regime de tratamento de um estado patológico ou otimizando a qualidade de vida do paciente portador de doença crônica. Bibliografia Solicite as referências bibliográficas através do email sac@tecsa.com.br CÓD EXAMES PRAZO DIAS 63 Parasitológico de fezes (PET e mamíferos) 1 971 Teste de reação alimentar canino 7 1090 Teste de reação alimentar felino 7 868 Tripsinogênio (TLi) Tripsina imunorreativa canino 1 627 Lipase imunorreativa canina 1 764Lipase imunorreativa felina 1 68 Cortisol basal (Quimioluminescência) 1 619 Cortisol basal (Radioimunoensaio) 2 845 TSH (Quimioluminescência) 1 164 T4 Total (Quimioluminescência) 1 147 T4 Total (Radioimunoensaio) 2 74 T4 Livre (Quimioluminescência) 1 73 T4 Livre (Radioimunoensaio) 2 626 T4 Livre pós diálise (Radioimunoensaio) 2 87 Citologia PET 4 13 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA COMO DETECTAR REAÇÕES ADVERSAS AO ALIMENTO EM FELINOS As Reações Adversas ao Alimento representam uma disfunção da barreira mucosa que pode alterar o processo de digestão proteica ou um aumento da permeabilidade intestinal, causando inflamação da parede intestinal. O TECSA oferece agora, além do Teste de Reação Alimentar Canino, o Teste de Reação Alimentar Felino (fFRT) que se baseia no mesmo princípio do teste anterior, porém com uma reação que é específica para os felinos. O fFRT é um teste de reatividade e não um teste alérgico. Ele avalia o status de reatividade do paciente contra componentes alimentares através de classificação em escores, que podem variar de baixo a alto para um conjunto de diferentes reações humorais (IgE, IgG subclasses 1-4). O painel utilizado é o mesmo que de cães, entretanto com um reagente específico para gatos. O fFRT pode ser utilizado como orientação para a composição da dieta de eliminação ou restrição, formulação dietética e na seleção de dietas comerciais (dietas hipoalergências ou hidrolisadas). A graduação para as reações pode variar entre 0 e 200. Os componentes de menor reatividade são indicados para formulação de dietas ou na seleção de dietas comerciais. A realização do teste aplica-se somente à espécie canina. Nesse teste também é avaliada a reatividade do animal frente os Determinantes Carboidratos de Reação Cruzada (Cross-reactive Carbohydrate Determinants, CCDs), que são encontrados na maioria dos alimentos vegetais e podem induzir reações IgE e IgG. A prevalência de positividade para reações desencadeadas por CCDs pode chegar a 80% em pacientes com alergia alimentar. As reações anti- CCDs interferem na mensuração específica de IgE e IgG e caracterizam reações irrelevantes, dificultando a determinação de componentes proteicos alergênicos. Uma das grandes vantagens do cFRT é o bloqueio dos anticorpos anti-CCD presentes no soro do paciente, visando prover maior acurácia dos resultados do teste. Não há valor de corte para o teste e a interpretação das reações é avaliada individualmente, direcionando a melhor dieta de exclusão, auxiliando no diagnóstico e tratamento dos sinais clínicos. O exame apresenta a vantagem de ser minimamente invasivo (é utilizado soro – 1 ml – para a realização do exame) e ter um prazo acessível (7 dias). CÓD EXAMES PRAZO DIAS 971 TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR CANINO 7 1090 TESTE DE REAÇÃO ALIMENTAR FELINO 7 868 TRIPSINOGÊNIO (TLI) TRIPSINA IMUNORREATIVA CANINO 1 627 LIPASE IMUNORREATIVA CANINA 1 764 LIPASE IMUNORREATIVA FELINA 1 Tabelas de Componentes Alimentares Avaliados e Seus Nomes Populares 14 NUTROLOGIA VETERINÁRIA FATORES PROGNÓSTICOS E DIAGNÓSTICOS DA SUBNUTRIÇÃO EM CÃES HOSPITALIZADOS Tatiane Neves Paoli, Fábio Alves Teixeira e Marcio Antonio Brunetto Centro de Pesquisa em Nutrologia de Cães e Gatos (Cepen pet), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade de São Paulo - USP *mabrunetto@usp.br Na literatura, é descrito que até 50% dos animais hospitalizados estão subnutridos, o que está relacionado ao maior custo e tempo de internação, maior taxa de infecção, de complicações na reinternação e de óbito [1]. A avaliação nutricional é essencial para que seja possível identificar indivíduos com mau prognóstico e intervir precocemente [2,3]. Porém, na medicina veterinária há menos opções para sua realização do que na medicina humana, na qual se utiliza do exame físico e de métodos morfométricos que possuem limitações na veterinária devido à variedade no porte e conformação racial [4,5]. Assim, esse artigo objetiva reunir dados sobre a identificação da desnutrição em cães doentes e, marcadores de prognóstico. O escore de condição corporal (ECC) é uma avaliação subjetiva e semiquantitativa da composição corporal. Por meio da inspeção e palpação de costelas, vértebras lombares e ossos pélvicos, o indivíduo é classificado de acordo com a deposição de gordura [6]. Na escala validada[7], os cães magros possuem ECC de 1 a 3, os com peso ideal 4 a 5, os com sobrepeso 6 e 7 e, 8 e 9 os cães obesos. Ao analisar o ECC de cães doentes, Fabretti et al. (2017) perceberam que a maioria dos animais com doenças graves e incapacitantes apresentavam anorexia por mais de sete dias e não estavam magros, o que denota a insensibilidade do ECC como marcador da desnutrição aguda ou subaguda. Entretanto, cães com o ECC ≥ 4 apresentaram maior taxa de alta hospitalar do que aqueles com o ECC abaixo do ideal [8]. Em outros estudos, cães com doenças como linfoma, insuficiência cardíaca e doença renal crônica que possuem maior ECC têm maior sobrevida [9–11]. Já o escore de massa muscular (EMM) deve ser empregado para avaliação de deposição deste tecido por meio da inspeção e palpação dos ossos temporais, escápula, vértebras lombares e ossos pélvicos. A escala varia de 0 (perda muscular grave) a 3 (ausência de perda) [12,13]. A diminuição do EMM está relacionado à desnutrição proteica [6,7,14]. O catabolismo proteico é maior em animais desnutridos doentes do que em desnutridos hígidos [15,16], já que, naqueles, as proteínas de fase aguda positiva são sintetizadas prioritariamente em relação às proteínas usuais. Para que esse processo seja possível, os aminoácidos são disponibilizados por meio da quebra de miofibrilas das fibras musculares [16,17]. Assim, quanto mais grave a perda muscular, maior o risco de óbito [17]. No hemograma, fora observado que a concentração de hemoglobina está reduzida em cães com doenças graves e, ainda mais naqueles com desnutrição (ECC < 3 e EMM < 2) [5]. Há correlação positiva entre o EMM e a hemoglobina em cães com doenças sistêmicas graves e incapacitantes [2]. Logo, como a redução de musculatura indica desnutrição proteica, é possível concluir que o valor reduzido de hemoglobina se dá pela escassez de proteínas. Por outro lado, a anemia pode ocorrer tanto por questões nutricionais como: 1- a deficiência de ferro (anemia ferropriva), que é classificada como microcítica, já que sem esse mineral as células eritróides se dividem mais, adquirindo menor tamanho; e hipocrômica, pois, o ferro faz parte da síntese da hemoglobina e esta é responsável pela coloração da hemácia [18]. 2- a deficiência de cobalamina ou de ácido fólico, que causa anemia megaloblástica devido defeitos na síntese de DNA e, consequentemente, desequilíbrio no crescimento e divisão celular, de forma que as células precursoras de hemácia ficam com tamanho maior [19]. 3- deficiência de proteínas, outros minerais e vitaminas, gerando anemia normocítica (tamanho normal das hemácias) e normocrômica (coloração normal pela presença de hemoglobina em quantidade adequada), uma vez que há a diminuição da produção de eritrócitos, sem impacto em seu tamanho ou concentração de hemoglobina [2,18]. Em humanos foi demonstrado que a desnutrição proteica e energética reduz a meia-vida das células vermelhas [20]. Porém, a anemia pode ocorrer devido à ação tóxica das citocinas inflamatórias às células hematopoiéticas e por prejudicarem a secreção e atividade da eritropoietina [21]. Assim, a anemia não é um marcador sensível para desnutrição [22–27]. Vale ressaltar que há relato de cão hígido com desnutrição grave que não apresentou alterações no hemograma [28]. Em relação ao leucograma, a desnutrição proteica, em experimento comcamundongos, causou leucopenia (OLIVEIRA et al., 2013). Entretanto, o uso da leucopenia como marcador nutricional de cães doentes não é recomendado, pois o número de leucócitos circulantes é influenciado por fatores não nutricionais, como a enfermidade em si, traumas, hemorragias, estresse e administração de medicamentos (MAICÁ; SCHWEIGERT, 2010; OLIVEIRA et al., 2008; PRINS, 2010) e não foi encontrada evidencia em cães que possibilitem essa recomendação. Por sua vez, a hipoproteinemia foi considerada indicadora de desnutrição em animais acometidos por doenças sistêmicas não incapacitantes como gastroenterite aguda, piometra e pancreatite, pois estes animais quando magros (ECC ≤ 3) apresentaram baixa proteinemia total [2], semelhante a humanos idosos ou com doença renal [33]. Todavia, outros pesquisadores consideram que a proteína total é marcador insensível e não específico da desnutrição em humanos [34–36], uma vez que algumas proteínas possuem longo tempo de meia-vida, o que reduz o impacto da desnutrição sob sua concentração plasmática [37]. Além disso, outros fatores como doenças hepáticas, infecções e inflamações podem modificar essa concentração [32,38]. Especificamente a albuminemia não é considerada um marcador 15 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA específico do estado nutricional, já que é considerada proteína de fase aguda negativa (HEINRICH et al., 1990). Desta forma, animais desnutridos, em estado inflamatório poderiam apresentar a hipoalbuminemia pela inflamação e não necessariamente pela desnutrição. Além disso, a hipoalbuminemia pode ocorrer devido à outras causas como alteração hepática, parasitismo, doença renal, síndrome da má absorção e linfoma [38]. Mesmo que a origem da hipoalbuminemia fosse diferenciada por meio da mensuração de marcadores inflamatórios (que não estariam aumentados caso o motivo da redução da albumina fosse exclusivamente nutricional), a albumina, além de inespecífica, é considerada marcador insensível do status nutricional [38]. A albuminemia em cães que não se alimentaram durante 21 dias manteve- se dentro do intervalo de referência [40], pois este marcador apresenta tempo de meia-vida longo e grande capacidade de síntese hepática [41], de forma que a hipoalbuminemia estará presente apenas em estágios crônicos e avançados de desnutrição [5,42]. Outra proteína, a transferrina, apresenta vantagem perante a mensuração da albumina para determinação do estado nutricional pois apesar de também ser sintetizada pelo fígado, possui rápido turnover, de forma que é um dos marcadores de desnutrição mais usados na medicina humana (ABRAMOVITC et al., 2014; ONG et al., 2014). Em humanos, sua síntese é reduzida diante da diminuição da absorção intestinal de proteínas, o que culmina em menores concentrações plasmáticas (HASSANEIN et al., 1998; DE JONG et al., 2005). Em cães acometidos por doenças crônicas inflamatórias gastrointestinais, com ingestão menor que 50% da necessidade energética por três dias, que receberam suporte nutricional durante sessenta dias foi observado que a concentração plasmática de transferrina aumentou naqueles que ganharam peso após o tratamento nutricional. Além disso, a taxa de sobrevivência foi maior nos animais com concentração de transferrina maior que 180 mg/dL [47], valor previamente estabelecido como corte de marcador nutricional em cães saudáveis [48]. Isso condiz com pesquisa em humano na qual o aumento da transferrina sanguínea após início de tratamento foi indicativo de melhor prognóstico dos pacientes [49]. Mas, a concentração sanguínea de transferrina também reduz na inflamação por ação de citocinas, pois alteram a síntese proteica hepática [4]. Além disso, na rotina clínica, a mensuração da transferrina não é comum, pois os reagentes comerciais utilizados em humanos não são aplicáveis em cães e os kits específicos para a espécie canina precisam ser importados, o que ainda torna o exame pouco acessível [50]. Assim como a transferrina, a pré-albumina possui rápido turnover e é sintetizada no fígado. Sua concentração é reduzida diante da desnutrição energético-proteica. Contudo, a sua mensuração não é confiável em indivíduos enfermos, pois é influenciada por fatores relacionados a doenças como infecção, falência hepática, produção de citocinas e hormônios [51]. Em humanos, a concentração sérica da proteína aumentou 20% após uma semana de suporte nutricional [52], dessa forma, pode ser mais utilizada para informar sobre a resposta ao aporte de nutrientes [52,53]. A mensuração dessa proteína não é realizada na rotina das clínicas veterinárias, pois, no Brasil, não há reagentes comerciais para a dosagem da pré-albumina canina e o valor do limite inferior detectado pelo kit usado em humanos é de 2 mg/dL, enquanto a concentração sanguínea dessa proteína, em cães, é por volta de 0,625 a 10 µm/dL [42]. Outras proteínas avaliadas em cães desnutridos foram as gamaglobulinas. Em cães enfermos com ECC < 3 e/ou EMM < 2, a globulinemia apresentou- se acima dos valores de referência [5]. O aumento de gamaglobulina ocorre devido a infecções, inflamação e reações imunes e é possível que a elevação seja resultado de estímulos de antígenos persistentes, já que esses estão expostos a inflamações mais graves e duradouras, de forma que essa proteína não é um marcador específico do estado nutricional [38]. Por fim, a redução da colesterolemia é relacionada a diminuição do ECC e EMM em cães, porém dentro do intervalo de referência [2]. Assim, gera-se a hipótese de que o acompanhamento ao longo do tempo da colesterolemia pode ser interessante, pois sua diminuição indicaria piora do estado nutricional. Em humanos, a hipocolesterolemia ocorre quando a desnutrição lipídica é intensa [43]. Desta forma, apesar de haver poucos estudos na medicina veterinária sobre os fatores prognósticos e diagnósticos da desnutrição em cães doentes, pode-se dizer que a avaliação do EMM e a transferrinemia poderiam ser utilizados como fatores prognósticos de cães desnutridos. Já o ECC é marcador insensível da desnutrição, enquanto a concentração sanguínea de proteína total e albumina, além de insensíveis, não são específicos. Em relação às anemias, a do tipo macrocítica normocrômica não é exclusiva da desnutrição; a normocítica hipocrômica ocorre em casos crônicos e graves de falta de nutrientes; a hipocrômica microcítica pode indicar deficiência de ferro; e a megaloblástica, de ácido fólico ou cobalamina. O leucograma e a globulinemia não são usados como fatores prognósticos da desnutrição em si. Por fim, o acompanhamento da colesterolemia pode ser fator prognostico interessante visto que pode diminuir mesmo dentro do intervalo de referência para a espécie. Referência Solicite as referências bibliográficas através do email sac@tecsa.com.br CÓD EXAMES PRAZO DIAS 63 Parasitológico de fezes (PET e mamíferos) 1 971 Teste de reação alimentar canino 7 1090 Teste de reação alimentar felino 7 868 Tripsinogênio (TLi) Tripsina imunorreativa canino 1 627 Lipase imunorreativa canina 1 764 Lipase imunorreativa felina 1 68 Cortisol basal (Quimioluminescência) 1 619 Cortisol basal (Radioimunoensaio) 2 845 TSH (Quimioluminescência) 1 164 T4 Total (Quimioluminescência) 1 147 T4 Total (Radioimunoensaio) 2 74 T4 Livre (Quimioluminescência) 1 73 T4 Livre (Radioimunoensaio) 2 626 T4 Livre pós diálise (Radioimunoensaio) 2 87 Citologia PET 4 16 NUTROLOGIA VETERINÁRIA 17 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA OBESIDADE EM FELINOS M.V. Michelle Nogueira Agostinho, CRMV-SP 23221 Os gatos estão a cada ano ganhando maisespaço como pet preferencial nas famílias em muitos países. Eles possuem características atrativas por serem dóceis, amáveis e ao mesmo tempo, não exigirem atenção o tempo todo dos seres humanos. O crescente aumento na relação humano X felino faz com que essa espécie receba atenção especial quando o assunto é nutrição. Gatos são carnívoros obrigatórios (estritos). Em meio à sua evolução, provinda dos felinos selvagens, pouco, ou quase nada se alterou quanto à sua fisiologia alimentar. Esses animais executam a produção de energia necessária para suas atividades celulares e metabólicas provindas de calorias principalmente das proteínas e gorduras. Cada espécie possui um nível adequado e ideal de distribuição calórica, que nada mais é do que um percentual ideal de calorias geradas dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) para suas funções. A distribuição calórica ideal para um gato “saudável” gira em torno de 60% de proteínas, 35% de gorduras e 5% de carboidratos. Oferecer carboidratos em excesso nas dietas de felinos acarretará em danos no metabolismo. O organismo é capaz de absorver essa molécula de carboidrato, porém, sofrerá as consequências por ser uma espécie que sintetiza a glicose diretamente do metabolismo da quebra de proteínas, chamado de gliconeogênese e não do metabolismo dos carboidratos. O principal dano aos felinos domésticos com o oferecimento excessivo de carboidratos é a obesidade, vista principalmente como um erro de manejo nutricional nessa espécie. Gatos não toleram acúmulo de gordura em seu organismo e não possuem suporte fisiológico para manterem uma obesidade, portanto, quando eles necessitam mobilizar a oferta de gordura para o organismo rapidamente em caso de jejum prolongado, por exemplo, ocorre um acúmulo hepático de gordura indesejado, e a conhecida “lipidose hepática” pode se manifestar, podendo levar esse animal a óbito. O que não quer dizer que gatos não possam passar por períodos de jejum, aliás, podem e devem, mas desde que estejam com peso ideal e dieta adequada. O excesso de peso não é bem-vindo em nenhuma espécie, mas talvez a espécie que mais sofra com isso seja a felina. Uma distribuição calórica provinda em maior parte de gorduras e proteínas gera um peso ideal e saúde para esses animais. Quando falamos em grandes felinos que caçam presas de maior porte, existe a necessidade de uma distribuição calórica provinda em maior parte de gorduras. Já, os felinos pequenos que caçam presas pequenas, possuem uma necessidade maior de distribuição calórica provindas de proteínas, visto que essas presas possuem menor quantidade de gordura em sua composição corporal. E é aqui que os gatos domésticos se encaixam. Caso a distribuição calórica ideal da nutrigenética do felino doméstico não seja seguida, danos como inflamação crônica subclínica serão acarretados, fator esse que desencadeia doenças crônico-degenerativas, alterando funcionamento celular e abrindo portas para doenças como câncer, diabetes, insuficiência renal, cardiopatias, dentre outras. No ciclo de geração de energia, o felino utiliza proteína para gerar glicose, e gastará ainda nesse ciclo, gordura como fonte energética para poder gerar essa glicose provinda da quebra de proteína, o que corresponde a uma excelência em característica fisiológica. Devemos lembrar que todo paciente obeso é um animal com disfunção endócrina. Podemos observar alterações nos funcionamentos de glândulas como pâncreas, adrenais e tireoide. Na espécie felina, a glândula mais atingida é o pâncreas, predispondo ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 com resistência insulínica, e até podendo tornar-se um diabético tipo 1. A feliz noticia é que se a obesidade for diagnosticada precocemente pode haver tempo de reverter os malefícios dessa doença crônica. Nos felinos, a proteína é construtora e energética e a gordura energética. Vitaminas e minerais são microelementos essenciais e entram como fatores importantes no processo de síntese energética. A ingestão hídrica ideal para gatos saudáveis gira em torno de 60 a 70 mL por kg de peso corporal, e o oxigênio, como base importante da formação 18 NUTROLOGIA VETERINÁRIA de ATP. Na espécie felina, a insulina desejada é estimulada por aminoácidos (metabolismo das proteínas), o que mais uma vez demonstra a necessidade de redução dos carboidratos da dieta desses animais. Quando o carboidrato adentra o organismo, maior quantidade de insulina indesejada deve ser produzida, e ela acaba sendo estimulada de forma exacerbada. A insulina é adipogênica (formadora de gordura), e assim, o gato passa a ter sobrepeso ou obesidade. Metabolicamente, a insulina aumenta a produção de gordura porque inibe o AMPK (proteína quinase ativada por adenosina monofosfato), enzima regulatória do organismo que faz oxidação de gordura, para ela própria poder aumentar a produção de gordura. Como conseqüência, podemos ver aumento de triglicérides. Nesses pacientes, devemos dosar insulina. Felinos, fisiologicamente, apresentam resistência à insulina. Conseguem coordenar o metabolismo da glicose com excelência apenas se ela vier da gliconeogênese do metabolismo das proteínas. O excesso de carboidratos apresenta dificuldades em adentrar o metabolismo felino, e como consequência, gera compostos de glicação avançada fortemente inflamatórios. É importante observarmos, os alimentos para obesos com redução de calorias provindas Figura 1. Porcentagem de gatos com sobrepeso ou obesos nas décadas recentes. Fonte: https://consciouscat.net/2012/01/09/feline-obesity-dont-let-your-cat-become-a-statistic/ de gorduras, com finalidade de emagrecimento. Hoje, julga-se a gordura como vilã e, portanto, estão sendo retiradas de alimentos “convencionais” para obesos. Por outro lado, carboidratos estão sendo acrescidos para completar o déficit calórico dessas formulações, juntamente com excesso de fibras para não ocasionar picos de glicemia pelo excesso de carboidratos. Se pararmos para analisar, o trato gastrointestinal curto dos felinos não é apropriado para receber uma alta quantidade de fibras, mantendo assim, uma distribuição calórica excessiva de carboidratos e fibras, pouca gordura e quantidade moderada de proteínas, distribuição diferente do que seria benéfico à essa espécie. Não conseguimos tratar o paciente felino se não acertarmos o erro metabólico, que na grande maioria das vezes esta relacionado à nutrição. Em resumo, hoje dificilmente encontramos alimentos convencionais apropriados para a alimentação de felinos domésticos. Pensando individualmente no paciente felino, a área de Nutrologia Veterinária com Alimentação Natural devidamente balanceada e suplementada está ganhando espaço e proporcionando uma escolha certa quando se trata em Nutrição felina. CÓD EXAMES PRAZO DIAS 63 Parasitológico de fezes (PET e mamíferos) 1 1090 Teste de reação alimentar felino 7 764 Lipase imunorreativa felina 1 68 Cortisol basal (Quimioluminescência) 1 619 Cortisol basal (Radioimunoensaio) 2 845 TSH (Quimioluminescência) 1 164 T4 Total (Quimioluminescência) 1 147 T4 Total (Radioimunoensaio) 2 74 T4 Livre (Quimioluminescência) 1 73 T4 Livre (Radioimunoensaio) 2 626 T4 Livre pós diálise (Radioimunoensaio) 2 87 Citologia PET 4 19 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA USO DOS PERFIS NUTRICIONAIS Observa-se no Brasil um incremento considerável na produção de alimentos industrializados para cães e gatos, além do aumento de estudos e utilização de alimentos naturais, com dietas formuladas por médicos veterinários nutricionistas e preparadas pelos tutores. Esse crescimento deve-se aos avanços tecnológicos e científicos na busca de uma alimentação balanceada e nutritiva para ser oferecida aos animaisde companhia, além da humanização na indústria pet. A nutrição adequada de cães e gatos é fundamental para a manutenção da saúde destes durante todas as etapas da vida. Na atualidade, o assunto tem despertado cada vez mais interesse em tutores, que têm buscado informações e produtos adequados para seus companheiros. Essa busca por produtos de melhor qualidade, resulta no aumento de investimentos por parte dos médicos veterinários e empresas produtoras de rações, visando oferecer o alimento mais completo possível em níveis nutricionais. Entretanto, como há uma grande variação dos ingredientes utilizados na indústria, existem também formulações de baixa qualidade, que variam de preços em relação ao valor agregado, o que reflete diretamente na saúde dos pets. A alimentação animal tem como objetivo suprir os diferentes estágios fisiológicos, como filhotes, crescimento, manutenção e idosos (sênior). Pesquisas científicas norteiam os requisitos mínimos e máximos ou limites seguros, para os nutrientes nesses diferentes estágios e fases da vida do paciente. Nesse cenário, observa-se que é fundamental uma análise criteriosa do médico veterinário responsável pela saúde do seu paciente, visando avaliar qual programa nutricional é o mais indicado em cada caso. Os novos direcionamentos no ramo de nutrição animal apontam para uma escolha da dieta caseira ou implementação de dietas industrializadas de melhor qualidade como forma de melhoria da pelagem, do trato gastrointestinal, melhora do status imune, manutenção da saúde oral e prevenção de doenças de degenerativas, além do manejo nutricional em diversas condições como nefropatias, cardiopatias, endocrinopatias, obesidades, distúrbios alérgicos, gastrointestinais, entre outros. Os diversos nutrientes e parâmetros devem ser avaliados como um check up e para análise da necessidade de suplementação e até mesmo mudança de alimentação. Pensando nisso, o TECSA Laboratórios elaborou Perfis voltados para mensurar os parâmetros nutricionais em relação às vitaminas, minerais e análises relacionadas ao paciente em específico. Os perfis nutricionais agregam avaliação de vitaminas, minerais, eletrólitos, além de hemograma para confirmação do status geral do animal. O perfil nutricional – vitaminas, minerais e hemograma – avalia por exemplo: Hemograma Completo, Cálcio, Fosforo, Sódio, Vitamina A, B12, C, E, Cobre, Zinco, Magnésio e Ácido Fólico, substâncias importantes em uma dieta balanceada. São oferecidos também os Perfis Nutricionais Completo, Intermediário e Básico, que contemplam além de vitaminas, eletrólitos e hemograma, analitos bioquímicos (como colesterol, triglicerídeos, enzimas e metabólitos) que equacionam todo o status geral do paciente, oferecendo aos profissionais e tutores segurança na escolha da melhor dieta e no acompanhamento dos reflexos da alimentação na vida dos pets. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com um de nossos veterinários, teremos um grande prazer em ajudá-lo! CÓD EXAMES PRAZO DIAS 339 PERFIL OBESIDADE 2 844 PERFIL NUTRICIONAL - VITAMINAS, MINERAIS E HEMOGRAMA 12 1093 PERFIL NUTRICIONAL COMPLETO 10 1092 PERFIL NUTRICIONAL INTERMEDIÁRIO 10 1091 PERFIL NUTRICIONAL BÁSICO 10 20 NUTROLOGIA VETERINÁRIA OBESIDADE CANINA Introdução É cada vez mais freqüente e preocupante, a quantidade de cães obesos atendidos nas clínicas e hospitais veterinários. Segundo o último levantamento da Associação Médica Veterinária Americana, 40% dos cães dos Estados Unidos carregam quilos extras. No Brasil, a estimativa é que 30% dos cães sejam obesos. Má alimentação, sedentarismo, castração e predisposição genética são alguns dos principais vilões do sobrepeso. A obesidade é um distúrbio grave em animais: é fator de risco para problemas respiratórios e cardiovasculares e ainda predispõe a dores nas articulações. O mais difícil é convencer os donos de que a situação é séria e requer tratamento e que eles são os principais responsáveis pela obesidade do seu animal de estimação. Em muitos casos o animal pode até correr risco de vida. Fatores Predisponentes • Má Alimentação Muitos proprietários desconhecem que a maioria das rações disponíveis no mercado atende perfeitamente as necessidades nutricionais dos cães. No entanto, além da ração, muitos proprietários também fornecem petiscos e comida caseira como arroz, feijão e angu fazendo com que o animal ingira mais energia do que gasta (balanço energético positivo) e esta energia excedente é armazenada principalmente em forma de tecido adiposo. É comum abusar de ossinhos, bifinhos e biscoitos que contém muitas calorias (um biscoito médio em forma de ossinho tem cerca de 90 calorias). • Sedentarismo Os cães estão vivendo cada vez mais confinados, muitos vivendo em apartamentos que não possuem área física para se exercitarem e, além disso, acompanham o estilo de vida do dono que mal sai de casa e se o fazem, é somente no momento das necessidades, passando praticamente o dia todo deitados ou dormindo. Quanto mais eles engordam, mais sedentários ficam, e com isso a capacidade de se locomoverem fica mais dificultada. Figura 1: Exemplo de cão obeso (imagem superior) e o mesmo animal no peso ideal (imagem inferior). Fonte: (2) • Castração Cães e cadelas castrados apresentam o dobro da probabilidade de se tornarem obesos – o distúrbio é mais freqüente entre as fêmeas. Com a castração, elas deixam de produzir hormônios que atuam na inibição do apetite e consequentemente comem mais do que o necessário. No caso dos machos, a retirada dos testículos interrompe a produção de hormônios andrógenos, importantes para instigá-los a se movimentar. • Predisposição Genética Cães de algumas raças, como labrador, Golden Retriever, Collie, Cocker Spaniel, Beagle e Dachshund têm predisposição a engordar. Há alterações nos hormônios que controlam a saciedade, como a leptina, produzida pelas células adiposas. Cães obesos têm resistência à substância, ingerindo maior quantidade de alimentos. Sinais Clínicos A obesidade é identificada basicamente pela inspeção visual do animal, pela palpação da quantidade de tecido adiposo no tórax, no dorso e na região pélvica e pela pesagem do animal. Um cão normal deve ter suas costelas facilmente palpáveis e o contorno corporal deve ter forma de ampulheta quando visto de cima. É mais difícil avaliar a obesidade em gatos, por causa da diferente distribuição de gordura nesta espécie. As seguintes alterações são observadas em um cão obeso: •Dificuldade em palpar as costelas; •Ausência de cintura visível; • Necessidade de afrouxar a coleira; • Dificuldade para caminhar; • Locomoção vagarosa; • Respiração curta/ofegante; •Animal dorme mais que o normal. 21 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA Complicações Assim como no ser humano, nos cães a obesidade predispõe a doenças ou agrava as pré-existentes, como por exemplo: - Expectativa de vida diminuída: Já foi demonstrado através de um estudo que durou cerca de 13 anos e analisou 48 Labradores que a obesidade diminui a longevidade em cães. - Doenças osteo-articulares: a obesidade leva a problemas ósseos em todas as idades do cão. Cães filhotes de raça grande, com ingesta excessiva de alimento podem desenvolver Osteodistrofia Hipertrófica, além de piorar sintomas de displasia coxo-femoral. A artrite também pode ocorrer, pois a obesidade aumenta a força sobre as articulações, podendo levar a destruição da cartilagem. Cães obesos podem exacerbar doenças do disco intervertebral piorando o prognóstico. E de certa forma problemas osteoarticulares tendem a complicar a obesidade, pois os animais com dor ficam mais sedentários devido à restrição de atividade física, instalando um círculo vicioso. - Distúrbioscirculatórios: a obesidade aumenta o risco de insuficiência cardíaca congestiva por aumentar as necessidades de perfusão da massa gordurosa desenvolvida. - Condições respiratórias crônicas: ocorre restrição do volume pulmonar, devido aos depósitos de gordura intratorácica, assim como deslocamento do diafragma pela gordura abdominal. - Diabetes mellitus: cães obesos podem desenvolver resistência a insulina endógena, o que pode agravar a intolerância a glicose em animais já predispostos à diabetes. Os cães podem acabar desenvolvendo diabetes tipo 1 (insulino-dependente). - Hipertensão: em condições experimentais demonstrou-se que aumentos ou reduções moderadas no peso corpóreo aumentam ou diminuem a pressão sanguínea arterial média nos cães. - Problemas dermatológicos: tais como dermatite de prega cutânea, seborréia e dermatite por Malassezia podem ser mais comuns em cães obesos. - Risco cirúrgico e anestésico aumentado: O risco anestésico depende da técnica empregada, mas pode haver superdosagem de medicação bem como recuperação anestésica lenta pelo depósito de drogas lipossolúveis na gordura corporal. O tempo cirúrgico, por exemplo de uma cirurgia de castração em fêmeas (ovariohisterectomia) pode ser muito maior numa cachorra obesa. Outras doenças que podem ser induzidas pela obesidade são a hiperlipidemia, lipidose hepática e pancreatite. O animal obeso deve passar por um exame físico completo, além de exames laboratoriais, incluindo hemograma, urinálise, bioquímicos e em alguns casos exames hormonais, para avaliar a possibilidade de causa de base levando a obesidade ou doença concomitante. Bibliografia 1. Canine Obesity – A HUGE Problem…. A place for paws. [Online] 17 de Abril de 2011. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://www. aplaceforpaws.com/blog/canine-obesity-a-huge- problem. 2. Becker, Karen. Why are So Many Pet Owners Allowing Their Companions to Get Fat? Halthy Pets. [Online] 06 de Julho de 2012. [Citado em: 16 de Julho de 2014.] http://healthypets.mercola. com/sites/healthypets/archive/2012/07/06/high- risks-of-pets-obesity.aspx. Apoio Diagnóstico TECSA Laboratórios O TECSA Laboratórios oferece inúmeros exames para o diagnóstico da obesidade e doenças correlacionadas. Os seguintes exames são oferecidos com os respectivos prazos de entrega: CÓD EXAMES PRAZO DIAS 884 PERFIL NUTRICIONAL - VITAMINAS, MINERAIS E HEMOGRAMA 12 1091 PERFIL NUTRICIONAL BASICO 10 1093 PERFIL NUTRICIONAL COMPLETO 10 1092 PERFIL NUTRICIONAL INTERMEDIARIO 10 339 PERFIL OBESIDADE 2 626 T4 LIVRE - DIALISE (PRE- RADIOIMUNOENSAIO) 2 624 T3 TOTAL - RADIOIMUNOENSAIO 2 788 CHECK UP GLOBAL DE FUNCOES COM HEMOGRAMA 1 107 LIPIDES TOTAIS 1 97 COLESTEROL TOTAL E FRACOES (TOTAL+LDL+VLDL+HDL) 1 581 PERFIL GLICEMICO 1 234 URINA ROTINA 1 22 NUTROLOGIA VETERINÁRIA PARÂMETROS CLÍNICOS LABORATORIAIS DE ANIMAIS OBESOS - CORRELAÇÃO COM A DIABETES MELLITUS O acúmulo de tecido adiposo causado por doenças genéticas, endócrino- metabólicas ou por alterações nutricionais é denominado obesidade, podendo levar à diminuição da longevidade e ao desenvolvimento de doenças secundárias. Define-se obesidade como acúmulo de tecido adiposo, correspondente a 15% a mais do que o indivíduo com peso ideal. Existem vários fatores que predispõem ao excesso de peso, como: raça, sexo, idade, fatores genéticos, atividade física e alimentação. Dentre os problemas que a obesidade promove encontram-se a doença musculoesquelética (discopatias e ruptura de ligamento cruzado), diabetes mellitus, doença cardiovascular, comprometimento da competência imunológica, e morte prematura. As consequências da obesidade incluem aumento da incidência de artrite, lipidose hepática, doença do trato urinário inferior dos felinos, incontinência urinária em cadelas castradas, constipação, problemas respiratórios, aumento de risco anestésico e cirúrgico, dermatopatias (piodermites e seborréia) e afecções reprodutivas. Etiologia A diabetes mellitus é uma doença sistêmica crônica cursando com deficiência relativa ou absoluta de insulina. Isso resulta em um desequilíbrio no metabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos e quadro persistente de hiperglicemia. A suspeita desta doença baseia-se nos sinais clínicos clássicos de poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso, glicosúria, além de persistente hiperglicemia de jejum (acima de 200mg/ dL). A glicemia de jejum normal no cão é de 65 a 118 mg/dL, considerando-se o achado de valores de jejum acima de 200mg/dL diabetes mellitus. Diagnóstico As curvas glicêmicas são uma ferramenta valiosa na estabilização e monitoramento de animais diabéticos. Elas fornecem uma avaliação precisa do efeito da insulinoterapia atual e permitem indicar as mudanças na dose ou frequência de administração da insulina, tornando- se fundamentais na investigação de diabético instável. Entre outras coisas Fonte:http://www.affordavetac.com/ Fonte: http://henriettahosp.com/overweight-pets/ CÓD EXAMES PRAZO DIAS 39 HEMOGRAMA COMPLETO 0 105 GLICOSE - GLICEMIA 1 124 CURVA GLICEMICA 1 277 GLICOHEMOGLOBINA - HEMOGLOBINA GLICOSILADA 2 103 FRUTOSAMINA 1 1000 INSULINA ENDÓGENA CANINA 5 1001 INSULINA ENDÓGENA FELINA 5 243 COLESTEROL TOTAL 1 97 COLESTEROL TOTAL E FRACOES (TOTAL+LDL+VLDL+HDL) 1 175 ELETROFORESE DE COLESTEROL 3 381 HDL - COLESTEROL FRACAO HDL 2 380 LDL - COLESTEROL FRACAO LDL 1 392 VLDL - COLESTEROL FRACAO VLDL 1 113 TRIGLICERIDEOS 1 234 URINA ROTINA 1 324 PERFIL BIOQUIMICO 1 339 PERFIL OBESIDADE 2 581 PERFIL GLICÊMICO 1 332 PERFIL GERIÁTRICO II 2 1093 PERFIL NUTRICIONAL COMPLETO 10 1092 PERFIL NUTRICIONAL INTERMEDIÁRIO 10 1091 PERFIL NUTRICIONAL BÁSICO 10 844 PERFIL NUTRICIONAL – VITAMINAS, MINERAIS E HEMOGRAMA 12 elas ajudam a mostrar a eficácia da insulina e as concentrações máximas e mínimas de glicose no sangue e quando estas ocorrem. A obesidade é uma síndrome que deve ser diagnosticada e tratada corretamente. Devido aos inúmeros efeitos deletérios que ela pode promover no animal, o ideal é a prevenção desta doença, com uma dieta adequada para a idade e a raça do animal e exercícios físicos regulares. Após o diagnóstico, recomenda-se identificar doenças que possam causar intolerância a glicose. Para este fim, perfil bioquímico sérico, urinálise e hemograma devem ser requisitados. Bibliografia •Tese - DISTÚRBIOS METABÓLICOS EM ANIMAIS OBESOS Heloisa Celis da Silva 1; •Revista Clínica Veterinária, Ano XIX, n 112 setembro/outubro, 2014 23 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA Different types of humoral immune reactions occur at this point; IgE, IgG and IgA reactions. The production of immune complexes activate cell responses and the complement system leading to inflammation. With the progression of the lesions, the digestion and absorption become distressed. Normally during the digestion process, oligopeptides pass through the enterocytes which cleave them into amino acids which are released in the basal membrane. They penetrate the blood vessels and can be transported. When there is malfunction of the epithelial wall function intercellular interactions weaken making the inflammatory process to continue. Consequently, there is an increased penetration of peptides, food fragments and microorganisms. In the normal digestive process, the integrity of the mucosal wall regulates the permeability. In the affected membrane, the microvilli become sparse, and the intercellular spaces widen. The immune system fights the penetration of the external particles with a combination of humoral and cellular responses (dendritic cells, macrophages and eosinophils). Cellular responses end in the secretion of tissue degrading enzymes and inflammation. THE HESKA FOODREACTION TEST(FRT) CANINE & FELINE Summary Adverse food reactions (AFR), may induce a dysfunction of the intestine’s mucosal barrier, disturb the normal protein digestion process and lead to incontrollable mucosa permeation. Normal digestion of the proteins contained in food results in the production of amino acids. In patients with adverse food reactions, non- completely digested proteins can traverse the intestinal wall and elicit local inflammatory responses. The FRT test identifies immune reactions to food components. It indicates which food sources may be best suited for the control of adverse food reactions. Immune reactions (IgE and IgG types mainly) are affected by CCDs (cross- reactive carbohydrate determinants). Anti-CCD antibodies must be blocked to obtain accurate results. The FRT test incorporates a CCD blocking step. Prevalence of adverse food reactions Adverse food reaction is defined as a reaction to dietary components (1). The incidence of adverse food reactions may affect 20 to 35% of atopic dogs. Due to the complex nature of this condition, clinicians may differ in the reported prevalence frequency. Clinical aspects related to Adverse Food Reactions The period between the food ingestion and the appearance of symptoms depend on the type of the reaction involved, the degree of patient sensitivity and the time the adverse food reaction has been occurring. The most common clinical sign is non- seasonal pruritus (2,3,4). However, gastrointestinal symptoms like loss of appetite, weight loss, abdominal pain, vomiting, persistent diarrhoea and/or constipation, flatulence, borborhygmus, etc. may also be indication of adverse food reactions. Planning elimination diets to confirm the diagnosis of a food adverse reaction is problematic and their rate of success is somewhat deceptive. The inflammatory mechanism of the intestinal wall Adverse food reactions are susceptible to damage the microvilli and cell junctions of the intestinal cells allowing the transit of undigested proteins, food particles and microorganisms from the intestine to the basal membrane. Defense mechanism reactions which take place start an inflammatory process. The illustration below shows a comparative of the normal and a damaged intestine mucosa. 24 NUTROLOGIA VETERINÁRIA The Food Reaction Test (FRT) FRT is a serum test, ELISA based designed to identify immune reactions to food components. The FRT measures a combination of IgE, IgG (1 to 4 subclasses) and IgA reactions. Use of the FRT test The results of the FRT are aimed at identifying immune reactivity against food components. The results are employed to determine if a diet change might be necessary. If FRT recommendations are followed, signs of improvement are expected within 2-3 weeks following a diet change. It is suggested maintaining the patient for 6-8 weeks on the successful diet to allow the intestinal mucosa to fully recover (5). Do Cross Reactive Carbohydrate Determinants (CCDs) interfere with food testing? CCDs are carbohydrate structures in plants that can elicit immune reactions in pets (6). CCDs are present in most plant foods and they affect the measurement of humoral immune reactions. Studies demonstrate the presence of anti-CCD antibodies in foods (7). In dogs, it is observed that 60-75% of patients show CCD reactions against food plants. The CCD reactions must be blocked before testing to obtain accurate results (8). The FRT test includes and anti-CCD reaction blocking step. Food Reaction Test allergen panel The FRT tests the reactions for 12 animal and 12 plant food components. Animal proteins Plant proteins Chicken egg Corn Fish-mix Wheat Rabbit White Potato Trout, lake Rice Lamb Sweet Potato Cow milk Barley Beef Carrot Turkey Soybean Tuna Green Bean Salmon Oat Chicken Pea Pork Brewer’s yeast References 1. Adverse reactions to food: a gastroenterologist’s perspective. Gianella P. Veterinary Allergy, 1st ed. 2014 John Wiley & Sons, Ltd. Ch 17, 115-118. 2. Cutaneous manifestations of food hypersensitivity. Carlotti D.N. Veterinary Allergy, 1st ed. 2014 John Wiley & Sons, Ltd. Ch 16, 108-114. 3. Prevalence of adverse food reactions in 130 dogs in Italy with dermatological signs: a retrospective study. Proverbio D. et al. Journal of Small Animal Practice 2010; 51: 370-374. 4. A prospective study on canine atopic dermatitis and food-induced allergic dermatitis in Switzerland. Picco F. et al. Veterinary Dermatology 2008; 19: 150-155. 5. Mucosal damage and recovery of the intestine after prolonged preservation and transplantation in dogs. Takeyoshi I. et al. Transplantation 2001; 71(1): 1-7. 6. Human IgE Antibodies Against Cross- Reactive Carbohydrate Determinants. Hemmer W. P. Kosma and S. Mueller-Loennies (eds.), Anticarbohydrate Antibodies, DOI 10.1007/978- 3-7091-0870-3_8, Springer-Verlag/Wien 2012. 7. Carrot allergy: double-blinded, placebo- controlled food challenge and identification of allergens. Ballmer-Weber BK et al. J Allergy Clin Immunol 2001; 108:301–307. 8. IgE cross-reactivity between corn and potatoes in dogs is mediated by classic cross-reactive carbohydrate determinants. Olivry T et al. 30th European Veterinary Dermatology Congress. Sort communication. P 148. 25 NUTROLOGIA VETERINÁRIA ISSN 2358-1018 www.vetsciencemagazine.com.br NUTROLOGIA VETERINÁRIA UMA CIÊNCIA EM EXPANSÃO Número 21 MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA ALTERAÇÕES NO PERFIL LIPÍDICO DE CÃES OBESOS E SUAS IMPLICAÇÕES CLINICAS MV. MSc. Eduardo Braghirolli Zaneli Cada vez mais presente na rotina clínica, a obesidade é considerada a doença de maior frequência na vida moderna, com incidência superior a 50% em cães (Corbee, 2013). A obesidade reduz a longevidade e predispõe ao desenvolvimento de uma série de outras doenças, tais como desordens dermatológicas, problemas cardiorrespiratórios, ortopédicos e desordens metabólicas como redução da tolerância à glicose, resistência insulínica, diabetes tipo 2 e hiperlipidemia (Greco, 2002; Gayet et al., 2004; German, 2006; Germann et al., 2009). Apesar de considerada uma desordem essencialmente nutricional, também estão envolvidos fatores genéticos, sociais, culturais, metabólicos e endócrinos, que determinam um caráter multifatorial à patologia (Case et al., 1998). Estes fatores promovem o desequilíbrio entre o gasto e o consumo energético diário, levando a um balanço calórico positivo que é acumulado na forma de gordura e resulta no ganho de peso e mudanças na dinâmica metabólica (McCrory et al., 2000; Lund et al., 2006). A literatura sugere que os cães sejam considerados em sobrepeso quando apresentam gordura corporal acima de 15% e obesos, quando a porcentagem está acima de 30% (Lewis et al., 1994). O tecido adiposo tem como principais funções o estoque de energia, proteção dos órgãos, e é responsável pela síntese e secreção de diversos hormônios e citocinas inflamatórias (Zoran, 2010). Por conta desta função metabólica, a obesidade crônica é capaz de levar ao aumento significativo das concentrações plasmáticas de triglicérides e/ou colesterol (Jeusette et al., 2005). O termo hiperlipidemia refere-se ao aumento da concentração dos lipídeos séricos. As desordens lipídicas são relativamente comuns nos cães e podem ser de origem primaria ou secundária. As causas primarias são incomuns e geralmente associadas com raças específicas que apresentam um defeito primário no metabolismo de lipoproteínas (como Schnauzers e Pastores de Shettland). Já as causas secundárias, podem ser desencadeadas não somente pela obesidade, mas por outras enfermidades como pancreatite, hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, diabetes mellitus, linfomas e até leishmaniose. Avaliação laboratorial das desordens lipídicas A primeira estimativa pode ser feita no momento de coleta e armazenagem da amostra de sangue ou plasma
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