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177Campos Eletromagnéticos Física hemoglobina é submetida a um campo magnético, onde são emitidas microondas com freqüências controladas, no momento em que as mo- léculas da amostra entram em ressonância com a freqüência emitida, essa freqüência é medida e assim é possível obter informações sobre as ligações moleculares. Que tal buscar em livros, revistas e até mesmo na Internet o que devemos considerar para que uma substância seja classificada como ferromagnética, diamagnética ou paramagnética. Isso será muito im- portante para o entendimento do comportamento biomagnético dos animais. Paralelamente, realize a seguinte experiência: pegue um pedaço de ferro e passe sobre ele um imã várias vezes e no mesmo sentido. Em seguida aproxime o ferro de alguns metais. Que conclusões, a partir de sua pesquisa, você pode tirar dessa experiência? Escreva um texto e apresente-o para discussão com seu professor e colegas. PESQUISA E que tal essa: campos magnéticos contribuindo na “vidinha” de formigas e abelhas! Biomagnetismo: orientação magnética Embora o magnetismo seja conhecido desde a antigüidade, e a Terra considerada como um “grande ímã” (dipolo magnético), a ação magnética deste campo nos seres vivos começou a ser estudada recen- temente. No século 18, o médico vienense Franz Anton Mesmer (1734-1815) lançou a teoria de que todos os seres vivos seriam constituídos por um ‘flui- do magnético’, o que permitia que fossem influenciados por campos mag- néticos. Com base nessas idéias, ele acreditou que poderia ‘curar’ doen- ças através do contato do corpo com ímãs e outros objetos imantados, e daí passou à prática. (ARAÚJO, B. D., et al, p.24, 1999) Nessa época, Franz Anton Mesmer não poderia imaginar que seres vivos geram campos magnéticos. Esse campo de pesquisa é atualmente dividido em dois: magneto- biologia (estuda os efeitos produzidos por campos magnéticos nos or- ganismos) e Biomagnetismo (pretende fazer a medição dos campos gerados por seres vivos). 178 Eletromagnetismo Ensino Médio Desde microorganismos até abelhas, formigas, peixes e pássaros, entre outros seres vivos, respondem a campos magnéticos. Nesses animais já foram encontradas partículas magnéticas produzidas pelo próprio organismo. Essas partículas são muito pequenas e, na maioria das vezes, constituídas de óxido de ferro fortemente magnetizado. Nos organismos unicelulares, essas partículas se encontram no ci- toplasma (meio entre o núcleo e a membrana celular, constituído na sua maioria de água e proteínas), produzindo um momento magnético para orientá-los de acordo com as linhas de força do campo magnéti- co terrestre. Entretanto, nos animais que tem organismos mais comple- xos, com células especializadas, esse processo é chamado de magne- torecepção, envolvendo células nervosas, o que até hoje não está bem compreendido, existindo hipóteses isoladas, ou ainda, específicas pa- ra determinados animais. Agora, vamos nos preocupar em especial com os insetos sociais, como as abelhas e formigas (himenópteros) e os cupins (isópteros), que vivem em comunidades organizadas. Dentre as abelhas, a espécie mais estudada tem sido a Apis mellifera, por sua agressividade e produtividade. No abdômen destas, encontram- se dois tamanhos de magnetita, o que tem levado a compreensão da misteriosa dança das abelhas (os primeiros estudos sobre esse comportamento foram realizados por Karl von Frisch, o que lhe garantiu, o prêmio Nobel em 1973), realizada quando voltam à colméia para avisar sobre ao alimento encontrado. Devido ao clima tropical e as florestas, existem muitas e muitas es- pécies de formigas em nosso país. Estudos vêm mostrando o efeito de campos magnéticos no comportamento das formigas. Atualmente as pesquisas indicam dois possíveis tipos dessa influência: efeito magne- to-cinéticos e o magneto-dinâmicos. Sobre o efeito magneto-cinético, existem estudos realizados por Kermarrec (1981), com a espécie Acromyrmex octospinosus. Esses es- tudos demonstraram sensibilidade das formigas a campos magnetos- táticos. Já em 1993, Anderson e Vander Meer observaram a espécie Solenopsis invicta, conhecida como “lava pés”, e perceberam diferen- ças no tempo da formação da trilha para buscar alimentos, devido a variação do sentido de campos magnéticos. O mesmo foi analisado por Klotz (1887), mas não confirmou o experimento. Para o efeito magneto-dinâmico, encontram-se estudos realizados em 1986 e 1998, com a espécie Aecophylla smaragdima. Os estudos mostraram que a influência do campo magnético não é predominan- te, mas sim outros estímulos, como luz e feromônios (característicos de cada sociedade). Contudo, na ausência desses estímulos, o campo magnético é utilizado para orientação.
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