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Nutrição e Biodisponibilidade de Nutrientes Prof. Jackeline Rodrigues Aula 2 e 3 Agenda Biodisponibilidade de Vitamina A Nomenclatura, estrutura química e função; Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento; Fatores que interferem na biodisponibilidade (processamento do alimento, características genéticas, doenças, ciclo da vida, interações alimento-nutriente, nutriente-nutriente, droga-nutriente, álcool, tabaco e outros); Vitamina A expressa em U.I. 1 U.I. = 0,3 mcg retinol / 0,34 mcg retinil acetato ou 0,6 mcg de b-caroteno Nomenclatura e Estrutura química A estrutura química da vitamina A (retinoides e carotenoides;600) foi determinada entre os anos 1940 e 1950. O retinol é um álcool primário que contém um anel β-ionona com cadeia lateral insaturada O retinal é o aldeído derivado da oxidação do retinol. O ácido retinóico é o ácido derivado da oxidação do retinal. Retinol desidrogenase Para que um composto apresente atividades de vitamina A ou pró-vitamina A, ele deve apresentar algumas semelhanças estruturais com o retinol, como: (1) ter ao menos um anel βionona intacto e não oxigenado e (2) ter uma cadeia lateral isoprenoide com terminação de uma função de álcool, aldeído ou carboxila (Figura 1). O retinal e o retinol podem ser facilmente interconvertidos. O ácido retinoico é o ácido derivado da oxidação do retinal. Este ácido não pode ser reduzido no organismo e, assim, não pode originar retinal ou retinol. o acetato de retinil e o palmitato de retinil são utilizados em sua forma sintética, para a fortificação de alimentos 4 Nomenclatura e Estrutura química Vitamina pré-formada – 3-deidrorretinol – vitamina A2 Peixes de água doce e anfíbios 30 a 40% da atividade biológica do retinol Função Os retinóides são essenciais para: visão (a vitamina A é componente dos pigmentos visuais das células cones e bastonetes – rodopsina). reprodução e crescimento ( diferenciação celular) – síntese se testosterona manutenção dos tecidos epiteliais (xeroftalmia - ressecamento e irritação da conjuntiva ocular e da córnea, resultando em opacidade e infeção) B-caroteno também têm funções orgânicas: Antimutagênico, anticarcinogênico e antioxidante: Para que um composto apresente atividades de vitamina A ou pró-vitamina A, ele deve apresentar algumas semelhanças estruturais com o retinol, como: (1) ter ao menos um anel βionona intacto e não oxigenado e (2) ter uma cadeia lateral isoprenoide com terminação de uma função de álcool, aldeído ou carboxila (Figura 1). A rodopsina, o pigmento visual dos bastonetes na retina, consiste em 11-cis-retinal 6 ligado especificamente à proteína opsina. Quando a rodopsina é exposta à luz, ocorre uma série de isomerizações fotoquímicas, as quais resultam no desbotamento do pigmento visual e a liberação de todo-trans-retinal e opsina. Esse processo origina um impulso nervoso, que é transmitido pelo nervo óptico para o encéfalo. Anticancer - 6 Fontes alimentares Vitamina A pré-formada – Retinol ou retinoides( origem animal) – (fígado, leite, ovos, óleo de peixe) Carotenóides ( origem vegetal) - (vegetais folhosos verde-escuros, legumes e frutas amarelados e/ou verde-escuros) Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento A absorção acontece no intestino delgado (retinol - em condições normais, cerca de 70 a 90% do retinol da dieta é absorvido)- A absorção de carotenóides, precursores de vitamina A é menos eficiente, em torno de 10 a 50%. Depende da integridade da parece celular das plantas quanto do conteúdo de gordura da dieta. e dependem da ingestão de gorduras e da ação dos sais biliares e esterases pancreáticas para absorção intestinal. Veremos a frente.... Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento Após absorção, são transportados através do sistema linfático até o fígado, onde são estocados em grande quantidade (retinil éster) (50 a 80%). Para ser liberada é novamente transformada em retinol e no sangue circulam ligados à proteína carreadora de retinol e a transtirretina. Por isso essas proteínas podem ser utilizadas como indicadoras do estado nutricional da vitamina A. Quando as reservas hepáticas de vitamina A são baixas, ocorre um acúmulo de RBP no fígado. Veremos logo a frente o por que! Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento Metabolismo: absorção, transporte É no intestino que acontece a conversão de proretinoides em retinol. Um parte é convertida e utilizada pelol organismo, outra parte é transportada por quilomícrons até o fígado onde é armazenado. 12 Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento . Quando a quantidade ingerida de vitamina A ingerida for maior do que a necessidade, a absorção é completa e o excesso da vitamina A é eliminado nas fezes. Em concentrações circulantes da vitamina A muito baixas podem ocorrer sinais clínicos de Xeroftalmia, apesar das reservas hepáticas de retino estarem adequadas. Por que?? 1. Síntese prejudicada de RBP pelo fígado * 2. Dificuldade de liberação do retinol das reservas hepáticas *Há um síntese prejudicada de RBP (decorrente da deficiência de zinco) – globulina que transporta a vitamina A até os tecidos periféricos. Metabolismo: digestão, absorção, transporte, utilização, excreção e armazenamento; Quando a ingestão aumenta e a concentração no fígado atinge valores superiores a 70micromol/kg, um via diferente aumenta o catabolismo do retinol- excreção na urina e na bile. > excreção do excesso de retinol. Porém..... Ingestões muito alta saturam o sistema acima e? Os esteres de retinila armazenados nas células estelares do fígado são vagarosamente liberados para as células do parênquima para o catabolismo, e o retinol tem efeito tóxico crônico. Métodos utilizados para estimar a biodisponibilidade de vitaminas concentração da vitamina disponível endogenamente ___________________________________________________________________ concentração total da vitamina no alimento Ensaio Biológico Estudo de balanço: é oferecida, aos voluntários, uma quantidade conhecida do nutriente teste na dieta e pela diferença entre a quantidade ingerida do nutriente e a excretada nas fezes, verifica-se a absorção aparente. A biodisponibilidade de um nutriente não deve ser confundida com o conteúdo de vitamina presente no alimento. Métodos utilizados para estimar a biodisponibilidade de vitaminas O método que consiste em utilizar alimentos contendo isótopos marcados intrínseca ou extrinsecamente, permite que haja o monitoramento do nutriente ou de seus metabólitos por todo o corpo durante o processo de digestão, absorção e utilização do nutriente. A determinação pode ser feita diretamente no sangue, tecidos, urina e fezes. Concomitantemente, pode-se obter informações sobre sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Isótopos estáveis Fatores que afetam a biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides quantidade de vitamina A ingerida a influência de outros nutrientes ou componentes do alimento na sua absorção, como vitamina E, proteínas, gordura estado nutricional dos indivíduos idade dos indivíduos *em alimentos e formulações alimentícias Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Bioconversão Os carotenóides só são convertidos a vitamina A após a absorção, fator este modulado por: Ligação molecular Quantidade ingerida de carotenóides ( variação nos alimentos) Matrix alimentar – como este carotenóide está disposto na matriz Betacaroteno dissolvido em óleo é absorvido mais facilmente que o betacaroteno de alimentos O corte do espinafre aumenta a concentração plasmática de luteína em 14%, vs a folha intacta A cocção aumenta o conteúdo de carotenóides em vegetais – facilidade na extração da matrix ocasionada pelo rompimento da parede celular. O tratamento a vaporparece aumentar a concentração de carotenóides extraídos do espinafre e cenoura. Altas temperaturas aumentam a dbiodisponibilidade de licopeno no suco de tomate. Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Atenuantes da absorção Absorção dos carotenóides é dependente da presença de lipídios ( incorporação nas micelas), logo é necessária a presença de lipídios no intestino. A) 5g de óleo numa refeição – suficiente para melhorar o estado nutricional relativo a vitamina A Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Inibidores da absorção: Olestra (poliéster de sacarose- gordura artificial)- interfere na biodisponibilidade de licopeno e betacaroteno Margarina com esteróis – reduz a absorção de betacaroteno Suplementação com pectina - reduz a absorção de betacaroteno Fibra alimentar – aumenta a excreção Drogas que inibem a absorção de lipídios – reduzem a concentração sérica de carotenoides Consumo de álcool – Depleção de vitamina A hepática Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Estado Nutricional Comprometimento da absorção nas seguintes situações: Diarreia Infecção intestinal Infestações por parasitas Ascaris lumbricoides Altera a morfologia da mucosa intestinal Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Estado Nutricional Limitação de proteínas na dieta ( estudo em ratos) – reduz atividade enzimática e influencia diretamente na produção da RBP. Redução do consumo de zinco – desempenha função essencial na síntese de RBP. Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Fatores genéticos Variabilidade genética - polimorfismos no gene que codifica receptores no enterócito. Podem aumentar ou reduzir a absorção Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Interações Ferro Ratos anêmicos – Baixa concentração de retinol plasmático e estoques normais de vitamina A no fígado, mesmo quando alimentados com ração rica em vitamina A Sugere-se que a deficiência de Ferro e Vitamina A caminham juntas... Deficiência de vitamina A prejudica a mobilização de ferro dos estoques. Suplementação concomitante > efetiva no aumento da concentração da hemoglobina Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Interações Zinco - Animais: a concentração de retinol circulante e hepático declina na deficiência de zinco e aumenta com a repleção. Contribui para a conversão na conversão de betacaroteno em vitamina A – enzima retinal redutase é dependente de zinco. Ratos: deficientes em zinco apresentam redução significativa na produção da rodopsina Suplementação – melhora da adaptação ao escuro em pacientes suplementados com zinco Biodisponibilidade da Vitamina A e carotenóides Interações 1. Carotenóides x luteína? - Competem por micelas, captação intestinal e transporte linfático. Estudos mostram que ao receber doses concomitantes de luteína e caroteno- havia redução absortiva de luteína. 2. Betacaroteno x licopeno? - O Betacaroteno aumenta a absorção de licopeno Referências Bibliográficas https://www.scielo.br/pdf/rn/v18n4/25850.pdf https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3042718/pdf/nutrients-03-00063.pdf http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-06222003000400004 Livro Biodisponibilidade de Nutrientes – Silvia Cozzolino – Capítulo Vitamina A.
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