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Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 1 o é de extrema importância o DIAGNÓSTICO da situação (fase inicial do planejamento); Finalidades básicas de um Diagnóstico Educativo: Levantar a necessidade REAL de um programa educativo específico (estudo preliminar da situação); Fornecer subsídios para o planejamento do programa; Estabelecer uma “linha de base” para a posterior avaliação do programa. Para a realização do Diagnóstico Educativo, talvez seja necessário: Metodologia própria: entrevistas e discussões em grupo com pessoas que têm conhecimento de causa, líderes de organizações, inquérito sócio-econômico, etc. Avaliação Nutricional (inquérito alimentar, antropometria, etc); Pesquisa motivacional, observação direta e levantamento de conhecimentos sobre nutrição. É necessário considerar o maior número de perspectivas relevantes e integrar as pessoas-alvo no processo de desenvolvimento da hierarquia dos problemas. Importante identificar os recursos institucionais, financeiros, humanos e materiais. O Diagnóstico Educativo consiste em descobrir: Qual é o problema do grupo-alvo; Quais os componentes cognitivos (conhecimento sobre nutrição), afetivos (sentimentos, opiniões e valores com relação à prática da alimentação) e situacionais (poder aquisitivo, recursos, alimentos) do comportamento alimentar envolvidos; Quais os recursos disponíveis (humanos e materiais). A metodologia para levantar esses dados varia conforme o público-alvo. Ex: tratamento individual anamnese alimentar; se for um grupo, faz-se o diagnóstico através de entrevistas individuais, discussão em grupo, aplicação de formulários ou questionários, etc. Bom diagnóstico condição indispensável para a eficácia de programas educativos. 2. DETERMINAÇÃO DE OBJETIVOS Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 2 Antes de iniciar qualquer trabalho é preciso definir claramente o que se espera conseguir com ele e qual a HIERARQUIA dos problemas. O “para que” do programa educativo é expresso através do seu OBJETIVO GERAL. A finalidade do programa educativo é sempre o bem-estar físico, mental e social e desenvolvimento de atitudes que conduzem à saúde. O êxito do programa educativo depende, em última instância, da mudança de comportamento do educando é preciso que ele deseje isso. Os objetivos devem expressar as mudanças pretendidas nos indivíduos, mediante um conjunto de experiências que lhe serão proporcionadas (o que deve ser mudado?) OBJETIVOS ESPECÍFICOS. A determinação de objetivos inclui três fases: SELEÇÃO a seleção adequada dos objetivos exige um conhecimento o mais profundo possível do público-alvo. Deve estar de acordo com os seguintes critérios: Interesses do público-alvo; Características socioeconômico-culturais da população; Recursos materiais e humanos disponíveis; Embasamento científico dos comportamentos esperados; Possibilidade de avaliação posterior desses objetivos. REDAÇÃO DE OBJETIVOS deve indicar claramente o comportamento esperado numa determinada situação, de maneira que qualquer pessoa possa identificar se o comportamento pretendido foi adquirido ou não. Para tanto, deve: Incluir sempre um comportamento expresso por um verbo. Ex: citar, ingerir, explicar; Referir-se a algum objeto ou conteúdo. Ex: citar.....o quê? Ingerir.....o quê? “as gestantes deverão ingerir fígado pelo menos uma vez na semana" – Comportamento: ingerir / Objeto: fígado. Ser redigido em termos de público-alvo e não em termos de quem pretende a mudança. Ex: “As gestantes deverão......” e não “Fazer com que as gestantes.....”. Explicitar, quando possível, a situação e adequação do comportamento desejado. Ex: “Após o programa educativo, as gestantes deverão ingerir Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 3 fígado pelo menos uma vez por semana” – Situação: após o programa educativo / Adequação: pelo menos uma vez por semana. Utilizar sempre os termos mais precisos, ou seja, que não se prestem a várias interpretações: Termos mais precisos Definir Relacionar Comparar Resumir Enumerar Selecionar Ingerir Participar Identificar Explicar Citar Descrever Empregar Aplicar Formular Utilizar Termos menos precisos Aprender Conhecer Pensar Entender Saber Motivar Captar Compreender Conscientizar ORDENAÇÃO DOS OBJETIVOS podem ser classificados em gerais e específicos: GERAIS permitem que se tenha visão de uma meta final do programa, como um todo. Às vezes podem conter termos menos precisos porque são mais amplos – Ex: Contribuir para que as gestantes adotem práticas alimentares adequadas. Utilizam-se verbos abertos de sentido amplo adquirir, apreciar, aperfeiçoar, capacitar, compreender, conhecer, desenvolver, contribuir, etc. ESPECÍFICOS indicam comportamentos mensuráveis que o público- alvo deve apresentar ao longo do programa educativo. Evidenciam a consecução do objetivo geral (estão contidos no objetivo geral). Ex: As gestantes deverão citar três razões por que devem ingerir hortaliças, frutas, leite e carne diariamente; As gestantes deverão formular cardápios diários equilibrados; As gestantes deverão ingerir os alimentos sugeridos, nas quantidades recomendadas, diariamente. Utilizam-se verbos no sentido fechado anotar, apontar, caracterizar, calcular, coletar, determinar, definir, descrever, detectar, enumerar, explicar, escolher, elaborar, identificar, planejar, preparar, responder, etc. Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 4 Os objetivos devem: respeitar as características da população, ser consistentes, positivos, realistas, realizáveis, ser de interesse da população alvo, estar de acordo com as características socioeconômicas e culturais da população, estabelecida a partir do conhecimento científico do comportamento esperado, possibilitar avaliação posterior. 2ª FASE PLANEJAMENTO DO PROGRAMA Elaboração dos projetos: * Planejamento organizatório (objetivos/metas, procedimentos e orçamentos) * Determinação das fases de avaliação 3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Corresponde ao conjunto de temas que devem ser tratados no programa educativo. Como o comportamento alimentar envolve conhecimentos, atitudes e ações, os conteúdos devem ser definidos de forma ampla e abrangente, atingindo estas dimensões do comportamento. Para despertar no educando o desejo de participar da atividade educativa Apresentação de incentivos oferecer subsídios para a população sobre sua necessidade e direito à alimentação saudável, incentivar organização social para obtenção do alimento, promover participação ativa e consciente do indivíduo para obtenção e consumo do alimento e desenvolvimento de práticas alimentares saudáveis. O programa educativo deve apresentar conteúdo informativo onde são ministradas noções de nutrição, higiene e eventualmente, também, assuntos diversos para os quais se deva chamar outros profissionais. A informação mínima, desejável para que as pessoas tenham uma alimentação saudável, deve abranger os seguintes temas: Importância da alimentação para a saúde total do indivíduo; Composição dos alimentos; Importância dos nutrientes; Necessidades nutricionais do indivíduo ao longo da vida, com ênfase aos estados fisiológicos especiais; Carências nutricionais; Dieta equilibrada; Seleção, conservação e preparo de alimentos. Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 5 Transferência de conhecimentos teóricos para a prática requer reflexão do educando sobre o assunto necessário elaborar conteúdo reflexivo (onde aluno possa discutir, avaliar possibilidades e limites para aplicação dos conhecimentos). Cuidado com a transmissão excessiva de conhecimentos !!! – pode ser importante parao nutricionista, mas inacessível ao receptor principal causa de insucesso nos programas. DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – Sugestão de Roteiro 1. Identificar quais comportamentos devem ser realmente mudados (analisar os objetivos comportamentais definidos); 2. Relacionar informações técnicas consideradas indispensáveis para as mudanças comportamentais pretendidas; LEMBRE-SE: Ninguém precisa ser um especialista em nutrição para selecionar adequadamente sua alimentação !!! 3. Definir o conteúdo que será desenvolvido com finalidade predominantemente motivacional. Ex: “Importância do aleitamento materno para a prevenção de doenças infantis”, ou “Benefícios da alimentação correta para a estética”; 4. Distribuir os temas selecionados por unidades do programa (dos mais simples aos mais complexos, analisando o tempo disponível); 5. Elaborar esquema do conteúdo de cada tema, tendo em vista: Conhecimento técnico-científico atual sobre o tema considerar os que realmente são indispensáveis para a compreensão do assunto e mudança pretendida; Estratégia motivacional estabelecida para o tema; Características do público-alvo; Vocabulário adequado ao público (não utilizar palavras no diminutivo ou linguagem infantil as palavras e expressões devem fazer parte do universo cognitivo do público) 6. Após seleção da metodologia, desenvolver o conteúdo programático, de modo a possibilitar a transferência da aprendizagem (da situação de ensino para a vida prática do educando). Para favorecer a transferência de aprendizagem, o educador deve: OBJETIVO COMO? EXEMPLO Criar no aluno atitude Mostrando ao aluno em que Aos ensinar “grupos de alimentos”, Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 6 positiva em relação à possibilidade de transferência desse assunto para a vida prática. situações da vida prática aqueles conhecimentos serão aplicados. dizer aos alunos que eles devem utilizar este conceito todas as vezes que forem planejar um cardápio ou pedir um lanche na lanchonete, etc. Criar situações no ambiente formal de ensino, que ofereçam ao aluno a oportunidade de descobrir por si a possibilidade de transferência. Usando técnicas de fixação que permitam a aplicação dos conhecimentos em situações novas. Propor problemas tipo “formule um cardápio equilibrado” ou faça um cardápio de um dia para um adolescente, que contenha um litro de leite; Num treinamento de pessoal, solicitar que façam uma demonstração de tarefas específicas no momento da aula. OBJETIVO COMO? EXEMPLO Desenvolver o conteúdo segundo os objetivos, intenções e experiências do aluno. Conhecendo de antemão em que situação o aluno vai desenvolver aquele conteúdo e para quê ele deseja recebe-lo. Se o trabalho for feito com donas-de- casa, o conteúdo deve envolver receitas e preparações culinárias; se o trabalho for feito com jovens, se deve discutir com eles como promover as mudanças alimentares, considerando o ambiente familiar ou escolar; Dar exemplos e exercícios extraídos da realidade do aluno. Estar consciente de que a transferência é proporcional à inteligência do aluno, e que os menos inteligentes precisam ser mais trabalhados. Enfatizando mais, para estes, as medidas propostas nos itens anteriores. Dar exemplos, tarefas e exercícios suplementares para os que apresentam maior dificuldade. 4. METODOLOGIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL É o conjunto de procedimentos que visam alcançar os objetivos da educação com o mínimo de esforço e o máximo de rendimento. A educação nutricional tem por objetivo a mudança de comportamento e precisa de considerações metodológicas básicas: Deve ser integrada aos programas de educação em saúde da comunidade; Recrutar educadores da própria comunidade obtenção de melhores resultados do que “especialistas estranhos” (atitudes, valores, vocabulário e condutas diferentes); Locais ideais os freqüentados pelo público (residências, igreja, escola, centro de saúde, etc.); Principal sucesso quando educandos buscam voluntariamente o programa; Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 7 É indispensável a participação ativa do educando; Discussões em grupo, troca de opiniões e experiências são estratégias aconselhadas para a obtenção de mudanças de atitudes; Preleções 30 min quando o público não tem hábito de situação escolar e até 50 – 60 min para pessoas habituadas à escola; Utilizar métodos e técnicas que permitam ao educando observar, experimentar, comparar, discriminar, caracterizar, selecionar, concluir, transferir a aprendizagem e finalmente agir. Todos os seres humanos podem aprender e mudar suas práticas, independente da idade e sexo, ou condições sociais. 5. MEIOS MULTISSENSORIAIS A seleção de métodos e técnicas a serem utilizados tem por finalidade facilitar a aprendizagem (aumentar a possibilidade de mudança de comportamento). Os métodos ativos são os mais eficazes o educando não é um mero receptor de dados. Todo método deve conduzir o educando a criticar, pesquisar, julgar, concluir, sintetizar, REFLETIR. Métodos de Ensino Dados retidos após 3 h Dados retidos após 3 dias Somente oral 70% 10% Somente visual 72% 20% Oral e visual 85% 65% Fonte: Socondy-Vacuum Oil Co Studies, citada por Ferreira, OMC e Silva Jr., Recursos audiovisuais para o ensino, São Paulo, EPU, 1975. In: Motta, DG; Boog, MCF, 1987. A aprendizagem se faz de maneiras distintas pelos cinco sentidos: 1,0% através do paladar 1,5% através do tato 3,5% através do olfato 11% através da audição 83% através da visão RECURSOS AUDIOVISUAIS Funções: Apresentar o estímulo; Dirigir a atividade e a atenção do educando; Fornecer o modelo para o comportamento final desejado; Orientar a direção do pensamento; Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 8 Induzir à transferência do conhecimento; Avaliar o rendimento da aprendizagem; Fornecer elementos insinuadores externos. Vantagens: Proporcionam experiências que facilitam a reflexão e a compreensão; Despertam o interesse dos alunos; Possibilitam exemplificação mais concreta; Permitem uma aprendizagem mais rápida e eficiente; Facilitam a explanação; Estimulam a participação ativa do educando. Em Educação Nutricional os recursos auxiliares mais comumente utilizados são alimentos verdadeiros, representações de alimentos no flanelógrafo (fotos, desenhos, modelos em plástico, cera, tecido, papel), “cartas de baralho” ou “quebra- cabeças” com figuras de alimentos, fantoches, máscaras (alimentos ou personagens), fantasias (alimentos ou personagens), quadro de escrever, utensílios e equipamentos, filmes, etc. CUIDADOS: tamanho da letra, espaçamento entre as letras, palavras e linhas, estilo e cores utilizadas para as letras. C A F É (ERRADO) CAFÉ (CERTO) CORES: utilizar as opostas, que geram contraste como: laranja e azul, amarelo e roxo, verde e vermelho, ou trios harmônicos como: vermelho-amarelo-azul, verde- lilás-alaranjado que servem para cartazes e murais. Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 9 Cores complementares aquelas que estão opostas no Círculo das Cores. São contrastantes entre si. O vermelho é complementar ao verde. O azul é complementar ao laranja. O amarelo é complementar ao roxo. Cores análogas aquelas que estão vizinhas no Círculo das Cores. São próximas entre si. Por exemplo: - Amarelo / Amarelo-esverdeado / Verde - Azul / Azul-arroxeado / Roxo - Vermelho / Vermelho-alaranjado / Laranja - Azul / Azul-esverdeado / Verde Observação: uma composição com cores complementares (contrastantes) sempre possibilita maior destaque que uma composição com cores análogas. Cores quentes predominam os tons de vermelho, amarelo e laranja. Caracterizam-se como cores vibrantes, alegres, agressivas, sensuaisetc., dando, inclusive, a sensação de calor. São cores associadas à época do verão. Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 10 Cores frias onde predominam os tons de azul, verde e roxo. Caracterizam-se como cores melancólicas, tristes, que proporcionam a sensação de calma e recolhimento (aconchego) - portanto não são vibrantes. São cores associadas à época do inverno. Cores neutras não há predomínio de tonalidades quentes ou frias. São cores neutras os tons de preto, branco, cinza, marrom e bege. O que considerar para a escolha dos recursos: Características do público nível de instrução, capacidade de abstração, características culturais, condições socioeconômicas. Objetivos e conteúdo programático. Evitar excesso de recursos para não desviar atenção (dispersão). Recursos disponíveis o local possui energia elétrica para projetores, água, quadro de escrever, álbum seriado, projetores ou vídeo? A comunicação é um processo complexo, contínuo e dinâmico. Para fins didáticos podemos esquematizar: Quem? ...................................... você – planeja o programa educativo Diz o quê? ............................... sua mensagem, conteúdo, estilo Por qual canal? ....................... rádio, TV, jornais, revistas, cartazes, aula A quem? .................................. seu público Com que resultado? .............. mudanças de conhecimento, atitudes, práticas Funções: Apresentar o estímulo; Dirigir a atividade e a atenção do educando. 3ª FASE DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA Execução (realização e controle atual/do sucessor) Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 11 Avaliação (atividades, resultados, custos – possibilidade de ampliação ou reformulação) 6. AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS EDUCATIVOS AVALIAR É MEDIR, COMPARAR E CONCLUIR. É o processo para determinar o valor ou volume do êxito na consecução dos objetivos pré-estabelecidos. A avaliação não deve ser realizada apenas no final do programa educacional. Ela deverá ser um processo contínuo que se inicia com o planejamento de medidas e continua além da fase programa-projeto, sob a forma de pós-avaliação. O que avaliar no início do programa? (Avaliação diagnóstica): Conhecimentos, atitudes, práticas alimentares, tabus e crenças, práticas de seleção, conservação, preparo e consumo de alimentos, prática de aleitamento materno, etc. Características do público: grupo etário, escolaridade, ocupação, renda, interesses, motivações, necessidades sentidas, canais de comunicação. Avaliação Formativa (durante o programa): Aceitação do programa pelo público (ex: frequência às atividades programadas); Cumprimento das atividades previstas; Consecução dos objetivos específicos no decorrer do programa (testes escritos, perguntas orais, demonstrações técnicas, após o desenvolvimento de cada atividade do programa); Repercussão e efeitos imprevistos, positivos ou negativos, do programa. Avaliação Somativa (final da programação ou programa): Mudanças obtidas nos conhecimentos, atitudes e práticas relativas à nutrição (situação final das atitudes e práticas alimentares comparadas à inicial); Grau de mudança (% do público que adquiriu novos hábitos); Recursos humanos envolvidos; Custo total do programa; Número de atividades realizadas (aulas, reuniões, etc); Recursos materiais utilizados. Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 12 Avaliação processo contínuo, presente em todas as fases do programa educativo; Mudança de comportamento não costuma ocorrer em curto prazo e nem sempre perduram; Em educação nutricional avaliação deve ser realizada logo após o programa (para medir aquisição de conhecimentos), em médio prazo (mudanças de atitudes e práticas retidas até aquele momento) e em longo prazo (mudanças permanentes). Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 13 7. MODELO PARA PLANEJAMENTO DE UM PEAN Público-sujeito: (1) Período: (4) Local: (2) Horário: (5) Carga Horária: (3) Objetivo Geral: (6) Datas (7) Objetivos Específicos (8) Conteúdo Programático (9) Estratégia (10) Avaliação (13) Responsáve is (16)Método s (11) Recursos Audiovisuais (12) Instrument os (14) Critério s (15) 1. Público-sujeito: clientela, público, beneficiários do programa, grupo de indivíduos com os quais se vai desenvolver o programa. 2. Local: onde as atividades educativas serão realizadas. 3. Carga horária: duração total, em horas, das atividades que serão desenvolvidas. 4. Período: quando o programa será desenvolvido. 5. Horário: dias da semana e horário das atividades. 6. Objetivo Geral: meta final do programa, o que se espera atingir com o programa, mudanças pretendidas. 7. Datas: de cada unidade do programa. 8. Objetivos específicos: comportamentos mensuráveis que o público-sujeito deverá apresentar ao longo do programa. 9. Conteúdo programático: informações técnico-científicas que deverão ser transmitidas em cada uma das unidades do programa, traduzidas para a linguagem do público; temas; assuntos. 10. Estratégia: forma pela qual o conteúdo programático de cada unidade será transmitido; métodos e recursos que serão utilizados para que as informações transmitidas se traduzam em mudanças comportamentais. 11. Métodos: individuais (entrevistas), de grupo (palestra, painel, simpósio, etc) ou de público (rádio, TV, jornais, etc.). “Modo de fazer” do processo educativo. 12. Recursos audiovisuais: materiais auxiliares, recursos instrucionais (quadro de giz, transparências, filmes, flanelógrafo, etc.). 13. Avaliação: processo para verificar até que ponto os objetivos foram atingidos. 14. Instrumentos de avaliação: recursos utilizados para a coleta e registro dos dados a serem avaliados. Fichas de observação, roteiros para exercícios orais ou escritos, questionários, formulários, testes objetivos. 15. Critérios: normas pré-fixadas para indicar em que nível a mudança obtida será considerada Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 14 16. satisfatória. Ex: 30% de acertos ou mudança de práticas em pelo menos 70% dos participantes. 16. Responsáveis: elementos que desenvolverão cada uma das unidades do programa. Nome e qualificação profissional. EXEMPLO: PROGRAMA DO CURSO “ALIMENTAÇÃO E SAÚDE” Clientela: Mães de pré-escolares Período: cinco semanas (de abril a maio, 2020) Local: escola “Y”, da periferia de São Paulo Horário: às 2ªs feiras, das 8 às 10 horas Carga Horária: dez horas Objetivo Geral: Promover a saúde dos pré-escolares por intermédio do incentivo a práticas alimentares adequadas. Datas Objetivos Específicos As mães deverão: Conteúdo Programático Estratégias Avaliação Responsáveis Métodos Recursos Audiovisuais Instrumentos Critérios 04/05 Unidade 1 Demonstrar consciência do direito do ser humano a alimentação adequada; Explicar a importância da alimentação saudável, completa, variada e agradável para a saúde física, mental e social do ser humano. Comer bem para viver bem O direito à alimentação Alimentação e saúde Preleção com participação dirigida Flanelógrafo Roteiro de perguntas orais 90% de acertos Nutricionista s 11/05 Unidade 2 Enumerar as funções dos alimentos; Agrupar os alimentos segundo suas funções; Citar as características da dieta equilibrada; Compor um cardápio equilibrado. Planejando a alimentação da família Funções dos alimentos Grupos de alimentos Características da dieta equilibrada Composição de cardápios Preleção Tarefa dirigida Flanelógrafo Figuras de alimentos Exercício com figuras de alimentos Composição de cardápios com figuras de alimentos 90% de acertos Nutricionista s Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 15 18/05 Unidade 3 Citar e explicar as necessidades alimentares especiais do pré- escolarCriança que Come bem, Cresce e Aparece Importância da alimentação adequada para o crescimento e desenvolvimento do pré- escolar Preleção Discussão em grupo Ilustrações Flanelógrafo Roteiro de perguntas orais 90% de acertos Nutricionista s Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 16 8. PLANEJAMENTO DE AULA A aula é o momento em que se efetiva o processo ensino-aprendizagem. O plano de aula é: Uma PREVISÃO de todas as atividades que deverão acontecer durante a aula; Uma REFLEXÃO sobre o que vai ser feito e como vai ser feito. Onze etapas para preparar uma aula: 1. Analisar o tema e os objetivos; 2. Selecionar a bibliografia básica; 3. Ler todos os textos e proceder a uma segunda seleção; 4. Selecionar os incentivos motivacionais; 5. Desenvolver o conteúdo; 6. Adaptar o conteúdo ao método; 7. Selecionar os exercícios para fixação e transferência da aprendizagem; 8. Preparar a conclusão da aula; 9. Confeccionar os recursos audiovisuais; 10.Elaborar os instrumentos para avaliação da aprendizagem; 11. Preparar uma ficha da aula (usar durante a aula – “lembrete” com tópicos mais importantes). ELEMENTOS DO PLANO DE AULA 1. Cabeçalho: local data horário duração público-alvo tema responsável Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 17 2. Objetivos 3. Desenvolvimento da aula (incentivos motivacionais, conteúdo, fixação e transferência da aprendizagem) 4. Estratégia (métodos, recursos audiovisuais) 5. Avaliação da Aprendizagem (instrumentos, critérios) 6. Bibliografia Educação Alimentar e Nutricional Profa. Juliana Ripoli 18 EXERCÍCIOS 1. Defina os critérios e instrumentos de avaliação de uma aula sobre “Preparo de Hortaliças” para auxiliares de cozinha de um serviço de alimentação. 2. Defina os critérios e instrumentos de avaliação de um programa de orientação nutricional para controle de peso. 3. Defina os critérios e instrumentos de avaliação de um programa educativo para incentivo ao aleitamento materno. 4. Elabore planos de aula para os seguintes temas: a. Planejamento da dieta equilibrada Público-alvo: mães de alunos de 1º grau de uma escola em sua cidade. b. Aleitamento materno Público-alvo: gestantes que freqüentam uma unidade sanitária para o “pré-natal”. c. Higiene dos alimentos Público-alvo: manipuladores de alimentos de um serviço de alimentação. d. Merenda escolar Público-alvo: merendeiras da rede oficial de ensino.
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