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AULA 3 METODOLOGIA DE GESTÃO DE PROJETOS TEMA 1 – ANTES DO INÍCIO DO PROJETO Projetos podem ser iniciados pelas mais diferentes necessidades e são de grande valia para as instituições. Por meio deles, inovações, adequação legal ou até mesmo criação de valor são inseridos nas empresas. Assim, é importante o conhecimento das informações necessárias para um otimizado gerenciamento de projetos. Mais do que isso, é importante conhecer todo o entorno dos projetos e sua relação com o progresso das atividades. Em relação a esse ponto, vale salientar a existência de diversas informações importantes que devem ser entendidas e relacionadas antes do início do projeto. É sobre isso e os momentos iniciais do gerenciamento de projetos que discutiremos nesta aula. Para que os projetos atinjam seus objetivos, antes de mais nada, é importante perceber determinadas informações. Precisamos levar em consideração a estratégia da empresa, seu momento atual e a relação que ela estabelece com os colaboradores. Essas informações darão mais assertividade aos projetos e adequação em relação a seu resultado. É preciso entender que o projeto não é algo isolado na instituição, muito pelo contrário. Ele faz parte da empresa, integrando-se com todos os elementos organizacionais. Assim, levar em conta toda essa estrutura auxiliará em como o projeto pode ser realizado. Juntamente à estrutura organizacional, vale salientar a importância de dois instrumentos iniciais para melhor otimização da experiência com projetos, que são a elaboração de um correto Business Case e a constituição de um Termo de Abertura para o projeto. 1.1 Business Case Business Case é um documento utilizado nos momentos iniciais dos trabalhos de determinado projeto. Para algumas instituições, ele pode ser chamado de plano para o gerenciamento de benefícios do projeto. A intenção principal é que ele contenha informações com propostas executivas para o projeto. Segundo o PMBOK (2017, p. 30), “o business case é um estudo documentado de viabilidade econômica, usada para determinar a validade dos benefícios de um componente selecionado que não tenha definição suficiente e que seja usado como uma base para a autorização de novas atividades de gerenciamento de projetos”. Na verdade, este instrumento faz uso de uma lista com os objetivos indicados para o projeto, além das razões para sua execução. Ele é importante porque ajuda a medir o sucesso ao final das atividades relativas ao projeto. Assim, pode conter dados relativos à necessidade do negócio, uma análise da situação, recomendações e avaliações. No momento da execução das atividades, não deve ser muito claro para os interessados coletar informações sobre uma identificação e análise de riscos apurada. Porém, é importante que o documento contenha esse tipo de informação para nortear os trabalhos subsequentes. Ainda, não basta ser apenas uma identificação de riscos, este documento pode conter a identificação dos critérios para as ações relativas ao projeto. A utilização destes critérios é importante para o planejamento do projeto, pois auxilia em como o gerenciamento das ações pode ser elencado. Um exemplo de categorização pode considerar três dimensões das ações – necessário, desejável e opcional. Essas três categorias de ações podem ser úteis para uma possível utilização em situações determinadas. Elas podem auxiliar no curso de ações para cada ambiente, indicando um comportamento realmente desejável, até mesmo uma ação considerada opcional para com as ações do projeto (PMBOK, 2017). O documento de Business Case pode, portanto, fornecer uma base para realizar a medição de benefícios do projeto, juntamente do progresso de todo o ciclo de vida. Ele pode ser utilizado como um documento vital na comparação de resultados obtidos, com critérios e objetivos previamente identificados. Nesse sentido, é importante relacionar a função do Business Case com os objetivos estratégicos da instituição. Para que o projeto opere de maneira a alcançar os objetivos propostos, todos os documentos devem refletir e fazer referência a uma orientação maior: o planejamento estratégico da empresa. Ou seja, informações sobre política de lucros da empresa, concorrência atual, cenário político, intenções da instituição para os próximos cinco anos, por exemplo, devem ser levadas em consideração. 1.2 Termo de Abertura O termo de abertura é uma excelente e importante ferramenta para marcar os momentos iniciais do projeto. Ele é utilizado, principalmente, para conceder autoridade ao gerente de projeto e para comprovar a existência do projeto na instituição. Sua utilização demonstra a abertura de um projeto e prepara os envolvidos a serem relacionados a atividades futuras no projeto. Segundo Batchelor (2013, p. 32): Não é necessário que esse documento seja um plano detalhado de como você vai realizar cada etapa do projeto, mas que seja estruturado para dar aos stakeholders (especialmente àqueles ligados à aprovação do orçamento e dos recursos) uma noção do que está previsto. É conhecido como sumário do projeto, documento de escopo, resumo estratégico ou termo de abertura do projeto. Assim, mesmo que autorizada a criação do projeto na instituição, a formalização do termo de abertura é importante porque auxilia na comunicação interna, na busca formal por aprovação e, consequentemente, transmite segurança para os envolvidos. Desenvolver o termo de abertura é um passo inicial fundamental para a organização do projeto. Figura 1 – Termo de Abertura Crédito: Rawpixel.com/Shutterstock. Um termo de abertura deve conter: informações iniciais sobre o escopo do projeto; orçamento; prazo; identificação inicial dos envolvidos; análise inicial de riscos já visualizados; justificativa para o projeto; estimativa de recursos necessários para a conclusão das atividades. De maneira geral, tais informações, mesmo que em âmbito inicial, servirão como base para o desenvolvimento de importantes trabalhos no planejamento. Assim, na fase de planejamento do projeto, todas essas informações serão refinadas e as atividades organizadas para a conclusão do projeto. Porém, um dos maiores benefícios do termo de abertura é a indicação de um gerente do projeto. É neste documento que será conferida autoridade a uma pessoa ou um grupo de pessoas, responsabilizadas pelo sucesso ou insucesso do projeto. Depois da nomeação deste centralizador de informações para com o projeto, as atividades subsequentes podem ser planejadas de maneira mais otimizada. O termo de abertura serve como documento legal que reconhece a autoridade do gerente de projeto, bem como a concepção do projeto em si, na organização. Ele servirá como linha de base para os trabalhos relacionados ao gerente de projetos, e por isso deve conter informações iniciais para a sequência das atividades (Vargas, 2016). TEMA 2 – INTEGRAÇÃO E PLANEJAMENTO DO PROJETO O ato de gerenciar a integração é fundamental para o alcance do sucesso do projeto. Neste sentido, é vital indicar que a integração se preocupa com toda a sincronia entre as áreas de gerenciamento ao mesmo tempo. Assim, ela se atenta ao gerenciamento de cronograma, escopo, comunicação, riscos e todos os outros. O trabalho é realizado em todas as fases do projeto, e essa ação é importante principalmente pelo prisma da análise e do monitoramento de mudanças ao longo do projeto. Ações que geram mudanças em partes do projeto podem ocorrer por todo do tempo em alguma das áreas gerenciadas, seja por motivos financeiros, cronograma e escopo, entre vários outros motivos. Uma das mais importantes ações no gerenciamento de integração é monitorar todas essas possibilidades ao longo do projeto. Assim, a existência de um planejamento consistente que contemple ações identificadas para os eventos de mudanças é importante. 2.1 Realização do Controle Integrado de Mudanças Uma das maiores certezas com relação a projetos é quemudanças certamente acontecerão. Mesmo em projetos com baixo nível de complexidade e grande experiência da equipe, eventos diversos podem acontecer e comprometer alguma área do projeto. Por isso, a existência de um contingenciamento é importante. Todas as informações sobre contingenciamento devem ser contempladas em um planejamento que preveja futuras alterações. É o caso prático, por exemplo, de uma alteração com relação aos custos. Os custos podem ser alterados por um evento de inflação, não bem idealizado, para a compra de determinado insumo importante para o projeto. Assim, na fase do planejamento, é importante destinar determinada quantia para utilizar neste tipo de evento. Um bom planejamento pode evitar reuniões desnecessárias e delicadas sobre o tema de destinação de recursos adicionais (Batchelor, 2013). Uma forma eficiente de realizar o gerenciamento de mudanças é atribuir um pouco de formalismo à comunicação em projetos. O formalismo não pode ser entendido como introdução de burocracia, mas como uma forma de sistematizar o recebimento de informações sobre mudanças. Muitas vezes, o responsável pelo projeto recebe a informação sobre uma possível alteração de forma pouco detalhada. A falta de detalhes pode comprometer a identificação real da mudança, bem como as áreas que serão impactadas. Uma identificação de mudanças não pode ser recebida com uma conversa de elevador, por assim dizer. Para que o evento de mudança seja realmente coletado e tratado, sugere-se o preenchimento de um formulário ou cadastro com informações mais detalhadas sobre a mudança. Assim, informações sobre a descrição da mudança em si, sua magnitude aparente e pontos preliminares de impacto no projeto devem ser considerados. Esse tipo de análise sobre mudanças deve acontecer ao longo do projeto e ser realizado por todos os envolvidos. A definição de atuação para cada evento de mudança pode ser restrita a determinado grupo no projeto, contudo, a identificação das possíveis mudanças é de responsabilidade de todos. Por isso, essa ação é identificada como pertencente à área de integração do projeto. Ela não está definitivamente alocada em uma área específica, mas sim diz respeito a todo o projeto. 2.2 Gerenciamento de Escopo O gerenciamento de escopo do projeto diz respeito à área de gerenciamento responsável pelo trabalho que será realizado pela equipe. De acordo com Vargas (2016, p. 57): O gerenciamento de escopo tem como objetivo principal definir e controlar os trabalhos a serem realizados pelo projeto de modo a garantir que o produto, ou serviço, desejado seja obtido através da menor quantidade de trabalho possível, sem abandonar nenhuma premissa estabelecida no objetivo do projeto. Dessa forma, uma consideração importante é o entendimento de que o escopo do projeto deve ser realizado na íntegra com o que foi previamente definido. No universo corporativo, é comum a visualização de atividades relacionadas a projetos sem relação com o escopo, ou que são executadas para a criação de alguma funcionalidade que não está previamente determinada. Assim, uma importante identificação é a análise do escopo que não será realizado, para que a equipe realmente se ocupe nas atividades que atendam alguma premissa do projeto. É comum, no entanto, a existência de projetos já concebidos sem um escopo realmente definido. Isso ocorre de maneira bastante corriqueira em projetos ágeis. Em diferentes organizações, é necessário conceber um projeto em que as premissas de escopo ainda serão validadas em sua íntegra, ou serão descobertas com o passar das atividades. Nestes, por serem mais complexos, a existência de um planejamento se torna ainda mais relevante, visto que o escopo não está completamente definido. Uma ferramenta importante a ser realizada no planejamento do projeto é a criação de uma Estrutura Analítica do Projeto (EAP) para controle do escopo. A EAP nada mais é do que a ação de decompor o escopo do projeto em pacotes de trabalho menores e que, em conjunto, atendam ao projeto. De acordo com o PMBOK (2017, p. 129), a criação da EAP pode ser entendida como o “processo de subdividir as entregas e o trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis”. A intenção principal é melhorar o controle e a previsão de atividades que cumprirão o objetivo do projeto. Essa é uma das mais importantes atividades do projeto, pois, após a criação desta EAP, diversas outras áreas se valerão de tais informações para previsão, como cronograma, custo, qualidade e recursos alocados em projetos. Figura 2 – Estrutura Analítica do Projeto Crédito: Astel Design/Shutterstock. Gerenciamento e atenção para com o escopo são vitais para que o projeto cumpra sua intenção. Para que isso seja realizado, indica-se a proximidade com todos os envolvidos, principalmente os que utilizarão o produto criado pelo projeto. Essa interação constante fará com que o trabalho tenha aderência com a utilização, sendo possível atingir o sucesso de maneira potencializada. TEMA 3 – GERENCIAMENTO DE CRONOGRAMA O gerenciamento do tempo para a conclusão de um projeto é fator de muita discussão no ambiente organizacional. Por isso, a gestão e a atenção a esta temática se fazem necessárias. De maneira geral, o gerenciamento de cronograma dá atenção a questões de tempo para a conclusão de todas as atividades relacionadas com o projeto. Por isso, o envolvimento dos responsáveis diretos para cada atividade é fundamental. Somente com a correta sinalização de tempo destinado para cada atividade é possível completar os trabalhos relacionados ao projeto. 3.1 Atenção ao Tempo Destinado ao Projeto Segundo Clements et al. (2014), o gerenciamento do tempo está intimamente ligado aos recursos utilizados no projeto. É com o correto planejamento do tempo que será possível estimar quais e quantos recursos devem ser alocados ao longo do projeto. Também com um bom planejamento de cronograma e sequenciamento das atividades será possível conhecer o quanto de trabalho precisa ser realizado para a conclusão do projeto. Nesse sentido, é importante enfatizar que, para que o correto planejamento de cronograma seja realizado, é preciso criar uma também correta EAP. Estas ferramentas se complementam, visto que uma se concentra em indicar quais trabalhos precisam ser realizados para completar o projeto e outra na indicação de quanto tempo cada um destes trabalhos compreenderá. O gerenciamento de cronograma tem a maior parte de suas atividades relacionadas ao grupo denominado planejamento. Ou seja, no momento do planejamento do projeto é que as questões sobre a duração das atividades devem ser realizadas. Assim, na etapa de execução, basta aos responsáveis monitorar questões relativas ao cronograma das atividades e realizar alterações necessárias. É importante indicar que, nos momentos iniciais do projeto, principalmente na criação do tempo de abertura, questões sobre tempo de duração do projeto já devem ser abordadas, no entanto, trata-se de indicações iniciais que nem sempre devem ser aceitas pela equipe do projeto. Por isso, é muito importante a fase de planejamento do projeto, na qual as atividades serão decompostas para verificar se o tempo inicialmente indicado pode ser atendido com os recursos disponíveis. Caso a restrição de tempo seja muito importante para um projeto, então, no momento do planejamento, deve-se planejar o número e a experiência que a equipe do projeto deve apresentar. Para contar com pessoas externas ao projeto, esta é a oportunidade de visualizar como as empresas ou os envolvidos externos podem auxiliar. Quando as entregas devem ser realizadas é uma das importantes idealizações nesta fase do projeto. Uma das técnicas que pode auxiliar neste momento é a utilização de um material sobre lições aprendidas em projetos anteriores. Muitas informações já são de conhecimento da instituição quanto a questões de tempo emprojetos, porém, o que se necessita é um lugar, sistema ou pasta, em que podem ser encontradas informações sobre esta temática. A utilização de informações de projetos anteriores pode auxiliar nos pontos de experiência negativa ou positiva obtidos em projetos passados, tanto com relação à equipe do projeto quanto com empresas que prestam serviço à organização. Vale lembrar que este tipo de ferramenta pode auxiliar não somente a gestão de cronograma, mas também outras áreas do gerenciamento de projetos, como custo, qualidade e riscos. TEMA 4 – GERENCIAMENTO DE CUSTO A gestão de custos de um projeto é uma área muito dinâmica. Porém, assim como no gerenciamento de cronograma, também no gerenciamento de custos, o maior número de atividades relacionadas a ele ocorre na fase de planejamento do projeto. Após os custos serem planejados, basta realizar um monitoramento dos valores alocados no projeto ao longo das atividades. 4.1 Realização do Gerenciamento de Custo O gerenciamento de custo pode ocorrer em dois momentos centrais nos projetos. Inicialmente, com a realização do planejamento e a criação do orçamento do projeto, e posteriormente, com o controle dos custos alocados para o cumprimento das atividades. Segundo Carvalho (2014), o gerenciamento de custo se atenta a questões relativas ao controle dos valores globais, e visa manter o projeto no orçamento aprovado. Alguns projetos utilizam-se de um fluxo de caixa que contempla entradas e saídas, porém, em outras realidades, os projetos têm apenas valores alocados como saída, para que, posteriormente, com o protótipo concluído, sejam realizadas entradas de caixa. Todas essas movimentações financeiras devem ser levadas em conta nesta área de gerenciamento, principalmente sobre dois prismas: o do orçamento e o do controle. No quesito orçamental, vale destacar que deve ser realizado por completo, envolvendo o maior número de interessados possíveis, principalmente no momento de análise de valores para cada atividade indicada para o projeto. Aqui, mais uma vez, a utilização da EAP pode ser de grande valia. 4.2 Criação do Orçamento do Projeto O momento de criação do orçamento e, principalmente, quando existem alterações nesta área, demanda do gerente de projeto e da equipe grande atenção e controle. Segundo Batchelor (2013, p. 73): Se o responsável pelo projeto lhe pedir que mude o escopo de um projeto, o que acarretará aumento de orçamento [...], reabra o orçamento, modifique os custos e volte a fechá-lo. De outro modo, mesmo que outros aspectos do projeto ficassem dentro do previsto, pareceria que você “estourou” o orçamento! Nesse sentido, grande atenção deve ser dada aos custos ligados a contratos nos projetos. Alterações de escopo podem impactar em mudanças de custos ligadas a pessoas externas ao projeto e orquestradas por força de contrato. Este pode ser um exemplo de que alterações em projeto, monitoradas na área de integração, podem acarretar mudanças em diversas outras áreas. Por isso, a integração e, principalmente, o controle de mudanças são tão importantes. Somente com este tipo de ação realizado de maneira integrada é possível entender os reais impactos das mudanças e corrigir o curso das atividades do projeto, tanto de custos como de cronograma ou mesmo escopo. Figura 3 – Custos e orçamento Crédito: Wipas Rojjanakard/Shutterstock. Na construção do orçamento do projeto, a atividade de estimar os custos é vital. Ela pode ser entendida como o processo de desenvolver uma estimativa de custo dos recursos alocados no projeto. A intenção é quantificar o valor total necessário para completar cada atividade (PMBOK, 2017), mais um exemplo de ação a ser realizada no planejamento do projeto. Claro que podem surgir mudanças ao longo do cumprimento das atividades. Neste momento, deve-se atentar para a realização da alteração, bem como os seus desdobramentos, e posteriormente, fechar a estimativa. Em algumas atividades, pode ser difícil mensurar o valor necessário para conclui-las. Isso se deve ao aumento da complexidade dos projetos e à concorrência no mercado atual. Para facilitar este tipo de ação, é importante a realização de uma técnica chamada estimativa de três pontas. Segundo o Guia PMBOK (2017), a estimativa de três pontas reúne informações de três cenários possíveis e leva todas em consideração para a criação de uma estimativa única. A ideia é a criação de uma estimativa que contemple um único valor e seja realizada pelos envolvidos na atividade. Para que essa técnica útil seja realizada, basta levantar o valor alocado para o cumprimento de uma atividade do projeto levando em conta três diferentes cenários a saber: (cM) cenário provável; (cO) cenário otimista; e (cP) cenário pessimista. Deve-se realizar a soma dos valores de estimativa desses diferentes cenários e dividir o resultado por três. Assim, é possível considerar a totalidade de possibilidades que envolvem o complexo mundo da realização de um projeto. A técnica denominada estimativa de três pontas pode ser entendida conforme fórmula (cM + cO + cP) / 3. De posse das informações de todas as atividades relativas ao projeto, é mais fácil determinar o orçamento e criar um gráfico com o total de valores alocados. Depois do levantamento dos valores, é possível criar um gráfico de orçamento denominado “Curva S”, ou linha de base de custos. Este gráfico é uma representação com os valores agregados alocados por todo o cumprimento do projeto e servirá como base para o controle dos custos do projeto. 4.3 Controle de Orçamento O controle do orçamento diz respeito à evolução das atividades e se concentra em realizar o monitoramento dos valores alocados ao projeto. Essa atividade deve ser realizada ao longo do ciclo de vida do projeto e demanda atenção especial do gerente de projetos. Segundo Batchelor (2013), o bom controle de orçamento se envolve prioritariamente em três diferentes atividades: manter-se o máximo possível dentro do orçamento; informar os custos reais do orçamento do projeto e identificar todas as causas de variações que podem ocorrer. Ainda, é preciso levar em conta que esta atividade é muito importante para o projeto e, se realizada equivocadamente, pode comprometê-lo de modo irrecuperável. O bom controle de orçamento considera informações financeiras de toda a equipe e coíbe excessos. Por isso, necessita de informações reais para a tomada de decisão. Dessa forma, o ato de controlar não acaba por si só. Ele deve ser inspiração para atuação focada no projeto e auxilie na potencialização do resultado das atividades desenvolvidas em conjunto. No orçamento, deve haver uma variação para os valores indicados, assim, o monitoramento deve se atentar a isso e realizar o controle para que não flutue acima dos valores anteriormente indicados. Para projetos que utilizam metodologias ágeis de gerenciamento, como Scrum, o monitoramento de custos, muitas vezes, se torna mais desafiador. Isso ocorre por conta de a equipe do projeto não ter todas as informações de escopo ou mesmo de tempo, dando mais dinamicidade ao projeto, mas demandando maior controle de custo para não superar o orçamento inicialmente destinado para as atividades. Neste sentido, a melhor opção é a realização da técnica chamada Produto Mínimo Viável (MVP), que auxilia no desenvolvimento de um valor que compreenda o mínimo necessário para a atividade. Em projetos ágeis ou com escopo flexível, as atividades devem ser planejadas e monitoradas em sua minúcia para não haver estouro de orçamento. Assim, essa técnica permite o levantamento de ações e seus devidos valores que apresentam apenas o básico do escopo na quantidade mínima de esforço. Com o passar das atividades e a construção do escopo, as informações de valores são alocadas e somadas, representando o valor total do projeto para posterior controle de orçamento. O controle de orçamento para projetos com gerenciamento maiságil ou adaptável deve levar em consideração um valor de contingenciamento a ser utilizado em eventos que envolvam atraso de atividades. Assim, essas duas áreas de gerenciamento de projeto podem ser afetadas em conjunto, pois, em momentos de atraso nas atividades, é possível envolver maiores quantias de valores para a destinação de mais recursos. TEMA 5 – GERENCIAMENTO DE QUALIDADE De maneira geral, o gerenciamento da qualidade do projeto está relacionado à aderência com que o produto do projeto chega aos envolvidos. Mas não somente isso, a qualidade de um projeto não pode ser tratada como um evento incerto que pode ser alcançado ou não pela equipe. Essa área do gerenciamento é ampla e apresenta abordagens importantes para com a política de qualidade da organização, bem como a qualidade pretendida pelo projeto. Essa qualidade deve ser planejada e controlada para que seja possível alcançá- la de maneira satisfatória. 5.1 Qualidade para o projeto O gerenciamento da qualidade deve ser realizado para todos os envolvidos do projeto, assim, internos e externos devem se preocupar com padrões indicados por cada instituição e levar isso em consideração a cada projeto. Na etapa de planejamento, existe uma demanda importante para ser identificada com relação à qualidade, que passa por indicação de requisitos para aceitação do projeto. Para envolvidos externos ao projeto, considerações sobre qualidade devem estar devidamente inseridas em seus contratos. De maneira geral, segundo Clements (2014, p. 99), o gerenciamento de qualidade de projetos está intimamente ligado com o planejamento: É importante planejar para que a qualidade na realização do projeto garanta que o trabalho seja feito de acordo com as especificações e padrões aplicáveis e que as entregas atendam os critérios de aceitação. Planejar para obter qualidade é um item necessário, ainda assim, esquecido ou deixado de lado em um projeto. É bem verdade que, para muitos, os padrões de qualidade estão ligados a custos ou a um acréscimo no tempo destinado para as atividades em projetos. Fora o fato de que algumas instituições não dispõem de tecnologia para dar suporte à qualidade necessária para projetos, tanto nos processos internos quanto na própria capacitação dos recursos humanos. Assim, o planejamento de qualidade também está ligado com o bom senso e o momento vivido por cada instituição. Figura 4 – Planejamento de qualidade Crédito: Dusit/Shutterstock. É importante conhecer os padrões já adotados pelo mercado. Assim, é possível averiguar se o nível de qualidade esperado pelo projeto está aderente com o praticado e, caso se desejem níveis muito maiores do que os existentes, novas ações devem ser planejadas para alcançar essa nova realidade. Existe uma instituição internacional, a International Organization for Standardization (ISO), que tem um arcabouço bastante robusto de níveis de aceitação para serviços e produtos. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) também devem ser considerados. É importante levar em consideração que o custo do projeto tende a aumentar quanto maiores forem os níveis exigidos de qualidade. Assim, esta área de gerenciamento também tem impacto nos custos, por isso a importância do planejamento aliado ao monitoramento constante. Para a realização de um bom monitoramento, é necessário levar em consideração informações oriundas de relatórios para a tomada de decisão. Neste sentido, deve-se planejar como será a comunicação sob o prisma da qualidade, e assim, caso necessário, mudanças devem ser devidamente planejadas para alcançar o objetivo previamente indicado. Informações para com a qualidade do projeto devem ser relacionadas por todo o andamento das atividades. O planejamento é o melhor momento de prever como as entregas serão realizadas, porém, no momento da execução, considerações sobre a qualidade também devem ser analisadas no sentido de comprovar o planejado por meio do que está sendo realizado. REFERÊNCIAS BATCHELOR, M. Segredos de Gerenciamento de Projetos. São Paulo: Editora Fundamento, 2013. CARVALHO, F. C. A. Gestão de Projetos. São Paulo: Editora Pearson, 2014. CLEMENTS, J. P.; GIDO, J. Gestão de Projetos. São Paulo: Cengage Learning, 2014. PMBOK. A guide to the project management body of knowledge. 6. ed. Newtown Square: PMI, 2017. VARGAS, R. V. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. Rio de Janeiro: Brasport, 2016.
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