Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 2 METODOLOGIA DE GESTÃO DE PROJETOS CONVERSA INICIAL No cenário atual, a troca de ideias sobre gerenciamento de projetos está sendo bastante utilizada. É comum o interesse sobre maneiras de potencializar a gestão de projetos nas mais diversas atividades humanas. Onde décadas atrás poderia ser de maior utilização somente para a construção civil, hoje o gerenciamento de projetos tem importância na área médica, no entretenimento e sobretudo na área ligada à tecnologia da informação. Neste aula, iremos conhecer um pouco sobre o histórico do gerenciamento de projetos, quais são os institutos mais reconhecidos que regulam as melhores práticas e as interações existentes no processo de gerenciamento, observadas no mercado organizacional. TEMA 1 – FUNÇÃO DO PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI) A realização de projetos rodeia a vida das pessoas e das empresas por todo o mundo. Nas instituições, a sua utilização pode envolver todos os níveis operacionais. Um exemplo disso é a constatação de que a alocação de recursos humanos para a realização de um projeto pode variar de uma pessoa até mesmo milhões. Assim, eles podem ser executados em 1 hora ou até mesmo em 10 milhões de horas, além do fato que leva em consideração o ambiente em que o projeto acontece, que pode variar de uma pequena organização, ou envolvendo diversos países de diferentes continentes. Nesse sentido, com a ampla gama de possibilidades em que os projetos são constituídos, era importante a centralização de conhecimento sobre as melhores práticas de gerenciamento de projetos, para melhor facilitar o seu acesso e atualização. Nesse contexto, surge o Project Management Institute (PMI), que auxilia nesse processo. 1.1 Função do PMI É difícil citar a evolução do gerenciamento de projetos sem mencionar o papel importante desempenhado pelo PMI. É claro que o gerenciamento de projetos foi desenvolvido pela sociedade humana há milhares de anos para as mais importantes necessidades de cada época. Um exemplo simples: é possível identificar o projeto de construção da Muralha da China, uma construção que engloba aproximadamente 64 mil quilômetros e é um marco na construção civil 2 de todos os tempos. Mesmo naquela época, esse tipo de construção utilizou-se de muito ferramental de gerenciamento de projeto. Continuando com essa visão de linha do tempo, agora para épocas mais recentes, foi vivenciado no início do século XX um grande avanço no campo de coleta de informações gerenciais sobre projetos. Nesse período foi possível identificar a criação do Gráfico de Gantt, a técnica Program Evaluation and Review Technique (PERT) e a estrutura matricial, por exemplo. Todos esses conceitos e técnicas foram desenvolvidos por diferentes institutos ao redor do mundo e são de importante utilização para o gerenciamento de projetos. Então, em meados da segunda metade da década de 60, um grupo de idealizadores criou uma instituição sem fins lucrativos chamada PMI, com o intuito de aglutinar, atualizar e divulgar informações sobre o gerenciamento de projetos. Foi nesse momento que o avanço de utilização de ferramentas sobre o gerenciamento de projetos começou a despertar interesse dos mais diversos ramos de atividade. Figura 1 – Gerenciamento de projetos (1) Créditos: NICOELNINO/SHUTTERSTOCK Com sede nos Estados Unidos, o PMI é a maior associação do gênero no mundo com mais de 650.000 membros associados em mais de 180 países. É claro que existem diversas outras importantes instituições mundo afora que também apresentam informações importantes sobre gerenciamento de projetos, como Association Francophone de Management de Projet (AFITEP, França), ou a Association for Project Management (APM, Inglaterra). 3 Vale salientar que o PMI possui diversas filiais, denominadas chapter em todos os continentes. Aqui no Brasil, existe praticamente uma sede para cada estado. Esse tipo de capilaridade leva o PMI a ser reconhecida como uma instituição muito sólida. Não somente pelo trabalho que realiza, mas também pela grande gama de pessoas interessadas em projetos agregadas a instituição. O PMI também é responsável pela organização de seminários sobre gerenciamento de projetos em todo o mundo, publicações de jornais e revistas periódicas sobre o tema e também é responsável pela publicação mais relevante sobre o gerenciamento de projetos, o livro chamado Project Management Body of Knowledge, mais conhecido como PMBOK, livro que apresenta as melhores práticas sobre gerenciamento de projetos para serem aplicadas nos mais diversos ramos. TEMA 2 – PROJECT MANAGEMENT BODY OF KNOWLEDGE – PMBOK A mais importante publicação do PMI, sem dúvida, é o PMBOK, livro referência mundial sobre práticas de gerenciamento de projetos. Esse livro é resultado de um esforço de gerentes de projetos de todo o mundo que atualizam as ferramentas e técnicas úteis para o seu gerenciamento de projetos. A aplicação efetiva das práticas faz com que o PMBOK seja composto por um grande número de informações relevantes sobre projetos. Assim, o PMI realiza a atualização de práticas eficazes e tenta, com isso, angariar um grande número de interessados sobre o tema mundo afora. 2.1 A importância do PMBOK No final dos anos 60 e início dos anos 70, os responsáveis por projetos não conseguiam obter uma publicação com práticas-chave para melhor desempenhar a sua função. Percebendo este cenário, o PMI angariou o maior número de boas práticas e as copilou em um livro, que ficou conhecida como a primeira versão do PMBOK. Dessa forma, é difícil identificar o criador do PMBOK, que é, sim, uma aglutinação de informações úteis sobre projetos com atualização constante. Assim, se uma prática ou ferramenta útil for desenvolvida ou observada por um gerente de projetos de algum país da Ásia, ela pode ser introduzida no livro por 4 esse gestor. Assim, essa prática pode ser disseminada mundo afora e também servirá de bagagem para outros gestores de projetos. Segundo Gasnier (2012), o PMBOK é um importante guia de orientação profissional sobre projetos. Em síntese, trata-se de uma bibliografia de referência para muitos e uma “bíblia” sobre a atuação em projetos para outros. Seu propósito é principalmente identificar e descrever importantes conceitos, padronização de termos e informações úteis sobre gerenciamento de projetos. Atualmente, o livro está em sua sexta edição e possui tradução para diversas línguas. Apesar de, sozinho, não conseguir deter todo o conhecimento sobre projetos no mundo, é claro que é o maior referencial sobre o assunto na atualidade. Entre os objetivos do Guia PMBOK (2017), é possível destacar os seguintes: promover a aplicação de conhecimentos, processos, habilidades, ferramentas e técnicas realmente importantes e já implementadas para o processo de gerenciamento; fornecer vocabulário sobre o tema para a utilização profissional em debates e na aplicação de conceitos referência para a área; e tornar-se uma ferramenta para orientação dos profissionais, e não apenas uma metodologia. O PMBOK utiliza-se da nomenclatura de boas práticas como o arcabouço de ferramentas e técnicas inseridas no livro. Ele sugere essa nomenclatura até mesmo porque o guia realmente não é uma metodologia para o gerenciamento de projetos. Isso ocorre porque existem práticas que podem não ser úteis para determinados projetos e situações específicas. Se o livro fosse composto por um passo a passo para o gerenciamento de projetos, nesse sentido, seria uma metodologia, porém o que ele apresenta são diversas possibilidades para o gerenciamento de projeto profissional, já utilizadas e testadas em algumas situações ao redor do mundo. O PMBOK também se preocupa com as novas tendências de gerenciamento em voga no mundo. Para isso, ele apresenta algumas práticas emergentes que dão um sinal de um ferramental em ascensão para a prática de gerenciamento de projetos. É importante frisarque o guia PMBOK é composto por capítulos que praticamente indicam um âmbito de atuação do gerente de projetos na sua função. Esses capítulos dão uma dica de foco das práticas apresentadas no livro. Assim, 5 todas as boas práticas citadas circulam por capítulos de gerenciamento importantes para o êxito na experiência em projetos. TEMA 3 – CAPÍTULOS DO PMBOK O PMBOK é uma publicação que organiza as principais práticas reconhecidas para um bom gerenciamento de projetos. Entendendo que cada projeto e cenário possuem suas particularidades, o gerente de projetos junto à equipe deve se cercar de mecanismos que deem um comprovado benefício para a conclusão das atividades. Assim, para melhor organizar o campo de ação dos interessados, o Guia PMBOK é composto por capítulos. Eles constituem o conjunto de conhecimento atual sobre o campo de gerenciamento de projeto e recebem atualizações constantes com práticas novas e aplicadas ao redor do mundo. 3.1 Composição do PMBOK De acordo com Clements e Gido (2014), o PMBOK tem sido um referencial internacional para organizações que necessitem de direcionamento na implantação de métodos eficazes para o gerenciamento de projetos e programas. O guia identifica 10 áreas de atuação que compõem os seus capítulos. Os capítulos de gerenciamento são de vital importância para o trabalho em projetos. Não existe um capítulo mais importante que o outro. Todos eles darão maior arcabouço de gerenciamento aos interessados e constituem os campos de atuação e atualização profissional (Gasnier, 2012). Assim, o Guia PMBOK é composto pelos capítulos: • � Integração; • � Escopo; • � Cronograma; • � Custos; • � Qualidade; • � Recursos; • � Comunicação; • � Riscos; • � Aquisição; • � Partes interessadas. 6 Segundo Kerzner (2015), os capítulos facilitam o âmbito de atuação do gerente de projetos, que se utiliza deles para aprimorar sua prática. Nesse sentido, cada capítulo é constituído por diversas práticas que são aplicadas em todos as fases do ciclo de vida de um projeto. A seguir, será apresentado um conceitual introdutório a cada uma das áreas apresentadas: • � Gerenciamento da integração do projeto: é composto pelos processos e atividades necessárias para, principalmente, coordenar todos os procedimentos e ações de gerenciamento de projetos em todas as áreas de atuação; • � Gerenciamento do escopo do projeto: inclui os processos vitais para garantir que o projeto contemple todo o trabalho necessário para que seja concluído com êxito; • � Gerenciamento do cronograma do projeto: é composto por processos necessários para garantir que o projeto seja concluído no tempo identificado anteriormente no planejamento; • � Gerenciamento dos custos do projeto: é um campo de gerenciamento vital para o projeto, pois ele é composto por processos que contemplem informações sobre estimativas, orçamentos, financiamentos, gerenciamento e controle dos custos do projeto de uma forma geral; • � Gerenciamento da qualidade do projeto: inclui os processos sobre a política de qualidade da organização em que o projeto está sendo desenvolvido. Ele auxilia na garantia de que o planejamento da qualidade do produto do projeto seja atendido satisfatoriamente. A intenção principal é atender às expectativas das partes interessadas; • � Gerenciamento dos recursos do projeto: é um grupo de gerenciamento importante para o projeto, porque se preocupa não apenas com os recursos humanos designados para o projeto, mas com todos os recursos destinados para ele. A intenção é principalmente identificar e auxiliar no gerenciamento dos mais diversos recursos necessários para a conclusão bem-sucedida do projeto; • � Gerenciamento das comunicações do projeto: é composto pelos processos que asseguram que as devidas informações sobre o projeto sejam planejadas, coletadas e principalmente distribuídas para as pessoas certas no momento oportuno e de maneira ideal; 7 • � Gerenciamento dos riscos do projeto: em diversos projetos, essa área de gerenciamento é bastante negligenciada. Ela é importante por ser composta por processos de identificação e análise de possíveis riscos que podem comprometer alguma parte do escopo do projeto; • � Gerenciamento das aquisições do projeto: diz respeito ao envolvimento de pessoas ou instituições externas ao projeto. Esta área de gerenciamento é composta por processos necessários para comprar ou adquirir produtos ou serviços externos à equipe do projeto; • � Gerenciamento das partes interessadas do projeto: esta é a área de gerenciamento mais recente criada nas últimas versões do Guia PMBOK. Ela é composta pelos processos necessários para melhor identificação de pessoas ou grupos que podem impactar de alguma forma o projeto. Figura 2 – Gerenciamento de projetos (2) Créditos: Sentavio/Shutterstock. Dentro do Guia PMBOK esses capítulos são denominados de áreas do conhecimento. É importante identificar que essas áreas são compostas por entradas, saídas, ferramentas e técnicas, porém em um projeto específico pode exigir uma área diferente que não foi citada acima, por exemplo, gerenciamento de segurança e saúde para os projetos de construção civil. Esses eventos também podem ser identificados no gerenciamento de riscos que contempla o guia. TEMA 4 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Para serem gerenciados, os projetos necessitam de uma interação entre as áreas e as fases dentro do projeto. Todas elas se articulam e fazem parte da estrutura única de cada projeto em sua particularidade, porém, em um âmbito 8 maior, existe a estrutura organizacional da instituição, que suporta todas as decisões de projetos. Nessa estrutura, podem ser relacionados: os envolvidos direta ou indiretamente com o projeto; uma organização de classificação dos projetos dentro da instituição; e um escritório central que organiza as ações relacionadas a projetos. Assim, esses três núcleos, articulam e auxiliam na operação de projetos na organização. 4.1 Conhecimento para o gerenciamento de projetos institucional Para que a experiência com o gerenciamento de projetos seja a mais otimizada, é importante o entendimento de que o projeto é composto por uma série de diferentes áreas com a função de facilitar o gerenciamento e o seu entendimento, porém, em um âmbito maior, a instituição em que os projetos estão sendo administrados deve oferecer uma estrutura que possibilite um gerenciamento consciente. Nesse sentido, o primeiro núcleo de suporte os projetos são as partes interessadas que constituem importante significado. Na linguagem mais comum entre os acadêmicos da área de projetos, esses interessados são denominados stakeholders, termo define uma nomenclatura para os envolvidos com o produto ou com o gerenciamento do projeto e são afetados por eles, direta ou indiretamente (Dinsmore; Silveira Neto, 2010). Vale salientar que esse gerenciamento é importante, visto que alguns stakeholders podem ter relações positivas ou negativas em relação ao projeto. Por exemplo, um novo fornecedor central de um insumo para um projeto poderia ser um interessado com relações bastante positivas para com o projeto, porém os fornecedores antigos que não serão mais utilizados podem ser relacionados como envolvidos negativos para com o projeto e também devem ser monitorados. O gerenciamento dessas partes interessadas, desde a própria equipe do projeto, diretoria, potenciais clientes, os fornecedores, concorrentes e o governo por exemplo, podem ser identificados como stakeholders. A má administração desse grupo pode comprometer o projeto de forma a até mesmo ser cancelado. Um dos papéis do gerente de projetos é fazer a interação do projeto, juntamente com os envolvidos neste universo. Contudo, dentro das instituições, esse trabalho se torna complexo, muito pelo fato de que, por diversas vezes, acontecem gerenciamentosde diversos projetos ao mesmo tempo. Para isso e 9 para que os envolvidos entendam de que trata cada projeto é importante a apresentação do termo taxonomia. De acordo com Gasnier (2012) a taxonomia de projetos pode ser entendida como uma ciência atenta à classificação e à sistematização de um grupo de projetos. Sua intenção é melhorar a comunicação, possibilitando a segmentação de mercados, definição de diferentes abordagens e no auxílio de uma seleção do gerente de projetos com melhor perfil para cada projeto. Figura 3 – Estrutura organizacional Créditos: Yindee/Shutterstock. Uma classificação de projeto pode auxiliar a instituição na identificação de qual projeto é mais complexo, com prazos mais curtos ou ainda com tecnologia nunca utilizada na empresa. De posse dessa identificação de cada projeto, é possível não apenas identificar a equipe e o gerente de projetos ideal, mas, sobretudo, verificar a aderência com o planejamento estratégico da empresa. Vale salientar que um projeto não é um esforço temporário realizado de forma isolada dentro de uma instituição. Ele possui, ou deveria possuir, aderência com o planejamento estratégico da organização, bem como receber suporte e ser percebida sua importância em um âmbito maior. Uma taxonomia de projetos auxiliaria nessa situação. Não existe uma classificação de projetos única no mundo, pois cada empresa possui sua particularidade com o gerenciamento de projetos, porém, a título de exemplificação, é importante o entendimento completo das informações sobre o projeto para melhor classificação. Assim, informações como o custo do projeto, seu tempo, utilização de tecnologia e recursos humanos são importantes. Porém informações um pouco subjetivas do projeto também devem ser levadas em consideração, como impacto organizacional, aderência com o 10 planejamento estratégico, complexidade, importância do projeto e posição competitiva podem ser levadas em consideração. A intenção desse tipo de segmentação é deixar claro qual projeto pode ser até mesmo prioritário dentre o rol de projetos possíveis para a organização. Nesse sentido, a seguir será apresentado um quadro com exemplo de uma taxonomia para a utilização em projetos. Quadro 1 – Classificação de projetos Urgência Tecnologia Impacto organizacional Complexidade 1 Ponto Muito baixa Comum Muito baixo Muito baixo 2 Pontos Baixa Utilizada Baixo Baixo 3 Pontos Moderada Conhecida Moderado Moderado 4 Pontos Alta Pouco utilizada Grande Grande 5 Pontos Muito alta De ponta Muito grande Muito grande Fonte: Elaborado pelo autor. A proposta desse tipo de classificação é a fácil identificação por meio de um cociente que exprima exatamente a realidade do projeto. Basta somar a pontuação de cada característica dos projetos. O projeto que obtiver o maior número pode ser elencado como mais robusto no sentido de gerenciamento. Assim, informações sobre equipe e responsável pelo projeto seriam mais facilmente administradas, porém, para a realização de uma tabela que contemple de forma real a intencionalidade institucional, é importante a existência de um escritório de projeto que centralize todas essas decisões estratégicas. Na linguagem mais comum utilizada entre os envolvidos com projetos, um escritório de projetos é conceito de organização moderna para o ambiente de projetos. De uma forma geral, é uma estrutura hierarquizada que tem a função de decisão para com os projetos, programas e portfólios institucionais. Ou seja, é um centro de referência para com decisões de projetos. Também é conhecido como Project Management Office ou PMO. Assim, caberia ao PMO a organização de uma classificação para os projetos. Por meio de seu corpo técnico e diretoria, eles tomariam as decisões 11 Faturamento Menor que R$ 5.000,00 Entre R$ 5.000,00 e R$ Entre R$ 50.000,00 e R$ Entre R$ 200.000,00 e R$ Acima de R$ 500.000,00 entre quais itens os projetos poderiam ser classificados e submeteriam os projetos a essa classificação. Mas não somente isso, pois um escritório de projetos também seria responsável por um suporte administrativo para os projetos, suporte tecnológico e também um comitê executivo. Assim, vale salientar o papel hierárquico desse escritório, que teria a sua importância nas decisões sobre projetos. TEMA 5 – INTERAÇÃO ENTRE OS PROCESSOS E AS ÁREAS DE GERENCIAMENTO EM UM PROJETO É importante realizar o entendimento concreto de que todas as 10 áreas de gerenciamento estão interligadas entre si e também interligadas aos 5 processos de gerenciamento de um projeto. Todos esses conceitos compõem as possibilidades de gerenciamento, entendendo que, segundo o PMBOK (2017), o gerenciamento é a aplicação de conhecimentos, habilidades e também de ferramental às atividades do projeto. A sua intenção é conseguir atingir as expectativas dos envolvidos para com os objetivos do projeto. 5.1 Conhecimento sobre gerenciamento de projetos Existe uma grande interação e até mesmo dependência das áreas de atuação dentro de um projeto. Assim, é muito difícil identificar a área mais importante para o gerenciamento de projetos eficaz e eficiente. Um projeto pode ser extremamente bem-sucedido no gerenciamento de nove a dez áreas, porém se falhar em uma área de forma drástica, isso pode resultar no completo cancelamento do projeto ou na sua ineficiência. Por exemplo, um projeto pode ter sido bem administrado em diversas áreas, porém, no que tange aos custos, o gerenciamento não foi realizado de forma ideal. Com o passar das atividades relativas ao progresso do projeto, percebeu-se que os custos estouraram de tal forma que o projeto precise ser abortado. Ou ainda, quando as estimativas de custo foram realizadas de forma errada e bem abaixo do real. Isso pode levar a um evento de falta de recursos financeiros ao desenvolvimento do projeto com resultado imprevisível. Mas isso não somente para a área financeira, pois o comprometimento com o gerenciamento deve levar em consideração também o escopo para o qual o projeto foi constituído, uma análise otimizada dos riscos, ou até mesmo o completo 12 gerenciamento do cronograma das atividades. Todas as áreas que correspondem ao projeto devem ser planejadas e executadas de forma plena. Porém, décadas atrás, a experiência com projetos identificava um tripé fundamental no gerenciamento eficaz de um projeto. Esse tripé priorizava decisões de escopo, tempo e custo. Se nesses três prismas o projeto estivesse adequado, todos os outros também estariam. Dessa forma, o gerenciamento observava todas as áreas, porém com ênfase crescente sobre essas três áreas, as quais costumavam ser denominadas de restrição tripla. Com o passar dos estudos sob o gerenciamento de projeto, percebeu-se a importância também da área de qualidade que se juntou a esse grupo anteriormente formado. Agora, os grupos que aglutinavam decisões sobre escopo, tempo, custo e qualidade refletiam atenção especial. Atualmente, principalmente na literatura especializada em projetos, esses grupos não aparecem com essa identificação de importância. Com relação às publicações recentes, todas as áreas se apresentam como vitais para o projeto e devem ser observadas e administradas de forma plena por todos os envolvidos. A interação entre elas e a qualidade para com o seu planejamento e execução, definirão de que forma o projeto alcançara o sucesso. Porém, além das áreas, os processos de gerenciamento de gerenciamento devem ser analisados com minúcia. Assim, a inicialização, planejamento, execução, monitoramento e controle, e também o encerramento, se articulam com as áreas e facilitam o trabalho principalmente do gerente do projeto. Na parte da inicialização, é importante que os responsáveis pelo projeto entendam a importância da identificação correta das partes interessadas, juntamente com a análise financeira de custose todo o estudo de viabilidade do projeto bem como o seu tempo de retorno sobre o investimento. Nesse processo também se esperam que aconteçam os processos de identificação e formalização do projeto em si. Ou seja, essas tarefas acontecem nesse processo, porém pertencem a diferentes áreas de atuação no projeto. Vale salientar que essas análises devem acontecer principalmente nessa fase do projeto, pois somente assim poderão ser realizadas de forma completa as tarefas subsequentes relativas ao projeto. Na sequência, com relação ao processo de planejamento, espera-se que todas as etapas que antecedem a execução sejam realizadas. Assim, considerações sobre detalhamento do planejamento do projeto inteiro devem ser 13 levadas em consideração. As criações de diferentes planos como o de comunicação, de aquisições, juntamente com o completo planejamento do escopo do projeto, devem ser realizadas. Figura 4 – Interação entre os processos Créditos: Photon Photo/Shutterstock. A execução é um processo-chave para o projeto, pois normalmente é o momento em que será exigido maior intensidade na atuação dos envolvidos. Assim, são importantes as considerações sobre a execução do projeto em si, juntamente com a análise de indicadores que indiquem o cenário atual. Elas devem servir de referência para a realização de uma comparação com o planejamento para a tomada de decisão. Nesse processo, deverão ser consideradas também as informações sobre o desenvolvimento e o engajamento da equipe destinada às atividades no projeto. Nesse momento, a distribuição das informações são importantes, juntamente com a análise de contratos e recebimento de informações de fornecedores quando utilizados. No processo denominado monitoramento e controle, informações sobre o acompanhamento do projeto inteiro são vitais. Por isso, esse processo tem praticamente a duração do projeto inteiro. A sua importância consiste em realizar o monitoramento de todas as áreas e suas interações por todo o projeto. Nesse sentido, o controle sobre o escopo do projeto se apresentam como importância relevante. O monitoramento e o controle se preocupam em responder a informações sobre o fluxo percorrido pelas informações quanto ao projeto, controle de qualidade, juntamente com o controle de custos. Como ferramentas, esse processo utiliza-se de relatórios e indicadores para a tomada de decisões. 14 Por fim, o processo de encerramento aglutina informações de caráter final do projeto e se preocupa em levantar informações sobre o encerramento total deste. Assim, a questão de contratos é importante para que seja possível a realização de um encerramento completo do projeto. Nesse sentido, como foi possível perceber, todas as áreas articulam-se com os processos e devem ser executadas de forma otimizada para a conclusão do projeto. Assim, as tarefas exigidas em cada processo pertencem a uma das áreas do gerenciamento de projeto. A identificação bem como a sua execução definirão os rumos do projeto. Nesse sentido, de acordo com Vargas (2016), práticas de gerenciamento de projetos podem ser realizadas nas instituições, em qualquer empreendimento que possam fugir do processo rotineiro já desempenhado por elas, além do fato de que, se a atividade for realizada com a intensão de criação de um produto único e pouco familiar para a instituição, técnicas de gerenciamento devem ser intensificadas. Assim, o sucesso relacionado à gestão do projeto está ligado à eficiência do planejamento das atividades relacionadas. Uma das dificuldades existentes nas organizações na atualidade é que existe uma competição entre as atividades relacionadas aos projetos, com as atividades rotineiras de cada profissional, além do fato de que são, via de regra, atividades similares, como reuniões, análises e confecção de relatórios, ou até mesmo telefonemas. Essas atividades podem ser relacionadas tanto aos projetos quanto aos processos da organização. Nesse emaranhado de atividades pertencentes a cada área e processo, o profissional deve atentar e relacioná-las para o melhor desempenho organizacional. Dessa forma, constitui importância relevante o conhecimento de ferramental aplicável em projetos e que possam otimizar a atuação profissional. 15 REFERÊNCIAS CLEMENTS, J. P.; GIDO, J.; Gestão de projetos. São Paulo: Cengage Learning, 2014. DINSMORE, P. C.; SILVEIRA NETO, F. H. Gerenciamento de projetos: como gerenciar seu projeto com qualidade, dentro do prazo e custo previsível. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. GASNIER, D. G.; Guia prático para gerenciamento de projetos: manual de sobrevivência para os profissionais de projetos. São Paulo: IMAM, 2012. KERZNER, H.; Gerenciamento de projetos: uma abordagem sistêmica para planejamento, programação e controle. São Paulo: Blucher, 2015. PMBOK – A guide to the project management body of knowledge (PMBOK Guide). 6. ed. Newtown Square: PMI, 2017. VARGAS, R. V. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. Rio de Janeiro: Brasport, 2016. 16
Compartilhar