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Resenha Laranja Mecanica


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Aluno: Matheus Prates 
CGU: 132715010 
Professora: Fernanda Pasquoto de Souza 
 
"Laranja Mecânica": Uma Profunda Análise do Condicionamento Social e do Poder 
Autoritário 
"Laranja Mecânica", dirigido por Stanley Kubrick e baseado no livro homônimo de 
Anthony Burgess, é uma obra-prima cinematográfica que transcende as barreiras do 
tempo, continuando a ser relevante e provocadora décadas após seu lançamento. O 
filme mergulha nas profundezas da psique humana e da sociedade distópica, abordando 
temas complexos como psiquiatria, delinquência juvenil, controle estatal e livre arbítrio. 
A história se passa em uma Grã-Bretanha futurista e distópica, onde a violência e o 
autoritarismo governamental são onipresentes. O protagonista, Alexander "Alex" 
Delarge, lidera uma gangue de jovens delinquentes que se envolvem em atos de 
"ultraviolência", como assassinatos, roubos e estupros. Preso após uma série de crimes, 
Alex é submetido a um novo método de tratamento psiquiátrico, visando reduzir sua 
pena. Este tratamento, no entanto, não é apenas uma forma de reabilitação, mas sim 
uma forma de controle social, onde Alex se torna uma cobaia para experimentos de 
condicionamento comportamental. 
As teorias psicológicas, como reforço positivo, negativo, punição positiva e negativa, o 
filme nos mostra como o Estado utiliza métodos de condicionamento para moldar o 
comportamento dos cidadãos. Alex é forçado a assistir a cenas de violência e sexo, 
enquanto é exposto à música de Ludwig van Beethoven, sua favorita, como parte do 
processo de condicionamento. Este método pretende criar uma aversão em Alex a esses 
comportamentos, transformando-o em um cidadão "modelar". No entanto, o 
condicionamento não é uma panaceia, como demonstrado pelo conflito interno de Alex 
e sua incapacidade de lidar com a violência que o cerca após sua liberação. 
Através da análise sociopolítica, "Laranja Mecânica" também aborda questões mais 
amplas sobre o papel do Estado e da autoridade na sociedade. O governo é retratado 
como uma entidade onipotente que busca controlar não apenas o comportamento, mas 
também a mente dos cidadãos. Isso ecoa as ideias de Michel Foucault sobre a política 
disciplinar, onde os indivíduos são submetidos a uma gestão política de suas vidas 
biológicas, criando uma sociedade de conformidade e obediência. 
O filme levanta questões éticas sobre a liberdade individual e a natureza da moralidade. 
Alex não age de forma moralmente correta por escolha própria, mas sim por ser coagido 
a fazê-lo através do condicionamento. Isso levanta preocupações sobre a autenticidade 
da mudança de comportamento e a validade da conformidade forçada. 
A metáfora da laranja mecânica encapsula magistralmente essas ideias, retratando 
como a aparente normalidade externa pode esconder um controle robótico interno. É 
uma crítica contundente à natureza manipuladora do poder estatal e um alerta sobre os 
perigos do condicionamento psicológico nas mãos de uma autoridade opressiva. 
É uma obra de arte que nos desafia a refletir sobre questões profundas e urgentes da 
condição humana. Sua análise perspicaz do condicionamento social e do poder 
autoritário continua a ressoar em nossa sociedade contemporânea, convidando-nos a 
questionar as instituições que moldam nossas mentes e comportamentos. É uma obra-
prima cinematográfica que merece ser estudada e apreciada por gerações vindouras.