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Apostila de aulas praticas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE AULAS PRÁTICAS 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
 
 
 
 
 
NOME _______________________________________________________ 
MATRICULA ___________________________ 
 
 
2022.2 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
APRESENTAÇÃO 
 
1. SEGURANÇA LABORATORIAL 
 Pode ser definida como sendo um 
conjunto de ações voltadas para a 
prevenção, minimização ou eliminação de 
riscos inerentes a estas atividades e que 
podem comprometer a saúde do homem, 
dos animais, do meio ambiente ou a 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
 A rotina do Laboratório de 
Microbiologia envolve exposição tanto 
com material clínico e reagentes químicos 
como com potenciais agentes patogênicos 
concentrados em meio de cultura. Assim 
profissionais da área de saúde e outros 
trabalhadores que exercem suas 
atividades em laboratórios, estão sob risco 
de desenvolver doença por exposição a 
agentes infecciosos, produtos químicos 
tóxicos e inflamáveis, entre outros. 
Fonte: Segurança e Controle de Qualidade 
no Laboratório de Microbiologia Clínica 
Modulo II em 
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/
manuais/microbiologia/mod_2_2004.pdf 
 O laboratório de aulas práticas de 
Microbiologia é classificado como NÍVEL 1 
DE BIOSSEGURANÇA (NB-1) OU 
PROTEÇÃO BÁSICA (P1) 
CLASSIFICAÇÃO DOS LABORATÓRIOS 
SEGUNDO O NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 
NÍVEL 1 DE BIOSSEGURANÇA (NB-1) OU 
PROTEÇÃO BÁSICA (P1) 
 As práticas, o equipamento de 
segurança e o projeto das instalações são 
apropriados para o treinamento 
educacional secundário ou para o 
treinamento de técnicos, e de professores 
de técnicas laboratoriais. É adequado ao 
trabalho que envolva agente com o menor 
grau de risco para o pessoal do laboratório 
e para o meio ambiente. Bacillus subtilis, 
Naegleria gruberi, o vírus da hepatite 
canina infecciosa e organismos livres sob 
as Diretrizes do NIH (National Institute of 
Health) de DNA Recombinantes são 
exemplos de micro-organismos que 
preenchem todos estes requisitos 
descritos acima. Muitos agentes que 
geralmente não estão associados a 
processos patológicos em homens são, 
entretanto, patógenos oportunos e que 
podem causar uma infecção em jovens, 
idosos e indivíduos imunossuprimidos ou 
imunodeprimidos. As cepas de vacina que 
tenham passado por múltiplas passagens 
in vivo não deverão ser consideradas não 
virulentas simplesmente por serem cepas 
de vacinas. O laboratório, neste caso, não 
está separado das demais dependências 
do edifício. O trabalho é conduzido, em 
geral, em bancada. Os equipamentos de 
contenção específicos não são exigidos. O 
pessoal de laboratório deverá ter 
treinamento específico nos 
procedimentos realizados no laboratório e 
deverão ser supervisionados por cientista 
com treinamento em microbiologia ou 
ciência correlata. 
Fonte: Segurança e Controle de Qualidade 
no Laboratório de Microbiologia Clínica 
Modulo II em 
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/
manuais/microbiologia/mod_2_2004.pdf 
 As aulas práticas de Microbiologia 
têm como objetivo ensinar ao acadêmico 
os princípios gerais e métodos utilizados 
no estudo prático de Microbiologia. 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
Nestas aulas serão utilizados fungos e 
bactérias, sendo alguns destes 
potencialmente patogênicos para 
humanos, portanto, é essencial que as 
normas sejam seguidas, a fim de se evitar 
contaminações acidentais. 
01. Uso de jaleco é obrigatório 
02. É proibido comer, beber ou fumar 
no laboratório 
03. Antes de entrar no laboratório de 
aulas praticas, o(a) acadêmico(a) 
deve vestir o jaleco, e se certificar 
de que este esteja limpo. 
04. Cabelos longos devem estar 
presos, de forma-se a não tocarem 
em reagentes ou chama, durante 
os procedimentos. 
05. Estar calçado com sapatos 
fechados. 
06. Limpar e desinfetar a superfície 
das bancadas antes e ao término 
das aulas práticas. 
07. Fazer adequada antissepsia das 
mãos, ao entrar e ao sair do 
laboratório. Observação: se 
houver algum ferimento nas mãos, 
avisar o(a) professor(a) regente, 
para que seja conduzido o melhor 
procedimento para assegurar a 
segurança. 
08. Na bancada de trabalho, não deve 
haver acúmulo de material, 
deixando-se apenas o 
indispensável para ser utilizado 
antes de iniciar a aula. OBS. 
Estojos, cadernos de outras 
disciplinas, celulares e 
computadores devem estar fora 
da área de trabalho. 
09. No caso de derramamento de 
material contaminado, proceder 
imediatamente a desinfecção. 
10. Manter canetas, lápis, dedos longe 
da boca. 
11. Não utilizar material de uso 
pessoal para limpar os objetos de 
trabalho. 
12. Em caso de contaminação 
acidental, comunicar 
imediatamente o(a) professor(a). 
13. Depositar todo o material utilizado 
a ser descartado em recipiente 
adequado e jamais deixá-los sobre 
as bancadas. 
14. Flambar as alças e agulhas 
microbiológicas, bem como pinças 
antes e após o uso. 
15. Após as leituras, os cultivos, serão 
armazenados em refrigeradores 
ou esterilizados, portanto não é 
permitido seu conteúdo nas pias. 
16. Ao acender o pico de Bunsen, 
verificar se não há vazamento de 
gás ou substancias inflamáveis 
(por ex. álcool), por perto. 
17. Antes de abandonar o laboratório, 
em condições de rotina, verificar 
se o ponto de gás e as torneiras 
estão fechados. 
18. Não comece a trabalhar antes de 
receber as instruções. Cada aula 
deve ser iniciada pelo(a) 
professor(a), como uma breve 
explanação. 
 
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Quando procedente, trabalhe sempre próximo a chama, com posicionamento desta 
entre você e o material biológico analisado 
 
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PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS 
 É a medida individual mais simples 
e menos dispendiosa para prevenir a 
propagação das infecções relacionadas à 
assistência à saúde. Recentemente, o 
termo “lavagem das mãos” foi substituído 
por “higienização das mãos” devido à 
maior abrangência deste procedimento. O 
termo engloba a higienização simples, a 
higienização antiséptica, a fricção anti-
séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos. 
PORQUE REALIZAR A HIGIENIZAÇÃO DAS 
MÃOS FREQUENTEMENTE 
 As mãos constituem a principal via 
de transmissão de microrganismos 
durante a assistência prestada aos 
pacientes, pois a pele é um possível 
reservatório de diversos micro-
organismos, que podem se transferir de 
uma superfície para outra, por meio de 
contato direto (pele com pele), ou 
indireto, através do contato com objetos e 
superfícies contaminados. 
 A pele das mãos alberga, 
principalmente, duas populações de 
microrganismos, os pertencentes à 
microbiota residente e à microbiota 
transitória. 
 A microbiota residente (ou 
indígena ou endógena) é constituída por 
micro-organismos de baixa virulência, 
como estafilococos, corinebactérias e 
micrococos, pouco associados às infecções 
veiculadas pelas mãos. É mais difícil de ser 
removida pela higienização das mãos com 
água e sabão, uma vez que coloniza as 
camadas mais internas da pele. 
 A microbiota transitória coloniza a 
camadamais superficial da pele, o que 
permite sua remoção mecânica pela 
higienização das mãos com água e sabão, 
sendo eliminada com mais facilidade 
quando se utiliza uma solução anti-
séptica. É representada, tipicamente, 
pelas bactérias Gram-negativas, como 
enterobactérias (Ex: Escherichia coli), 
bactérias não fermentadoras (Ex: 
Pseudomonas aeruginosa), além de 
fungos e vírus. 
Os patógenos hospitalares mais relevantes 
são: 
 Apresente a 
morfologia 
Staphylococcus 
aureus 
 
Staphylococcus 
epidermidis 
 
Enterococcus spp 
Pseudomonas 
aeruginosa 
 
Klebsiella spp 
Enterobacter spp 
leveduras do 
gênero Candida 
 
 
 
As infecções relacionadas à assistência à 
saúde geralmente são causadas por 
diversos microrganismos resistentes aos 
antimicrobianos, tais como 
Staphylococcus aureus e S. epidermidis, 
resistentes a oxacilina/meticilina; 
Enterococcus spp., resistentes à 
vancomicina; representantes da família 
Enterobacteriaceae, resistentes a 
cefalosporinas de 3ª geração e 
Pseudomonas aeruginosa, resistentes a 
carbapenêmicos. 
 
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PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
ATIVIDADE PRATICA 1 
OBSERVAÇÃO DA AÇÃO 
GERMICIDA DA LUZ UV FRENTE A 
BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS E 
GRAM NEGATIVAS E LEVEDURAS. 
INTRODUÇÃO 
 A radiação UV, emitida por 
lâmpadas especiais, é um mecanismo 
físico no qual a inativação microbiana 
ocorre pela absorção da luz que promove 
uma reação fotoquímica capaz de alterar 
componentes moleculares essenciais para 
as funções celulares, causando danos nos 
ácidos nucléicos (DNA e RNA) dos micro-
organismos, inativando-os (UNITED 
STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION 
AGENCY, 1999). 
 A luz UV é parte do espectro 
eletromagnético situada entre a luz visível 
e raio-X. A porção específica desse 
espectro situada entre 185-400nm 
(conhecida como UV-C) tem um efeito 
germicida forte, com pico de efetividade 
em 265nm. Nesses comprimentos de 
ondas, a luz UV elimina micro-organismos 
penetrando nas membranas de suas 
células e danificando o DNA, tornando-os 
incapazes de se reproduzirem e matando-
os. 
 
 
 
 
 
ESCALA NANOMÉTRICA DE 
COMPRIMENTO DE ONDAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MECANISMO GERMICIDA 
 A luz U.V. é absorvida pelas bases 
púricas e pirimídicas dos ácidos nucleicos 
 
 
 
• A luz ultra-violeta é efetiva na 
inativação de vírus. 
• Porém bactérias tem sistema de 
reparo do DNA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A radiação UV apresenta como principais 
vantagens: 
 simplicidade operacional, 
 requisito mínimo de área para 
implementação, 
 custo relativamente baixo, 
 pouca exigência de operação e 
manutenção, 
 eficácia de inativação para grande 
variedade de microrganismos, 
 Ausência do uso de produtos 
químicos e de geração de 
subprodutos tóxicos. 
A efetividade dos sistemas de desinfecção 
com radiação UV depende de fatores 
como: 
 Intensidade de radiação, 
 Tempo de exposição dos 
microrganismos, 
 Configuração do reator, 
 Características do líquido a ser 
desinfetado 
 
 
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 PROPOSTA DE TRABALHO 
Micro-organismos a serem estudados 
- Micro-organismos presentes no ar, 
coletados a partir de exposição direta de 
meios de cultura, por tempo determinado 
Ubiquidade é a qualidade de estar ou existir 
concomitantemente em todos os lugares, pessoas e 
coisas. Teologicamente esta qualidade é atribuída 
à Deus, ou consciência cósmica, como preferir 
chamar. Mas a Microbiologia atribui esta 
qualidade aos micro-organismos, pois raramente 
haverá um ambiente no planeta Terra que seja 
estéril, ou seja, ausente de micro-organismos, de 
forma natural. 
 Se formos desbravar os ambientes 
terrestre coletando amostras microbiológicas de 
qualquer lugar ou superfície, vamos encontrar 
micro-organismos nas mais diversas condições 
ambientais terrenas. 
MATERIAL POR GRUPO 
- 3 placas de Petri, contendo ágar 
nutriente 
ESQUEMA DE PROCEDIMENTO 
 Em ambiente externo ao laboratório, 
abra as placas de petri, expondo o 
meio de cultura à contaminação 
ambiental, por 5 minutos. Observação 
não toque na superfície dos meios de 
cultura. 
 Após decorrido o tempo proposto, 
feche as placas, contendo os meios de 
cultura submetidos à exposição 
ambiental, e traga as mesmas para o 
laboratório onde será realizada a 
experimentação da degermação por 
UV germicida. 
 Anote os nomes dos componentes da 
dupla, e identifique as placas da 
seguinte maneira 
ex. 
 
 João F e Maria B 
 Controle 
 
 
 
 
 João F e Maria B 
 
 
 
 João F e Maria 
B 
 
 
 
 
 Submeta os meio de cultura à 
exposição direta da radiação UV, 
conforme os tempos estipulados. 
 Após a exposição, acondicione os 
meios em estufa de incubação 
microbiana, o qual deverão ser 
mantidos por 48 horas. 
 Na próxima aula prática, realize as 
leituras macroscópicas dos 
resultados. 
 
 
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Leitura 
Os resultados obtidos foram os esperados, 
inicialmente? Apresente suas considerações, 
de acordo com os resultados obtidos, e faça 
proposta de novos experimentos, 
considerando os resultados obtidos. 
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PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Fonte: https://www2.ifsc.usp.br/portal-
ifsc/equipamentos-desenvolvidos-no-ifsc-usp-descontaminam-superficies/ 
Equipamentos desenvolvidos no IFSC/USP 
descontaminam superfícies “Surface UV” na 
desinfecção de pequenas superfícies Através 
de uma parceria entre o Centro de Pesquisa 
em Óptica e Fotônica (CEPOF) do Instituto de 
Física de São Carlos (IFSC/USP) e a empresa 
MMO, com o apoio do Laboratório de Apoio 
Tecnológico, coordenado pelo docente e 
pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei 
Bagnato, e contando com a participação de 
diversos pesquisadores e engenheiros, foram 
recentemente desenvolvidos dois dispositivos 
para descontaminação de superfícies. O 
primeiro equipamento, ao qual foi dado o 
nome de Surface UV, pode ser utilizado como 
uma alternativa na desinfecção de pequenas 
superfícies, instrumentos, e até mesmo de 
pequenos locais, tendo como principal 
objetivo inativar microrganismos e reduzir a 
disseminação dos mesmos, controlando a 
incidência de infecções nos ambientes. Por 
outro lado, um outro equipamento ainda em 
testes finais no IFSC/USP, tem a mesma 
finalidade, só que o foco é a descontaminação 
de grandes superfícies – pisos, paredes, 
grandes superfícies em vidro, etc.. Prototipo 
de novo equipamento para desinfecção de 
grandes superfícies (em testes) O 
desenvolvimento destes novos aparelhos vem 
ao encontro do aumento registrado na 
propagação dos vírus da gripe – dentre eles o 
COVID-19 -, sendo cada vez maior a 
necessidade de introduzir novos métodos 
para descontaminação de ambientes e 
superfícies para evitar que a contaminação se 
propague com maior rapidez. Em relação aos 
processos de desinfecção, existem vários 
métodos químicos e físicos capazes de destruir 
a forma vegetativa dos microrganismos nos 
ambientes. No entanto, um procedimento que 
tem mostrado segurança e eficácia na 
inativação dos microrganismos, como o 
COVID-19, é a radiação ultravioleta (UV), 
presente nestes novos equipamentos, que 
evita que a contaminação se propague, já que 
os cientistas sabem que os vírus podem 
persistir durante muitas horas em diversas 
superfícies, como metais, vidros, plásticos e 
madeiras. Pesquisadora Thaila Quatrini Correa 
Diferentemente dos outros métodos 
empregados para a desinfecção, a radiação 
UV-C é capaz de proporcionar uma inativação 
rápida e eficaz dos microrganismos mediante 
um processo físico que atua diretamente no 
material genético de bactérias, fungos e vírus, 
sem deixar vestígios ou subprodutos no local. 
A principal vantagem que a técnica apresenta 
em relação aos desinfetantes, é que ele não é 
um consumível. Os desinfetantes podem 
acabar e a limpeza constante com água pode 
levar ao excessivo uso de um recurso natural 
escasso, enquanto que a tecnologia com luz 
ultravioleta mantém-se operacional. A 
radiação ultravioleta é a fração do espectro 
eletromagnético que abrange os 
comprimentos de onda abaixo da luz visível, 
variando de 200 a 400 nm. Essa fração é ainda 
subdividida em três tipos: UV-A com 
comprimentos de onda variando de 320 a 400 
nm; UV-B com comprimentos de onda 
variando de 280 a 320 nm; e UV-C com 
comprimentos de onda variando de 200 a 280 
nm. Cada tipo de radiação UV é responsável 
por causar algum dano biológico. A radiação 
UV-A é a responsável por provocar alterações 
na pele, causando o envelhecimento; a 
radiação UV-B, além de atuar no 
envelhecimento da pele, é a principal 
responsável por causar mutações genéticas 
que levam ao desenvolvimento de câncer de 
pele; mas, é a radiação UV-C que é 
considerada a mais deletéria, ou seja, a faixa 
germicida. “Por possuir elevada efetividade, a 
radiação UV-C tem sido amplamente utilizada 
com segurança na desinfecção de superfícies 
em geral, como em hospitais, salas cirúrgicas, 
clínicas, laboratórios e também nas indústrias 
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DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
farmacêuticas, cosméticas, alimentícias, de 
laticínios, entre outros ambientes.” destaca a 
doutora em biotecnologia do IFSC/USP, Thaila 
Quatrini Correa. No que diz respeito ao 
Surface UV, ele é um equipamento portátil e 
de fácil manuseio, ideal para realizar a rotina 
de desinfecção dos locais de trabalho, bem 
como de todos os utensílios e equipamentos 
presentes nesses locais. Com o seu uso 
regular, o dispositivo pode promover a 
diminuição de possíveis infecções veiculadas 
pelas superfícies, instrumentos, objetos e 
quaisquer outros materiais contaminados. Em 
locais públicos com grande circulação de 
pessoas, os sistemas com luz ultravioleta 
podem ser utilizados para reduzir a possível 
presença de COVID-19. O sistema pode ser 
aplicado, por exemplo, em ônibus, 
mobiliários, bancadas, pias, leitos, 
equipamentos, pisos, paredes, portas, janelas, 
grades de ar condicionado, banheiros 
públicos, corredores, mobílias, maçanetas, 
corrimãos, teclados e mouses de computador, 
caixas eletrônicos, ou seja, locais onde as 
pessoas normalmente colocam as mãos. Em 
outros países, a técnica tem sido utilizada para 
descontaminar aviões e hospitais. Desinfecção 
de objetos O Surface UV foi testado e sua ação 
em inativar microrganismos foi comprovada 
cientificamente em um estudo publicado na 
revista internacional Photomedicine and Laser 
Surgery, em 2017 de autoria dos 
pesquisadores Thaila Quatrini Correa, Kate 
Cristina Blanco, Natalia Mayumi Inada, Maisa 
de Fatima Hortenci, Angela Aparecida Costa, 
Evaine da Silveira Silva, Patricia Pereira da 
Costa Gimenes, Soraya Pompeu, Raphael Luiz 
de Holanda e Silva, Walter Manso Figueiredo, 
e Vanderlei Salvador Bagnato. Prof. Sebastião 
Pratavieira A pesquisa científica avaliou a 
efetividade do dispositivo na redução de 
bactérias Gram-positivas, como as espécies 
Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans 
e Streptococcus pneumoniae; bactérias Gram-
negativas, como as espécies Pseudomonas 
aeruginosa e Escherichia coli, além da espécie 
fúngica Candida albicans, todas causadoras de 
doenças infecciosas. 31/07/2022 22:50 
Equipamentos desenvolvidos no IFSC/USP 
descontaminam superfícies. Além disso, o 
mesmo estudo avaliou a ação do Surface UV 
na desinfecção de superfícies de locais 
diferentes dentro de um ambiente hospitalar, 
isto é, em ambientes reais de contaminação. 
Dez superfícies foram escolhidas para receber 
a desinfecção: bancada de trabalho do 
laboratório de bacteriologia, cadeira de coleta 
de sangue, bancada de troca dos bebês do 
atendimento infantil, mesa de atendimento 
da sala de vacinação, mesa de atendimento da 
sala de tuberculose, dengue e clínica médica, 
mesa de atendimento da sala de DST/AIDS, 
mesa de atendimento da sala de 
dermatologia, cadeira ginecológica da sala de 
saúde da mulher, e suporte com material para 
curativos da sala de hanseníase. Todos os 
resultados mostraram redução na carga 
microbiana presente nestas superfícies, 
indicando que o dispositivo pode auxiliar na 
desinfecção desses locais. O docente e 
pesquisador do IFSC/USP, Prof. Sebastião 
Pratavieira, sublinha que, com relação ao 
COVID-19 ainda não existem estudos 
específicos: “Todavia, baseado no que 
encontramos na literatura, o UV-C tem 
potencial para inativar toda e qualquer 
bactéria, fungo ou vírus, nessas superfícies. 
Vamos ter que aguardar para fazer os testes 
para o novo coronavirus, mas estamos 
convictos de que o UV-C é eficaz. O 
equipamento é extremamente seguro para 
quem manuseia e a única advertência é que 
este aparelho não pode ser utilizado 
diretamente na pele humana, nem em 
animais”, conclui o pesquisador. 
 
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ATIVIDADE PRATICA 2 
 
REALIZAÇÃO DA TÉCNICA DE 
COLORAÇÃO DE GRAM 
 
INTRODUÇÃO 
O método tintorial predominante utilizado 
em bacteriologia é o método de Gram. A 
bacterioscopia, após coloração pelo método 
de Gram com diagnóstico presuntivo, de 
triagem, ou até mesmo confirmatório em 
alguns casos, constitui peça importante e 
fundamental na erradicação e no controle 
das Doenças Sexualmente Transmissíveis 
(DST), por exemplo. Essa técnica é simples, 
rápida e tem capacidade de resolução, 
permitindo o correto diagnóstico em cerca 
de 80% dos pacientes em caráter de pronto 
atendimento em nível local. Os custos com 
investimento e manutenção são 
consideravelmente baixos diante da eficácia 
alcançada com os resultados imediatos dos 
testes. 
Essa técnica requer instalação simples, 
necessitando apenas de uma sala pequena 
com disponibilidade de água e gás, onde 
deverá ser instalado um balcão com pia e um 
bico de Busen, eventualmente substituído 
por uma lamparina ou espiriteira. São ainda 
necessários: microscópio com objetiva de 
imersão e bateria para a coloração de Gram. 
 
A coloração de Gram recebeu este nome em 
homenagem a seu descobridor, o médico 
dinamarquês Hans Cristian Joaquim Gram. 
Em 1884, Gram observou que as bactérias 
adquiriram cores diferentes, quando 
tratadas com diferentes corantes. Isso 
permitiu classificá-las em dois grupos 
distintos: as que ficavam roxas, que foram 
chamadas de Gram positivas, e as que 
ficavam vermelhas, chamadas de Gram-
negativas. 
 
Como funciona a coloração de Gram? 
Desde o trabalho original de Hans Gram, 
vários pesquisadores tentaram, com pouco 
sucesso, determinar o mecanismo envolvido 
no método de coloração. Conceitos diversos 
têm sido apresentados, tais como: 
1. A existência de um substrato Gram-
positivo e específico; 
2. As bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas possuiriam diferentes afinidades 
com o corante primário cristal de violeta; e 
3. A existência de diferentes graus de 
permeabilidade na parede dos micro-
organismos Gram-positivos e Gram-
negativos. 
 
Este último é o mais aceito atualmente. 
Tanto a espessura da parede celular, quanto 
as dimensões dos espaços intersticiais, por 
exemplo, “diâmetro do poro”, parecem ser 
determinantes do resultado final da 
coloração de Gram. Segundo esse conceito, 
quando as estruturas celulares são cobertas 
pela violeta-de-metila, todas se coram em 
roxo. Com a adição do lugol, também 
chamado de mordente, ocorre a formação 
do completo iodo-pararosanilina. Esta 
reação tem a propriedade de fixar o corante 
primário nas estruturas coradas. Algumas 
estruturas perdem a cor violeta 
rapidamente, quando se aplica um agente 
descorante, como álcool etílico, enquanto 
outras perdem sua cor mais lentamente ou 
não perdem a cor. A safranina cora as 
estruturas que foram descoradas. 
 
Fonte: Ministério da Saúde Secretaria de 
Políticas de Saúde Programa Nacional de 
DST e Aids 
 
 
 
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DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
Procedimento 
 
 
 
1. Cubra o esfregaço com violeta-de-metila e deixe por aproximadamente 15 segundos; 
2. Adicione igual quantidade de água sobre a lâmina coberta com violeta-de-metila e deixe 
agir por mais 45 segundos; 
3. Escorra o corante e lave em um filete de água corrente; 
4. Cubra a lâmina com lugol diluído (1/20) e deixe agir por aproximadamente 1 minuto; 
5. Escorra o lugol e lave em um filete de água corrente; 5. Adicione álcool etílico (99,5º GL) 
sobre a lâmina; descorando-a, até que não desprenda mais corante; 
6. Lave em um filete de água corrente; 
7. Cubra a lâmina com safranina e deixe agir por aproximadamente 30 segundos; 
8. Lave em um filete de água corrente; 
9. Deixe secar ao ar livre, ou seque suavemente, com o auxílio de um papel de filtro limpo; 
10. Coloque uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço; e 
11. Leia em objetiva de imersão (100 X). 
 
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Leituras 
 
 
 
 
 
 
Atividade 1 
Primeiramente analise o esfregaço da 
Amostra 1, sob aumento de 100x, 
identificando a morfologia do 
micro-organismo analisado, e 
considere: 
a. Há mais de um tipo morfológico 
Sim Não 
 
b. Qual tipo morfológico pode ser 
identificado na análise? 
_____________________________
_____________________________
_____________________________ 
 
c. Esta morfologia seria compatível 
com Staphylococcus aureus 
Sim Não 
 
 
d. Desenhe abaixo, um campo 
observado em aumento de 1000X, 
considerando quantidade e arranjos 
celulares observados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aumento 1000X 
__________________________________ 
Atividade 2 
Primeiramente analise o esfregaço da 
Amostra 2, sob aumento de 1000x, 
identificando a morfologia do 
micro-organismo analisado, e 
considere: 
a. Há mais de um tipo morfológico 
 Sim Não 
 
b. Qual (is) tipo(s) morfológico(s) 
pode(m) ser identificado(s) na 
análise? 
_____________________________
_____________________________
_____________________________ 
c. Esta morfologia seria compatível 
com Enterococcus faecalis 
Sim Não 
___________________________________ 
d. Desenhe abaixo, um campo 
observado em aumento de 100X, 
considerando quantidade e 
arranjos celulares observados. 
 
 
 
 
 
 
Aumento 1000X 
 
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ATIVIDADE PRATICA 3 
 
BACILOSCOPIA DE ESCARROS 
CORADOS PELA TÉCNICA DE 
ZIEHL-NEELSEN 
 TB (tuberculose) 
 BK Bacilos de Kock 
 BAAR (bacilos álcool ácido 
resistentes) 
INTRODUÇÃO 
Como é feito o diagnóstico da tuberculose? 
O diagnóstico da tuberculose é feito por: 
• exame clínico: baseado nos sintomas 
relatados e no exame físico que possibilitam 
o diagnóstico preliminar zda doença a ser 
confirmada por outros exames; 
• exame radiológico de tórax: pode revelar 
imagens no pulmão sugestivas de 
tuberculose, mas sua simples realização não 
é suficiente para confirmar a doença; 
• prova ou reação tuberculínica: também 
conhecida como PPD (Purified Protein 
Derivative) - derivado purificado de fração 
protéica antigênica do bacilo) ou reação de 
Mantoux, em homenagem ao cientista que 
aperfeiçoou essa prova criada por Koch. É 
uma reação intradérmica, que apenas 
verifica se o indivíduo teve ou não contato 
com o bacilo. 
• diagnóstico laboratorial: é o que confirma 
o diagnóstico da tuberculose. Tuberculose - 
Diagnóstico Laboratorial - Baciloscopia 
Como é feito o diagnóstico laboratorial da 
tuberculose? • 
 O diagnóstico laboratorial da tuberculose é 
feito através dos seguintes métodos 
bacteriológicos: 
• Baciloscopia - ou exame microscópico, é a 
pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes 
- BAAR em esfregaços da amostra, 
preparados e corados com metodologia 
padronizada. 
 Teste rápido molecular para tuberculose 
(GeneXpert MTB/RIF) 
• Cultura - é o exame que permite o 
isolamento e a multiplicação de BAAR, a 
partir da semeadura da amostra em meios 
de cultivo específicos para micobactérias. 
Como qualquer espécie de micobactéria 
pode se desenvolver nesses meios, é 
preciso realizar testes de identificação, que 
possibilitama diferenciação do M. 
tuberculosis de outras micobactérias, em 
amostras de culturas positivas para BAAR. 
Os testes mais utilizados são: 
 • prova de crescimento de colônias 
bacterianas em PNB (ácido p-
nitrobenzóico): consiste na observação do 
crescimento de colônias de micobactérias 
em meio de cultura contendo PNB. O meio 
de cultura contendo este tipo de ácido 
(PNB) inibe a multiplicação do M. 
tuberculosis não ocorre a formação de 
colônias bacterianas; 
• prova de produção da niacina: detecta a 
niacina produzida pelo M. tuberculosis e 
acumulada no meio de cultura. As outras 
micobactérias não produzem niacina em 
quantidade suficiente para a detecção 
nessa prova; 
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• prova de redução do nitrato: detecta o 
nitrito produzido pela redução de nitratos, 
devido a presença da enzima nitrato-
redutase. É obrigatório realizar a 
baciloscopia e a cultura em todas as 
amostras? 
SITUANDO: 
Os exames laboratoriais para TB são: 
 Baciloscopia direta da expectoração 
(Coloração de Ziehl Neelsen) 
 Teste rápido molecular para tuberculose 
(GeneXpert MTB/RIF) 
 Cultura para micobacteria. 
____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
 
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Leitura de escarro: Escala semi-quantitativa para informe do número de BAAR 
observados em esfregaços de escarro corados pelo método de Ziehl-Neelsen 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resultado: __________________________________________________________________ 
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 ATIVIDADE PRÁTICA 4 
TÉCNICAS DE SEMEADURA POR 
ESTRIAMENTO, EM DIFERENTES MEIOS 
DE CULTURA 
INTRODUÇÃO 
Meios de cultura consistem da 
associação qualitativa e quantitativa de 
substâncias que fornecem os nutrientes 
necessários ao desenvolvimento 
(cultivo) de microrganismos fora do seu 
meio natural. Tendo em vista a ampla 
diversidade metabólica dos 
microrganismos, existem vários tipos de 
meios de cultura para satisfazerem as 
variadas exigências nutricionais. Além 
dos nutrientes é preciso fornecer 
condições ambientais favoráveis ao 
desenvolvimento dos microrganismos, 
tais como pH, pressão osmótica, 
umidade, temperatura, atmosfera 
(aeróbia, microaeróbia ou anaeróbia), 
dentre outras. Os meios de cultura 
podem ser classificados quanto a sua: 
A) Composição 
B) Consistência 
C) Intenção de uso 
D) Método de preparo 
Amostras podem ser semeados 
em meios de cultura sólidos, para a 
realização de análises microbiológicas. 
Para este fim, Técnicas de Semeadura 
utilizam materiais coletores como 
cotonetes, swabs, ou materiais 
específicos de inoculação como alças de 
Drigalski ou bastões de inoculação. Na 
execução da Técnica de Semeadura por 
Espalhamento é realizada a inoculação, 
através de estrias de inoculação 
estratégicas, com o objetivo de 
propiciar a distribuição uniforme do 
conteúdo da amostra, sobre o meio de 
cultura sólido. Na execução da Técnica 
de Semeadura por Esgotamento é 
realizada a inoculação, através de 
estrias de inoculação estratégicas, com 
o objetivo de diminuir a carga amostral 
gradualmente, sobre a superfície do 
meio de cultura sólido, propiciando a 
obtenção de colônias microbianas 
isoladas umas das outras. 
Fonte: https://abihpec.org.br/guia-
microbiologia/files/assets/basic-
html/page54.html 
 
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Cultura microbiológica em 
meio sólido, semeada através da 
Técnica de Semeadura por 
Esgotamento 
 
Material necessário 
 Suspenção microbiana 
 3 distintos meios de cultura 
- ágar nutriente 
- ágar Mc Conkey 
- ágar Manitol salgado 
 Alça microbiológica 
 
PROCEDIMENTO 
 
Realize a semeadura da suspensão microbiana, em uma unidade de Meio de Cultura 
Sólido, utilizando a Técnica de Semeadura por Espalhamento, conforme esquema 
ilustrativo. 
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Ilustração da Técnica de Semeadura por 
Espalhamento sobre o meio de cultura sólido, 
esquematizando a sequência de inoculação. 
 
 
1. A seguir, utilizando outra unidade de Meio de Cultura Sólido e realize semeadura da 
suspensão microbiana, utilizando a Técnica de Semeadura por Isolamento ou 
Esgotamento, conforme esquema ilustrativo. 
 
 
 
Ilustração da Técnica de Semeadura por 
Esgotamento, sobre meio de cultura sólido, 
esquematizando a sequência de inoculação. 
 
 PROPOSTA DE TRABALHO 
 
Figura esquema de movimentos de semeadura da técnica de esgotamento, 
sobre o meio de cultura sólido. 
 
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Leitura 
Os resultados obtidos foram os esperados, 
inicialmente? Apresente suas 
considerações, de acordo com os resultados 
obtidos, e faça proposta de novos 
experimentos, considerando os resultados 
obtidos. 
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
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____________________________________
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____________________________________
____________________________________
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____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
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ATIVIDADE PRÁTICA 5 
OBSERVAÇÃO DO CRESCIMENTO 
MICROBIANO, ATRAVÉS DA TURBIDEZ 
E PRODUTOS METABÓLICOS 
INTRODUÇÃO 
 Quando há condições propícias 
para o desenvolvimento microbiano, 
bactérias e fungos se multiplicamexponencialmente, porém a taxa de 
crescimento diminui devido à carência 
de nutrientes e alterações das 
condições ambientais, que se não forem 
revertidas, levam à morte da cultura 
microbiana. 
 O crescimento de bactérias e 
fungos, em sistemas fechados, ou seja, 
em ambientes que não há entrada de 
novos aportes nutricionais, e nem 
depuração de metabólitos produzidos 
pelos próprios micro-organismos, 
ocorre em 4 fases: 
 Fase Lag, na qual os micro-
organismos estão se adaptando 
ao meio. 
 Fase Log ou Exponencial, na 
qual os micro-organismos já 
adaptados ao ambiente, em que 
estão expostos, se multiplicam 
continuamente, em uma 
progressão exponencial. 
 Fase Estacionária, na qual a taxa 
de crescimento populacional 
microbiana é equivalente à taxa 
de mortes da mesma, devido à 
escassez de nutrientes e a 
formação de produtos do 
metabolismo, que se acumulam 
no ambiente. 
 Fase de Declínio, na qual, a taxa 
de mortes supera o número de 
novos micro-organismos, devido 
à escassez severa de nutrientes 
essenciais, desequilíbrio iônico e 
aumento de toxinas, produtos 
do próprio metabolismo 
microbiano. Nesta fase o 
ambiente se torna inóspito para 
a população microbiana. 
 As leveduras da 
espécie Saccharomyces cerevisiae, 
realizam fermentação alcoólica, que é 
um processo biológico, no qual açúcares 
como a glicose, frutose e sacarose são 
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convertidos em energia celular, com 
produção de etanol e dióxido de 
carbono. A velocidade de fermentação 
é determinada pela quantidade de 
açúcar fermentado, e por uma 
quantidade de leveduras, durante um 
certo tempo. Para acompanharmos o 
tempo necessário que uma cultura de S. 
cerevisiae micro-organismo específico 
leva para se manter nas fases Lag e Log, 
acompanharemos a produção de um 
dos metabólitos, o gás dióxido de 
carbono. 
Entende-se por turbidez o 
fenômeno que ocorre, quando 
partículas sólidas presentes em solução, 
antes homogênea, dispersam a radiação 
incidida em linha reta, através da 
solução, e esta luz é mais absorvida do 
que transmitida. Em um crescimento 
microbiano, em ambiente aquoso, a 
turbidez proteica é proporcional à 
quantidade de micro-organismos 
presentes. Quanto maior a turbidez, 
maior a concentração das partículas 
suspensas, presentes naquele 
ambiente. Se a luz transmitida é medida 
em um comprimento de onda 
particular, pode-se obter um valor que é 
proporcional à concentração da 
substância, ou substâncias presentes na 
solução, responsáveis pela turbidez. 
Os métodos turbidimétricos são 
utilizados em Microbiologia para 
quantificar a concentração de micro-
organismos em ambientes aquosos. Em 
laboratórios de ensaios analíticos ou 
clínicos as medições são realizadas com 
equipamentos chamados 
espectrofotômetros. 
A observação da turbidez 
também pode ser utilizada para 
detectar a presença e crescimento de 
micro-organismos em ambientes 
supostamente estéreis, como a análise 
de controle de qualidade de uma 
solução. 
 
 
 
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 PROPOSTA DE TRABALHO 
Micro-organismos a serem estudados 
- Sacharomyces cereviseae, proveniente de fermento biológico. 
MATERIAL POR GRUPO 
- 3 tubos com 10 mL de solução salina 
- 2 g de fermento biológico 
- 2 g de açúcar (sacarose) 
- fitas de indicador de pH 
- 2 balões de festa 
- cubetas de espectrofotometria descartáveis 
-Papel de pesagem 
 
Procedimento 
1ª. etapa 
1. Identifique os tubos, conforme a proposta: 
 Tubo C – 1 colher (chá) de fermento biológico. 
 Tubo 1 – 1 g de açúcar e 1 g de fermento biológico. 
 Tubo 2 – 1 g de açúcar e 1 g de fermento biológico 
 
2. Adicione a quantidade de fermento biológico e de açúcar, estipulada para cada 
tubo, na etapa 1. 
3. Feche as tubos e agite bem para homogeneizar os ingredientes. 
4. Retire as tampas e cubra a boca dos tubos 1 e 2 a garrafas com os balões. 
5. No tubo 3 acrescente 1 pedaço de repolho roxo, previamente sanitizados. 
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ATIVIDADE PRÁTICA 6 
PESQUISA MICOLÓGICA DE GRÃOS 
OLEAGINOSOS 
INTRODUÇÃO 
 Além de fungos comestíveis e 
fermentadores que podem fazer parte 
de nossa alimentação, fungos não 
comestíveis, presentes 
abundantemente na natureza, são 
encontrados frequentemente em 
alimentos. Para estes fungos, a presença 
nos alimentos é indesejável, pois alguns 
destes fungos podem produzir 
substancias tóxicas chamadas 
Micotoxinas, que se ingeridas com os 
alimentos podem comprometer 
gravemente a saúde humana e de 
outros animais. 
Alguns fungos filamentosos como 
integrantes dos gêneros Aspergillus e 
Penicillium, são toxigênicos, e a principal 
toxina produzida por este gênero 
fúngico é chamada aflatoxina, que é 
capaz de comprometer gravemente a 
longo prazo a saúde humana. 
 Devido às suas necessidades 
nutricionais, muitos fungos toxigênicos 
têm predileção por se desenvolver em 
ambientes oleaginosos. Por isso, grãos 
como amendoim, avelã, nozes e 
castanhas, além de milho e soja, 
frequentemente apresentam 
quantidades desaconselhadas de 
micotoxinas. Portanto, a detecção de 
fungos filamentos em grãos oleaginosos 
desaconselha o consumo do lote 
analisado. 
 PROPOSTA DE TRABALHO 
Material necessário 
 3 unidades de ágar sabouraud dextrose (ASD). 
 Grãos adquiridos no comércio varejista, sugiro algo que você tenha em sua 
residência (ex: amendoim, avelã, castanha, noz, e que não sejam salgados ou 
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adocicados). Caso você não tenha, procure adquirir uma porção pequena de 
amostra. Só serão necessários 9 a 12 grãos. 
 Espátula 
PROCEDIMENTO 
1. Identifique as unidades de meio sólido para crescimento fúngico, sendo, 2 unidades 
como experimento e 1 unidade como controle negativo, e a data da realização do 
experimento. 
2. Com o auxílio de uma espátula, separe os grãos a serem analisados. No caso de 
amendoim com casca, não será necessário descascá-lo. 
3. Para cada unidade do meio de cultura básico sólido, distribua 3 a 4 grãos sobre sua 
superfície. 
4. Incube os meios de cultura, controle e meios semeados, a temperatura ambiente 
controlada (25º C), por 7 dias. 
Observação e documentação dos resultados 
Decorrido o tempo estipulado, observe se houve o crescimento de micro-
organismos, e se sim, qual a cor que apresentam. Verifique se houve crescimento na 
unidade de controle negativo, pois se houver, os resultados obtidos nos experimentos 
podem ser comprometidos. 
Tempo da 
observação 
Amostras 
1 2 3 Controle negativo 
7 dias Foto Foto Foto Foto 
Relação de 
contaminação 
 
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PREJUÍZO 
Milho: presença de toxina 
impede a comercialização de 
500 mil sacas 
Em Tocantins, o temor 
entre os empresários é de 
que o estado seja visto 
como produtor de grãos 
contaminados e perca 
possíveis compradoresPUBLICADO EM 05/11/2018 ÀS 14H22 POR 
COM INFORMAÇÕES DA EMBRAPA PESCA 
E AQUICULTURA - ATUALIZADO EM 
21/11/2018 ÀS 16H02 
 
 
Foto: Leonardo Rocha/ Embrapa 
Agrossilvipastoril 
Produtores e exportadores de 
milho do Tocantins estão com 
problemas de comercialização 
devido à identificação de uma 
toxina encontrada no cereal 
durante fiscalização sanitária. 
Um levantamento realizado pela 
Secretaria do Desenvolvimento 
da Agricultura e Pecuária 
(Seagro) do estado constatou 
que aproximadamente 500 mil 
sacas foram barradas para a 
venda, mas o prejuízo pode ser 
ainda maior, segundo Tadeu 
Teixeira Jr, gerente de agricultura 
da secretaria. A aflatoxina é um 
tipo de micotoxina das mais 
nocivas do mundo, considerada 
o agente natural mais 
cancerígeno que se conhece. 
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“Essa micotoxina é altamente 
perigosa, porque mesmo quando 
o milho é processado ela não 
morre. Então ela pode ser 
encontrada em inúmeros 
alimentos processados, como 
flocos de milho e até na cerveja. 
E pior: se o animal consumir o 
milho contaminado, transmite 
aflatoxina para a carne e o leite”, 
alerta Rodrigo Véras da Costa, 
pesquisador e especialista em 
fitopatologia da Embrapa Milho e 
Sorgo (Sete Lagoas, MG). 
Segundo a Embrapa, a Europa é 
um dos compradores mais 
exigentes do mundo, não 
admitindo um nível de 
contaminação superior a quatro 
nanogramas. Países como 
Brasil, Argentina e Estados 
Unidos já admitem até cinco 
vezes acima desse patamar. 
Nos Estados Unidos há uma 
legislação específica que 
determina a destinação do milho 
de acordo com seu grau de 
contágio: até 20 nanogramas o 
grão pode ser destinado ao 
consumo humano. No Brasil, a 
legislação não diferencia os 
diversos graus de 
contaminação. 
Véras revela ainda como o 
departamento descobriu casos 
de aflatoxina no Tocantins. “Uma 
grande empresa exportadora de 
grãos entrou em contato conosco 
para relatar sobre a rejeição de 
seus lotes de milho. A princípio a 
demanda era ligada a questões 
tributárias, mas ali acendeu um 
alerta e fomos saber se o 
problema era local ou se atingia 
outras empresas”, diz. 
Depois de uma consulta com 
mais de 30 armazenadores do 
estado, a Seagro tomou 
conhecimento de que várias 
estavam com o mesmo problema 
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de contaminação. O temor dos 
produtores e empresários é que 
o estado seja visto como produtor 
de grãos contaminados e perder 
possíveis compradores. 
 Produtores de milho de MT 
seguram vendas e reduzem área 
de plantio 
 Plantio de milho verão avança e 
ultrapassa média dos últimos 
cinco anos 
“Mato Grosso, que é um grande 
produtor de milho, é tido como 
fornecedor de grão saudável, 
limpo. Se o Tocantins pegar esse 
estigma de exportador de grão 
contaminado, pode inviabilizar 
plantio de milho no estado”, 
alerta Verás. 
Prevenção 
Provocada pelo 
fungo Aspergillus flavus, que 
causa o mofamento dos grãos, a 
aflatoxina é resistente ao 
tratamento com fungicidas, que 
encontram dificuldade de atingir 
o alvo. Além disso, a micotoxina 
é altamente contagiosa e pode 
ocorrer em qualquer momento: 
do plantio à industrialização, 
passando pela colheita, 
armazenamento e transporte. 
“A melhor forma é prevenir”, 
ressalta Véras, acrescentando 
que temperaturas elevadas e 
períodos de seca na fase de pré-
florescimento favorecem o 
aparecimento do fungo. Nesse 
sentido, o clima do Tocantins é 
extremamente propício à 
contaminação. “No período de 
plantio temos um clima quente e 
úmido e isso é tudo o que o fungo 
quer para se reproduzir”, detalha 
ele. 
 
Foto: Embrapa 
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 34 
 
 
 
Para prevenir a doença, o 
produtor deve tomar uma série 
de medidas, a começar pela 
escolha de híbridos mais 
resistentes e plantar na época 
certa, evitando o estresse hídrico 
na fase do pré-florescimento. 
Também é preciso controlar os 
insetos, pois eles fazem furos na 
planta que favorecem à 
contaminação do fungo. 
Segundo o pesquisador, a 
colheita também deve ser na 
época correta, evitando deixar o 
milho por longos períodos no 
campo. Além disso, as máquinas 
de trabalho precisam estar 
devidamente calibradas para 
evitar quebra dos grãos durante 
a colheita – pois isso também 
favorece a entrada do fungo. 
Limpeza e secagem correta dos 
grãos, além de armazenamento 
adequado em depósitos em boas 
condições higiene são medidas 
que devem ser adotadas para 
evitar a ocorrência de 
micotoxinas. 
“O produtor de Tocantins deve 
ser extremamente cuidadoso. 
Temos a ideia inclusive de criar 
um grupo de trabalho voltado 
para alertar todos os agentes 
envolvidos na cadeia do milho 
para que esse problema não 
prejudique ainda mais a 
produção. O que aconteceu 
esse ano já é um alerta”, conclui 
Véras. 
 
Fonte: 
https://www.canalrural.com.br/no
ticias/agricultura/milho/toxina-
impede-comercializacao-milho/ 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
DISCIPLINA 30090025 – MICROBIOLOGIA 
PROFESSORA DULCINÉA BLUM MENEZES 
 
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ATIVIDADE PRÁTICA 7 
EXAME MICROSCÓPICO DIRETO PARA 
FUNGOS COM TINTA-DA-CHINA OU 
NANQUIM 
INTRODUÇÃO 
Criptococose é uma micose sistêmica 
causada por duas espécies do 
basidiomiceto encapsulado: 
Cryptococcus neoformans e C. 
gattii, 
que, respectivamente, causam infecção 
em indivíduos imuno-comprometidos e 
em hospedeiros imuno-competentes, 
respectivamente. Pacientes com 
deficiência em células T são mais 
suscetíveis. A infecção se inicia por 
lesões pulmonares assintomáticas e a 
doença disseminada frequentemente 
cursa com meningoencefalite. A 
importância médica da criptococose 
aumentou significativamente em 
consequência da epidemia da AIDS e dos 
transplantes de órgãos. 
A pesquisa de leveduras do gênero 
Cryptococcus pode ser realizada em 
qualquer material clínico, mas é usual a 
solicitação a partir de líquido 
cefalorraquidiano (líquor) para 
investigação em suspeita de meningite 
criptocócica. 
Base metodológica: Os grânulos de 
nanquim (tinta-da-china) ou não são 
capazes de penetrar na cápsula dessas 
leveduras, ficando de fora das 
estruturas celulares capsuladas, e 
preenchendo o ambiente externo pelos 
grânulos negro, permitindo o fácil 
reconhecimento das leveduras 
encapsuladas, que permanecem claras. 
As amostras são reveladas com tinta-da-
china ou nanquim, com a finalidade de 
visualizar as leveduras encapsula 
Sua presença é indicativa de 
criptococose, portanto patognomônico, 
e seu achado é fundamental para 
confirmação diagnóstica, embora não 
permita garantir que as leveduras 
estejam viáveis. 
Sua viabilidade deverá ser avaliada, pela 
confirmação por realização da cultura 
para fungos, visto que podem 
permanecer presentes no exame direto 
por um longo tempo, mesmo após o 
tratamento, sem, no entanto, serem 
viáveis. Portanto, não representam um 
bom parâmetro para controle de cura. 
Assim como para pacientes 
imunossuprimidos, pode haver um falso 
negativo, quando as leveduras não são 
estimuladas a produzirem capsulas, 
como defesa frente ao sistema 
imunológico competente. 
Fonte: SEVERO, Cecília Bittencourt; 
GAZZONI, Alexandra Flávia and SEVERO,Luiz Carlos. Capítulo 3: criptococose 
pulmonar. J. bras. pneumol. [online]. 
2009, vol.35, n.11, pp.1136-1144. ISSN 
1806-3713. 
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-
37132009001100012. 
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Laudo: presença de leveduras 
capsuladas 
Laudos possíveis: 
1. Presença de leveduras capsuladas 
por “coloração” por tinta da China. 
2. Ausência de leveduras capsuladas 
por “coloração” por tinta da China. 
 PROPOSTA DE TRABALHO 
Material necessário 
- suspensão de cultura de criptococos 
- suspensão de tinta da China 
- lâminas e lamínulas limpas e desinfetadas 
 METODOLOGIA 
Solicitar Cultura para leveduras e posterior identificação por tinta da china 
Cultura: Cultivos em Ágar Sabouraud Dextrose, para avaliação do possível crescimento 
de fungos. 
Teste da Tinta Nanquim Conforme Silva (2004) e Gullo (2012), os fungos crescidos em 
Ágar Sabouraud Dextrose devem ser examinados ao microscópio óptico, após detecção 
com tinta da china, para identificação da cápsula polissacarídica e assim analisar o 
gênero encontrado. 
Leitura 
Desenhe, um campo observado em 
aumento de 1000X, considerando 
quantidade e arranjos celulares observados. 
 
 
 
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