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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – CCQFA Disciplina de Bioquímica II - Medicina Prof. Dr. César A. Brüning EXERCÍCIOS – METABOLISMO DE LIPÍDEOS 1. Os lipídeos obtidos da dieta podem ser absorvidos no intestino como triacilgliceróis? 2. Quais as enzimas que hidrolisam os lipídeos antes de sua absorção? 3. Qual a função da bile? Qual órgão que sintetiza a bile? A bile pode hidrolisar os lipídeos? 4. Explique o transporte de lipídeos na via exógena. 5. Qual a função da apolipoproteína ApoC-II? E da Apo-E? 6. Explique como e em qual situação os ácidos graxos são mobilizados do tecido adiposo. 7. Em qual compartimento celular ocorre a β-oxidação. Quais são os produtos da β-oxidação e seus destinos? 8. Qual o mecanismo de entrada do ácido graxo na mitocôndria e como esse processo é controlado. 9. Em qual órgão e em qual situação metabólica ocorre a formação de corpos cetônicos? Por que a síntese de corpos cetônicos é importante para o organismo? Os TAG da dieta sofrem a digestão antes de serem absorvidos. A bile emulsifica esses lipídeos e as lipases intestinais digerem o TAG em ácidos graxos e glicerol. São absorvidos como ácidos graxos, os quais são reesterificados em TAG, empacotados em quilomicrons e transportados pela via exógena. Lipases intestinais, principalmente a lipase pancreática A bile é sintetizada pelo fígado e emulsifica as gorduras, formando micelas. Essas micelas sofrem a ação das lipases e sao hidrolisadas Lipídeos sofrem a ação da bile, sendo emulsificados. As micelas formadas são digeridas pelas lipases, liberando ácidos graxos e glicerol. Esse ácido graxo é reconvertido em TAG, o qual se une ao colesterol da dieta e a apopoliproteinas, sendo empacotados como quilomicron. Esse quilomicron vai para os vasos linfáticos e depois para o sangue. A apoC-II ativa a lipase lipoproteica nos capilares do adiposo, do coração, do músculo esquelético e da glândula mamária em lactação, o que permite a liberação de ácidos graxos livres para esses tecidos. Conforme o quilomicron vai perdendo ácidos graxos e TAG, se torna um remanescente de quilomicron. Esse remanescente vai até o fígado e lá, por meio da apo-E, é reconhecido por receptores e sofre endocitose. Dentro do fígado, o remanescente libera o colesterol ainda existente e é degradado nos lisossomos, ApoC-II = ativa a lipase lipoproteica, a qual degrada tag em ácido graxo e glicerol Apo-E = são reconhecidas pelos receptores no fígado, possibilitando a endocitose dos remanescentes de quilomicrons Em situações de jejum, os ácidos graxos são mobilizados do tecido adiposo. O hormônio glucagon se liga em seu receptor nos adipocitos e ativa a cascata para degradação. O adipócito apresenta a lipase de tag, a lipase hormônio sensível e a monoacilglicerol lipase. A PKA (proteína quinase A) fosforila a lipase hormônio sensível e a perilipina. Quando fosforilada, a perilipina se separa do CGI. Esse CGI ativa a lipase de TAG. A lipase de tag age no TAG, resultando em diacilglicerol e ácido graxo. A lipase hormônio sensível age nesse diacilglicerol, resultando em monoacilglicerol e ácido graxo. A monoacilglicerol lipase age no monoacilglicerol, resultando em glicerol e ácido graxo. O glicerol vai sofrer a ação da glicerol quinase, a qual origina glicerol 3 fosfato, o qual será metabolizado em DHAP, intermediário da glicólise e gliconeogenese. Já os ácidos graxos irão para o fígado sofrer beta oxidação. A beta oxidação ocorre na matriz mitocondrial. Produtos: 1) Acetil Coa -> ciclo de krebs ou conversão em corpos cetônicos 2) NADH+H e FADH2 -> vão para a cadeia respiratória Ácido graxo chega no fígado e precisa ser ativado para entrar na mitocôndria. No citosol, sofre ação da acil-coa graxo sintetase, gerando acil coa graxo, a forma ativada do ag. A membrana mitocondrial externa é impermeável ao acil coa graxo, então, ocorre o ciclo da carnitina. Nessa membrana, há a carnitina aciltransferase I, a qual adiciona carnitina à molécula e retira coenzima A, originando acil carnitina graxo. Na sequência, uma translocase permite a passagem da acil carnitina graxo do espaço intermembrana para a membrana mitocondrial interna. Nessa região, a carnitina acil transferase II retira a carnitina da molécula e adiciona coenzima A, originando acil coa graxo novamente. O malonil-coa é um intermediário da síntese de ácidos graxos e é ele que controla esse processo, pois quando há excesso dessa substância, ela inibe a carnitina aciltransferase I, impedindo a entrada do AG na mitocôndria e a sua beta oxidação. Além disso, o aumento de acetil coa e de nadh/nad inibe; glucagon estimula. A formação de corpos cetônicos ocorre principalmente no fígado quando o indivíduo está em jejum/diabetes descompensado. Ela é importante porque permite a continuidade da beta oxidação, uma vez que os intermediários do ciclo do ácido cítrico estão desviados para a gliconeogenese. Fígado produz, mas não utiliza corpos cetônicos (não tem a enzima tioforase). Tecidos extra hepáticos utilizam, incluindo o cérebro.
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