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Casos clínicos AV1 - Neurofarmacologia

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Curso / Campus: Farmácia – Campus Caxias 
Disciplina-Turma: Neurofarmacologia Casos Clínicos 
Professor: Data: 12/09/2023 
Alunos(a): 
 
 
Matrícula: 
 
Caso 1 –Uma mulher de 22 anos de idade é trazida para o serviço de emergência por ambulância devido a uma 
tentativa de suicídio. Logo depois de um passeio, ela chamou o namorado dizendo que havia tomado muitas pílulas 
para dormir. Durante o exame, ela está letargica, mas geme e move todas as extremidades sob estímilos dolorosos. 
Sua pressão arterial é de 110/70 mmHg, frequência cardíaca de 80 bpm e saturação de oxigênio de 99%. Suas 
pupilas tem tamanho normal e são reativas a luz. Seus reflexos tendíneos profundos estão normais bilateralmente. 
Ela recebeu um bólus intravenoso de dextrose e uma ampola de naloxona sem resposta. Seu namorado, com quem 
teve uma discussão, trouxe o frasco do medicamento usado, em que se lê lorazepam. Com base no caso responda as 
questões: 
 
a) Qual o perigo de uma superdosagem desta classe de fármacos? 
Eles são absorvidos chegando rápido ao SNC, com isso o paciente pode ficar sedado, ter fraqueza, tonturas, 
falta de coordenação motora e sonolência. 
 
b) Qual o mecanismo de ação dessa classe de fármacos? Ressalte as principais interações medicamentosas desta 
classe de fármacos. 
Aumentar a abertura do canal de cloreto por mais vezes. 
Faz interações medicamentosas com, eritromicina, claritromicina, ritonavir, itraconazol, contraceptivos orais, 
nefazodona e cimetidina. 
 
c) Qual seria o agente farmacológico pode ser utilizado para tratar essa paciente, e qual seu mecanismo de 
ação? 
Flumazenil, ele retira o medicamento bloqueando a ligação dos benzodiazepínicos no canal de GABA. 
 
Caso 2 - Paciente B.V.M., 28 anos, hipertenso controlado, separado recentemente, está passando por uma crise de 
depressão pós-trauma. Seu médico resolve tratá-lo com Nortriptilina. Após alguns meses de uso seu estado 
depressivo havia melhorado, porém estava sentindo redução de seus batimentos cardíacos, ficando fraco e tonto. 
Certo dia ao levantar rapidamente, sentiu-se tonto e caiu ao chão antes colidindo com seu criado mudo. Com isso, 
B.V.M. teve uma crise convulsiva e foi acudido por seu irmão que assitiu a cena. Levado ao hospital, após a crise, foi 
prescrito Carbamazepina a fim de evitar novas crises convulsivas pós-traumáticas. Já em casa, após duas semanas, o 
paciente começou a sentir mais fraqueza, tontura e batimentos cardíacos muito fracos. 
 
Com base no caso clínico, responda as questões abaixo: 
 
a) Qual o mecanismo de ação da Nortriptilina? Porque o paciente começou a sentir fraqueza, tontura e redução 
dos batimentos cardíacos após seu uso? 
Bloqueia a receptação de noradrenalina. 
A nortriptilina é um antidepressivo tricíclico e tem alguns efeitos colaterais como hipotensão, efeitos cardíacos 
e convulsão, esses efeitos adversos levaram o paciente a ter fraqueza, tonturas e redução nos batimentos 
cardíacos, pelo fato do paciente ser um hipertenso controlado a nortriptilina causou a hipotensão no paciente. 
 
b) Qual o mecanismo de ação da Carbamazepina? Porque após semanas de seu uso o paciente voltou a sentir os 
sintomas mais intensos de fraqueza, tontura e redução dos batimentos cardíacos? 
Bloqueia os canais de sódio reduzindo a excitação elétrica. 
 
c) Proponha qual medida deveria ser tomada para melhora da terapia do paciente? Não esqueça de relatar o 
mecanismo de ação do fármaco a ser proposto substituição. 
Para melhora da terapia do paciente é aconselhável trocar o antidepressivo nortriptilina que é tricíclico, pela 
venlafaxina, que tem como mecanismo de ação, inibir a receptação de serotonina e um fraco inibidor da 
noradrenalina, tendo assim menos efeitos colaterais. 
 
 
Caso 3 - Um homem de 18 anos de idade com história clínica de epilepsia desde a infância apresenta-se via 
ambulância no pronto-socorro devido a estado de mal epilético. Ele foi estabilizado, finalmente, por doses repetidas 
de diazepam intravenoso. Sua mãe afirma que ele teve história de nascimento sem intercorrências, nenhum 
traumatismo craniano prévio e ressonância magnético de crânio negativa. Sua última convulsão foi há três meses e, 
geralmente, é controlada pelo uso de fenitoína oral regularmente. No pronto-socorro, o paciente se encontra confuso, 
combativo, mas tem exames neurológicos e cardiovasculares normais. Também não há evidências de qualquer 
trauma. Seus exames iniciais, incluindo hemograma, painel metabólico abrangente e análise de urina para 
rastreamento de drogas, são negativos. Seu nível de fenitoína é indetectável. 
 
a) Descreva qual a conduta a ser tomada quando o paciente chega a uma unidade hospitalar para atendimento 
de crise epilética. 
Manter as vias áreas do paciente para garantir uma boa oxigenação, verificar os sinais vitais, monitorar o ECG 
e Po2, fazer uma punção para retirar sangue para exames e administração de glicose. Utilizar diazepam 0,2 
mg/kg ou fenitoína 15-20 mg/kg ambos IV. 
 
b) Descreva o mecanismo de ação da fenitoína, porque o paciente mesmo tomando o medicamento teve níveis 
indetectáveis? 
Bloqueia os canais de sódio impedindo os disparos, sua absorção por via oral é uma absorção erratica, onde 
não dá para prever a absorção do medicamento pelo paciente, por esse motivo seus níveis estão 
indetectáveis. 
 
c) Como é a eliminação da fenitoína e revele qual o grupo de pacientes que devemos estar alertas com o uso 
deste medicamento. 
Excreção renal, contra o indicado para gestantes e pacientes com problemas renais e hepáticos ( seu 
metabolismo é hepático), fazer ajuste de dose. 
 
d) Quais são os principais efeitos adversos da fenitoína e suas interações medicamentosas. 
Seus efeitos adversos no SNC podem ser ataxia, vertigem, cefaléia, visão turva, confusão mental, prejuízos 
cognitivos, insônia e nervosismo transitório. 
No TGI podem ser náusea, êmese e constipação. 
Outros efeitos adversos são hirsutismo, hiperplasia gengival 20%, reação de hipersensibilidade 2-5%, 
trombocitopenia, leucopenia, anemia megaloblástica, hepatite e lesão hepática e má formação fetal. 
Suas interações medicamentosas são com fenilbutazona e sulfonamidas que aumentam o efeito da fenitoína, 
carbamazepina e fenobarbital que diminuem a quantidade plasmática da fenitoína, e isoanida e cimetidina que 
aumentam a quantidade plasmática da fenitoína.

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