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e-Tec Brasil63
Aula 9 – Etnocentrismo e relativismo 
cultural: análise de casos para 
desenvolvimento de conceitos
As diferenças étnicas no mundo e os conflitos gerados por essas diferen-
ças. Esses são os conteúdos desta aula. Vamos conhecer algumas diferen-
ças que em alguns casos levaram à guerra e à destruição. Diferente do 
Brasil a diversidade é encarada como um problema intolerável.
Finalizamos a aula anterior fazendo referências à capacidade dos brasileiros 
de viver num país com formação baseada em grande pluralidade cultural. 
Isto tudo deu origem à nossa culinária, sotaques, musicalidade, etc.
No Brasil também ocorrem problemas de intolerância étnica, baseada na ori-
gem, religião ou costumes de alguns grupos sociais. Mas, em muitos países 
e regiões do mundo isto é mais frequente. Por isto vamos estudar um pro-
blema delicado para o ser humano: o etnocentrismo. Este problema consiste 
basicamente na crença que uma cultura é melhor. Ou que uma determinada 
cultura domina ou quer dominar outra.
Já estudamos o que é etnia. Trata-se de grupo social que tem características 
comuns e estas são reconhecidas interna e externamente como fundamen-
tais para a existência e reconhecimento do grupo. E lembrando algo impor-
tante: etnia não tem relação direta com aparência física, mas a aparência, 
inclusive o modo de se vestir, ajuda a identificar características étnicas. (Re-
leiam o conceito na aula 5 de etnicidade do sociólogo Anthony GIDDENS).
O etnocentrismo é um tipo de atitude que promove conflitos no vários países 
do mundo. E o preconceito, base do etnocentrismo, pode ter várias moti-
vações: religiosas, políticas ou na descendência, ou seja, conforme Giddens: 
linhagem real ou imaginada. Veja alguns exemplos:
Diferenças étnicas que têm relação com a religião provocam conflitos na Chi-
na. Desde a revolução chinesa, 1949, quando o governo central do partido 
comunista tentou abolir as religiões, houve conflitos na região, seja entre o 
estado e os uigures, e também entre o governo e os tibetanos. Neste último 
caso, o líder da religião budista, Dalai Lama, está proibido de voltar para o 
seu país. 
Figura 9.1: China: região dos Uigures
Fonte: http://www.ler-qi.org
Figura 9.2: China região dos Tibetanos
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
Na figura 9.4 Manifestante tibetano luta com policial perto da fronteira com 
Nepal. Anistia diz que mais de mil tibetanos estão desaparecidos.
Figura 9.3: Muçulmanos 
uigures
Fonte: http://www.webislam.com
Figura 9.4: Mais de mil ti-
betanos estão desapareci-
dos, diz Anistia. 
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
É importante deixar claro que nem sempre apenas um motivo desencadeia o 
etnocentrismo, o preconceito e o conflito. No caso da China envolve religião, 
política e território. Mas sem dúvida a discussão étnica está presente.
Há também conflitos étnicos derivados da formação de estados-nação (paí-
ses). Ao longo da história grupos sociais se aproveitaram da descolonização 
de alguns países, ou mesmo da formação de novos, para dominar determi-
nada região ou mesmo delimitar regiões de controle. Isto, em relação a gru-
pos sociais menos organizados politicamente provocou formação de países 
com mais de uma etnia, ou mesmo, a desconsideração de valores étnicos 
Quem são os muçulmanos 
uigures, alvo de repressão 
policial na China
A minoria étnica muçulmana 
uigur vive na província de 
Xinjiang, tomada pelo governo 
central chinês em 1949. Até 
hoje, esses descendentes dos 
turcomanos - misturados com 
iranianos e outros povos de 
origem indo-europeia - lutam 
pela independência de sua 
província, rica em recursos 
naturais. Sua cultura continua 
tendo muito pouco a ver com a 
chinesa. Na bandeira da China, a 
estrela maior representa a etnia 
han, dominante. E as estrelas 
menores, as quatro províncias 
autônomas: Mongólia interior, 
Manchúria, Tibete e Xinjiang 
que, em chinês, significa “nova 
fronteira”. 
Fonte: http://g1.globo.
com/Noticias/
Mundo/0,,MUL1220590-
5602,00-SAIBA+QUEM+SAO+
OS+MUCULMANOS+UIGURES
+ALVO+DE+REPRESSAO+POLI
CIAL+NA+CHINA.html
Descolonização
É a saída dos colonizadores das 
regiões por eles colonizadas.
Interculturalidadee-Tec Brasil 64
importantes na definição de fronteiras. E 
neste sentido a cultura de um grupos, às 
vezes, torna-se forma de resistência ao 
grupo opositor, invasor ou dominador.
Veja mais um exemplo, só que desta vez 
de uma etnia que não tem uma nação 
politicamente organizada, não há esta-
do e território reconhecido. É o caso dos 
curdos no oriente médio figura 9.5, que 
envolve principalmente a Turquia, o Irã 
e o Iraque; e dos bascos figura 9.6, no 
norte da Espanha e sul da França.
O povo Curdo é constituído por um agrupamen-
to de famílias que vivem em forma de tribos, sua 
atividade econômica é baseada no pastoreio e fa-
bricação artesanal de tapetes. Apesar de possuir 
características singulares, os Curdos foram reco-
nhecidos somente a partir da década de 1920, por 
meio do Tratado de Sévres, em 1920, e Lausanne, 
em 1923, que propunha a instauração de um Estado Curdo nos lugares 
em que já habitavam. No entanto, o governo não colocou em prática a 
determinação de criação de um novo Estado, além disso, os líderes dos 
territórios onde está localizado o povo curdo reprimiram essa etnia força-
damente, tal repressão impulsionou o surgimento de inúmeras revoltas 
com confrontos diretos. Tais revoltas continuam ocorrendo no século XXI. 
Por Eduardo De Freitas http://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/povo-curdo.htm 
Fonte: http://www.mundoeduca-
cao.com.br
Figura 9.6: Os Bascos são uma etnia 
que na Espanha luta pela sua autode-
terminação
Fonte: http://ww1.rtp.pt
Figura 9.5: Curdistão é como nos referi-
mos ao território almejado pelos curdos
Fonte: http://revistaepoca.globo.com
e-Tec BrasilAula 9 – Etnocentrismo e relativismo cultural: análise de casos para desenvolvimento de conceitos 65
O que é o país Basco?
É um território que, apesar do nome, não é um país independente, mas 
uma área de 20 mil quilômetros quadrados entre a Espanha e a França 
onde vivem os bascos. Estabelecido ali há mais de 4 mil anos, esse povo 
conservou boa parte dos seus traços culturais originais, especialmente o 
nacionalismo e a língua, que não tem parentesco com nenhuma outra. “Ao 
longo de todo esse tempo, os bascos tiveram seu território ocupado por 
romanos, visigodos, mouros e francos. A Espanha e a França pegaram sua 
fatia por volta do século 15”, afirma a historiadora Maria Guadalupe Pedre-
ro-Sánchez, da Unesp de Assis (SP). No século 17, a demarcação definitiva 
das fronteiras dividiu de vez esse povo em dois Estados. “Na Espanha, onde 
estão 90% do território basco, a integração foi mais difícil que na França”, 
diz o geógrafo André Martin, da Universidade de São Paulo (USP). 
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-o-pais-basco
Outro conflito que marcou a história se dá entre Tutsis e Hutus que foi fruto 
de disputas étnicas em dois países africanos, Burundi e Ruanda. Veja o mapa 
político da África na figura 9.7. Com a descolonização os conflitos aumen-
taram as raias de uma guerra civil que culminou com o extermínio 250 mil 
pessoas. A seguir a reportagem apresenta o conflito em Burundi. 
250 mil mortos 
depois, tutsis e hutus 
fazem a paz
O Estado de São Paulo, 01/11/2001
Depois de uma longa guer-
ra civil que custou cerca de 
250 mil vidas, a guerra pa-
rece próxima do fim com a 
formação de um novo go-
verno acertado entre os dois 
principais grupos étnicos do 
Burundi, os tutsis e os hutus. 
O novo governo burundinês, 
que assumiu nesta quinta-feira, nasceu de uma longa e difícil mediação 
conduzida pelo ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. O acordo al-
cançado prevê no poder executivo uma coalizão integrada pela minoria 
tutsi - de fato, sempre no poder desde a independência, em 1962 - e a 
maioria hutu. Durante os primeiros 18 meses, o titular seráum tutsi, e o 
vice, um hutu - posição que se inverterá no ano e meio seguinte. 
Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/mundo/2001/not20011101p28711.htm
Figura 9.7: Mapa político da África
Fonte: http://educacao.uol.com.br
1. Hotel Ruanda
Em 1994 um conflito político 
em Ruanda levou à morte de 
quase um milhão de pessoas 
em apenas cem dias. Sem 
apoio dos demais países, 
os ruandenses tiveram que 
buscar saídas em seu próprio 
cotidiano para sobreviver. Uma 
delas foi oferecida por Paul 
Rusesabagina (Don Cheadle), 
que era gerente do hotel Milles 
Collines, localizado na capital do 
país. Contando apenas com sua 
coragem, Paul abrigou no hotel 
mais de 1200 pessoas durante 
o conflito. Fonte: http://www.
adorocinema.com/filmes/hotel-
ruanda/
2. Tiros em Ruanda
Em Ruanda durante 30 anos, 
o governo de maioria Hutu 
perseguiu a minoria Tutsi. 
Pressionado pelo ocidente, o 
governo aceitou dividir o poder 
com os Tutsis, mesmo contra 
a vontade. Porém em 6 de 
abril de 1994 tem início um 
genocídio, que mata quase um 
milhão de pessoas em apenas 
100 dias. Neste contexto um 
padre inglês e seu ajudante 
tentam fazer o que podem para 
ajudar a minoria Tutsi, mesmo 
tendo a opção de partirem para 
a Europa. Fonte: http://www.
adorocinema.com/filmes/tiros-
em-ruanda/
Interculturalidadee-Tec Brasil 66
Para compreender melhor o conflito assista aos filmes Hotel Ruanda (TER-
RY, George. Itália, África do Sul, EUA: 2004, 121min) ou Tiros em Ruanda 
(CATON-JONES, Michael. Alemanha e Inglaterra: 2005, 115min).
Resumo
Nesta aula você pode conhecer um pouco sobre os conflitos gerados pelo 
etnocentrismo no mundo e o quanto a intolerância e o reconhecimento e 
respeito pelo diferente torna-se uma questão de vida e morte.
Atividades de aprendizagem 
•	 Destaque uma cena de um dos filmes, Hotel Ruanda ou Tiros em Ruanda 
em que aparecem as diferenças étnicas entre as duas etnias e descreva.
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