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SUPORTE BÁSICO DE VIDA, URGÊNCIA 
E EMERGÊNCIA E ATUAÇÃO 
ODONTOLÓGICA NA PEDIATRIA E 
GERIATRIA
UNIDADE III
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA 
PEDIATRIA 
Atualização
Fernanda Abrahão Stoliar
Elaboração
Alexandre Ramos Braga
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE III
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA ..............................................................................................5
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO, PREVENÇÃO E HIGIENE ............................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS ............................................................................................................................................... 12
CAPÍTULO 3
ALTERAÇÕES BUCAIS DE MAIOR INTERESSE .................................................................................................................. 16
CAPÍTULO 4
DOENÇAS SISTÊMICAS ............................................................................................................................................................ 19
CAPÍTULO 5
PREMATUROS, ODONTOLOGIA NA MATERNIDADE E TESTE DA LINGUINHA ................................................... 30
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................33
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UNIDADE III
ATUAÇÃO DA 
ODONTOLOGIA 
HOSPITALAR NA PEDIATRIA 
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO, PREVENÇÃO E HIGIENE
Introdução 
Odontologia Hospitalar é uma especialidade odontológica que visa à realização de 
cuidados e de procedimentos bucais em âmbito hospitalar. Os primeiros serviços 
odontológicos, estabelecidos em um hospital, aconteceram em 1901, no Hospital 
Geral da Filadélfia, e tiveram, como função, o cuidado dental dos pacientes e o 
treinamento de estudantes da área.
De acordo com o Código de Ética Odontológico, compete ao cirurgião dentista, 
especializado em Odontologia Hospitalar, internar e assistir pacientes em hospitais 
públicos e privados, com ou sem caráter filantrópico, respeitando as normas 
técnico-administrativas das instituições. 
Nos países latino-americanos, a experiência começa na graduação, e os alunos 
iniciam a vivência no hospital ainda na faculdade. No Brasil, a presença do 
cirurgião-dentista é lei desde 2013 (Projeto de Lei n. 2.776/2008), a qual, prevê, 
também, a presença de dentistas nas unidades de terapia intensiva. Entretanto, não 
faz parte da formação universitária brasileira a capacitação para atuar em hospitais, 
o que já é uma realidade em outros países da América Latina. Os centros cirúrgicos 
e as UTIs brasileiras possuem dentistas especialistas em cirurgia bucomaxilofacial, 
pois esses profissionais recebem capacitação para atuar em centros cirúrgicos.
A hospitalização infantil é considerada uma experiência traumática que leva a 
criança aos sentimentos diversos, como a angústia, a ansiedade e o medo. A criança 
terá que lidar com ambientes diferenciados e de muito ruído, luzes, procedimentos 
constantes de rotina, expondo-a a grande estresse. A sociabilidade da criança 
diminui e isso leva a uma diminuição da comunicação com o meio ambiente, o 
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
que causa instabilidade de comportamentos. A equipe precisa conhecer o caso a 
fundo para a condução do tratamento, visto que crianças têm comportamentos 
diferenciados em cada fase da vida. 
Sousa et al. (2015) relatam que a hospitalização infantil é um evento estressante 
e traumatizante para a criança, pois há um rompimento com seu meio social, 
seus costumes e seus hábitos e são condicionadas a um ambiente cheio de 
rotinas novas com pessoas que não fazem parte do seu convívio e, muitas vezes, 
sendo submetidas a procedimentos de dor e de medo. Segundo Vasques, Bousso 
e Mendes-Castillo (2011), a criança hospitalizada passa por diversos sofrimentos 
além do desconforto da própria doença, como separação, manipulação constante 
e dor; o que gera uma série de problemas de ordem psicológica, afetiva e 
emocional. É importante que os profissionais reconheçam esses sentimentos. 
Por isso, é essencial ouvir a criança com atenção e verificar qual a dimensão do 
processo de doença em sua vida.
A equipe multidisciplinar deve ter conhecimento e destreza para saber lidar com 
as queixas da criança, conduzindo o tratamento com carinho e paciência. A criança 
hospitalizada possui direitos que devem ser respeitados, tais como o de brincar, 
de receber visitas, de ter acompanhantes e de minimizar o máximo possível os 
procedimentos dolorosos. Os pais e/ou responsáveis devem fazer parte do processo, 
estando sempre a par do diagnóstico e do tratamento ao qual a criança será 
submetida. A família, também, deve ser auxiliada de modo que possa se adaptar à 
nova condição e ser capaz de ajudar a criança no processo de tratamento. 
Elias (2003) ressaltou o fato de o hospital ser um ambiente desconhecido para a 
criança, sendo um local, muitas vezes, de solidão, de tristeza, de saudade dos 
familiares e dos colegas. A família, também, passa por diversos sentimentos, como 
culpa e perda. Por isso, a família, também, merece atenção por parte de toda equipe 
multidisciplinar. O atendimento integrado e humanizado, incluindo a família do 
paciente, interfere de maneira positiva no tratamento. 
O profissional deve ver a criança com um ser capaz de entender o que acontece, 
sempre a olhando de forma empática. As atividades lúdicas devem ser introduzidas 
com o objetivo de humanizar o tratamento, aliviar dores e desenvolver o lado 
afetivo e cognitivo da criança. O desenho tem sido utilizado como um método 
terapêutico para redução do estresse infantil em ambiente hospitalar e pode ser 
praticado pelos profissionais sem nenhum treinamento especial, devido à sua 
fácil realização.
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
Barros e Victoria (2008) afirmam que situações de internação são vistas de formas 
diversas por crianças. Algumas entendem esse processo como algo doloroso e que 
causa um estresse quase incontrolável, enquanto outras continuam a exploração 
ativa de um ambiente novo. Por isso, o profissional tem que estar preparado para 
detectar tais situações e conduzir da melhor forma possível a situação. 
Devemos imaginar a criança hospitalizada como uma transição entre um ser 
totalmente saudável e uma pessoa falecida, sendo que nesse intervalo, podemos 
ter uma criança doente ou gravemente doente. Quanto mais próxima a criança 
está do óbito, maior é o conjunto de mudanças que ocorrem no seu organismo, 
principalmente em relação à imunidade, o que torna seu estado mais grave.
A imunidade pode ser específica ou inespecífica, sendo que a segunda é mais primitiva 
e pode ser entendida como aquela que responde contra qualquer patógeno, sem 
necessidade do seu reconhecimento específico. A imunidade específica é aquela que 
envolve um combate específico através de moléculas e de células contra um patógeno. 
O cirurgião-dentista, na condição de examinar crianças em ambiente hospitalar, 
deve verificar a real necessidade e a melhor oportunidade para intervir na cavidade 
bucal com o intuito de manter seu estado clínico saudável como um todo. A saúde 
geral poderá estar em risco caso a saúde bucal esteja comprometida, o que pode 
interferir no processo de recuperação. O tratamento deve contemplar todas as 
especialidades odontológicas, considerando a condição clínica do paciente. O 
paciente pode ser submetido aos procedimentos emergências no caso de traumas 
e de procedimentos preventivos, quando ao agravamento da condição sistêmica 
ou no acometimento por infecção hospitalar.
Prevenção e higiene 
A educação, para a saúde, deve ser incorporada à filosofia de tratamento 
para melhor qualidade de vida dos pacientes. A importância da Odontologiaé reconhecida nos dias de hoje nos locais onde há pacientes internados, tanto 
para exercer o papel de educador de saúde de seus familiares, como para realizar 
avaliação clínica dos fatores considerados de risco. 
Os fatores, considerados de risco em um paciente internado, podem ser: presença 
de biofilme bucal, doença periodontal, cáries, lesões bucais precursoras de infecções 
virais e fúngicas sistêmicas, lesões traumáticas, entre outras lesões que podem 
causar desconforto e a piora do quadro do paciente internado. O hospital deve ter 
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
uma equipe capacitada e treinada para promover práticas de higiene entre pacientes 
internados com o intuito de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. 
No caso da criança, um protocolo adequado deve ser indicado para cada situação, 
visando resolver as urgências, focos de infecção e dor. Em seguida, a etapa 
preventiva deve ser implantada, quando são feitas orientações de saúde bucal, 
orientação de dieta alimentar adequada e aplicação tópica de flúor. 
A preservação da estrutura dental deve ser prioridade por intermédio da 
adequação do meio bucal, remoção do tecido cariado com uso de instrumentos 
manuais e emprego de cimento provisório ou definitivo. O ionômero de vidro 
deve ser o material de escolha para preenchimento das cavidades. 
A placa dentária é um biofilme complexo e dinâmico associado às bactérias aeróbias, 
anaeróbias e microrganismos filamentosos envoltos em uma matriz extracelular 
que recobre a superfície sub e supragengival dos dentes, a mucosa bucal e as 
próteses. Lotufo (2004) salientou que a boca, também, sofre contínua colonização, 
ao apresentar uma vasta microbiota. Nela, encontra-se, praticamente, a metade 
da microbiota presente no corpo humano, representada por várias espécies de 
bactérias, fungos e vírus.
Nas crianças, os microrganismos cariogênicos têm um importante papel na 
evolução da cárie. A transmissão vertical de microrganismos ocorre via saliva, 
principalmente das mães ou de cuidadores com altos níveis de Streptococcus 
Mutans, contaminando os filhos precocemente e aumentando prevalência de 
cárie. Durante a internação, como as crianças estão completamente dependentes 
da equipe profissional e da família ou de acompanhantes, esses cuidados devem 
ser redobrados de modo que a contaminação seja evitada. 
A enorme quantidade de placa bacteriana, nos dentes e na mucosa, e a saburra 
lingual, em crianças intubadas, podem levar à alta prevalência de colonização por 
leveduras do tipo cândida, o que favorece o aparecimento de doenças infecciosas 
como pneumonias nosocomiais. Pneumonias, associadas à ventilação pulmonar 
mecânica (VPM), também, conhecidas como PAV, representam alta morbidade 
e mortalidade em UTIs. Define-se como uma inflamação causada por agentes 
infecciosos, manifestando-se 48 horas após a VPM em paciente intubados. O 
principal fator, que seria considerado o causador da doença, advém da colonização 
de microrganismos na orofaringe. 
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
Infelizmente, os pacientes, internados em hospitais por longo período, não 
recebem os cuidados necessários para a manutenção da higiene bucal. Por isso, 
é importante ter uma equipe capacitada, juntamente com um cirurgião-dentista, 
que preste assistência à criança internada. Devem fazer parte das atribuições, 
desse cirurgião-dentista, a facilitação do conhecimento e a capacitação do grupo 
no diagnóstico. As intervenções mecânicas podem incluir escovação dos dentes e 
o enxague da cavidade bucal, o que pode ter ou não a associação de aplicação de 
agentes antimicrobianos.
A escovação bucal é a forma mais eficaz e simples para remover o biofilme em 
formação e produzir estimulação gengival para uma cavidade bucal saudável. A 
boca deve ser dividida em quadrantes para realização da escovação.
Algumas medidas podem ser incorporadas pelo cirurgião-dentista na rotina 
hospitalar, de modo que seja mantida a saúde bucal do paciente infantil.
 » A higienização bucal deve ser incorporada à rotina da enfermaria pediátrica 
do hospital, na mesma importância que brincar, tomar banho e alimentar-se.
 » A motivação dos familiares e das crianças deve ser promovida por intermédio 
de atividades lúdicas.
 » Aplicar soro fisiológico ou hidratante nos lábios.
 » Aplicar gel dental, com ou sem flúor, com escova de dente umedecida.
 » Escovar os dentes adequando a técnica à idade da criança. A preferência, entre 
escova ou dedeira, deve ficar a critério do profissional, avaliando a condição 
de cada criança. A higienização deve ser feita a cada 12 horas.
 » Irrigar a área limpa com água e aspirar antes de prosseguir com a limpeza do 
próximo quadrante.
Essas medidas não livram o paciente dos riscos, pois deslocam os microrganismos 
fixos na placa dentária. Uma vez livres da aderência, podem ser conduzidos pela 
traqueia caso não sejam aspirados corretamente. A administração tópica de um 
agente bactericida, como digluconato de clorexidina a 0,12%, não altera de forma 
significativa a presença de microrganismos, porém há uma grande redução do 
número de bactérias na orofaringe em crianças. 
As crianças, internadas nos setores de oncologia, apresentam, devido aos cuidados 
bucais preconizados em pacientes em processo de quimioterapia, redução de 
mucosites bucais e lesões ulcerativas induzidas pela quimioterapia. No caso de 
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
pacientes intubados, existem escovas adaptadas aos sistemas de aspiração que 
permitem remoção e sucção da placa dentária, simultaneamente.
Figura 8. Escova de dente com sucção para pacientes intubados.
Fonte: https://www.politecsaude.com.br/lojavirtual/produto/escova-com-succao-/520/. 
Em crianças intubadas, deve-se usar abridores de boca, borrachas siliconadas 
para apoiar o arco superior e inferior, facilitando o acesso. Cuidados com o creme 
dental, também, devem ser preconizados, a quantidade excessiva de espuma pode 
gerar sensação de asfixia no paciente, por isso, a quantidade de creme deve ser 
controlada. O creme deve ser fluoretado e é necessário evitar a ingestão para que 
não ocorra fluorose em dentes permanentes. A aplicação do verniz fluoretado 
está indicada apenas uma vez no período da internação, podendo ser repetida 
novamente após 3 meses. 
A rotina da criança, em relação à alimentação, sofre mudanças de hábitos e 
horários, muitas vezes, sendo introduzidos medicamentos nesses horários. Muitas 
vezes, são inseridos biscoitos, bolachas e doces na alimentação, contudo o risco de 
doença periodontal e cárie aumenta sem uma higienização. O aumento de placa, 
também, elevará, consideravelmente, o risco de infecções sistêmicas e, por isso, a 
prevenção é tão importante.
No Brasil, a maioria dos medicamentos infantis apresenta alta concentração de 
sacarose (de 11,21% a 62,46%), o que representa grande potencial cariogênico. Por 
isso, recomenda-se que sejam administrados durante as refeições, caso não haja 
contraindicação médica. Informar o paciente que deve reduzir a ingestão de açúcar 
sólido, uma vez que os alimentos preferenciais de crianças apresentam consistência 
pegajosa e de fácil adesão à estrutura dentária. 
https://www.politecsaude.com.br/lojavirtual/produto/escova-com-succao-/520/
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
A atenção à saúde do paciente deve ser global como preconiza o Sistema Único de 
Saúde (SUS), em seu princípio da integralidade. Nesse sentido, o cirurgião-dentista 
deve ter como um dos objetivos fazer com que a criança e os familiares compreendam 
que a saúde bucal faz parte da saúde integral. O processo de entendimento facilitará 
que esses indivíduos funcionem como agentes promotores de saúde bucal no 
ambiente familiar. 
A família deve ser sensibilizada e motivada a manter a saúde bucal da criança, 
pois, após o período deinternação, esses cuidados deverão ser continuados no 
lar. Desse modo, os ensinamentos sobre prevenção devem ter tanta importância 
quanto os cuidados clínicos. 
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CAPÍTULO 2
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
Urgências 
Existem algumas causas comuns de hospitalização em crianças e cuidados 
odontológicos específicos. O atendimento das urgências odontológicas, em 
crianças internadas, apresenta um percentual semelhante ao da procura por esse 
procedimento em ambiente ambulatorial. A maioria dos casos se apresenta por 
dor ou por desconforto, tendo como principal causa a cárie dentária seguido de 
trauma, de problemas de irrupção dentária e de lesão em tecidos moles. 
As lesões, por causas externas, são muito prevalentes em crianças de até 4 anos, 
representando mais de 80% do atendimento odontológico em geral e incluem 
ferimentos na cabeça, cortes, ferimentos por perfuração, laceração, mordidas de 
animais. A partir de os 5 anos, esse percentual diminui e fica em torno dos 66%.
Lesões de origem dental
Ao desenvolver lesões de cárie, a criança apresenta um quadro de infecção, dor, 
dificuldade de mastigar, de trauma e de possível perda prematura de elementos 
dentários. A consequência mais comum de lesões de origem dentária é a dor que 
pode apresentar localização difusa e refletir em dois ou mais dentes. Em crianças 
entre 2 e 5 anos, existe uma dificuldade em identificar a dor, uma vez que, nessa 
idade, a criança não consegue demonstrar a origem do incômodo, sentindo apenas 
os efeitos, como dificuldade de mastigação, e ficando irritada ou chorosa. 
O profissional deve estar preparado para identificar e fazer um diagnóstico 
diferencial entre traumatismos e dor originada por lesões de cárie. A interpretação 
da queixa principal está intimamente ligada ao sucesso do tratamento. 
Pulpite reversível
A pulpite reversível acomete dentes fraturados ou destruídos e/ou lesionados por 
cárie. Essa inflamação pode ser reversível e restrita à câmara pulpar, ela é detectada 
na imagem radiográfica. A dor provocada é do tipo intermitente, aguda e rápida. 
Surge com estímulos frios e doces, e desaparece após a remoção do estímulo. O 
tratamento inclui remoção da cárie e realização da pulpotomia, o que consiste 
na remoção da polpa coronária, mantém o dente decíduo, respeita sua época de 
esfoliação e preserva suas funções. 
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
Pulpite irreversível
A pulpite irreversível acontece quando o processo evolui para necrose pulpar. A 
dor é espontânea e persiste após a remoção do estímulo. Alguns sinais e sintomas 
devem ser observados, tais como a criança reclamar que a dor está aumentando 
quando está deitada já que a pressão vascular aumenta. O estímulo com frio poderá 
apresentar alívio. 
O tratamento é a pulpectomia ou a remoção do dente afetado caso não haja 
possibilidade de reabilitação. A cronologia de erupção deve ser observada e, 
uma vez sendo feita a remoção do elemento dentário fora da época, deve-se 
encaminhar o paciente para um ortodontista, após a internação, de modo que 
esse profissional veja a necessidade de instalar um mantenedor de espaço até que 
o dente permanente erupcione. 
Pulpite crônica hiperplásica
Esse tipo de lesão ocorre em dentes jovens, principalmente decíduos, e não 
apresenta sintoma de dor. Apresenta, ao toque, um pólipo com sangramento. 
A indicação de tratamento, também, é o procedimento de pulpectomia ou de 
exodontia, caso não haja estrutura para a reabilitação. O encaminhamento deve 
ser feito ao ortodontista em alguns casos pelos motivos já relatados acima. 
Abscesso dentoalveolar agudo
O agravamento da condição pulpar não tratada pode evoluir para um abscesso 
dental apical e a infecção dos tecidos. Esse abcesso pode ocasionar reflexos em todo 
organismo. O curso evolutivo de uma doença depende da resistência do corpo e 
da quantidade de microrganismos envolvidos. Os sintomas consistem em dor, em 
mobilidade dentária, em febre e em mal-estar. Apresenta fístula e tumefação no 
local com enfartamento ganglionar.
O tratamento deve ser rápido e bem conduzido, pois, caso contrário, a infecção 
pode disseminar-se pelo tecido ósseo adjacente, o que gera osteomielite ou 
acomete os tecidos moles, assim, causando celulite. Nos casos mais severos, está 
indicado o uso de antibióticos e, em crianças, o cuidado deve ser redobrado, uma 
vez que é maior o risco de disseminação da infecção. 
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
As infecções, localizadas na região de maxila, acometem, preferencialmente, crianças 
com menos de 4 anos e não se sabe a sua origem específica, variando o tipo de 
microrganismo. Acima dos 5 anos, as infecções, geralmente, ocorrem na região de 
mandíbula, com causas identificadas, como traumas ou lesões cariosas em estágio 
evoluído. Infecções periodontais podem agravar quadros de saúde dos pacientes ou 
favorecer o aparecimento de novas doenças, em especial as doenças respiratórias, as 
quais são bastante comuns em pacientes intubados ou internados. 
No caso da celulite, o tratamento é feito com base na exodontia ou na terapia pulpar 
do dente responsável com administração de antibiótico intravenoso. O tempo de 
internação, nesse caso, será calculado de acordo com a estabilidade médica. 
Figura 9. Celulite facial de origem odontogênica.
Fonte: http://www.revistacirurgiabmf.com/2012/v12.n3/Artigo%2007.pdf. 
Traumatismo dentoalveolar 
O trauma dentário representa um problema frequente durante a dentição decídua. 
A lesão mais frequente em dentes decíduos é a luxação. Existe uma grande 
dificuldade em prevenir tal lesão e a maior incidência envolve a arcada superior, 
principalmente, os incisivos centrais. Os traumas com deslocamentos são muito 
comuns, tendo em vista a plasticidade do osso alveolar infantil.
Há poucos relatos de lesões dentárias atendidas em ambientes hospitalares, mas 
estudos mais abrangentes mostram que as quedas são a principal causa. No caso 
de as crianças, lesões nos tecidos periodontais são evidentes e a avulsão é mais 
comum, seguida da luxação extrusiva.
Alguns fatores devem ser considerados para planejar um tratamento, como direção 
e severidade do trauma, tempo em que a lesão ocorreu, maturidade do dente 
e se houve fratura coronária ou do osso alveolar. O reimplante não está indicado 
na maioria de os casos em dentes decíduos. Há algumas contraindicações para 
http://www.revistacirurgiabmf.com/2012/v12.n3/Artigo%2007.pdf
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
o reimplante, como: reabsorção acelerada do dente e tempo de ocorrência da 
avulsão acima de 30 minutos. O trauma, no dente decíduo, pode causar diversos 
problemas, como danos ao dente do germe permanente, impactação e dilaceração 
da coroa ou da raiz.
A idade mais comum, para os traumas, segundo estudos, gira em torno dos 2,5 anos 
de idade, geralmente, com lesões em lábio, podendo ocorrer cortes no freio labial. 
As raízes dos dentes decíduos estão muito próximas dos dentes permanentes e 
qualquer trauma trará consequências ao germe do dente permanente, inclusive, 
causando infecções. 
A intrusão do dente decíduo, para o interior do alvéolo, pode afetar o desenvolvimento 
do germe do permanente, causando a deslocação de sua posição. Pode, inclusive, 
manifestar-se como ausência de uma porção de esmalte e, nesse caso, dá-se o nome 
de hipoplasia de Turner.
A necrose pulpar, também, é uma consequência que pode ser observada em 
traumas de dentes de decíduos. Ela pode evoluir para um cisto dentígero 
associado ao germe de um dente permanente. 
Hemorragia pós-extração ou trauma 
As discrasias sanguíneas são hemorragias pós-operatórias de dentes decíduos 
que podem ser provocadas ou espontâneas. Alguns sintomas são observados 
nessa ocorrência, como tontura, queda de pressão e dificuldade de respiração. O 
caso deve ser priorizado com emergência e, geralmente, apresenta, como causas: 
doenças de coagulação,uso de anticoagulantes, abuso de analgésicos, pressão 
alta e até excesso de exercícios físicos pelo paciente. 
Alguns métodos são utilizados no combate das hemorragias, como o uso de 
hemostáticos locais, compressão, suturar e medicamentos. Caso o sangramento 
persista, a equipe médica deve estar presente para resolver possíveis problemas 
sistêmicos. Mais uma vez, a anamnese é de suma importância, pois a internação do 
paciente é, quase sempre, um quadro crítico.
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CAPÍTULO 3
ALTERAÇÕES BUCAIS DE MAIOR INTERESSE
Dentes natais e neonatais 
A prevalência dessa alteração é pequena e cerca de 85% dos casos tratam de 
incisivos inferiores da série normal, não de supranumerários. Podem estar 
presentes na cavidade bucal, logo, no nascimento ou aparecem em seguida. A 
causa é desconhecida, porém algumas teorias são aceitas, como origem familiar 
e distúrbios endócrinos ou síndromes. O cirurgião-dentista que atua no ambiente 
hospitalar deve estar atendo, pois, normalmente, esse dente nasce sem estrutura 
radicular, ficando quase sem sustentação no rebordo e pode, assim, ser aspirado 
ou deglutido pelo bebê. 
O fato de o bebê posicionar a língua, sobre esses dentes para amamentar, pode 
gerar ulcerações traumáticas na superfície desse órgão. Esse tipo de lesão é 
chamado de úlcera de Riga-Fede. O tratamento dos dentes natais depende da 
avaliação do cirurgião-dentista e, em caso de mobilidade, opta-se pela exodontia. 
Nos casos em que não há mobilidade, o dente pode ser preservado, apenas 
tendo o cuidado de se aparar as bordas pontiagudas como meio de prevenir as 
ulcerações. 
Figura 10. Dentes natais.
Fonte: http://www.mundosemcaries.com.br/wp-content/uploads/2015/10/dentenatalclinico.jpg. 
Figura 11. Úlcera de Riga-Fede.
Fonte: http://oqueeissodoutor.blogspot.com/2017/04/riga-fede.html. 
http://www.mundosemcaries.com.br/wp-content/uploads/2015/10/dentenatalclinico.jpg
http://oqueeissodoutor.blogspot.com/2017/04/riga-fede.html
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
Cisto de erupção 
Cisto de erupção está associado a um dente em erupção e, também, é chamado de 
hematoma de erupção. É assintomático e se localiza sob a gengiva. Ocorre dilatação 
do espaço folicular e, geralmente, apresenta cor azulada, em decorrência do trauma 
causado pela mastigação. Apesar de indolor, pode infeccionar, tornando-se ulcerado 
e dolorido. Acomete, normalmente, dentes decíduos e seu tratamento consiste: no 
acompanhamento e em massagem na gengiva; na introdução, na dieta, de alimentos 
mais consistentes, o que estimula sua erupção espontânea; e na realização de 
incisão cirúrgica para retirada do capuz fibromucoso. Merece atenção especial do 
cirurgião-dentista que atua no ambiente hospitalar, considerando que é um cisto em 
que pode ocorrer infecção e comprometimento sistêmico.
Figura 12. Cisto de erupção.
Fonte: https://www.odontoblogia.com.br/cisto-de-erupcao-tire-suas-duvidas/. 
Granuloma piogênico
O granuloma piogênico é mais conhecido como lesão gengival em crianças ou em 
granuloma periférico de células gigantes. É causado, geralmente, por trauma e 
apresenta um aumento do tecido papilar ou marginal. Pode reaparecer após a 
excisão, o que deixa mais evidente a necessidade de conhecer sua causa exata. É 
importante não confundir essa lesão com o tumor de células gigantes, o qual é uma 
lesão neoplásica. 
Figura 13. Granuloma piogênico.
Fonte: https://www.odontoblogia.com.br/granuloma-piogenico/. 
https://www.odontoblogia.com.br/cisto-de-erupcao-tire-suas-duvidas/
https://www.odontoblogia.com.br/granuloma-piogenico/
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
Rânula
A rânula seria uma formação de cisto de retenção de muco, no assoalho bucal, e 
define-se com uma obstrução do ducto da glândula sublingual salivar. Causada, 
normalmente, por hábitos traumáticos, o tratamento inclui a drenagem do cisto, 
o qual apresenta grande possibilidade de reaparecimento. As chances de infecção 
são pequenas, mas existentes, de modo que se faz necessário conhecer as suas 
características. 
Figura 14. Rânula.
Fonte: http://dentopolis.blogspot.com/2015/08/o-que-e-ranula-ou-mucocele-sublingual.html. 
http://dentopolis.blogspot.com/2015/08/o-que-e-ranula-ou-mucocele-sublingual.html
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CAPÍTULO 4
DOENÇAS SISTÊMICAS
Doenças sistêmicas crônicas
Cardiopatias 
As doenças cardiovasculares são aquelas que alteram o funcionamento do sistema 
circulatório, composto pelo coração, pelos vasos sanguíneos e pelos vasos linfáticos. 
As cardiopatias são responsáveis por 29% das mortes mundiais. O tratamento 
odontológico do paciente cardiopata deve ser criterioso.
A coronariopatia é predominante no adulto, porém, em crianças, o grupo é bem 
heterogêneo e se divide em cardiopatias adquiridas e congênitas. As cardiopatias 
adquiridas são as que ocorrem após o nascimento, e apresentam febre reumática, 
cardiomiopatias, endocardite infecciosa e doença de Kawasaki. A causa mais 
comum de cardiopatias adquiridas infantis é a febre reumática, e sua prevalência 
é maior em países em desenvolvimento, uma vez que sua etiologia está ligada à 
pobreza, em grande parte por condições de habitação precárias e cuidados médicos 
inadequados. 
No caso das cardiopatias congênitas, existe uma grande quantidade de malformações 
anatômicas e funcionais presentes desde o nascimento. Estudos mostram que 1% 
das crianças nascidas vivas apresentam malformação cardiovascular. Fatores 
genéticos e fatores ambientais podem estar ligados às causas das cardiopatias 
congênitas. 
De forma geral, a Odontologia está ligada ao tratamento de pacientes cardiopatas, 
essencialmente em profilaxias antibióticas prévias aos procedimentos cirúrgicos, de 
modo que seja possível evitar a endocardite infecciosa. Em contrapartida, grande 
parte dos casos de endocardite, desencadeados por microrganismos da cavidade 
bucal, não tem início em procedimentos odontológicos, mas, nas bacteremias 
espontâneas, como escovação dental e mastigação. Sendo assim, os antibióticos 
podem impedir a endocardite infecciosa, porém não evitam a bacteremia que seria 
a contaminação da corrente sanguínea por bactérias.
A American Health Association, atenta a esse fato, solicitou que especialistas 
avaliassem de forma crítica o protocolo para profilaxia de endocardite infecciosa. 
Segundo a avaliação, a profilaxia indicada previne um número muito pequeno 
de casos de endocardite e o uso de antibióticos expõe os pacientes ao risco de 
20
UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
efeitos adversos que podem superar seus benefícios. Ainda nessa avaliação, os 
especialistas acrescentam que a manutenção da saúde bucal é bem mais importante 
que a profilaxia antibiótica para reduzir a incidência de bacteremias diárias e 
minimizar o risco de endocardite. Dessa forma, fica evidente a importância do 
odontopediatra na equipe multidisciplinar para acompanhar a criança cardiopata 
fora e dentro do ambiente hospitalar. 
Outro ponto importante, no tratamento de crianças cardiopatas, é o acompanhamento 
na prevenção, visando eliminar os focos infecciosos dentários. O profissional deve 
estar preparado para dificuldades, visto que a criança cardiopata apresenta histórico 
de internações frequentes, o que as tornam pouco receptivas ao tratamento. Além 
disso, o estresse, sofrido no tratamento, pode gerar aumento da pressão arterial e 
taquicardia, o que pode ser intensificado por medicamentos, o que torna o tratamento 
arriscado.
Normalmente, crianças cardiopatas tomam medicamentos contendo açúcar, o 
que aumenta o risco de cárie. Os familiares podem negligenciar a saúde bucal da 
criança, devido à gravidade da doença cardíaca, levando à precariedade por falta de 
higienização, de hábitos alimentares e de baixa assiduidade a consultas odontológicas.
Por muitos anos, cirurgiões-dentistas se sentiram desconfortáveis em tratar 
pacientes cardiopatas. Em consultórios, era muito comum os pacientes omitirem 
essainformação. Com o avanço da medicina, a sobrevida desses pacientes tem 
aumentado e os cuidados bucais são de grande importância, sobretudo no 
ambiente hospitalar. Mais uma vez, é importante ressaltar que é indispensável a 
presença do odontopediatra para realizar educação em saúde dos pacientes e dos 
familiares e as intervenções invasivas quando necessário. 
Nefropatias 
Em algumas nefropatias, manifestações bucais específicas são encontradas. 
Na Insuficiência Renal Crônica, existem algumas manifestações típicas, como 
defeitos de esmalte, atrasos na cronologia de erupção e sensação de boca seca. As 
inflamações gengivais e as lesões de cárie podem ocorrer com frequência em casos 
de hipossialia prolongada. 
O uso de medicamentos comuns, por pacientes nefropatas, provoca efeitos 
secundários na cavidade oral, como manchas nos dentes, hipossalivação e cárie. Os 
medicamentos, mais utilizados pelos nefropatas, incluem carbonato de cálcio, sulfato 
ferroso, vitaminas, antibióticos, anti-hipertensivos e corticosteroides. A higiene 
21
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
bucal pode apresentar-se deficiente em indivíduos que passam por tratamento de 
hemodiálise. 
As infecções oportunistas merecem grande atenção no ambiente hospitalar. O 
paciente transplantado renal é considerado um dos mais críticos nesse sentido, 
visto que sua resistência está reduzida pela terapia imunossupressora. Assim, 
o tratamento de crianças nessa condição deve objetivar a eliminação de focos 
infecciosos, realizando condicionamento prévio. A microbiota oportunista tem 
nenhuma ou pouca importância em um indivíduo saudável. Porém, pode causar 
infecções fatais em indivíduos imunossuprimidos. O transplante e o tratamento de 
hemodiálise podem ser comprometidos por infecções, sendo assim, necessária a 
eliminação de focos infecciosos, logo, no início do tratamento, pois a hemodiálise é 
indicada, normalmente, antes mesmo da cirurgia. 
No caso de pacientes nefropatas, os protocolos de biossegurança devem ser 
aplicados de forma rigorosa, durante o atendimento odontológico, em virtude da 
grande incidência de hepatite B, de hepatite C e de infecção pelo HIV, causadas 
pela transfusão de sangue durante a cirurgia de transplante. Na fase imediata 
pós-transplante, os procedimentos eletivos odontológicos não são indicados e 
devem ser protelados. Após essa fase, descartada a rejeição de transplantes, os 
médicos determinam o momento para o início dos procedimentos odontológicos. 
Pacientes transplantados renais, com histórico de hemodiálise, apresentam mais 
risco de infecções do tipo endarterite e endocardite bacteriana pela criação do 
shunt ou fístula intravenosa, considerada porta de entrada para bacteremia e pelo 
esvaziamento cardíaco ser maior. A bacteremia transitória, via hematogênica ou 
linfogênica, pode, também, ocorrer pela disseminação de microrganismos ou de 
suas toxinas, a partir de um foco infeccioso, em decorrência de procedimentos 
odontológicos que produzam sangramento. Lesões periapicais, dentes com canais 
infectados, doenças periodontais, cirurgias, intubação orotraqueal, laringoscopia, 
mastigação e inclusive escovação podem produzir bacteremia assintomática. A 
antibioticoterapia deve ser empregada em procedimentos invasivos que envolvam 
sangramento.
Os procedimentos protocolares, como exames radiográficos, testes pulpares, 
métodos preventivos (aplicação tópica de flúor e orientação da higiene bucal), 
tratamento periodontais, endodônticos e cirúrgicos, devem ser realizados quando 
necessário. Dentes, com prognóstico questionável, devem ser extraídos antes 
22
UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
mesmo do transplante renal. Nesse contexto, destaca-se que a adesão do paciente e 
dos familiares, aos cuidados bucais, é fundamental para evitar bacteremia fatal de 
origem bucal. 
Doenças hematológicas
A anemia, que é umas das doenças hematológica mais comuns em crianças, afeta 
o transporte de oxigênio e, em consequência, os tecidos recebem quantidades 
deficientes de oxigênio. Pode acontecer pela diminuição do número de eritrócitos, 
pela diminuição da quantidade de hemoglobina ou por defeitos na molécula de 
hemoglobina. Dentre as anemias, cabe destacar a anemia falciforme que é uma 
doença hereditária mais prevalente no gênero feminino e ocasionada por uma 
mutação no gene da globina beta da hemoglobina original, a qual se transforma em 
uma hemoglobina anormal denominada Hbs.
A incidência da anemia falciforme atinge de 0,1 % a 0,3% da população negra 
brasileira, com a tendência de um aumento significativo a cada ano, devido à 
miscigenação. O tratamento odontológico deve ser realizado durante a fase crônica 
da anemia falciforme, pois, nos casos de uma crise aguda, o risco de complicação é 
maior devido ao grau de estresse que o tratamento odontológico causa no paciente. 
As crises dolorosas são as complicações mais frequentes da anemia falciforme e, 
geralmente, são sua primeira manifestação devido à obstrução do fluxo sanguíneo 
pelas hemácias falcizadas. Alguns estudos mostram que o paciente, com anemia 
falciforme, pode relatar experiências de dor no dente sem nenhuma patologia 
específica. Durante uma crise de anemia, uma vasoclusão na polpa dental pode 
resultar em pulpite ou necrose assintomática.
O estresse, causado pelo tratamento odontológico, pode ser um fator causador 
das crises álgicas. Anestésicos locais, aplicados de forma infiltrativa ou regional, 
não são problema para o paciente com anemia falciforme, porém o uso de 
vasoconstritores, ainda, é bastante discutido no âmbito literário odontológico. 
O uso de vasoconstritores deve ser definido juntamente com a equipe médica, 
levando em consideração o comprometimento sistêmico do paciente e o 
procedimento odontológico a ser realizado. 
A anemia falciforme tem sido relatada como importante fator associado às 
alterações bucais, dentre elas, atraso na erupção dentária, periodontite, língua lisa, 
descorada e despapilada, hipomaturação e hipomineralização de esmalte e dentina, 
hipercementose, osteomielite e necrose pulpar. Essas alterações podem, também, 
ser encontradas em outros tipos de anemia.
23
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
Dentre as alterações hematológicas, as que mais trazem dificuldades para a 
realização de procedimentos odontológicos são as discrasias sanguíneas que se 
caracterizam por uma falha na hemostasia. Existem três grupos de discrasias: 
vascular, plasmática e trombocitopênica. A doença hemorrágica congênita 
plasmática é muito mais rara que os defeitos de coagulação adquiridos, sendo a 
hemofilia a mais comum.
As formas mais comuns de hemofilia são as do tipo A (clássica, deficiência de 
fator VIII ou doença de Stuart) e do tipo B (deficiência do fator IX ou doença de 
Christmas) que apresentam caráter recessivo. Existe, também, a doença de Von 
Willebrand ou pseudo-hemofilia. Estudos, realizados comparando a saúde bucal de 
indivíduos hemofílicos e indivíduos saudáveis, mostram uma prevalência de dentes 
cariados, perdidos e obturados na população com hemofilia A e B severa. Uma 
possível causa relatada está ligada à deficiência na higiene oral de hemofílicos 
para evitar o sangramento gengival. 
O atendimento odontológico da criança hemofílica deve ser focado no fator 
preventivo com o objetivo de evitar extrações dentais e procedimentos invasivos 
que possam resultar em complicações hemorrágicas. No entanto, exames 
periódicos, orientações aos pacientes e familiares sobre a saúde bucal e a dieta 
devem ser introduzidos, de modo que seja possível minimizar a necessidade de 
procedimentos invasivos, custosos e difíceis em pacientes hospitalizados.
As discrasias trombocitopênicas, em que há alteração da contagem de plaquetas, 
podem ser avaliadas por um hemograma pré-cirúrgico. Qualquer intervenção 
deve ser planejada junto à equipe médica. Em caso de trombocitopenia inferiora 40.000 plaquetas, é necessário que seja feita a transfusão do concentrado de 
plaquetas. 
Pacientes oncológicos 
A promoção de saúde deve ser a base da odontologia hospitalar em pacientes 
oncológicos. O tratamento odontológico desempenha um papel de aumento de 
qualidade de vida para as crianças nessas condições. A leucemia é a alteração 
maligna mais prevalente que afeta crianças. 
A quimioterapia isolada ou associada à radioterapia é um método utilizado no 
tratamento de crianças com câncer. A destruição das células malignas é a principal 
função do tratamento antineoplásico, preferencialmente atuando nessas células 
24
UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
na fase de mitose. Portanto, as células da mucosa bucal podem apresentar efeitos 
secundários, pois demonstram um grau semelhante de atividade de mitose. Na 
cavidade bucal, os efeitos secundários à quimioterapia e à radioterapia são: a 
mucosite, a xerostomia temporária, a imunodepressão; o que gera infecções 
oportunistas, hemorragia gengival derivada da plaquetopenia e distúrbios de 
formação dos germes dentários.
Mucosite bucal
A mucosite bucal é uma modificação na cavidade bucal que o paciente desenvolve 
durante a terapia antineoplásica. Tendo uma incidência alta, acomete cerca de 
40% dos pacientes pediátricos submetidos ao tratamento quimioterápico. A 
mucosite tem etiologia multifatorial, podendo, nesses casos, ser causada pelo 
efeito citotóxico dos agentes quimioterápicos e da radioterapia, ou, indiretamente 
pela neutropenia.
A mucosite bucal deve receber bastante atenção em pacientes pediátricos, 
uma vez que interfere no prognóstico desses indivíduos. A presença dessas 
lesões torna o paciente mais suscetível às infecções locais e sistêmicas, menos 
tolerante à alimentação oral, o que prolonga o tempo de internação. A atuação do 
cirurgião-dentista pode dar mais qualidade de vida a tais pacientes, contribuindo 
para a melhora de suas condições bucais por meio de instruções de higiene bucal, 
de profilaxia e de controle de biofilme bucal. 
A crioterapia tem sido aplicada em alguns casos, como terapia alternativa, e tem 
apresentado ótimos resultados. A crioterapia é caracterizada pela aplicação de gelo 
na cavidade oral, ou bochecho com água gelada, durante a aplicação de fármacos 
quimioterápicos. A redução da função metabólica basal, causada pelo frio aplicado 
às células da mucosa oral, impede que o agente quimioterápico chegue em grandes 
quantidades aos tecidos bucais e, assim, diminuem os danos à mucosa.
O uso de anestésicos tópicos pode amenizar a dor temporariamente em casos de 
mucosites com pouca gravidade. Os agentes mais utilizados nesses casos são: 
lidocaína e benzocaína. Os analgésicos de uso interno, também, podem ser utilizados 
em alguns casos. A crioterapia tem sido indicada de forma alternativa. 
Os bochechos, com gluconato de clorexidina em solução aquosa, são indicados, 
considerando que proporcionam a recuperação da mucosa por diminuir a infecção 
secundária. A solução de clorexidina diminui a mucosite e a ulceração nos pacientes 
que passaram por quimioterapia.
25
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
O laser de baixa intensidade, como o de Hélio-Neônio (He/Ne) e de diodo 
(Ga-Ar-Al), também, estão tornando-se uma opção de tratamento atraumática.
Figura 15. Laserterapia.
Fonte: https://www.cemoi.com.br/laserterapia-para-tratamento-da-mucosite-passa-a-ser-coberta-por-planos-de-saude/. 
Xerostomias 
A xerostomia é uma das sequelas mais frequentes, sendo caracterizada pela redução 
do fluxo salivar. No paciente submetido à radioterapia, o qual, muitas vezes, é 
aplicada na região das glândulas salivares, principalmente, a glândula parótida, 
observa-se uma diminuição na produção salivar. 
A xerostomia altera a capacidade tampão, aumenta a desmineralização, modifica 
a quantidade de mucina e, assim, deixa a mucosa desprovida de proteção contra 
traumas e infecções; o que altera, também, a lubrificação e dificulta a formação do 
bolo alimentar e, consequentemente, a deglutição. Isso, ainda, interfere na fonação, 
gerando, inclusive, a sensação de queimação, alterando a sensibilidade gustativa e 
halitose.
Alguns procedimentos podem aliviar os sintomas da xerostomia radioinduzida, 
com uso de flúor tópico para prevenção de lesões cariosas, substitutos de saliva, 
com aumento da ingestão de água e uso de sialogogos, como limão para melhorar 
a função salivar e diminuir o desconforto bucal. Algumas crianças relatam alívio 
sintomático ao ingerir balas ou mascar chiclete sem açúcar.
https://www.cemoi.com.br/laserterapia-para-tratamento-da-mucosite-passa-a-ser-coberta-por-planos-de-saude/
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
Infecções oportunistas
Algumas infecções preexistentes na cavidade bucal, de origem periodontal e 
endodôntica, podem manifestar-se devido à imunodepressão induzida pelo 
tratamento oncológico. O tratamento das infecções bacterianas requer o uso 
de antibióticos específicos para microbiota local ou receitados de acordo com a 
hemocultura. 
As infecções herpéticas são as lesões mais comuns em pacientes com neoplasia 
maligna e podem aparecer em qualquer área da mucosa bucal. A infecção pelo herpes 
simples deve ser tratada de forma sistêmica com Aciclovir (30 mg/kg/dia), divididas 
em três tomadas, associado ao laser de baixa potência. Recomenda-se, também, a 
aplicação de Aciclovir tópico de 4 em 4 horas, durante 7 dias, com omissão de dose 
noturna.
A candidose constitui a infecção fúngica oportunista mais comum em pacientes 
pediátricos oncológicos. A sua forma bucal ocorre frequentemente, porém pode 
ser eliminada significativamente com medidas profiláticas adequadas. No caso de 
pacientes neutropênicos, a candidose pode causar infecção sistêmica a partir de 
lesões ulcerativas da mucosa ou pelo comprometimento do trato gastrointestinal. 
Um número grande de casos de óbito em pacientes com câncer resulta de uma 
septicemia fúngica, sendo a maioria deles por infecções preexistentes.
O tratamento da candidose deve ser feito com suspensão oral de Nistatina, 
cinco vezes ao dia, e com bochecho com 5 ml da solução durantes 15 dias, sendo 
necessário o tratamento por mais 7 dias, mesmo após o desaparecimento das 
lesões. Deve-se aplicar, na comissura labial, nos casos de queilite angular, 
Nistatina em creme cinco vezes ao dia, durante 15 dias. Ademais, é necessário, 
também, a extensão do tratamento por mais 7 dias após o desaparecimento das 
lesões.
Distúrbios de formação de germe dentário 
O câncer representa a segunda causa mais frequente de morte em crianças 
com idade inferior a 15 anos de idade, sendo a incidência maior de Leucemia 
Linfoblástica aguda. Os avanços da medicina retiraram a leucemia linfoblástica 
do patamar de doença rapidamente fatal e a transformaram em uma doença em 
que mais de 70% dos pacientes sobrevivem por, pelo menos, 5 anos. 
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ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
Dickerman (2007) relatou que o número de sobreviventes de câncer infantil 
continuará a aumentar e que 75% apresentará algum problema crônico decorrente 
do tratamento oncológico. Com o aumento da expectativa de vida do paciente, os 
efeitos, causados na cavidade bucal pelo tratamento oncológico, tornam-se cada 
vez mais significativos. A cavidade bucal de crianças, em terapia antineoplásica, 
é frequentemente afetada, o que gera a necessidade da familiarização do 
cirurgião-dentista com suas consequências. 
A leucemia é a mais predominante em crianças menores de 5 anos de idade e alguns 
dentes permanentes nessa faixa etária estão em desenvolvimento, de modo que 
podem ocorrer alterações na formação dentária. Os dentes podem ser afetados 
pela doença em si, pela quimioterapia, por trauma e por terapia de radiação em 
qualquer ponto antes da maturação completa, o que significa que a idade e as doses 
administradas são muitoimportantes. 
Anormalidades dentárias, observadas em crianças durante o tratamento do 
câncer, incluem: modificações na forma (microdontia, macrodontia, taurodontia), 
alterações no número (anodontia), alterações na formação de raízes (encurtamento, 
afilamento, interrupção), hipoplasia e alargamento da câmara pulpar. 
A formação dentária pode ser usada como um indicador de maturidade, porém está 
sujeita à alteração do meio externo, o que é comum em pacientes com leucemia. 
Não está totalmente esclarecido na literatura se as alterações na formação dental 
ocorrem em virtude do tratamento proposto ou da própria doença.
Cárie de radiação 
A cárie de radiação surge entre dois meses e um ano após o início do tratamento 
radioterápico, caracterizando sua manifestação ao redor das margens cervicais 
dos dentes. Muito agressiva, toda dentição pode ser destruída em questão de 
meses. Como fatores etiológicos, apresenta má higienização bucal em virtude da 
dificuldade que o paciente tem em se alimentar devido à mucosite associada a uma 
dieta cariogênica.
A união da mudança da dieta, a perda de capacidade tampão da saliva e a dificuldade 
de higienização, provocada pela dor na boca, propiciam um ambiente ideal para 
doença, mesmo em superfícies lisas ou em pontas de cúspides. Alguns autores 
relatam que a radiação pode alterar o esmalte dentário. Embora em crianças seja 
observado esse fato no momento da quimioterapia e radioterapia, em adultos esse 
fato permanece controverso. 
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UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
Alguns cuidados podem prevenir a cárie de radiação, como aplicação de flúor 
diário e avaliações odontológicas periódicas. O tratamento da cárie já instalada 
consiste na aplicação de cariostáticos ou na remoção do tecido cariado com 
curetas, o que evita o uso de caneta de alta rotação. O material de escolha, para 
restauração, deve ser o ionômero de vidro. Devem ser feitos bochechos diários 
de fluoretos de sódio não acidulado a 0,05%, com um minuto de duração. Géis 
de flúor acidulado não devem ser prescritos, pois facilitam a descalcificação do 
esmalte sem que ocorra remineralização em virtude da hipossalivação instalada. 
Osteorradionecrose 
A osteorradionecrose é a doença mais grave que pode ocorrer, logo, após o 
procedimento radioterápico, ou muitos anos após sua conclusão. Caracteriza-se 
por um processo inflamatório crônico e leva à formação de uma lesão infiltrativa 
em virtude da morte celular causada por energia radiante. 
Tem início na parte central do osso e segue com formação tardia de sequestro 
e necrose em virtude da trombose dos vasos sanguíneos. Ocorre em pacientes 
que receberam radioterapia na região da cabeça e do pescoço e que necessitam 
de tratamento odontológico (extrações, tratamento periodontal, cáries extensas) 
na região irradiada. Podem ocorrer, também, em pacientes vítimas de infecção e 
trauma na porção irradiada da face. Pacientes fumantes e consumidores de bebidas 
alcoólicas estão mais susceptíveis a essa condição. 
O tratamento da osteorradionecrose requer do paciente uma higiene bucal 
rigorosa, seguido de posterior debridamento de tecido mole e remoção de espículas 
ósseas (osso com necrose). O uso de antibióticos (ciprofloxacino) está indicado 
em alguns casos, associado à terapia com oxigênio hiperbárico. 
A necrose óssea está diretamente ligada à dosagem de radiação, embora o 
volume de osso irradiado e a proximidade da dose máxima exerçam, ambos, seus 
efeitos. O risco de necrose aumenta na presença de dentes em mau estado de 
conservação, de trauma, de doença periodontal e de quimioterapia combinada. 
A exodontia, conhecido fator de risco para osteorradionecrose, deve ser evitada 
após radioterapia. 
Alguns anos atrás, os cirurgiões-dentistas adiaram as exodontias para seis 
meses após a conclusão do tratamento, pois se imaginava que a revascularização 
diminuísse as complicações, porém, hoje, sabe-se que a espera não traz benefícios, 
29
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
uma vez que a revascularização não acontecesse na região e, com o tempo, o 
suprimento sanguíneo é reduzido. Em alguns casos, a osteorradionecrose pode 
ocorrer de forma espontânea, sem causa evidente. 
A osteorradionecrose não apresenta dor como sintoma comum, e pode ser 
controlada por meio de analgésicos e anestésicos tópicos aplicados com cotonetes. 
Antibióticos, também, são utilizados e reduzem a infecção e o desconforto em 
poucos dias e devem ser usados de 2 a 3 semanas. Oxigênio hiperbárico, com 
antibioticoterapia e debridamento local, colaboram para a cicatrização. A 
ressecção mandibular deve ser reservada, como último recurso para o paciente 
com dor intratável, nos casos de recorrência de infecções e trismo. 
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Crianças portadoras do vírus HIV e com a síndrome da imunodeficiência adquirida 
(HIV) desenvolvem imunossupressão grave. Há várias manifestações nos tecidos 
bucais que se desenvolvem mais rapidamente em crianças do que em adultos e 
facilitam o desenvolvimento de infecções oportunistas, principalmente causadas 
por fungos.
A progressão da doença é mais grave e mais rápida em crianças, em virtude de 
o estágio de desenvolvimento e da imaturidade do seu sistema imunológico. O 
diagnóstico precoce das lesões é de grande importância na gestão e no tratamento 
das crianças infectadas.
Os pacientes precisam de cuidados multidisciplinares que envolvam a participação 
do cirurgião-dentista. O aparecimento de infecções oportunistas e de neoplasias 
que podem se manifestar na cavidade bucal ocorrem devido à imunossupressão 
causada pelo vírus HIV. Desse modo, por meio de anamnese e de exame clínico, o 
cirurgião-dentista pode deparar-se com sinais e sintomas sugestivos de infecção 
por HIV, o que contribui para o diagnóstico precoce. 
Nos casos em que o paciente já possui o diagnóstico, o papel do cirurgião-dentista 
é, igualmente, importante na manutenção da saúde bucal, melhorando a qualidade 
de vida. As crianças com HIV apresentam lesões brancas transitórias e persistentes, 
como candidíase pseudomembranosa aguda e líquen plano, raros na infância. As 
lesões brancas persistentes são menos frequentes do que as transitórias. No caso 
de as turgescentes, temos as benignas (mucoceles e hemangiomas) e as malignas 
(condições neoplásicas). 
30
CAPÍTULO 5
PREMATUROS, ODONTOLOGIA NA MATERNIDADE E TESTE 
DA LINGUINHA
Prematuros
O nascimento prematuro é causa de Aparecimento de Defeitos do Esmalte (DDE), 
das alterações temporárias ou permanentes na morfologia do palato, na oclusão 
dentária, nas dimensões da coroa dentária e no atraso da erupção dentária. Os 
ameloblastos são células sensíveis e qualquer estímulo sistêmico ou local pode 
interromper sua função temporariamente e responder com defeitos no esmalte; o 
que justifica o fato do dente ser conhecido como “quimógrafo biológico”. 
Como o esmalte, depois de formado, não sofre remodelação como os outros 
tecidos duros, qualquer lesão traumática ou enfermidade sistêmica, que provoque 
deficiência nutritiva, será potencialmente capaz de produzir defeitos. Levando-se 
em conta que os prematuros de muito baixo peso e idade gestacional menor que 
28 semanas, na maioria das vezes, necessitam de ventilação mecânica, torna-se 
imperativo recomendar às equipes de atendimento neonatal que o uso de 
laringoscópio seja menos traumático. Além disso, o uso de suporte de proteção 
para tubo orotraqueal, feito de material resiliente, deve fazer parte do protocolo 
da intubação orotraqueal.
Relato de experiência do cirurgião-dentista na 
maternidade
Dentro do complexo hospitalar, o cirurgião-dentista que atua na Maternidade 
pode atuar em diversos cenários.
 » Pré-natal.
 › Educação das gestantes estratificadas em alto risco sobre a importância 
do pré-natal odontológico na prevenção de alterações bucais e sistêmicas, 
benefícios do aleitamentomaterno exclusivo, mudanças de hábitos 
alimentares, orientações de higiene bucal, bem como o atendimento 
ambulatorial odontológico propriamente dito.
 » Puerpério imediato. 
 › Acompanhamento materno com o intuito de auxiliar o contato pele a 
pele (criação de vínculo afetivo entre a mãe e o bebê). Estimular a sucção 
imediata, enfatizando a importância do aleitamento materno exclusivo.
31
ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA | UNIDADE III
 › A presença do cirurgião-dentista, no pré e pós-parto imediato, é essencial 
para a formação do vínculo profissional-indivíduo, visto que, logo, após o 
nascimento, o profissional pode auxiliar na identificação dos reflexos orais 
e, consequentemente, no aleitamento materno.
 » Puerpério mediato.
 › Triagem, para o diagnóstico de alterações bucais, realização do teste da 
linguinha (TL), cirurgia de frênulo lingual (frenotomia) e condução no 
manejo da pega correta para a amamentação, visando à prevenção de 
fissuras mamárias e do desmame precoce.
 › No puerpério mediato, ou seja, no leito, é realizado o exame físico extra e 
intrabucal do RN, visando diagnosticar, principalmente, alterações bucais e 
de inserção do frênulo lingual, os quais podem influir sobre a efetivação da 
amamentação.
 » Ambulatório odontológico.
 › Avaliações odontológicas agendadas e acompanhamento do recém-nascido 
até a faixa etária de dois anos de idade, visando, sobretudo, à promoção de 
saúde bucal. 
 › O ambulatório, como parte integrante da Residência Multiprofissional 
em Neonatologia, centra suas ações na atenção primária em saúde oral 
e busca ampliar o atendimento dos bebês nascidos no hospital, sendo o 
acompanhamento realizado até os 24 meses de idade. 
 » UTI neonatal (UTIneo) e pediátrica (UTIped).
 › Protocolos de higiene bucal, via bundle, para redução dos índices de 
pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), diagnóstico de 
anormalidades do sistema estomatognático e auxílio no aleitamento 
materno.
Teste da linguinha 
O Teste da Linguinha (TL) é um exame simples e rápido muito importante para 
o bebê. Esse teste verifica se há alterações no frênulo lingual, ou freio lingual, 
desde o nascimento. O diagnóstico precoce evita possíveis problemas para 
amamentar, deglutir, mastigar e falar. O freio lingual alterado gera dificuldades 
na sucção e na deglutição, o que aumenta o gasto de energia para a amamentação 
32
UNIDADE III | ATUAÇÃO DA ODONTOLOGIA HOSPITALAR NA PEDIATRIA
e, consequentemente, reflete no ganho de peso do bebê. No futuro, caso não seja 
identificada e corrigida, essa alteração pode provocar alterações no crescimento e 
no desenvolvimento crânio-facial, muscular e cognitivo da criança.
O teste deve ser realizado nas primeiras 72h de vida, até 30 dias no máximo. Deve 
ser avaliado clinicamente o tamanho do frênulo, a forma como mama e a pega no 
seio materno.
O Projeto de Lei n. 4.832/2012, de autoria do Deputado Federal Onofre Santo 
Agostini, que “[...] obriga a realização do protocolo de avaliação do frênulo da 
língua em bebês, em todos os hospitais e maternidades do Brasil.”, foi sancionado 
pela Presidência da República e converteu-se na Lei n. 13.002, de 20 de junho de 
2014.
Figura 16. Teste da Linguinha.
Fonte: https://secom.to.gov.br/noticias/pacientes-do-hospital-de-miracema-contam-com-servicos-de-odontologia-
hospitalar-301672/. 
Considerações finais
O imaginário infantil não combina com o fato de estar doente. Porém, uma 
enormidade de crianças vivencia a realidade hospitalar desde muito cedo. Cabe 
ao cirurgião-dentista, dentro de sua atuação, minimizar os efeitos secundários na 
cavidade oral. A intervenção do cirurgião-dentista deve ser completa, respeitando 
os limites de cada patologia, orientando a higiene bucal e a adoção de uma dieta 
menos cariogênica. É importante realizar procedimentos eletivos e de urgência, 
sempre em sintonia com a equipe médica, com o intuito de melhorar a qualidade 
de vida das crianças.
https://secom.to.gov.br/noticias/pacientes-do-hospital-de-miracema-contam-com-servicos-de-odontologia-hospitalar-301672/
https://secom.to.gov.br/noticias/pacientes-do-hospital-de-miracema-contam-com-servicos-de-odontologia-hospitalar-301672/
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	UNIDADE iii
	Atuação da odontologia hospitalar na pediatria 
	Capítulo 1
	Introdução, prevenção e higiene
	Capítulo 2
	Urgências e emergências
	Capítulo 3
	Alterações bucais de maior interesse
	Capítulo 4
	Doenças sistêmicas
	Capítulo 5
	Prematuros, odontologia na maternidade e teste da linguinha
	Referências