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Recomposição das aprendizagens e desigualdades educacionais pós-pandemia

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Recomposição 
das aprendizagens 
e desigualdades 
educacionais após a 
pandemia de Covid-19 
Um estudo em Sobral/CE
Estudo desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa 
em Oportunidades Educacionais (LaPOpE) – UFRJ, 
em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal 
e o município de Sobral/CE
 Esta é uma publicação complementar 
à pesquisa “Os impactos da pandemia 
e evidências de recomposição das 
aprendizagens na pré-escola: um estudo 
em Sobral/CE”. Clique aqui para acessá-la
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/impacto-aprendizadem-covid-sobral/
Introdução p.3
Como foi realizada a pesquisa p.5
O perfil das crianças participantes do estudo p.6
Impactos na aprendizagem p.9
Qual a interpretação pedagógica 
dos impactos na aprendizagem? p.13
Como foi o ritmo de aprendizagem 
do grupo de 2022? p.16
A tendência de desigualdade 
de aprendizado foi revertida? p.20
Efeito da pandemia no desenvolvimento 
socioemocional p.22
Efeito da pandemia na habilidade motora 
e a aptidão física das crianças p.24
Recomendações p.27
Referências p.30
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Sumário
51 2 3 4 86 7
3
51 2 3 4 86 7
Um estudo conduzido pelo Laboratório 
de Pesquisa em Oportunidades 
Educacionais da UFRJ, com apoio da 
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 
encontrou evidências inéditas sobre a 
recomposição parcial do aprendizado 
na educação infantil no pós-pandemia. 
A pesquisa durou quatro anos e acompanhou 1364 crianças 
matriculadas na rede pública municipal de Sobral, no Ceará, 
que vivenciaram o segundo ano da pré-escola entre os anos de 
2019 e 2022. Quando foi iniciado, em 2019, o objetivo do estudo 
era investigar características da oferta da educação infantil que con-
tribuíam para o desenvolvimento das crianças. A partir de 2020, a 
intenção passou a ser avaliar os efeitos da pandemia no desenvol-
vimento das crianças no curto e médio prazos e entender como se 
deu o processo de recomposição do aprendizado no retorno às ati-
vidades presenciais na escola durante esse período importante para 
o desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo da criança, 
como destaca a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Desde 
2021, os detalhes das descobertas têm sido divulgados anualmente. 
Este documento atualiza a pesquisa a partir da coleta de dados 
realizada em 2022, o que permite estimar os efeitos da pandemia no 
curto e médio prazo. Os resultados também mostram os efeitos da 
reabertura das escolas sobre as desigualdades de aprendizagem e o 
ritmo de recuperação para diferentes grupos sociais. >
Introdução
 Clique aqui para acessar o relatório publicado em 2022 
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/impacto-aprendizadem-covid-sobral/
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 Infográfico 1 
Como foi realizada a pesquisa
 Infográfico 2 
Etapas da pesquisa
 Infográfico 3 
Entendendo a coleta de dados
A investigação permitiu a comparação entre grupos de crianças 
que vivenciaram a pré-escola presencialmente (contexto de norma-
lidade antes da pandemia) com grupos que tiveram a oferta de ati-
vidades remotas em diferentes etapas da Educação Infantil. Como 
foram coletados dados em todos os estabelecimentos que ofereciam 
a etapa da pré-escola e houve um sorteio para definir as crianças 
que iriam participar da pesquisa, é possível afirmar que os resulta-
dos são representativos para a população de crianças matriculadas 
na rede pública municipal de Sobral. 
Tabela 1 – coleta de dados com os 4 grupos de crianças do estudo 
 2019 2020 2 2021 1 2022
1. Instrumento 
cognitivo 
317 298 268 481 
2. Instrumento habilidade 
motora e aptidão física 
317 298 268 481 
3. Instrumento 
socioemocional 
241 - 168 226 
4. Questionários 
responsáveis
299 284 187 453 
ETAPA
1. Para o grupo de 2021, só há a medida no final do ano letivo, pois no início de 2021 as escolas estavam fechadas para atividades presenciais e, portanto, não foi possível fazer 
a coleta de dados neste período. 2. Para o grupo de 2020, mesmo com o fechamento das escolas, foi possível estimar o desenvolvimento das crianças a partir das medidas 
coletadas no final de 2019 e no início do segundo semestre de 2021.
Ver infográficos na versão 
anterior do relatório publicada 
em abril de 2022:
Coleta de dados com os 4 grupos de crianças do estudo, 
em diferentes situações em anos/meses de pré-escola 
 2019
 2020
 2021
 2022
2 anos 
presencialmente
Presencialmente, 
na pré-escola
1 ano presencialmente, 
9 meses remotas
16 meses 
em atividades remotas
6 primeiros meses 
em atividades remotas
Em atividades 
remotas
GRUPO
GRUPO
GRUPO
GRUPO
ANO 2ANO 1 SITUAÇÃO:
https://issuu.com/fmcsv/docs/impacto-aprendizadem-covid-sobral/4
https://issuu.com/fmcsv/docs/impacto-aprendizadem-covid-sobral/6
https://issuu.com/fmcsv/docs/impacto-aprendizadem-covid-sobral/7
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a) vocabulário receptivo; 
b) consciência fonológica; 
c) ideias sobre leitura; 
d) identificação de letras; 
e) leitura (palavras e frases).
O teste de Desenvolvimento Social, Pessoal e Emocional contém 11 itens que contemplam 
dimensões relacionadas à adaptação ao ambiente escolar (conforto e independência), 
desenvolvimento pessoal (autoconfiança, concentração em atividades dirigidas pelo professor, 
concentração em atividades autodirigidas, ações pessoais) e sociabilidade (relacionamento com os 
pares, relacionamento com os adultos, regras sociais, consciência cultural e comunicação).
O Teste de Sentar e Levantar (TSL) é um instrumento simples, rápido e fidedigno, que mede 
a capacidade de quatro componentes não-aeróbicos da aptidão física: força/potência, equilíbrio, 
composição corporal (relação de massa muscular e gordura) e flexibilidade. O TSL utiliza os 
movimentos de sentar e levantar do solo, que representam habilidades motoras básicas aprendidas 
muito precocemente na vida. O desafio para as crianças é realizar os movimentos de sentar e 
levantar com o menor número possível de apoios e sem apresentar desequilíbrio (Araujo, 1999).
Pontos analisados 
no teste de 
MATEMÁTICA
Pontos analisados 
no teste de 
LINGUAGEM
a) ideias sobre matemática; 
b) contagem de objetos; 
c) identificação de formas; 
d) identificação de números, 
somas e subtração; 
e) solução de problemas 
de aritmética formal.
b b
c c
d d
e e
a a
A dimensão cognitiva foi medida a partir do Indicadores do Desenvolvimento 
da Criança no Início da Escola, uma adaptação do Performance Indicator 
for Primary Schools (Bartholo et al. 2020; Tymms; Merrell; Jones, 2004)
COMO FOI REALIZADA A PESQUISA
6
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O PERFIL 
DAS CRIANÇAS 
PARTICIPANTES 
DO ESTUDO
Ao longo de todo o estudo, foram coletados dados 
sobre o desenvolvimento cognitivo, motor e so-
cioemocional das crianças. As análises consideram 
diferentes características sociodemográficas das crian-
ças: sexo, cor/raça, idade, indicador de nível socioe-
conômico e indicador de ambiente de aprendizagem 
em casa. Um aspecto importante levado em conta foi 
a mudança no perfil dos diferentes grupos sociais, em 
especial considerando que a crise da pandemia gerou 
impactos importantes na renda e saúde das famílias.
O indicador de nível socioeconômico utilizado 
no relatório foi calculado a partir de itens 
relacionados à posse de bens, escolaridade dos 
pais e participação no programa Bolsa Família. 
Já o indicador de Ambiente de Aprendizagem 
em Casa foi elaborado a partir de itens sobre 
brincadeiras e atividades realizadas pelas 
famílias com as crianças como, por exemplo: (i) 
ler ou folhear livros; (ii) contar histórias, cantar, 
recitar poemas ou rimas; (iii) desenhar, pintar 
ou recortar; (iv) brincar com letras; (v) contar ou 
brincar com números; (vi) brincar com cores ou 
formas. Ambos os indicadores foram elaborados 
utilizando o Modelo de Rasch (Boone, 2016).
INDICADORES DE NÍVEL 
SOCIOECONÔMICO E DE AMBIENTE 
DE APRENDIZAGEM EM CASA
1364 crianças matriculadasna rede 
pública municipal de Sobral, no Ceará, 
que frequentaram a pré-escola entre os 
anos de 2019 e 2022 foram sorteadas 
para participarem do estudo. Em 2019, 
o objetivo do estudo era investigar 
características da oferta da educação 
infantil que contribuíam para a 
aprendizagem das crianças. 
7
51 2 3 4 86 7
Tabela 2 – Perfil sociodemográfico das crianças participantes do estudo entre os anos de 2019 e 2022
2019 2020 2021 2022
Sexo Meninos 53,9% 51,3% 46,6% 43,7%
Meninas 46,1% 48,7% 53,4% 56,3%
Cor Branco 24,3% 30,6% 30,1% 26,4%
Pretos, Pardos e Indígenas 75,7% 69,4% 69,9% 73,2%
Idade (meses) Média 64,2 64,9 65,5 65,1
Desvio Padrão 4,4 9,5 6,7 3,5
Nível Socioeconômico Média -0,25 -0,23 0,18 0,24
Desvio Padrão 1,09 1,16 0,84 0,80
Ambiente de Aprendizagem 
em Casa
Média -0,06 0,01 0,00 0,03
Desvio Padrão 1,00 0,94 0,94 1,06
 2019 2020 2022 2021
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
Comparando as características das crianças ao 
longo dos anos é possível notar uma estabilidade no 
que diz respeito à idade e ao indicador de ambiente de 
aprendizagem em casa. Levando em conta o perfil ra-
cial, a amostra se modificou levemente em 2020 e 2021, 
com pequena ampliação de crianças brancas e dimi-
nuição de crianças pretas, pardas e indígenas (PPI). No 
entanto, em 2022, a porcentagem de crianças brancas e 
PPI foi semelhante à do grupo de 2019.
Apesar da seleção aleatória das quatro amostras do 
estudo, foi detectado um progressivo aumento do ní-
vel socioeconômico das crianças de 2019 até 2022. Esta 
mudança de perfil pode estar relacionada à evasão esco-
lar, com saída de crianças mais vulneráveis da rede pú-
blica e/ou à migração das famílias para outras cidades.
Outra possível explicação seria a entrada de crian-
ças de nível socioeconômico mais alto na rede pública 
municipal. Em devolutiva pedagógica realizada com as 
diretoras das escolas de educação infantil no dia 29 de 
novembro de 2022, houve relato consistente sobre o in-
gresso de crianças da rede privada na rede pública mu-
nicipal após a pandemia – em especial em 2021 e 2022. 
Segundo as diretoras, esse ingresso gerou mudança no 
perfil médio das turmas, uma vez que as famílias que 
faziam a troca em geral permaneciam com os filhos 
matriculados na rede pública. 
De acordo com as Sinopses Estatísticas da Educação Básica (MEC/INEP, 2019 a 2022), 
em 2019, a rede pública de Sobral era responsável por aproximadamente 80,5% e a rede 
privada por 19,5% das matrículas da pré-escola. Em 2020, esta distribuição de matrículas 
não se alterou. Em 2021, a rede pública passou a ser responsável por 85,2% das matrículas 
da pré-escola e, em 2022, esta porcentagem caiu para 82,6%.
Em números absolutos as matrículas da pré-escola na rede pública tiveram uma pequena 
queda entre 2020 e 2021 e um ligeiro aumento entre 2021 e 2022. Já na rede privada 
observamos uma expressiva queda de matrículas entre 2020 e 2021 e uma retomada 
somente parcial em 2022. 
ABANDONO 
E MIGRAÇÃO 
ENTRE REDES
Houve um aumento do nível 
socioeconômico das crianças de 2019 
até 2022. Esta mudança de perfil 
pode estar relacionada à evasão 
escolar, com saída de crianças mais 
vulneráveis ou à entrada de crianças 
de nível socioeconômico mais alto 
na rede pública municipal.
9
51 2 3 4 86 7
No relatório publicado em abril de 2022 foi ana-
lisado o aprendizado de três grupos de crianças que 
frequentaram o segundo ano da pré-escola (Infantil V) 
em 2019, 2020 e 2021. Os resultados mostraram um 
impacto negativo da interrupção das atividades pre-
senciais no desenvolvimento cognitivo das crianças. 
O grupo mais afetado foi o que concluiu a Educação 
Infantil em 2021 e que teve apenas um semestre de ati-
vidades presenciais durante a pré-escola.
 Em 2022, as escolas da rede pública municipal 
de Sobral estiveram abertas durante todo o ano letivo, 
mesmo com novos picos de casos de Covid-19. Inú-
meras ações para combater a evasão escolar e assegu-
rar a recuperação do desenvolvimento das crianças e 
adolescentes foram implementadas pela rede. 
 Veja aqui os resultados completos do relatório publicado em 2022.
 Programa de busca ativa, 
 Implementação de novo currículo 
para a Educação Infantil alinhado à BNCC
 Oferta de formação de professores 
que atuam na educação infantil em 
consonância com o novo currículo
 Ampliação da oferta da educação 
infantil em tempo integral 
 Expansão da oferta da educação infantil 
em Centros de Educação Infantil (CEIs)
 Programa de parentalidade
AS AÇÕES REALIZADAS 
PELA REDE MUNICIPAL DE SOBRAL 
PARA MITIGAR OS EFEITOS DA 
PANDEMIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
IMPACTOS NA 
APRENDIZAGEM
1.
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/impacto-aprendizadem-covid-sobral/
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As medidas foram capazes de garantir a recom-
posição da aprendizagem – ainda que parcialmente – 
das crianças matriculadas na pré-escola? Os Gráficos 
1 e 2 apresentam dados descritivos sobre o desenvol-
vimento cognitivo dos quatro grupos de crianças que 
participaram do estudo. Eles estão representados nos 
gráficos por cores diferentes. Cada reta representa o 
aprendizado dos alunos ao longo do respectivo ano le-
tivo. As medidas coletadas com as crianças no início e 
final do ano letivo foram ajustadas para permitir uma 
comparação justa, considerando os meses da coleta de 
dados. Importante reforçar que o grupo de 2021 apre-
senta apenas dados de uma única medição realizada ao 
final do ano letivo do respectivo ano.
A época do ano em que os dados foram coletados é relevante para estimar o impacto 
do fechamento da escola no desenvolvimento cognitivo das crianças. Idealmente, 
o momento de coleta de dados de todos os grupos (2019, 2020, 2021 e 2022) deve ser 
semelhante, mas não foi o que ocorreu neste estudo. Para compensar esta diferença, 
a mensuração do desempenho das crianças foi ajustada para estimar as pontuações 
de 1º de março (início do ano) a 1º de dezembro (final do ano). Isso permitiu uma 
comparação justa entre os quatro grupos. O ajuste considerou o aprendizado individual 
de cada criança entre a primeira e a segunda coleta de dados.
ENTENDENDO 
A MEDIDA 
Gráfico 1 – Desenvolvimento em Linguagem 
Infantil V – 2019, 2020, 2021 e 2022
Gráfico 2 – Desenvolvimento em Matemática 
Infantil V – 2019, 2020, 2021 e 2022
-0,6
-0,1
0,4
ANO LETIVO
0,9
2021
2020
2022
2019
INÍCIO FIM
-1,1
-0,6
0,4
-0,1
0,9
ANO LETIVO
1,4
2021
2020
2022
2019
INÍCIO FIM
2019 2020 2021 2022
-0,6
-0,1
0,4
ANO LETIVO
0,9
2021
2020
2022
2019
INÍCIO FIM
-1,1
-0,6
0,4
-0,1
0,9
ANO LETIVO
1,4
2021
2020
2022
2019
INÍCIO FIM
2019 2020 2021 2022Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ. Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
11
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-0,3
Um primeiro ponto de interesse é o nível de de-
senvolvimento dos quatro grupos ao final do segundo 
ano da pré-escola. Esta é uma informação útil para os 
gestores e, em especial, para diretores e professores que 
receberam as crianças no primeiro ano do Ensino Fun-
damental em 2023. Os dados descritivos de 2022 reve-
lam que este grupo está finalizando a educação infantil 
em um estágio de desenvolvimento em linguagem e ma-
temática mais avançado que os grupos de 2021 e 2020.
Mas qual é o tamanho da diferença 
no desenvolvimento do grupo de 2022, 
comparado com as crianças 2019 e 
demais grupos participantes do estudo?
A resposta para esta pergunta pode ser conferida nos grá-
ficos abaixo, que trazem os coeficientes de modelos hie-
rárquicos multivariados estimando o desenvolvimento 
das crianças no final ano letivo (segundo ano da pré-es-
cola) em Cohen’s effect size. As análises realizadas permi-
tem observar o tamanho da diferença entre os grupos1. 
Gráfico 3 – Defasagem na aprendizagem em linguagem e matemática para os grupos 2020, 2021 e 2022
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
 2020 2020 2021 2021 2022 2022
 0 
 0,10,2 
 0,3 
 0,4 
 0,5 
 0,6 
 0,7 
 0,8 
 0,9 
 1 
 1,1 
 1,2 
-0,7
-0,5
-1,1 -1,1
-0,4
1. Os modelos estimados são transversais, isto é, não incluíram como covariável o ponto inicial (início do ano) 
de desenvolvimento das crianças.
LINGUAGEM MATEMÁTICA
12
51 2 3 4 86 7
Tomando as crianças que participaram da pesquisa 
em 2019 como o grupo de referência (ou pode-se pen-
sar como um grupo controle, uma vez que esse grupo 
não vivenciou a pandemia durante a educação infantil), 
é possível observar que o maior efeito negativo foi no 
grupo 2021. Essa era a principal hipótese, uma vez que 
esse grupo foi o que vivenciou apenas um semestre de 
atividades presenciais durante a pré-escola. O déficit 
foi de aproximadamente 10 meses de aprendizado em 
linguagem e 11 meses em matemática. Em seguida ob-
serva-se o grupo 20202, com um déficit de 6 a 7 meses. 
Por fim, o grupo de 20223 apresenta um déficit de 3 a 
4 meses de aprendizagem. Traduzindo os resultados, o 
grupo de 2022 terminou a pré-escola e irá ingressar no 
ensino fundamental em um nível de desenvolvimento 
mais próximo ao grupo de 2019, se comparado aos gru-
pos de 2020 e 2021. 
2. Desvio padrão de -0,7 a -0,5 para linguagem e matemática. 3. Desvio padrão de -0,4 e -0,3 para linguagem e matemática.
13
51 2 3 4 86 7
Outra maneira de reportar os resultados sobre o 
desenvolvimento dos quatro grupos participantes é a 
partir da interpretação pedagógica do que as crianças 
são capazes de fazer ao final da educação infantil. 
Os gráficos abaixo ajudam a compreender a diferença de aprendizagem 
em linguagem dos quatro grupos que participaram do estudo.
Gráfico 4 – Crianças capazes de acertar 
20 itens (90%) do teste de vocabulário 
receptivo (20 itens)
Gráfico 5 – Crianças capazes de identificar 
a maior parte das letras do alfabeto e fazer 
distinção entre texto e imagem
67%
42%
27%
60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
2019 2020 2021 2022
LINGUAGEM MATEMÁTICA
2019 2020 2021 2022
0%
50%
100%
Nse ALTO
99%
92%
69%
95%
99% 96% 97%
85% 81%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
47%
64%
87%
103,8%
112,2%
106,1%
121,3%
Nse BAIXO
67%
42%
27%
60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
2019 2020 2021 2022
LINGUAGEM MATEMÁTICA
2019 2020 2021 2022
0%
50%
100%
Nse ALTO
99%
92%
69%
95%
99% 96% 97%
85% 81%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
47%
64%
87%
103,8%
112,2%
106,1%
121,3%
Nse BAIXO
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ. Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
QUAL A 
INTERPRETAÇÃO 
PEDAGÓGICA 
DOS IMPACTOS 
NA APRENDIZAGEM?
2.
14
51 2 3 4 86 7
Gráfico 6 – Crianças capazes de ler 
palavras simples e sabem onde 
a escrita começa em um livro
88%
61%
35%
80%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
No que diz respeito ao vocabulário, 67% das crian-
ças acertaram 20 itens (o que seria equivalente a 90% 
do teste) no final da pré-escola, em 2019. Somente 42% 
e 24% das crianças alcançaram o mesmo resultado em 
2020 e 2021, respectivamente. Esta porcentagem voltou 
a subir para 60% no grupo de 2022.
Além disso, em 2019, aproximadamente 99% das 
crianças foram capazes de identificar a maioria das 
letras apresentadas em um caderno ilustrado e con-
seguiram fazer distinção entre texto e imagem. Já 
no grupo de 2020, 92% das crianças identificaram o 
mesmo conjunto de letras no final da pré-escola e, em 
2021, somente 69% das crianças. Já em 2022, este per-
centual atingiu 95% das crianças.
Em 2019, grande parte das crianças (88%) era ca-
paz de ler palavras simples e identificar onde a escrita 
começa em um livro no final da pré-escola. Em 2020, 
foram dois terços e, em 2021, um terço das crianças. 
Novamente, os dados de 2022 se aproximam do gru-
po de 2019, com 80% das crianças desenvolvendo es-
tas habilidades. 
Os gráficos abaixo ajudam a compreender a diferença de aprendizagem em matemática para 
os quatro grupos que participaram do estudo e terminaram a pré-escola em 2019, 2020, 2021 e 2022:
Gráfico 7 – Crianças capazes de fazer 
contas informais simples e identificar 
números de 1 a 10
Gráfico 8 – Crianças capazes de identificar 
números de dois dígitos, fazer contas informais 
mais difíceis e contas formais simples
67%
42%
27%
60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
2019 2020 2021 2022
LINGUAGEM MATEMÁTICA
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Nse ALTO
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95%
99% 96% 97%
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0%
20%
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60%
80%
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47%
64%
87%
103,8%
112,2%
106,1%
121,3%
Nse BAIXO
67%
42%
27%
60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
2019 2020 2021 2022
LINGUAGEM MATEMÁTICA
2019 2020 2021 2022
0%
50%
100%
Nse ALTO
99%
92%
69%
95%
99% 96% 97%
85% 81%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
47%
64%
87%
103,8%
112,2%
106,1%
121,3%
Nse BAIXO
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ. Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
15
51 2 3 4 86 7
Comparando os quatro grupos no aprendizado 
em matemática, é possível observar que no ano letivo 
de 2019, no final da pré-escola, quase todas as crianças 
(99%) eram capazes de fazer contas informais (com su-
porte de figuras) e identificar números de 1 a 10. Este 
número caiu para aproximadamente 96% em 2020 e 
para 87% em 2021, voltando a subir para 97% em 2022.
Além disso, em 2019, aproximadamente 83% das 
crianças eram capazes de identificar números de dois 
dígitos, fazer contas informais mais difíceis (somar e 
subtrair uma pequena quantidade com suporte de figu-
ras) e contas formais simples. No grupo de 2020, apenas 
67% das crianças acertaram esses itens no final da pré-
-escola e, no grupo de 2021, 43%. Em 2022 novamente 
houve um aumento: 81% das crianças.
A interpretação pedagógica dos resultados permite 
observar que, na média, as crianças do grupo de 2022 
estão mais próximas às crianças de 2019, se comparadas 
aos grupos de 2020 e 2021 que, durante a pandemia, vi-
venciaram por mais tempo o ensino remoto. 
16
51 2 3 4 86 7
Gráficos 9 – Aprendizagem estimada em linguagem e em matemática para 2020 e 2022, 
tomando como referência 2019
MATEMÁTICA
100%
 2019
 2019
LINGUAGEM
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
39% 111%
48% 115%
 2020 2022
 2020 2022
100%
porque o ritmo de aprendizagem do grupo de 2022 foi 
mais acelerado se comparado com o grupo de 2019.
Outra maneira de observar esta tendência é es-
timar o percentual de aprendizagem em 2020 e 2022, 
tomando como base a aprendizagem do grupo de 2019 
(pré-pandemia). O grupo que vivenciou o segundo ano 
da pré-escola em 2020 aprendeu o equivalente a 39% 
em linguagem e 48% em matemática se comparada com 
o grupo que frequentou esta etapa em 2019. Já o gru-
po que terminou a pré-escola em 2022, apresentou um 
aprendizado equivalente a 111% em linguagem e 115% 
em matemática se comparada com o grupo de 2019. 
COMO FOI 
O RITMO DE 
APRENDIZAGEM 
DO GRUPO 
DE 2022?
3.
Os gráficos 1 e 2 também sugerem uma diminuição 
da distância de aprendizagem entre os grupos de 2019 
e 2022 ao longo do ano. Isto é, a distância entre os dois 
grupos observada no início do ano letivo (onda 1) é maior 
do que a observada no final do ano letivo (onda 2). Isto 
17
51 2 3 4 86 7
Análises multivariadas estimando o Delta (dife-
rença entre onda 2 e a onda 1) ou a aprendizagem das 
crianças confirmam este resultado4, o ritmo de apren-
dizado em linguagem e matemática do grupo de 2022 
foi mais acelerado em aproximadamente de 1 a 2 meses 
em comparação com o grupo de 2019. 
4. Os modelos estimados utilizaram covariáveis relacionadas ao sexo, idade e nível socioeconômico das crianças.
Estudos realizados em outros países indicam que 
é possível recuperaro déficit de aprendizagem 
decorrente da pandemia. Para tanto, são necessárias 
estratégias e programas de recomposição de 
aprendizagem, tais como expansão do tempo de 
instrução e/ou tutoria individual ou em pequenos 
grupos (CARLANA; LA FERRARA, 2021; HASSAN 
et al. 2021; THE WORLD BANK; UNICEF, UNESCO, 
2021). Esta última estratégia, por exemplo, conta 
com amplas evidências de sua eficácia. Meta-
análises recentes sobre tutorias em pequenos 
grupos observaram efeitos altos (de 0,27 a 0,37 
desvio padrão) e maior eficácia para crianças/
alunos mais jovens (por exemplo no início do 
ensino fundamental) e para alunos com baixo 
desempenho ou perfil socioeconômico mais baixo 
(EEF TEACHING AND LEARNING TOOLKIT, 2021; 
NICKOW; OREOPOULOS, QUAN, 2020). 
O presente estudo focalizou crianças que 
estavam terminando a educação infantil e, 
portanto, no momento anterior à transição 
para o ensino fundamental. Estas crianças estão 
chegando no ensino fundamental com um déficit 
de aprendizagem e em níveis mais desiguais. 
A recomposição de aprendizagem é possível, 
mas, para tanto, é necessário o aporte de 
recursos para a implementação de programas de 
recuperação já no início do ensino fundamental. 
Além disso, é importante implementar programas 
para os quais haja evidências de eficácia.
O QUE JÁ SE SABE SOBRE 
A RECOMPOSIÇÃO DAS 
APRENDIZAGENS EM OUTROS PAÍSES
O efeito dos Centros de Educação 
Infantil no aprendizado
A oferta da pré-escola na rede municipal de Sobral ocorre 
nos Centros de Educação Infantil (CEI), exclusivos para a 
etapa, ou em escolas integradas, que oferecem turmas de 
educação infantil e ensino fundamental. 
Os CEIs apresentam características específicas 
que buscam qualificar o atendimento para as crian-
ças. Entre elas:
a) Oferta exclusiva para a Educação 
Infantil, diferente das escolas integradas, 
que oferecem Educação Infantil e Ensino 
Fundamental no mesmo prédio;
b) Infraestrutura, equipamentos e mobiliário 
pensados para oferta da Educação Infantil;
c) Diretores que podem focar a gestão 
apenas na faixa etária da Educação Infantil.
18
51 2 3 4 86 7
 2020 2021 2022
0,3 
 0,25 
 0,2 
0,15 
0,1
 0,05 
0
 -0,05 
-0,1 
0,11
0,28
0,15
0,12
Gráfico 10 – Tamanho do efeito das CEI x escolas integradas (em desvio padrão)
-0,04
-0,06
As análises mostram um impacto positivo do CEI no aprendizado
As análises indicam que, para os grupos de 2019 
e 2022, as crianças matriculadas nos CEIs apresen-
taram um aprendizado mais acelerado5, em compa-
ração com as crianças que frequentavam as escolas 
integradas, o equivalente a aproximadamente 2 a 3 
meses adicionais de aprendizagem.
Replicando a análise para 2020, quando as crian-
ças frequentaram a maior parte do segundo ano da 
pré-escola no formato remoto, os resultados sugerem 
que as crianças do CEI e das escolas integradas tiveram 
ritmos de aprendizado muito semelhantes. O que re-
força a interpretação sobre os efeitos positivos do CEI 
no desenvolvimento cognitivo das crianças. Em 2022, 
a rede municipal de Sobral ampliou a oferta de matrí-
culas da pré-escola em CEIS, o que pode ser um dos 
fatores que explicam a aprendizagem mais acelerada e 
a recomposição parcial das aprendizagens observadas 
neste mesmo ano. 
5. Esta maior aprendizagem era equivalente a 0,15 e 0,12 desvios padrão para linguagem 
e matemática em 2019 e 0,28 e 0,11 desvio padrão em 2022
LINGUAGEM MATEMÁTICA
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
O grupo de 2022 teve o 
ritmo de aprendizagem mais 
acelerado. Ainda que partindo 
de um nível abaixo dos demais, 
ele foi o que mais se aproximou 
aos níveis do grupo de 2019. 
20
51 2 3 4 86 7
Um outro efeito da pandemia observado em 
2020 foi a ampliação das desigualdades de apren-
dizagem. Crianças em situação de maior vulne-
rabilidade social aprenderam menos. Será que as 
desigualdades de aprendizagem se mantiveram em 
2022 ou foram revertidas?
Os pesquisadores realizaram análises que permi-
tiram observar os diferentes ganhos médios de 
aprendizagem de acordo com as seguintes carac-
terísticas das crianças:
a) nível socioeconômico da família (NSE);
b) indicador de ambiente de aprendizagem 
 em casa (AAC);
c) Cor/raça da criança;
d) sexo da criança.
Nesta etapa do estudo, foram utilizadas análises 
multivariadas considerando os grupos de 2019 e 2022. 
Todos os modelos estimados apresentavam variáveis 
de controle referentes às medidas cognitivas no início 
do ano, sexo, idade e NSE das crianças e estimaram o 
ganho (delta) em aprendizagem.
Os resultados sugerem a persistência das desi-
gualdades de aprendizagem em linguagem e mate-
mática, quando comparadas crianças de nível socio-
econômico maior e menor. Se em 2019 não havia uma 
diferença entre a aprendizagem das crianças de NSE 
mais alto e mais baixo, esta diferença em 2022 é equi-
valente a aproximadamente 1 a 2 meses de aprendizado.
Analisando os resultados, as crianças de nível so-
cioeconômico mais baixo apresentaram, em 2022, um 
aprendizado em linguagem e matemática semelhantes 
às crianças de 2019. Já as crianças de nível socioeco-
nômico mais alto, apresentaram um aprendizado mais 
acelerado, equivalente a 112% e 121% do aprendizado 
do grupo de 2019.
Outra desigualdade observada foi em relação à 
cor/raça das crianças. Crianças brancas apresentaram 
uma aprendizagem em matemática mais acelerada que 
crianças negras (pretas e pardas) em 2022. A diferença 
estimada é de 0,1 desvio padrão, equivalente a 1 mês de 
aprendizagem. As análises referentes ao aprendizado em 
linguagem vão na mesma direção, no entanto, a diferença 
entre os dois grupos é menor (estimadas em 0,06 desvio 
padrão) e não é estatisticamente significativa.
A TENDÊNCIA DE 
DESIGUALDADE 
DE APRENDIZADO 
FOI REVERTIDA?
4.
21
51 2 3 4 86 7
Esses são resultados que demandam especial aten-
ção dos gestores públicos. Antes da pandemia, no ano 
de 2019, não era possível observar uma associação entre 
o NSE da família ou a cor/raça da criança e o aprendi-
zado. Pelo contrário, os resultados sugeriam uma leve 
tendência de diminuição das desigualdades, em especial 
no segundo ano da pré-escola para NSE. Os dados apre-
sentados sugerem que a recomposição parcial do apren-
dizado veio acompanhada de uma tendência de aumento 
das desigualdades educacionais na rede pública.
Segundo os pesquisadores, uma hipótese para as 
desigualdades persistentes em 2022 é a mudança do 
perfil dos alunos da rede municipal de Sobral, mais 
especificamente, a entrada na rede pública de crianças 
que anteriormente frequentavam escolas privadas, ou 
ainda os efeitos persistentes da pandemia na renda e 
saúde das crianças e famílias em situação de maior vul-
nerabilidade. A implementação de programas focados 
na diminuição das desigualdades educacionais é fun-
damental para reverter este quadro.
As análises que compararam o aprendizado de 
meninos e meninas não apresentaram diferenças no 
ritmo de aprendizado entre os grupos. O mesmo re-
sultado foi observado para o indicador de ambiente de 
aprendizagem em casa. 
Gráfico 11 – Desigualdades de aprendizado 
de acordo com NSE em 2022 – aprendizado 
de 2019 como referência 
67%
42%
27%
60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2019 2020 2021 2022
2019 2020 2021 2022
LINGUAGEM MATEMÁTICA
2019 2020 2021 2022
0%
50%
100%
Nse ALTO
99%
92%
69%
95%
99% 96% 97%
85% 81%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
47%
64%
87%
103,8%
112,2%
106,1%
121,3%
Nse BAIXO
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
As análises sugerem que as duas características associadas à ampliação das 
desigualdades de aprendizagem entre 2019 e 2022 foram o perfil socioeconômico das 
famílias e a cor/raça das crianças. Esses são resultados importantes que devem ser 
considerados pelos gestores no momento de elaboração dos programas com foco na 
mitigação dos efeitosda pandemia nas desigualdades educacionais. Ao final deste 
documento são apresentadas propostas recomendações aos gestores e que podem ter 
impactos sobre essa dimensão. [Veja as recomendações na página 27]
COMBATE ÀS 
DESIGUALDADES 
DE APRENDIZAGEM: 
O QUE FAZER
22
51 2 3 4 86 7
EFEITO DA PANDEMIA 
NO DESENVOLVIMENTO 
SOCIOEMOCIONAL
5.
O estudo também avaliou o impacto da Co-
vid-19 no desenvolvimento socioemocional das 
crianças. As análises foram realizadas a partir da 
utilização de uma escala chamada de Desenvolvi-
mento Pessoal, Social e Emocional (DPSE), que é 
composta por 11 itens e pode ser dividida em três 
subescalas (ver descrição mais detalhada da escala 
na p. 5). Os itens foram respondidos pelos profes-
sores sobre cada criança individualmente. Eram 
cinco as possibilidades de resposta, de 1 a 5, sendo 
a maior pontuação considerada como um comporta-
mento mais adequado/desejado.
Os dados descritivos reforçam o argumento de 
uma recuperação parcial dos efeitos da pandemia na 
dimensão socioemocional. Para a grande maioria dos 
itens, as crianças do grupo de 2022 apresentaram uma 
pontuação média maior ou igual ao grupo de 2021. As 
duas exceções foram os itens de Adequação e Adap-
tação ao Ambiente Escolar (Adaptação e conforto e 
Adaptação e Independência). Esses são itens que bus-
cam medir o quão confortável a criança fica quando 
se separa de seu principal cuidador e sua habilidade 
para lidar com transições entre ambientes e ativida-
des durante o dia. Explora também o quão dependente 
a criança é de adultos e outras crianças para realizar 
atividades diárias como ir ao banheiro, se vestir ou 
comer. Esses dados reforçam um achado amplamen-
te divulgado e debatido entre psicólogos e pedagogos 
sobre a maior dependência das crianças para realizar 
atividades diárias e a dificuldade para se separar dos 
responsáveis ou cuidador de referência.
23
51 2 3 4 86 7
Importante destacar a recuperação em 
outras dimensões, em especial nos itens sobre 
autoconfiança, relacionamento (com outras crianças 
e com adultos), ações pessoais e comunicação.
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
Gráfico 12 – Desenvolvimento das habilidades socioemocionais entre 2019, 2021 e 2022
Infantil V - 2019 Infantil V - 2021 Infantil V - 2022
A
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a
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a
s
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
24
51 2 3 4 86 7
A interrupção das atividades presenciais nas es-
colas da rede pública municipal de Sobral durante 
os anos de 2020 e 2021 gerou grandes mudanças 
na rotina das crianças. Essas alterações foram mape-
adas pelos pesquisadores ao longo de 2020 e 2021 em 
quatro grandes áreas: padrões de sono, oportunidades 
de brincar ao ar livre, atividade física e exposição à tela.
Em linhas gerais, os resultados apontavam para 
uma diminuição da regularidade que as crianças fa-
ziam atividade física (aqui incluindo brincadeiras 
que envolvam movimento ou atividades orientadas) e 
um aumento do tempo total de exposição à tela (por 
exemplo, televisão, tablet, celular, computador e vide-
ogames). Em paralelo, também foi mensurada a habi-
lidade motora básica de sentar e levantar do chão e a 
aptidão física das crianças.
 Veja aqui o relatório completo sobre Sobral 
publicado em 2022.
EFEITO DA 
PANDEMIA NA 
HABILIDADE MOTORA 
E A APTIDÃO FÍSICA 
DAS CRIANÇAS 
6.
Pesquisas realizadas com crianças matriculadas 
na pré-escola entre os anos de 2017 e 2019, antes da 
pandemia sugerem que a frequência à pré-escola está 
associada a uma melhora na medida de aptidão física. 
Além disso, análises longitudinais realizadas utilizan-
do modelos multivariados sugerem que ganhos no TSL 
estão associados ao aprendizado mais acelerado em 
matemática (Aguiar, 2022).
Esses são pontos importantes que ajudaram na 
construção das hipóteses sobre os efeitos da pandemia 
na aptidão física e habilidade motora básica das crianças. 
Os pesquisadores acreditavam que haveria um impac-
to negativo nessa dimensão, em especial no curto prazo 
(2020 e 2021), com uma recuperação a partir do momen-
to que as crianças retomassem uma rotina mais saudável, 
o que inclui frequentar presencialmente a escola.
O gráfico 13 apresenta os dados descritivos para os 
quatro grupos que participam do estudo e sugere que 
os grupos de 2020 e 2021, no final do pré-escola/edu-
cação infantil, apresentavam um desenvolvimento da 
aptidão física inferior aos do grupo de 2019 (pré-pan-
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/impacto-aprendizadem-covid-sobral/
25
51 2 3 4 86 7
demia). Já as crianças do grupo de 2022 apresentam 
um desenvolvimento da aptidão física mais próximo 
ao grupo de 2019, o que sugere uma recuperação.
Para estimar o tamanho do efeito da interrupção 
das atividades presenciais durante a pandemia na ap-
tidão física, foi realizada uma análise específica com 
os quatro grupos juntos. O modelo estima o estágio 
final de desenvolvimento nessa dimensão (final do 
ano letivo do segundo ano da pré-escola) e controla 
por três covariáveis, a saber: sexo, idade da criança e 
NSE da família.
O modelo sugere um impacto grande na aptidão 
física das crianças durante o primeiro ano da pande-
mia. Comparando com o grupo de 2019, que é o grupo 
de referência, as crianças ao final de 2020 apresenta-
vam um desenvolvimento menor equivalente a 0,23 
desvio padrão. No ano de 2021, ainda com interrupção 
das atividades presenciais no primeiro semestre letivo, 
a diferença entre o grupo de 2019 e o grupo de 2021 
foi de 0,16 desvio padrão. O novo dado coletado em 
2022 reforça a hipótese de recuperação, dessa vez para 
a dimensão motora. Mais uma vez, tomando o grupo 
de 2019 como grupo de referência, as crianças que 
estavam terminando a educação infantil em 2022, ao 
final do ano letivo, apresentavam um estágio de desen-
volvimento para sua aptidão física e habilidade motora 
muito semelhante ao grupo de 2019. O coeficiente não 
é estatisticamente significativo e sugere uma diferença 
muito pequena de 0,04 desvio padrão. 
Fonte: Elaboração própria – LAPOPE/UFRJ.
Gráfico 13 – Resultados do Teste de Sentar e Levantar para os grupos de 2019, 2020, 2021 e 2022.
 COORTE
2019
 COORTE
2020
 COORTE
2021
 COORTE
2022
9,4
9,2
9
8,8
8,6
8,4
8,2
8
Início ano Final ano
8,6
9,13
8,66
8,82
8,87
9,07
8,83
Com relação à aptidão física, 
houve um impacto significativo 
para as crianças durante 
o primeiro e segundo anos 
da pandemia. Em 2022, 
os dados apontam para 
uma recuperação parcial.
27
51 2 3 4 86 7
Recomendações
PARA O MINISTÉRIO 
DA EDUCAÇÃO
PARA SECRETARIAS 
ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO
 Elaborar um plano nacional de recomposição 
de aprendizagem com aporte de recursos e apoio 
técnico para guiar as ações das secretarias estaduais 
e municipais de educação.
 Recomendar programas e ações eficazes 
de busca ativa com foco na Educação Infantil.
 Oferecer apoio técnico e financeiro para que 
os municípios elaborem e implementem estratégias 
de mitigação dos efeitos da pandemia.
 Oferecer apoio técnico e financeiro para que os 
municípios elaborem e implementem estratégias de 
ampliação da oferta qualificada na Educação Infantil.
 Monitoramento das Taxas Líquida de Matrícula 
na creche e pré-escola no seu estado e auxílio às redes 
municipais na implementação de programas de busca 
ativa em regime de colaboração.
28
51 2 3 4 86 7
 Implementar programas de Busca Ativa de crianças 
com foco na Educação Infantil. Vários programas 
implementados ao longode 2021 e 2022 por redes 
municipais têm como foco o ensino fundamental 
e o ensino médio. A educação infantil foi menos 
apoiada por este tipo de programa e requer mais 
atenção, uma vez que foi uma das etapas mais afetadas 
durante a pandemia (Koslinski e Bartholo, 2022).
 Elaborar diagnósticos sobre os efeitos da pandemia 
no desenvolvimento das crianças e nas taxas 
de abandono e evasão na educação infantil.
 Implementação de currículo para a educação 
infantil alinhado à BNCC 
 Ampliação da oferta de formação para professores 
da educação infantil em consonância com marcos 
legais da educação infantil e o novo currículo. 
 Elaborar um plano de recomposição de 
aprendizagens com foco em crianças ingressando 
no início do ensino fundamental. Priorizar a 
implementação de programas com boas evidências 
sobre seu impacto, como por exemplo tutoria em 
pequenos grupos. O foco destes programas deve 
ser as crianças mais vulneráveis e que apresentaram 
maiores déficits de aprendizagem durante a pandemia.
 Monitorar os programas de recomposição 
de aprendizado com avaliação da implementação 
e dos seus efeitos para que se possa fazer ajustes 
e evitar desperdício de recursos.
 Implementar programas de parentalidade que 
ajudem as famílias a fortalecerem o vínculo e o 
cuidado com as crianças, proporcionando efeitos 
também no âmbito educacional. >
PARA SECRETARIAS 
MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO
29
51 2 3 4 86 7
 Ofertar programas de acolhimento, desenvolvimento 
socioemocional e promoção de saúde mental das 
crianças e dos profissionais da educação.
 Garantir boa infraestrutura e/ou parcerias locais que 
possibilitem a ampliação da oferta de atividades físicas, 
em especial em contato com a natureza.
 Garantir a oferta de oportunidades de atividade física 
e que crianças possam brincar e aprender com a – e na 
– natureza. (SBP, 2021). Ampliar a concepção de que o 
aprendizado não ocorre apenas dentro de sala e valorizar o 
espaço ao ar livre, áreas verdes e praças no entorno da escola.
 Promover maior integração entre famílias e escola, 
incorporando estratégias bem-sucedidas de comunicação 
com famílias utilizadas durante a pandemia.
 Apoiar as famílias por meio de estratégias de orientação 
sobre brincadeiras, atividades e experiências para enriquecer 
o ambiente de aprendizagem em casa e para estruturar 
rotinas mais saudáveis para as crianças, isto é, que não 
envolvam o uso de tela e que garantam oportunidades 
de movimento e prática regular de atividades físicas.
PARA DIRETOR(A) 
E PROFESSOR(A)
O QUE NÃO FAZER
 Evitar ações que possam reforçar as tendências de 
desigualdades que foram acentuadas durante a pandemia, 
como a separação de crianças em turmas por habilidade 
e ampliação da segregação escolar.
 Cuidar para que o foco na recuperação não gere um 
empobrecimento das experiências de aprendizagem, a partir da 
atenção excessiva em determinadas áreas e restrição do currículo.
30
51 2 3 4 86 7
Referências
AGUIAR, D. K. O desenvolvimento 
motor na pré-escola: relações entre 
aptidão física, cognição e fatores 
ambientais. Tese (Doutorado em 
Educação) - Universidade Federal do 
Rio de Janeiro, 2022.
BARBERIA, L. G.; CANTANELLI, L. 
G.; SCHMALZ, P. H. S. Uma avaliação 
dos programas de educação pública dos 
estados e capitais brasileiras durante a 
pandemia do COVID-19. FGV/EESP 
CLEAR, 2021. Disponível em: remote-
learning-in-the-covid-19-pandemic-
v-1-0-portuguese-diagramado-1.pdf 
(fgvclear.org). Acesso em: 05 de maio 
de 2021.
BARTHOLO, T. L.; KOSLINSKI, M. 
C.; COSTA, M.; BARCELLOS, T. 
What do children know upon entry to 
preschool in Rio de Janeiro? Ensaio: 
Avaliação e Políticas Públicas em 
Educação, v. 28, n. 107, p. 1-22, 2020.
BARTHOLO, T. L.; KOSLINSKI, 
Mariane C.; COSTA, M. ; TYMMS, 
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SOBRE ESTA PUBLICAÇÃO
Desde 2007, a Fundação Maria Cecilia Souto 
Vidigal trabalha pela causa da primeira infância 
com o objetivo de impactar positivamente o 
desenvolvimento de crianças em seus primeiros 
anos de vida. As principais frentes de atuação da 
Fundação são a promoção da educação infantil 
de qualidade, o fortalecimento dos serviços de 
parentalidade, a avaliação do desenvolvimento da 
criança e das políticas públicas de primeira infância 
e a sensibilização da sociedade sobre o impacto 
das experiências vividas no começo da vida.
PROPÓSITO 
“Desenvolver a criança para desenvolver 
a sociedade.”
REALIZAÇÃO 
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal 
www.fmcsv.org.br
CEO 
Mariana Luz
DIRETOR DE OPERAÇÕES 
Leonardo Hoçoya
DIRETORA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS 
E GOVERNAMENTAIS 
Marina Fragata Chicaro
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES 
GOVERNAMENTAIS 
Mariana Montoro
GERENTE DE COMUNICAÇÃO 
Sheila Ana Calgaro
GERENTE DE CONHECIMENTO APLICADO 
Beatriz Abuchaim
ANALISTA DE CONHECIMENTO APLICADO 
Raphael Marques
ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO 
Marcelo Rodrigues e Carolina Vilaverde
Recomposição das aprendizagens e desigualdades 
educacionais após a pandemia de Covid-19: 
um estudo em Sobral/CE é uma publicação 
da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Ela 
complementa a pesquisa “Os impactos da pandemia 
e evidências de recomposição das aprendizagens 
na pré-escola: um estudo em Sobral/CE”, 
desenvolvida por pesquisadores do Laboratório 
de Pesquisas em Oportunidades Educacionais da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (LaPOpE/
UFRJ), com apoio da Fundação Maria Cecilia Souto 
Vidigal e do município de Sobral/CE.
DIREITOS E PERMISSÕES
Todos os direitos reservados. É permitida 
a reprodução total ou parcial desta obra, 
desde que citadas a fonte e a autoria.
SUGESTÃO DE CITAÇÃO 
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (2023). 
Recomposição das aprendizagens e desigualdades 
educacionais após a pandemia de Covid-19: 
um estudo em Sobral/CE.
COORDENAÇÃO GERAL
Raphael Pereira Marques 
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Tiago Lisboa Bartholo
Professor Associado da UFRJ 
Mariane Campelo Koslinski 
Professora Associada da UFRJ / Laboratório 
de Pesquisas em Oportunidades Educacionais 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
EDIÇÃO
Silvia Balieiro
REVISÃO TÉCNICA
Beatriz Abuchaim e Raphael Marques
REVISÃO GERAL
Carolina Vilaverde e Marcelo Rodrigues
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO
Estudio Labirin.to
FOTOGRAFIAS FMCSV: Capa: Lalo de Almeida. Páginas internas: p. 8 – Lalo de Almeida / pp. 19 e 26 – Fernando Martins
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/
http://labirin.to
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/
REALIZAÇÃO PARCEIRO TÉCNICO APOIO INSTITUCIONAL
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/
http://www.educacao.ufrj.br/laboratorios-de-pesquisa/lapope/
https://www.sobral.ce.gov.br/

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