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1 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA A PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL Barbara Holz de Souza1, Dhebora Raquel Godoy Costa1, Luana da Silva Gambarte1, Prof. Me. José Junior Ferrari de Oliveira Silva2 1- Acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade Multivix Nova Venécia. 2- Mestre em Gestão Social, Educação e desenvolvimento regional. Especialista em Educação. Graduado em Letras e Pedagogia. Avaliador do INEP/MEC. Professor da Faculdade Multivix Nova Venécia. RESUMO O presente artigo busca uma discussão acerca do papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade infantil. O crescimento e desenvolvimento adequados da criança estão intimamente relacionados a aquisição de hábitos saudáveis, como a amamentaçãomaterna exclusiva até os seis meses de idade, a introdução alimentar adequada após esse período e ao estímulo a prática de atividades físicas, sendo essas atividades essenciais para prevenção da obesidade infantil. O objetivo geral da pesquisa é identificar o papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade infantil. Em relação aos procedimentos metodológicos a pesquisa é classificada como uma pesquisa bibliográfica inserida na área de conhecimento das ciências, com finalidade básica pura, caráter exploratório, de natureza dos dados qualitativa e de levantamento de dados através de revisão de literatura. Conclui-se que oenfermeiro tem como responsabilidade promover educação em saúde para as crianças, os paise responsáveis e instruí-los sobre hábitos saudáveis e possíveis consequências. Palavras-Chave: Enfermeiro; Prevenção; Obesidade Infantil. INTRODUÇÃO O objetivo de estudo desta pesquisa é descrever a atuação do enfermeiro em ações assistenciais e de cuidados para a prevenção da obesidade infantil. Para tanto, torna-se necessário o seguinte questionamento: qual o papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade infantil. Assim, é importante destacar a justificativa da pesquisa, pois a obesidade é o acúmulo de gordura corporal em excesso que pode trazer danosà saúde. No período a infância pode ser ainda mais complicado, levando em consideração a rotina e flexibilidade dos pais perante a mudanças de hábitos alimentares e falta de conhecimento da criança aos riscos que a obesidade pode gerar futuramente (MELLO; LUFT; MEYER, 2004). A obesidade na infância é considerada um problema de Saúde Pública na atualidade e aumentando de forma significativa e os índices de morbidade ede mortalidade pelo excesso de peso (GASPARI; HERMAN, 2010, apud 2 SOUZA; SOUZA, 2015). O que pode gerar doenças crônicas, como declara Souza e Souza (2015), por exemplo, doenças cardiovasculares, intolerância à glicose e dislipidemia. Para Marcondes et al. (2002, apud Araújo et al., 2012, p.139) o papel da enfermagem é fundamental na prevenção da obesidade infantil: Na promoção de hábitos e alimentação saudáveis, prevenção, identificação de riscos e detecção precoce da obesidade, devendo considerar a família como núcleo de atendimento, a partir de relação dialógica positiva com pais e filhos. Entende-se que a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que até então se concentra prioritariamente no combate à desnutrição infantil, precisa integrar-se nesse contexto e assimilar novos conceitos para ampliar suas ações. Reforçando a fala dos três autores supracitados, pode-se observar que a alimentação adequada é importante para o não desenvolvimento obesidade infantil, que é visto como um problema de Saúde Pública e pode acarretar vários problemas futuros para criança, tendo o enfermeiro a responsabilidade de promover a assistência na prevenção da obesidade. Tendo em vista que as acadêmicas do curso de enfermagem sentiram necessidade de relatar e descrever sobre a obesidade infantil ao vivenciarem experiencias em seu campo prático, e notar dificuldade e falta de conhecimento dos pais ao iniciar a introdução de uma alimentação adequada, considerando os fatores que influenciam na obesidade infantil e os riscos que ela pode trazer a criança futuramente. A partir dessa vivência trazendo a atuação do enfermeiro na educação e prevenção da saúde. Nesse contexto, a presente investigação científica tem como objetivo geral de identificar o papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade infantil em crianças de 6 meses a 2 anos de idade. Referencial teórico Os erros cometidos na alimentação infantil A alimentação é um condutor do desenvolvimento humano e está diretamente ligada ao bem-estar e em todos os seus parâmetros e ambientes, 3 é um dos fatores determinantes de saúde e necessária para a realização de atividades cotidianas e a promoção de saúde (ORDONEZ; PAIVA, 2017). O crescimento e desenvolvimento saudável da criança está ligado ao seu tipo de alimentação e aos hábitos que são estabelecidos nos primeiros anos de vida, levando em consideração fatores socioeconômicos, comportamentais e ambientais dos responsáveis pela introdução alimentar (BEAUCHAMP; MENNELLA, 2011, apud SILVA; COSTA; GIUGLIANI, 2016). De acordo com Ministério da Saúde (BRASIL, 2015) a IA (introdução alimentar) ou seja, a oferta de outros alimentos deve ser realizada a partir dos 6 meses de idade da criança, quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo e a criança passa a necessitar de uma complementação nutricional para o seu desenvolvimento contínuo (apud LONGO-SILVA et al., 2017). Os erros cometidos na alimentação provem desde o início da amamentação e que quando realizado de forma adequada a criança apresenta uma menor prevalência de ganho de peso em excesso (SULZBACH; BOSCO, 2012 apud MARQUES, 2020). Nesse período o ganho de peso é resultado do desmame feito de forma precoce e incorreta, o que é considerado um erro ao introduzir outros alimentos para os lactentes com substituições equivocadas e em grande quantidade, que ultrapassa a quantidade necessária para criança (SILVA et al., 2017 apud MARQUES, 2020). Para Vicari (2013, apud MARQUES, 2020, p. 7) a IA após o desmame pode trazer consequências logo no início da vida da criança: A nutrição no início da vida afeta não apenas o desenvolvimento cerebral, crescimento e composição corporal, mas também a programação metabólica com impacto sobre as doenças crônicas do adulto relacionadas com a alimentação. O oferecimento de açucares refinados antes de 2 anos de idade, crianças com hábitos como esse tem grandes chances de desenvolver o excesso de peso ao longo de sua da infância e desencadear a obesidade. Outro ponto a se considerar é oferecimento de refrigerantes, sucos de caixinhas, achocolatados, biscoitos, chocolates, balas e salgados em grande quantidade, o que pode 4 parecer inofensivo, mas ao longo prazo pode se tornar nocivo (NEVES, 2010, apud FAGUNDES; LIMA; SANTOS, 2016). Para Fechine et al. (2015, p.21), na maioria das vezes o oferecimento desses alimentos provém do responsável, pois “Apesar de os pais perceberem que os alimentos industrializados não são benéficos e saudáveis às crianças, é comum a oferta sistemática desses alimentos em casa”. O âmbito familiar exerce uma grande influência na construção dos hábitos alimentares da criança, tendo em vista que o grupo familiar ou responsáveis deve proporcioná-la uma alimentação saudável, com qualidade e a quantidade necessária emseu processo de desenvolvimento (ROSANELI et al., 2012, apud SOUSA,2018). Para Grande (2012, apud SOUSA, 2018, p. 8,9) a família se torna um guia no desenvolvimento e construção de hábitos saudáveis: As crianças têm a possibilidade de aprender no contexto familiar os conceitos de saúde, e isso permite que a família seja um guia no desenvolvimento de comportamentos saudáveis para elas. Por meio dessa função, a família influencia a aprendizagem das crianças sobre a alimentação. Os responsáveis possuem um papel fundamental ao conduzir a alimentação da criança, tendo em vista que esse processo requer paciência na adaptação e disponibilidade para se adquirir e formar hábitos saudáveis que propagamda infância e mantem-se ao longo da vida adulta (MADRUGA et al., 2012, apud MELO et al., 2017). Os efeitos dessa oferta incorreta da alimentação podem ser evidenciados ainda na infância com o ganho de peso e evoluir para a obesidade infantil e sobrevir doenças crônicas ainda nessa fase, como complicações cardiovasculares, hipertensão, diabetes, esteatose, alterações no nível de colesterol, dores nas articulações e adquirir problemas no sono, afetando o seu desempenho intelectual (FERREIRA et al., 2019; MARCHI-ALVES et al., 2011; FRONTZEK; BERNARDES; MODENA, 2017, apud ALVES; FAUSTINO 2019). Uma criança obesa possui grandes chances de se tornar um adulto com obesidade, trazendo consigo todos os problemas que afetam diretamente a sua saúde (FERREIRA et al., 2019; MARCHI-ALVES et al., 2011; FRONTZEK; BERNARDES; MODENA, 2017, apud ALVES; FAUSTINO, 2019). 5 A incidência do sobrepeso ou obesidade infantil tem início desde o começo da gestação, com o excesso de peso da mãe no período gestacional, introdução alimentar inadequada e de forma precoce para o bebê, são erros cometidos na alimentação infantil que podem levar a criança ao sobrepeso. Principais fatores que influenciam na obesidade infantil A obesidade é uma grave doença decorrente a um conjunto de diversos fatores genéticos, sociais e comunitários associados a uma vida sedentária e tem como base o índice de massa corporal, identificando se o indivíduo está ou não dentro do seu peso ideal e classificar possíveis consequências decorrentes do resultado (MANCINI, 2021). Foi o tempo que as crianças “gordinhas” eram sinônimo de criança saudável, no entanto para definir o excesso do peso não se deve basear apenas na análise externa e sim em avaliação de parâmetros, como as medidas antropométricas que inclui todas as dimensões do indivíduo (BRASIL, 2006, apud MATOS et al., 2015). Segundo Koplan (1999) a obesidade é o resultado de vários fatores associados (apud AMARAL; PEREIRA, 2016, p.314): Um aumento da ingestão de alimentos calóricos (input de energia) e, por outro uma diminuição da atividade física (output de energia), o que conduz ao referido balanço energético positivo, com acumulação de gordura corporal. Porém, a obesidade é o resultado de um conjunto de condições, que incluem fatores genéticos, físicos, sociais e comportamentais. A herança genética é um grande fator que interfere na condição do indivíduo e em sua tendencia a obesidade, que somada aos fatores ambientais como o estilo de vida e aos tipos de alimentos ofertados a criança, a tornam muito mais suscetível ao risco do acúmulo de gordura e o desenvolvimento da obesidade. A influência da carga genética na obesidade é influenciada pelos fatores externos entorno da criança (KOPLAN et al., 1999, apud AMARAL; PEREIRA, 2016). 6 A atividade física é relevante independentemente da idade. O estímulo dessas atividades deve ser realizado através de movimentos como correr, jogar bola ou brincar, o que os proporciona lazer e ao mesmo tempo realizando movimentos que não favorecem ao estilo de vida sedentária (FERREIRA, et al., 2016). A grande exposição das crianças aos meios eletrônicos implica no estilo de vida e em seus hábitos que estão em processo de formação. Com uma infância pautada em aparelhos as crianças acabam construindo uma rotina carente de estímulos para realização de atividades físicas diárias e uma incitação à uma vida sedentária, o que a torna muito mais vulnerável a adquirir altos valores de gordura em seu corpo (ANGOORANI et al., 2018, apud MARQUES, 2020). Os avanços tecnológicos acentuam grandes riscos à saúde das crianças, a falta de gasto energético resulta em ganho de peso e em seu desenvolvimento. As atividades que estimulam andar, levantar e praticar algum tipo de exercício vêm diminuindo, mas do outro lado o tempo de exposição a telas dos computadores, celulares, tablets ou jogos eletrônicos tem aumentado de maneira significante, o que expõe a criança ao sedentarismo infantil (ANGOORANI et al., 2018, apud MARQUES, 2020). O estado nutricional infantil é determinado por conjuntos de fatores e os pais ou responsáveis possuem uma grande influência sobre os filhos. Os fatores comportamentais adotados por eles no que se diz respeito ao estilo de vida e hábitos alimentares, faz com que as crianças fiquem expostas e tenham acesso a um estilo de vida não saudável para o seu desenvolvimento. Influenciando a uma alimentação inadequada e ao sedentarismo, sem nenhuma prática física igualmente aos seus educadores (MARIZ et al., 2015, apud MARQUES, 2020). Esses fatores influenciam no consumo de alimentos rápidos e industrializados, por serem mais práticos e de fácil preparo. Grandes marcas e agências publicitárias passaram a utilizar as divulgações para vender os seus produtos (ION, 2006 apud SANTANA; OLIVEIRA; CLEMENTE, 2015). Com a presença das mídias sociais no cotidiano familiar e a exposição das crianças aos meios de comunicação, a mídia passou a ter o público infantil 7 como alvo de suas propagandas e comercias com a intenção de aumentar os ganhos vendendo a praticidade do dia a dia através de alimentos industrializados (ION, 2006, apud SANTANA; OLIVEIRA; CLEMENTE, 2015). A obesidade envolve vários aspectos e fatores que influenciam para se desencadear, como a influência genética, a forte presença das mídias na infância, fatores ambientais ou até a forma como as crianças são educadas, para a prevenção e o seu tratamento é importante adotar um estilo de vida saudável de maneira gradual e que abrange todo âmbito familiar da criança, com ênfase nos estímulos de atividades físicas e de hábitos alimentares duradouros (TRICHES, 2005, apud FERREIRA et al., 2016). As inúmeras razões que influenciam na incidência da obesidade infantil somada a uma rotina acelerada dos responsáveis fazem com que priorizem e escolham a praticidade e a rapidez na hora de montar o cardápio alimentar, consumir ou comprar os alimentos. Notando-se a influência ambiental, cultural e midiática, trazendo consequências ainda na infância. e Papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade infantil A obesidade é uma doença crônica identificada pelo excesso de peso, é um problema de saúde global capaz de desencadear agravos a saúde como doenças cardiovasculares (GASPARI; HERMAN, 2010, apud SOUZA; SOUZA, 2015). A enfermagem exerce um papel assistencial fundamental na prevenção de obesidade infantil, promovendo educação em saúde e estabelecendo estratégias a fim de prevenir doenças futuras decorrentes do excesso de peso. A OI é identificada por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (PAIVA et al., 2018, apud MARQUES, 2020). Ao realizar as suas atividades diárias de assistência à criança e aos seus responsáveis, o profissional de enfermagem deve reter sua atenção nas possíveis práticas e ações de intervenção, levando em consideração fatores como condições socioeconômicas, fatores ambientais e meio de criação e 8 vivência da criança ao avaliar o estado nutricional (MATOSO; OLIVEIRA; BEZERRA, 2010, apud SOUZA; SOUZA, 2015). Com sua jornada de estudo e trabalho o enfermeiro se encontra qualificado para orientar a população, através dessas ações estratégicas que promovem educação e saúde e tem como objetivo a educação dos habitantes sobre a alimentação adequada e qualidade de vida. As ações estabelecidas durante o planejamento estratégico são um desafio, e todo trabalho é feito com um conjunto de profissionais com a mesma finalidade e proposito, formando uma equipe multidisciplinar (SOUSA, 2018). De acordo com Alves e Faustino (2019, p.4) para identificar a obesidade se usa: Uma ferramenta utilizada para a investigação da obesidade é as medidas antropométricas e a utilização do Índice de Massa Corporal (IMC = peso em kg/estatura² em metros) para interpretar a relação peso/altura e permitir o diagnóstico de déficit de peso (desnutrição aguda/magreza) ou oexcesso de peso(sobrepeso/obesidade). Dentre inúmeras responsabilidades de assistência da enfermagem encontra-se a orientação sobre a alimentação de forma saudável e seus benefícios, garantindo uma qualidade de vida e a prevenção da obesidade e seus malefícios (SILVA et al., 2010, apud SOUSA, 2018). Para que isso ocorra o profissional deve executar as consultas de enfermagem e orientar tanto os responsáveis quanto a criança sobre os perigos e riscos que a obesidade e uma má alimentação podem trazer futuramente, ele também deve se encontrar atento aos dados fornecidos através das medidas antropométricas e realizar o acompanhamento junto aos outros profissionais que compõe a sua equipe (SILVA et al., 2010, apud SOUSA, 2018). Para Sousa (2018, p.8) todo o processo de acompanhamento eprevenção é realizado em três etapas: O processo de prevenção apresenta-se em três fases: - Primária, onde é realizada a promoção da saúde ou educação em saúde. - Secundária, execução de ações de cuidado que evitem a evolução da obesidade infantil e surgimento de doenças crônicas. - Terciária, onde se tem ações de reabilitação. Além de cuidar dos efeitos causados pela obesidade em crianças afetadas no ambiente escolar e familiar. 9 Para promover a educação e a promoção da saúde dos responsáveis e da criança, o enfermeiro irá executar uma investigação sobre os hábitos alimentares, levando em consideração fatores como as condições familiares. Através dessas informações irá orientar ambos, os responsáveis e a criança, sobre os malefícios de uma má alimentação e inserir a prática de exercícios. É de suma importância que as ações de cuidado tenham uma participação ativa dos responsáveis em todo processo de reeducação alimentar, pois são eles que fazem o preparo do alimento (ALVES; FAUSTINO, 2019). O desenvolvimento da reabilitação tem início nas ações educativas que podem ser feitas em ambiente escolar e para toda população. Com o papel assistencial o enfermeiro passa a contribuir para redução da obesidade infantil (ALVES; FAUSTINO, 2019). O grupo de apoio ao tratamento da obesidade deve conter a participação dos pais, educadores e profissionais da área da saúde para a formação dos novos hábitos de maneira saudável e não somente a restrição de alimentos de um dia para o outro, sendo necessário levar aspectos como a idade em consideração. As restrições realizadas de maneira inadequada e sem o acompanhamento estabelecido pode prejudicar o desenvolvimento infantil, podendo provocar uma carência nutricional (FERREIRA et al., 2016). Com responsabilidade de incentivar a participação da população de sua área na prática de suas ações educativas, o enfermeiro pode promover essas ações em escolas estimular a autonomia das crianças e desempenhar uma capacitação aos profissionais que compõe o espaço pedagógico e em sua comunidade, utilizando de estratégias como palestras educativas, incentivando a participação dos pais e a contribuição, envolvendo todo corpo profissional. Introdução alimentar complementar A apropriada introdução nutricional dos alimentos complementares é necessária na prevenção de morbimortalidade infantil, abrangendo a desnutrição e sobrepeso. (ACC/SCN, 2000 apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). Devendo ser feita a partir dos 2 anos de vida. 10 A alimentação complementar é compreendida como um importante marco fisiológico na vida do bebê, visto que uma nutrição adequada, capaz de fornecer quantidade e qualidade nutricional suficiente, é fundamental para garantir o crescimento e o desenvolvimento global no seu potencial máximo (CARVALHO et al, 2015, apud GOMEZ et al., 2020, p.2). É no período da infância, que há o primeiro contato com os alimentos e a percepção e formação do paladar, sendo considerado um período decisivo na formação dos hábitos alimentares. (BEAUCHAMP; MENNELLA, 2009, apud MELO et al., 2017). Segundo Salve; Silva, os alimentos complementares são: [...] qualquer alimento nutritivo, sólido ou líquido, diferente do leite humano oferecido a criança amamentada. Alimento complementar oportuno, são os alimentos complementares introduzidos a partir do sexto mês de vida (GIUGLIANI; VICTORA, 2000, OMS, 2000, apud SALVE; SILVA, 2009, p.2) Monte e Giugliani (2004) afirmam que as práticas alimentares saudáveis englobam o manuseio, preparo, administração, quantidade e armazenamento dos alimentos. Deve-se dar abertura a alimentação completar a partir dos seis meses, visto que a composição do leite materno e sua quantidade já não são suficientes quanto os nutrientes necessários que uma criança necessita (COMITÊ DE NUTRIÇAO ESPGHAN et al., 2008, apud LOPES et al., 2018). Segundo Moore et al. (2014), apud Gomez et al. (2020), os determinantes importantes da introdução de alimentos e da continuidade da amamentação são: indícios de desenvolvimento infantil; atingir a idadrecomendada; recomendações de amigos e familiares; incentivo dos agentesde saúde em suas visitas; bebês que frequentemente acordam a noite. É considerado alimento completar qualquer alimento que não seja o leite materno administrado durante o período de introdução (OMS/UNICEF, 1998, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). É importante frisar que as refeições com alimentos complementares não substituem (e sim complementam) as mamadas. A frequência das mamadas ao seio pode ser mantida. Com a introdução da 11 alimentação complementar, a criança naturalmente passará a ingerir menos leite materno. (MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.6). Por muitas vezes o leite materno oferecido de forma isolada já não é suficiente para suprir carências presente em uma criança em desenvolvimento. Dá-se início assim a introdução dos alimentos, fonte necessária para o crescimento e o progresso de uma criança (SCOTT et al., 2009, CLAYTON et al., 2013, RADWAN, 2013, CASTRO et al., 2015, apud DALLAZEN et al., 2018). Essa alimentação é rica em energia, pois em sua composição haverá nutrientes bem como vitaminas, cálcio, magnésio, fosforo, zinco e ferro. (BRASIL, 2015, apud LOPES et al., 2018). “Nos primeiros anos de vida, devem ser evitados açúcar, café, enlatados, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas.” (BRASIL, 2002, apud LOPES et al., 2018, p.5). A inserção inadequada dos alimentos na dieta do bebê pode ter consequências e ser prejudicial à saúde, especialmente quando o alimento é fornecido antes do desenvolvimento fisiológico completo (BHUTTA et al., 2008, apud LOPES et al., 2018). Foi verificado que durante o período de aleitamento materno exclusivo (AME), as crianças já recebem água e leite não materno, sendo considerado uma ação não AME, e na introdução da alimentação complementar eramoferecidas guloseimas (WALKER et al., 2007, CUNHA et al., 2015, VICTORA, 2016, apud LOPES et al, 2018). O ambiente familiar tem alto impacto naformação dos hábitos alimentares de uma criança (MELO et al., 2017). “A oferta de alimentos antes dos seis meses de vida ocasiona prejuízos à saúde infantil. Entretanto, muitas mães acreditam que líquidos, como sucos e outros leites, são complementares ao leite materno[...]” (SCHINCAGLIA et al., 2015, apud LOPES et al., 2018, p.5). Como afirma Campos et al. (2015), apud Lopes et al. (2018), a introdução imatura de água e chás pode contribuir para a interrupção do AME,é uma prática comum porque a mãe teme que, principalmente no verão, nos dias com altas temperaturas, a criança fique desidratada, por isso acredita-se que bebês precisam de líquidos para matar a sede. 12 A iniciação tardia de alimentos é desvantajosa, na medida em que a partir do sexto mês o leite materno não mais atende às necessidades energéticas da criança, levando à desaceleração do crescimento e aumentando o risco de deficiência de nutrientes (COMITÊ DE NUTRIÇÃO ESPGHAN et al., 2008, LOPES et al., 2018, p.2). Começar a inserir essa alimentação tardiamente também tem suas desvantagens, o crescimento da criança poderá se lentificar ou parar e o risco de desnutrição e deficiência de micronutrientesintensifica (OMS/UNICEF, 1998, OPAS/OMS, 2003, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). A alimentação complementar viável de uma criança amamentada é essencial para o seu bom desempenho infantil, tornando-se componente importante para assegurar a alimentação e nutrição infantil (MONTE; GIUGLIANI, 2004). Os alimentos complementares devem ser oferecidos à criança utilizando-se colher e copo que são bem aceitos por crianças pequenas. Mamadeiras devem ser evitadas porque, além de ser uma fonte de contaminação para a criança, prejudicam a dinâmica oral e podem, principalmente durante o estabelecimento da lactação, confundir o bebê (confusão de bicos), expondo-o a um risco maior de desmame precoce (OPAS/OMS, 2003, OMS, 2002, NEWMAN, 1993, NEIFERT, 1995, OMS, 1998 apud MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.6). Sullivan; Birch (1994), Almeida (1998), apud Monte; Giuliani (2004) afirmam como oferecer os alimentos complementares: devem ser introduzidos os novos alimentos de forma gradual, um de cada vez, devendo apresentar o mesmo alimento durante 3 a 7 dias, podendo levar de 8 a 10 incentivos com o novo alimento para a criança aceitá-lo. Vale ressaltar a importância de evitar o consumo de AUP, tais como refrigerante, sucos industrializados, salgadinhos, embutidos e doces, uma vez que o consumo precoce desses alimentos está associado à anemia, excesso de peso e a alergias alimentares (BRASIL, 2013, apud GIESTA et al., 2019). As práticas alimentares inadequadas identificadas são capazes de comprometer a saúde da criança; por isso, ressalta-se a importância de realizar ações para a promoção do aleitamento materno acompanhadas de orientações para a introdução da alimentação complementar (LOPES et al., 2018, p.1). É notável a necessidade da implementação de políticas públicas, tendo em vista que ações de promoção da alimentação saudável refletem no perfil de 13 saúde da população (WALKER et al., 2007, CUNHA et al., 2015, VICTORA et al., 2016, apud LOPES et al., 2018). O aleitamento materno, por muitas vezes não recebe a sua supervalorização que deveria ter pelas mães, essa falta de informação deve ser sanada pelos profissionais de saúde, evidenciando o AME, e cessar a introdução precoce de alimentos (BRASIL et al., 2012). Os profissionais de saúde são responsáveis por transmitir os conhecimentos mais recentes sobre a alimentação infantil apropriada, almejando a promoção do crescimento e desenvolvimento ideal das crianças (MONTE; GIUGLIANI, 2004). Contudo, a formação dos hábitos alimentares é mediante as práticas alimentares da família que essa criança está inserida, no qual orientações são repassadas por profissionais a fim de auxiliar a adaptação da criança a essa nova alimentação, e prestar suporte familiar. Importância do aleitamento materno É notável que o aleitamento materno é um importante item em relação a alimentação infantil adequada, isoladamente é eficaz ao ponto de ser exclusivo até os 6 meses de vida (ACC/SCN, 2000, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). O momento da amamentação é tão importante que deve ser iniciada nas primeiras horas de vida do recém-nascido (SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020). As inúmeras vantagens do aleitamento materno são bem claras, independente da renda. O crescimento dessa prática pode realizar a melhora no quadro nutricional, na educação e saúde tanto da mãe quando do seu filho. (VICTORA et al., 2016, apud GIESTA et al., 2019). O Ministério da Saúde tem como objetivo promover o aleitamento materno até os 6 meses e a introdução alimentar até 2 anos de idade (BRASIL, 2013, apud MOREIRA et al., 2019). O Aleitamento Materno tem a capacidade de sanar as necessidades alimentares, pois o seu conteúdo fornece três/quartos de proteínas que toda criança precisa dos seus seis aos doze meses de vida (REZENDE, 2012, apud SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020). 14 “O leite materno contém energia e nutrientes adequados ao grau de maturidade fisiológica do lactente, além de fatores de proteção contra doenças, o que o torna ideal para os primeiros meses de vida.” (VICTORA et al., 2016, HORTA; VICTORA, 2013, apud LOPES et al., 2018, p.2). A motivação das mães ao aleitamento materno deve ocorrer a partir do pré-natal, juntamente com a promoção da saúde e nutrição materno infantil (ABERU et al., 2015, apud SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020). Alguns cuidados devem ser tomados no início da amamentação, como o uso de chupetas e mamadeiras que normalmente retardam o momento da lactação, pois faz a criança confundir o reflexo de sucção, que por sua vez, desacelera o estímulo de produção de leite (DIAS; FREIRE; FRANCESCHINI, 2010). “No âmbito populacional, constatou-se que crianças amamentadas exclusivamente até os 6 meses adoecem menos de diarreia e não apresentam déficits de crescimento[...]” (OMS/UNICEF, 1998, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.2). Lopes et al. (2018, p.2), afirma que há menor chance de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis na infância, adolescência e vida adulta. Segundo o estudo realizado por Brasil et al. (2012), grande parte das mães que amamentam até os quatro meses ou menos tinham apenas um filho. O vínculo entre o aleitamento materno exclusivo e o peso ao nascer, evidencia que crianças que mais necessitavam de AME até os seis meses de vida, são as que mamam menos. O aleitamento é de suma importância, sendo o mais adequado e indicado, considerando as inúmeras vantagens adquiridas através dessa ação, uma delas é a criação do vínculo mãe e filho (ALMEIDA et al., 2015, apud SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020). Os efeitos benéficos para a criança podem ser subdivididos em curto, médio e longo prazo e serão comentados nos seguintes aspectos: melhor nutrição e crescimento pônderoestatural; redução da mortalidade infantil; redução da morbidade por diarreia; redução da morbidade por infecção respiratória; redução de alergias; redução de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta; melhor desenvolvimento intelectual e relacionamento interpessoal; e melhor desenvolvimento da cavidade bucal (NUNES, 2015, p.1). 15 Os profissionais de saúde têm por objetivo apoiar as mamães, a fim de superar alguns problemas encontrados nessa fase, podendo ser um marco importante e decisivo em relação ao abandono ou o sucesso no aleitamento materno, aliás o processo da amamentação, dependerá de como essa mãe se sente sobre si mesmo e esse momento que ela está vivendo, e essa ajuda profissional poderá auxiliar a superar essa situação com êxito (ROCCI; FERNANDES, 2014, apud SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020). Quando a criança não cresce satisfatoriamente com a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses, antes de se recomendar a introdução de alimentos complementares é necessário realizar uma avaliação criteriosa para ver se a criança não está ingerindo pouco leite materno por má técnica de amamentação, levando a um esvaziamento inadequado das mamas e à consequente diminuição da produção do leite (OMS/UNICEF, 1995, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.3). Os profissionais de saúde devem ter o conhecimento e as habilidades adequadas para incentivar a mães a respeito do AME, a fim de diminuir os índices do desmame precoce (ROCCI; FERNANDES, 2014, apud SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020). Dessa forma, deve-se motivar as mães a não cessaro AME tendo em vista seus benefícios como o início do vínculo mãe-filho, fortalecimento do sistema imunológico, desenvolvimento e até mesmo redução da mortalidade infantil. Atuação do enfermeiro na introdução alimentar complementar A infância é uma etapa da vida repleta de mudanças, um momento marcado por vulnerabilidade fisiológica. A alimentação e nutrição por sua vez são capazes de assegurar a manutenção, crescimento e desenvolvimento infantil (RIBEIRO et al., 2009, FIDELIS; OSORIO, 2007, SALDIVA, 2007, apud MOURA et al., 2015). A combinação da amamentação e alimentação complementar é fundamental para o crescimento e progresso dessa criança (ACC/SCN, 2000, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). No Brasil, a expansão da rede de atenção16 básica nos últimos anos e as mudanças no estado nutricional das crianças, deixam claro os problemas da gestão do cuidado infantil (MOURA et al., 2015). Na década do século XXI, programas e políticas em relação a saúde da criança foram aplicados, focalizando na fase de pré-natal e puerpério. Tal situação trouxe novos resultados positivos em relação a mortalidade infantil, todavia nem mesmo a aplicação dos programas conseguiriam sanar com êxito alguns problemas chave, tais como alimentação infantil, que é um condicionamento real (BRASIL et al., 2012). O Ministério da Saúde reformulou as políticas públicas na área e lançou recentemente a Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS – Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), que tem como objetivo qualificar o processo de trabalho dos profissionais da atenção básica com o intuito de reforçar e incentivar a promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável para crianças menores de dois anos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2015, apud LOPES et al., 2018,p.5). A EAAB força por meio da educação e saúde continuada o treinamento dos profissionais de saúde sobre o tema de aleitamento e introdução alimentar no SUS. Através da correta qualificação e promoção de educação em saúde para a população, é possível modificar e intervir sobre os fatores que afetam negativamente a amamentação exclusiva e a correta introdução alimentar complementar. Os alimentos mais consumidos precocemente que foram introduzidos foram fórmula infantil e água (MOREIRA et al., 2019). Foram avaliados os itens fórmula infantil, leite de vaca, água, chá, suco, fruta, almoço, jantar e outros alimentos, categorizados como alimentos processados (engrossantes, biscoitos, iogurtes, bebidas − água de coco, refrigerante e suco artificial −, açúcar/mel, papa industrializada e doces) (MOREIRA et al., 2019, p.2). O modelo alimentar contemporâneo consiste em alimentos industrializados e processados, que por sua vez contém valor calórico alto e é rico em gordura e sódio (JAIME et al., 2017, apud MELO et al., 2017). “A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) assume papel relevante no monitoramento e análise dos problemas nutricionais, subsidiando o 17 planejamento da atenção nutricional no SUS.” (BRASIL, 2015, apud HENRIQUES et al., 2018, p.3). Um conjunto de ações relaciona-se com a organização dos serviços de saúde e visa potencializar o acesso e fortalecer a promoção da saúde para toda a população, incluindo o público infantil. A Política Nacional da Atenção Básica prevê a reorganização dos serviços com vistas a ampliar a equidade e a qualidade da atenção à saúde e, desse modo, propiciar ambientes que favoreçam a prevenção, a promoção e o cuidado integral em saúde. (BRASIL, 2012, apud HENRIQUES et al., 2018, p.3) A presença da família no processo de adaptação a alimentação é fundamental, no qual os hábitos alimentares da família irão refletir na adaptação da criança a esses novos alimentos (SILVA et al., 2016, MELLER et al., 2014, SHLOIM et al., 2015, GERARDS; KREMERS, 2015, apud MELO et al., 2017). A OMS aconselha as mães/cuidadores de crianças menores de 2 anos a implementação de uma alimentação mais responsiva, e que usem os princípios de atenção psicossocial ao alimentar seus filhos. Essa abordagem inclui práticas a respeito ao mecanismo fisiológico de autorregulação do apetite,ajudando a criança a comer e identificar sua saciedade, o que requer sensibilidade da mãe/cuidador a entender essa saciedade (ENGLE et al., 2000,PELTO et al., 2003, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). “[...]a percepção materna de adesão às orientações fornecidas por profissionais da saúde está associada a maiores prevalências de AME[...]” (BROILOA et al., 2013, apud GIESTA et al., 2019, p.9). Os problemas nutricionais influenciam os agravos de saúde e a mortalidade infantil. Com base nesses fatos, cabe ao profissional da saúde identificar problemas alimentares e nutricionais da criança, a fim de estabelecer estratégias de cuidados que possibilitem a diminuição de morbidades e mortalidades relacionadas ao estado nutricional, contribuindo com crescimento e desenvolvimento adequados para a faixa etária e formação de hábitos alimentares saudáveis (ETGES, 2008, apud MOURA et al., 2015, p.2) Os profissionais de saúde devem cumprir o papel de informarefetivamente as informações necessárias para mães/cuidadores, e as 18 recomendações de promoção da alimentação complementar saudável da criança que é amamentada (MONTE; GIUGLIANI, 2004). Nesse sentido, os profissionais de saúde têm papel importante no aconselhamento das famílias para a alimentação no primeiro ano de vida, reforçando a superioridade do leite materno e desencorajando a introdução de outros leites bem como a inclusão correta da alimentação complementar (LOPES et al., 2018, p.6). O profissional enfermeiro afim de promover a qualidade de vida infantil, deve repassar os seus saberes e práticas do cuidar, desejando garantir asaúde da criança (MOURA; ROCHA, 2012, apud MOURA et al., 2015). É necessário ressaltar que o enfermeiro deve estar presente na vida de uma mãe desde o momento do pré-natal através dos programas de política de saúde aplicados, realizando o acompanhamento gestacional afim de amenizar alguns problemas chaves existentes no período gestacional, por meio de orientações. Procedimentos metodológicos Refere-se a uma pesquisa bibliográfica inserida na área de conhecimento das ciências da saúde, com finalidade básica pura, sem qualquer privilégio ou vantagens, apenas a nível de conhecimento (GIL, 2018). Os propósitos mais gerais da presente pesquisa são de caráter exploratório, que visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema, a fim de torná lo mais explícito (GIL, 2018). A pesquisa tem como natureza dos dados qualitativa, que possibilita conceber a variedade e os detalhes das informações e ideias obtidas, o que se diferencia de uma pesquisa quantitativa que apresenta números que comprovam os objetivos buscados (GIL, 2019). A técnica para coleta de dados será bibliográfica, pois de acordo com Gil (2018) trata-se de informações coletadas em materiais já publicados, como livros, artigos, teses, revistas, anais de eventos científicos e materiais publicados na internet. 19 Considerações finais O correto crescimento e desenvolvimento da criança estão intimamente relacionados a aquisição de hábitos saudáveis, como a amamentação materna exclusiva até os seis meses de idade, a introdução alimentar adequada após esse período e ao estímulo a prática de atividades físicas. Essas práticas são essenciais para a prevenção da obesidade na infância e para uma vida saudável, pois, a obesidade infantil traz consequências tanto para a vida presente da criança, quanto para seu futuro. Sendo assim, conclui-se que o enfermeiro tem como responsabilidade a promoção de educação em saúde, para instruir aos pais e responsáveis desde o pré-natal sobre a importância do aleitamento materno, introdução alimentar e a prevenção da obesidade infantil, incluindo ensinamentos sobre as consequências e prejuízos de tal problema para a vida da criança. Referências ALVES, Neidiane dos Santos Souza; FAUSTINO, Thaisa Kerolainy Alencar. Assistência de enfermagem na obesidade infantil: uma revisão integrativa. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) - Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, Brasília, 2019. Disponível em: <https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/268/1/Neidiane%20Sa nt os%20Souza%20Alves_0003959.pdf>. 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