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O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA A
PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL
Barbara Holz de Souza1, Dhebora Raquel Godoy Costa1, Luana da Silva
Gambarte1, Prof. Me. José Junior Ferrari de Oliveira Silva2
1- Acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade Multivix Nova Venécia.
2- Mestre em Gestão Social, Educação e desenvolvimento regional.
Especialista em Educação. Graduado em Letras e Pedagogia. Avaliador do
INEP/MEC. Professor da Faculdade Multivix Nova Venécia.
RESUMO
O presente artigo busca uma discussão acerca do papel do enfermeiro na assistência a
prevenção da obesidade infantil. O crescimento e desenvolvimento adequados da criança estão
intimamente relacionados a aquisição de hábitos saudáveis, como a amamentaçãomaterna
exclusiva até os seis meses de idade, a introdução alimentar adequada após esse período e ao
estímulo a prática de atividades físicas, sendo essas atividades essenciais para prevenção da
obesidade infantil. O objetivo geral da pesquisa é identificar o papel do enfermeiro na assistência
a prevenção da obesidade infantil. Em relação aos procedimentos metodológicos a pesquisa é
classificada como uma pesquisa bibliográfica inserida na área de conhecimento das ciências,
com finalidade básica pura, caráter exploratório, de natureza dos dados qualitativa e de
levantamento de dados através de revisão de literatura. Conclui-se que oenfermeiro tem como
responsabilidade promover educação em saúde para as crianças, os paise responsáveis e
instruí-los sobre hábitos saudáveis e possíveis consequências.
Palavras-Chave: Enfermeiro; Prevenção; Obesidade Infantil.
INTRODUÇÃO
O objetivo de estudo desta pesquisa é descrever a atuação do
enfermeiro em ações assistenciais e de cuidados para a prevenção da
obesidade infantil. Para tanto, torna-se necessário o seguinte questionamento:
qual o papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade infantil.
Assim, é importante destacar a justificativa da pesquisa, pois a obesidade
é o acúmulo de gordura corporal em excesso que pode trazer danosà saúde. No
período a infância pode ser ainda mais complicado, levando em consideração a
rotina e flexibilidade dos pais perante a mudanças de hábitos alimentares e falta
de conhecimento da criança aos riscos que a obesidade pode gerar futuramente
(MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
A obesidade na infância é considerada um problema de Saúde Pública
na atualidade e aumentando de forma significativa e os índices de morbidade
ede mortalidade pelo excesso de peso (GASPARI; HERMAN, 2010, apud
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SOUZA; SOUZA, 2015). O que pode gerar doenças crônicas, como declara
Souza e Souza (2015), por exemplo, doenças cardiovasculares, intolerância à
glicose e dislipidemia.
Para Marcondes et al. (2002, apud Araújo et al., 2012, p.139) o papel da
enfermagem é fundamental na prevenção da obesidade infantil:
Na promoção de hábitos e alimentação saudáveis, prevenção,
identificação de riscos e detecção precoce da obesidade, devendo
considerar a família como núcleo de atendimento, a partir de relação
dialógica positiva com pais e filhos. Entende-se que a Estratégia de
Saúde da Família (ESF), que até então se concentra prioritariamente
no combate à desnutrição infantil, precisa integrar-se nesse contexto
e assimilar novos conceitos para ampliar suas ações.
Reforçando a fala dos três autores supracitados, pode-se observar que a
alimentação adequada é importante para o não desenvolvimento obesidade
infantil, que é visto como um problema de Saúde Pública e pode acarretar
vários problemas futuros para criança, tendo o enfermeiro a responsabilidade
de promover a assistência na prevenção da obesidade.
Tendo em vista que as acadêmicas do curso de enfermagem sentiram
necessidade de relatar e descrever sobre a obesidade infantil ao vivenciarem
experiencias em seu campo prático, e notar dificuldade e falta de conhecimento
dos pais ao iniciar a introdução de uma alimentação adequada, considerando
os fatores que influenciam na obesidade infantil e os riscos que ela pode trazer
a criança futuramente.
A partir dessa vivência trazendo a atuação do enfermeiro na educação e
prevenção da saúde. Nesse contexto, a presente investigação científica tem
como objetivo geral de identificar o papel do enfermeiro na assistência a
prevenção da obesidade infantil em crianças de 6 meses a 2 anos de idade.
Referencial teórico
Os erros cometidos na alimentação infantil
A alimentação é um condutor do desenvolvimento humano e está diretamente
ligada ao bem-estar e em todos os seus parâmetros e ambientes,
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é um dos fatores determinantes de saúde e necessária para a realização de
atividades cotidianas e a promoção de saúde (ORDONEZ; PAIVA, 2017). O
crescimento e desenvolvimento saudável da criança está ligado ao seu tipo de
alimentação e aos hábitos que são estabelecidos nos primeiros anos de vida,
levando em consideração fatores socioeconômicos, comportamentais e
ambientais dos responsáveis pela introdução alimentar (BEAUCHAMP;
MENNELLA, 2011, apud SILVA; COSTA; GIUGLIANI, 2016). De acordo com
Ministério da Saúde (BRASIL, 2015) a IA (introdução alimentar) ou seja, a oferta
de outros alimentos deve ser realizada a partir dos 6 meses de idade da criança,
quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo e a criança passa a
necessitar de uma complementação nutricional para o seu desenvolvimento
contínuo (apud LONGO-SILVA et al., 2017). Os erros cometidos na alimentação
provem desde o início da amamentação e que quando realizado de forma
adequada a criança apresenta uma menor prevalência de ganho de peso em
excesso (SULZBACH; BOSCO, 2012 apud MARQUES, 2020).
Nesse período o ganho de peso é resultado do desmame feito de forma
precoce e incorreta, o que é considerado um erro ao introduzir outros alimentos
para os lactentes com substituições equivocadas e em grande quantidade, que
ultrapassa a quantidade necessária para criança (SILVA et al., 2017 apud
MARQUES, 2020).
Para Vicari (2013, apud MARQUES, 2020, p. 7) a IA após o desmame
pode trazer consequências logo no início da vida da criança:
A nutrição no início da vida afeta não apenas o desenvolvimento
cerebral, crescimento e composição corporal, mas também a
programação metabólica com impacto sobre as doenças crônicas do
adulto relacionadas com a alimentação.
O oferecimento de açucares refinados antes de 2 anos de idade, crianças com
hábitos como esse tem grandes chances de desenvolver o excesso de peso ao
longo de sua da infância e desencadear a obesidade. Outro ponto a se
considerar é oferecimento de refrigerantes, sucos de caixinhas, achocolatados,
biscoitos, chocolates, balas e salgados em grande quantidade, o que pode
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parecer inofensivo, mas ao longo prazo pode se tornar nocivo (NEVES, 2010,
apud FAGUNDES; LIMA; SANTOS, 2016).
Para Fechine et al. (2015, p.21), na maioria das vezes o oferecimento
desses alimentos provém do responsável, pois “Apesar de os pais perceberem
que os alimentos industrializados não são benéficos e saudáveis às crianças, é
comum a oferta sistemática desses alimentos em casa”. O âmbito familiar
exerce uma
grande influência na construção dos hábitos alimentares da criança, tendo em
vista que o grupo familiar ou responsáveis deve proporcioná-la uma alimentação
saudável, com qualidade e a quantidade necessária emseu processo de
desenvolvimento (ROSANELI et al., 2012, apud SOUSA,2018). Para Grande
(2012, apud SOUSA, 2018, p. 8,9) a família se torna um guia no
desenvolvimento e construção de hábitos saudáveis:
As crianças têm a possibilidade de aprender no contexto familiar os
conceitos de saúde, e isso permite que a família seja um guia no
desenvolvimento de comportamentos saudáveis para elas. Por meio
dessa função, a família influencia a aprendizagem das crianças sobre
a alimentação.
Os responsáveis possuem um papel fundamental ao conduzir a alimentação
da criança, tendo em vista que esse processo requer paciência na adaptação e
disponibilidade para se adquirir e formar hábitos saudáveis que propagamda
infância e mantem-se ao longo da vida adulta (MADRUGA et al., 2012, apud
MELO et al., 2017).
Os efeitos dessa oferta incorreta da alimentação podem ser evidenciados
ainda na infância com o ganho de peso e evoluir para a obesidade infantil e
sobrevir doenças crônicas ainda nessa fase, como complicações
cardiovasculares, hipertensão, diabetes, esteatose, alterações no nível de
colesterol, dores nas articulações e adquirir problemas no sono, afetando o seu
desempenho intelectual (FERREIRA et al., 2019; MARCHI-ALVES et al., 2011;
FRONTZEK; BERNARDES; MODENA, 2017, apud ALVES; FAUSTINO 2019).
Uma criança obesa possui grandes chances de se tornar um adulto com
obesidade, trazendo consigo todos os problemas que afetam diretamente a sua
saúde (FERREIRA et al., 2019; MARCHI-ALVES et al., 2011; FRONTZEK;
BERNARDES; MODENA, 2017, apud ALVES; FAUSTINO, 2019).
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A incidência do sobrepeso ou obesidade infantil tem início desde o começo
da gestação, com o excesso de peso da mãe no período gestacional, introdução
alimentar inadequada e de forma precoce para o bebê, são erros cometidos na
alimentação infantil que podem levar a criança ao sobrepeso.
Principais fatores que influenciam na obesidade infantil
A obesidade é uma grave doença decorrente a um conjunto de diversos
fatores genéticos, sociais e comunitários associados a uma vida sedentária e
tem como base o índice de massa corporal, identificando se o indivíduo está ou
não dentro do seu peso ideal e classificar possíveis consequências decorrentes
do resultado (MANCINI, 2021).
Foi o tempo que as crianças “gordinhas” eram sinônimo de criança
saudável, no entanto para definir o excesso do peso não se deve basear
apenas na análise externa e sim em avaliação de parâmetros, como as medidas
antropométricas que inclui todas as dimensões do indivíduo (BRASIL, 2006,
apud MATOS et al., 2015). Segundo Koplan (1999) a obesidade é o resultado
de vários fatores associados (apud AMARAL; PEREIRA, 2016, p.314):
Um aumento da ingestão de alimentos calóricos (input de energia) e,
por outro uma diminuição da atividade física (output de energia), o que
conduz ao referido balanço energético positivo, com acumulação de
gordura corporal. Porém, a obesidade é o resultado de um conjunto
de condições, que incluem fatores genéticos, físicos, sociais e
comportamentais.
A herança genética é um grande fator que interfere na condição do indivíduo
e em sua tendencia a obesidade, que somada aos fatores ambientais como o
estilo de vida e aos tipos de alimentos ofertados a criança, a tornam muito mais
suscetível ao risco do acúmulo de gordura e o desenvolvimento da obesidade. A
influência da carga genética na obesidade é influenciada pelos fatores externos
entorno da criança (KOPLAN et al., 1999, apud AMARAL; PEREIRA, 2016).
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A atividade física é relevante independentemente da idade. O estímulo
dessas atividades deve ser realizado através de movimentos como correr, jogar
bola ou brincar, o que os proporciona lazer e ao mesmo tempo realizando
movimentos que não favorecem ao estilo de vida sedentária (FERREIRA, et al.,
2016).
A grande exposição das crianças aos meios eletrônicos implica no estilo de
vida e em seus hábitos que estão em processo de formação. Com uma infância
pautada em aparelhos as crianças acabam construindo uma rotina carente de
estímulos para realização de atividades físicas diárias e uma incitação à uma
vida sedentária, o que a torna muito mais vulnerável a adquirir altos valores de
gordura em seu corpo (ANGOORANI et al., 2018, apud MARQUES, 2020).
Os avanços tecnológicos acentuam grandes riscos à saúde das crianças, a
falta de gasto energético resulta em ganho de peso e em seu desenvolvimento.
As atividades que estimulam andar, levantar e praticar algum tipo de exercício
vêm diminuindo, mas do outro lado o tempo de exposição a telas dos
computadores, celulares, tablets ou jogos eletrônicos tem aumentado de
maneira significante, o que expõe a criança ao sedentarismo infantil
(ANGOORANI et al., 2018, apud MARQUES, 2020).
O estado nutricional infantil é determinado por conjuntos de fatores e os pais ou
responsáveis possuem uma grande influência sobre os filhos. Os fatores
comportamentais adotados por eles no que se diz respeito ao estilo de vida e
hábitos alimentares, faz com que as crianças fiquem expostas e tenham acesso
a um estilo de vida não saudável para o seu desenvolvimento. Influenciando a
uma alimentação inadequada e ao sedentarismo, sem nenhuma prática física
igualmente aos seus educadores (MARIZ et al., 2015, apud MARQUES, 2020).
Esses fatores influenciam no consumo de alimentos rápidos e
industrializados, por serem mais práticos e de fácil preparo. Grandes marcas e
agências publicitárias passaram a utilizar as divulgações para vender os seus
produtos (ION, 2006 apud SANTANA; OLIVEIRA; CLEMENTE, 2015).
Com a presença das mídias sociais no cotidiano familiar e a exposição das
crianças aos meios de comunicação, a mídia passou a ter o público infantil
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como alvo de suas propagandas e comercias com a intenção de aumentar os
ganhos vendendo a praticidade do dia a dia através de alimentos
industrializados (ION, 2006, apud SANTANA; OLIVEIRA; CLEMENTE, 2015).
A obesidade envolve vários aspectos e fatores que influenciam para se
desencadear, como a influência genética, a forte presença das mídias na
infância, fatores ambientais ou até a forma como as crianças são educadas,
para a prevenção e o seu tratamento é importante adotar um estilo de vida
saudável de maneira gradual e que abrange todo âmbito familiar da criança,
com ênfase nos estímulos de atividades físicas e de hábitos alimentares
duradouros (TRICHES, 2005, apud FERREIRA et al., 2016).
As inúmeras razões que influenciam na incidência da obesidade infantil
somada a uma rotina acelerada dos responsáveis fazem com que priorizem e
escolham a praticidade e a rapidez na hora de montar o cardápio alimentar,
consumir ou comprar os alimentos. Notando-se a influência ambiental, cultural
e midiática, trazendo consequências ainda na infância.
e Papel do enfermeiro na assistência a prevenção da obesidade
infantil
A obesidade é uma doença crônica identificada pelo excesso de peso, é
um problema de saúde global capaz de desencadear agravos a saúde como
doenças cardiovasculares (GASPARI; HERMAN, 2010, apud SOUZA; SOUZA,
2015).
A enfermagem exerce um papel assistencial fundamental na prevenção de
obesidade infantil, promovendo educação em saúde e estabelecendo
estratégias a fim de prevenir doenças futuras decorrentes do excesso de peso.
A OI é identificada por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), de acordo com
a Organização Mundial da Saúde (PAIVA et al., 2018, apud MARQUES, 2020).
Ao realizar as suas atividades diárias de assistência à criança e aos seus
responsáveis, o profissional de enfermagem deve reter sua atenção nas
possíveis práticas e ações de intervenção, levando em consideração fatores
como condições socioeconômicas, fatores ambientais e meio de criação e
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vivência da criança ao avaliar o estado nutricional (MATOSO; OLIVEIRA;
BEZERRA, 2010, apud SOUZA; SOUZA, 2015).
Com sua jornada de estudo e trabalho o enfermeiro se encontra
qualificado para orientar a população, através dessas ações estratégicas que
promovem educação e saúde e tem como objetivo a educação dos habitantes
sobre a alimentação adequada e qualidade de vida. As ações estabelecidas
durante o planejamento estratégico são um desafio, e todo trabalho é feito com
um conjunto de profissionais com a mesma finalidade e proposito, formando
uma
equipe multidisciplinar (SOUSA, 2018). De acordo com Alves e Faustino (2019,
p.4) para identificar a obesidade se usa:
Uma ferramenta utilizada para a investigação da obesidade é as
medidas antropométricas e a utilização do Índice de Massa Corporal
(IMC = peso em kg/estatura² em metros) para interpretar a relação
peso/altura e permitir o diagnóstico de déficit de peso (desnutrição
aguda/magreza) ou oexcesso de peso(sobrepeso/obesidade).
Dentre inúmeras responsabilidades de assistência da enfermagem
encontra-se a orientação sobre a alimentação de forma saudável e seus
benefícios, garantindo uma qualidade de vida e a prevenção da obesidade e
seus malefícios (SILVA et al., 2010, apud SOUSA, 2018).
Para que isso ocorra o profissional deve executar as consultas de
enfermagem e orientar tanto os responsáveis quanto a criança sobre os perigos
e riscos que a obesidade e uma má alimentação podem trazer futuramente, ele
também deve se encontrar atento aos dados fornecidos através das medidas
antropométricas e realizar o acompanhamento junto aos outros profissionais
que compõe a sua equipe (SILVA et al., 2010, apud SOUSA, 2018). Para Sousa
(2018, p.8) todo o processo de acompanhamento eprevenção é realizado em
três etapas:
O processo de prevenção apresenta-se em três fases: - Primária, onde
é realizada a promoção da saúde ou educação em saúde. -
Secundária, execução de ações de cuidado que evitem a evolução da
obesidade infantil e surgimento de doenças crônicas. - Terciária, onde
se tem ações de reabilitação. Além de cuidar dos efeitos causados pela
obesidade em crianças afetadas no ambiente escolar e familiar.
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Para promover a educação e a promoção da saúde dos responsáveis e
da criança, o enfermeiro irá executar uma investigação sobre os hábitos
alimentares, levando em consideração fatores como as condições familiares.
Através dessas informações irá orientar ambos, os responsáveis e a criança,
sobre os malefícios de uma má alimentação e inserir a prática de exercícios. É
de suma importância que as ações de cuidado tenham uma participação ativa
dos responsáveis em todo processo de reeducação alimentar, pois são eles
que fazem o preparo do alimento (ALVES; FAUSTINO, 2019).
O desenvolvimento da reabilitação tem início nas ações educativas que
podem ser feitas em ambiente escolar e para toda população. Com o papel
assistencial o enfermeiro passa a contribuir para redução da obesidade infantil
(ALVES; FAUSTINO, 2019).
O grupo de apoio ao tratamento da obesidade deve conter a participação
dos pais, educadores e profissionais da área da saúde para a formação dos
novos hábitos de maneira saudável e não somente a restrição de alimentos de
um dia para o outro, sendo necessário levar aspectos como a idade em
consideração. As restrições realizadas de maneira inadequada e sem o
acompanhamento estabelecido pode prejudicar o desenvolvimento infantil,
podendo provocar uma carência nutricional (FERREIRA et al., 2016).
Com responsabilidade de incentivar a participação da população de sua
área na prática de suas ações educativas, o enfermeiro pode promover essas
ações em escolas estimular a autonomia das crianças e desempenhar uma
capacitação aos profissionais que compõe o espaço pedagógico e em sua
comunidade, utilizando de estratégias como palestras educativas, incentivando
a participação dos pais e a contribuição, envolvendo todo corpo profissional.
Introdução alimentar complementar
A apropriada introdução nutricional dos alimentos complementares é
necessária na prevenção de morbimortalidade infantil, abrangendo a
desnutrição e sobrepeso. (ACC/SCN, 2000 apud MONTE; GIUGLIANI, 2004).
Devendo ser feita a partir dos 2 anos de vida.
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A alimentação complementar é compreendida como um importante
marco fisiológico na vida do bebê, visto que uma nutrição
adequada, capaz de fornecer quantidade e qualidade nutricional
suficiente, é fundamental para garantir o crescimento e o
desenvolvimento global no seu potencial máximo (CARVALHO et
al, 2015, apud GOMEZ et al., 2020, p.2).
É no período da infância, que há o primeiro contato com os alimentos e
a percepção e formação do paladar, sendo considerado um período decisivo na
formação dos hábitos alimentares. (BEAUCHAMP; MENNELLA, 2009, apud
MELO et al., 2017).
Segundo Salve; Silva, os alimentos complementares são:
[...] qualquer alimento nutritivo, sólido ou líquido, diferente do leite
humano oferecido a criança amamentada. Alimento complementar
oportuno, são os alimentos complementares introduzidos a partir do
sexto mês de vida (GIUGLIANI; VICTORA, 2000, OMS, 2000, apud
SALVE; SILVA, 2009, p.2)
Monte e Giugliani (2004) afirmam que as práticas alimentares saudáveis
englobam o manuseio, preparo, administração, quantidade e armazenamento
dos alimentos.
Deve-se dar abertura a alimentação completar a partir dos seis meses,
visto que a composição do leite materno e sua quantidade já não são
suficientes quanto os nutrientes necessários que uma criança necessita
(COMITÊ DE NUTRIÇAO ESPGHAN et al., 2008, apud LOPES et al., 2018).
Segundo Moore et al. (2014), apud Gomez et al. (2020), os
determinantes importantes da introdução de alimentos e da continuidade da
amamentação são: indícios de desenvolvimento infantil; atingir a
idadrecomendada; recomendações de amigos e familiares; incentivo dos
agentesde saúde em suas visitas; bebês que frequentemente acordam a noite.
É considerado alimento completar qualquer alimento que não seja o leite
materno administrado durante o período de introdução (OMS/UNICEF, 1998,
apud MONTE; GIUGLIANI, 2004).
É importante frisar que as refeições com alimentos complementares
não substituem (e sim complementam) as mamadas. A frequência
das mamadas ao seio pode ser mantida. Com a introdução da
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alimentação complementar, a criança naturalmente passará a ingerir
menos leite materno. (MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.6).
Por muitas vezes o leite materno oferecido de forma isolada já não é
suficiente para suprir carências presente em uma criança em desenvolvimento.
Dá-se início assim a introdução dos alimentos, fonte necessária para o
crescimento e o progresso de uma criança (SCOTT et al., 2009, CLAYTON et
al., 2013, RADWAN, 2013, CASTRO et al., 2015, apud DALLAZEN et al.,
2018).
Essa alimentação é rica em energia, pois em sua composição haverá
nutrientes bem como vitaminas, cálcio, magnésio, fosforo, zinco e ferro.
(BRASIL, 2015, apud LOPES et al., 2018). “Nos primeiros anos de vida, devem
ser evitados açúcar, café, enlatados, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras
guloseimas.” (BRASIL, 2002, apud LOPES et al., 2018, p.5).
A inserção inadequada dos alimentos na dieta do bebê pode ter
consequências e ser prejudicial à saúde, especialmente quando o alimento é
fornecido antes do desenvolvimento fisiológico completo (BHUTTA et al., 2008,
apud LOPES et al., 2018).
Foi verificado que durante o período de aleitamento materno exclusivo
(AME), as crianças já recebem água e leite não materno, sendo considerado
uma ação não AME, e na introdução da alimentação complementar
eramoferecidas guloseimas (WALKER et al., 2007, CUNHA et al., 2015,
VICTORA, 2016, apud LOPES et al, 2018). O ambiente familiar tem alto impacto
naformação dos hábitos alimentares de uma criança (MELO et al., 2017).
“A oferta de alimentos antes dos seis meses de vida ocasiona prejuízos
à saúde infantil. Entretanto, muitas mães acreditam que líquidos, como sucos e
outros leites, são complementares ao leite materno[...]” (SCHINCAGLIA et al.,
2015, apud LOPES et al., 2018, p.5).
Como afirma Campos et al. (2015), apud Lopes et al. (2018), a introdução
imatura de água e chás pode contribuir para a interrupção do AME,é uma
prática comum porque a mãe teme que, principalmente no verão, nos dias com
altas temperaturas, a criança fique desidratada, por isso acredita-se que bebês
precisam de líquidos para matar a sede.
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A iniciação tardia de alimentos é desvantajosa, na medida em que a
partir do sexto mês o leite materno não mais atende às necessidades
energéticas da criança, levando à desaceleração do crescimento e
aumentando o risco de deficiência de nutrientes (COMITÊ DE
NUTRIÇÃO ESPGHAN et al., 2008, LOPES et al., 2018, p.2).
Começar a inserir essa alimentação tardiamente também tem suas
desvantagens, o crescimento da criança poderá se lentificar ou parar e o risco
de desnutrição e deficiência de micronutrientesintensifica (OMS/UNICEF,
1998, OPAS/OMS, 2003, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004).
A alimentação complementar viável de uma criança amamentada é
essencial para o seu bom desempenho infantil, tornando-se componente
importante para assegurar a alimentação e nutrição infantil (MONTE;
GIUGLIANI, 2004).
Os alimentos complementares devem ser oferecidos à criança
utilizando-se colher e copo que são bem aceitos por crianças
pequenas. Mamadeiras devem ser evitadas porque, além de ser uma
fonte de contaminação para a criança, prejudicam a dinâmica oral e
podem, principalmente durante o estabelecimento da lactação,
confundir o bebê (confusão de bicos), expondo-o a um risco maior de
desmame precoce (OPAS/OMS, 2003, OMS, 2002, NEWMAN, 1993,
NEIFERT, 1995, OMS, 1998 apud MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.6).
Sullivan; Birch (1994), Almeida (1998), apud Monte; Giuliani (2004)
afirmam como oferecer os alimentos complementares: devem ser introduzidos
os novos alimentos de forma gradual, um de cada vez, devendo apresentar o
mesmo alimento durante 3 a 7 dias, podendo levar de 8 a 10 incentivos com o
novo alimento para a criança aceitá-lo.
Vale ressaltar a importância de evitar o consumo de AUP, tais como
refrigerante, sucos industrializados, salgadinhos, embutidos e doces, uma vez
que o consumo precoce desses alimentos está associado à anemia, excesso
de peso e a alergias alimentares (BRASIL, 2013, apud GIESTA et al., 2019).
As práticas alimentares inadequadas identificadas são capazes de
comprometer a saúde da criança; por isso, ressalta-se a importância
de realizar ações para a promoção do aleitamento materno
acompanhadas de orientações para a introdução da alimentação
complementar (LOPES et al., 2018, p.1).
É notável a necessidade da implementação de políticas públicas, tendo
em vista que ações de promoção da alimentação saudável refletem no perfil de
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saúde da população (WALKER et al., 2007, CUNHA et al., 2015, VICTORA et
al., 2016, apud LOPES et al., 2018).
O aleitamento materno, por muitas vezes não recebe a sua
supervalorização que deveria ter pelas mães, essa falta de informação deve
ser sanada pelos profissionais de saúde, evidenciando o AME, e cessar a
introdução precoce de alimentos (BRASIL et al., 2012). Os profissionais de
saúde são responsáveis por transmitir os conhecimentos mais recentes sobre a
alimentação infantil apropriada, almejando a promoção do crescimento e
desenvolvimento ideal das crianças (MONTE; GIUGLIANI, 2004).
Contudo, a formação dos hábitos alimentares é mediante as práticas
alimentares da família que essa criança está inserida, no qual orientações são
repassadas por profissionais a fim de auxiliar a adaptação da criança a essa
nova alimentação, e prestar suporte familiar.
Importância do aleitamento materno
É notável que o aleitamento materno é um importante item em relação a
alimentação infantil adequada, isoladamente é eficaz ao ponto de ser exclusivo
até os 6 meses de vida (ACC/SCN, 2000, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). O
momento da amamentação é tão importante que deve ser iniciada nas
primeiras horas de vida do recém-nascido (SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020).
As inúmeras vantagens do aleitamento materno são bem claras,
independente da renda. O crescimento dessa prática pode realizar a melhora
no quadro nutricional, na educação e saúde tanto da mãe quando do seu filho.
(VICTORA et al., 2016, apud GIESTA et al., 2019). O Ministério da Saúde tem
como objetivo promover o aleitamento materno até os 6 meses e a introdução
alimentar até 2 anos de idade (BRASIL, 2013, apud MOREIRA et al., 2019).
O Aleitamento Materno tem a capacidade de sanar as necessidades
alimentares, pois o seu conteúdo fornece três/quartos de proteínas que toda
criança precisa dos seus seis aos doze meses de vida (REZENDE, 2012, apud
SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020).
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“O leite materno contém energia e nutrientes adequados ao grau de
maturidade fisiológica do lactente, além de fatores de proteção contra doenças,
o que o torna ideal para os primeiros meses de vida.” (VICTORA et al., 2016,
HORTA; VICTORA, 2013, apud LOPES et al., 2018, p.2). A motivação das mães
ao aleitamento materno deve ocorrer a partir do pré-natal, juntamente com a
promoção da saúde e nutrição materno infantil (ABERU et al., 2015, apud
SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020).
Alguns cuidados devem ser tomados no início da amamentação, como o
uso de chupetas e mamadeiras que normalmente retardam o momento da
lactação, pois faz a criança confundir o reflexo de sucção, que por sua vez,
desacelera o estímulo de produção de leite (DIAS; FREIRE; FRANCESCHINI,
2010).
“No âmbito populacional, constatou-se que crianças amamentadas
exclusivamente até os 6 meses adoecem menos de diarreia e não apresentam
déficits de crescimento[...]” (OMS/UNICEF, 1998, apud MONTE; GIUGLIANI,
2004, p.2). Lopes et al. (2018, p.2), afirma que há menor chance de desenvolver
doenças crônicas não transmissíveis na infância, adolescência e vida adulta.
Segundo o estudo realizado por Brasil et al. (2012), grande parte das mães que
amamentam até os quatro meses ou menos tinham apenas um filho. O vínculo
entre o aleitamento materno exclusivo e o peso ao nascer, evidencia que
crianças que mais necessitavam de AME até os seis meses de vida, são as
que mamam menos.
O aleitamento é de suma importância, sendo o mais adequado e
indicado, considerando as inúmeras vantagens adquiridas através dessa ação,
uma delas é a criação do vínculo mãe e filho (ALMEIDA et al., 2015, apud
SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020).
Os efeitos benéficos para a criança podem ser subdivididos em curto,
médio e longo prazo e serão comentados nos seguintes aspectos:
melhor nutrição e crescimento pônderoestatural; redução da
mortalidade infantil; redução da morbidade por diarreia; redução da
morbidade por infecção respiratória; redução de alergias; redução de
doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta; melhor
desenvolvimento intelectual e relacionamento interpessoal; e melhor
desenvolvimento da cavidade bucal (NUNES, 2015, p.1).
15
Os profissionais de saúde têm por objetivo apoiar as mamães, a fim de
superar alguns problemas encontrados nessa fase, podendo ser um marco
importante e decisivo em relação ao abandono ou o sucesso no aleitamento
materno, aliás o processo da amamentação, dependerá de como essa mãe se
sente sobre si mesmo e esse momento que ela está vivendo, e essa ajuda
profissional poderá auxiliar a superar essa situação com êxito (ROCCI;
FERNANDES, 2014, apud SILVA; SILVA; AOYAMA, 2020).
Quando a criança não cresce satisfatoriamente com a amamentação
exclusiva nos primeiros 6 meses, antes de se recomendar a introdução
de alimentos complementares é necessário realizar uma avaliação
criteriosa para ver se a criança não está ingerindo pouco leite materno
por má técnica de amamentação, levando a um esvaziamento
inadequado das mamas e à consequente diminuição da produção do
leite (OMS/UNICEF, 1995, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004, p.3).
Os profissionais de saúde devem ter o conhecimento e as habilidades
adequadas para incentivar a mães a respeito do AME, a fim de diminuir os
índices do desmame precoce (ROCCI; FERNANDES, 2014, apud SILVA; SILVA;
AOYAMA, 2020). Dessa forma, deve-se motivar as mães a não cessaro AME
tendo em vista seus benefícios como o início do vínculo mãe-filho,
fortalecimento do sistema imunológico, desenvolvimento e até mesmo redução
da mortalidade infantil.
Atuação do enfermeiro na introdução alimentar complementar
A infância é uma etapa da vida repleta de mudanças, um momento
marcado por vulnerabilidade fisiológica. A alimentação e nutrição por sua vez
são capazes de assegurar a manutenção, crescimento e desenvolvimento
infantil (RIBEIRO et al., 2009, FIDELIS; OSORIO, 2007, SALDIVA, 2007, apud
MOURA et al., 2015).
A combinação da amamentação e alimentação complementar é
fundamental para o crescimento e progresso dessa criança (ACC/SCN, 2000,
apud MONTE; GIUGLIANI, 2004). No Brasil, a expansão da rede de atenção16
básica nos últimos anos e as mudanças no estado nutricional das crianças,
deixam claro os problemas da gestão do cuidado infantil (MOURA et al., 2015).
Na década do século XXI, programas e políticas em relação a saúde da criança
foram aplicados, focalizando na fase de pré-natal e puerpério. Tal situação
trouxe novos resultados positivos em relação a mortalidade infantil, todavia
nem mesmo a aplicação dos programas conseguiriam sanar com êxito alguns
problemas chave, tais como alimentação infantil, que é um condicionamento
real (BRASIL et al., 2012).
O Ministério da Saúde reformulou as políticas públicas na área e
lançou recentemente a Estratégia Nacional para Promoção do
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS
– Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), que tem como
objetivo qualificar o processo de trabalho dos profissionais da atenção
básica com o intuito de reforçar e incentivar a promoção do aleitamento
materno e da alimentação saudável para crianças menores de dois
anos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2015,
apud LOPES et al., 2018,p.5).
A EAAB força por meio da educação e saúde continuada o treinamento
dos profissionais de saúde sobre o tema de aleitamento e introdução alimentar
no SUS. Através da correta qualificação e promoção de educação em saúde
para a população, é possível modificar e intervir sobre os fatores que afetam
negativamente a amamentação exclusiva e a correta introdução alimentar
complementar.
Os alimentos mais consumidos precocemente que foram introduzidos
foram fórmula infantil e água (MOREIRA et al., 2019).
Foram avaliados os itens fórmula infantil, leite de vaca, água, chá,
suco, fruta, almoço, jantar e outros alimentos, categorizados como
alimentos processados (engrossantes, biscoitos, iogurtes, bebidas −
água de coco, refrigerante e suco artificial −, açúcar/mel, papa
industrializada e doces) (MOREIRA et al., 2019, p.2).
O modelo alimentar contemporâneo consiste em alimentos
industrializados e processados, que por sua vez contém valor calórico alto e é
rico em gordura e sódio (JAIME et al., 2017, apud MELO et al., 2017).
“A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) assume papel relevante no
monitoramento e análise dos problemas nutricionais, subsidiando o
17
planejamento da atenção nutricional no SUS.” (BRASIL, 2015, apud
HENRIQUES et al., 2018, p.3).
Um conjunto de ações relaciona-se com a organização dos serviços de
saúde e visa potencializar o acesso e fortalecer a promoção da saúde
para toda a população, incluindo o público infantil. A Política Nacional
da Atenção Básica prevê a reorganização dos serviços com vistas a
ampliar a equidade e a qualidade da atenção à saúde e, desse modo,
propiciar ambientes que favoreçam a prevenção, a promoção e o
cuidado integral em saúde. (BRASIL, 2012, apud HENRIQUES et al.,
2018, p.3)
A presença da família no processo de adaptação a alimentação é fundamental,
no qual os hábitos alimentares da família irão refletir na adaptação da criança a
esses novos alimentos (SILVA et al., 2016, MELLER et al., 2014, SHLOIM et
al., 2015, GERARDS; KREMERS, 2015, apud MELO et al., 2017).
A OMS aconselha as mães/cuidadores de crianças menores de 2 anos a
implementação de uma alimentação mais responsiva, e que usem os princípios
de atenção psicossocial ao alimentar seus filhos. Essa abordagem inclui
práticas a respeito ao mecanismo fisiológico de autorregulação do
apetite,ajudando a criança a comer e identificar sua saciedade, o que requer
sensibilidade da
mãe/cuidador a entender essa saciedade (ENGLE et al., 2000,PELTO et al.,
2003, apud MONTE; GIUGLIANI, 2004).
“[...]a percepção materna de adesão às orientações fornecidas por
profissionais da saúde está associada a maiores prevalências de AME[...]”
(BROILOA et al., 2013, apud GIESTA et al., 2019, p.9).
Os problemas nutricionais influenciam os agravos de saúde e a
mortalidade infantil. Com base nesses fatos, cabe ao profissional da
saúde identificar problemas alimentares e nutricionais da criança, a
fim de estabelecer estratégias de cuidados que possibilitem a
diminuição de morbidades e mortalidades relacionadas ao estado
nutricional, contribuindo com crescimento e desenvolvimento
adequados para a faixa etária e formação de hábitos alimentares
saudáveis (ETGES, 2008, apud MOURA et al., 2015, p.2)
Os profissionais de saúde devem cumprir o papel de
informarefetivamente as informações necessárias para mães/cuidadores, e as
18
recomendações de promoção da alimentação complementar saudável da
criança que é amamentada (MONTE; GIUGLIANI, 2004).
Nesse sentido, os profissionais de saúde têm papel importante no
aconselhamento das famílias para a alimentação no primeiro ano de
vida, reforçando a superioridade do leite materno e desencorajando a
introdução de outros leites bem como a inclusão correta da
alimentação complementar (LOPES et al., 2018, p.6).
O profissional enfermeiro afim de promover a qualidade de vida infantil,
deve repassar os seus saberes e práticas do cuidar, desejando garantir asaúde
da criança (MOURA; ROCHA, 2012, apud MOURA et al., 2015).
É necessário ressaltar que o enfermeiro deve estar presente na vida de
uma mãe desde o momento do pré-natal através dos programas de política de
saúde aplicados, realizando o acompanhamento gestacional afim de amenizar
alguns problemas chaves existentes no período gestacional, por meio de
orientações.
Procedimentos metodológicos
Refere-se a uma pesquisa bibliográfica inserida na área de conhecimento
das ciências da saúde, com finalidade básica pura, sem qualquer privilégio ou
vantagens, apenas a nível de conhecimento (GIL, 2018).
Os propósitos mais gerais da presente pesquisa são de caráter exploratório,
que visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema, a fim de torná
lo mais explícito (GIL, 2018).
A pesquisa tem como natureza dos dados qualitativa, que possibilita
conceber a variedade e os detalhes das informações e ideias obtidas, o que se
diferencia de uma pesquisa quantitativa que apresenta números que
comprovam os objetivos buscados (GIL, 2019).
A técnica para coleta de dados será bibliográfica, pois de acordo com Gil
(2018) trata-se de informações coletadas em materiais já publicados, como
livros, artigos, teses, revistas, anais de eventos científicos e materiais
publicados na internet.
19
Considerações finais
O correto crescimento e desenvolvimento da criança estão intimamente
relacionados a aquisição de hábitos saudáveis, como a amamentação materna
exclusiva até os seis meses de idade, a introdução alimentar adequada após
esse período e ao estímulo a prática de atividades físicas.
Essas práticas são essenciais para a prevenção da obesidade na
infância e para uma vida saudável, pois, a obesidade infantil traz
consequências tanto para a vida presente da criança, quanto para seu futuro.
Sendo assim, conclui-se que o enfermeiro tem como responsabilidade a
promoção de educação em saúde, para instruir aos pais e responsáveis desde
o pré-natal sobre a importância do aleitamento materno, introdução alimentar e
a prevenção da obesidade infantil, incluindo ensinamentos sobre as
consequências e prejuízos de tal problema para a vida da criança.
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